sábado, 21 de junho de 2014

A tropa de choque digital do ministro - EDITORIAL O GLOBO


O GLOBO - 21/06

Encontro de Gilberto Carvalho com blogueiros e jornalistas chapas-brancas é mais um reforço na previsão de que a campanha eleitoral tende à radicalização


A reunião do ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com blogueiros e jornalistas chapas-brancas poderia ser contestada por partidos de oposição pelo fato de ter sido realizada no Palácio do Planalto. 
 
O encontro, realizado quarta-feira e transmitido pela internet, tratou de estratégias de defesa do governo Dilma na rede mundial de computadores, com óbvias intenções eleitorais. Logo, um ato de campanha. Portanto, inadequado a um espaço cujo proprietário é o Estado e não o PT, ou qualquer outro partido.

Mas costumam ser tantas as transgressões à legislação eleitoral, e não apenas nesta eleição, que os transgressores parecem vencer pelo cansaço. No caso desse ilustrativo encontro, o mais importante terminou sendo as próprias características da reunião e a agenda discutida.

Talvez pela crescente preocupação com a tendência das pesquisas eleitorais, lulopetistas começam a se descuidar. Escancaram conversas sugestivas entre uma autoridade, blogueiros e jornalistas ligados ao PT, muitos dos quais atuam apoiados financeiramente por meio de anúncios de estatais. Recebem dinheiro público.

Essa reunião reforça a previsão de que a campanha deste ano tende à radicalização. E, como já aconteceu no passado, a internet será campo de uma guerra suja, espaço livre a calúnias e difamações. De lado a lado.

O tom já havia sido dado por Lula, líder máximo do partido, ao acusar a “elite branca” pela vaia e xingamentos a Dilma, no jogo de abertura da Copa, e responsabilizar pela clima oposicionista a “mídia conservadora". Só faltava esta: o PT racializar a disputa eleitoral. No lado oposto, o candidato Eduardo Campos (PSB) conclamara os eleitores a tirar os “ladrões” de Brasília. Enquanto Aécio Neves procurou razões para explicar a inaceitável ofensa pessoal à presidente da República.

O truque de animar a militância petista atiçando-a contra a imprensa profissional e independente não é novo. E o encontro de Carvalho com parte da tropa de choque petista no mundo digital serviu para atiçar ainda mais a militância. A que age muitas vezes sob anonimato na internet. 
 
O ministro, setorista de “movimentos sociais” no governo e no PT, quer apoio da tropa à criação da rede de comissões instituída por decreto-lei e sob risco no Congresso, pois ficou evidente seu objetivo de ampliar o aparelhamento da máquina pública e drenar poder do Legislativo. “Temos de comprar esta briga!”, conclamou Gilberto Carvalho. É o que ele chama de “fazer o debate na mídia" (sic).

Em troca, os militantes digitais petistas pediram mais dinheiro público (da verba de publicidade oficial), a “regulação da mídia" (censura à imprensa profissional) e até o uso da TV Brasil como instrumento político. Se podem fazer reunião partidária no Planalto, por que não colocar a TV pública na campanha? Tem uma lógica.

O encontro de quarta ensinou tanto quanto a mais profunda análise da conjuntura política.

Por um Brasil de todos - EDITORIAL O ESTADÃO



O ESTADO DE S.PAULO - 21/06

Campanha eleitoral - e não se trata de outra coisa - é assim mesmo, quando os poderosos de turno resolvem se beneficiar das fragilidades das instituições democráticas: vale o que parece, não o que é; importa a versão, danem-se os fatos. 
 
E nessa aventura marota, na qual mergulhou de cabeça para evitar um desastre para o PT em outubro, Luiz Inácio Lula da Silva é insuperável. 
 
Por isso, não se pode negar razão ao senador Aécio Neves, agora candidato oficial dos tucanos à Presidência, quando declarou, na segunda-feira à noite em São Paulo: "Não vamos cair nessa armadilha do debate que apequena a política, do nós contra eles, da disputa de classes".

A pregação da luta de classes, mote desde sempre das campanhas eleitorais do PT, desvirtua um dos fundamentos da sociedade democrática, o de que para se conquistar o bem comum é preciso somar e não dividir. Desde suas origens políticas na luta sindical, Lula notabilizou-se por "partir para cima" de seus "inimigos", atacá-los sem trégua, eliminá-los sob qualquer pretexto. 
 
