quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Aeroporto Internacional JK é avaliado como o terceiro pior do Brasil


Com uma nota de 3,55 - em uma escala de satisfação em que 5 é a pontuação máxima - o aeroporto da capital do país só não teve pior avaliação que os de Cuiabá (3,43) e Guarulhos (3,31)


Diego Amorim
Publicação: 05/02/2014 

Aviação Civil: em pesquisa, aeroporto JK recebe nota 3,55 - em uma escala de satisfação em que 5 é a pontuação máxima (Monique Renne/CB/D.A Press)
Aviação Civil: em pesquisa, aeroporto JK recebe nota 3,55 - em uma escala de satisfação em que 5 é a pontuação máxima


O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, é o terceiro pior entre os 15 avaliados pelos passageiros nos quatro últimos meses de 2013, segundo pesquisa divulgada na manhã desta quarta-feira (5/2) pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República.

Com uma nota de 3,55 - em uma escala de satisfação em que 5 é a pontuação máxima -, o aeroporto da capital do país só não teve pior avaliação que os de Cuiabá (3,43) e Guarulhos (3,31). A média registrada pela pesquisa, que ouviu 18.213 pessoas, ficou em 3,82. Liderou o ranking o terminal de Campinas (SP), com uma nota de 4,12.

Para medir a satisfação dos passageiros, a SAC levou em conta 39 indicadores. As queixas mais recorrentes envolvem o valor da alimentação e de produtos comerciais nos aeroportos, além do custo do estacionamento e o acesso à internet.

O aeroporto de Brasília passa por obras, impulsionadas pela proximidade com a Copa do Mundo. A Inframerica, administradora do terminal, reconhece transtornos, mas insiste em ponderar que os usuários serão recompensados quando a reforma for concluída. Enquanto isso, seguem as reclamações de quem passa pelo aeroporto, confirmadas pelo levantamento da SAC.

Adutora da Caesb estoura e alaga pistas na Estrada Parque Taguatinga

 Moradores do Guará I e II, Setor Lúcio Costa e Setor Super Quadra Brasília tiveram o abastecimento de água interrompido



Uma adutora da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), que liga o sistema de abastecimento do Rio Descoberto com o Plano Piloto, estourou no início da noite desta quarta-feira (5/2), na Estrada Parque Taguatinga na (EPTG).

A Caesb informou que o abastecimento de água do Guará I e II, Setor Lúcio Costa e Setor Super Quadra Brasília foi interrompido para que a adutora de um metro de diâmetro fique totalmente e seja possível, então, investigar as causas do alagamento.

A companhia pede aos moradores que, mesmo os que têm caixa de água, que economizem água, já que não há previsão de quando o abastecimento será restabelecido.


Várias equipes da companhia estão trabalhando na adutora para tentar conter o vazamento. Muita água está vazando do local.
Com informações de Ana Pompeu.

Energia volta a cair em oito quadras da Asa Sul três horas após conserto


A CEB informou que o problema deve ser resolvido dentro de três horas


Luisa Ikemoto


Publicação: 05/02/2014 22:09 
 
A energia nas quadras 113 a 116 e 313 a 316 da Asa Sul caiu novamente, por volta das 21 horas. O mesmo problema tinha sido enfrentado pelos moradores desta região durante a tarde desta quarta-feira (5/2). Eles ficaram no escuro entre 14h21 e 17h40.

A Companhia Energética de Brasília (CEB) informou que durante a tarde um dos dois alimentadores de energia apresentou problemas e para não prejudicar mais os moradores a carga elétrica teve que ser redistribuída para o segundo. A noite, o segundo também apresentou problemas e parou de funcionar.

Segundo a assessoria da empresa, o problema já foi identificado e deve ser resolvido dentro de três horas.



Policiais federais entram em estado de greve em 18 Estados e no DF


Do UOL, em São Paulo
 


Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal de 18 Estados e do DF (Distrito Federal) decidiram, em assembleias realizadas nesta quarta-feira (5), entrar em estado de greve.

Até o momento, já decretaram o estado de greve os servidores dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Roraima, Rondônia, Acre, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Piauí e Rio Grande do Norte.

Segundo a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), havia assembleia marcada no Amapá, mas não houve quórum para votação. Nos demais Estados a previsão é que as assembleias ocorram amanhã (6).

Uma paralisação nacional já está marcada para o próximo dia 11, de acordo com Alexandre Santana Sally, diretor da Fenapef e presidente do Sindpolf-SP (Sindicato dos Servidores da Polícia Federal no Estado de São Paulo).


 
Segundo Sally, o estado de greve indica que a categoria pode parar a qualquer momento. "É a indicação para o governo de que estamos dispostos a paralisar as atividades caso as negociações não avancem", disse ele, que afirma que a principal reivindicação da categoria é a reestruturação das carreiras.

"A reestruturação da carreira tem como reflexo também a questão salarial, mas não é só isso. Nós, por exemplo, temos cargo de nível superior com atribuições de nível médio", afirmou Sally, que critica a falta de de reconhecimento do nível superior. Em São Paulo, a categoria promete manifestações para apontar outros problemas, como o baixo efetivo e o aumento da evasão.

Copa do Mundo

De acordo com o Sindpolf-SP, a falta de estrutura e a falta de efetivo comprometem a segurança durante a Copa do Mundo, que será realizada em junho e julho deste ano no Brasil. Além disso, o sindicato afirma que, em 2013, 230 agentes federais deixaram seus cargos em todo o país, por desistência ou aposentadoria.

Para a entidade, um dos principais problemas é o fato de que muitos dos novos servidores já ingressam no departamento pensando em outros concursos.

O UOL entrou em contato com o Ministério da Justiça e aguarda um posicionamento da pasta sobre as reivindicações dos policiais federais.

Boa parte das verbas previstas para programas fundamentais do governo federal em 2013 não saiu do papel.

03/02/2014 | Economia Cortes afetaram projetos prioritários do Planalto


LEANDRO KLEBER

Tratados como prioridade pelos ministérios que os administraram, muitos programas federais de diferentes áreas tiveram dinheiro em caixa no ano passado, mas não foram executados como rezam a cartilha da eficiência pública e o discurso da presidente Dilma Rousseff de boa gestão da máquina. 


