sábado, 23 de agosto de 2014

Dentes novos por participação em campanha eleitoral. Mais uma vez política de baixo nível. Preciso dizer o nome do partido?

Sim, é o partido campeão da baixaria política, que não se furta em usar todo e qualquer artifício em prol do poder.

Leia a matéria:

Sertaneja diz que ganhou prótese antes de gravar com Dilma para a TV, da Folha de São Paulo:

Uma moradora do sertão da Bahia recebeu dentes novos um dia antes de gravar imagens com a presidente Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (21), para a propaganda de sua campanha à reeleição.

A trabalhadora rural Marinalva Gomes Filha, 46, da zona rural de Paulo Afonso e beneficiária do programa Água para Todos, disse à Folha que a prótese, com dois dentes da frente, fora dada por Dilma. “Tudo que tenho aqui foi Dilma que me deu”, disse Marinalva, conhecida como dona Nalvinha.

Ela afirmou que a prótese dentária também estava entre os benefícios. No fim da tarde, após a gravação com Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e depois de a Folha questionar a campanha do PT a respeito, ela mudou a versão.

Disse que tinha sido chamada por um dentista que atende num centro odontológico da prefeitura. Segundo ela, o dentista afirmou que ela iria pôr os dentes “para receber a presidente Dilma”.


Além da prótese dentária, dona Nalvinha também teve um fogão à lenha ampliado na semana da chegada da presidente. Um muro foi construído ao lado do fogão, para protegê-lo contra o vento. A construção do fogão, assim como duas cisternas instaladas em sua casa, fazem parte de um convênio firmado pelo governo federal e pelo governo petista da Bahia com a ONG Aghenda.

Dona Nalvinha é a única moradora do povoado de Batatinha que já ganhou fogão à lenha. Os vizinhos Denise Lima da Silva, 23, e Arvaldo Gomes Filho, 40, disseram que receberam promessas da ONG, mas ainda não têm os fogões.


A visita à comunidade, que constava da agenda oficial da presidente, também teve a participação de Lula. Emocionada, dona Nalvinha afirmou que, para ela, Dilma é uma “mãe” e Lula, um “pai”. Serviu carne de bode aos dois. O secretário de Saúde de Paulo Afonso, Alexei Vinícius, disse não ter informações sobre a prótese dentária de Nalvinha.

Mas afirmou que a unidade de saúde local “certamente seguiu o fluxo normal de atendimentos”. Fundadora da ONG Agendha, Valda Aroucha disse que a instalação dos “fogões ecológicos” é feita por etapas e contemplará outras famílias. A assessoria da campanha da presidente negou ter solicitado a prótese e o fogão para a gravação do programa eleitoral.

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que acompanhou Dilma e Lula em Paulo Afonso, disse que “todo mundo bota roupa bonita para receber a presidenta”. É impressionante como aberrações morais como essa são encaradas, em muitos casos, como “normal”. As vezes é dito: “é assim mesmo”. Mas não pode ser assim.

Não podemos transmitir a mensagem de que isso é tolerável. Uma cidadã humilde é usada para o jogo eleitoral e em troca ganha um mimo. Isso é o suficiente para ela derramar litanias em direção a Lula e Dilma. Será que isso é digno? Será que ela está sendo tratada com dignidade? Será que o eleitor está sendo tratado com dignidade?

Há algo de muito mais grave do que comprar elogios por uma prótese. É tratar esse tipo de negociada como se fosse normal e não algo digno de vergonha. Isso é mais uma coisa em que o PT se tornou um prodígio.


BLOG Ceticismo Politico

Eleição: No Distrito Federal só deve ser decidida nos tribunais






Os próprios integrantes da campanha de José Roberto Arruda (PR) já contam com uma eleição decidida nos tribunais. Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil.



O indeferimento do registro de candidatura do ex-governador José Roberto Arruda (PR) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) foi apenas o primeiro capítulo de uma disputa jurídica que vai terminar no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo os próprios integrantes da campanha de Arruda e seus adversários. Desta forma, as eleições ao governo da capital federal devem terminar somente nos tribunais...



Líder nas pesquisas de intenções de voto no Distrito Federal, Arruda teve seu pedido de candidatura indeferido na noite de 12 de agosto pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF, por 5 votos a 2. Arruda foi impugnado pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) da capital federal com base na Lei da Ficha Limpa, após ele ter sua condenação pelo crime de improbidade administrativa confirmada pela 2ª Câmara Criminal do Distrito Federal no início de julho.