 
Houve apenas uma ocasião em que mudou de tática: por recomendação de seus marqueteiros, para consolidar a tendência de vitória nas eleições de 2002 passou a encenar o "Lulinha paz e amor". 
 
Tal como faria pouco depois, ao renegar, na famosa Carta aos Brasileiros, a pregação estatizante com que até então combatia a política econômica do governo FHC, Lula abandonou temporariamente - só temporariamente - sua vocação visceral para "guerra e ódio".

A mesmíssima prática marqueteira de manipular os fatos para impor a versão que mais lhe convém Lula adota agora na tentativa de transformar em limonada o intragável limão da manifestação anti-Dilma ocorrida na Arena Corinthians. 
 
Ninguém provido de um mínimo de sensatez, educação e civismo aprova o modo grosseiro, com o uso de expressões chulas, com que a presidente foi ofendida pela multidão.

Feita a ressalva necessária, é preciso também repelir com veemência a canhestra tentativa lulopetista de apresentar o episódio do Itaquerão como prova de que Dilma é "vítima das elites". 
 
 
Absolutamente, não. Registre-se que o ministro Gilberto Carvalho, homem de Lula dentro do Palácio do Planalto, saiu-se na última quarta-feira com a aparentemente surpreendente versão de que o episódio do Itaquerão não deve ser debitado a uma iniciativa da "elite branca" presente no evento, mas é o resultado da "pancadaria diária" de que o governo e o PT são vítimas nos meios de comunicação. Trata-se de uma variante tática do jogo lulopetista, que merece comentário à parte.

O fato é que a contundente manifestação no estádio corintiano foi o resultado do mesmíssimo sentimento de insatisfação difusa que desde junho do ano passado tem levado diariamente às ruas brasileiros que, frustrados por mais de uma década de um ufanismo mirabolante e vazio, começam a se dar conta de que caíram num enorme conto do Lula. 
 
 
E mesmo que se admita, apenas para argumentar, que a manifestação anti-Dilma no Itaquerão tenha sido obra exclusiva da "zelite", esta pode ser condenada por se ter comportado em relação à chefe do governo do PT exatamente da mesma forma como o PT e seu governo se comportam em relação a ela, a "elite"? Colhe-se o que se planta.

De qualquer modo, é profundamente lamentável que, faltando ainda quase quatro meses para o pleito de outubro, a campanha eleitoral esteja enveredando pelo descaminho da retórica belicosa com que Lula e o PT pretendem, em desespero, aprofundar entre os brasileiros a divisão alimentada pelo ódio. 
 
E por essa perspectiva desanimadora é também responsável a oposição, que entra no jogo do lulopetismo em vez de se concentrar numa campanha propositiva, que desmistifique, com objetividade e clareza, a empulhação populista de Lula e sua sucessora, aponte caminhos viáveis para garantir as inegáveis conquistas sociais e econômicas dos últimos 20 anos e defina uma rota segura para devolver ao Brasil a certeza de que estará rumando em direção à prosperidade econômica e à justiça social.

É preciso tirar o ódio do caminho e estimular a cidadania, valorizar a unidade na diversidade e lutar, com genuíno espírito democrático, por um Brasil de todos.

Procura-se cadelinha





 





Prezados vizinhos,




Peço a gentileza de divulgar a fuga da cadelinha das minhas filhas hoje à tarde, da quadra 15, conjunto 7, lote 6. 



Ela tem pelo curto, preto e branco, parece uma shitzu - foto abaixo. Gratificamos bem qualquer pessoa que a encontre. 


Por favor entre em contato com Bruno (9666-7788 / 33803077).



Muito Obrigado,



Bruno

Aécio lida em SP com Edualdo, primo de Lulécio


Josias de Souza

Alan E.Cober


O PSDB comprova: em política, a fidelidade é é uma qualidade facultativa. Candidato à reeleição, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, impõe ao correligionário Aécio Neves o convívio com um personagem traiçoeiro. Chama-se Edualdo. É primo de Lulécio e de Dilmasia.