O programa Planejamento Urbano, do Ministério das Cidades, é um dos casos mais clássicos. Criado com o objetivo de apoiar a regularização de terras em áreas urbanas, a rubrica recebeu apenas R$ 67,5 milhões dos mais de R$ 4,3 bilhões previstos no papel, ou seja, somente 2% do que foi orçado e aprovado pelo Congresso. No total, nove importantes programas de diversos setores selecionados pelo Correio deixaram de receber, no ano passado, R$ 21 bilhões de um montante estimado de R$ 36 bilhões. Desses, sete tiveram acesso a menos da metade da verba prevista 

Para preparar atletas, instalar centros de iniciação ao esporte e montar a estrutura da Copa do Mundo deste ano e dos Jogos Olímpicos de 2016, por exemplo, o governo lançou o programa Esporte e grandes eventos esportivos. Administrada pelo Ministério do Esporte, a rubrica também passou longe de ser privilegiada. Apenas 14% dos R$ 3,9 bilhões autorizados para uso foram efetivamente desembolsados.
 
A saúde também foi prejudicada pela ineficiência de gestão na Esplanada. O programa de saneamento básico deixou de receber exatos R$ 2,7 bilhões para projetos de implantação, ampliação ou melhoria de sistemas de abastecimento de água e de saneamento básico. A meta do governo era aplicar R$ 3,8 bilhões, mas somente R$ 1,1 bilhão saíram dos cofres da União.

No campo, a falta de dinheiro também empacou programas que estavam previstos no Orçamento do ano passado. O de reforma agrária foi um dos mais atingidos pelo contingenciamento imposto pela equipe econômica do governo, prejudicando as ações para estruturar e consolidar unidades produtivas destinadas aos trabalhadores sem terra. Somente R$ 975 milhões de um total de R$ 2,5 bilhões previstos no orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) foram efetivamente liberados (39% do total).

Até as obras de modernização e ampliação do sistema de transporte rodoviário, tocadas basicamente pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), uma das prioridades do governo federal, receberam bem menos do que o previsto. Dos quase R$ 12,4 bilhões aprovados no orçamento da autarquia, R$ 8 bilhões foram liberados. Dinheiro que deveria reforçar projetos importantes em andamento, como o trecho norte do Rodoanel, na cidade de São Paulo.

O economista Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG Contas Abertas, avalia que os “resultados pífios” são consequência de uma série de fatores, que começa, justamente, com a elaboração da peça orçamentária. “O Orçamento já parte do Executivo para o Legislativo com uma receita superestimada e, no Congresso, a receita é inflada novamente. Isso cria um orçamento fictício, e o governo acaba contingenciando (bloqueando) valores brutais”, explica. 

Além disso, segundo ele, há problemas relacionados a ausência de projetos, má gestão e bloqueio de emendas parlamentares. “Um orçamento que acaba com menos de 50% de execução no fim do ano revela problemas graves tanto no planejamento como na execução”, diagnostica.

Outro lado

O Ministério das Cidades informou que a execução dos programas está relacionada a obras que, entre a contratação e a conclusão, duram cerca de três anos. “O pagamento ocorre mediante o avanço físico das obras. Comparar o volume do orçamento do ano atual com os gastos nas referidas rubricas não necessariamente significa que a execução orçamentária esteja baixa”, justificou a assessoria. 

O Ministério do Esporte negou que apenas 14% dos recursos da rubrica Esporte e grandes eventos esportivos tenham sido liberados. De acordo com a pasta, foram executados mais de 55% dos recursos previstos. “Apesar de o ministério ter dotação orçamentária de 4,1 bilhões, somente possui autorização do Ministério do Planejamento para executar R$ 2,53 bilhões. Sendo assim, o Ministério executou 100% do valor autorizado para 2013”, afirmou.

O Ministério dos Transportes, por sua vez, citou problemas relacionadas ao Tribunal de Contas da União, como ajustes em projetos, e às licenças ambientais e a revisões de projetos, que prejudicaram o andamento de grandes obras, além da greve de servidores que durou 74 dias.

O MDA apenas corroborou a informação do Correio de que a previsão de recursos para o programa de reforma agrária ficou abaixo do esperado, enquanto o Ministério do Desenvolvimento Social, que administra os programas Fome Zero e de promoção dos direitos de crianças e adolescentes, pediu mais tempo para analisar os números.

Cadê o resto do dinheiro?

Confira alguns programas federais que não receberam sequer metade da verba prevista no Orçamento de 2013:

Programa- Ministério- Valor previsto- Valor desembolsado 

Planejamento urbano Cidades R$ 4,3 bilhões R$ 68 milhões (2% do total)
Objetivo: apoio à regularização fundiária em áreas urbanas

Esporte e grandes eventos esportivos Esporte R$ 3,9 bilhões R$ 556 milhões (14%)
Objetivo: apoiar projetos de inclusão social, da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016

Saneamento básico Cidades e Saúde R$ 3,8 bilhões R$ 1,1 bilhão (29%)
Objetivo: apoiar a implantação, ampliação ou melhoria em sistemas de abastecimento de água e de saneamento

Mobilidade urbana e trânsito Cidades R$ 1,5 bilhão R$ 530 milhões (35%)
Objetivo: fomentar a expansão e fortalecimento de sistemas de trens urbanos

Reforma agrária Desenvolvimento Agrário R$ 2,5 bilhões R$ 975 milhões (39%)
Objetivo: estruturar e consolidar unidades produtivas para as pessoas sem terra 

Promoção dos direitos de Desenvolvimento Social R$ 512 milhões R$ 238 milhões (46%)
crianças e adolescentes
 
Objetivo: dar proteção a crianças e adolescentes, principalmente aqueles encontrados em situação de trabalho infantil

Fome Zero Desenvolvimento Social R$ 3,8 bilhões R$ 1,8 bilhão (47%)
Objetivo: acabar com a fome no país, apoiando a aquisição de alimentos da agricultura familiar 

*Recebeu mais da metade da verba prevista
 

Fonte: Siga Brasil

Fonte: Correio Braziliense

Já acabou, por José Aníbal

Política


Um após o outro, os indicadores econômicos de 2013 vão sendo divulgados. Os resultados são todos expressivamente ruins. Do aluguel à comida, quem vive de salário já percebeu que as coisas estão mais apertadas. Para piorar, os juros sobem com vigor logo quando boa parte das famílias está endividada. A renda parou de crescer. Se o emprego perder força, o carnê vai atrasar.


Já faz tempo que o governo Dilma decidiu que não tem explicações a dar sobre nada disso. Colocou-se uma pedra sobre qualquer discussão. Tudo o que escapa ao Brasil maravilha é invenção de pessimistas e conspiradores. 

Toda crítica é fúria, golpe da mídia, armação do capital. Aliás, o final desse ciclo inaugura um vocabulário político de uma violência inédita mesmo nos governos do PT.

A prioridade dada a reeleição justifica a postergação dos ajustes. No último ano de Dilma, as mesmas mazelas do primeiro: crescimento baixo, inflação alta, contas ruins. O problema da falta de competitividade na indústria segue sem resposta e se agrava. É geral a impressão de que os serviços públicos, justo no ano em que o Brasil recebe a Copa do Mundo, nunca pareceram tão ruins.

