sábado, 15 de fevereiro de 2014

E agora, governador?

Laécio Alencar, assessor de imprensa da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra)



A população de Brasília enfrenta a pior crise de segurança pública dos últimos dez anos. A onda de violência que tomou conta da nossa capital obrigou o brasiliense a mudar seus hábitos. E a insegurança se agravou ainda mais com a operação tartaruga, realizada desde outubro do ano passado por policiais e bombeiros militares.

A crise está pulverizada em todas as regiões administrativas pela falta de ações efetivas de policiais militares. Quando atendem ao chamado da população, os policiais seguem em viaturas que não ultrapassam o limite de velocidade estabelecido nas vias. Com isso, as vítimas de criminosos esperam um tempo bem maior para serem atendidas.

Enquanto a polícia não atua, os bandidos tomam conta das ruas. Com medo da violência, o brasiliense evita sair de casa. Mas a criminalidade não preocupa apenas a população. 

Donos de postos de gasolina, farmácia e restaurante, comércio de quadras, estão atônitos com tantos roubos e o pedido de demissão de funcionários. Já são mais de 20 mil pedidos de demissão em função da crise na segurança pública, segundo o presidente Associação Comercial do DF (ACDF), Cleber Pires.

PERDAS IRREPARÁVEIS

 

A violência cresceu assustadoramente em 2014. São homicídios, assalto a bancos, a pessoas, ao comércio, furtos diversos e até o surgimento de grupos como a gangue da marcha a ré, que rouba ou furta carros parar arrombar lojas. A gota d'água foi a morte do administrador de empresa Leonardo Almeida Monteiro, de 29 anos.

Ele chegava da academia, por volta das 22h30, e estacionou o carro em frente ao prédio onde morava, em Águas Claras. Foi surpreendido por dois assaltantes. Correu, mas acabou atingido com um tiro no pescoço e morreu na hora. Os bandidos fugiram em um carro roubado, onde um terceiro criminoso os aguardavam. Dois eram menores, um de 16 e outro de 17 anos. A polícia prendeu os menores com a arma do crime. O único adulto, de 18 anos, continua foragido.

Indignada, a população foi para as ruas, em Águas Claras e no Plano Piloto, com faixas e cartazes, cobrar policiamento. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) resolveu atuar. Entrou com uma ação contra as associações de PMs e bombeiros militares, que insuflaram a categoria a fazer corpo mole e contribuir com a violência, para acabar com a operação. Pediu, ainda, multa diária de R$ 100 mil reais caso a ordem fosse descumprida. A Justiça acatou o pedido e determinou o fim da operação tartaruga.

MOVIMENTO POLÍTICO?

 

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, afirma que o movimento é político, organizado por "meia dúzia" de policiais que não falam em nome da PM. Insatisfeito, decretou que não negocia enquanto a categoria não colocar fim ao movimento. Além disso, determinou ao comandante-geral da PM, Anderson Moura, que abra procedimento administrativo para avaliar a conduta ética disciplinar dos envolvidos e puni-los, na forma da lei.

Apesar da proibição judicial e da determinação do comandante-geral, PMs e bombeiros mantêm o movimento. Afinal, a Justiça não tem como provar que a categoria não está trabalhando. Mas, então, o que é a operação tartaruga? Greve, descumprimento de escala de trabalho, abandono do serviço? Não. 

Não é nenhuma dessas alternativas. Se fosse, seria fácil detectá-la. Os envolvidos estariam cometendo ilegalidade e bastaria aplicar-lhes a força normativa jurídica da esfera militar.
A operação tartaruga é a consequência dos desmandos do GDF e da falta de investimento na Segurança Pública. 

É o reflexo da desmotivação policial de circular com viaturas em péssimas condições. Recentemente, por exemplo, um policial caiu do veículo por causa de um defeito na porta. Sem falar que, às vezes, falta combustível e o policial é obrigado a tirar dinheiro do próprio bolso para abastecer as viaturas.
Explicada a situação, fica claro que o descaso com a população e o respeito aos deveres constitucionais precisam ser repensados pelos governantes. 

O aumento da violência não é fruto da operação tartaruga, mas sim um fenômeno social relegado a segundo plano por um Poder Público descompromissado, omisso, corrupto e avalizado por uma sociedade complacente onde cada um só enxerga o próprio umbigo. Isso não resolve. A sociedade precisa acordar.

Chega de mentiras. Chega de tragédias, como as que ocorrem todos os dias sem que a questão se resolva. Brasília não pode continuar com a viver dessa maneira. Chega de fazer da segurança pública uma plataforma eleitoral.

NÚMEROS

 

Cerca das duas mil pessoas são assassinadas anualmente na capital do país. Segundo as autoridades, a maioria está envolvida com a criminalidade e não existem cadeias em número suficientes para confinar todos os marginais. 

Esquecem de dizer, no entanto, que todas as vítimas são serem humanos. Se tivesse escolas públicas suficientes – um dever constitucional – esses criminosos poderiam nunca ter entrado no mundo do crime. 

A operação tartaruga não é a causa, mas um alerta de que as autoridades precisam solucionar o caos social. Já Agnelo, precisa assumir sua responsabilidade de governador e cumprir com as promessas de campanha feitas aos militares na campanha de 2010, quando era candidato ao GDF.

Se Agnelo olhassem com mais atenção para os moradores da cidade que governa, veria a insatisfação do povo com os rumos tomados pelo GDF. Prova disso é que começaram a circular na cidade carros com um adesivo sugestivo: "Por amor a Brasília, fora Agnelo. Impeachmente já!” E, agora, governador? O que o senhor vai fazer?


 Plano Brasília

“Eu não subo no palanque do Agnelo”

“Eu não subo no palanque do Agnelo”

Cristovam Buarque descarta candidatura própria ao Buriti e torce por aliança entre os partidos da esquerda MESA REDONDA/ CRISTOVAM BUARQUE

 





As eleições 2014 já estão na pauta obrigatória das conversas dos brasilienses, que aguardam ansiosamente a divulgação oficial dos nomes dos candidatos ao Governo do Distrito Federal. E assim como você e seus amigos, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também aguarda a definição dos nomes que concorrerão ao Buriti.


Cristovam – que ocupou o cargo entre 1995 e 1999 – torce por uma aliança entre os partidos à esquerda do governador Agnelo Queiroz. De preferência, em torno de um único candidato, como Antônio Reguffe (PDT), Rodrigo Rollemberg (PSB) ou Toninho (PSol). 
 
Segundo ele, a divisão das candidaturas da esquerda poderia trazer uma tragédia para a cidade: Joaquim Roriz (PRTB) e José Roberto Arruda (PR). "Seria muito difícil, para Brasília, explicar isso para o restante do Brasil", lamenta.

 
Confira, a seguir, as opiniões de Cristovam sobre os temas mais importantes do momento, como segurança, educação, construção de creches e, é claro, política.

Plano Brasília: Senador, de forma objetiva, o senhor vai estar no palanque de Agnelo Queiroz?