O ex-governador foi condenado por envolvimento no mensalão do DEM, esquema de corrupção desarticulado pela Polícia Federal em 2009, durante a Operação Caixa de Pandora. Na época, o iG antecipou os principais momentos da operação e publicou com exclusividade um vídeo em que Arruda aparecia recebendo suposta propina de Durval Barbosa, então secretário de Relações Institucionais do governo de Brasília.



Após ter seu pedido de candidatura indeferido, Arruda já recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, paralelamente, também ingressou com recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a sua condenação na Justiça brasiliense.



O candidato alegou falta de parcialidade do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública do DF, Álvaro Luis de Araújo Ciarlini que o condenou pelo crime de improbidade administrativa. A ideia de Arruda é anular decisão originária para, consequentemente, tirar tanto a eficácia da sentença em segunda instância, quanto a impugnação junto ao TRE.



As assessorias jurídicas tanto de Arruda, quanto de seus adversários, estão dispostas a levar a disputa pelo não deferimento do registro da candidatura do ex-governador até ao Supremo. A própria defesa de Arruda, por exemplo, já trabalha na elaboração dos recursos junto ao STF caso o TSE negue seu registro de candidatura.



Do outro lado, a assessoria jurídica do PSOL também já está em fase de elaboração de recursos junto ao STF caso o TSE libere a candidatura de Arruda. Ministros do TSE acreditam que o recurso do ex-governador seja julgado, no máximo, até o início do mês de setembro.



As defesas dos candidatos ao governo do Distrito Federal buscam a brecha das questões constitucionais desse caso. A defesa de Arruda, por exemplo, deve argumentar que não se pode tirar o direito de candidatura de uma pessoa condenada após ele ter tido sua candidatura registrada no TRE. Os adversários do candidato do PR argumentam que a própria Constituição veta a candidatura de pessoas condenadas por crime de improbidade administrativa.



Neste cenário, a tendência é que o caso seja julgado no Supremo apenas no final do ano, após o término do processo eleitoral. Nesse caso, caberá ao STF a última palavra sobre as eleições no Distrito Federal.



De acordo com a legislação eleitoral, um candidato com registro indeferido pode ser concorrer às eleições até o trânsito em julgado do processo (quando não há mais recurso). No entanto, a sua votação ocorre sub judice e seus votos podem ser anulados após o trânsito em julgado.



Caso o candidato não tenha seu registro deferido após o trânsito em julgado, seus votos são automaticamente anulados. A eleição, nesse caso, pode ser totalmente anulada se o candidato vencer o pleito em primeiro turno e o segundo colocado não obtiver mais de 50% dos votos válidos.


Fonte: Por WILSON LIMA, iG Brasília - 22/08/2014 - - 15:53:24  BLOG do SOMBRA

Eleições: Aécio tenta aproximação com os defensores do... Agronegocio!!!.



Parte dos aliados do ex-presidenciável, morto em um acidente aéreo no dia 13, tem

resistência a Marina Silva.



O comando de campanha do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, elaborou

um plano de ação para cooptar aliados do ex-governador Eduardo Campos insatisfeitos

com a escolha de Marina Silva como candidata do PSB ao Palácio do Planalto. Parte dos

aliados de Campos, morto em um acidente aéreo no dia 13, tem resistência à ex-ministra do Meio Ambiente, em especial os mais próximos do agronegócio...



Durante reunião na noite de quarta-feira, 20, na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, os tucanos decidiram, nas palavras de um participante, "atuar nas divergências" formadas no bloco de apoiadores articulado por Campos.



Um dos primeiros alvos da estratégia tucana é o candidato do PP ao governo de Alagoas, Benedito de Lira, que apoiava Campos na disputa presidencial. Presente ao encontro em São Paulo, o governador Teotônio Vilela (PSDB), que vai encerrar o segundo mandato em dezembro e não pode se reeleger, recebeu a missão de convencer Lira a abrir palanque para Aécio. O candidato do PP está em segundo lugar nas pesquisas, atrás de Renan Filho (PMDB), e a campanha do PSDB alagoano patina: o partido trocou de concorrente e Júlio Cézar obteve 2% no último levantamento.



Outro potencial aliado é o peemedebista Nelson Trad Filho, que estava fechado com Campos em Mato Grosso do Sul, mas já indicou descontentamento com a escolha feita pelo PSB, dada a resistência do agronegócio, setor importante da economia estadual. Trad Filho enfrenta o petista Delcídio Amaral, líder nas pesquisas locais.



Os tucanos também buscam aproximação com o governador Zé Filho (PMDB), candidato à reeleição no Piauí que dividia o palanque local entre Aécio e Campos, e o gaúcho José Ivo Sartori (PMDB).



