segunda-feira, 21 de julho de 2014

A espetacular descoberta de Dilma: o míssil foi disparado pelo governo da Ucrânia para derrubar o avião do companheiro Putin




O extenso noticiário sobre o Boeing da Malaysia Airlines derrubado quando sobrevoava os céus de Donetsk, região da Ucrânia controlada por separatistas financiados pelo governo russo, tratou com inexplicável avareza a mais inventiva das teorias vinculadas ao episódio. 


 Foi ignorado pelos jornais (ou confinado em míseros centímetros) o monumento à criatividade erguido por Dilma Rousseff  com 82 palavras distribuídas por quatro frases. Concebido para explicar aos jornalistas por que o governo ainda não dera um pio sobre o mais recente capítulo da história universal da infâmia, deu no seguinte:


“Olha, eu acho que é prudente … vô… a gente tomar cuidado, porque, ao mesmo tempo, né?, tem um segmento da imprensa dizendo que o avião que era… esse avião que foi derrubado tava na rota da volta do avião do presidente Púti. Coincidia com o horário… e com o percurso. 


Então, que o míssil seria dirigido ao avião do presidente Púti. Eu acho que é importante tá… ter… ter claro que não era um míssil de fácil manejo. 


Não é um míssil de fácil manejo. Então, nós temos que olhar com cuidado pra vê de fato o que  aconteceu. Então, o governo brasileiro não se posicionará quanto a isso até que fique mais claro, por uma questão não só de seriedade, né?, mas também de prudência. Nós não temos todas as informações”.


Em língua de gente, o falatório em dilmês primitivo produziu uma teoria e tanto. Amparada no que andou lendo num misterioso “segmento da imprensa”, a presidente do Brasil afirmou ─ nada mais, nada menos ─ que só os imprudentes e os pouco sérios se atrevem a atribuir o disparo do míssil aos rebeldes supridos pelo padrinho Vladimir Putin com armamentos de última geração. 


Segundo Dilma, a explosão do Boeing foi coisa do governo constitucional da Ucrânia, que errou o alvo ao tentar espatifar o avião que levava o presidente da Rússia de volta a Moscou. Nem o mais imaginoso veterano da KGB havia pensado nisso.


Como a autora não a desmentiu, a tese continua valendo manchete de primeira página ─ e à espera de detetives preparados para averiguar se tem fundamento ou não. Se tiver, o caso sofrerá reviravoltas que poderão levar a descobertas ainda mais espetaculares. (Uma dupla de enviados especiais a Donetsk talvez descubra, por exemplo, que o míssil decolou de um aeroporto clandestino construído nas terras de um tio ucraniano de Aécio Neves, expropriadas pelo governo mineiro). 


Se tudo não passou de outra maluquice do neurônio solitário, os eleitores terão um motivo a mais para negar à presidente um segundo mandato.


Pelo que anda acontecendo por lá, falta pouco. Mas o Palácio do Planalto ainda não virou hospício.

A democracia só persegue golpistas e terroristas. Quem busca asilo no Uruguai se considera uma coisa ou outra?



Atenção para uma verdade escandalosamente elementar: os únicos perseguidos políticos numa democracia são terroristas ou golpistas. Não há outros. E, felizmente, os democratas os perseguem. Ou os canalhas acabariam solapando os fundamentos do regime.


O Brasil é uma democracia plena. A advogada Eloísa Samy, uma das 23 pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada, resolveu se esconder no Consulado do Uruguai, no Rio, e pediu asilo político àquele país. Se for concedido, espera um salvo-conduto. 


Pergunto: em qual dos dois casos Eloisa de enquadraria? Golpismo ou terror? Se a resposta for nem uma coisa nem outra, então o pedido de asilo político ultrapassa a linha do ridículo.


Vamos pôr os pingos nos is neste caso. Não é porque a doutora Eloísa é advogada de black blocs que ela teve a prisão preventiva decretada porque é “advogada de black blocs”. Essa é uma distorção lamentável dos fatos. A acusação que lhe faz o Ministério Público, acatada pela Justiça, é bem outra: o MP reúne evidências — e que a Justiça decida — de que ela atuava no apoio logístico às ações violentas.


O Brasil não prende advogados. O estado democrático e de direito no Brasil reconhece que todo mundo tem direito a um advogado. E esse é um dos fundamentos do regime democrático. O black bloc mais ensandecido têm o direito a um defensor. Se não puder contar com ele às próprias expensas, o Estado lhe arrumará um defensor público. Logo, é errado afirmar que esta senhora teve a prisão preventiva decretada porque advogada. Ao contrário: segundo o MP, ela fez coisas que advogados — nem ninguém — podem fazer.


Qual será a decisão do Uruguai. Do governo de José Mujica, o doido perigoso com cara de doido manso, espero qualquer coisa. Ainda voltarei a ele mais tarde. Caso conceda o tal asilo político, estará cometendo uma grande ofensa ao Brasil porque seria como considerar que vivemos num regime de exceção.


