quinta-feira, 24 de abril de 2014

Gestão petista do Acre ‘deporta’ para São Paulo 400 imigrantes haitianos

24 de abril de 2014


Autoridades acrianas nem mesmo informaram o governo paulista; No Twitter, governador petista Tião Viana ainda acusou "elites preconceituosas" por divulgação do caso


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Reportagem do Estadão:
SÃO PAULO – Cerca de 400 refugiados do Haiti chegaram a São Paulo nos últimos 15 dias, sem ter local adequado para ficar. Eles estavam, principalmente, em um abrigo de Brasileia, cidade de 22 mil habitantes no sul do Acre, que teve de ser fechado por falta de condições. Agora, estão na Casa do Migrante, local apoiado pela Pastoral do Migrante da Igreja Católica, no Glicério, região central da cidade, onde não há condições para receber tanta gente.

A vinda dos refugiados causou indignação na Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo. A titular da pasta, Eloisa de Souza Arruda, acusa seu colega Nilson Mourão, secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Acre, de ser “desleal” por não tê-la procurado antes de financiar a viagem dos refugiados. Mourão, por sua vez, diz que a secretária precisa “se informar melhor” sobre a situação.

A maior parte dos haitianos que vieram para a capital paulista foi abrigada na casa de amigos e parentes que já estavam na capital. Entretanto, cerca de cem deles estão na pastoral.

O padre Antenor Dalla Vecchia, que atua na pastoral, afirma que os refugiados estão em situação precária. “Eles estão dormindo em nosso galpão, que obviamente não foi projetado como moradia.” Afirma, no entanto, que todos têm recebido alimentação e cuidados adequados. “Eles saem durante o dia, tentam arrumar emprego e moradia, mas voltam para dormir”, diz o padre.

Desde 2010, o Acre já recebeu cerca de 20 mil haitianos, que estavam sendo transportados pelo governo do Estado para onde eles pediram para ir. O fluxo, porém, parou com a cheia do Rio Madeira, que isolou o Estado. Isso superlotou Brasileia e o abrigo foi transferido para Rio Branco. A viagem para outros Estados só ocorreu por meio de caronas em aviões cargueiros que abasteceram o Acre durante a crise e voltavam vazios.

Crise. “Esse secretário Nilson Mourão não procurou seu equivalente em São Paulo, que, por acaso sou eu, para providenciar os cuidados adequados. Procurou o padre da pastoral e avisou que ‘alguns’ haitianos chegariam aqui. Chegaram 400″, afirma Eloisa.

Ela se queixa de o Acre ter financiado a viagem, usando a Força Aérea Brasileira (FAB) e diz que os haitianos estão sem carteira de trabalho. “Isso os expõe ao tráfico de pessoas e ao tráfico de drogas”, diz a secretária paulista.

Embora reconheça que o colega acriano não tenha cometido nenhuma ilegalidade, ela afirma que, “nos padrões internacionais, isso poderia ser classificado como deportação forçada”, ao descrever o transporte, com ônibus urbanos de Rondônia de lá até aqui.

A secretária deve visitar nesta quinta-feira, 24, o abrigo do Glicério e diz que a primeira providência foi contatar o Ministério Público do Trabalho para acelerar a obtenção de carteira de trabalho. Em seguida, pretende cobrar da Prefeitura o fornecimento de abrigos adequados. O prefeito Fernando Haddad (PT) disse ontem que apura a situação e que a cidade ajudará como puder.

“Acho que pode haver um viés político (o governador do Acre é do PT) ao tentar transformar um problema humanitário, de tão fácil solução para o Estado mais rico da federação, em uma crise”, disse o secretário acriano.

“O que a secretária precisa entender é que o Acre não é o destino deles. Eles preferem ir para Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul e nós ajudamos. É o digno”, afirmou Mourão.
(grifos nossos)

Comentário

No Twitter, o governador petista Tião Viana abusou do cinismo ao comentar o caso, acusando a “elite paulista” de preconceituosa e falando em “higienização”:

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Na Haddadolândia, traficante de crack tem crachá e uniforme da Prefeitura e usa os hotéis pagos com dinheiro público para fornecer pedras aos viciados. Parabéns, Supercoxinha!

24/04/2014
às 19:38



A Cracolândia, ou Haddadolância — como passei a chamar o território livre para o tráfico e o consumo de drogas em São Paulo, criado e agora financiado pela gestão de Fernando Haddad —, é um crime moral (e desconfio que em sentido estrito também) cometido a muitas mãos. 


E boa parte da imprensa as tem sujas também, é bom deixar claro, porque defende um programa delinquente. Peço que vocês assistam a este vídeo veiculado pelo “SBT Brasil”, apresentado por Joseval Peixoto e Rachel Sheherazade. Volto em seguida.






Então vamos lá:

1: traficante usa crachá da Prefeitura e se finge de consumidor; 2: o acesso aos hotéis em que moram os viciados é livre; 3: o preço da pedra sobe às sextas, quando a Prefeitura faz o pagamento aos viciados contratados, que não são obrigados a se tratar; 4: o tráfico é feito à luz do dia; não teme nada nem ninguém.

Nota-se o esforço da reportagem e dos próprios âncoras para, digamos assim, compreender a natureza do programa da Prefeitura. Mas será que ele tem salvação? É evidente que não!

Desde que o programa “Braços Abertos” foi criado, alertei aqui — e outros também o fizeram — que só mentalidades perturbadas tomariam as seguintes providências: a: criariam hotéis exclusivos para viciados; b: aumentariam a quantidade de dinheiro circulante entre eles; c: ofereceriam benefícios sem exigir nada em troca; d: tornariam o tratamento volitivo.

O resultado seria um só: a região, que já estava mergulhada no inferno, viraria um paraíso para os traficantes de drogas. E foi o que aconteceu. Eles circulam livremente pelas ruas e pelos hotéis, agora em absoluta segurança. Atenção! Eu já acho a chamada “política de redução de danos” um escandaloso equívoco técnico. Mas isso que faz a Prefeitura petista é outra coisa: trata-se de incentivo a uma atividade criminosa. Nem o “socialista” Haddad consegue extinguir as leis do mercado.