 

Cristovam Buarque: Não. Não vou estar no palanque de Agnelo Queiroz. Eu quero um outro palanque. Obviamente, não estarei no palanque do Arruda ou do Roriz. Eu gostaria que surgisse um outro palanque, que unisse Reguffe, Rodrigo, Toninho. Tem que ter um palanque alternativo.
 

PB: E desses nomes, quem seria o candidato mais provável a governador?

 

CB: Eu ainda estou torcendo que seja o Reguffe, mas acho que ele está demorando muito para decidir. Também poderia ser o Toninho, junto com o Rodrigo [Rollemberg] ou cada um separado – o que não vai ser bom.

PB: E o senhor, não sairia candidato.

CB: Não.

PB: De jeito nenhum?

 

CB: A gente nunca deve dizer "de jeito nenhum", porque é falta de respeito. Mas não está dentro do que eu acho que seria o melhor para o meu trabalho na política brasileira. Estou há 20 anos em uma campanha nacional pela federalização da educação, por uma revolução educacional. 
 
E a gente nota que as pessoas, agora, começam a falar nisso. Eu já fui governador. Já dei minha contribuição à cidade, de uma maneira muito intensa. 
 
Foram quatro anos, 24 horas por dia, sete dias por semana. Então, não acho que eu seja um nome que deva vir para o governo. E vou fazer tudo para que não seja eu.

PB: O senhor falou em uma possível aliança entre os partidos à esquerda dos candidatos mais prováveis. Sem essa união, PDT, PSB e PSol têm condições de vencer?

 

CB: É possível vencer, sim. Por isso existem dois turnos. No primeiro, você vota em quem pensa mais próximo de você; no segundo, em quem é menos distante. Então, é até bom quando existem muitos candidatos. Mas, a divisão das candidaturas no DF poderia trazer uma tragédia, que seriam Roriz e Arruda no segundo turno. Seria muito difícil, para Brasília, explicar isso para o restante do Brasil. Eu nem vou discutir se a Justiça permitirá ou não que eles sejam candidatos. Mas acho que eles precisam purgar, um pouco mais, a imagem que deixaram. A imagem de corrupção que Brasília passou para o restante do Brasil, por causa deles, exigiria que eles não fossem candidatos.
 

PB: Em relação ao Reguffe, ele adota uma postura meio independente, votando – às vezes – contra às determinações do partido. Como defender uma candidatura assim?

 

CB: O Reguffe sempre foi coerente com aquilo que ele defende. E eu sou a favor da coerência. Eu não confio é naquele político que diz uma coisa e, depois, vota diferente. Em todos os votos que o Reguffe deu – que não foram condizentes com o que o PDT defendia – ele foi coerente com o que ele (Reguffe) defendia. Acho que ninguém vai mudar menos que o Reguffe. Todo mundo sabe o que ele vem defendendo, há muitos anos, que é a questão da ética na política. Se, amanhã, ele não seguir as determinações do partido, será mais provável que o partido tenha mudado do que ele.

PB: Além do Reguffe, existe algum outro nome com potencial para despontar, a médio prazo, como uma liderança política no Distrito Federal?

 

CB: Tem muitos jovens com quem eu converso nas ruas, que têm vontade de fazer política. Rapazes e moças empolgados, já filiados a partidos políticos, que ainda não têm mandato, mas vão se destacar nos próximos anos. Nomes que ainda não são conhecidos, mas que ajudarão a renovar a política do DF. 
 

PB: Qual a sua opinião sobre a gestão do Agnelo?

 

CB: Eu apoiei firmemente a eleição do Agnelo, mas esperava um governo diferente. Esperava um governo mais social e não imaginava que a marca dele seria um estádio. Essa é a marca que ele decidiu deixar para Brasília. 
 
 
O Agnelo não fez questão de ficar com a marca do social, que é a marca que caracteriza um governo de esquerda, como eu fiquei. Eu fiquei com a marca da bolsa escola, da faixa de pedestre, da contratação de professores. Eu queria que, quando viesse a Copa, tivesse uma faixa bem grande no nosso aeroporto: "Você está entrando em um território livre de analfabetismo". Queria que essa fosse a marca do Agnelo.

PB: Outra marca que ele está deixando é a da crise da segurança..

 

“O Agnelo está errando na condução dessa crise [da segurança]. Tanto no comando quanto na maneira de conduzir o diálogo.” Cristovam Buarque
 
 
  CB: Infelizmente... E o Agnelo está errando na condução dessa crise. Tanto no comando quanto na maneira de conduzir o diálogo – que é o que eu chamo de "comandiálogo". O comando exige respeito à hierarquia. Uma coisa que eu me orgulho, no meu governo, é de ter colocado no comando da PM as pessoas da corporação, por ordem de antiguidade. 


Eu não escolhia a pessoa por nome. Tanto que um dos comandantes, na época do meu governo, era primo do Roriz. O Agnelo rompeu com essa hierarquia. Depois, ele deu um aumento de salário bom, mas só para os comandantes. Isso acirrou os ânimos. Então, a crise da segurança tem o fator salarial, mas tem o descontentamento moral da tropa. 


Além disso, o governador precisa perceber que segurança não pode ser um problema apenas da polícia. Segurança é uma questão de bom relacionamento dentro da sociedade, de educação. Às vezes, uma lâmpada elétrica em uma parada de ônibus resolve mais que o PM.

PB: E o que fazer para resolver o problema da segurança na cidade?

 

CB: Quando a gente tem um problema muito sério, tem de chamar toda a equipe para resolver. O Agnelo tinha de reunir todos os secretários do governo e dizer: o problema da segurança é de todos vocês. Não é só do secretário de segurança. O que vamos fazer para resolver? Secretário de educação, o que você vai fazer? Presidente da CEB, o que você vai fazer?

PB: Senador, as pessoas comparam o seu governo com o do Agnelo, dizendo que ambos foram governos do PT que não vão se reeleger. Quais são as semelhanças e as diferenças entre a sua candidatura à reeleição e a do Agnelo?

 

CB: Quando eu fui falar com o governador pelo problema da crise da polícia, a primeira coisa que eu disse foi: "Governador, eu cometi erros no meu governo e o pior deles foi não ter sabido lidar com a greve dos professores. Essa greve dos PMs pode ser a sua greve dos professores". Mas veja que eu perdi em uma época na qual o orçamento era menor, contra um candidato que vinha com a imagem forte, que era o Roriz. 

A situação do Agnelo é outra: ele tem um orçamento de mais de R$ 20 bilhões, somando os recursos do fundo constitucional. Além disso, os adversários mais prováveis do Agnelo, até o momento, estão com a imagem pública desgastada. Tanto o Arruda quanto o Roriz. No meu caso teve, ainda, a questão do debate do segundo turno. 