Em vídeo divulgado na Internet, diz a doutora: “Jamais cometi qualquer ato que infringisse a lei, mas estou sendo vítima das forças coercivas do Estado exatamente por defender pessoas que se ergueram e foram às ruas para protestar contra as ilegalidades cometidas por ele próprio. Quem atua na ilegalidade é o Estado. A democracia é regra e nos pertence”.


Pois é… A fala dá conta de sua avaliação demencial do que seja democracia. Na minha opinião, corresponde a uma espécie de confissão — moral ao menos. Cabe ao órgão acusador demonstrar a materialidade do crime. 


Não existem as tais “forças coercivas” do Estado no Brasil a não ser aquelas legalizadas e legitimadas pela democracia. 

Observem que a advogada trata os black blocs como simples pessoas que se manifestavam contra, segundo ela, um estado criminoso. 

É, obviamente, uma mentira. Pergunto: a doutora reconhece ou não o direito que tem o Estado ao monopólio do uso legítimo da força? 

Como é, minha senhora? “A democracia é regra e nos pertence”??? Quem é esse “nós”? A democracia nos pertence, sim, mas é ao conjunto dos brasileiros, não àqueles que acham que podem sair quebrando, depredando, incendiando. Na democracia, o lugar de gente que faz isso é mesmo a cadeia.


Por Reinaldo Azevedo

Presenças de peso



Ouvindo a verdade
Promessa de nova visita ao Congresso


As excelências que integram a CPI mista da Petrobras precisarão dar um tempo na campanha para ir à Brasília uma vez por semana, até meados de agosto.

Apesar de o Congresso estar às moscas, os três convidados – todos de peso – a depor no colegiado já confirmaram presença nas próximas sessões da comissão.

José Orlando Azevedo, primo de José Sérgio Gabrielli e ex-presidente da Petrobras América Inc. avisou que estará à disposição da CPI na quarta-feira da semana que vem.
A sobrevida conseguida pela base aliada para Jorge Zelada (Leia mais aqui) durou pouco: sua oitiva foi confirmada para o dia 6 de agosto.

O notório Nestor Cerveró atendeu a mais um chamado da CPI e respondeu que poderá responder as perguntas da turma no dia 13 de agosto.

Nesta quarta-feira, como já se sabia, será a vez do depoimento do secretário de controle do TCU, Oswaldo Perrout.

Se nenhuma das figuras acima não voltar atrás, possibilidade sempre real em se tratando de CPIs, não faltará emoção durante o recesso parlamentar.
 

Por Lauro Jardim

Espécie em extinção: homem homem

às 13:36 \ Cultura




Meu texto questionando onde foram parar os machos gerou muita repercussão e, como já esperava, histeria. O mundo está mesmo cada vez mais histérico, com “almas sensíveis” que chegaram ao poder (cultural, principalmente). A ditadura “velada” do politicamente correto não permite mais debates sérios sobre assuntos “delicados”. Isso ofende os sensíveis.


O que me espantou, porém, foi o grau extremo de analfabetismo funcional de alguns. Não entenderam nada do texto! É impressionante. Talvez pelo uso de alguns termos como “mulherzinha” ou mesmo “macho”, o cérebro deles já entre em método defensivo para proteger suas emoções, e o raciocínio é logo cortado.



Teve gente que realmente pensou que eu defendia o estilo ogro de “machão”, aquele que só falta bater em mulher para provar como é o mandachuva do pedaço! Teve gente ainda que pensou que eu sou contra mulher que trabalha! Oh, God! Deveria haver uma lei contra o abuso de estupidez… (Brincadeira, sou liberal e defendo o direito dos néscios de expressar suas estultices, sempre, e o estado não tem nada com isso).


Achei que ao colocar o cartunista Laerte de um lado e Clint Eastwood do outro iria facilitar a compreensão de que tipo de homem (ou macho) está em questão – ou extinção. Nem isso ajudou. Histéricos precisam da histeria como o poeta precisa da dor. O “mimimi” foi grande (apesar de as milhares de curtidas mostrarem que há esperança).


O mais engraçado de tudo, entretanto, foi a grande quantidade de “esclarecidos”, “moderninhos” e “tolerantes” que veio levantar suspeitas sobre minha própria sexualidade, como se eu fosse um gay enrustido, e o melhor, como se isso fosse uma enorme ofensa a mim! Notaram a deliciosa ironia e incoerência da turma? Eles, os que “toleram” tudo, querem me “atingir” insinuando ou me acusando diretamente de ser… homossexual! Risos.


Não coloquei no primeiro texto para não gerar ainda mais confusão, e pelo visto fiz bem. Mas existem homossexuais mais “machos” do que muito “macho” por aí. Quando Clodovil desafiou a patrulha em um discurso em defesa da família tradicional, por exemplo, teve uma atitude de macho, demonstrou coragem. 


Os gays também têm papeis sociais, e muitas vezes um deles é o “macho” do relacionamento, assumindo a postura de provedor e protetor. O ponto é que nem todo homossexual é “mulherzinha”.