Quando o Denarc resolveu prender um traficante na Cracolândia, vocês se lembram a gritaria da Prefeitura, especialmente de Haddad e de seu, digamos assim, secretário da Segurança Urbana, Roberto Porto, um rapaz que tem amigos poderosos na imprensa, mas que não consegue disfarçar nem assim sua escandalosa incompetência. Faz a linha “coxinha voluntarioso”, a exemplo de seu chefe.

A Haddadolândia, aliás, é um bom exemplo de área em que a droga é legalizada. Se vocês querem saber como fica a coisa, passem por lá. Ali é a terra sonhada por alguns idiotas fantasiados de libertários: já não há pecado nem perdão.

A verdade insofismável é que a Prefeitura de São Paulo passou a ser a financiadora indireta do tráfico de crack em São Paulo. Não só isso: ao transformar aquela área numa zona livre para a venda e o consumo de drogas, passou a fornecer também a segurança com a qual os traficantes sempre sonharam para exercer a sua atividade.

O conjunto da obra é de uma arreganhada imoralidade. Vamos ver quantas gerações serão necessárias para que São Paulo se livre de um desastre chamado Fernando Haddad, a mais perversa das criaturas inventadas por Lula.

E ele já tem outra na manga do colete: Alexandre Padilha — aquele cujo ministério assina convênio com laboratório de fachada, especializado em lavar dinheiro.

Não votei em Haddad, é óbvio. Mesmo assim, fico um tanto envergonhado. Afinal, ele é prefeito da cidade em que moro. Sempre que me lembro disso, é como se eu não tivesse me esforçado o bastante para que não acontecesse.

Sei de onde vem esse sentimento… Até algumas pessoas que votaram nele achavam que seria um mau prefeito. Mas nem os adversários mais convictos imaginaram que pudesse ser tão ruim.

Por Reinaldo Azevedo

Bandidos invadem agência do BRB e roubam R$ 50 mil

Crime ocorreu na unidade do Shopping Popular. Criminosos levaram ainda armas dos vigias e dinheiro que estava nos caixas eletrônicos

 
Da Redação
redacao@jornaldebrasilia.com.br



Uma agência do Banco de Brasília (BRB), localizada no Shopping Popular do Cruzeiro, foi invadida por volta de 8h40 desta quinta-feira (24). 

Câmeras de segurança registraram a ação dos assaltantes. Dois homens - um com uma máscara de médico e outro com uma meia no rosto - renderam o gerente e outros funcionários do banco e conseguiram levar R$ 50 mil, três armas dos vigilantes e uma quantia em dinheiro que estava nos caixas eletrônicos.

Segundo a Polícia Militar, enquanto a dupla roubava a agência, outros dois aguardavam dentro de um carro do lado de fora da feira. Os assaltantes conseguiram fugir após o roubo. Militares do 7º Batalhão da PM chegaram no local do crime depois de 30 minutos.


Os policiais suspeitam que os criminosos já conheciam a rotina do banco, bem como a movimentação de clientes e funcionários. A Polícia Civil acredita que tenha mais gente envolvida no crime. A Delegacia de Repressão a Furtos vai investigar o caso.


Veja imagens da ação dos suspeitos:




*Com informações de Ludmila Rocha.

Risco de desgaste em CPI específica obriga Dilma a sacrificar Mantega e mexer na direção da Petrobras







Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net



A inevitável CPI da Petrobras no Senado, com objeto claramente definido, como manda a Constituição, já provoca a primeira baixa no desgoverno Dilma Rousseff. Apontado como o principal operador dos negócios da petrolífera, agindo nos bastidores da presidência do Conselho de Administração, o ministro Guido Mantega vai deixar a pasta da Fazenda. Seu provável substituto será Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central do Brasil.


Escândalos na Petrobras, coincidindo com a eclosão de problemas econômicos, forçam a saída de Mantega – cuja cabeça já era pedida por Dilma há muito tempo, mas o Presidentro Lula insistia em mantê-la onde sempre quis que estivesse: no meio de campo das principais transações da estatal de economia mista, principalmente nas finanças. Mantega saindo também pode forçar a saída de Almir Guilherme Barbassa da diretoria Financeira da Petrobras.


Mantega e Barbassa são alvos previsivelmente preferenciais da CPI que tende a ser a principal fonte de desgastes para inviabilizar a reeleição de Dilma Rousseff. Focada na tática oposicionista de investigar fortes indícios de fraudes em negócios da empresa, além de desgastar Dilma, a comissão também pretende atingir José Sérgio Gabrielli. A tática de bater no ex-presidente da empresa tem o objetivo de acertar o padrinho dele, Luiz Inácio Lula da Silva. Afinal, como Presidente da República e controlador majoritário da companhia, nada poderia ou deveria acontecer na empresa sem o conhecimento de Lula.


O governo sofreu uma forte derrota com a decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, de determinar, como manda claramente a Constituição, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito com “objeto restrito, bem definido” para apurar indícios de corrupção, má gestão ou abuso de poder do acionista controlador da Petrobras. Agora, só restará à situação tentar aparelhar a indicação de nomes senadores que vão compor a CPI. Manobras protelatórias podem render ainda mais prejuízos aos aliados do governo.


A oposição tem um arsenal de dossiês sobre a Petrobras e seus dirigentes. A Operação Lava Jato, que já se transforma em processos na Justiça Federal, deve lançar muita sujeira sobre a companhia, a partir do quase certo indiciamento de seu ex-diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa. Além disso, representações de investidores minoritários na Justiça Federal denunciam as três principais causas dos problemas na petrolífera: gestão corporativa ruim, política de preços de produtos subsidiados por questões claramente eleitoreiras e descumprimento de metas na atividade fim de explorar e produzir petróleo & gás.


