sexta-feira, 28 de março de 2014

As cinco etapas da morte do Park Way (ou de qualquer bairro exclusivamente residencial na atual conjuntura politica)



Embora eu não seja contra comercio tenho de admitir que, na atual conjuntura política em que vive o Brasil, o comercio será o fim do Park Way (ou de qualquer bairro exclusivamente residencial e de proteção ambiental) como ele é agora. Vejam só.

Os ambulantes da quadra 14 vão continuar existindo, uma vez que achar que comercio legalizado acaba com ambulante é um ledo engano.Provavelmente vão triplicar de numero uma vez que ambulante gosta de se instalar em áreas comercias onde o afluxo de clientes é maior.Basta verificar o numero de ambulantes que tem o Núcleo Bandeirante.

Primeira etapa: Devido ao tamanho do Park Way--- uma área comercial não será suficiente. Vão ser preciso varias. Varias áreas comerciais vão afetar o transito e vai aparecer o problema de estacionamento e de congestionamento das vias internas que são estreitas etc...As ruas serão alargadas para facilitar o transito, as áreas verdes virarão asfalto e na 14 circularão ônibus e caminhões.O congestionamento na 14 vai piorar e muito.

Tem gente querendo colocar um comercio mais expandido na 14, na frente da Vila Cahuy. O resultado será o mesmo.Obviamente esse comércio expandido atrairá os moradores daquela Vila, bem como aquelas pessoas que circulam pela EPIA diariamente.Pessoas que pouco tem a ver com o perfil do morador do Park Way.

Segunda etapa- Para cuidar das lojas que vão ser implantadas, vai ser preciso contratar mão de obra assalariada. Essa mão de obra vai precisar de ônibus para se locomover e lugar para morar. Como os ônibus são escassos, provavelmente essa mão de obra vai querer morar no trabalho, isso é, nas lojas e vão surgir os puxadinhos... Quando essa mão de obra quiser trazer a família, vão surgir as invasões que, com toda a certeza, serão, depois de algum tempo, regularizadas pelo Governo. Caso seja aumentada a frota de ônibus, na maioria dos casos, os trabalhadores vão querer morar no emprego por ser mais conveniente e mais barato. As tarifas de ônibus estão caras e morar no emprego fica mais fácil e mais barato.

Terceira etapa. Essa mão de obra que será responsável pelas invasões e pelos puxadinhos vai trazer a família para morar no local de trabalho. Esse fato poderá aumentar o índice de criminalidade no Park WAY. E o aparecimento de flanelinhas e o aumento no numero de ambulantes.E moradores de rua, problemas esses que não temos agora.

Quarta etapa. Comerciante precisa de freguês para sobreviver. A baixa densidade demográfica do Park Way vai acarretar a mudança de destinação de inúmeras lojas. Por exemplo. A padaria simpática pode se transformar em boteco, ou em discoteca e os moradores daquela quadra que estavam satisfeitos por terem pão fresquinho do lado de casa vão ter de sofrer com a musica alta, o barulho, bêbedos brigando às 3 da manhã, lixo, carros estacionados na frente do portão de casa. E a desvalorização dos seus lotes residenciais.

Quinta etapa. Comerciante precisa de freguês e gostaria de aumentar a densidade demográfica do Park Way. É claro que o aumento populacional irá agravar o problema de água, de transito, de estacionamento no Park Way. Mas comerciante não está preocupado com o conforto dos moradores e, sim, com o lucro que puder obter. A TERRACAP vai ficar feliz com a possibilidade de poder finalmente lotear as áreas verdes.

E comerciante vota e participa energicamente das conferencias e audiências publicas sobretudo daquelas com o objetivo de modificar a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Na próxima Audiência Publica para PDOT ou LUOS , caso a regularização de comercio no Park Way seja sugerida, os comerciantes serão a maioria. Dez comerciantes para cada morador (porque morador não gosta de participar de audiências publicas).


O Sindicato dos comerciantes vai ocupar todos os assentos. Representantes da TERRACAP vão estar presentes. E também vão votar em massa pela permissão de construção de edifícios no Park Way.

   Os empresários e comerciantes vão obviamente trazer sua claque. Os moradores     vão   ser   engolidos pelo sistema e só vão perceber o que perderam quando os tratores chegarem e começar o desmatamento.

Flavia Ribeiro da Luz

Associação Park Way Residencial

PERDAS E DANOS

Na crise dupla energia-Petrobras deve-se separar perdas conjunturais dos danos permanentes. A queda das ações das estatais e o rebaixamento podem ser revertidos. Os danos que ficam são a bagunça no setor elétrico e a perda de credibilidade da Petrobras. O valor da estatal de petróleo caiu 73%. A Cemig acaba de pedir à Aneel um reajuste de 29,74%. A conta começa a chegar.

É uma enormidade a perda de valor da Petrobras e da Eletrobras. Pelos cálculos feitos por Celson Plácido, da XP Investimentos, a Petrobras valia, no segundo trimestre de 2008, US$ 286,5 bilhões ou R$ 344 bilhões. Na última sexta-feira, o valor total da empresa era US$ 76,9 bilhões ou R$ 179,9 bi. Uma devastação. A Eletrobras também caiu muito. Segundo Einar Rivero, da Economática, o valor da empresa despencou de R$ 46 bilhões, em janeiro de 2010, para R$ 9,2 bi, esta semana. Desde o melhor momento nas bolsas, as duas perderam R$ 200 bi em valor de mercado.

O pedido da Cemig feito esta semana se baseia nos gastos que a empresa teve e que por lei são repassáveis para a tarifa. Refletem aumento de custos, como o da compra da energia mais cara das térmicas e o atraso no aumento. O consumidor não aguenta pagar isso. Mas as distribuidoras estão com contas enormes. O governo quer deixar para resolver isso depois das eleições.

A compra da Refinaria de Pasadena foi um péssimo negócio e dúvidas permanecem. O maior dano é ver que a empresa tem uma governança anárquica. Nestor Cerveró apresentou ao conselho de administração um resumo sem as informações centrais. Paulo Roberto Costa representava a Petrobras num conselho acima do board, em Pasadena, que nem a presidente da estatal sabia existir. Costa está sob suspeita de lavar a jato dinheiro de origem duvidosa e por oito anos foi diretor da petrolífera. PMDB e PT acusam-se um ou outro de ter indicado Paulo Roberto Costa. A briga nos informa que a diretoria da nossa maior empresa é ocupada por indicações políticas. Seus diretores têm outras lealdades que não a seus acionistas. Isso é um enorme dano.