Outro assunto em que o governo baixou o toque de recolher é a energia. A política energética de Dilma fracassou, é fato, não dá mais para esconder. A indústria do Etanol foi quebrada. Estamos importando Etanol! A Petrobras, que antes puxava o país, não consegue se levantar. O 11 de setembro da conta de luz já custou R$ 10 bilhões ao Tesouro em 2013 e vai aumentar em 2014.


Quem acompanha o noticiário tem percebido como os colegas do PT na Argentina e na Venezuela andam silenciosos. De Maduro não se ouve falar há semanas. Cristina Kirschner ficou 45 dias sem dar as caras. Lá como cá, as negligências e patacoadas dos últimos anos confluíram para 2014 e ficaram represadas. Porém, há uma diferença: dessa vez, os ventos lá fora são ruins.

Daí, a gente abre os jornais e observa que o governo só fala em acertos políticos, reforma ministerial, cooptação, tempo de televisão e palanques. Sobre a persistente degradação da economia, que é o que tem sustentado as conquistas de todos, nenhuma palavra. 

Qualquer ajuste ou mudança de rota, só em 2015. A impressão que fica é de que, mesmo para o Planalto, este governo já acabou.

José Aníbal é economista, deputado federal licenciado e ex-presidente do PSDB.

Luz e sombras



Merval Pereira, O Globo

Os deuses parecem estar ao lado do governador Eduardo Campos. Quase ao mesmo tempo em que ele apresentava o primeiro esboço do que será o seu programa de governo caso vença a eleição para a Presidência da República em outubro, um apagão de grandes proporções tomou conta de boa parte do país, deixando mais de 3 milhões de unidades consumidoras sem energia.

O acidente, ainda sem explicação oficial, parecia dar razão a Campos quando ele afirmava que “o governo saiu dos trilhos”. Não se sabe ainda o que ocasionou a falta de luz, mas mesmo o governo dizendo que o caso nada tem a ver com o consumo elevado devido ao calor, fica a sensação de insegurança quanto ao sistema elétrico em si, que vem sofrendo apagões frequentes.

Campos parece querer com sua fala marcadamente oposicionista enfatizar essa insegurança que detecta no cidadão comum: “Não há ninguém que ache que mais 4 anos do que está aí vai fazer bem ao povo brasileiro. Nem eles mesmos.”

O governador pernambucano foi cuidadoso ao centrar suas críticas no governo Dilma, deixando sempre claro a distinção entre ele e o governo Lula, do qual foi Ministro: “Onde vamos temos a clara percepção de que o Brasil parou, de que saiu dos trilhos, que estava avançando no sentido de acumular conquistas e mais do que de repente teve a sensação de freada e de desencontro”.

O Palácio do Planalto assustou-se com o tom elevado das críticas do governador Eduardo Campos, como se ainda esperasse espaço para negociar apoios num segundo turno com o ex-companheiro. A também ex-ministra Marina Silva, na campanha de 2010, comportou-se não como uma candidata de oposição, mas como quem estava acima dos dois partidos hegemônicos, PT e PSDB, considerando-os igualmente nocivos à política brasileira.

Ela continua na mesma, mas não consegue levar Eduardo Campos a essa posição radical de negação da política partidária. Em nome dela, quer que o PSB não apóie o PSDB em São Paulo, mas, no entanto, deseja manter o apoio a seu grupo político no Acre, onde o PT permanece comandando o governo estadual há muitos anos.

Ontem Campos mostrou qual será o nível de seu engajamento na oposição, dando pouca margem a dúvidas sobre qual será sua posição na eventualidade de o senador Aécio Neves vir a ser o representante da oposição num segundo turno. O compromisso que os dois já assumiram de apoio recíproco corresponde à linguagem dura que o governador de Pernambuco utilizou ontem no lançamento de seu pré-programa de governo.

Ao afirmar que “não há justiça social sem desenvolvimento” Campos deixou claro qual será o centro de seu governo, a educação. Em vez de detalhar quais são seus planos para chegar à meta principal, o que certamente constará do programa final que será lançado no meio do ano, depois de seminários e debates, Campos resumiu em uma frase o que quer ver no país de seus sonhos: “Sonho em ver um dia um cidadão da classe média, um empresário, matriculando seu filho na escola pública brasileira”.

A exemplo do que já fez o senador Aécio Neves, virtual candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de Pernambuco atacou o inchaço da máquina pública com seus 39 ministérios, atribuindo-o à necessidade de o governo acomodar os diversos partidos aliados: “O Estado não pode ser apropriado pela estrutura, pelos partidos políticos. Esse padrão está esgotado”, afirmou Campos.

A ex-senadora Marina Silva aproveitou a deixa para atribuir “à velha política” a troca de cargos por apoio político, criticando a troca de ministros da Educação que, para ela, foi feita para acomodar aliados pensando na próxima eleição.

O tom elevado das críticas já demonstra que as oposições estarão mais próximas entre si na disputa presidencial do que nunca estiveram.

Pizzolato, agora criminoso em dois países, não foi preso por causa dos crimes do mensalão, mas porque portava documento falso

05/02/2014
às 18:11

Henrique Pizzolato tem dupla cidadania, brasileira e italiana. Agora ele já é um criminoso no Brasil e na Itália. Em dois países. Em dois idiomas. Pudesse ter uma terceira, vocês já sabem… Que vocação a desse senhor, não é mesmo? O poeta latino Horário, nascido onde hoje é a Itália, país em que Pizzolato foi preso, dizia que aquele que cruza o oceano muda de céu, mas não de espírito. Isso quer dizer, leitor, que a pessoa sempre leva consigo aquilo que ela essencialmente é. 

Pizzolato cometeu no Brasil os crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Para entrar na Itália, recorreu a documentos e passaporte falsos, usando o nome de um irmão morto. O Brasil, que já tem movimento de sem-terra, movimento de sem-teto, movimento do sem sei-lá-o-que, também tem o MSL: Movimento dos Sem-Limites.

Atenção! Ele não foi preso pelas autoridades italianas por causa dos R$ 76 milhões desviados do fundo Visanet, do Banco do Brasil, para a sem-vergonhice mensaleira. Ele foi preso porque recorreu a documentos falsos para entrar na Itália. Se não tivesse cometido crime nenhum naquele país, teria continuado livre, leve e solto. 

Considerando a dinheirama viva que estava com ele — 15 mil euros mais US$ 20 mil —, não parece que estivesse passando por um aperto. Sem contar que este valoroso senhor jamais deixou de receber a aposentadoria de R$ 25 mil como ex-funcionário do Banco do Brasil. Isso corresponde a quase 8 mil euros. Considerando que o salário médio na Itália está na faixa dos 900 euros, dava para levar uma vida boa.