Os problemas se agravam com a autofágica guerra, aparentemente sem fim, entre os grupos políticos de Dilma e de Lula. É um desastre político o mente e desmente entre Dilma e José Sérgio Gabrielli. É ridículo – para não dizer humilhante – a Presidenta ser obrigada a sair de seu trono de rainha má do Palácio do Planalto, para discutir com um ex-presidente da Petrobras apadrinhado por Lula. Tende a ser fatal ao petismo a rusga entre a chefe máxima da Nação e um mero secretário de Planejamento de Jaques Vagner, frustrado porque o PT não o deixou disputar o governo baiano.


A CPI da Petrobras será a abertura da porta da privada dos 12 anos de desgoverno petralha. O caso Pasadena, única mancada que recebe os destaques da mídia amestrada, é peixe pequeno perto de outros problemas. Tem também as pouco claras compras das refinarias Nansei (Japão) e San Lorenzo (Argentina). O desastre de planejamento e gastos na refinaria Abreu e Lima (Pernambuco) e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (em Itaboraí). As caixas pretas da Petrobras Internacional Finance Company (Pfico), Petrobras Global Finance BV e as misteriosas aplicações no fundo BB Milenium. Sem falar na Gemini, nas Plataformas holandesas alugadas a preços exorbitantes, a Conta Combustível que nunca fecha, os segredos desde o fechamento de capital da Br Distribuidora, um empréstimo milionário para a Oi e etc).


Efeito mais grave que qualquer CPI – que tende sempre a acabar em Pizza, apesar dos desgastes que provoca – será a quase certa ação judicial movida por investidores da Petrobras na Justiça de Nova York, em cuja bolsa de valores a Petrobras negocia suas ações no exterior. Junto com ela, podem vir pedidos de investigação junto à SEC (Security and Exchange Comission) – a xerife braba do mercado de capitais nos EUA que age com rigor bem diferente da nossa Comissão da Valores Mobiliários – uma autarquia do Ministério da Fazenda, o que torna questionável sua autonomia para analisar conflitos de interesses em companhias de economia mista, nas quais a União é acionista majoritária.


Por fora, como de costume...





Lula em transe


Já pensou se algum político de oposição ou qualquer presidenciável tiver a coragem de cobrar que o presidentro Lula da Silva, seus familiares e amigos mais próximos apresentem, publicamente, suas declarações do Imposto de Renda desde 2002 até agora?


Como eles conseguirão justificar que sua evolução patrimonial seja tão maior que a renda que oficialmente receberam ao longo dos anos de PT na Presidência?


Já pensou, também, se a maldosa espionagem norte-americana resolver divulgar tudo que realmente sabe sobre aplicações e transações financeiras, compra e venda de ações de empresas, a partir de offshores abertas em paraísos fiscais?


Vai para casa, Padilha...


Piada séria, que circula no Youtube, usando depoimento do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo, defendendo o hoje em desgraça André Vargas:





Alegria e tristeza


A petralhada ainda alimenta a vã esperança de recorrer ao pleno do STF – onde pensa que pode vencer por ter suposta maioria – para criar uma CPI-X-Tudo, que investigaria, também, o metrô paulista e o porto pernambucano de Suape, na tentativa de atingir Aécio Neves e Eduardo Campos – adversários presidenciais de Dilma Rousseff.


Mas as chances de isso ocorrer são poucas, na avaliação do líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira, que festejou a decisão da ministra Rosa Maria Weber:

“Ela mandou direto para o pleno do Supremo. Foi a vitória da Constituição, a afirmação dos direitos democráticos afirmados na Constituição brasileira. É importante que as instituições permaneçam imunes às oscilações dos humores e das preferências políticas dos eleitores. Hoje, somos minoria, mas amanhã tudo pode mudar”. 

Fator Paulo Costa

A Justiça Federal aguarda que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal terminem de analisar dados de computadores e documentos apreendidos na Petrobras para pedir o indiciamento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e da mulher dele, Ariana Azevedo Costa Bachmann.


O casal e mais três pessoas ligadas à família foram denunciados por tentar impedir ou causar embaraço a investigação da organização criminosa coordenada pelo doleiro Alberto Youssef.


Costa foi flagrado tentando retirar e destruir documentos do apartamento da família, na Barra da Tijuca, enquanto a Polícia Federal cumpria mandado de busca e apreensão em outros endereços do executivo.

Sujeira na Lava Jato


A 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba recebeu ontem denúncia contra o doleiro Alberto Youssef e outras 24 pessoas por crime financeiro e lavagem de dinheiro.
Os sete são acusados de terem promovido a evasão fraudulenta de US$ 444,6 milhões entre julho de 2011 a março de 2014.


O MPF afirma que Alberto Youssef é o líder do grupo criminoso, mandante e executor dos crimes que teriam internalizado no país outros US$ 3,135 milhões entre agosto de 2010 e maio de 2011.


Os envolvidos

Além do doleiro, foram denunciados os testas de ferro de Youssef: Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles, Pedro Argese Junior, Esdra de Arantes Ferreira, Raphael Flores Rodriguez e Carlos Alberto Pereira da Costa.


Segundo o MPF, o esquema de evasão de divisas usava contratos de câmbio fraudulentos, para pagamentos de importações fictícias.


Várias empresas foram utilizadas criminosamente, entre elas a Labogen Química Fina e Biotecnologia, a Labogen SA e a Piroquímica Comercial, Bosred Serviços de Informática, HMAR Consultoria em Informática e RMV & CVV Consultoria em Informática.

Fora do país, também conforme denúncia do MPF, o doleiro utilizou as offshores DGX Limited e RFY.


Novo Fora Vargas



Desastre energético


Um dia depois da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) fechar com nove de 13 bancos credenciados para emprestar dinheiro a distribuidoras de energia, três dos cinco conselheiros da empresa resolveram tirar o time de campo.
Luciano Freire, Paulo Born e Ricardo Lima saíram da CCEE por discordar do aumento dos subsídios para o setor, que está pagando mais caro pela energia por causa do uso das termelétricas – em operação que beneficia alguns aliados do governo.


As distribuidoras alegam que precisam de R$ 4,7 bilhões emprestados apenas para cobrir os gastos extras de fevereiro, mas a conta final emprestada pode chegar a R$ 11,2 bilhões.