Na energia, as autoridades comemoram pequenos percentuais no nível dos reservatórios e não são capazes de ver as sequelas que ficam de as usinas operarem com níveis tão baixos de água. A área está politraumatizada. Distribuidoras estão quebradas como resultado da intervenção decidida pela presidente Dilma nos preços da energia. A Câmara de Comercialização e a Aneel farão o que não são suas funções. A energia ficou agora com um despropósito regulatório e um passivo fiscal.

Há um tarifaço contratado. O custo está crescendo pela redução forçada do preço no ano passado, pelo uso mais intenso das térmicas, pela exposição das distribuidoras ao mercado spot. De acordo com as regras contratuais, isso será repassado ao consumidor, mas ficou para 2015. O governo adiou até o programa de bandeiras, que incentivaria o consumidor a poupar nas horas de pico. Se for jogado para as tarifas de uma vez, tomará renda disponível das famílias e desequilibrará as finanças das empresas consumidoras. Se for feito lentamente, criará um custo fiscal.

A política de controlar o preço da gasolina tem provocado perdas grandes. O déficit externo no setor energético - causado pela importação de gasolina para os carros e outros derivados para as térmicas - foi de US$ 27 bilhões no ano passado, um crescimento de 102% em relação a 2012. Uma nova política tarifária pode reduzir o custo. Mas a política de subsídio à gasolina foi tão longa que desorganizou o setor sucroalcooleiro.

O ajuste de tudo ficará para o próximo governo. Isso significa que o eleitor será enganado com preços falsos de energia e de gasolina. E aí o dano maior é para a democracia, que pressupõe, para bem funcionar, que o eleitor saiba o que está acontecendo e faça uma escolha consciente. A conta não pode chegar depois do fechamento das urnas.


27 de março de 2014
Miriam Leitão, O Globo== Lorotas políticas e verdades efêmeras

O CHEIRO DE QUEIMADO DO BRASIL

'Mercado' sentiu o cheiro de queimado em maio de 2013; 'nota' baixa é só registro em cartório

É ENGRAÇADO, quando não ridículo, ouvir que o "mercado" não esperava para já o rebaixamento do crédito do governo do Brasil por uma dessas agências de avaliação de risco. Uma variante desse humor involuntário dizia: "Apesar do rebaixamento", a Bolsa subiu, o dólar caiu etc.


"Mercado", quando não nomeia algo inefavelmente irrelevante, por costume e algum vício acabou por denominar o conjunto dos donos do dinheiro grosso na praça financeira, investidores e nossos credores. Pois então. O nosso crédito nos "mercados" está em baixa aguda pelo menos desde meados de maio do ano passado, é óbvio.

Foi então, maio de 2013, que começou a rodada mais recente de liquidação de ativos financeiros brasileiros. Venderam-se papéis da dívida pública (os juros subiram), reais (a moeda se depreciou), ações da Bolsa etc.

Em junho de 2013, essa agência rebaixante de agora, a Standard & Poor's, sentiu o cheiro de queimado, sensível para quem quer que tivesse nariz financeiro ou lesse jornais, e deu "ponto negativo" para o Brasil (risco de baixar a nota).

Claro, nota de crédito não se deduz de saracoteios e chiliques do mercado, mas com base na avaliação da capacidade de geração de recursos (crescimento e receita),de usá-los com prudência (consumo comedido, investimento sábio e capacidade de poupar) e da propensão a pagar dívidas. Nada de novo, decerto. O povo dos "mercados" presta atenção às mesmas coisas. Mas sabe antes das agências, sente antes o cheiro de queimado, de lucro pequeno e de devedor em apuros.

Algum bancão global, fundos ditos de "hedge" ou qualquer investidor desses que movem montanhas, de dinheiro, vai esperar uma agência de classificação de risco para decidir o que vai fazer com seu dinheiro no Brasil ou qualquer ou outro país grande e relevante? Francamente. Se fizer besteira monumental, e fazem, vão fazer sem essa assessoria.

Sim, agências de classificação tem sua utilidade: prestar o serviço de avaliar negócios menos conhecidos, em tese reduzindo custos e riscos vários para os investidores.

No entanto, até no lixo da Berrini ou da Paulista (centros financeiros paulistanos) há informação bastante para rebaixar (ou elevar) o crédito do governo do Brasil. De resto, como já se escreveu nestas colunas a esse respeito, da crise da Ásia de 1997 ao desastre de 2008, essas agências foram negligentes, ineptas ou cúmplices da lambança.

No mínimo, chegam atrasadas, vão atrás do trio elétrico dos "mercados" (só não vai quem já morreu), compram o abadá pelo preço do Carnaval das euforias e não raro perdem a hora de avisar que a catástrofe está na próxima esquina. Muitas vezes, aparecem apenas para dar o atestado de óbito, nota "zero" de crédito, quando um calote ou quebra histórica já aconteceu.

Faz diferença receber "nota baixa"? Claro. Como se sabe, certos fundos não podem investir em empresas e países com "nota vermelha" (ainda não voltamos para lá), o que afeta em especial empresas. Pega mal, atesta em cartório e relembra, para o grande público mundial, besteiras elementares que temos feito em matéria de política econômica.


28 de março de 2014
Vinicius Torres Freire, Folha de SP  Lorotas políticas e verdades efêmeras

Para Cristovam, escola de qualidade para todos acabará com necessidade de cotas



28/03/2014 - 10h36

Da Redação


Cotas raciais para ingresso na universidade e em concurso público, apesar de importantes para inclusão dos negros, privilegiam aqueles que já concluíram o ensino médio e representam “um jeitinho” para escurecer a cor da elite brasileira, na opinião do senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

Para o parlamentar, o desafio do Brasil é fazer com que todos os jovens concluam o ensino médio com qualidade.

– Gostaria de ver todos que lutam por cotas para negros no serviço público e nas universidades lutando por uma cota de 100% de jovens concluindo o ensino médio com qualidade – disse, ao comentar aprovação, pela Câmara dos Deputados, de projeto que reserva para negros 20% de vagas em concursos públicos.

Conforme Cristovam, o Brasil enfrenta o constrangimento de ser um país de muitas raças e ter uma elite branca.