Híbrido resultante da cruza estadual do PSB com o PSDB, Edualdo terá algo como 40 comitês eleitorais em São Paulo —28 em cidades do interior, 12 na capital. Nos próximos três meses e meio, ele pegará em lanças para convencer o eleitorado paulista a votar em Eduardo Campos para presidente e em Geraldo Alckmin para governador.


Feliz com o acerto que fará do deputado Márcio França, do PSB, o vice da chapa de Alckmin, Edualdo quer mais é que Aécio Neves se dane. Ele carrega a maldade como uma herança genética dos primos mineiros. Lulécio e Dilmasia também fizeram campanha em 2006 e 2010 se lixando para Geraldo Alckmin e José Serra, os presidenciáveis tucanos da época.

Bancado por prefeitos mineiros do PT e do PSDB, Lulécio queria manter Lula em Brasília e Aécio em Minas. Quatro anos depois, Dilmasia fez o diabo para eleger o tucano Antonio Anastasia governador de Minas e a petista Dilma Rousseff presidente da República. Foram muito bem sucedidos.

Aécio jura até hoje que ninguém molhou mais a camisa pelos paulistas Alckmin e Serra em Minas Gerais do que ele. Em 2014, Alckmin assegura que o tucanato de São Paulo dará a Aécio um tratamento digno daquele que é considerado “o mais paulista dos mineiros”.

Em tucanês, isso significa o seguinte: para garantir que Aécio tenha em São Paulo a mesma lealdade que ele teve em Minas, Alckmin não hesitará em lançar mão de todos os estratagemas necessários à obtenção dos subterfúgios.

Buracos rendem indenização a motoristas no DF


Josias de Souza


Em duas sentenças do 1º e 2º Juizados das Varas da Fazenda Pública do Distrito Federal o governo petista de Agnelo Queiroz foi condenado a pagar indenizações a motoristas que tiveram prejuízos com buracos no asfalto. 


Num caso, as avarias no carro custaram R$ 828. Noutro, R$ 1.575. As cifras estão sujeitas a correção.

O governo recorreu. Mas as sentenças foram confirmadas pela 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do DF. Prevaleceu o entendimento segundo o qual cabe ao Estado: zelar pela qualidade do asfalto e providenciar sinalização capaz de alertar os motoristas sobre eventuais defeitos na pista.

Num dos processos, o motorista requereu, além da reparação monetária, uma indenização por danos morais. Coisa deR$ 1.500. Mas esse pedido foi indeferido. A Justiça entendeu que os dissabores provocados por um buraco não atingem a honra, a imagem ou a integridade psicológica do motorista. 


Portanto, o dano é apenas material, não moral.

Borracheiro!Coligações dão à política a aparência de suruba


Josias de Souza

- Via Nani.

Coligações dão à política a aparência de suruba

Josias de Souza

Arte/UOL



Dilma adora Cabral; que apoia Pezão; que é rival de Lindbergh; que se uniu a Romário; que é companheiro de Campos; que esculhamba Dilma; que polariza com Aécio; que é tucano como Alckmin; que abriu o palanque para Campos; que é unha e cutícula com Lula; que pega em lanças por Dilma; que deseja que Aécio e Campos se danem.

Convém retirar as crianças da sala. Como sucede em todo ano eleitoral, os partidos se excitam com a proximidade do prazo final das coligações. A suruba vai até o dia 30 de junho. Nessa fase, o noticiário político só devia ser exibido na tevê de madrugada. Revistas e jornais deviam ser enviados à banca ou à casa do assinante num saco de plástico escuro, com um aviso na capa: proibido para menores de 80 anos.

Vive-se uma daquelas fases pornográficas em que ninguém é inimigo de ninguém. Vivo, Tim Maia gritaria: ‘Vale tudo’. Convencionou-se dizer que o eleitor brasileiro não sabe votar. Se for verdade, ele jamais vai aprender num ambiente em que o oportunismo almoça com a conveniência, o marketing janta com o tempo de TV e o interesse público vai para a cama com a desfaçatez.