O que ataco no texto é a imagem que querem fazer do macho moderno, que deve ser praticamente uma mulher, afeminado demais, sensível demais (critico o excesso, turma!), chorão demais, covarde demais, sem ter coragem de assumir certos fardos com dignidade. O macho sabe ser um gentleman quando necessário, mesmo diante do perigo. Escrevi sobre isso no Esquerda Caviar:



[Charles] Murray resgata um resumo do código de conduta adotado por todo gentleman do passado. Ser homem significava, basicamente, ser corajoso, leal e verdadeiro, aceitar as punições por seus erros, não tirar proveito das mulheres, ser um marido protetor, gracioso na vitória e  de espírito esportivo na derrota, ter a palavra como garantia contratual, dedicar-se  mais ao modo como o jogo é jogado do que à derrota ou à vitória, e, se diante de um  navio que afunda, colocar mulheres e crianças em segurança antes de se despedir com um sorriso no rosto.


O leitor mais jovem deve estar rindo, incrédulo. Mas isso já foi uma espécie de guia para muita gente. Quando o Titanic afundou, em 1912, a maioria dos sobreviventes era, de fato, composta por mulheres e crianças. Já por ocasião do naufrágio do MS Estônia, em 1994, com quase mil mortos, o grosso dos sobreviventes era de homens jovens. Há relatos de que se tratou de um verdadeiro “salve-se quem puder”. Uma mulher com a perna quebrada implorava por ajuda, e nada.


Será que não se fazem mais homens como antigamente? Estamos vendo a extinção do gentleman? Vale a pena ser um cavalheiro diante de mulheres que se orgulham da “marcha das vadias”? Tem certeza de que o mundo hoje, nesse aspecto, evoluiu? As feministas devem estar felizes com tais mudanças, ao menos aquelas que não foram deixadas para morrer…


O mundo está sendo dominado pela agenda feminista, e essas ressentidas odeiam os homens! Cuidado, mulheres! Se depender da agenda desse pessoal, não vai mais existir homem de verdade no mundo. Justin Bieber será o ícone do novo macho, não mais figuras como essas exploradas nesse comercial, que despertou a fúria da patrulha:



O que me remete, para concluir, à outra contradição deles: querem respeitar tudo e todos, mas não respeitam justamente aqueles que defendem a importância da velha virilidade masculina. Não são tolerantes coisa alguma! 

Não suportam as diferenças, não aceitam que homens e mulheres possam ser complementares, diferentes, cada um com seu papel, função ou perfil. Querem abolir todas as linhas divisórias em nome da pretensa “igualdade” plena. São os mais intolerantes.


Hoje é celebrado no Brasil o Dia do Homem. Resta saber que tipo de homem se valoriza atualmente, e se as mulheres de verdade – não as feministas encalhadas ou as vadias em marcha – estão realmente satisfeitas com isso.


Rodrigo Constantino

COMENTARIO 


Onde estão os homens peludos? Pelos masculinos tem feromônios, não deveriam ser raspados.






Parecer feminino

Onde foram parar os machos?



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Quando eu era moleque – e nem faz tanto tempo assim – brincávamos com aquela velha coisa de “macho que é macho”. Ou seja, macho que é macho não chora, coça o saco em público, não escova os dentes nem corta as unhas. É verdade que nesse caso não seria exatamente um macho, mas um ogro porco e fedorento. Brincadeiras à parte, porém, o que se esperava dos homens de verdade era uma postura de firmeza diante da vida, sem muito espaço para firulas e frescuras.

O mundo evoluiu – ou ao menos é o que dizem. O macho hoje pode se dar ao luxo de não ser tão caricato, tão “machão”. Mas, aqui como alhures, sou da opinião que o pêndulo exagerou para o outro extremo. No “mundo sensível” em que vivemos, onde até os novos super-heróis são afeminados ou homossexuais, e a literatura juvenil empurra cada vez mais histórias de gays no mercado, passou-se a repudiar qualquer resquício desse “mundo bárbaro” em que os homens assumiam um papel de provedor sem muito tempo para chorar após ver “Ghost” no cinema.

Tal reflexão veio à mente após ler que um grupo de artistas está defendendo, com verbas públicas da Lei Rouanet, um movimento chamado “Homens, libertem-se”. Entre seus principais preceitos estaria o seguinte: “Posso brochar. Posso falir. Posso ser frágil. Posso ser sensível. Posso ser cabeleireiro, decorador, artista e não gostar de futebol. Posso admirar uma mulher que eu ache bela com respeito”.

Onde vamos parar? Tem até “homem” que acha que pode “brincar” sexualmente com outros homens e não ser visto como gay, pois não foi até os finalmentes e não sofreu penetração. Então o macho agora pode pintar as unhas de vermelho, usar saias e tamancos, brincos e batom, depilar-se todo e chorar vendo Oprah Winfrey, que está tudo bem? Ele continua sendo um… macho de verdade? Mas qual seria, então, a distinção entre um macho e uma “biba” afetada, ou mesmo uma mulher?

Sei que a turma moderninha vai logo me acusar de neandertal, reacionário, machista e preconceituoso. Não ligo. Estou acostumado. Os petistas, por exemplo, gostam de acusar os liberais de não se importarem com os mais pobres. É o velho monopólio das virtudes, tática de quem não tem argumentos sérios, nem capacidade de debater com um mínimo de honestidade intelectual.