– Esse embranquecimento da elite de um povo que não é branco é uma vergonha nacional. Não termos um embaixador negro é uma vergonha! Não temos juízes negros e médicos negros na quantidade que deveríamos ter – frisou.

Cristovam disse que as cotas nas universidades e no serviço público ajudam o país a ter mais negros como juízes, procuradores, médicos e outras profissões que exigem ensino superior. No entanto, reafirmou que o desafio é zerar o analfabetismo entre o povo negro e oferecer escola igual para todos os brasileiros, desde a primeira série do ensino fundamental.

Ainda em seu pronunciamento nesta sexta-feira (28), Cristovam defendeu a instalação da CPI da Petrobras. Na avaliação do senador, a CPI não será contra a estatal, mas em sua defesa, para alertar os governantes sobre erros que devem ser corrigidos.

Por que o Brasil tem 16 das 50 cidades mais violentas do mundo



“Não estamos fazendo absolutamente nada do que fizeram os países de capitalismo evoluído, distributivo e altamente civilizado para reduzir a violência, domando o monstro do capitalismo selvagem”




De 1500 a 1822 foram 322 anos de extorsão, roubos, escravidão, chicotadas, apropriações, estupros, humilhações, violências e extermínios. 

Cerca de 5 milhões de índios foram dizimados (Darcy Ribeiro). Mais de um milhão de negros escravizados foram exterminados. Para o Novo Mundo nenhum europeu branco veio para constituir família e aqui se perpetuar. 

O Brasil era a colônia ideal para extorquir, corromper, matar, estuprar, roubar e, sobretudo, para se enriquecer, com cana de açúcar, por meio da exploração dos escravos (negros e índios) ou do branco pobre. Ausência absoluta do império da lei. Mundo selvagem, olhado à distância de Lisboa.

De 1822 a 1889 foram 67 anos de Império, que muito pouco alterou os costumes colonialistas: a escravidão continuou porque os donos do poder capitalista (fazendeiros de açúcar e café) não deixaram aboli-la antes de 1888. 


Paralelamente à escravidão e ao parasitismo corriam soltos a corrupção, sobretudo dos políticos, as guerras internas e externas, todas exageradamente sanguinárias, a frouxidão do controle dos órgãos repressivos, o desrespeito ao devido processo, o tratamento desigual das pessoas, os privilégios e maracutaias patrimonialistas etc.

Na primeira república (1889-1929), os donos do poder continuam roubando, matando, extorquindo, corrompendo políticos, burlando resultado de eleições e se enriquecendo com o trabalho neoescravista. Em 1930, começa a industrialização forte, que vai até 1980. 

Alto crescimento econômico com altíssima concentração de renda, à custa dos assalariados miseráveis, que só respiraram um pouco com o populismo getulista. 

No meio, revoluções militares, Estado Novo, torturas, desaparecimentos, violação massiva de direitos humanos e extermínio dos inimigos (especialmente os da esquerda). Durante a ditadura de 64-85 veio o maior arrocho salarial da história, que promoveu uma enorme concentração de renda (do Gini 0,54 em 60 passamos para o Gini 0,64 em 89). 

Muito enriquecimento em cima dos assalariados pobres. Capitalismo mais selvagem é difícil de encontrar.


De 1985 a 2013, redemocratização, nova Constituição, seis eleições presidenciais seguidas e consolidação do capitalismo selvagem, apenas suavizado com Bolsa Família, nova classe C, recuperação do poder de compra do salário mínimo etc. 

As violações massivas de direitos humanos não sofrem interrupção: pessoas trituradas, torturas, extermínios, campos de concentração (presídios) e por aí vai.


Depois de 513 anos (não se constrói uma nação violenta, corrupta e com capitalismo extremamente selvagem da noite para o dia), chegamos em 2014: fortificação do capitalismo selvagem financeiro, 70% da renda nacional divididos entre pouquíssimas famílias, índice Gini de 0,51 (um dos mais altos do mundo, o que revela enorme desigualdade), aprofundamento do apartheid, violência epidêmica persistente (27,1 assassinatos para cada 100 mil pessoas), 53 mil mortes intencionais, 45 mil mortes no trânsito, corrupção ampla, geral e irrestrita etc.

É claro que o Brasil teria o maior número das 50 cidades mais violentas do planeta. Nada menos do que 16: Maceió, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Salvador, Vitória, São Luís, Belém, Campina Grande, Goiânia, Cuiabá, Manaus, Recife, Macapá, Belo Horizonte e Aracaju (O Globo, 23/3/14, página 7).


Não estamos fazendo absolutamente nada do que fizeram os países de capitalismo evoluído, distributivo e altamente civilizado (Dinamarca, Suíça, Canadá, Bélgica, Coreia do Sul, Japão, Austrália etc.) para reduzir a violência, domando o monstro do capitalismo selvagem. 

Com condições inalteradas, tudo vai piorar bastante. Quem faz tudo errado em termos de prevenção da criminalidade não pode esperar resultados diferentes nunca (Einstein).

Na Copa, vai ter luta

Movimentos sociais articulam grandes manifestações para a Copa. “Queremos recursos para a saúde, educação, moradia, transportes coletivos e reforma agrária. Esse será o lema desses protestos”

 
No dia 22 de março, algo como 2.500 pessoas de todo o país se reuniram em São Paulo para discutir, ao longo de todo um dia, as lutas que ocorrem hoje no país e preparar as mobilizações durante a Copa. Eram ativistas do movimento sindical, popular e estudantil de amplos espectros políticos que se indignam com as injustiças cometidas durante a preparação dos jogos, como os recursos públicos destinados à Fifa e as remoções forçadas, e se dispõem a se mobilizar contra isso.


Mas não foi fácil. Se uma simples manifestação de rua hoje já provoca o temor dos governos e seus aparatos de repressão, falar em organização então é suscitar desespero nos governantes e autoridades.

E bem que tentaram acabar com o nosso encontro. Uma semana antes, uma conhecida revista semanal, cujos métodos passam ao largo de qualquer tipo de ética jornalística, publicou uma nota afirmando que o PSTU se reuniria com os black bloc’s e a torcida do Palmeiras a fim de organizar atos de vandalismo durante a Copa.

Torcida do Palmeiras porque a nossa reunião estava marcada para ocorrer na quadra da Mancha Verde, espaço que alugamos para comportar os participantes que já se preparavam para ir a São Paulo. Logo em seguida, a direção da torcida começou a receber ligações da polícia e da própria Federação Paulista de Futebol a fim de cancelarem a contratação do espaço.