STF julga os recursos de mensaleiros na quarta




Josias de Souza


Nelson Jr./STF
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, marcou para a próxima quarta-feira (25) o julgamento de cinco recursos protocolados na Corte por condenados do mensalão


Entre eles os petistas José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Fez isso a pedido do ministro Luís Roberto Barroso, que assumiu na última terça-feira (17) a relatoria de todos os processos do mensalão.


Os mensaleiros pedem nos recursos, chamados tecnicamente de agravos regimentais, que sejam revogadas decisões tomadas individualmente por Barbosa antes de abdicar das atribuições de relator do caso. 


Ele cassara autorizações para o trabalho externo de presos como Delúbio, condenado ao regime semiaberto, negara o mesmo benefício a Dirceu e transferira Genoino da prisão domiciliar para a Papuda.


Na última quarta-feira, menos de 24 horas depois de ter sido sorteado para substituir Barbosa na relatoria dos processos, Barroso pronunciou uma frase que soou como música para os advogados dos condenados: “Quem está preso tem pressa”. 


Informou que dividiria as decisões com o plenário do Supremo. Mas deixou no ar a hipótese de decidir sozinho caso Barbosa se recusasse incluir os recursos na pauta.


“Sou uma pessoa institucional e gostaria de tomar decisão colegiada.Mas sou também pessoa que faço meu papel sem pedir licença quando é meu papel. Se eu tiver que decidir sozinho vou decidir sozinho, mas preferiria decidir de maneira colegiada'', declarou. 


O ministro corre contra o relógio. A sessão de quarta será a última antes do início do recesso do Judiciário, que começa no dia 1ºde julho.


Preso em 15 de novembro do ano passado no presídio brasilense da Papuda, Dirceu tenta desde então obter autorização para trabalhar fora da cadeia durante o dia. 


Numa primeira tentativa, apresentara proposta de trabalho de um hotel de Brasília. 


Receberia R$ 20 mil para atuar como gerente. O caso foi às manchetes como um escândalo dentro de outro. E Dirceu deu meia-volta.


Depois, o ex-chefe da Casa Civil de Lula apresentou à Justiça uma proposta de trabalho no escritório de um conhecido advogado de Brasília, José Gerardo Grossi, seu amigo. 


Em troca de salário mensal de R$ 2,1 mil, Dirceu organizaria a biblioteca da banca advocatícia. Barbosa indeferiu o pedido sob dois argumentos:

1) enxergou na proposta uma “ação entre amigos”. 

2) anotou que o preso teria de cumprir pelo menos 1/6 da pena antes de requerer o benefício.

No recurso que vai ao plenário na quarta, a defesa de Dirceu sustenta que a alegação de que é preciso aguardar pelo cumprimento de 1/6 da pena contraria a jurisprudência que predomina no Judiciário brasileiro. 


Argumenta, de resto, que negar a Dirceu o trabalho externo equivaleria a convertê-lo de sentenciado ao regime semiaberto em condenado ao regime fechado.


Chamado a opinar, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu razão aos advogados de Dirceu. Em parecer enviado ao Supremo, ele se posicionou a favor da revogação do despacho de Joaquim Barbosa.


Diferentemente de Dirceu, o preso Delúbio Soares já havia obtido da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal autorização para trabalhar fora da cadeia durante o dia. 


Dava expediente na sede da CUT, em Brasília. Barbosa cassou a permissão.


De novo, o presidente do STF considerou que não foi observada a exigência de cumprir pelo menos 1/6 da pena. E levantou dúvidas sobre a seriedade do contrato de trabalho de Delúbio com uma entidade sindical na qual já exercera função de comando no passado. 

Disse que o suposto trabalho do ex-tesoureiro do PT ocorria sem a necessária fiscalização do Estado.


Os advoados de Delúbio anotaram no recurso que não é correto responsabilizar o condenado pela deficiência da fiscalização do Estado. 


E repetiram a tese esgrimida pela defesa de Dirceu segundo a qual é pacífica no Judiciário a jurisprudência quanto ao direito dos presos do semiaberto de trabalhar fora da cadeia sem a necessidade de esperar pela cumprimento de 1/6 da pena.


Os mesmos argumentos foram invocados noutros dois recursos incluídos na pauta de julgamentos de quarta-feira. Um trata do caso do condenado Romeu Queiroz. 