Para ser preso na Itália por causa do mensalão, seria preciso que a Justiça de lá abrisse um processo e o condenasse pelos crimes cometidos aqui. A hipótese é remotíssima. A extradição era improvável porque, afinal, ele também era um cidadão italiano que não havia cometido crime nenhum por lá.
Mesmo agora, preso por ter entrado em solo italiano com documento falso, a extradição ainda é uma hipótese remota. 

E cumpre, sim, lembrar o caso Cesare Battisti. O Brasil se negou a extraditar o terrorista, embora ele tivesse sido condenado na Itália pelo assassinato de três pessoas. Será que, se os italianos se negarem a entregar Pizzolato, estarão apenas se vingando? Não! Battisti, que também entrou no Brasil com documento falso, não tinha cidadania brasileira, e Pizzolato tem cidadania italiana. No caso do terrorista, o Tratado de Extradição vigente entre os dois países obrigava a entrega; no caso de Pizzolato, não.

O governo brasileiro diz estudar duas possibilidades: tanto o pedido de extradição como o pedido para que a Justiça italiana abra um processo pelos crimes do mensalão. As duas são implausíveis, embora não impossíveis. Há, no entanto, uma terceira, que deixo como sugestão se as outras duas falharem: pedir que a Justiça italiana reconheça ao menos os efeitos civis da condenação, o que implicaria o sequestro de bens eventualmente adquiridos na Itália e o confisco de sua rica aposentadoria caso continue a ser enviada para a Itália.

PS – O governo brasileiro está chamando a prisão de “operação conjunta” com a polícia italiana. Se a PF participou, foi no monitoramento de Pizzolato, com eventuais ações de inteligência. 

Foram os italianos que prenderam o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, em razão do crime cometido na Itália.

Por Reinaldo Azevedo

PT diz que vai interpelar Gilmar Mendes. É mesmo, é? Então vamos ver

05/02/2014
às 18:51


Que pitoresco!

O PT anunciou que vai interpelar Gilmar Mendes por conta de algumas indagações que fez o ministro sobre a origem do dinheiro que está sendo “doado” aos mensaleiros pela Internet. 

Depois de uma sequência de atos debochados de petistas contra o Poder Judiciário — incluindo a própria arrecadação de dinheiro para pagar a multa de criminosos —, Mendes afirmou que é preciso verificar se o procedimento não é uma forma de lavagem de dinheiro.

Os petistas não gostaram. Rui Falcão anunciou que pretende interpelar o ministro com base no Artigo 284 do Código Penal, a saber:

“Art. 144 – Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.”

Certo! O PT, então, como pessoa jurídica, vai alegar “crime contra a honra” por causa de uma pergunta ou de uma hipótese? Isso é só para gerar notícia…

Venham cá: quando João Paulo, José Genoino, José Dirceu, Rui Falcão ou André Vargas acusam um ministro do Supremo de condenar sem provas; de agir com preconceito contra o partido; de não seguir os fundamentos do estado de direito; de ceder à pressão midiática, isso é o quê? 

Vejam o ato asqueroso, patético, protagonizado por André Vargas numa solenidade oficial. Como definir aquilo?

Ora, juiz que faz essas coisas é, quando menos, um prevaricador, não é mesmo? Se é de crimes contra a honra que estamos falando, quem ofende a honra de quem? Não custa lembrar que acusações dessa natureza estão sendo feitas pelos petistas até em documentos oficiais do partido.

PS: No caso de Mendes, não custa lembrar, adicionalmente, que ele é um dos principais alvos dos blogs sujos, financiados com dinheiro público.

Por Reinaldo Azevedo

Cardozo nega que PF esteja monitorando cubana que desertou do programa “Mais Médicos”

05/02/2014
às 18:57


Por Marcela Mattos, na VEJA.com. Volto no próximo post:

A cubana Ramona Matos Rodrigues, em plenário. Participante do programa Mais Médicos, do governo federal, a médica e os parlamentares do DEM, liderados pelo deputado Ronaldo Caiado (GO), denunciam que a médica teve seu telefone grampeado e foi buscada por policiais federais na residência que ocupava em Pacajá, no Pará, após ter deixado a cidade frustrada com os valores pagos pelo trabalho no programa.


O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou nesta quarta-feira que a Polícia Federal tenha interceptado telefonemas da médica cubana Ramona Matos Rodriguez ou esteja à procura da profissional, que integra o programa federal Mais Médicos. 

Ramona afirma ter fugido de Pacajá (PA) no último sábado, após agentes da PF grampearem seu telefone. “Não existe a menor possibilidade legal para que isso tivesse ocorrido. A Polícia Federal não a está procurando ou investigando e não existe nenhuma interceptação legal de telefone. Se algum policial fez isso, o fez em total situação de ilegalidade”, disse Cardozo. “Não há nenhuma medida em curso em relação à cubana.”

Ramona contou que saiu de Pacajá no sábado e avisou a colegas da cidade que viajaria para uma fazenda e retornaria no domingo. Com a ajuda de uma amiga, ela foi até Marabá, onde embarcou para Brasília. Ao telefonar para a amiga, ela teria recebido a informação de que as ligações foram interceptadas e que policiais federais foram procurá-la na sua residência. 

Cardozo rebateu a versão e afirmou que a família que a hospedava em Pacajá acionou a Polícia Civil por causa da demora da cubana em voltar para casa.  A médica foi abrigada pelo deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) e está morando provisoriamente no gabinete do DEM na Câmara. Ela teme ser deportada para Cuba e entregue ao regime dos irmãos Castro.


De acordo com Cardozo, no entanto, não houve nenhuma comunicação sobre o descredenciamento dela do programa Mais Médicos, o que implicaria na cassação do visto. O ministro recebeu nesta tarde parlamentares do DEM para tratar do pedido de refúgio. O partido deve protocolar a solicitação ainda hoje. “Até o momento ela tem o visto regular. Não há nenhuma razão objetiva para que ela tenha de se refugiar em qualquer lugar. Ela pode circular livremente”, disse.

A partir do momento em que o pedido de refúgio for feito, a cubana passará a ter garantida a permanência no Brasil até o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) julgar o caso. Depois de formalizado o pedido de refúgio, uma espécie de investigação é instaurada para avaliar a requisição. 

A decisão dificilmente será tomada antes de março porque “há uma fila a ser obedecida”, segundo o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão. Atualmente, 71 cubanos estão refugiados no país e cinco aguardam apreciação do órgão.