 E foi o que fizeram.

Dificultaram, mas não conseguiram impedir o encontro, que foi bastante representativo. O espaço, uma quadra improvisada num sindicato da capital, ficou apertado, é verdade, mas não limitou nosso encontro. E o que aconteceu lá?

Uma grande reunião que aglutinou as principais forças sociais e políticas que estão se mobilizando nesse momento. Foi organizado pela CSP-Conlutas, o agrupamento “CUT Pode Mais” (que reúne sindicatos filiados à CUT no RS), a Condsef (Confederação dos trabalhadores no Serviço Público Federal), a Feraesp (Federação dos trabalhadores assalariados rurais de São Paulo), mas reuniu entidades sindicais e movimentos populares de todo o país, como o Andes (Sindicato dos Docentes das Universidades Brasileiras) e o Jubileu Sul (rede de movimentos  sociais que mantém relações com a igreja católica).

Foram inúmeras entidades e movimentos que estiveram lado a lado com a juventude, estudantes, movimentos populares e de luta contra a opressão.


Foi como se juntássemos, naquele encontro, a expressão do que ocorreu em junho, ou seja, a força e a impulsividade da juventude, com as organizações mais clássicas da classe trabalhadora, como os sindicatos, além dos movimentos populares.


Marcaram presença ainda representantes das principais greves que ocorreram neste país nos últimos meses, como rodoviários de Porto Alegre, os operários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), que ainda estão em greve e, principalmente, uma delegação de garis da capital fluminense.

Essas greves, de setores e lugares diferentes, têm algo em comum. Foram e são mobilizações muito fortes que irromperam pela base e atropelaram as direções de seus respectivos sindicatos. A dos companheiros garis conquistou o apoio massivo da população e se tornou um verdadeiro símbolo.
Tivemos, então, nesse encontro, um reflexo da situação política do país após junho de 2013.


As mobilizações massivas que varreram o país naquele mês conseguiram derrubar os reajustes das tarifas do transporte público em várias capitais, o que havia desatado a onda de protestos.

Como todo movimento espontâneo, ele refluiu no período seguinte, não conseguindo dar sequência às demais reivindicações colocadas, como uma solução ao caos da saúde e da educação pública, por exemplo. Mas por outro lado, após junho, os trabalhadores se sentiram mais fortalecidos e confiantes, pois viram que, com luta, é possível obter conquistas e é possível melhorar a vida.


O que fizemos nesse encontro foi dar um passo importante para dar continuidade às mobilizações que vêm desde junho. Por que isso é necessário? Porque os governos não atenderam nenhuma das principais reivindicações daquele processo de mobilização popular. A saúde pública continua um caos, a educação pública cada vez pior, os transportes coletivos, a moradia popular, a reforma agrária, tudo isso está abandonado pelos governos que só sabem dar dinheiro para empreiteiras e grandes empresas, como a Fifa, com a Copa do Mundo
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Além do descaso com suas demandas, os movimentos sociais só têm recebido dos governos a repressão violenta da polícia às suas manifestações e a criminalização de suas lutas e dirigentes.  Por isso é preciso dar continuidade às mobilizações populares. O Encontro de 22 de março ocorreu para reunir, numa só luta, os setores da juventude que encabeçaram as jornadas de junho e os setores da classe trabalhadora que estão se mobilizando neste momento em busca de melhores condições de vida.

Já no mês de abril começarão os protestos que se estenderão pelo mês de maio e terão o primeiro grande momento no dia 12 de junho, data do primeiro jogo da Copa. Em todas as grandes cidades do país, neste dia, trabalhadores e jovens sairão às ruas para protestar. Chega de dinheiro para a Fifa e para empreiteiras. Queremos recursos para a saúde, educação, moradia, transportes coletivos e reforma agrária. Esse será o lema destes protestos. Que não reste dúvida: “Na Copa vai ter luta”.

Imagens mostram índios isolados em região remota do Acre


28/03/2014 16h30 -

Povo vive sem contato com o mundo externo.


Outros índios da área alertam que eles estão sob pressão de madeireiros.

Da Reuters

Foto feita no dia 25/3 e divulgada pela Reuters mostra índios olhando para avião que sobrevoa região na bacia amazônica, no Acre, na fronteira com o Peru. Líderes de tribo Ashaninka que divide o território pediram ajuda para controlar invasão da terra (Foto: Lunae Parracho/Reuters)Foto feita no dia 25/3 e divulgada pela Reuters mostra índios olhando para avião que sobrevoa região na bacia amazônica, no Acre, na fronteira com o Peru. Líderes de tribo ashaninka que divide o território pediram ajuda para controlar invasão da terra por madeireiros 


A agência de notícias Reuters divulgou nesta sexta-feira (28) imagens de um sobrevoo numa região perto do Igarapé Xinane, no estado do Acre, próximo ao Peru, onde vivem índios considerados não-contactados, ou seja, sem contato com o mundo externo. As fotos são de terça-feira.


Índios ashaninkas, que também vivem na região e têm contato com o "homem branco" e com esses índios isolados chamaram a atenção de ONGs e autoridades para o risco de os não-contactados estarem sendo pressionados pela ação de madeireiros ilegais peruanos.


Em algumas das fotos aparecem objetos que aparentam ser de metal, como uma panela. Os índios isolados podem possuir esses objetos porque os furtam de outros indígenas ou demais pessoas que vivam nas redondezas. Também há casos em que indigenistas deixam facas e utensílios em determinados locais na mata para os isolados recolherem, justamente para evitar que entrem em conflito com madeireiros ou garimpeiros, por exemplo.

De forma geral, os isolados não vivem assim por desconhecer o mundo externo, mas porque voluntariamente evitam fazer contato com ele.


Atualmente, a política brasileira para esses indígenas é de deixá-los sem contato enquanto assim desejarem. Historicamente, quando os povos indígenas têm o primeiro contato com o "homem branco" o resultado costuma ser desastroso: muitos morrem por doenças ou o contato acontece já numa situação de disputa por terras.


Índios isolados no Acre (Foto: Lunae Parracho/Reuters)Índios isolados no Acre
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Índios considerados sem contato por antropólogos apontam para avião em região do Acre (Foto: Lunae Parracho/Reuters)Índios considerados sem contato por antropólogos apontam para avião em região do Acre


Mulher é detida por obrigar filhos a mendigar em João Pessoa


28/03/2014 19h33 


Luzinalva disse que também pede dinheiro com os filhos.
Crianças devem ser encaminhadas para um abrigo.