No final das contas, será o consumidor o penalizado pelo endividamento, nos futuros aumentos de contas de tarifas de energia elétrica.


Contra a Governança do Tio Sam na Internet


O NetMundial (Encontro Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet), que termina hoje em São Paulo, promete um documento pedindo a diminuição da influência e do controle dos Estados Unidos da América na internet.

Uma instituição privada sediada na Califórnia, a Icann (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), coordena todos os registros de nomes e domínios, e define regras e padrões técnicos da rede.

A NetMundial reclama que isso ocorra com supervisão do Departamento de Comércio americano.


Controle interno
 

Aproveitando o cheque em branco representado pelo Marco Civil da Internet, sancionado ontem pela presidenta Dilma Rousseff, o petismo vai acirrar sua guerra contra os provedores transnacionais.



Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Paulo Bernardo (Comunicações) insistem em que o governo baixe uma Lei dos Dados, que estabelece regras de controle e exige que as grandes companhias de internet tenham bases de dados instaladas no Brasil.


Como os grandes provedores são contra, essa promete ser uma briga com efeitos colaterais bem interessantes na véspera reeleitoral...

Gol Contra do Rei




Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.


O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.


A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 24 de Abril de 2014.

Prof. Hermes R. Nery: Não à ideologia de Gênero!

Governo brasileiro faz de tudo para impor ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação, para atender seu comprometimento com agenda globalista anti-família e anti-cristã.
Entrevista com Prof. Hermes Rodrigues Nery, especialista em Bioética e membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB:


O que é o PNE e quais os riscos que sua aprovação traria para a educação no Brasil desde o ponto de visto ético?

O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece as diretrizes e metas da educação brasileira para os próximos dez anos, norteando o conteúdo e as metodologias de ensino em todo o País, com instrumentos legais para exigir dos professores, diretores e também donos de escolas particulares a cumprirem o que está determinado no referido PNE. Ao  incluir a ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação, o governo do PT (a exemplo do que já expôs no PNDH3), visa utilizar todos os meios e recursos para disseminar a agenda do feminismo radical, assumida pela ONU, para intensificar o processo de desmonte civilizacional, de modo especial os princípios e valores da cultura ocidental, de tradição judaico-cristã. 


É, portanto, uma agenda anticristã inclusa no PNE, com a ideologia de gênero, que, sendo aprovado, será executada por toda a rede de ensino do País, buscando dar legalidade ao que já vem sendo posto em prática, e implementando de modo sutil e sofisticado o que ideólogos  de  países desenvolvidos gestaram enquanto experimentos de reengenharia social, a partir de muitas formas de manipulação, de modo especial o da linguagem. 


Como explica o Dr. Jorge Scala, os ideólogos de gênero "tem a pretensão de modificar a estrutura íntima do ser humano por meio de uma transformação cultural levada a cabo pela manipulação da linguagem e pelo controle dos meios de comunicação". O governo do PT sabe que para fazer a revolução cultural que pretende,  precisa instrumentalizar toda a rede de ensino para seus fins de perversão, fazendo dos professores escravos de uma ideologia, obrigados a ensinar e doutrinar as crianças, desde a mais tenra idade, de que a identidade sexual não pode estar condicionada a um determinismo biológico, pois que seria uma construção sócio-cultural, e não pode haver diferenças também nesta dimensão relacional, pois as diferenças acentuam lógicas de dominação e poder.


O próprio relator do PNE na Câmara, deputado Angelo Vanhoni, afirmou em entrevista à TV Canção Nova, de que a escola é o espaço privilegiado para a transformação dos valores. Espaço este que o governo quer tomar de vez para promover a sua revolução cultural, anti-cristã e inteiramente desumana. 





Quais são os argumentos apresentados pelos relatores e promotores do projeto para inserir a ideologia de gênero entre os princípios da educação?


Os argumentos do feminismo radical promovido pela ONU e que o governo do PT (atrelado a grupos e fundações internacionais) está comprometido em executar. O termo "gênero" apareceu na Conferência da ONU sobre a Mulher, em Pequim (1995),  como ferramenta política do feminismo radical para a mais profunda e ousada subversão antropológica. 


Na verdade, trata-se de uma pseudoantropologia, com obsessão à uma reengenharia social global."Infelizmente - como ressalta Dale O'Leary - a ONU tornou-se cativa de perigosos ideólogos, que estão usando o poder e a influência da organização para promover seus perigosos esquemas". 


Perigo porque a ideologia de gênero nega  a natureza humana e fere profundamente a humanidade do homem e da mulher, que deixam de ser complementares, pois, para os ideólogos de gênero, a identidade sexual não é um dado natural, mas uma construção sócio-cultural, que pode ser manipulada, atingindo assim o âmago do que é ser homem e mulher, e destruindo assim a dimensão humana da família monogâmica e heterossexual (realidade caracterizada pela dualidade, complementaridade e fecundidade). "Nós não seremos forçadas a retroceder para o conceito de que 'a biologia é o destino' que procura definir, confinar e reduzir as mulheres ás suas características sexuais físicas", afirmou a feminista Bela Abzug.


Foi Shulamita Firestone, em seu livro "A Dialética do Sexo", que associou o marxismo com o feminismo radical, dizendo que "assim como o objetivo final da revolução socialista não era apenas a eliminação do privilégio de classe econômica, mas a própria distinção da classe econômica, assim também o objetivo final da revolução feminina deve ser, diversamente do objetivo do primeiro movimento feminista, não apenas a eliminação do privilégio masculino, mas da própria distinção sexual". Nesta lógica de perversão, os ideólogos de gênero acenam com a falácia do igualitarismo, como discurso sedutor, mas que, na prática, conduz tanto o homem quanto a mulher a situações de crescente vulnerabilidade e violência. 