Outro diz respeito ao preso Rogério Tolentino


A exemplo de Delúbio, eles já trabalhavam fora do xadrez quando Barbosa cassou as autorizações. Também nesses casos, o procurador-geral Rodrigo Janot posicionou-se a favor da revisão das decisões do presidente do STF.


O caso de José Genoino é diferente. Ele estava licenciado da Câmara quando foi recolhido à Papuda junto com Dirceu e Delúbio, em 15 de novembro do ano passado. Recuperava-se de uma cirurgia cardíaca a que se submetera do Hospital Sírio-Libanês. Preso, teve uma crise hipertensiva. Levado a uma clínica de Brasília, obteve de Barbosa autorização temporária para cumprir pena em casa.


Mais tarde, uma junta médica do hospital universitário da Universidade de Brasília atestou que a cardiopatia de Genoino não é grave. Munido do laudo dos médicos, Barbosa determinou que o condenado retornasse à cadeia. Em seu recurso, o advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, contraargumentou que Genoino ostenta, sim, 'alto risco cardiovascular'.


Fernando Pacheco acrescentou que seu cliente passava bem justamente porque cumpria pena em casa. Mas seu estado de saúde exigiria cuidados especiais e exames que o sistema prisional do Distrito Federal não é capaz de prover. Também no caso de Genoino o parecer do procurador-geral Rodrigo Janot é favorável à revisão do despacho de Joaquim Babosa.


Deve-se a uma intervenção do advogado de Genoino a agilização do julgamento dos recursos dos condenados. Abespinhado com a demora de Barbosa em submeter o pedido de Genoino à apreciação dos colegas de tribunal, Luiz Pacheco foi à tribuna do Supremo, na semana passada, para pedir que o agravo de fosse levado à pauta. 


A intervenção acabou em bate-boca. Barbosa cortou-lhe a palavra. Como o doutor não silenciou, o ministro expulsou-o do prédio à força (reveja a cena abaixo).



Em documento interno do Supremo, um dos seguranças que conduziram o advogado para fora do Supremo declarou que ele estava “visivelmente embriagado”. Outro segurança disse ter ouvido o doutor afirmar que, se estivesse armado, daria “um tiro na cara” de Barbosa. 


O presidente do STF requereu à Procuradoria da República a abertura de uma ação penal contra Luiz Pacheco. No mesmo dia, afastou-se da relatoria dos processos dos mensalão.


Barbosa não deve participar do julgamento de quarta-feira. O mais provável é que ele transfira para o vice-presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, a incumbência de presidir a sessão. Que ocorrerá a cinco dias da anunciada aposentadoria de Joaquim Barbosa.

Lema do PT: Dilma vai mudar porque deu certo



Josias de Souza




Engolfada por uma onda de impopularidade, a pior que seu governo já enfrentou, Dilma Rousseff é relançada à Presidência como a mudança de si mesma. 


Lula e o PT informam que o primeiro mandato de Dilma deu muito certo. Deu tão certo que terá de mudar. A única crise que o país enfrenta é de semântica. Mas isso será rapidamente solucionado quando João Santana puder explicar na propaganda eleitoral o que é “dar certo”.


O povo anda meio irascível. Ouvida pelos institutos de pesquisa, mais de 70% da sociedade cobra mudanças. Lula e o PT avaliam que a sociedade está correta, muito correta, corretíssima. O que está errado é o mau humor da sociedade. A irritação da sociedade só existe porque a elite e a mídia golpista desinformam o país. Logo, logo João Santana revelará toda a verdade: depois que Lula e Dilma inventaram a felicidade, a sociedade exige ficar ainda mais feliz.


A reeleição de Dilma é o passaporte para a felicidade, informam Lula e o PT. A satisfação plena pode ser apalpada no slogan da campanha: “Mais Mudanças, Mais Futuro”. Ah, o futuro! Um espaço impreciso que a propaganda se encarregará de tornar concreto. Grande sacada do João Santana! No futuro cabe tudo. O futuro não pode ser cobrado. O futuro não pode ser conferido.


Os pessimistas decerto perguntarão: que fim levou 2011, futuro de 2010? E 2012, futuro de 2011? E 2013, futuro de 2012? E o que será de 2014, ainda tão presente e já premido pela visão do pretérito passando? 