Do G1 PB

Mulher disse que sua situação a obrigava a pedir esmola (Foto: Walter Paparazzo/G1) 
 
Mulher disse que sua situação a obrigava a pedir esmola 
 
Uma mulher foi encaminhada ao Conselho Tutelar na tarde desta sexta-feira (28) em João Pessoa por obrigar os filhos a pedirem dinheiro na rua. Segundo a conselheira da Região Sul, Luzinete dos Santos Silva, ela distribuía os cinco filhos em semáforos das proximidades da Avenida João Machado para mendigar.

Luzinalva Rodrigues de Lima, de 50 anos, será levada à delegacia para que um Boletim de Ocorrência seja registrado e as cinco crianças, sendo quatro meninas de 3, 7, 10 e 12 anos, e um menino de 14 anos, devem ser encaminhadas para um abrigo.

“Eu também peço com eles. Não é porque eu quero botar eles para pedir não. É a minha situação que obriga. Não tem pai, só tem eu”, justificou Luzinalva. Ela ainda disse que só os mais velhos pediam dinheiro nas ruas. A mulher está grávida e tem dois filhos presos.


A família morava em um barraco montado em um terreno baldio no Centro da cidade, segundo a conselheira. Luzinete ainda explicou que ela recebia auxílio-aluguel, mas que foi expulsa do imóvel onde morava.

“O fato é que os meninos estão fora da escola. Ela induz as crianças a pedirem esmola e elas não podem ficar nessa situação de vulnerabilidade”, afirmou a conselheira. O caso será encaminhado ao Ministério Público e ela pode perder a guarda dos filhos.

A equipe do Conselho Tutelar foi buscar Luzinalva acompanhada da polícia. A conselheira Luzinete explicou que já havia recebido várias denúncias sobre a ação da mulher, mas que ela sempre fugia quando via o carro do Conselho Tutelar.




Avião faz pouso de emergência no aeroporto JK, em Brasília


28/03/2014 18h39 


Avião pousou de barriga, porque trem de pouso dianteiro não abriu.


Aeronave vinha de Petrolina com 49 passageiros a bordo; não há feridos.

Do G1 DF

Um avião da Avianca fez um pouso de emergência na tarde desta sexta-feira (28) no aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, segundo a Inframerica, concessionária que administra o terminal. 

O avião, que vinha de Petrolina com destino à capital federal, pousou de barriga no chão – o trem de pouso dianteiro não abriu. De acordo com a Inframerica, ninguém ficou ferido.


Avião da Avianca que fez pouso de barriga no aeroporto JK nesta sexta-feira (28) (Foto: TV Globo/Reprodução)Avião da Avianca que fez pouso de barriga no aeroporto JK nesta sexta-feira (28) 
 
O G1 entrou em contato com a Avianca, que informou que estava preparando uma nota sobre o incidente. A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que havia 49 pessoas a bordo – 44 passageiros e 5 tripulantes.

Todos os ocupantes tiveram de deixar o avião, um modelo Fokker 100, por uma rampa inflável na porta dianteira da aeronave.

Sem o trem de pouso dianteiro aberto, o piloto fez o avião andar centenas de metros apenas sobre as rodas traseiras até o avião perder velocidade e tocar com a ponta da aeronave no chão, que foi se arrastando até parar. Anters do pouso, o piloto deu voltas sobre Brasília para gastar o combustível e reduzir o risco de explosão.




Bombeiros do aeroporto despejaram jatos de espuma na aeronave para evitar um eventual incêndio. A pista onde o avião pousou foi fechada. Os voos e decolagens programados a partir das 18h estavam sendo direcionadas para a segunda pista do aeroporto.


Um passageiro que estava no avião relatou que o piloto avisou que faria um pouso de emergência e que todos os ocupantes da aeronave se prepararam para um o choque da aeronave no solo. Segundo esse passageiro, não houve pânico a bordo.

TCU impede governo de assinar contrato de concessão de Três Irmãos


28/03/2014 17h18


Decisão vale até que processo sobre irregularidade seja julgado no tribunal.


Hidrelétrica foi leiloada pelo governo federal na manhã desta sexta (28).



Fábio Amato Do G1, em Brasília



O Tribunal de Contas da União (TCU) adotou na tarde desta sexta-feira (28) uma medida cautelar que impede que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) assine o contrato de concessão da hidrelétrica de Três Irmãos, leiloada em São Paulo. 

A determinação vale até que o tribunal julgue o processo em que apura denúncia de irregularidades na relicitação da usina, o que não tem prazo para acontecer.

O consórcio Novo Oriente, formado por Furnas (49,9%) e pelo fundo de investimento Constantinopla (50,1%), foi o único a apresentar proposta e foi declarado vencedor, na manhã desta sexta, do leilão de Três Irmãos, realizado na sede da BM&FBovespa, em São Paulo.



Leilão da usina de Três Irmãos (Foto: Editoria de Arte/G1)


Para operar a usina pelos próximos 30 anos, o consórcio propôs receber R$ 31.623.036,00 anuais, R$ 0,87 a menos que o teto da remuneração estabelecido pela Aneel, que era de R$ 31.623,036,87. 

Durante a entrevista coletiva, o consórcio Constantinopla não quis divulgar os nomes dos integrantes do fundo aos jornalistas.

A medida cautelar é assinada pelo ministro do TCU José Jorge, relator do processo que analisa a concessão de Três Irmãos. Essa investigação foi aberta depois de uma denúncia da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), estatal controlada pelo governo paulista e que opera atualmente a hidrelétrica.



A Cesp questiona a não inclusão, no leilão, do serviço de operação das eclusas do canal de Pereira Barreto, que liga o reservatório de Três Irmãos ao da hidrelétrica de Ilha Solteira e permite a passagem de embarcações. A empresa chegou a entrar na Justiça para tentar impedir o leilão desta sexta.

Contrato de concessão já acabou

 
Três Irmãos começou a gerar energia em 1993. A usina fica no trecho do rio Tietê que passa pela cidade de Pereira Barreto (SP) e tem capacidade instalada de 807,5 megawatts (MW). 