É uma ideologia que se volta contra a condição biológica da pessoa humana, com efeitos sociais danosos já vistos em outros países que já a adotaram em seu sistema educacional, a exemplo da Suécia. Dale O'Leary também observa que "o fundamento do feminismo radical e o coração da Agenda de Gênero é a eliminação da distinção sexual e o controle da reprodução". E acrescenta que "as feministas radicais concordam com os marxistas que o objetivo é uma sociedade sem classes, mas a revolução feminista  radical quer abolir também as classes sexuais".  Cabe lembrar que o controle reprodutivo feminino incluiria também o aborto.



Como vemos, incluir a ideologia de gênero no PNE é permitir que o governo do PT avance em seu programa socialista, utilizando o próprio parlamento para seus fins revolucionários.Agora, não mais pelas armas, mas de modo sutil e sofisticado, por dentro das estruturas, corroendo-as por dentro.  O que se quer ensinar nas escolas brasileiras, sob o amparo da legislação, é o que desejava Firestone: o regresso "a uma pan-sexualidade desobstruída", como ainda a abolição da própria infância, pois, para ela, "devemos incluir a opressão das crianças em qualquer programa feminista revolucionário... 


Nossa etapa final deve ser a eliminação das próprias condições da feminilidade e da infância. O tabu do incesto hoje é n ecessário somente para preservar a família; então, se nós nos desfizermos da família, iremos de fato desfazermos das repressões que moldam a sexualidade em formas específicas", até que a sexualidade seja "libertada da sua camisa de força para erotizar toda a nossa cultura". 



Quando Bela Abzug conseguiu introduzir a ideologia de gênero nos documentos da ONU, os anarcofeministas que assumiram postos de decisão nos governos dos Estados-membros da ONU, começaram a exigir que os governos incluíssem também a perspectiva de gênero em suas legislações e diretrizes e metas educacionais, configurando em nível local, regional e nacional, a agenda controlista, antivida, anticristã e anti-família por estes grupos internacionais.  Por isso, mais uma vez, o Brasil vê sua soberania aviltada por esses pérfidos interesses. Daí o trabalho que estamos fazendo, de levar informações aos deputados senadores, e pressionar o legislativo brasileiro a não ceder diante desta ideologia totalitária que querem implantar no País.  




De que maneira concreta (em nível de materiais, conteúdos, etc.) a ideologia de gênero seria apresentada aos estudantes brasileiros? A medida afetaria também as escolas particulares? Escolas católicas, por exemplo, teriam que, obrigatoriamente, incluir a ideologia de gênero em seus materiais e planejamento de classes?




O MEC passaria a produzir materiais didáticos, livros, cartilhas, DVDs, etc. (inclusive já fazem atualmente), promover atividades, workshops, capacitações, para que todos aceitassem o anarquismo da ideologia de gênero, sob o amparo da lei. Com isso, os professores serão obrigados a concordar com uma ideologia eivada de equívocos, e de efeitos sociais danosos, e terão de repetir a cartilha igualitária do MEC se quiserem sobreviver. 


E as escolas particulares que questionarem o conteúdo ideológico imposto, sofrerão sanções. A forma de fechar o cerco e acuar todos na redoma será criar e consolidar o Sistema Único de Educação, para garantir a uniformização do pensamento na rede de ensino. Não se admitirá quem destoe do discurso oficial. E o governo do PT (de modo especial as  mulheres empoderadas por Dilma Roussef) continuará dizendo que tudo isso é democracia.





4 comentários:

  1. Eu tive contato com esse projeto há dois anos em uma Orientação Técnica a professores das áreas de História e Filosofia (que é meu caso) no estado de São Paulo.
    Na ocasião, foi exibida uma peça publicitária criada pela organização "Católicas pelo Direito de Decidir", e que procurava induzir a premissa de que a violência contra a mulher tem origem na própria doutrina cristã, ao contrapor a figura de Cristo-Deus à de Eva-mulher.
    O mais importante é que nós, os próprios professores, percebermos que se tratava de uma explícita indução ideológica, inserida na pedagogia cotidiana de uma maneira bastante maliciosa.


    1. Todo professor logo percebe a malícia dessa ideologia. O problema é que muitos aderem por pressão.
  2. Parabéns, Hermes!
    Que O Espírito Santo continue te iluminando! Que o Bondoso Deus venha em nosso auxílio, que Maria passe na frente e não permita que essa ideologia seja implantada no Brasil! Amém!
  3. O Professor tem razão, devemos prestar atenção no que está por trás das lindas e bem estruturadas palavras, quais os interesses escondidos. Traduzindo em linguagem vulgar: Ninguém tem sexo definido, os pais não poderão dizer que tem um filho homem ou mulher. A “cria” decidirá quando ficar maior. Uma família pai e mãe é fora de moda. Bom é todo mundo copulando com todo mundo. Isso está certo?
    Depois o governo dá aquela pílula abortiva e legaliza o aborto. Afinal a mulher tem o direito de matar. O governo, com tudo isso quer o controle populacional e quem não faz nada está escrevendo a história da destruição da família.
    Marx – odiava a estrutura familiar, para ele a família deveria ser abolida.

Baguncismo sem Fronteiras: Duas perguntas à CAPES


Ciências sem Fronteiras: 110 “fritos” em suspeitíssimo exame de inglês. CAPES deve explicações.

Por Klauber Cristofen Pires

 

Neste mês de abril, 110 estudantes que participam do programa universitário de intercâmbio Ciência sem Fronteiras, sendo 80 no Canadá e 30 na Austrália, terão de retornar ao Brasil, sob alegação de terem mostrado insuficiência no famoso e internacional exame de proficiência conhecido como TOEFL. Entretanto, os estudantes foram convocados para fazer a prova antes de completar o curso preparatório de inglês previsto no programa, e o que é mais suspeito, de véspera, com uma antecedência inferior a 24 horas!



A notícia foi veiculada por vários jornais do país, entre os quais gigantes como o Estadão, o Globo e Folha de São Paulo. Os estudantes reclamaram do modo como as reportagens foram editadas, tendo informado que suas declarações foram tratadas como meras “alegações”, enquanto que as respostas dadas até então pela Capes foram transmitidas como “afirmações”, dando subliminarmente a entender que eles, os alunos, estariam a protestar sem mérito, por não terem estudado o suficiente. Muitos dos estudantes declararam terem sentido problemas de ordem emocional e psicológica ao terem lido os diversos comentários de leitores tratando-os como turistas remunerados e outros adjetivos menos lisonjeiros.