Estou apenas chamando a atenção para o fato de que o “macho” atual, segundo os moderninhos, não tem mais nada a ver com o que sempre foi visto como macho. O sucesso das séries de TV como Sopranos e Breaking Bad pode muito bem ter ligação com o resgate dessa visão de macho hoje perdida. Esses anti-heróis erram muito, mas ao menos preservam a ideia de que cabe ao homem ser bom provedor da família e fim de papo.


Como diz Luiz Felipe Pondé, a mulher não suporta o “homem moderno”, sensível e chorão, nem até a página 3. Na teoria é tudo muito bonitinho, mas na prática… Admirar a beleza podemos fazer diante de um quadro. Mulher gosta de homem com “pegada”, que a deseje sexualmente, não um ser sensível que quer sua mesada após dividirem as angústias e inseguranças diante da vida.


Quem quer ao lado um fracassado incapaz de cuidar da própria família, de colocar o leite das crianças em casa, de proteger sua mulher e de ter uma ereção para satisfazê-la sexualmente? O manifesto dos fracassados ressentidos não é capaz de alterar essa realidade mais dura (ou mole, no caso). Já o Viagra fez muito mais pelos machos…


Vejam bem: o preconceito em si contra homossexuais é algo que deve ser claramente condenado, em minha opinião. Deixem os gays em paz! Mas que não venham enfiar goela abaixo de todos que gay e macho são a mesma coisa, pois a partir de agora o “macho” não pode ser distinguido do gay “mulherzinha” em nada, a não ser na existência ou não do ato sexual com penetração anal.


Aí já é demais. Clint Eastwood e o cartunista Laerte seriam ambos vistos como “machos” por essa estranha ótica. É o fim da virilidade masculina como valor. O que querem não é garantir direitos aos gays, mas sim matar a existência dos verdadeiros machos!


PS: Devido à grande repercussão desse texto, um novo texto foi escrito com mais detalhes sobre o tema.


Rodrigo Constantino

Comentario

Sinto falta dos pelos dos machos...Que fim levaram aquelas pernas peludas, super sexy dos jogadores de futebol?Homem que se depila para mim é .......

Parecer feminino.

Campos lança comitê em SP e promete 10% do PIB para a saúde

VEJA


Candidato do PSB montou seu comitê central na capital paulista, onde a presidente- candidata Dilma Rousseff (PT) concentra rejeição

Talita Fernandes
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Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB, e Marina Silva, candidata a vice, participam da inauguração do Comitê Central de Campanha, na cidade de São Paulo
Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB, e Marina Silva, candidata a vice, participam da inauguração do Comitê Central de Campanha, na cidade de São Paulo 


O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, lançou nesta segunda-feira o comitê central de sua campanha na capital paulista. A escolha da cidade para instalar o QG do pernambucano na corrida ao Planalto tem o objetivo de torná-lo mais conhecido no Sudeste. 


De acordo com a última pesquisa Datafolha, as simulações de segundo turno mostram que ele venceria a presidente-candidata Dilma Rousseff por 48% a 32% no maior colégio eleitoral do Brasil.

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Campos e sua vice, Marina Silva, aproveitaram a inauguração para apresentar duas promessas: direcionar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a saúde e criar uma carreira federal para profissionais da área. 


Para anunciar o plano de carreira, uma antiga reivindicação da categoria que ganhou evidência com o lançamento do programa Mais Médicos, Campos contou com a presença do presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D'Ávila. 

"Os médicos têm sido mal compreendidos em seus posicionamentos", disse D'Ávila. "O governo tem humilhado os médicos brasileiros."


A ideia de destinar 10% do PIB para saúde também é uma antiga bandeira de profissionais da saúde e foi defendida por Marina em sua candidatura ao Palácio do Planalto, em 2010. Embora não tenha dito exatamente de onde virá o dinheiro, Campos disse que é uma questão de priorizar os gastos públicos. 


"O Orçamento geral da União tem recursos, sim, para fazer escola em tempo integral, passe livre para estudantes. Estamos fazendo contas com responsabilidade", disse o candidato. "É a hora de o Brasil ter coragem de inverter prioridades. Para isso, é preciso ter a energia da sociedade brasileira."


Também participaram do evento os deputados pelo PSB Luísa Erundina e Marcio França, candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB).


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As Raízes do AI-5




Embora tenha um enfoque ideológico esquerdista, tendencioso, pela leitura original, na íntegra, do Ato-5, vale a pena ver este documentário produzido pela tal “Comissão Estadual da verdade” em São Paulo. Já a leitura do texto do Azambuja revela o que inspirou tal ato.