Eu tentei mostrar que o Roriz estava mentindo ao prometer aumento a todos os servidores públicos. E ele estava mesmo, tanto que não deu o aumento prometido, depois de eleito. Mas não era isso que as pessoas queriam ouvir. Ali, eu perdi voto. Não devia ter batido de frente. E tem mais uma coisa que mudou, a favor ao Agnelo. 
 


O eleitor de hoje já não é o mesmo. Eles não são mais fieis ao Roriz ou ao Arruda. Os pais eram, mas eles não são. Eles tendem a votar em quem fizer a melhor campanha.


A entrevista com Cristovam Buarque foi realizada pelos jornalistas Edson Crisóstomo, da revista Plano Brasília; Guaíra Flor e Tchérena Guimarães, do recém-lançado Portal Plano Brasília, e Yuri Achcar, da TV Record. O encontro ocorreu na terça-feira, 04 de fevereiro, no restaurante Santé, da 413 Norte.
 

No Brasil dos alienados, PT caminha para uma ditadura lenta e gradual

Sábado, 15 de Fevereiro de  2014  | Ano 17 nº 6251

23:12
Jorge Oliveira 
 
 
Publicado: 16 de fevereiro de 2014 às 0:06 - Atualizado às 0:08

havana 02 

Varadero, Cuba – É difícil prever o destino de Cuba com as mortes de Fidel Castro e do seu irmão Raul, que atravessam décadas no poder. Não se conhecem nomes para substituí-los fora ou dentro do birô do Partido Comunista. 

A oposição, silenciosa, não se manifesta por temer represálias em um país onde tudo é controlado pelo estado e os que teimam em contrariar o regime são presos. Em contrapartida, o Brasil acelerou a sua aliança com o governo cubano. Deixou de ser um mero espectador do sistema para se transformar em parceiro comercial de primeira hora desde o primeiro mandato e Lula em 2002. Não se conhece, porém, o total dos investimentos do Brasil na Ilha. O dinheiro que sai do BNDES chega aqui com o carimbo de sigiloso. Sabe-se, no entanto, que só no governo da Dilma foi despejado no país quase 2 bilhões de dólares.

A amizade de Lula com os Castro vem da época da sua militância sindical no ABC paulista. Em 1984, em um encontro de sindicalistas, presenciei quanta admiração o presidente cubano nutria pelo ex-líder sindical, a quem recebia para longas conversas reservadas. 

Não à toa, a notícia de que o PT teria recebido de Fidel milhares de dólares para a campanha de Lula nunca foi contestada pelo partido. Agora, no poder há doze anos, o governo petista retribui como pode os favores dos Castro numa parceria que deve se prolongar enquanto a ditadura existir. Essa ajuda generosa tem recebido críticas severas no Brasil. E a acusação aos petistas é de estarem financiando com dinheiro público um governo que oprime o povo, cerceia a liberdade de expressão e prende seus opositores. A identidade petista com os Castro é mais do que comercial, é também afetiva: a estrela vermelha do PT parece arrancada da bandeira nacional de Cuba.

O governo do PT não financia apenas o regime fechado de Cuba. O BNDES – que esconde os empréstimos estrangeiros – também abriu seus cofres às ditaduras africanas sob a alegação de que o Brasil precisa abrir mercado em países coirmãos, especialmente com os mais pobres. Pretexto falso e enganador. As relações comerciais do Brasil com esses países da África são insignificantes. Além disso, são nações chefiadas por ditadores sanguinários que se perpetuam no poder há décadas. Desses países, o Brasil, um país também carente em infraestrutura, só tem levado calote, quando não perdoa as dívidas por decisões palacianas isoladas.

Os agrados a essas ditaduras não têm uma contrapartida como a de exigir, por exemplo, a libertação de presos políticos e a liberdade de opinião. Ao contrário. Em uma das visitas que fez à Cuba antes de deixar o governo, Lula deu uma demonstração cabal de como torce o nariz para essas questões que o PT até então tinha como bandeira de luta.  

No momento em que era recebido pelos irmãos Castro, um preso político morria em consequência de uma greve de fome. Cobrado, Lula saiu-se com essa pérola: “Como seria no Brasil se todo preso fizesse greve de fome nos presídios?”. Ali, com aquela frase banal,  fútil, Lula mostrava como o poder o cegara, como o poder o transformara em um político autoritário, desprovido de sentimentos humanístico e de solidariedade.

Ao se negar a conversar com os Castro sobre os presos políticos, como tem feito outros chefes de estados, tanto Lula como Dilma se identificam com a personalidade autoritária desses dirigentes latinos, manipuladores do processo eleitoral

Os petistas querem transformar o Brasil numa ditadura branca quando usam todas as armas para permanecer encastelados no poder. Como estratégia, aparelham o estado e apontam seus fuzis para os opositores acusando-os do fim do Bolsa Família, o programa social-eleitoreiro que abastece os miseráveis. O ensaio autoritário do controle da mídia visava sangrar a democracia e atentar contra à Constituição.

Dessa forma, os petistas vestem a armadura do autoritarismo, da arrogância e do desprezo à opinião pública. Apenas as eleições não são sinônimos de democracia. Elas existem também em Cuba, na Bolívia, na Venezuela e no Equador. Portanto, nunca esteve tão viva a expressão de Lord Acton de que “o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente.”

Infelizmente, pelo que se pode ver, ditadores africanos, caribenhos e latinos no fundo, no fundo são farinha do mesmo saco: gostam e se alimentam  do poder.

A bondade dos assassinos - GUILHERME FIUZA

sábado, fevereiro 15, 2014




O GLOBO - 15/02

País começou a matar Santiago ao ficar na dúvida sobre o que fazer diante dos boçais mascarados e seus chiliques medievais



O Brasil bonzinho assassinou o cinegrafista Santiago Andrade. Não foi outro o criminoso. Quem matou Santiago foi esse Brasil envernizado de bondade e infernizado de hipocrisia. Nenhum débil mental mascarado poderia ter matado Santiago sem a cumplicidade desse monstro.

A herança maldita da Primavera Burra foi apontada exaustivamente neste espaço. Os bem-pensantes e os demagogos — hoje praticamente indiscerníveis — continuaram matraqueando que os políticos precisavam ouvir “o recado das ruas”. Mentira. Não houve recado nenhum. Não há uma mísera mensagem aproveitável daquele carnaval cívico, onde multidões exuberantes marcharam contra tudo e contra nada — na mais patética perda de oportunidade política na era do Império do Oprimido.

É claro que esse heroísmo imaginário das passeatas não poderia acabar bem. Qualquer bando de almas penadas que fechava uma rua podia ser aplaudido pela sociedade engarrafada. “Desculpem o transtorno, estamos mudando o Brasil”, diziam os revolucionários de videogame. Mudando o Brasil para onde? Para o Afeganistão?

Ninguém perguntou. E a natureza não perdoa: onde não há luz, há treva. Rapidamente, o espaço sacralizado da revolução sem cabeça foi tomado pelo obscurantismo. E o Brasil começou a matar Santiago Andrade quando se permitiu ficar na dúvida sobre o que fazer diante dos boçais mascarados e seus chiliques medievais. Ou melhor: a parte mais bondosa e solidária desse Brasil não ficou na dúvida. Criou um movimento pela libertação dos detidos nas arruaças, black blocs e idiotas associados.