Por Reinaldo Azevedo

Idoso de 70 anos tem carro roubado e é esfaqueado na quadra 213 da Asa Sul


Um idoso de 70 anos teve o carro roubado e foi esfaqueado na terça-feira (5/2), na quadra 213 da Asa Sul.

Segundo o porteiro, a polícia não reconheceu o chamado e não compareceu ao local.


Somente nas duas últimas semanas, dois moradores do bloco tiveram os carros roubados no estacionamento que fica embaixo do prédio.

STF mantém arquivada representação contra Lula por propaganda irregular


Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília


  • Ricardo Stuckert - 20.jan.2014/Instituto Lula
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, em Brasília, em janeiro deste ano O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, em Brasília, em janeiro deste ano
O STF (Supremo Tribunal Regional) rejeitou nesta quarta-feira (5) recurso do Ministério Público Federal e manteve arquivada representação contra o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) por propaganda eleitoral irregular nas eleições de 2006, quando ele concorreu à reeleição.

A irregularidade teria ocorrido em 2006, mas o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já havia arquivado a representação por entender que ela foi apresentada em 2007, depois da posse de Lula.

O Ministério Público então recorreu ao STF sob o argumento de que mesmo representações feitas após as eleições devem ter seguimento e, se for o caso, aplicada a multa ao infrator.

O caso começou a ser julgado na Suprema Corte em 2009 e, após voto do ministro Cezar Peluso, hoje aposentado, pelo arquivamento da representação, foi suspenso depois de um pedido de vistas do ministro Marco Aurélio.

Na sessão de hoje, o julgamento foi retomado com o voto de Aurélio, que também votou pelo arquivamento, sendo seguido pelos demais ministros presentes: Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa.

"Uma vez verificada a eleição, perde o sentido da retirada da propaganda eleitoral", justificou Marco Aurélio.

Ano de 2013 foi o sexto mais quente desde o século 19


  • 05/02/2014 14h58
  • Brasília
Da Agência Brasil * Edição: Beto Coura
 
O ano de 2013 foi o sexto mais quente desde meados do século 19, quando começou o registro moderno de temperaturas do planeta. O anúncio foi feito hoje (5) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que considera essa uma referência para confirmar mudanças do clima. O ano passado ficou empatado com 2007 na sexta colocação.

"A temperatura mundial do ano 2013 é congruente com a tendência para o aquecimento a longo prazo", disse secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.

Tanto em 2013 como em 2007, as temperaturas da superfície do oceano e da Terra foram 0,5 grau centígrado superiores à média entre 1961 e 1990 e 0,03 grau centígrado mais altas do que a média do último decênio (2001-2010).

Os mais quentes foram 2005 e 2010, com temperaturas mundiais 0,55 grau centígrado superiores à média de longo prazo.  O ano de 1998 foi o mais quente, quando houve fenômenos intensos, relacionados ao fenômeno El Niño.

De acordo com a OMM,  2013 foi um dos quatro anos com as temperaturas mais altas em condições neutras; isto é, sem episódios de El Niño ou de La Niña, responsáveis pelo aquecimento e pela queda de temperatura de extensas zonas do mar, respetivamente.

Os dados divulgados nesta quarta-feira antecipam a versão completa da declaração da OMM sobre o estado do clima em 2013, que será publicada em março de 2014, com pormenores sobre precipitação, inundações, secas, ciclones tropicais, cobertura de gelo e nível do mar em escala regional.

* Com informações da Agência Lusa

Apagão faz Rollemberg cobrar transparência do governo




O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), afirmou nesta quarta-feira, 5, que falta "transparência" do governo para explicar as causas do apagão de energia elétrica que atingiu 11 Estados brasileiros, na terça-feira, 4. 
Para o socialista, há uma "certa insegurança" no setor, alvo de constantes interrupções de energia. "É muito grave e muito preocupante", disse ele ao Broadcast Político, serviço de informações da Agência Estado.

Segundo Rollember, há tempos o setor tem dado "sinais de que não está bem". "O que a gente percebe é que, ao menos aparentemente, houve uma redução de investimentos", avaliou. Questionado sobre se o governo teme consequências políticas e eleitorais por causa do episódio, Rollemberg disse que, "sem dúvida", o apagão é um assunto que, em geral, tem "grande repercussão". "O que se espera é a transparência. A falta de transparência aumenta a desconfiança".


Fonte: Agencia Estado--- Jornal de Brasília

Foragido do mensalão, Pizzolato é preso na Itália


Condenado a 12 anos de prisão, ex-diretor do Banco do Brasil que tem dupla cidadania foi detido em ação conjunta das polícias brasileira e italiana com documento falso


Único dos 12 condenados do mensalão com prisão decretada, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi preso hoje (5) na cidade de Maranello, no norte da Itália. De acordo com as informações iniciais, Pizzolato foi detido em ação conjunta da Polícia Federal e da polícia italiana por utilizar um documento falso. Por ter dupla cidadania, ele não poderia ser extraditado por causa dos crimes pelos quais foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

A PF ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

O ex-diretor de marketing do BB recebeu punição de 12 anos e sete meses de prisão por seu envolvimento com o mensalão. Com a prisão decretada em meados de novembro, ele divulgou por meio de seu advogado uma nota em que dizia que deixava o país em protesto contra o “julgamento de exceção” e que buscaria novo julgamento para comprovar sua inocência. Por causa da fuga, Pizzolato foi incluído na lista dos procurados da Interpol.

Ele foi condenado por ter recebido R$ 336 mil do empresário Marcos Valério e ter autorizado um adiantamento de R$ 73 milhões para uma das agências do mineiro, a DNA Propaganda, contratada pelo BB. Durante o julgamento, sua defesa argumentou que ele não tinha poder para decidir onde e como o dinheiro de publicidade do banco poderia ser gasto.

Na nota divulgada em novembro, o ex-diretor do BB criticou o STF, disse que foi usado para dar sentido à “mentira do dinheiro público” no mensalão e que tinha “legítimo direito de liberdade” para ter novo julgamento na Itália.

“Por não vislumbrar a mínima chance de ter julgamento afastado de motivações político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália”,

Todos os outros 11 condenados que tiveram a prisão decretada entregaram-se à Polícia Federal e já cumprem pena. 

O último a ser preso foi o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), desde ontem no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Até agora, apenas o delator do esquema, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), não teve a prisão decretada. Ele aguarda decisão do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa.
Leia mais sobre o mensalão

Projeto de lei quer prestigiar cidades sustentáveis



Tornar conhecidas as cidades ambientalmente corretas é o objetivo do deputado federal Paulo Feijó (PR-RJ). Ao propor o Projeto de Lei 5546/13, que cria o chamado Selo Cidade Sustentável, prestigia municípios que mantiverem um índice mínimo de área verde por habitante e a correta destinação dos resíduos sólidos.