Pizza



Na reunião no Palácio dos Bandeirantes estavam, entre outros, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; o candidato a vice de Aécio, Aloysio Nunes Ferreira; o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM); o senador José Agripino (DEM-RN), coordenador da campanha tucana; o deputado Paulinho da Força (SDD-SP) e o ex-governador Alberto Goldman. O grupo comeu pizza e debateu quais seriam as estratégias no cenário pós-Campos. "Não nos assusta o eventual crescimento de Marina nas próximas pesquisas. De qualquer forma, nosso adversário continua sendo a (presidente) Dilma (Rousseff)", afirmou Agripino.



Outro presente ao encontro relatou que o grupo já dá como certa a vantagem de Marina acima da margem de erro nos próximos levantamentos. A aposta é que a ex-ministra fique 5 pontos à frente de Aécio. Na pesquisa Datafolha divulgada na segunda-feira, 18, Marina tinha 21% e Aécio, 20%, cenário de empate técnico - Dilma ficou com 36%.



A avaliação no comando aecista é que a comoção com o velório e enterro de Campos deve ser captada nas próximas pesquisas. Marina seria vista como "a viúva" desse espólio político. Para amenizar esse efeito, os coordenadores regionais da campanha foram instruídos a fazer atos públicos para evitar a desmobilização da militância.



No fim do encontro, ficou acertado que Aécio não vai atacar diretamente Marina para "não criar um fantasma". Os correligionários vão assumir a tarefa de tentar colar a imagem de "inexperiente" em Marina. O Nordeste receberá atenção especial, para evitar que Dilma herde os votos de Campos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Revista Istoé / AE - 22/08/2014 - - 19:24:09  BLOG do SOMBRA





Espero que a Marina ganhe! Caso contrario o Agronegocio vai acabar com o Brasil

Matança de botos: mais quatro meses de agonia


Edmar BarrosFoto: Edmar Barros

Mais de 3.500 botos vão morrer na Amazônia brasileira durante este segundo semestre, antes de começar a moratória de cinco anos imposta pelo governo federal à pesca da piracatinga. Para capturar o peixe, que se alimenta de animais mortos, pescadores utilizam botos, um crime ambiental que vem sendo denunciado há anos pela Associação Amigos do Peixe-Boi da Amazônia (Ampa). Esta projeção é bem superior ao número estimado anteriormente, que indicava a morte de 2.500 botos por ano na região.
A estimativa foi feita pela bióloga Vera Silva, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, a partir de dados de pesca da Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror) e pesquisas com pescadores. Segundo dados apresentados pela Sepror, em 2011 foram capturadas aproximadamente 4.400 toneladas de piracatinga no Amazonas. Segundo estudos da equipe de Vera Silva, 39% desse total conseguido com a morte de botos.
Ainda de acordo com a pesquisadora, a maior parte desse pescado foi obtido no segundo semestre. "É quando os rios estão baixando e também, no final do ano, têm o defeso. Aí, os pescadores vão atrás da piracatinga", afirma. De acordo com ela, estudos realizados em um frigorífico em Tefé, interior do Amazonas, indicaram que de 170 toneladas de piracatinga pescados durante um ano, 140 toneladas foram obtidas no segundo semestre.
Clique nas imagens para ampliá-las.
IMG 2213IMG 2331KSchafer.CD5254-2
KSchafer.CD5254-5
Para evitar esta catástrofe, a Ampa realiza a campanha Alerta Vermelho. A intenção é obter assinaturas para tentar antecipar a moratória da pesca da piracatinga no Brasil e também sensibilizar autoridades da Colômbia para o problema, já que boa parte do pescado dessa espécie é exportada para o país vizinho. Nesta quinta-feira, a Ampa pretende entregar um abaixo-assinado com 54 mil nomes à Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Amazonas.
A entrega é também uma reação à mobilização que tenta evitar a moratória. O Conselho Estadual de Pesca e Aquicultura (Conepa) pede a revisão da Instrução Normativa que determinou a proibição da pesca da piracatinga por cinco anos, a partir de janeiro do ano que vem, e a reavaliação da área onde ela será proibida. Segundo os pescadores e empresários do segmento, a solução seria aumentar a fiscalização para evitar a morte dos botos.
Para a bióloga Vera Silva, fiscalizar não é suficiente. "A cada ano, a gente vê na região da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, a população de botos diminuir 7,5% por cento. Isso não é sustentável", destaca. De acordo com Vera, o agravante é que os pescadores preferem botos jovens, que muitas vezes nem chegaram a idade reprodutiva. Um boto macho demora 10 anos para atingir a idade reprodutiva e a fêmea entre 6 e 7 anos. A gestação demora entre 11 e 13 meses, além disso, a mãe amamente o filhote por dois anos. "A morte de jovens que ainda nem se reproduziram tem um enorme impacto sobre a população", afirma.
infografico-comparativo-botos-01