Deputados bonzinhos, intelectuais do bem e artistas antenados gritaram — alto — pela liberdade dos presos em manifestações. Não há artefato mais letal do que a bondade prenhe de ignorância e flacidez moral. E os comandantes da segurança pública, intoxicados pelo arrastão populista, passaram a declarar que “a polícia não está preparada para esse novo tipo de manifestação”. Um escárnio. A barbárie nunca foi tratada com tanto carinho.

Ora, o que se faz com criminosos que saem pelas ruas destruindo o patrimônio público e privado, sitiando cidadãos e atentando contra a sua integridade física? Prende-se. Depois processa-se, julga-se e condena-se. Com as leis que estão aí, com o aparato judicial e policial que está aí, sem um segundo de conversa fiada sobre novos tempos e nova boçalidade. Esse Brasil progressista que matou Santiago se permitiu hesitar diante da afronta ao estado de direito. Confundiu atentado com protesto, e resolveu (embora jamais vá confessar isso) relativizar a violência. Assassino.

Os criminosos que explodiram o crânio do cinegrafista foram identificados sem dificuldade, e estão presos. Mas eles mesmos e seus coleguinhas de terror se cansaram de protagonizar atos igualmente letais, fartamente filmados e fotografados — e puderam voltar tranquilamente para o Facebook e combinar o próximo programinha. Isso porque a sociedade civilizada cismou que não sabe combater “esse novo tipo de manifestação”. A mãe do sujeito que disparou contra Santiago, assustada, não sabia que tinha um criminoso em casa. O Brasil escondeu isso dela.

Quem se meteu a investigar os computadores dos covardes mascarados, chegando a deter alguns dos articuladores desse câncer, foi bombardeado pelos progressistas nas redes sociais. E lá ia o Brasil discutir se pode ou não pode condenar os facínoras ideológicos, deixando as mamães sem uma notícia decente de quem eram os seus pimpolhos homicidas.

Brasil, explique isso agora aos filhos de Santiago.

Não, ninguém vai explicar nada. Já estão chovendo teorias sobre o que é terrorismo, o que é black bloc, que reformas devem ser propostas ao Congresso Nacional (só rindo). Daqui a pouco o irrevogável Mercadante propõe um “plebiscito popular”, e o país volta tranquilamente à sua letargia assassina. Por falar em assassinato, os diplomatas do MST deixaram dez policiais gravemente feridos em Brasília. O Brasil está esperando um deles morrer para se horrorizar.

E o que aconteceu com os agressores? Foram recebidos em seguida por Dilma Rousseff no palácio, para um bate-papo de uma hora sobre reforma agrária. O que você está esperando para pegar sua borduna e ir atrás do que é seu?

Mas vá logo, porque o que é seu está sendo devorado rapidamente pelos amigos do povo — esses que a Primavera Burra não viu. Santiago morreu cobrindo um suposto protesto contra aumento das passagens de ônibus, e não se viu um único revolucionário ninja apontando sua revolta contra a usina de inflação do governo popular S.A. E Dilma pode ir ao aniversário do PT apoiar os mensaleiros presos — numa boa, sem nem um herói das ruas para vaiá-la na saída.

Santiago não teve sorte. Quem tem sorte no país dele é Delúbio Soares, que arrecada pela internet R$ 1 milhão em uma semana — livre de impostos e de covardes mascarados.




"Enventário", "feixaremos", "estacioni" e "conzinhas" são alguns erros flagrados em placas do DF


PM rebate ministro que culpou a corporação pelo tumulto no protesto do MST

Segundo o ministro, uma informação errada desencadeou o confronto que deixou cerca de 40 pessoas feridas na última quarta-feira (12/2)


Michelle Macedo
Publicação: 15/02/2014 16:40 Correio Braziliense

 (Ueslei Marcelino/Reuters)


A Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (Asof) divulgou uma nota em resposta as declarações do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que responsabilizou a Polícia Militar pelo tumulto em frente ao Palácio do Planalto na manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), nesta semana. 


De acordo com a Asof, a corporação tem “a missão de proteger o cidadão e o patrimônio público”.

 
Segundo o ministro, uma informação errada desencadeou o confronto que deixou cerca de 40 pessoas feridas, a maioria policiais. A associação declarou que os procedimentos utilizados durante o confronto são os mesmo em eventos similares.

Leia trechos da nota

 
O objetivo dos Policiais Militares foi, inclusive, o de proteger o Palácio do Planalto, local onde o ministro trabalha, garantindo a sua própria segurança.

A Associação também ressalta que as declarações do ministro causam estranheza. Pois, quando falta polícia, todos reclamam. Quando a polícia está no local para garantir a ordem pública, conforme prevê a Constituição, é acusada de atrapalhar. 



Afinal, qual a atitude que a Polícia deve tomar? Deixar de cumprir a lei e permitir que a segurança do cidadão seja comprometida? Deixar que o patrimônio público seja dilapidado?

Neste debate, a Asof também gostaria de questionar se o MST informou aos órgãos competentes que faria uma manifestação no local. E caso positivo, gostaria de saber se os órgãos estão de acordo com o prejuízo causado à população de Brasília, especialmente no que se refere às complicações no trânsito durante a manifestação.  


Se a intenção dos manifestantes fosse pacífica, dentro da lei e da ordem, não ocorreria o confronto e muito menos haveria feridos.

“Partidos que levam as bandeiras são os que pagam”



Em depoimento prestado a policiais da 17ª DP (São Cristóvão), Caio Silva de Souza disse que “os partidos que levam bandeira [nos protestos] são os mesmos que pagam os manifestantes”; ele associou a informação a “bandeiras do PSol, PSTU e Fip (Frente Independente Popular)”; jovem que matou cinegrafista Santiago responsabilizou ainda o tatuador Fábio Raposo, que o teria incentivado a acender o rojão, e envolveu a ativista Sininho na organização dos protestos; “Não acho que ela seja líder, mas manipula a forma como a manifestação vai acontecer”, declarou.


No depoimento que prestou aos policiais da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão), Caio Silva de Souza, preso pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, citou os partidos Psol e PSTU como alguns dos possíveis responsáveis por pagar manifestantes para promover atos de violência e vandalismo durante manifestações. A repórter Carolina Heringer, do jornal Extra, teve acesso ao depoimento.

Caio diz acreditar “que os partidos que levam bandeira [nas manifestações] são os mesmos que pagam os manifestantes”. O jovem de 22 anos informa ainda em seu depoimento já ter visto “bandeiras do PSol, PSTU e Fip (Frente Independente Popular), sendo esta um dos grupos que organiza reuniões plenárias”.