Pela proposta, só poderão receber o selo cidades com mais de 20 mil habitantes que cumprirem com as regras da Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevista na Lei 12.305/10, e que possuam, no mínimo, 12 metros quadrados de área verde por habitante. O Selo Cidade Sustentável será concedido por órgão ambiental federal, ainda a ser escolhido.

"Nossa expectativa é a de que o reconhecimento da qualidade da gestão ambiental das administrações públicas municipais conferido por um selo desta natureza, trará benefícios, inclusive financeiros, nacionais, estaduais e mesmo internacionais, para as cidades que se destacarem na busca da sustentabilidade", afirma o deputado na justificativa do projeto.

O projeto de lei será analisado pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADAS) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), e tramitará de forma conclusiva, ou seja, não precisará ser analisado pelo plenário da Câmara Federal para ser aprovado.

Eco

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Os guarás-vermelhos de São Paulo: quando o errado dá certo


Fábio Olmos - 04/02/14



 O guará-vermelho (Eudocimus ruber) é uma espécie vistosa e bandos com centenas destas aves vermelhas, especialmente durante a temporada reprodutiva, quando suas cores estão mais vivas, são uma visão memorável. É uma ave dos manguezais, onde forma ninhais, uma estratégia que pode funcionar contra predadores naturais, mas torna as aves vulneráveis à ação humana.

Eu tenho uma afeição especial por esta espécie porque estudei sua ecologia e biologia reprodutiva como parte de meu doutorado (quem tiver interesse pode ver os resultados aqui, aqui e aqui), projeto que foi apoiado pela Fundação Grupo Boticário.

Quando os europeus chegaram os guarás habitavam a costa do sudeste-sul do Brasil entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina, o limite sul de sua distribuição chegando aos arredores de Florianópolis. Nessa época, os ninhais dessas aves eram pilhados pelos índios que utilizavam as penas das aves abatidas para sua arte plumária e colhiam ovos para consumo. Um desses grupos era o dos extintos Tupinambá que viviam em São Paulo e Rio de Janeiro (os Guarani que se dizem nativos da mesma região só chegaram ali recentemente) e fabricavam mantos com as penas vermelhas dos guarás.

Os Tupinambás se tornaram famosos não só por se aliarem aos franceses na luta contra os portugueses durante o século XVI mas também por terem sequestrado um artilheiro alemão chamado Hans Staden que legou um dos melhores relatos sobre esta cultura. E menciona um ninhal de guarás em uma ilha costeira fora do atual Guarujá.



Como foi feito com os povos nativos, os guarás da Mata Atlântica foram gradualmente extintos pela caça e perturbação de seus ninhais. Os últimos guarás foram vistos em Santa Catarina em 1858 e o último ninhal paranaense registrado 

em 1820. Em São Paulo, após os registros feitos entre 1550 e 1560 por Hans Staden e o padre José de Anchieta, guarás só são mencionados no final do século XIX como ocorrendo sazonalmente no extremo sul do estado, parte do Lagamar de Iguape-Cananéia-Paranaguá. É possível que uma pequena população tenha restado na região por mais tempo, já que três guarás foram observados em 1977 na Baía de Antonina. Também é possível que estes fossem aves escapadas de cativeiro.

Extinção gradual

Guarás parecem ter durado mais no Rio de Janeiro, onde aves adultas e jovens eram vistas na Baía de Guanabara até 1952 e um exemplar (nativo ou fugido?) foi observado na Barra da Tijuca em 1979.

Essa extinção em prestações, com exemplares perdidos esparsos pela antiga área de distribuição é comum e torna muito difícil dizer quando uma espécie ou população efetivamente se extinguiu, especialmente para aquelas que podem viver décadas (guarás passam dos 30 anos), mas é válido afirmar que Eudocimus ruber foi extinto no sul-sudeste como uma espécie reprodutiva viável na década de 1950. Por sinal, quando manguezais começaram a ser seriamente destruídos pela industrialização, construção de portos e urbanização.


Várias aves em processo de extinção se tornam figurinhas cobiçadas por coletores de museu. Isso ajudou a eliminar os últimos exemplares da Great Auk, do Quelili e do Ivory-billed Woodpecker, entre outros. Na mesma veia, um coletor do Museu Nacional querendo uma figurinha rara abateu uma fêmea na Baixada de Guaratiba em 1985.



Cubatao 2013-11-21 331

Na década de 1950 os guarás estavam efetivamente extintos em São Paulo, especialmente na bem explorada região do porto de Santos e do polo industrial de Cubatão. Nessa época o Orquidário de Santos tinha, além de orquídeas, uma pequena coleção de animais que incluía aves aquáticas trazidas de outras partes do Brasil. Às vezes o Orquidário recebia mais aves do que cabiam nas suas instalações e estas eram simplesmente soltas sem que as penas das asas fossem cortadas. Em alguns casos, as aves eram deliberadamente libertadas nos manguezais da região.


Entre as aves soltas estavam guarás. Alguns parecem ter voado já em 1959 (e uma no museu da ESALQ foi morta em 1961), mas não há documentação detalhada. Registros escritos mostram que 18 casais de guarás provenientes do Maranhão foram liberados entre 1967 e 1969. 

Essas aves, possivelmente com a contribuição de outras solturas, são os fundadores da população de guarás-vermelhos que hoje recoloniza seus antigos domínios. Dados genéticos mostram que as aves do sudeste do Brasil não são diferenciadas em relação às do Pará e Maranhão, o que seria esperável caso fossem descendentes de uma população autóctone.


Durante décadas os guarás permaneceram nos manguezais de Santos e Cubatão, não exatamente o lugar mais seguro do mundo. Em 1986 a população era de 82 aves. Em 1994 havia 385. Em 1996 o número chegou a 505. Uma temporada reprodutiva fraca em 1997 elevou a população para 575.

Caçadores

No final desse ano, quando as aves construíam seus ninhos, caçadores mataram várias delas e provocaram o abandono do ninhal. O mesmo aconteceu quando elas tentaram nidificar em 1998 e dezenas de aves teriam sido mortas. As aves nunca mais voltaram a nidificar na região, mostrando o impacto que dois ou três fdps armados podem ter sobre uma espécie ameaçada e que conservação não pode depender só de educação (Cubatão havia adotado a ave como símbolo da sua "recuperação ambiental"...). Polícia, cadeia e cercas são fundamentais.


Este desastre aconteceu porque, embora ciente da situação e de pedidos para proteger o ninhal, o comando da Polícia Ambiental da região não deu a mínima e continuou com a tradição local de atuar só onde há asfalto. Situação que não melhorou desde então. Já redescobri mais espécies regionalmente extintas ou inéditas nos manguezais da região do que encontrei patrulhas policiais.