Soja e gado agravam desmatamento do Chaco no Paraguai


Eco

Enviado especial a Assunção, no Paraguai* - Composto por diferentes ecossistemas, o Chaco é um bioma que ultrapassa fronteiras e cobre largas áreas na Argentina, Bolívia e Paraguai. Apesar de ser habitat de espécies endêmicas e sua preservação ser fundamental para o equilíbrio de diferentes bacias hidrográficas, incluindo a do Rio da Prata, o Chaco está ameaçado.
A situação é alarmante e, no Paraguai, assume caráter ainda mais urgente. Impulsionado pelo avanço da soja e da pecuária em áreas até então preservadas, o desmatamento do Chaco paraguaio saiu de controle nos últimos dez anos. Para compreender melhor o problema, primeiro é preciso situar o Chaco no mapa. A área é a que fica no lado oeste do país e, além de ser estratégica em termos ambientais, tem importância histórica. Foi no Chaco que ocorreu uma das piores guerras da América do Sul no século XX, o confronto entre Paraguai e Bolívia que definiu as fronteiras dos dois países.
A região antes preservada está em plena transformação, como é possível observar no mapa desenvolvido a partir de informações reunidas por satélites pela plataforma CartoCharco (disponível somente em espanhol), abaixo reproduzido. Utilize os botões para aproximar e afastar o mapa, e observar as áreas em que o desmatamento é mais crítico. Em amarelo, estão os dados de desmatamento do sistema Terra-I, de 2004 até abril de 2014. Em roxo, estão os do sistema Guyra, de setembro de 2011 até junho de 2014. E em vermelho estão as estradas, ou carreteras, em espanhol. É só clicar nos botões para ativar ou desativar as bases de dados (clique aqui para ver o mapa em uma janela maior).
Fronteiras agrícolas
O avanço da soja e da pecuária no Paraguai estão entre os temas discutidos no seminário Agronegócio no Cone Sul - Resistências e Alternativas, encontro realizado entre 11 e 14 de agosto em Assunção, que reuniu organizações não governamentais que trabalham com temas socioambientais, além de movimentos indígenas e camponeses. A preocupação de tais grupos é crescente em relação ao avanço e consolidação de latifúndios para monocultivo de soja, que tem impulsionado a fronteira agrícola e empurrado a pecuária de corte para áreas até então preservadas.
silosSilos de soja no interior do Paraguai. Foto: Daniel Santini
"Desde a década de 1990 o gado avança em direção ao Chaco. O desmatamento aumentou consideravelmente", analisa Inês Franceschelli, pesquisadora do instituto Base-IS, uma das organizações que monitora a situação. Ela ressalta que a soja tem papel de destaque neste processo e que os latifúndios ocupam cada vez mais espaço no campo nos últimos anos. A estimativa do grupo é de que as plantações de soja se espalhem por 3.157.600 hectares hoje, o que representa 58% da área total cultivada no país na safra de 2012/2013.
Voltada para exportação, a produção crescente além de pressionar o avanço da fronteira agrícola hoje ameaça também o cultivo de alimentos e contamina o solo, segundo a pesquisadora. O uso de variedades transgênicas torna necessário o uso intensivo de agrotóxicos, crescente no país. A insatisfação de pequenos agricultores com a situação foi demonstrada em 15 de agosto, durante os protestos que marcaram aniversário de um ano do governo do presidente Horacio Carter.
sojerosManifestante exibe cartaz contra presidente Carter, considerado um aliado dos produtores de soja. Foto: Daniel Santini
O processo de desmatamento do Chaco é semelhante ao que acontece na Amazônia, com as fronteiras agrícolas avançando sobre a vegetação. A expansão da produção é marcada por concentração fundiária, com ampla participação de latifundiários brasileiros. O estudo mais recente sobre a reconfiguração do campo no Paraguai, feito pela Base-IS em 2009, indica que pelo menos 19,4% do território hoje é controlado por estrangeiros. São 7.708.200 hectares nas mãos de quem é de fora, dos quais 4.792.528, ou 60%, são brasileiros.
* O repórter viajou a convite da Fundação Rosa Luxemburgo para participar do seminário Agronegócio no Cone Sul - Resistências e Alternativas, organizado entre 11 e 14 de agosto em Assunção, no Paraguai. O evento foi realizado em parceria com as organizações Serpaj e Base-IS.