O jovem disse também que acredita que a ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, seja uma das organizadoras dos protestos. “Não acho que ela seja líder, mas manipula a forma como a manifestação vai acontecer”, disse. Segundo ele, Sininho chegou a repassar a um amigo, certa vez, um papel em que era registrada a contabilidade do dinheiro pago aos manifestantes.
  Depois do depoimento publicado pelo jornal Extra, o Jornal Hoje, da TV Globo, procurou respostas dos partidos. O Psol e a FIP não responderam, assim como a ativista Sininho. A resposta do PSTU segue abaixo:

“Sequer sabemos quem são os jovens presos acusados de lançarem o rojão que vitimou o cinegrafista Santiago. Esse jovens não fazem nem nunca fizeram parte da nossa organização. 

Nosso partido é mantido através da contribuição voluntária da nossa militância, nos orgulhamos disso e fazemos questão de reiterar essa prática política em nossos documentos, panfletos, artigos e notas. 

Exigimos que se explicite, apure e comprove o mais rápido possível quem financia e financiou esses jovens e quem financia e financiou quem defende o acusado e o delator. 

São acusações grave e que exige cobranças políticas e judiciais. Não compactuamos com as ações isolados nos atos e manifestações como já deixamos claro em diversas notas políticas em polêmicas públicas travadas com os black blocs”.


Ainda em seu depoimento, Caio de Souza responsabilizou o tatuador Fábio Raposo, preso antes dele por ter passado o rojão para Caio durante manifestação da quarta-feira 6, por ter acendido o artefato explosivo.

Ele contou que Fábio o atiçou para acender e disparar o rojão que atingiu Santiago na cabeça. “Solta, solta”, teria dito o tatuador a Caio. “Acende aí”, incentivou, ainda. Segundo Caio, ele teria apenas segurado o artefato e o colocado no chão, já aceso. Ele conta que chegou a pensar ser um sinalizador.

Caio contou que nem sempre pode participar de manifestações, porque trabalha, mas que já “teve a oportunidade de ver a chegada de até cinquenta quentinhas para alimentar os ativistas”. Ele disse também que algumas pessoas nas manifestações são responsáveis por distribuir pedras e apetrechos. Caio ser taxativo, diz acreditar “que os partidos que levam bandeira são os mesmos que pagam os manifestantes”.

Redação: ISTO É NOTÍCIA

  Fonte de Informação: jornal Extra

O governo e os sem-terra dão um exemplo do que não deve ser feito.

A marcha do MST em Brasília: ponto para a baderna


No momento em que se debate a violência nas manifestações, o governo e os sem-terra dão um exemplo do que não deve ser feito.

Foi-se o tempo em que o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) tinha como maior emblema grandes acampamentos com barracas de lona preta à beira das estradas nos rincões do país. Historicamente ligado ao PT, o movimento mudou de patamar após a chegada de Lula ao Planalto onze anos atrás. 

Por vias transversas, milhões de reais saem dos cofres públicos para abastecer as contas da organização, em operações financeiras tão intrincadas e heterodoxas que, de tempos em tempos, viram até caso de polícia. 

Foi assim no fim do ano passado, quando dirigentes de uma cooperativa ligada aos sem-terra foram presos acusados de desviar verbas federais que deveriam ser usadas para comprar alimentos para creches e hospitais. 

O caminho é sempre o mesmo: o dinheiro público não vai diretamente para o MST, para não chamar tanta atenção, mas segue, por meio de convênios diversos, para entidades controladas por integrantes do movimento. As cifras chegam à casa dos milhões. Tamanho privilégio, porém, não garante a satisfação dos sem-terra. Eles querem mais, embora não se saiba exatamente o quê. 

Na quarta-feira passada, durante uma passeata que reuniu 15 000 militantes do movimento em Brasília, os sem-terra tentaram avançar sobre o Palácio do Planalto. Policiais militares foram atacados com paus, martelos e pedras. No confronto, trinta PMs e doze sem-terra ficaram feridos.

 Avisada um pouco antes, a presidente Dilma Rousseff transferiu seus compromissos para o Palácio da Alvorada. Curiosamente, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o governo federal que os financia. 

Um aparente paradoxo, mas é só impressão. Ao PT interessa manter a massa companheira mobilizada. Não custa lembrar que, no auge do mensalão, quando sentiu que seu mandato poderia estar em risco, o ex-presidente Lula ameaçou recorrer à força das ruas para se segurar no poder – e o MST era uma de suas escoras. 

Talvez essa conjugação de interesses explique a reação do governo à baderna dos s­­em-terra. No momento em que o país discute como conter a violência nos protestos de rua, havia uma chance de mostrar que a brutalidade não é o melhor caminho. 

Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. 

O ministro da Secr­etaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho (aquele que teve assessores presos nos protestos de junho do ano passado), foi ao encontro dos sem-terra. E ainda os colocou, no dia seguinte, frente a frente com a presidente Dilma Rousseff. Ponto para a baderna.

Redação: ISTO É NOTÍCIA

Sobre um ex-presidente que usa jatinhos de investigados.

15/02/2014
às 18:30 \ Opinião

Reynaldo-BH: Lula desfruta do jatinho emprestado pelo amigo Walfrido dos Mares Guia, operador do valerioduto mineiro

REYNALDO ROCHA

Lula esteve em BH. Agora para lançar a candidatura de Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais.

Lula não veio em avião de carreira. É demais para ele enfrentar os 60 minutos de voo. Preferiu um Citation de um empresário amigo: Walfrido dos Mares Guia. Ex-ministro e operador do valerioduto que o PT usa como prova de “somos todos iguais”. Ex-ministro de Lula, ainda é o amigo que disponibiliza jatinhos para o ex-chefe. Ou atual?


É esta a acusação que se faz ao PSDB? É isto que os lulopetistas histéricos vociferam nas redes socais?

A partir de agora, qualquer acusação a Eduardo Azeredo et caterva deve ser dirigida a Lula. Afinal, o ex-ministro e sempre amigo não foi inocentado. Foi salvo pela prescrição da pena, antecipada por ter completado 70 anos de idade.

Lula não só confiou nele para ser ministro como pede que lhe empreste jatos. O PT ainda tem alguma moral para acusar alguém do PSDB por “malfeitos”? Lula é a prova maior de todos os acusados que buscam livrar-se do castigo que merecem.

Alguém imagina, por exemplo, Aécio Neves pegando carona no jatinho de José Dirceu?

Fernando Pimentel fez discursos tão vazios como interior de balão de gás. Mas nada disse sobre o que interessa: os contratos de consultoria que prestou (?) a fábricas de refrigerantes que foram à falência e associações de classe, sem apresentar um só contrato.

O lançamento da candidatura de Pimentel foi uma festa de adolescentes sem moral, decência ou maturidade, abrilhantada por um ex-presidente que usa jatinhos de investigados.

Mais uma festa animada pelos que sonham com o retorno a cargos públicos. Sei os nomes de todos. E prometo listá-los se for necessário.

É esperar para ver.