Entretanto, tendo tido acesso aos documentos que me foram enviados,  e que disponho aos leitores aqui neste artigo, constatei tratar-se de uma situação especial: trata-se de um grupo diferenciado, que havia optado inicialmente por estudar em Portugal – justamente por não dominarem nenhuma língua estrangeira - onde estudariam por 12 meses, prazo este prorrogável por mais 3 meses, conforme edital Portugal – Chamada 127/2012, que afirma no Artigo 8, item 8.1.:



“A permanência do aluno será custeada pela CAPES e pelo CNPq e apoiada pelo CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas) por meio da Universidade de Coimbra, de 12 (doze) meses para realização de estudos em tempo integral. Este período poderá ser estendido em até 3 (três) meses, a serem dedicados a estágio de pesquisa ou inovação tecnológica em instituições ou centros de pesquisa, quando disponível, a critério da CAPES e do CNPq.”


Tudo começou com o próprio CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que tomou a iniciativa de propor alocá-los em universidades em países de língua estrangeira, alegando uma demanda superior à oferta em Portugal.

Desta forma, a este grupo especial de estudantes foi encaminhada uma mensagem pelo CAPES sugerindo ao estudante mudar de escolha, sob a promessa de conceder ao aluno um curso de aperfeiçoamento em língua estrangeira, com bolsa de estudo adicional de até 06 meses para aprendizagem do idioma do país de destino (grifos meus), e também, no caso de países de língua inglesa, um curso on line de inglês.


Além disso, não é verdade que sejam estudantes incapacitados, pois todos obtiveram bom rendimento acadêmico, tendo alcançado o mínimo de 600 pontos, sendo justamente este o motivo para terem sido aceitos no programa Ciência sem Fronteiras, conforme se pode ler de uma mensagem enviada aos alunos escolhidos para participar do programa, em 05 de março de 2103:




Após a realização de um primeiro teste diagnóstico, ainda no Brasil (TOEFL ITP), em abril/maio de 2013, foram encaminhadas, pelas universidades canadenses, diretamente aos alunos, cartas de aceite referentes apenas à realização de cursos de idioma, ou aceites universitários condicionais à realização dos mesmos. Aos alunos que receberam apenas o aceite para a realização de cursos de idioma, seria solicitada a realização de exame de proficiência em língua estrangeira após o término desses cursos oferecidos pela universidade em questão (grifos meus). O trecho abaixo, retirado do e-mail enviado por Nathali Rosado, Coordenadora do Programa Ciências sem Fronteiras do CBIE – Canadian Bureau for International Education, no dia 27 setembro de 2013, deixa claro que:

“Caso os seus níveis de linguagem ainda estejam abaixo do mínimo exigido, vocês terão um outro semestre de curso intensivo de inglês, iniciando em janeiro do 2014 e um novo teste em março ou abril do 2014. Os alunos que a esta altura não consigam um aceite académico nas universidades da sua escolha serão colocados numa universidade canadiana pelo CBIE.”

Eis a mensagem, na íntegra: 







Além dos aceites para a realização de cursos de língua estrangeira, encaminhados pelas universidades canadenses, os estudantes receberam no dia 02 de agosto de 2013, uma carta do CBIE informando as atividades que integrariam o programa durante os 12 meses de estadia no Canadá. O conteúdo da carta é bem especifico, como pode-se observar no trecho abaixo:

“This letter confirms that the aforementioned student is sponsored by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) under an agreement between CAPES and the Canadian Bureau for International Education (CBIE). CBIE acts as the administrator of the Canada- Brazil Ciência sem Fronteiras Scholarship Program on behalf of CAPES and all funding for the program is the responsibility of the Brazilian Government. This student has secured placement in the Canadian institution mentioned above, and this letter should be accompanied by a letter of acceptance from the said institution. The student has been accepted into the University of Toronto for up to 2 (two) semesters of study, beginning as early as September 15, 2013 and finishing as late as April 30, 2014. From May to August 2014, the student will be completing an internship organized by CBIE.”

Eis a mensagem original:





De acordo com o trecho supracitado, o CBIE atua no Canadá como o administrador do Programa de Bolsas Canadá-Brasil Ciências sem Fronteiras, em nome da CAPES. Essa carta é bem específica ao definir o nosso tempo de estadia no país e o tipo de atividade a ser realizada durante o mesmo: 2 (dois) semestres de estudos em língua inglesa na Universidade de Toronto, com início em 15 de setembro de 2013 e término em 30 de abril de 2014, e um estágio a ser organizado pelo CBIE, com início em maio de 2014 e término em agosto deste ano. As cartas anteriormente citadas, uma da Universidade de Toronto, referente ao aceite em cursos de língua inglesa e a outra do CBIE, referente à realização de estágio, confirmam a informação contida na carta de concessão de bolsa da CAPES,  recebida em 12 de setembro de 2013, da qual pode-se destacar a seguinte informação: “Período de bolsa de 09/2013 a 09/2014”.

Contudo, o contrato não tem sido cumprido, conforme compromisso firmado previamente entre os alunos e a CAPES. Isto porque o teste de proficiência – TOEFL/IELTS foi exigido em 17 de janeiro de 2014 (alunos do então Level 40) e 8 de fevereiro de 2014 (alunos do então Level 50), respectivamente e não em março/abril de 2014, conforme dizia o e-mail de Nathali Rosado, datado de 27 de setembro de 2013. Cabe ressaltar que, em 17 de janeiro, os alunos estavam apenas iniciando o segundo nível do curso de idioma oferecido pela Universidade de Toronto. Assim, o teste se tornou ineficaz para mensurar a proficiência no idioma, o qual estava previsto para ser realizado ao final de seis meses. Acrescenta-se que a convocação foi feita no dia 16 de janeiro de 2014, às 15 horas, quando recebemos do CBIE, através de Nathali Rosado, um e-mail para realizarmos a prova obrigatoriamente no dia seguinte, às 9 horas da manhã, como se pode constatar no trecho abaixo:

“Tenho o prazer de anunciar que a CAPES decidiu que todos os alunos da turma de Portugal que serão nominados durante as próximas semanas para as universidades canadenses deverão fazer o teste TOEFL iBT. Você será reembolsado pela CAPES depois que tiver completado o teste. O CBIE está trabalhando para que os alunos façam o teste o mais rápido possível. Ao menos que você já tenha se inscrito para um teste TOEFL iBT, você deverá, obrigatoriamente, matricular-se no teste que será oferecido amanhã.”