Lula e o PT, otimistas a mais não poder, respondem: com Dilma, a sociedade não perde por esperar. Ganha. No momento, a sociedade flerta com a alternância do poder. Mas João Santana demonstrará que é tolice fixar um prazo para a felicidade. 


Vem aí Lula-2018.

No fim, todas as coligações têm um pé na cadeia



Josias de Souza






O monstro do Mesmo, polvo de infinitos tentáculos que domina a política brasileira, aguardava a sua hora de entrar em cena. 


Quando soube que o Datafolha detectara um sentimento de mudança, o monstro tremeu. Mas manteve a calma. Colocou todas as suas ramificações no modo stand by, ligou as ventosas e ficou de prontidão. Sabia que, cedo ou tarde, seria convocado.


O polvo esboçou um sorriso quando lhe disseram que Dilma Rousseff frequentaria a propaganda eleitoral como a mudança de si mesma. O monstro perguntou de si para si: como reagirá a bancada do PT na Papuda? Veio-lhe a imagem do José Dirceu balbuciando: ‘Hã, hã…’


O polvo assistiu à convenção em que o PSDB confirmou Aécio Neves como seu presidenciável. Ouviu o candidato tucano vaticinar que um tsunami vai varrer do Planalto tudo o que é indigno. O monstro olhou para o lado, viu o Paulinho da Força Sindical e não se conteve: ‘Ah, vá! Conta outra.’


O polvo percebeu o esforço do Eduardo Campos para se ajustar às exigências de Marina Silva. Mas toda vez que o presidenciável do PSB falava em “nova política” o monstro lançava um olhar sobre Pernambuco. Enxergava aquela megaligação de 21 partidos, com interesses a perder de vista. E exultava: ‘Fala séééério!’


De repente, como o polvo previra, sobreveio a convocação. E o monstro do Mesmo entrou em campo. O PSB, que se jactava de ter rompido os vínculos com o PT e todas as suas perversões, associou-se ao velho aliado no Rio de Janeiro.


O PSDB, que festejara em segredo a passagem do seu mensalão mineiro das alturas do STF para a primeira instância do Judiciário, empurrou o PTB do presidiário Roberto Jefferson e do multiprocessado Gim Argello para dentro da coligação nacional de Aécio.


O monstro do Mesmo não tinha dúvidas. Ele costuma dizer que, no Brasil, o novo é apenas o igual disfarçado. O polvo não desiste nunca. Em ritmo de Copa, ele grita: ‘Eu sou brasileeeeeeeiro, com muito orguuuuuulho, com muito amoooooooor…’ Um de seus infinitos tentáculos digita freneticamente nas redes sociais: 


#estamostodosjuntosnoxadrez.

Copa: Fifa anuncia legado com valores quatro vezes menores



No ano passado, Joseph Blatter havia anunciado US$ 100 milhões em benfeitorias.

 


Legado é uma palavra que incomoda o brasileiro desde os Jogos Panamericanos de 2007. Mais uma vez a Fifa anuncia que vai deixar um legado para o futebol brasileiro após a Copa do Mundo. 





O valor, por enquanto é bem menor que os US$ 100 milhões (cerca de R$ 225 mi)  anunciados por Joseph Blatter no ano passado. Chega por enquanto a US$ 20 milhões (R$ 45 mi) e com algo concreto: campos de futebol que serão inaugurados em Belém no início do próximo mês ao lado do Mangueirão, numa área de 40 mil metros quadrados. 



“Esse é um valor inicial, que pode aumentar duas, três, quatro, cinco, seis vezes, dependendo dos resultados da Copa do Mundo”, justificou Thierry Resnass, responsável pelo projeto de desenvolvimento da entidade.
 
Ao seu lado o presidente da CBF, José Maria Marín, agradecia o investimento e tentava explicar o porquê de a sua entidade, que fatura cerca de US$ 200 milhões (R$ 450 mi) por ano precisar de ajuda da Fifa para investir no futebol de base, futebol feminino e outros temas relacionados ao desenvolvimento do futebol no País. “Desde que chegamos à CBF, nós fomentamos o futebol brasileiro através da séries C e D totalmente subsidiadas com passagens, hotel, arbitragem, exames antidoping e sete bolas”, se gabou o presidente...
 