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
“A geração que chegou ao poder com o presidente Lula deve muito a Cuba. Nos anos do regime militar a esquerda teve a solidariedade de Cuba com sua mão amiga e seu braço forte. A geração que chegou ao poder com Lula é devedora de Cuba. E me considero um brasileiro cubano e um cubano brasileiro”. (José Dirceu, abril de 2003)

Em 1998 a editora Garamond editou o livro “Abaixo a Ditadura – O Movimento de 1968 contado por seus líderes”, escrito por José Dirceu de Oliveira e Silva (o “capitão do time”, segundo Lula, um corrupto que hoje cumpre pena na Papuda) e Wladimir Palmeira.

É altamente instrutivo recordar algumas passagens desse livro, uma vez que o Movimento de 1968, como foram denominados os distúrbios de rua que o então governador do então Estado da Guanabara, Negrão de Lima, declarou em rede de TV, que o Estado não possuía condições de conter, foram uma das origens do Ato Institucional nº 5 de 13 de dezembro de 1968, instrumento idealizado pelo governo para impor a Lei e a Ordem.

Também é interessante assinalar o ambiente carregado em toda a América Latina, uma vez que no ano anterior, em Havana, havia sido constituída a Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS), em uma reunião à qual esteve presente Carlos Marighela. Mas, solidariedade a quem? A Che Guevara, que já se encontrava na Bolívia, com o objetivo de criar vários Vietnãs na América Latina.
Vamos ao livro.

Escreveu Wladimir, liderança dos distúrbios no Rio de Janeiro: “Nós sempre tínhamos uns mensageiros ou batedores, em geral secundaristas, observando constantemente onde estava a polícia. De repente eles chegavam e diziam: ‘Wladimir, carro da polícia entre a Alfândega e tal. Queima?’ Eu respondia: ‘Queima!’, e os meninos queimavam. A gente estava preparado para isso (...) Quando fui preso, o Franklin (observação: Franklin Martins, que foi comentarista político da TV Globo e membro do governo do PT) e o Carlos Alberto Muniz (observação: Carlos Alberto Vieira Muniz, posteriormente um dos dirigentes do MR-8) assumiram a liderança sem problemas (...) 


No enterro do Edson Luiz, por exemplo, a Light cortou as luzes da rua quando estávamos passando pela praia de Botafogo. Logo em seguida, o Luiz Antonio, da Dissidência Secundarista, chegou correndo: ‘Como é Vladimir? Vamos fazer alguma coisa? Podemos quebrar as lâmpadas?’ ‘Quebra essa porra toda!’, respondi. E ele foi e quebrou. Quando o pessoal do PCB começou a denunciar que havia policiais infiltrados fazendo provocações, imediatamente vinha a réplica: Não, foi o Vladimir que mandou”.

Escreveu José Dirceu: “Na manifestação de 1º de Maio (1968), o Movimento Estudantil e o Agrupamento Revolucionário de São Paulo destruíram o palanque do Abreu Sodré na Praça da Sé e botaram o governador para correr. Ali ocorria o primeiro laço mais forte entre o Movimento Estudantil, a classe operária e os revolucionários; esse Agrupamento era o grupo que saiu do PCB com o Marighela e depois se transformou na ALN; já possuíam um esquema militar e estavam iniciando as ações armadas.


Mais tarde eles também nos deram cobertura em outros momentos, principalmente durante a ocupação da Maria Antonia. Nesse dia o governador levou uma pedrada (...). Fomos para a praça dispostos a denunciar aquela palhaçada e dissolver o ato público. Avançamos, destruímos e queimamos o palanque, e depois saímos em passeata pela cidade. 


A polícia ainda tentou reprimir, mas se não tivessem se escondido na igreja nós teríamos ido atrás deles (...). Não podíamos aceitar passivamente que aqueles agentes da ditadura viessem posar de políticos ligados às causas populares (...). Mais tarde também apoiamos integralmente a greve de Osasco. Fizemos panfletagens e comícios em todo o Estado (...). Nossa concepção era de que o Movimento Estudantil tinha um papel bem delimitado, ao contrário da Ação Popular, que o considerava como vanguarda da sociedade para derrubar a ditadura (...). No PT, no fundo, ainda sou muito do que fui no Movimento Estudantil (...)”.

Prossegue José Dirceu: “Fizemos um Congresso da UEE (União Estadual de Estudantes) no conjunto residencial da USP (CRUSP) em agosto (1968), que foi manchete em todos os jornais (...). O Congresso do CRUSP reuniu cinco mil pessoas; a repressão havia anunciado que iria impedir o encontro, mas nós fizemos na marra e conquistamos uma grande vitória política (...). e aqueles milhares de delegados me consagraram como presidente da UEE. No dia seguinte, a Última Hora publicou uma manchete em duas páginas: ‘José Dirceu venceu’, com uma grande foto minha e uma longa matéria sobre o Congresso”.

Wladimir Palmeira: “Não havia diferença entre o estudante do (restaurante) Calabouço e o estudante universitário. O pessoal do ‘Calaba’ não era apenas mais pobre, era também mais radicalizado. Quando ia para as ruas, gostava de depredar carros na av Rio Branco; muitas vezes queriam quebrar o fusca de um sujeito de classe média que eventualmente estava até simpatizando com a nossa luta: para eles, era ‘tudo rico’ (...) Eles eram muito combativos e levavam para as passeatas uns cacetes enormes com uma minúscula bandeirinha do Brasil na ponta, só para dar o visual.