A concessão, detida pela Cesp, venceu em 2011. Desde então, a estatal paulista a opera sob regime de prestação de serviço.


No ano passado o governo decidiu relicitar a hidrelétrica depois que a Cesp recusou a proposta para renovar a sua concessão, dentro do plano de barateamento da conta de luz. O plano entrou em prática em janeiro de 2013 e gerou corte médio de 20% nas tarifas de energia.

Para chegar a esse resultado, uma das medidas adotadas pelo governo foi oferecer a renovação de todas as concessões de geração e transmissão de energia que vencessem até 2017. Em troca da renovação, as empresas aceitariam receber valores mais baixos pela operação desses empreendimentos, levando, assim, ao barateamento da produção e transporte da energia.




(Nós avisamos) HPV.Seis meninas do RS tiveram reações após serem vacinadas.

28/03/2014 11h14 -

Lote que causou reações representa 1/3 das vacinas contra HPV no RS


Secretario da saúde suspendeu uso de lote composto por 89 mil doses.



Rafaella Fraga Do G1 RS



O Rio Grande do Sul suspendeu o uso de um lote composto por 89,8 mil doses da vacina contra o HPV após o registro de seis casos de meninas que apresentaram reações adversas após a receberem a vacina. 

A Secretaria Estadual da Saúde diz que o lote foi distribuído para todo o estado e representa cerca de um terço das 271 mil doses recebidas pela pasta no início da campanha. 

O órgão, no entanto, não informou até as 12h desta sexta (28) quais os municípios receberam o material e quantas doses do lote foram aplicadas.


Do total de casos, cinco foram registrados em Porto Alegre, onde as meninas que apresentaram sintomas como mal-estar, dores musculares e dores de cabeça, além de náuseas. Elas foram atendidas e não houve necessidade de internação. 

Uma paciente de 11 anos de Veranópolis, na serra gaúcha, teve convulsões após tomar a vacina. Segundo a Secretaria da Saúde, ele recebeu atendimento médico, passa bem e segue em acompanhamento neurológico.


As secretarias da saúde de Porto Alegre e Pelotas não souberam informar quantas vacinas do lote recolhido foram aplicadas, mas continuam usando outros lotes recebidos para fazer a imunização. 

Já a Prefeitura de Pelotas, no Sul, precisou suspender a campanha na cidade até que novas doses sejam entregues. Nenhuma menina passou mal na região.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que a vacina contra HPV é segura e recomendada pela Organização Mundial de Saúde. 


Segundo a pasta, outros 51 países já aplicaram cerca de 175 milhões de doses da vacina desde de 2006, sem registros de eventos que pudessem por em dúvida a segurança da vacina.


Segundo o Ministério, a maioria dos eventos associados à vacina é classificado como leve, reações como dor no local de aplicação, edema e eritema (coloração avermelhada da pele) de intensidade moderada. 

A pasta esclarece que a vacinação não foi prejudicada e continua disponível em todo o Estado, conforme o calendário pré-definido da campanha.

Para o governo do estado, é importante que os pais levem as filhas para tomar a vacina, já que o vírus HPV é uma das principais causas do câncer do colo de útero, um dos tipos de maior incidência entre as mulheres. A secretaria considera a cobertura no RS uma das melhores do país.


Conforme a Secretaria da Saúde, as possíveis reações adversas ocorrem nos primeiros 30 minutos após a aplicação da dose. Dessa forma, a orientação da pasta é que a paciente permaneça com a equipe e aguarde esse período para certificar-se que não haverá problemas. Se após esse tempo ocorrer alguma reação, a indicação é procurar atendimento médico.

O total de doses da vacina recebido pelo estado é maior do que o necessário para imunizar as 258 mil meninas entre 11 e 13 anos que moram no Rio Grande do Sul. A meta da campanha é atingir 80% dessa população, ou seja, 206 mil adolescentes. Até a noite de quinta-feira (27), mais de 116 mil meninas entre 11 e 13 anos foram vacinadas contra o HPV no estado.


A vacina é oferecida em três doses diretamente em postos de saúde, além de escolas públicas e particulares. A primeira delas ocorre durante a campanha. A segunda dose acontece daqui a seis meses e a terceira, como um reforço, cinco anos depois.


Para receber a imunização, basta apresentar o cartão de vacinação, caderneta do adolescente ou documento de identificação. Caso os pais ou responsáveis não concordem com a vacinação da adolescente, eles devem assinar o “Termo de Recusa de Vacinação contra HPV”, distribuído pelas escolas antes da vacinação.


Mãe de aluna dá dois tiros em porta de escola de Taguatinga, no DF


28/03/2014 12h51 -


Sem guarda de filha, ela foi impedida pela escola de retirar aluna de 12 anos.


Um dos tiros atingiu área perto de sala de aula; ninguém se feriu.

Do G1 DF
 
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A mãe de uma aluna de 12 anos de uma escola na QNJ 52, em Taguatinga, no Distrito Federal, deu dois tiros para o alto em frente ao centro de ensino, na manhã desta sexta-feira (28). Segundo a direção do colégio, a mulher efetuou os disparos depois de ser impedida de levar a garota. Ninguém se feriu.

Os tiros foram disparados do lado de fora da escola. Uma das balas atingiu uma estrutura metálica próxima a uma sala de aula. Cerca de 700 alunos de 1º ao 9º anos estudam no centro de ensino.

A diretora do colégio, Bernadete Andrioli, disse que conhecia a mulher e que ela nunca havia causado transtornos na unidade. “Ela chegou agitada, nervosa, dizendo que queria retirar a criança por um problema familiar. Nós não deixamos por causa desse problema.”

A autora dos disparos perdeu a guarda da menina na Justiça. O pai é um policial militar, que foi à escola imediatamente após o caso, segundo a diretora. Depois de atirar, a mulher entrou no carro e foi embora.

Segundo a polícia, a própria filha pediu ao porteiro da escola para que não deixasse que a mãe a levasse. A mulher chegou a apontar a arma na direção do funcionário e fez ameaças, disse a corporação.


A mãe ainda tentou colocar a menina no carro, mas a garota conseguiu fugir para dentro do colégio. Até as 13h20, a mulher ainda não havia sido localizada.

Apesar do susto, as aulas vão acontecer normalmente durante a tarde. “Está tudo sob controle. A ocorrência foi do lado de fora da escola. Por isso, as aulas vão acontecer normalmente.”