Mas José Maria Marín foi além. “Fizemos uma sede nova, um museu, e vamos ter ônibus da CBF para levar pessoas para conhecer a Granja Comary, com chance até de almoçar lá”, disse orgulho com esse legado e anunciando que em breve o campeonato Brasileiro vai ganhar um patrocinador master.  Ele disse ainda que é totalmente justificável a CBF gastar quase R$ 80 milhões em sua sede nova. “Um País pentacampeão mundial de futebol não pode não ter uma sede. Além do mais, investimos também na Granja Comary”, disse.
 
Para a Fifa, a coisa no Brasil tem que ser bem diferente do que foi na África do Sul, onde até agora pouco se viu de investimento na base do futebol no País. “Nosso início na África do Sul foi um pouco lento, mas já há dinheiro na conta bancária e temos que organizar o futebol juvenil, disponibilizar estrutura necessária no país”, disse. 


“No Brasil estamos tentando ser mais eficientes e iniciar de forma mais imediata. No dia 6 de julho já vamos inaugurar dois campos em Belém”, disse Reguenass, afirmando que os primeiros investimentos vão ser em locais onde não houve investimento direto por conta da Copa do Mundo.
 

Mas, o que fazer em lugares onde foram feitos estádios e que o mais provável é que se tornem elefantes brancos, como Manaus, Cuiabá e Brasília? Marín aposta na criatividade dos dirigentes. “Quando digo criatividade, digo em vários sentidos. O São Paulo Futebol Clube não utiliza o Morumbi apenas em futebol. Quando me refiro a criatividade, me refiro a gerar receitas fora do futebol”, tentou explicar se dizendo animado com o que vai acontecer no país depois da Copa.


”Há grandes públicos até em partidas com menor expectativa. E desenvolvendo as séries A, B, C e D, vamos melhorar acesso de torcedores nas arenas construídas para a Copa”, sonha.
 
A Fifa promete ser rigorosa no controle dos gastos nesses projetos e já anunciou que vai ser aberta uma conta específica para que os fundos sejam depositados e gerenciados pelo Brasil, com auditoria, segundo Thierry Reguenass constante por parte da Fifa e admitiu problemas em programas anteriores (citou um caso no Caribe mas não especificou) onde o dinheiro acabou sumindo. 


“A Fifa não era uma organização com experiência nesses projetos até 2008. Então, pode ter havido projetos que não aconteceram como deveriam”, admitiu. Ele negou entretanto que, na África, o dinheiro tenha sido usado por dirigentes para compra de carros de luxo. “Os carros foram herdados da Copa do Mundo, afirmou.



Fonte: Revista Istoé / portal Terra - 19/06/2014 - - 12:10:34


PT condena "sincericídio" de Gilberto Carvalho sobre as vaias para Dilma.


 
 
Embora dirigentes do PT reconheçam que a avaliação não está de todo errada, a declaração do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, de que os xingamentos contra a presidente Dilma Rousseff, na abertura da Copa do Mundo, não partiram apenas da “elite branca”, repercutiu mal na cúpula do partido. 
 
 
Às vésperas da convenção que oficializará, sábado, a candidatura de Dilma à reeleição, a fala de Gilberto mina o discurso, encabeçado pelo ex-presidente Lula, de que as camadas mais ricas da sociedade estariam estimulando o ódio contra Dilma e o PT.

- O Gilberto está meio fora da casinha! Depois de todo esse estrupício que fizeram com a Dilma na Copa, ela está melhor do que eu imaginava. Esta declaração está fora de propósito - criticou o vice-líder do PT, deputado José Guimarães (CE).

O líder do PT na Cãmara, deputado Vicentinho (SP), também reprovou as declarações de Gilberto Carvalho. - Eu discordo dele. Eu vi no estádio que o povo não estava lá. Pode ter insatisfação, mas aquele palavreado (os xingamentos do estádio) não representa o povo de São Paulo. É coisa de gente pobre de espírito. Vai ver que ficaram chateados porque tiveram que andar de metrô e nunca tinham andado - reagiu Vicentinho.