Eram os que mais brigavam com a polícia (...). O problema é que já não controlávamos mais a maioria do DCE da Federal; a maior parte dos diretores havia ido para o PCBR no racha de 1967. Era necessário ganhar politicamente, e fomos para a Praia Vermelha dialogar com os estudantes. Fizemos uma aliança com o Jean Marc (observação: Jean Marc Van der Weiss, dirigente da Ação Popular, posteriormente um dos trocados pela liberdade de um embaixador seqüestrado), nosso tradicional adversário; o PCBR, uma força que tentava se colocar mais à esquerda, também terminou aceitando nossa proposta. A partir daí, começamos a organizar uma manifestação que ficou conhecida como ‘a quarta-freira sangrenta’. 


Nossa preparação, entre o fim de maio e começo de junho (1968), incluiu coquetéis molotov, cacetes, pedras, principalmente, e um forte trabalho político em todas as universidades. Seria uma passeata para inverter tudo o que se fizera até então”.

Prossegue Vladimir: “No dia 19 de junho todos estavam a postos. Tínhamos organizado três colunas para entrar ao mesmo tempo no pátio do MEC, chegando de três direções diferentes. Uma burrice, mas também não éramos nenhum Von Klausevitz para saber que se devem concentrar as forças. Ao meu lado, na mesma coluna, creio que marchava o Brito (Elinor Brito) e, com certeza, o Cid Benjamim (observação: respectivamente, dirigentes do PCBR e do MR8, posteriormente banidos do país, trocados pela liberdade de um embaixador seqüestrado). 


Quando eles se aproximam, começamos a jogar pedras e a porrada começou; uma verdadeira batalha campal (...) Os estudantes caíam, esfarrapados, machucados, sangrando, era uma loucura. E afinal não conseguimos ocupar o MEC (...) Nos deslocamos individualmente ou em pequenos grupos para a Av. Rio Branco. Dessa vez montamos uma barricada na avenida, uma alteração radical na nossa tática de luta. Desde 1966, costumávamos avançar pela contramão no meio do trânsito. 


Assim o deslocamento da polícia ficava impedido pelo engarrafamento total do centro do Rio. Essa tática tornou-se uma marca registrada em todo o Brasil (...) Naquela quarta-feira nos plantamos ali, no meio da avenida mais importante do centro do Rio de Janeiro, defendendo com paus e pedras nossas posições atrás das barricadas. A certa altura aconteceu uma cena inesquecível. 


De repente estacionou por perto um caminhão cheio de PMs, pelo menos uns vinte, armados até os dentes (...) Fui lá, fiz um discurso, fui embora e os PMs não levantaram um dedo. Depois, uma turma cercou o caminhão, mas os soldados continuaram na deles, impassíveis. Uma coisa impressionante (...) 

Fiz mais um comício por ali mesmo e fomos encontrar o Marquinhos (observação: Marcos Medeiros, do PCBR) e o pessoal que estava com ele em frente ao antigo Jornal do Brasil, perto da Presidente Vargas. Montamos outra barricada e, como dessa vez não havia trânsito, a polícia chegou logo, disposta a dar porrada. Era aquela polícia terrível, que marchava em passo de ganso exibindo bombas, cassetetes e uns escudos enormes. Quando chegaram a uns 50 metros, o Marquinhos se levantou e disse: ‘E agora, Vladimir, o que é que a gente faz?’ 


Eu respondi: ‘Pau neles!’ E pela primeira vez partimos para cima da polícia. Os soldados saíram correndo com os estudantes atrás. Quando tomamos conta da Uruguaiana eles decidiram mandar os cavalos. Continuamos com as pedras e conseguimos derrubar muitos animais com as nossas rolhas e bolas de gude espalhadas pelo chão. Há uma foto muito significativa desse momento: um menino – secundarista, imagino – sorrindo em cima de um cavalo, com um capacete da PM na cabeça. Logo depois tocaram fogo em um caminhão do Exército. 


Ninguém sabe quem foi, mas o acusado foi o Jean Marc (...) Quando vimos a PE chegando, achamos prudente bater em retirada (...) O Jean Marc pegou um ônibus e foi preso. Um cabo o reconheceu e disse que ele tinha incendiado o tal caminhão (...). Entrei formalmente na clandestinidade nessa noite; ao voltar para casa, vi que a polícia já estava lá. Em geral só ficavam atrás de mim, observando, mas naquela quarta-feira queriam mesmo me prender (...).A partir de 2 de agosto eu já estava preso”.

José Dirceu: “Nessa época eu já estava começando a ter problemas. Já era semi-clandestino, andava armado, com segurança, e dormia em vários locais, isso porque estava sendo processado com uma acusação ridícula, tipo ‘organizar entidade ilegal’ (a UEE), e desde 1967 já havia ordem de prisão contra mim; obviamente não tinha me apresentado para prestar depoimento, eu não sou ingênuo. Passei a ser um elemento procurado. Mas a clandestinidade não me assustava (...) A tragédia da esquerda nas faculdades foi que as organizações político-militares estimulavam os dirigentes estudantis a entrarem para a clandestinidade (...) 