Não vamos entregar Minas Gerais impunemente às mãos de calhordas. Alguns estão envolvidos em processos no TCU. Outros enriqueceram em poucos anos.

Quem viver, verá.

O vexame do Mais Médicos



Terezinha Nunes  Blog do Ricardo Noblat


Escravidão branca, desrespeito aos direitos internacionais dos trabalhadores e outras denominações idênticas marcaram as críticas iniciais ao programa Mais Médicos do Governo Federal destinado a trazer, principalmente, de Cuba para o Brasil profissionais médicos que se propusessem a morar nas mais longínquas comunidades ou nas periferias dos centros urbanos para atender às pessoas mais pobres.

Em um país onde o bolsa família tem garantido sucessivas vitórias ao PT, cuidou-se de blindar o Mais Médicos para que ele pudesse se transformar em nova mina de votos para a presidente Dilma agora que a economia declina, a inflação cresce e a população vai às ruas clamar pelos seus direitos nas mais variadas áreas.

De carona no programa, o ex-ministro da saúde Alexandre Padilha sonhou, e ainda sonha, em ser governador de São Paulo onde o bolsa família não é suficiente para dar vitórias ao PT, há décadas. 

Quem sabe, deve ter pensado Padilha, – agora em campanha – os médicos cubanos consigam quebrar a resistência paulista aos petistas dos mais variados costados. O próprio Lula nunca venceu eleição majoritária no estado.

Há quinze dias, porém, como um castelo de cartas, o mosaico do programa começou a se desfazer aos olhos nacionais e internacionais.

O que muitos brasileiros mais atentos já sabiam foi desvendado ao público externo quando a médica cubana Ramona Rodriguez, protegida em Brasília por parlamentares da oposição, denunciou que estava abandonando o programa e pedindo asilo porque havia sido enganada.

Disse na TV, para quem quisesse ouvir, que só depois que chegou ao Brasil soube que o governo brasileiro estava pagando a Cuba, via Organização Panamericana de Saúde, R$ 10 mil por mês por cada médico cubano aqui desembarcado, e eles, os médicos, recebiam míseros R$ 1 mil e mais uma pequena ajuda para familiares deixados nos seu país de origem.

O PT tentou descredenciar Ramona acusando-a até de ter usado o Mais Médicos para migrar para os Estados Unidos e encontrar um namorado que para lá já seguira.

Não houve jeito. O estrago já estava feito. De imediato começaram a pipocar de norte a sul do país histórias capazes de derrubar governos em países mais sérios. Médicos cubanos, no anonimato ou às claras, como fizeram alguns que estão em Pernambuco, vieram a público dizer que não estavam aguentando viver no Brasil com tão pouco dinheiro, que não sabiam que o custo de vida aqui era tão alto e até que eram acompanhados por olheiros aos quais tinham que prestar contas do que faziam ou para onde iam.

O que é isso senão escravidão?

Uma investigação mais acurada comprovou quem mais de 80 médicos já saíram do programa – não só cubanos, diga-se de passagem – e que já tem cubano, que veio para o Brasil, asilado nos Estados Unidos sem que o Governo Brasileiro tenha, ao que se saiba, tomado conhecimento antecipado disso. 
Um vexame sem fim.

Claro que é bom que médicos estrangeiros qualificados venham para nosso país suprir nossa crônica falta de profissionais dessa categoria mas a este custo é difícil que uma pessoa de sã consciência venha a concordar.

A continuar como está não vai demorar e vamos acabar em tribunais internacionais acusados de escravizar cubanos em pleno século 21. Um horror.

Terezinha Nunes, deputada estadual pelo PSDB.

Embrapa ensina práticas agroecológicas de produção


  • 15/02/2014 14h21
  • Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
 
O Núcleo de Pesquisa e Treinamento de Agricultores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) promove nos próximos dias 18 e 19, em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro,  um curso que pretende  ensinar aos pequenos produtores princípios e práticas agroecológicas em ambientes de montanha.

O objetivo é mostrar que não se produz nas montanhas da mesma forma como em ambientes planos. “É fundamental  ampliar a percepção sobre isso”, explicou a bióloga Adriana Maria de Aquino, da Embrapa Agrobiologia, uma das coordenadoras do curso.

Ela destacou que a agroecologia é uma ferramenta que trata a unidade produtiva como um todo. Daí a decisão da unidade da Embrapa, sediada no Rio de Janeiro, de trazer os conceitos e princípios da agroecologia “para pensar no redesenho da propriedade como uma paisagem”, disse Adriana, "porque aí cada unidade produtiva vai desenvolver a sua  forma de fazer agricultura de maneira local”.

O importante, segundo a pesquisadora, é saber os princípios que são voltados à ecologia e aos processos naturais.  “Por isso, eles têm que ter um olhar local. Esse diálogo com a agricultura é fundamental”.

Adriana acredita que a agricultura feita de maneira sustentável pode resultar em produtos com mais oportunidades de mercado para os agricultores locais.  A ideia, segundo ela, é trazer uma percepção diferente no processo de produção, para que o produtor tenha um produto diferenciado e alcance também um mercado diferenciado.

A bióloga acrescentou que um produto oriundo  de uma prática agroecológica tem hoje, por exemplo, no programa governamental da merenda escolar, um acréscimo considerável na hora de comercializar. “Ele tem um x a mais. Alguns mercados hoje reconhecem como um valor a mais.”

A adoção de práticas sustentáveis nas regiões de serra, de elevada declividade, é considerada importante pela bióloga, uma vez que se trata de ecossistemas frágeis devido à própria formação dos solos, que são rasos e estão sujeitos a várias ameaças, entre as quais as queimadas, a erosão e o desmatamento.

 “São solos  que se não forem bem manejados acabam perdendo terra, que é um patrimônio”. Ela explicou que no modelo de agricultura tradicional, esses solos são ameaçados por fatores ambientais e pela perda de produtividade ao longo dos anos.

Nos dois primeiros dias do curso, serão dadas noções teóricas de agroecologia. Os nove módulos seguintes, que ocorrerão até o final do ano, serão todos práticos, totalizando 76 horas de aula.
Face à grande demanda que está recebendo, a Embrapa Agrobiologia já começou a estudar a possibilidade de levar o curso para outras localidades do estado. 

“A gente pretende fazer isso de modo contínuo, ampliando o número de conhecimentos”. O primeiro módulo será no Centro Administrativo de Nova Friburgo.

O curso é organizado pela Embrapa Agrobiologia, Embrapa Solos e Embrapa Agroindústria de Alimentos, em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura de Nova Friburgo e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio). 

As inscrições para o primeiro módulo teórico já foram encerradas, mas as inscrições para os módulos práticos ainda podem ser feitas pelo telefone (22) 2525-9208.

Comeu pagou .Boquinha livre no Congresso agora é cobrada pelo Senac

Publicado: 15 de fevereiro de 2014 às 17:26 - Atualizado às 17:29   Diario do Poder
Congresso Nacional 

Desde que o Senac começou a capitalizar a “boquinha” dos parlamentares no Congresso, os parlamentares tem experimentado uma situação diferente: pegar dinheiro emprestado com os assessores para pagar o lanchinho. 