As testemunhas foram para a 17ª DP para registrar a ocorrência e passar informações para a polícia.

Petrobras: um mar de lama que atinge o PT, Lula e Dilma

Alberto Goldman 
 
Publicado: 27 de março de 2014 às 20:48 - Atualizado às 21:50

É de uma gravidade sem paralelo o que vem acontecendo com a gestão petista de Lula e Dilma na Petrobras.  

Os episódios recentes, em especial a exposição mais ampla dos negócios que levaram à compra da refinaria em Pasadena (EUA) mostram que, a partir do governo Lula, a Petrobras passou a ser o objeto de desejo de predadores em operações que só agora vêm à tona.  

A decisão da companhia, respaldada pelo seu Conselho de Administração que foi presidido por Dilma Rousseff, é apenas a ponta do iceberg que começa a aparecer.
Não se trata aqui de demonizar qualquer membro do Conselho de Administração da empresa.  Sei, por experiência própria, que a maioria dos membros desses Conselhos de Administração das estatais não tem acesso à totalidade dos processos que lhes cabe avaliar e homologar.  

 Não têm equipe para uma análise completa das matérias, nem estão, via de regra, tecnicamente preparados para decidir.  Mas alguns desses conselheiros são figuras especiais, que fazem parte da administração do dia a dia das empresas, secretarias e ministérios, e têm a obrigação e a responsabilidade de conhecer todos os aspectos do que será decidido e assim orientar os demais conselheiros.

No caso específico da Petrobras, Dilma Rousseff era presidente do Conselho de Administração no início do governo Lula pelo fato de ser a ministra de Minas e Energia.  Continuou na função mesmo deixando o ministério para se transformar em Ministra Chefe da Casa Civil.  

Ela tinha em suas mãos toda a estrutura de governo para lhe dar assessoria e orientação.  Não tem como tirar o dela da reta.


Era de sua responsabilidade e, mais ainda, do presidente Lula a indicação dos diretores da Petrobras, em especial do seu presidente, Sergio Gabrielli, companheiro de partido e membro do Conselho de Administração.  

Os outros diretores também foram indicados da mesma forma, prevalecendo a componente de interesse partidário, seja PMDB ou PT, Sarney, Renan Calheiros ou Delcídio Amaral.  

Fiar-se em pareceres apresentados por um diretor – Nestor Cerveró – atualmente em férias muito convenientes, ou por outro – Paulo Roberto Costa – atualmente preso foi, além de imprudência, conivência e incompetência.  

Os dois diretores foram produtos do condomínio em que se transformou o governo Lula e mesmo o governo Dilma.


Na realidade Dilma assumiu, por omissão, conivência ou puro oportunismo político, ou tudo isso junto, a responsabilidade de confiar nesses indicados.  


Mais incrível ainda é o conhecimento que se tem agora do parecer de Cerveró ( incompleto, técnica e juridicamente falho, segundo Dilma, no qual ela se pautou para dar o seu voto ), que lhe valeu a demissão da empresa na época em que se constatou os problemas da compra da refinaria.  

Porém, castigado ou premiado ( ? ) foi transferido para a diretoria financeira da BR Distribuidora que comandou até poucos dias atrás.  A proteção aos membros da quadrilha são auto explicados.


O episódio da compra em 2006 pela Petrobras de 50% da refinaria, que havia sido adquirida por um grupo belga, um ano antes, por 42 milhões de dólares, e que custou para a empresa 360 milhões de dólares e que foi, posteriormente, obrigada a adquirir os restantes 50% por mais 820 milhões de dólares, é um caso gritante de incompetência e malandragem.  

Os belgas devem estar rindo, gargalhando, melhor dizer, até agora.  Não vai ser necessário chamar o Mr. Poirot,  o detetive belga, personagem das obras de Agatha Christie, para desvendar o crime.

Agora que o véu foi arrancado, a administração petista ficou nua.  Muito já vai aparecendo e muito mais virá logo adiante.  Pra começar a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que foi programada para ser construída em parceria com a PDVSA, estatal venezuelana, pelo custo de US$ 2,5 bilhões, com 40% de participação da Venezuela.  

Lula lançou ao lado de Chávez a pedra fundamental do empreendimento, que já deveria estar funcionando, mas o novo orçamento previsto elevou o custo a US$ 20 bilhões, com a desistência do parceiro em participar do negócio.  Se vai acontecer, e quando, ninguém sabe.

A compra da refinaria de Pasadena foi realizada em 2006, ano posterior ao do estouro do episódio do mensalão que começou com uma denúncia de corrupção de diretores dos Correios e em cuja CPI ninguém acreditava, a não ser alguns poucos da oposição.  

Diante da dimensão da Petrobras e dos escândalos que agora começam a ser desvendados,  o episódio do mensalão vai parecer troco, “peanuts” como diriam os americanos.


Vamos deixar claro.  Os grandes responsáveis por tudo isso são o PT e seu líder maior, Luiz Inácio Lula da Silva.   Eles transformaram as direções dos órgãos estatais em instrumento de manutenção do poder, através da indicação de pessoas cuja única função é o levantamento de dinheiro, seja para campanhas eleitorais, seja para o enriquecimento deles e de seus padrinhos.


Como eu já havia previsto, mais emoções virão por aí.

Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional

Oposição ainda não saiu do armário

Jorge Oliveira
Publicado: 28 de março de 2014 às 17:22

Maceió – Se a oposição ficar no palanque, mesmo com a Dilma descendo ladeira abaixo, vai levar outro ferro do PT. Até agora o que se viu dos dois candidatos a presidente é uma conversa mole, arrastada e intelectualoide. 

Ambos, Aécio Neves e Eduardo Campos, querem transformar o palanque eletrônico – rede social e televisão – nas principais ferramentas de campanha. Eduardo se despersonaliza quando precisa da muleta Marina Silva para se apresentar ao eleitor, e Aécio ainda não saiu do armário. 

No bom sentido, claro. Em todas as aparições na televisão, o candidato parece assustado, com cara de quem acabou de sair de uma sauna, preocupado em esfriar o corpo para falar com a imprensa. 

E quando fala burocratiza o discurso com palavras incompreensíveis e inalcançáveis ao eleitor comum, de compreensão mediana. Com essa estratégia de confete e serpentina, os dois certamente vão dar com os burros n’água lá na frente.