Comentários (1)

Agronegócios e ruralistas acabando com o planeta.

Mais bandidos na rua! Justiça determina que presos sejam soltos em Planaltina de Goiás

2/8/2014 às 20h28  R7


Nesta semana, a cadeia pública da cidade do Entorno do DF foi interditada
Reprodução / TV Record
Cinco presos foram soltos, por determinação judicial, do Ciops (Centro de Operações Integradas de Segurança Pública) de Planaltina de Goiás, cidade do Entorno do Distrito Federal. Eles foram liberados por falta de condições do local. Nesta semana, a cadeia pública da cidade foi interditada pela Justiça.  
Um dos presidiários que foi colocado em liberdade é acusado de tráfico de drogas. Uma acusada de ser a mandante da morte do marido, em fevereiro deste ano, também está na lista. Outros presos, acusados de porte ilegal de arma de fogo e embriaguez ao volante também já estão nas ruas.  
Na cadeia pública que foi interditada restaram dois menores. Parte do prédio está em reforma, o que dificulta o trabalho dos policiais. O local, que comportar 146 presos, estava com 169 detentos.

A Sapejus (Secretaria da Administração Penitenciária e Justiça de Goiás) foi notificada nesta segunda-feira (18) para realizar a transferência de presos que excedem o número estabelecido para a instituição.
A Secretaria informou que vai cumprir a decisão do juiz e, que neste momento, é realizado um estudo para saber onde serão colocados os presos excedentes. E também, são feitas gestões juntos aos juízes das regiões vizinhas para autorização das transferências dos presos.
Em nota, a Secretaria informou que o Governo do Estado de Goiás está com obra de ampliação da unidade prisional de Planaltina, para 86 vagas – trabalho que teve início em julho e deve ser entregue em oito meses. Além disso, tem projeto de construção de um presídio regional na cidade com 388 vagas. A expectativa é que a Agetop (Agência Goiana de Transportes e Obras), executora da construção, realize a licitação da obra ainda neste ano.  

País serio é outra coisa.Britânico é condenado a 33 meses de prisão por gravação pirata de filme

Atualizado em  22 de agosto, 2014 - 19:21 (Brasília) 22:21 GMT  BBC
Philip Danks | Arquivo pessoal/Facebook
Gravação pirata feita por Philip Danks foi baixada '700 mil vezes'
Um britânico foi condenado a 33 meses de prisão após gravar o filme 'Velozes e Furiosos 6' às escondidas em uma sala de cinema e divulgar o material na Internet.
Segundo a Justiça de Walsall, no centro da Inglaterra, a gravação pirata de Philip Danks, de 25 anos, foi baixada 700 mil vezes.
Bell, ex-namorado da irmã de Danks, teria ajudado a divulgar o material na Internet, afirmou o tribunal.
Além de colocar o filme na rede, Danks tentou vender DVDs piratas por meio de seu perfil no Facebook.

'Atitude arrogante'



Danks também usou o seu perfil para atualizar seus amigos sobre o caso – no dia 20 de Agosto, um dia antes de a audiência no tribunal, ele escreveu: "Algo parece estar errado".
O tribunal que condenou Danks descreveu seu comportamento com "ousado, arrogante e prepotente".
Por meio de um comunicado distribuído pela Fact, o sargento Rod Rose, da polícia de West Midlands, escreveu: "Nós ajudamos a Federação Contra o Roubo de Direitos Autorais ao longo desse caso com mandados de busca e apreensão, além de prisões".
"Nós também oferecemos apoio com a coleta de provas e entrevistando suspeitos".
A polícia disse que Danks continuou a distribuir ilegalmente os filmes após sua prisão no meio do ano passado.
Autoridades conseguiram localizar o paradeiro do jovem após ele ter usado o nome de usuário 'TheCod3r' para deixar um comentário em um popular site de filmes piratas.