A lanchonete ainda oferece, como cortesia, café, água sem gás, biscoito de maisena e cream cracker. Realidade muito a quem dos banquetes oferecidos gratuitamente nas reuniões dos senadores.

Só em 2013, quando o lanche ainda era gratuíto, o Congresso Nacional desembolsou R$ 200 mil com o cafezinho legislativo. Alguns garçons que servem o Senado já penduraram a bandeja, foram remanejados para exercer atividades administrativas. O salário, entre R$ 7 mil e R$ 14 mil, continua o mesmo.

Na tabela da lanchonete, um pão de queijo sai por R$ 1,50; um sanduíche de mortadela ou uma quiche custa R$ 10. Os parlamentares não sabem a sorte que tem. Os lanchinhos para o cidadão comum, feito nos aeroportos não custam essa pechincha. 

No aeroporto de Rio Branco, por exemplo, o cafezinho custa a bagatela de R$ 4,50. No aeroporto Senador Petrônio Portella, em Teresina, o pão de queijo chega a R$ 3,80. A água, oferecida gratuitamente no Congresso, é vendida a R$ 4,00 (500ml) no Aeroporto Internacional de Brasília. 

Reclamam ou não de barriga cheia?

Contribuintes bancam verdadeiras farras aos parlamentares

R$ 41 mil em restaurante 
Congressistas gastam sem dó, na certeza que serão reembolsados
Publicado: 15 de fevereiro de 2014 às 12:00 - Diário do Poder
plenario congresso 

Os parlamentares brasileiros têm a sua disposição quantias mensais que vão de R$ 21 mil a R$ 44 mil, variando de acordo com Estado de origem. A verba é usada para custear aluguel de carros, gasolina, telefone, alimentação, entre outros. Valores e benefícios indisponíveis a qualquer trabalhador comum.

Um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo mostra verdadeiras farras com o dinheiro do contribuinte. 

Só no ano passado, o Senado Federal desembolsou R$ 23 milhões para ressarcir as regalias dos congressistas.

O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) diz ter gasto quase R$ 200 mil para manter seu website, o preço de mercado deste serviço gira entorno de R$ 10 mil. O deputado Rogéirio Peninha Mendonça (PMDB-SC) gastou com alimentação R$ 41 mil, uma média diária de R$ 160 por dia útil de trabalho. Peninha apresentou quatro notas fiscais, de numeração sequencial e emitidas no mesmo dia, no valor de R$ 252,20 cada.

 Durante as férias do deputado, o Congresso embolsou Peninha em R$ 191 por uma comilança no Restaurante Ilha de Pirão, um beira-mar de Porto Belo, conhecido como capital catarinense dos transatlânticos.

Outros gastos difíceis de engolir aparecem no levantamento. Paulo César Quartiero (DEM-RR) gastou R$ 10 mil em assinatura de publicações. A Câmara oferece, gratuitamente, a assinatura de quatro jornais e uma revista à escolha do parlamentar. Júnior Coimbra (PMDB-TO) não hesitou em gastar R$ 292 mil para divulgar seus trabalhos legislativos.

Já o falante Reginaldo Lopes (PT-MG) é um cliente de ouro para as empresas de telefonia. Somente no mês de agosto o petista pediu reembolso de R$ 19,8 mil. O parlamentar gasta uma média de R$ 11 mil por mês com telefone. Ao longo de 2013, os cofres públicos pagaram R$ 132 mil para custear as ligações de Lopes.

Os parlamentares não parecem preocupados em economizar o dinheiro dos brasileiros, Jair Bolsonaro (PP-RJ) gastou R$ 149 mil com serviços postais.

 Átila Lins (PSD-AM) torrou R$ 197 mil para viajar de Brasília ao Amazonas. Vinícius Gurgel (PR-AP) gastou em aluguel de carros cerca de R$ 190 mil. Já o deputado Nelson Meures (PP-PR) não se importou em pagar R$ 79 mil em diárias por um quarto em um hotel três estrelas no centro de Curitiba. 

A média da diária paga pelo deputado é de R$ 310, no site do hotel, o preço do quarto simples é de R$ 160.

Lula aproveita evento em Minas para atacar Aécio Neves

Diário do Poder
Evento marcou candidatura de Fernando Pimentel ao governo do estado
Publicado: 15 de fevereiro de 2014 às 15:13
min fernando pimentel 

O ex-presidente Lula está a todo vapor para as eleições de 2014. 

Ontem (14) aproveitou sua ida à Minas Gerais para lançar Fernando Pimentel (PT), ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, como candidato do partido para concorrer ao governo do estado e garantir a presença do PMDB na chapa.

A cerimônia foi realizada no hotel Ouro Minas, na região nordeste de Belo Horizonte, e contou com a presença de lideranças petistas da região. A reunião foi marcada por críticas à gestão do ex-governador Aécio Neves (PSDB).“Vim mais a Minas do que o senador e presidenciável, Aécio Neves (PSDB)”, de acordo com o ex-presidente, os investimentos feitos em Minas “são do governo federal”.

O deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB) seguiu a linha do ataque, “vivemos duas Minas, senhor ex-presidente, uma é a da propaganda, onde o Estado parece um paraíso, a outra é bem mais dura, que é a Minas real”, declarou.

A chapa mineira deve ser composta por Fernando Pimentel, candidato ao governo, e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB), como vice. 

 Lula se comprometeu a acompanhar Pimentel nas viagens que sua caravana fará a 27 cidades mineiras.

Barraco em Brasília, Suplicy responde a Gilmar Mendes

Tréplica 
Senador manda ofício-resposta a Gilmar Mendes
Publicado: 15 de fevereiro de 2014 às 16:17 -Diário do Poder
min gilmar mendes 

A discussão entre o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes acaba de ganhar mais um capítulo. 

O petista, que está em Teerã, resolveu enviar uma carta respondendo as sugestões feitas por Mendes. O magistrado sugeriu que Suplicy organizasse uma “vaquinha“ para pagar o que foi roubado do erário no esquema do mensalão.

Segundo a carta do parlamentar, caberia ao ministro “maior reserva” aos comentários feitos sobre a situação política brasileira. 

Suplicy ainda afirma que os questionamentos levantados por Mendes não são bons para o Supremo na Organização dos Poderes da República.

Veja a carta na íntegra:

Ofício n.º 00113/2014 Teerã, 15 de fevereiro de 2014.

Senhor Ministro Gilmar Mendes,


Tendo em vista a correspondência de V. Exa. datada de 12 de fevereiro de 2014, devo externar que não tenho dúvidas de que, como cidadão, tem todo o direito de se expressar sobre essa ou aquela situação da vida política de nosso país. 

Porém, como juiz da causa que condenou os acusados, caberia a V. Exa. maior reserva.