Apesar disso, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), concordou em parte com a avaliação feita pelo ministro: - Não digo que os xingamentos tenham partido de outros segmentos, isso eu não concordo. Mas que esse mau humor contaminou outros segmentos, eu concordo. A nova classe média foi contaminada - disse o líder petista.

 
O ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) disse, nesta sexta-feira, discordar da avaliação do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República). - É uma opinião respeitável do ministro Gilberto, você sabe que qualquer governo tem muitas opiniões, mas não reflete a opinião de todos. Eu não concordo. 
 
 
Existe um quadro no Brasil de disputa política e, em alguns momentos, algumas ações são preparadas para ter um determinado resultado. Eu acho que o que aconteceu (no Itaquerão) foi um movimento de um determinado setor que se organizou para fazer aquilo. O PT apoia incondicionalmente a presidente Dilma - disse Berzoini, que não quis especificar que setor seria esse.

 
A oposição usou as declarações do ministro para tentar desgastar o governo. O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse que Gilberto acabou desmentindo o ex-presidente Lula, que afirmara que as vaias tinham partido da elite: - O ministro Gilberto desmentiu o seu ex-chefe, desmentiu o ex-presidente Lula. O homem de confiança de Lula deu um testemunho de que o povo está descontente - disse Imbassahy.

 
Para o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), o ministro fez um mea culpa ao reconhecer que as vaias à presidente Dilma não foram apenas de uma parcela da sociedade com mais recursos financeiros. - O ministro fez uma mea culpa do governo de forma reta, admitindo uma insatisfação que se percebe nas ruas. É uma realidade o fato de que há grande insatisfação e de que as vaias não foram isoladas - disse Mendonça Filho. ( O Globo )
 
 

PT apanha nas redes sociais no horário da convenção que oficializou Dilma candidata.


Desde o início da manhã, o PT e seus Militantes Virtuais, os famosos MAVs, tentavam colocar nos assuntos mais comentados do twitter a hashtag #MaisMudançasMaisFuturo para marcar a oficialização de Dilma como candidata do PT à reeleição.

De forma espontânea, os tuiteiros de Oposição se uniram em torno da hashtag #DilmaNaoDaMais, com mensagens mostrando todo o fracasso da gestão da petista. No momento em que Dilma iniciou o seu discurso desanimado na convenção do PT, a hashtag já estava em primeiro lugar nos assuntos mais comentados no Brasil e em segundo lugar no planeta. 
 
 
 Acima, um tuíte do Coronel comemorando o fato. Eles têm dinheiro, muito dinheiro, mas não tem a militância voluntária da Oposição, que cresce cada vez mais.
 
 

Alckmin não vai subir no palanque de Campos.



O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que a decisão de ter o PSB como o partido que vai indicar seu vice na chapa que buscará sua reeleição em outubro faz parte de uma estratégia nacional, com foco de aproximação das principais forças de oposição à administração de Dilma Rousseff, candidata do PT à presidência da República.

"O meu candidato (a presidente) e do nosso partido é Aécio Neves. Foi um grande governador e vai ser um grande presidente", disse Alckmin. "As oposições precisam estar próximas. O importante é termos um diálogo, estarmos juntos, em benefício do Brasil. Ninguém está fazendo pleitos de natureza pessoal", destacou.

Geraldo Alckmin ressaltou que essa decisão política visa atender um projeto maior, de mudanças para o Brasil, o que requer também "reformas, crescimento, emprego e oportunidades." Ele manifestou que essa atitude da oposição é um fato positivo. "Então é uma alegria. Está indo muito bem."

Para Alckmin, contudo, a união política das oposições que passa por São Paulo não vai significar que ele terá que subir em palanques de Eduardo Campos, pré-candidato do PSB ao Palácio do Planalto. "Não. Os que forem do PSB vão apoiar seu candidato, Eduardo Campos. Os que forem do PSDB vão apoiar o Aécio", enfatizou.

Ele fez os comentários antes de fazer um discurso na Convenção Nacional do partido Solidariedade, evento que contou também com a participação de Aécio Neves, o ex-governador paulista José Serra e o deputado federal Paulo Pereira da Silva, líder da agremiação política.(Estadão)