Ao analisar a queda da Dilma de 43% para 36%, Aécio fez um comentário mirando o eleitor de classe média, cuja tendência é votar contra os petistas. O eleitor cabeça feita não precisa que o candidato o oriente.

Ele acompanha o noticiário, acessa a rede social e faz a sua própria avaliação, hoje insatisfeito com os rumos da economia e indignado com a corrupção no país. É isso que tanto Eduardo quanto Aécio ainda não entenderam na condição de oposição.

Veja que linguagem rebuscada de Aécio ao falar da queda de popularidade da Dilma: “Esses indicadores que mostram queda na popularidade da presidente é resultado do conjunto da obra. (…) 

Os resultados começam a apontar para um governo que vive os seus estertores”. Essa linguagem artificial, vazia e insegura do candidato não alcança os “estertores” nordestinos, onde milhões de miseráveis vivem à soldo dos 100 reais da Bolsa Família, que criou uma castra de parasitas e alienados eleitores do governo.


A oposição precisa, isso sim, entender que os petistas manipulam quase 30 milhões de pessoas com o Bolsa Família, programa criado pelos tucanos e ampliado por eles. 

Os candidatos temem mexer nesse vespeiro, mas em compensação não demonstram ter estratégia para dividir esses votos, principalmente no Nordeste onde a fome e a miséria paralisam a racionalidade do eleitor. 

Não existe, pelo que se sabe, quartéis-generais dos candidatos de oposição na região para dividir esses votos que tendem a seguir em massa para o candidato que lhe assegura o minguado dinheirinho da farinha e do feijão. E não é com discurso confuso, indeciso e dúbio que a oposição vai conquistar esse contingente eleitoral.


A campanha da oposição é festiva, decorativa, inócua, sem identidade. O Eduardo Campos ainda sofre do complexo de Édipo. A síndrome de quem ainda se curva, nesse caso, ao “paizão” Lula, o que dificulta seus movimentos oposicionistas. 

E Aécio, sempre que vai para a televisão, se apresenta com uma cara assustado, de quem está esperando de uma hora para outra o aparecimento de algum dossiê que pode comprometer a sua candidatura.


Não é fazendo política de compadre, entre quatro paredes, que a oposição vai enfrentar os militantes petistas e a máquina azeitada do governo Os programas de televisão são apenas 19. 

A campanha na TV e no rádio de 45 dias. Se os candidatos não se movimentarem pelo país ocupando a mídia local com as suas propostas, dificilmente o eleitor vai absorver a mensagem da oposição. Não à toa, a Dilma já percorreu 14 mil quilômetros no avião presidencial fazendo campanha, entregando tratores e inaugurando obras de vereador sob a complacência da Justiça Eleitoral.


O reduto petista está concentrado no Nordeste. Se a oposição não quebrar esse curral eleitoral, corre o risco de os petistas saírem da região com uma montanha de votos e nadar de braçada nas eleições deste ano, como das outras vezes, para compensar a impopularidade da Dilma no resto do país.


A oposição precisa sair do armário.

‘Bolsonaro Zuero’, ‘Dilma Bolada’ (…) fazem sucesso e promovem candidatos

Propaganda esperta 
 
 
Pseudônimos oficiais ajudam políticos a burlar lei do TSE 
 

Publicado: 28 de março de 2014
bolsonaro zueira
Deputado Jair Bolsonaro defende sua página cômica no Face

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) também passou a apoiar, nesta sexta-feira (28), sua página cômica no Facebook: Bolsonaro Zuero 3.0. Segundo o próprio parlamentar, trata-de de uma página que “fala de política de uma maneira bem humorada”. “É uma oportunidade para dar boas risadas!”, afirmou. O “Bolsonaro Zuero” já tem mais de 50 mil curtidas na rede social e acompanha a mesma linha da já famosa Dilma Bolada, que faz referência à presidenta Dilma Rousseff, e ao Aécio Boladasso (SIC), que foi acabou sendo retirado do ar.

Os pseudônimos oficiais na grande rede acabam servindo de ponte para burlar as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tratam de campanha antecipada.

Ainda em março, o Diário do Poder questionou o tribunal sobre esse tipo de propaganda, a exemplo da Dilma Bolada. Segundo o TSE, mesmo enaltecendo ações da presidenta Dilma Rousseff, a página não configura propaganda antecipada porque não reúne as pessoas que querem Dilma concorrendo a presidente do Brasil em 2014. Além disso, o tribunal informou que só analisará o assunto mais a fundo quando for provocado.

Partido coloca 71 mil demissões na conta de Aécio Neves


Ataque petista    Diário do Poder
 
O STF declarou lei inconstitucional e servidores serão demitidos
Publicado: 28 de março de 2014 às 10:51

Jose Cruz:ABr - Aecio Neves 2 

O PT colocou na conta do senador e candidato a presidente da República Aécio Neves a demissão de 71 mil servidores públicos. 

Segundo a legenda, “por uma medida inconstitucional”, quando foi governador de Minas Gerais, Aécio sancionou uma lei que efetivou 98 mil servidores não concursados na administração pública e, agora, o estado pagará com as demissões: “Esse é o resultado das decisões equivocadas tomadas no âmbito do chamado ‪#‎choque de gestão‬ da administração tucana”, escreveu a legenda em sua página oficial do Facebook.

O efetivo foi contratado pelo Governo de Minas Gerais entre entre 1990 e 2006 e fazia parte da Previdência Estadual, o Ipsemig. Porém, segundo os petistas,  a Reforma da Previdência aprovada em 1998 estabeleceu que os servidores não concursados devem se submeter ao regime geral da Previdência, o INSS. 

Ainda assim, o governo do estado manteve esses funcionários sob a Previdência estadual e, agora, o INSS cobra o cumprimento da nova regra. “Com isso, além da alteração do regime de contribuição, o órgão também exigiu o pagamento retroativo das contribuições dos servidores vinculados a Ipsemig”, explica. “Isso gerou uma dívida de 6 milhões de reais que Aécio achou melhor não pagar”, acusa.

A lei citada pelo PT foi considerada inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ontem. Agora, a expectativa é que as demissões ocorram assim que a decisão for publicada. 


Segundo o próprio Supremo, a regra não valerá para os aposentados e pensionistas ou para aqueles que preencham os requisitos para se aposentar até a publicação da ata. Dos 98 mil beneficiados pela lei inconstitucional de Aécio, 16 mil já se aposentaram ou deram entrada no processo de aposentadoria.