Caso de ex-pedreiro que dissolveu 300 corpos em ácido ainda atormenta México


Atualizado em  22 de agosto, 2014 - 14:49 (Brasília) 17:49 GMT
Fossa clandestina no México (BBC)
O desaparecimento de milhares em meio à guerra do narcotráfico ainda não foi resolvido no México
O que a princípio parecem ser apenas pedras marrons espalhadas pelo terreno de um pequeno sítio em Tijuana, no norte do México, são na verdade restos humanos cobertos por pó e areia.
Eles pertenceram a um número ainda incerto de pessoas que foram mortas durante a guerra contra o narcotráfico, nos últimos 20 anos, e tiveram seus corpos dissolvidos em barris com ácido, soda cáustica e outros produtos químicos.
Eles ficaram ali, abandonamos em fossas por anos, até serem encontrados pelos familiares das vítimas, que mesmo assim seguem sem ter a confirmação da morte de seus entes queridos porque o que restou deles não permite realizar exames de DNA.
O autor de tal barbaridade é o ex-pedreiro Santiago Meza López, que foi preso em 2009 e confessou ter se desfeito de ao menos 300 cadáveres entregues a ele por um dos grupos que disputava o controle do narcotrático no estado mexicano da Baixa Califórnia, que fica próximo à fronteira com os Estados Unidos.

Trincheira

Pozolero (Cortesia da PGR)
O "El Pozolero" confessou ter "dissolvido" ao menos 300 cadáveres
Desde 1990, Tijuana é uma das principais trincheiras da guerra entre o cartel de Sinaloa e um outro fundado pelos irmãos Arellano Félix - este último perdeu completamente sua influência na região desde então, segundo autoridades de segurança americanas.
Um dos chefes deste segundo grupo era Teodoro García Simental, conhecido como "El Teo" ou "El Tres Letras", que em 2008 deixou seu cartel para se unir aos rivais. Isso deu início a uma guerra pelo controle de uma rota de tráfico na região, em que morreram 3 mil pessoas e desapareceram outras 900.
Muitas delas acabaram dissolvidas nos barris de López, conhecido como "El Pozolero", uma referência a um prato feito com milho e carne de porco, mas que tem mais a ver com a capacidade do ex-pedreiro de se desfazer completamente de corpos humanos.
Ao ver as fotos das vítimas, ele disse não reconhecer nenhuma delas. O ex-pedreiro insiste que só recebia cadáveres - centenas deles - e que não matava as pessoas, só as dissolvia.

Fossas clandestinas

Restos humanos (BBC)
Três fossas clandestinas já foram achadas
Até agora foram localizadas três fossas clandestinas, mas acredita-se que há outras ainda por serem descobertas. As autoridades mexicanas dizem que muitas das pessoas encontradas nelas foram vítimas da guerra do narcotráfico.
Fernando Ocegueda Ruelas foi uma delas. O estudante desapareceu em 2007, aos 23 anos, depois de ser levado por homens que se apresentaram como policiais.
Desde então, seu pai, Fernando Ocegueda Flores, não parou de procurá-lo. Foi ele quem encontrou os sítios onde trabalhava o "El Pozolero", depois de receber mensagens anônimas pelo endereço de email do grupo que criou, a Associação Unidos pelos Desaparecidos da Baixa Califórnia.
Num primeiro momento, Flores pensou que seu filho podia estar entre as vítimas dissolvidas pelo ex-pedreiro. "Mas não sei se ele está aqui nesta fossa, e não quero pensar nisso", afirma Flores.
"Parece que sim, porque é para aqui que os desaparecidos eram trazidos, mas, enquanto não tiver provas científicas disso, seguirei buscando por meu filho. Não me darei por vencido."

Obstáculos

Familiares das vítimas (Reprodução)
Familiares seguem na busca pelas vítimas
A associação de Flores já esteve em 80 terrenos em busca de restos humanos, e ainda faltam outros 50 para serem visitados.
A descoberta da fossa do "El Pozolero" fez com que muitos familiares das vítimas vasculhassem cada metro dos terrenos dos sítios onde ele trabalhava em busca de algum sinal de seus entes queridos.
Sem ter sucesso, muitos deles desistiram, enquanto outros seguem na busca, mesmo tendo dificuldades para tratar do assunto com as autoridades.
É o caso de Maria Alicia Ochoa. Seu marido foi sequestrado em um shopping em outubro de 2006 por um grupo de homens vestidos com uniformes policiais.
Desde então, não tem notícias deles. Ao questionar as autoridades sobre o caso, ela ouviu uma resposta frequentemente dada a familiares dos desaparecidos.
"Disseram: 'Senhora, esqueça isso. Não vamos encontrar seu marido."