O vandalismo levou as aves a abandonar tentativas de nidificar em Santos e Cubatão. Felizmente, elas foram espertas o suficiente para buscar um novo lugar e em 2003 um novo ninhal se formou na Ilha Comprida, no litoral sul paulista. Este ninhal foi acompanhado pelo IBAMA de Iguape, o que garantiu uma proteção melhor, e várias temporadas reprodutivas bem sucedidas permitiram o aumento gradativo da população, que hoje usa boa parte do Lagamar.


A partir daí as aves passaram a visitar Santos e Cubatão apenas após a temporada reprodutiva, e também a aparecer no Paraná (onde dois também foram mortos para abastecerem um museu) e Santa Catarina. Ali, uma nova colônia reprodutiva foi encontrada na Baía de Babitonga, a mesma onde um refúgio de vida silvestre deveria ter sido criado faz tempo.


É possível que a população atual dos guarás da Mata Atlântica supere mil aves adultas e os registros mapeados no Wikiaves mostram como a espécie está recuperando sua área de distribuição.

Apesar dos pesares

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É uma história positiva apesar da inépcia de quem deveria colocar caçadores na cadeia e da má vontade de quem deveria proteger os manguezais. Afinal, o governo paulista deseja destruir os manguezais de Santos e Cubatão para dar lugar a terminais portuários (enquanto o Porto de Santos tem pelo menos 2 km de áreas ociosas ao longo do estuário), e o projeto de um parque estadual que protegeria a área "sumiu" da SMA-SP.


Em novembro de 2013 voltei a visitar os manguezais de Santos e Cubatão com meus amigos Robson Silva e Silva (autor do livro Guarás Vermelhos no Brasil e uma das autoridades na espécie) e Alexandre Grose, que está estudando os guarás catarinenses e é autor do guia das aves da Baia de Babitonga. Pela primeira vez, desde 1998, bandos de guarás em plumagem reprodutiva apareceram na região e dão sinais de que vão iniciar um ninhal.


Foi uma visão espetacular que me fez pensar que em qualquer país medianamente civilizado o espetáculo destas aves levaria não só à proteção imediata da área e que ao invés de paranthropus dando tiros nas aves teríamos turistas enchendo cartões de memória e gastando com serviços locais.

Apesar de tudo, estas aves estão fazendo sua parte para trazer de volta um dos grandes espetáculos naturais que os primeiros turistas, como Staden e Anchieta, puderam observar na região. Elas são resultado de uma translocação feita sem critérios, sem monitoramento, sem planejamento, sem nada. Mas que deu certo. Talvez, pela primeira vez em 15 anos, centenas de novos guarás farão seu primeiro voo na Baixada Santista. Talvez tenhamos outro desastre.

Falta saber se a Polícia Ambiental e a Secretaria de Meio Ambiente paulistas também farão sua parte.


Distrito Federal inaugura primeiro supermercado sustentável


31 de Janeiro de 2014 • Atualizado às 15h42


Obra economizou em gastos de energia, evitou desperdício de água e reaproveitou materiais.
Obra economizou em gastos de energia, evitou desperdício de água e reaproveitou materiais.

A Rede de Supermercados Super Maia inaugurou seu primeiro estabelecimento ecológico no Distrito Federal. Incorporando um conceito ambientalmente correto, a loja da cidade satélite de Sobradinho passou por uma reforma estrutural apostando na construção sustentável.


Entre as mudanças, o prédio tem reduzido o uso de ar-condicionado graças ao telhado térmico, em que uma camada de isolamento diminui o calor na área interna da loja. Além disso, a iluminação natural zenital, durante o dia, proporciona maior captação de luz, consequentemente, ganhos na economia de energia. Todas as lâmpadas são de LED, recicláveis e, além de não emitirem raios ultra-violeta, possui uma durabilidade 25 vezes maior do que as convencionais. Elas também não possuem mercúrio nem nenhum outro tipo de metal nocivo ao meio ambiente.

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Felipe Menezes/Divulgação

Também foi instalado um reservatório de água, que possibilita que o prédio realize captação da água da chuva e a utilize para diversas atividades, como lavagem de pisos e paredes. A área verde da loja, que envolve árvores, gramado e jardins, é irrigada com a água captada por este sistema. As torneiras foram confeccionadas para evitar o desperdício e o consumo de água.

A empresa também adotou equipamentos que utilizam gás carbônico para congelar alimentos e preservá-los. Estes refrigeradores não emitem gases nocivos à camada de ozônio como o clorofluorcarboneto (CFC), o conhecido “gás de geladeira”, que é um meio de retirar o calor que o equipamento produz.


Atuando em Sobradinho desde 2006, a empresa tem realizado diversas atividades com a comunidade desde então. Este ano, o Super Maia já deu início a um sistema de coleta e reciclagem de óleo, gordura e resíduos, além de vários pontos de coleta seletiva de lixo. As sacolas distribuídas na loja são de material oxi-biodegradável e todas as lojas adotaram a campanha para que os clientes evitem utilizar sacolas plásticas.

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Felipe Menezes/Divulgação




Presídio na Bahia adota galinhas e gatos para combater insetos e ratos





Mário Bittencourt
Do UOL, em Vitória da Conquista (BA)





Governo usa galinhas e gatos para combater insetos em presídio na Bahia


Gatos ficam soltos em presídio em Jequié (BA), para combater escorpiões, baratas e ratos no local. Os animais --cerca de 50-- são criados nos pavilhões, junto com os internos, assim como galinhas, que também são usadas contra a proliferação de insetos no local. 

O presídio está superlotado e, segundo a Defensoria Pública do Estado, possui situação precária, com paredes cheias de infiltrações, rachaduras; insuficiência de alimentos. Também falta d"água, cobertores e outros mantimentos no local Divulgação

A situação precária de um presídio superlotado em Jequié (366 km de Salvador) levou o governo estadual a colocar entre os 857 internos ao menos 14 galinhas e cerca de 50 gatos para combater escorpiões, baratas e ratos que se proliferam no local.

Segundo a direção da unidade prisional, cujo número de presos ultrapassa quase em três vezes a capacidade (368 detentos), as galinhas e gatos ficam espalhados nos pavilhões, junto com os internos. E onde comem, fazem as necessidades fisiológicas.

Segundo a Defensoria Pública da Bahia, que há dois anos tornou pública a situação do presídio, a proliferação se insetos na unidade se dá pela falta de limpeza da rede de esgoto.