Muitos estudantes não obtiveram êxito nessa prova, porque a maioria tinha concluído recentemente o nível 30 e/ou 40 do curso de idiomas da Universidade de Toronto. Desse modo, estes estudantes não possuíam, ainda, habilidade suficiente para obter a nota exigida pela universidade. Eis a mensagem:





No dia 28 de março de 2014, os estudantes foram surpreendidos por um e-mail enviado pela CAPES comunicando que deveríamos retornar ao Brasil devido à falta de proficiência na língua inglesa. Isto equivale a uma quebra do contrato referente à realização do estágio de indústria/pesquisa, assegurado documentalmente, uma vez que em momento algum foi condicionado à aceitação acadêmica. O trecho abaixo, retirado do e-mail da CAPES , diz:



“De acordo com relatórios enviados pelo CBIE sobre o desempenho dos bolsistas de graduação sanduíche no estágio linguístico, a CAPES comunica que você deverá retornar ao Brasil ao final do curso de inglês em abril para retomar as suas atividades na universidade brasileira, uma vez que você não atingiu o nível de conhecimento linguístico ou rendimento necessários para ingresso no semestre acadêmico.
“Assim sendo, o setor técnico da CAPES entrará em contato para orientá-lo quanto às providências necessárias para sua volta ao país.”.


Ocorre que a alegação de que o desempenho dos bolsistas está abaixo do esperado não tem fundamento, pois a CAPES já sabia previamente o nível de conhecimento no idioma de todos os candidatos aprovados para o referido programa, já que realizaram o primeiro exame TOEFL ainda no Brasil, e a despeito disso, todos os alunos, sem exceção, foram aprovados com alto rendimento nos diferentes níveis da língua inglesa cursados na Universidade de Toronto, conforme declaração dos próprios professores, conforme se mostra abaixo: 





É verdade que a possibilidade de não ingressar em cursos acadêmicos já existia antes da nossa chegada ao Canadá. Porém, a realização do estágio de pesquisa/indústria nunca foi condicionada ao ingresso em cursos acadêmicos. A carta de concessão de bolsa recebida da CAPES, em 12 de julho de 2013, refere-se apenas a seis meses de cursos de idiomas e seis meses de estágio, e acrescenta que a bolsa poderia ser estendida por mais seis meses, caso fossem  admitidos em cursos acadêmicos, no Canadá. Tanto é dessa forma, que a CAPES integralizou o pagamento de 13 parcelas do auxílio seguro saúde, totalizando CAN$ 1.300,00. Essa despesa custeada demonstra o entendimento da CAPES de que os alunos permaneceriam no Canadá por um período de, no mínimo, 13 meses.

Tendo pesquisado reportagens sobre o assunto, verifiquei que foi o Estadão que mais se aprofundou no assunto, tendo encaminhado algumas perguntas à Capes, que foram respondidas de forma lacônica, revelando uma indisposição para um esclarecimento convincente, bem como algumas vezes falsas, embora pretensamente dizendo (meias) verdades. Confiram, com meus comentários destacados:

(Estadão): - Quantos estudantes ainda não fizeram o exame de proficiência (e podem ter de voltar caso não atinjam a proficiência)? Além de Canadá e Austrália, há bolsistas em outros países que podem ter de voltar?

(CAPES) - É exigência do programa CsF a proficiência no idioma do país de destino, assim todos os estudantes passam por este procedimento.

MEU COMENTÁRIO: todos os estudantes devem passar pelo procedimento, porém o cronograma previa a aplicação do teste ao final do curso de idioma– e nem poderia ser diferente. 

(Estadão) - No documento encaminhado aos alunos, o exame estava previsto para "março ou abril". Por que ocorreu antes (alguns até em janeiro)?

(CAPES) - As datas do exame atendem ao calendário de início do semestre das universidades que irão receber os estudantes.

MEU COMENTÁRIO: Eis uma resposta duvidosa, haja vista que o próprio CBIE – o órgão do governo canadense que administra o programa Ciência sem Fronteiras -  havia comunicado aos alunos  previamente a sua programação. 

(Estadão) - Alguns bolsistas tiveram a convocação para o exame um dia antes da prova? Isso é comum?

(CAPES) - O teste de proficiência é aplicado pelo parceiro é distinto das provas aplicadas pelos cursos de línguas.

MEU COMENTÁRIO: Conforme os documentos que recebi dos estudantes, o exame foi realizado sob ordem da CAPES;  Além disso, a título de analogia, as normas sobre realização de provas de concursos públicos estabelecem um período mínimo de 45 dias entre os editais e a respectiva realização das provas. Uma convocação feita de surpresa, a menos de 24 horas de antecedência, fere de morte os princípios mais básicos do direito administrativo e deve ser considerada nula de pleno direito. 

(Estadão) - Estudantes dizem que pessoas com notas baixas e com reprovações foram alocadas nas universidades. Baseados em que critérios?

(CAPES) - O critério para participação no CsF é de no mínimo 600 pontos no Enem. É responsabilidade das instituições brasileiras observar os critérios de rendimento acadêmico dos estudantes na seleção.

MEU COMENTÁRIO: O CAPES tergiversa: os bolsistas estão falando do rendimento no curso de inglês e no exame de proficiência, e não no rendimento acadêmico que serviu para serem aceitos no programa Ciência sem Fronteiras. 