Muita gente foi trabalhar em outros lugares, mudou de cidade, de faculdade e, às vezes, de nome (...) Quando os integrantes da Dissidência de São Paulo acabaram aderindo à ALN, outros à VPR, decidi não entrar para nenhuma das duas organizações porque nunca fui foquista. Participei da luta armada, apoiei, achava que era necessária, mas na verdade nunca acreditei nela como forma de luta; eu me inclinava mais para uma resistência armada. Porém nunca questionei isso, nunca debati; quer dizer, me acovardei nessa discussão”.

Prossegue José Dirceu: “No dia 24 de junho fizemos uma grande manifestação no centro. Saíamos da Praça da República e seguimos para o Largo do Arouche. Lá, usando coquetéis molotov, pedras e paus, o pessoal quebrou a porta de vidro e várias janelas da Secretaria de Educação e da Academia Paulista de Letras. Na esquina da Av. Ipiranga com S. João, arrancaram um poste para, com ele, tentar arrombar as portas do First National City Bank of New York (...). Um grupo começou a gritar ‘Estadão, Estadão’, e imediatamente nos dirigimos pela Av. S. Luiz rumo ao jornal, onde fomos recebidos a tiros por franco-atiradores postados dentro do prédio (...). 

Gritando e correndo, vários manifestantes responderam com tiros e coquetéis molotov contra a fachada do jornal, quebraram vários vidros e puseram fogo no andaime que estava na portaria. Eu dei início à passeata fazendo um discurso pelo megafone (...). Na esquina seguinte vimos um Aero-Willys chapa branca preso no engarrafamento. 


Aos gritos de ‘quebra, põe fogo’, o carro foi cercado por um grupo e seu motorista expulso. Os estudantes quebraram os vidros e depois viraram o carro e o incendiaram, enquanto a polícia ficava observando de longe (...). Não foi por acaso que, mais tarde, a ditadura destruiu e pôs fogo na Faculdade de Filosofia da rua Maria Antonia, fechou o prédio da FAU e transformou a Faculdade de Economia numa dependência da justiça militar. 


Aqueles lugares representavam o espírito libertário e criativo (...). O que era o CRUSP? Era a zona livre, a guerrilha, a luta armada. Por isso foi ocupado por nós e se tornou um bastião (...). 

As escolas tinham virado repúblicas livres, onde se fazia política, arte e cultura – e até se estudava. Lá comíamos e bebíamos, fazíamos reuniões, eventos, conferências; lá dormíamos e namorávamos. Milhares de estudantes circulavam pelos pátios e corredores, era uma verdadeira feira, em ebulição permanente. 


Festivais, aulas paralelas, seminários, exposições, música, cineclube... Imagine o que era a universidade ocupada em 1968. Parecia que estávamos diante do embrião de uma sociedade diferente. Aquilo era uma festa (...). Tive uma grande paixão no Movimento Estudantil: a Iara Iavelberg, que mais tarde foi companheira do Lamarca (...) Iara era presidente de um Diretório Acadêmico e militante da POLOP (observação: Política Operária, uma das organizações que deu origem à VPR), que nessa época estava em pé de guerra com a Dissidência”.

Vladimir: “O confronto da sexta-feira no Rio foi o primeiro em que morreu um policial: alguém jogou do alto de um edifício uma máquina de escrever em cima dele (observação: sargento da PM Nelson de Barros, em 21 de junho de 1968). Os jornais da época disseram que 55 PMs foram hospitalizados (...). Entre os civis morreu muita gente; não sei precisar quantos, mas na época dizíamos que tinham sido no mínimo dez. Depois calcularam 17, enquanto a polícia só reconhecia um (...). Dizem que a ditadura comprou o silêncio das famílias, pagou os enterros e ainda deu algum dinheiro a eles (...). 

Quem restabeleceu a ordem, já de noite, foi a Polícia do Exército (...). No intervalo entre a sexta-feira e a quarta seguinte, dia da passeata dos Cem Mil, entrei numa clandestinidade rigorosa e não pus o nariz na rua durante vários dias (...). Não sou a pessoa mais indicada para descrever o ambiente da cidade do Rio de Janeiro naqueles dias que antecederam a passeata, mas sei que reinava uma tensão enorme. 


De repente, na segunda-feira à noite o Negrão de Lima surpreendeu todo mundo anunciando na televisão que iria permitir a passeata e disse mais ou menos o seguinte: ‘Por favor, pelo amor de Deus, não toquem fogo no Rio de Janeiro. Eu decidi permitir a passeata para evitar o confronto, mas não depredem nossa cidade’ (...). A passeata reuniu muitos padres e freiras (...). Desta vez muito mais artistas e intelectuais, não faltava ninguém das figuras mais conhecidas (...). A passeata virou um passeio (...). 