Acreditei na pacificação, mas é de mentira', diz mãe de mototaxista morto no Alemão


Atualizado em  22 de agosto, 2014 - 19:01 (Brasília) 22:01 GMT
Denize e Caio Moraes da Silva | Crédito: Arquivo pessoal
Denize Moraes da Silva diz ter desacreditado no modelo das UPPs após morte do filho
"Quando a morte bate na porta da sua casa, você começa a ver as coisas de uma maneira muito diferente. No começo eu acreditei, quando se falava em UPP com objetivos sociais, colocando esportes, trazendo iniciativas para aproximar a comunidade, mas não foi isso que aconteceu. É uma pacificação de mentira. A gente não está na África nem em Israel, mas vivemos uma guerra também, e aqui no Alemão não se usa bala de borracha e não tem primeira abordagem. Aqui você morre logo."
Denize Moraes da Silva, de 49 anos, nasceu e cresceu no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.
Consultada pela BBC Brasil, a Delegacia de Homicídios (DH), que investiga o caso, diz que o inquérito ainda está em andamento. "Foi realizada perícia de local. Familiares e testemunhas foram ouvidos, além dos policiais militares. As armas foram apreendidas e encaminhadas para confronto balístico, e a delegacia aguardo o resultado dos laudos da perícia", informou a DH em nota.
Ocupado há quase quatro anos pelas Forças Armadas, o complexo de favelas vive hoje o pior momento desde que recebeu quatro bases de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Com o retorno da lógica de guerra, tiroteios, entrada de tropas do Bope e do Batalhão de Choque, e uma elevação de mortes de civis e de policiais, o momento vivido pela comunidade é emblemático de uma situação que afeta diferentes unidades do programa de pacificação desde o começo do ano.
Somente nas últimas semanas a Rocinha registrou tiroteios frequentes. Nas proximidades do Complexo do Lins (zona norte) houve ônibus incendiados e trocas de tiros numa importante avenida que liga o centro à zona oeste, fechada por mais de cinco horas.
No início da semana o corpo de um policial do Alemão foi encontrado carbonizado dentro do seu carro na Baixada Fluminense. Além disso, três policiais da UPP Jacarezinho (zona norte) estão respondendo por acusação de estupro coletivo, e a lista continua, com denúncias de abusos policiais e a elevação dos números de PMs assassinados e de pessoas que morreram em confronto com a polícia.
"O programa de pacificação no Rio de Janeiro está em crise, e não é nos últimos dias não, é nos últimos meses. Só não vê e não admite isso quem está com a responsabilidade do governo, porque a população não nega, os policiais não negam, e a opinião pública também não nega", diz o sociólogo Ignacio Cano, do Laboratório de Análise de Violência da UERJ.
"É verdade que há uma situação diferente em cada unidade. Em algumas ainda há uma situação positiva, em outras há problemas já bem complicados, e em outras, como no Complexo do Alemão, há um descontrole. A situação lá está fora do controle mesmo", complementa o especialista.
Para ele, apesar do cenário mais ou menos grave em cada unidade, é indiscutível que a política de pacificação no Rio de Janeiro se encontra num momento de fortes revezes. "A questão é que o projeto foi desenvolvido para solucionar o problema em todas as comunidades, não só em algumas, e apesar de ainda haver impacto positivo em certos locais, é possível afirmar, sim, que o programa como um todo está em crise".
Para Denize Moraes da Silva, o que restou após a morte do filho foram os dois netos, de três anos e um ano, que se converteram em sua maior fonte de força. Para ela, a dor a transformou numa defensora dos direitos dos moradores da comunidade.
"Aqui todo mundo está muito desconfiado. Meu avô foi um dos fundadores do lugar onde eu moro, e a gente já viu vários períodos de violência, mas agora estou muito preocupada. Com o tráfico era difícil, mas hoje temos medo da polícia. Medo e antipatia. Tem muito morador inocente morrendo em becos, vielas, eles matam mesmo. E eu não posso me calar, tenho que ajudar a mudar essa história. Hoje sou uma outra pessoa, virei uma guerreira", conta.