(Estadão) - Por que alunos que tem o aceite para o curso de verão poderão fazer mais 2 trimestres de inglês e alunos que precisam de apenas mais um trimestre para atingir o mínimo requerido pela Universidade de Toronto terão de voltar?

(CAPES) - Só poderão fazer curso de inglês durante o verão  aqueles que já possuem o aceite definitivo da universidade para a realização do curso  acadêmico.


MEU COMENTÁRIO: Um despropositado ato de perfídia, haja vista que a turma de Portugal havia escolhido aquele país de forma honesta, eis que não dominavam o inglês, sendo a oferta de um curso específico de dois módulos a compensação necessária que os levou a optar pela transferência.


(Estadão) - Alunos perguntam por que a Capes tirou os estágios firmados em contrato? Segundo ele, se fosse cumprido isso daria tempo para atingir a proficiência e fazer aplicação para as universidades.


(CAPES) - Porque no âmbito do programa CSF não está previsto o pagamento para a alocação exclusiva de estudantes em estágios.


MEU COMENTÁRIO: O CAPES proferiu aqui uma verdade que exprime uma mentira: é claro que não há previsão para a alocação EXCLUSIVA, mas há a alocação prevista em documentos enviados pelo CAPES e CBIE informando que o estágio ou pesquisa seria realizado independentemente e incondicionalmente ao aceite pelas universidades canadenses, do que se compreende que o estágio ou pesquisa seriam parte integrante da formação do aluno ao ser aceito por aquelas universidades, e que, caso isto não ocorresse, ao menos o aluno retornaria ao Brasil com o aproveitamento curricular do estágio/pesquisa. 

(Estadão) - Há alguma chance desses 110 alunos reverterem a situação ou a volta deles é definitiva?

(CAPES) - A decisão é final uma vez que embora esses bolsistas tenham se empenhado, não foi possível alocá-los em cursos acadêmicos.

MEU COMENTÁRIO: O CAPES está mentindo, pois em consulta aos documentos a mim encaminhados pelos estudantes, nem sequer efetuou a inscrição das candidaturas dos bolsistas nas opções alternativas, ao contrário do que havia instruído os estudantes por meio de mensagens eletrônicas. Vide mensagem abaixo, que uma atendente de uma destas universidades enviou a um dos bolsistas:


Até agora, posso confirmar que não recebemos a sua inscrição (grifos meus). Não tenho certeza como o CBIE decide enviar as aplicações às universidades, mas eu vou mandar a eles o seu e-mail para obter uma resposta”. (Nota: O CBIE é o órgão canadense que representa o CADE naquele país).


(Estadão) - Como será programada a volta desses alunos? Eles terão ajuda de custo para arcar com despesas como as de quebra de contrato de aluguel?

(CAPES) - Eles terão direito ao auxílio deslocamento e receberão todas as orientações necessárias ao seu retorno ao país.

MEU COMENTÁRIO: Os estudantes restaram severamente prejudicados, pois o CAPES sempre manteve a expectativa de que permaneceriam no Canadá ao menos por 13 meses, fazendo com que todos fizeram contratos de aluguéis de moradias e de serviços de telefonia pelo período de um ano, de modo que agora arcam com multas indenizatórias.

(Estadão) - Quanto, no geral, o governo já pagou de bolsas e demais benefícios para esse grupo?

(CAPES) - (Sem resposta)

MEU COMENTÁRIO: Eis um retrato do programa Baguncismo sem Fronteiras.


(Estadão) - A Capes e o MEC entendem que eles cumpriram a meta do programa Ciência sem Fronteiras?


(CAPES) - O Programa CsF já concedeu mais de 62 mil bolsas e irá cumprir as metas previstas.


MEU COMENTÁRIO: O CAPES simplesmente não respondeu à pergunta.


(Estadão) - Eles vão fazer parte das estatísticas do programa?


(CAPES) - (sem resposta)

MEU COMENTÁRIO: Bagunça ou má-fé?
Além das perguntas feitas pelo Estadão, eu ainda proponho ao CAPES responder a duas perguntas, de minha própria lavra:


1ª PERGUNTA - Que ato legal, normativo ou contratual autorizou o CAPES a convocar de surpresa os estudantes com uma antecedência de menos de 24 horas, inclusive com pagamento de uma taxa cara (U$ 240.00), e ainda por cima mediante alegação de reembolso posterior (o que comprova ainda mais que se tratou de uma decisão impetuosa e repentina), para realizar o exame de proficiência TOEFL ainda no início do 2º módulo do curso de inglês, que fora garantido aos estudantes como forma de incentivo a cambiarem a opção de Portugal para o Canadá?

2ª  PERGUNTA - O que motivou a CAPES a tomar a decisão de convocar os estudantes a realizar o difícil teste TOEFL de forma repentina e surpreendente, antes do término do 2º módulo do curso de Inglês, sabendo que é um teste difícil e que exige prévia preparação, havendo até mesmo cursos especializados, com duração de um mês?


Concluo este artigo reiterando que os estudantes, além de ficarem com o nome sujo na praça no Canadá, se não conseguirem cumprir com as multas rescisórias pelos contratos de aluguéis e demais despesas contraídas naquele país, e de terem perdido pelo menos um ano para se formarem em suas respectivas faculdades, não poderão inscrever-se novamente no programa Ciência sem Fronteiras.


Além disso, relataram-me a mais completa falta de estrutura e descaso: ninguém os recepcionou no aeroporto ao chegarem ao Canadá, nem deu-lhes instruções prévias ou no destino, nem os acolheram em qualquer espécie de alojamento de concentração, mesmo que provisório. Dizem os estudantes que TODOS os outros países mantêm um supervisor de seu país intermediando e orientando os bolsistas e fiscalizando a aplicação dos recursos públicos e o fiel cumprimento dos cronogramas, EXCETO o Brasil.


Caros leitores, creio que estamos diante de um notório caso de improbidade administrativa. Rogo que chegue ao conhecimento do Ministério Público esta vergonha e que alguma providência seja tomada. 

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