Não houve a menor confusão. Mais tarde a Polícia do Exército se gabou de ter feito a minha segurança; quando eu estava na cadeia os caras passaram um vídeo mostrando quantos deles havia em torno de mim. Cansei de ver o tal vídeo (...). Durante a passeata eu já sabia que ali estava cheio de policiais; aliás, quase todos naquela minha segurança eram desconhecidos...eu ia fazer o que? (...). Na hora de ir embora, pegamos o fusca do Luiz Tenório, que hoje é presidente do Sindicato dos Médicos, e seguimos direto para Botafogo e o Tenório me deixou ali, numa esquina qualquer – para não saber onde eu iria dormir – e continuou a viagem. Duas horas depois ele estava em cana”.

José Dirceu: “Resolvemos desocupar a Maria Antonia e ir para o CRUSP. Não podíamos travar uma guerra ali, pois isso seria o pretexto que precisavam para invadir todas as outras faculdades e liquidar o Movimento Estudantil. Os tempos já eram outros. Assim que saímos, a polícia ocupou as duas escolas, prendeu vários estudantes e logo depois o prédio da Filosofia foi incendiado pelo CCC (Comando de Caça aos Comunistas). Anos depois, a “filósofa” Marilena Chauí, professora universitária (!) recorda esse dia, em texto publicado na Folha de São Paulo:

‘- 3 de outubro de 1968. Ruído de carros pesados, cães a latir, estrépito de botas pelo calçamento, sirenes, gritos, palavras de ordem, comandos.

- Estão vindo! O Exército e a polícia estão chegando!

- Atenção! Cada qual procure um lugar para defender a Faculdade. Rápido, rápido.

- Olhem, olhem! Estão subindo na torre e nos telhados do Mackenzie! O CCC os chamou para lá! Vão metralhar, gente, vão metralhar!

- Estão jogando bombas. Depressa, coquetel molotov aqui, depressa!

- Mas temos poucos. Ninguém pensou que iriam ser necessários.

- Pedras, pessoal, jogar pedras.

- Estão metralhando! Tem um morto! Tem um morto!

- Mataram um estudante!

- Mataram...Fogo! A Maria Antonia está pegando fogo. Água, pessoal, água, pelo amor de Deus!

- Fogo, fogo! A Faculdade pegou fogo! Todo mundo tem que sair . Não pode haver mais mortos.

Sob gritos furiosos e fogo cerrado – incêndio de um lado, metralhadoras e bombas, de outro – a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras é esvaziada. Seus ocupantes, submetidos ao corredor polonês, são lançados em camburões rumo ao DOI-CODI ao DOPS e à OBAN’”.Observação: o DOI-CODI só foi constituído na década de 70!
A dona Marilena, que mais tarde iria se converter na musa do PT, hoje, depois do mar de lama que envolve o seu partido e o seu governo, não escreve e não fala. Prefere manter-se em silêncio.... “O silêncio dos intelectuais”.

A bomba no Aeroporto dos Guararapes, em 15 de julho de 1966, que causou a morte de duas pessoas e ferimentos em outras; o atentado ao Quartel-General do II Exército, em 26 de junho de 1968, em São Paulo, que causou a morte do soldado Mario Kosel Filho; e o assassinato do capitão do Exército dos EUA Charles Rodney Chandler, em São Paulo, em 12 de outubro de 1968, na frente de seus filhos sob a acusação de ser um agente da CIA, bem como os fatos acima narrados por duas lideranças estudantis da época, podem ser considerados as sementes do Ato Institucional nº 5 de 13 de dezembro de 1968.

Embora todos esses fatos possam ser encontrados em livros, jornais e revistas da época – os próprios autores consultaram O Estado de São Paulo, O Globo, Correio da Manhã, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, Jornal da Tarde, Folha de São Paulo, revista Realidade, Revistas da Civilização Brasileira, livros: O Poder Jovem, de Artur José Poerner, A Paixão de uma Utopia,de Daniel Aarão Reis Filho e Pedro Moraes, O Ano que não Terminou, de Zuenir Ventura – ainda hoje, 50 anos depois, aparecem aqueles que insistem em reescrever a História do Brasil, como o jornalista Helio Contreras.

Segundo a coluna do jornalista Joaquim Ferreira dos Santos - O Globo de 27 de agosto de 2005 -, seria lançado, proximamente, o livro “AI-5-Repressão no Brasil”, no qual o jornalista Helio Contreras atribui ao brigadeiro João Paulo Moreira Burnier, um ilustre militar, falecido no ano 2000, “a culpa do AI-5”. Uma irresponsabilidade sem tamanho desse jornalista, uma vez que todos sabem que o AI-5 foi discutido e aprovado, por unanimidade, em uma reunião do presidente Costa e Silva com todos os seus ministros. 


Dessa reunião, como é óbvio, o brigadeiro Burnier não participou e nem poderia ter participado e, tampouco, exercia influência sobre qualquer ministro de então. Daí, a se considerar que essa publicação não passou de mais uma excrescência oportunista, uma babaquice, como tantas outras que vêm sendo impingidas ao povo brasileiro e, principalmente, às pessoas que não vivenciaram aqueles anos de chumbo.

Carlos I. S. Azambuja é Historiador.