Quando V. Exa. questiona, sem qualquer prova material, a regularidade das doações a José Genoino, Delúbio Soares, José Dirceu, e João Paulo Cunha, passa-me o sentimento de que não julgou com base exclusivamente na razão. 

Isso não é bom para o papel que o Supremo Tribunal Federal(STF) desempenha na Organização dos Poderes da República.

Até onde tenho conhecimento, as famílias dos quatro membros do Partido dos Trabalhadores é que tiveram a iniciativa de fazer a campanha para arrecadar fundos e pagar as multas condenatórias. Não vejo ilegitimidade ou ilegalidade nessa conduta.

E foi isso que me motivou a escrever a V. Exa. – a surpresa de tomar conhecimento de um comentário público, questionando doações sem qualquer fundamento probatório que o amparasse.

E tudo isso, considerando ainda que o julgamento da Ação Penal 470 não está concluído no STF, pois encontra-se em curso a análise dos embargos infringentes.

 Noto que V. Exa. não se referiu ao que considero da maior importância em minha carta, qual seja, as decisões que nós do PT e de todos os demais Partidos devemos tomar para prevenir e evitar os procedimentos que foram objeto da Ação Penal 470. 

Eis porque tenho me empenhado para que venhamos todos, nas campanhas eleitorais, assumir o compromisso de não utilizarmos recursos não contabilizados, de proibirmos as contribuições de pessoas jurídicas, de limitarmos a uma soma módica as contribuições de pessoas físicas e, de exigirmos, durante a campanha eleitoral, a transparência em tempo real, ou nas datas de 15 de agosto, 15 de setembro e ultimo sábado que antecede o domingo das eleições, com o registro na página eletrônica de cada partido, coligação e candidato, de todas as contribuições recebidas. 

Desta forma, os eleitores terão conhecimento dos doadores e poderão comparar as contribuições feitas com os gastos efetivamente realizados em cada campanha.

V. Exa., que acaba de assumir como ministro efetivo do Tribunal Superior Eleitoral, poderia, pela posição que ocupa, incentivar os formadores de opinião da sociedade no que diz respeito à efetivação desses anseios como normas que têm sido apoiadas pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, pela OAB e muitas outras entidades da sociedades civil.

Atenciosamente,

Senador EDUARDO MATARAZZO SUPLICY


 

Brasília tem preços surreais

T   KAMILA FARIAS
kneves@jornaldacomunidade.com.br  Redação Jornal da Comunidade 

Muita gente precisa almoçar fora e muitos gostam de um jantarzinho em um estabelecimento legal. Sair para comer é um hábito de muita gente, mas já está pesando no bolso. 

O problema não está só aí, as compras em supermercados também estão bem salgadas. Brasilienses já não suportam mais pagar caro e estão se manifestando. 

Um exemplo é a página Brasília $urreal, no Facebook, que abre espaço para os consumidores publicarem insatisfações com preços e indicarem locais com preços mais em conta.

A inflação dos alimentos, apesar de elevada, deu um refresco no fim de 2013, saiu de um patamar de 13% em 12 meses no começo de 2013 para cerca de 8% em novembro. No entanto, os preços continuam em cima. 


Na página do Brasília $urreal é possível ver a publicação de uma romã custando R$ 12, um saco de orégano por R$ 20 e uma salada por R$ 33.

De acordo com um dos fundadores da página, Luis Alberto Agra, a ideia surgiu no fim do ano passado, quando estava no Rio de Janeiro, e sentiu os altos preços por lá e o início do movimento. 


“Passei o verão no Rio e fui vítima de preços altos. Vi muitas pessoas insatisfeitas e iniciando o movimento, então tive a ideia de trazer para Brasília, pois a realidade não é diferente”, conta. Segundo ele, o movimento começou no Rio de Janeiro, chegou a Brasília e Belo Horizonte e está se espalhando pelo Brasil.

Aceitação rápida

 
A página foi criada no dia 21 de janeiro e a aceitação foi instantânea. Já são 32 mil curtidas e publicações a cada minuto


A página foi criada juntamente com o amigo Christian Dantas. “A gente já esperava essa aceitação tão rápida, pois a alta do preço é geral, todo mundo está sentindo. 

Com isso, percebemos que o papel da página tem sido cumprido, pois a nossa ideia é promover o consumo consciente e boicotar quem cobrar caro”, explica.

A página tem várias campanhas no ar, como o dinheiro, que quem quiser pode imprimir um dinheirinho falso e anotar nele um recado para o dono do estabelecimento que cobra caro demais. 


Tem o “Desafio Se Vira nos 30...Reais” e a “Farofinha Básica Em Qualquer Lugar’. “Temos várias campanhas e além das reclamações dos preços, muita gente tem indicado locais com preços bons”, comenta.

Para Luis Alberto Agra, esse é o melhor caminho já que as pessoas têm consumido mais, têm tido melhores condições de renda. 


“O consumo é muito grande e os eventos que estão vindo para cá estão aumentando ainda mais os preços, o que não inibia das pessoas comprarem. 

A inflação não é a única culpada desse preço surreal, é muita coisa envolvida. As pessoas estavam comprando sem querer nem saber do preço, mas agora estão vendo que a situação está complicada e estão chiando”, conta.

Até para fazer as compras do mês, a caneta e o papel devem entrar em ação. As contas são fundamentais neste momento de valores alto. O jornalista Marcos Machado diz que o preço de tudo subiu, e muito. “Eu sempre cuidei das compras de casa e levei um susto na semana passada quando fui ao mercado. Essa história de inflação mensal abaixo de um dígito é conversa fiada”, diz.

O preço alto também é possível identificar se você vai fazer uma festa. A bibliotecária Ana Karina Fraga fará uma festa de aniversário e diz que pesquisou bastante para o valor não pesar muito no seu orçamento e que mesmo assim, apesar das analises, o valor ainda ficou um pouco salgado. 


Vou fazer um churrasco para umas 30 pessoas e deu quase R$ 2 mil. Tudo saiu bem caro, os valores dos convites, o aluguel do clube, a banda, as carnes, nada é em conta mais”, comenta.

No entanto, ela disse que optou pela empresa contratada devido à comodidade, que decidiu pagar um pouco mais e evitar possíveis problemas.

Preços estão justos

 
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Brasília (Siab), Paulo Sérgio Dias Lopes, o aumento do preço não é só na alimentação, é uma questão geral, é inflacionária. “No caso da alimentação, existem produtos que dependem de matéria-prima e isso tem muita burocracia. Por exemplo, no caso do pão, o trigo depende de entressafra, de exportação”.


Ele ainda diz que o valor final do produto também depende da mão de obra, que se for especializada é mais cara, de impostos, de gastos, do local onde o estabelecimento se encontra e diversos outros fatores. 


Para a gente que vende não é interessante aumentar o preço, mas temos que repassar o que nos passam. Mas são muitos fatores que influenciam, até mesmo a localização. Na Asa Norte, por exemplo, o preço é maior que em uma cidade-satélite”, diz.