Crise, desafios e tráfico

Além do retorno da lógica de guerra a algumas comunidades, a cidade tem amargado mortes de policiais, seja em serviço ou de folga. Só em 2014 já foram 73.
Já o número de "autos de resistência", como são caracterizadas as mortes de civis em confronto com a polícia, também sofreu elevação. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), houve 139 homicídios do tipo no primeiro semestre de 2014, contra 115 no primeiro semestre de 2013.
Apesar do cenário negativo e do retorno de cenas de confrontos que têm assustado os cariocas, para o coronel Frederico Caldas, coordenador das UPPs que chegou a ser ferido num tiroteio na Rocinha no começo do ano, o momento não é de crise, mas sim de "grandes desafios".
"Em março nós tivemos uma sequência de mortes de policiais no Alemão, uma crise aguda, muito pior. Numa análise do todo, das 38 UPPs, pode-se dizer que hoje a gente vive um momento de estabilidade, mas ainda com esses desafios pontuais no Alemão e na Rocinha, e que não dá para caracterizar isso como uma crise do processo de pacificação, mas sim um desafio proporcional à importância que esses lugares tiveram para o tráfico de drogas", afirma.
Caldas diz que é preciso lembrar que o Alemão é uma região muito extensa e complexa, com topografia difícil, e que até 2010 era um lugar tido como intransponível e inacessível, funcionando como o quartel-general do Comando Vermelho.
Questionado sobre os ataques recentes, o coronel diz que trata-se de uma "nova geração" de traficantes. "Especificamente no Alemão a utilização da mão de obra jovem é algo feito em larga escala. Muitos dos principais líderes foram mortos, presos ou fugiram e com isso a gente observa que houve uma renovação. Nós temos relatos dos nossos policiais, de jovens de 13 anos de idade com pistola na mão. Isso é uma tragédia social".
Quanto ao controle que o Estado detém sobre as regiões que vêm apresentando confrontos e tiroteios, Caldas admite que em alguns pontos há um "controle relativo".

Críticas, futuro e eleições

João Trajano Sento-Sé, doutor em Ciência Política e Sociologia e pesquisador da UERJ, relembra outro fator que coloca em dúvida o futuro das UPPs.
Para ele, o programa tornou-se uma bandeira política do atual governo do Rio de Janeiro, que comandou a Segurança Pública por dois mandatos. Essa lógica política acabou primando pelo que ele avalia como uma "expansão exagerada e não planejada", a ponto de afirmar que a ocupação do Alemão foi um "tiro que saiu pela culatra".
Caio e Denize Moraes da Silva | Crédito: Arquivo pessoal
Caio Moraes da Silva morreu ao ser atingido por uma bala quando tentava sair de tumulto gerado por manifestação em favela
Além da crise atual e das eleições em outubro, outro desafio é iminente para o Rio: a pacificação do Complexo da Maré, ocupado pelas Forças Armadas em março deste ano, onde o Exército vem registrando fortes confrontos. Para especialistas, é preciso aprender com as lições do Alemão e da Rocinha antes de iniciar o processo na Maré.
Na visão de Trajano a ocupação do Complexo do Alemão poderia ter tido um planejamento melhor e deveria ter sido aguardada - o argumento oficial do Estado é de que a tomada do Alemão foi antecipada devido a uma onda de ataques. "Fica difícil você querer um novo padrão de policiamento, sem hostilidade, sem enfrentamento, sem violência. É até irresponsável. Acho que foi um mau passo para o programa como um todo. Surgiu esta crise", diz.
Apesar de mostrar apreensão com o futuro, Trajano diz que não vê outro modelo melhor neste momento e que acredita que as UPPs sejam "o melhor experimento de policiamento do Rio de Janeiro dos últimos 30 anos", mas que acabaram adotando uma lógica política, e não técnica.
"Por isso houve esse crescimento desordenado, para o qual a polícia sequer tinha recursos humanos para responder. Hoje em dia há setores da própria Polícia Militar descrentes do programa, então o novo governo que assumirá a partir de janeiro terá que fazer ajustes necessários para planejar essa expansão, conter um pouco o crescimento, protegendo as UPPs até mesmo do fogo amigo", diz o especialista, que não acredita que um novo governo interrompa o programa.
"Tudo o que um novo governador não precisa é a volta das altas taxas de homicídios", avalia.
Já o coordenador das UPPs, coronel Frederico Caldas, admite a necessidade de um aperfeiçoamento e de uma lógica de expansão que não coloque em risco o programa como um todo, mas cobra do governo mais investimentos em programas sociais e melhorias nas comunidades pacificadas.
"É preciso que ocorram os investimentos sociais, que sejam levados também os serviços essenciais, porque senão fica injusto demais que o policial permaneça sozinho ali sendo o responsável por tudo. Então o futuro da UPP é fazer esses ajustes no processo, avançar com a cautela necessária, para que a gente não perca a possibilidade de controle ou que os problemas se tornem tão grandes a ponto de tornar o programa como um todo muito vulnerável. Já são 9.500 policiais em 38 UPPs, e o lixo continua sendo acumulado, ainda há questões como a vala negra, a escola, a saúde, e sobretudo os empregos. É preciso que haja um futuro, uma ocupação para estes jovens, porque muitos estão sendo cooptados pelo tráfico"