"Faltam colchões, vigilantes, agentes, policiais...", afirmou a defensora pública Yana Araújo.
Para a defensora, a situação estrutural do presídio é precária, pois há infiltrações, rachaduras, insuficiência de alimentos inexistência de sistemas de alarme, falta d'água, cobertores, dentre outros problemas.

Os problemas do presídio foram relatados numa ação judicial, na qual a Defensoria Pública pediu a proibição da transferência, para Jequié, de detentos da vizinha Vitória da Conquista (328 km de Salvador). O pedido foi acatado pela Justiça no dia 30 do mês passado.




Presos conseguem regalias em prisões pelo Brasil


Em julho de 2012, o diretor que administrava o presídio de Dois Irmãos do Buriti, que fica a 110 km de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, foi exonerado após um preso postar na rede social Orkut fotografias suas e de colegas fazendo churrasco dentro de uma cela, tudo por meio de uma conexão pelo telefone celular Reprodução

Situação parecida

 

Também superlotado, com 259 presos, quando a capacidade é para 137, o presídio de Vitória da Conquista foi interditado parcialmente pela Justiça, mês passado, e impedido de receber novos presos, devido a situação também precária. A interdição ocorreu no módulo I.

No local também falta água, colchão, a alimentação, segundo os presos, é ruim, e o convívio com insetos como escorpiões e baratas, é corriqueiro.

Numa visita de inspeção, dia 15 de janeiro, o juiz de Execuções Penais, Reno Soares, afirmou que no presídio de Vitória da Conquista não daria nem para criar porcos.

Se fosse fazer isso, disse o juiz, "era capaz de fazer a Vigilância Sanitária vir aqui e nos multar, dizendo que aqui a gente não tinha condição de criar animais".


Sem resposta

 

A Seap (Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia) ficou de enviar ao UOL respostas sobre os problemas nos presídios de Jequié e Vitória da Conquista, mas isso não ocorreu.

Em 15 de janeiro deste ano, o governo divulgou que o sistema prisional baiano terá mais 3.822 vagas, que serão disponibilizadas em Vitória da Conquista, Salvador, Itabuna, Barreiras, Irecê, Brumado, Paulo Afonso e Juazeiro.

O investimento previsto na abertura de novas vagas é de cerca de R$ 150 milhões. Atualmente, a população prisional da Bahia é de 12.300 pessoas, para 9.000 vagas.

Com as novas 3.822 vagas, o deficit de espaço nos presídios será superado, restando ainda 522 vagas, que, segundo o governo, serão preenchidas com parte dos presos em delegacias.

Desde 2007, foram criadas 3.070 vagas em Salvador, Feira de Santana (contando com a segunda etapa a ser entregue), Eunápolis, Itabuna e mais cinco minipresídios. Com as novas vagas, a capacidade de detentos nos presídios baianos chegará a 6.892, de acordo com a divulgação oficial.




As condições dos presídios brasileiros


28.jan.2014 - Bebê é visto no chão da Penitenciária Feminina de Teresina Divulgação / Sinpoljuspi




Homem perde 320 quilos após tratamento ordenado pelo rei da Arábia Saudita


Do UOL, em São Paulo


Saudita de 610 quilos é levado para avião pela defesa civil para tratamento


Membros da Defesa Civil saudita transportam Khaled Mohsen Shaeri para dentro de um avião. Ele foi levado de sua cidade Jizan à capital Riad para receber tratamento médico. Shaeri pesa cerca de 610 kg e tem problemas de saúde que resultaram no aumento rápido de seu peso ao longo dos últimos dois anos chegando à obesidade morbida Leia mais Reuters/Faisal Al Nasser
 
Um homem perdeu 320 quilos - mais da metade de seu peso  - por ordem do rei da Arábia Saudita, que o mandou para um hospital em agosto do ano passado.

Em agosto de 2013, o rei Abdullah ordenou que Khalid bin Mohsen Shaeri, que então pesava 610 quilos, fosse internado em um hospital de Riad para tratamento de obesidade. O jovem não conseguia mais se mover sozinho e vivia em Jazan, no sul do país.

O médico Aa'ed al-Qahtani contou à revista "Sayidaty" que a saúde de Shaeri está melhorando cada dia mais. O jovem fortaleceu o coração e a respiração, reduziu as inflamações do corpo e melhorou o tônus muscular, incluindo a habilidade de mover os pés.

Shaeri ainda precisa de uma cadeira de rodas feita especialmente para ele se mexer. Quando foi internado, o saudita precisou ser removido de sua casa com a ajuda de uma empilhadeira. Na época, fazia três anos que ele não se levantava da cama.

Em fotos divulgadas pela revista, Shaeri aparece sorrindo. De acordo com os médicos, o jovem é otimista e está sempre de bom humor. 

As informações são da CNN.

Bandalheira de sempre: compras do Senado incluem secador de cabelo e batom

Seg, 03 de Fevereiro de 2014 11:20





















Sete secadores de cabelo, 25 sprays de fixação extraforte, 15 unidades de pó compacto para o rosto, seis bases líquidas, seis batons e três lápis de olho na cor preta. Quem observa a lista de compras acima só pode concluir que são itens para um salão de beleza. Errado. 

Os produtos foram vendidos ao Senado Federal e fazem parte de uma longa lista de gastos, dispersos por diversas rubricas orçamentárias, que mostram como os órgãos do governo não estão preocupados em poupar o dinheiro público. Especialistas são unânimes quando avaliam esse tipo de despesa: falta prioridade.

Os itens adquiridos são, no mínimo, curiosos. Podem-se encontrar despesas de todo tipo nos mais diferentes órgãos dos Três Poderes. São tapetes egípcios de R$ 6,9 mil para o Superior Tribunal Militar; 12 almofadas para meditação de modelo japonês, tipo zafu, para o Superior Tribunal de Justiça, que custaram a bagatela de R$ 1,5 mil; ou capas recarregáveis de iPhone para a Presidência. 


Os gestores públicos também são específicos nas suas compras, como se nota numa especificação feita pelo Supremo Tribunal Federal para a aquisição de toalhas: “Felpudas, pré-lavadas, em algodão, na cor amarelo claro”(sic). Foram 200 pelo preço de R$ 2 mil.

As exigências, porém, não são as mesmas em todos os locais. “Você vai aos órgãos públicos brasileiros e encontra um mobiliário diferente em cada um. Nos Estados Unidos, por exemplo, é tudo igual, tudo padronizado”, pontua o professor José Carlos Oliveira, especialista em contas públicas da Universidade de Brasília (UnB). “Faltam padrões no gasto público brasileiro, regras claras e permanentes. Senão, a conta vem alta demais e o contribuinte não pode dizer nada porque não tem um modelo de comparação para argumentar”, diz. (Informações do Correio Braziliense)




Olha o senador Sarney dando um 'trato'...