quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Fantasma de Celso Daniel assombra companheiros - JOSÉ NÊUMANNE




O ESTADO DE S.PAULO - 27/08


Quem poderia imaginar que na quarta campanha presidencial posterior ao aparecimento do cadáver do prefeito de Santo André licenciado para coordenar o programa de governo da candidatura vitoriosa de Luiz Inácio da Silva, do PT, o fantasma de Celso Daniel deixaria o limbo para assombrar seus companheiros? E, pelo visto, o espírito vindo do além não se limitou a puxar o dedão do pé de uns e outros em sono solto, mas deixou-os a descoberto em pleno inverno. Para sorte deles, este inverno não tem sido tão gélido assim. Mas a alma é fria que só. E como é!

Sábado, em reportagem assinada por Andreza Matais, de Brasília, e Fausto Macedo, este jornal noticiou que a Polícia Federal (PF) apreendeu no escritório da contadora Meire Poza, que prestou serviços ao famigerado doleiro Alberto Youssef, contrato de empréstimo de R$ 6 milhões. O documento, assinado em outubro de 2004, reconhece dívida de tal valor, a ser paga em prestações em 2004 e 2005 pelas empresas Expresso Nova Santo André e Remar Agenciamento e Assessoria à credora, a 2S Participações Ltda. 
 
 
A primeira pertence a Ronan Maria Pinto, empresário do ABC e personagem do sequestro e morte de Celso Daniel, cujo cadáver foi encontrado no mato em Itapecerica da Serra em janeiro de 2002. A 2S pertencia ao publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de divisas a pena de 37 anos, quatro meses e seis dias e multa de R$ 3,062 milhões.

O elo encontrado pelos federais entre o assassinato do principal assessor de Lula na campanha presidencial de 2002, o escândalo de corrupção do mensalão e as denúncias apuradas na Operação Lava Jato, protagonizadas pelo doleiro acusado de lavar R$ 10 bilhões de dinheiro sujo, estava numa pasta identificada como "Enivaldo" e "Confidencial". A PF supõe que este seja Enivaldo Quadrado, condenado no mensalão.

A investigação em que o juiz federal Sérgio Moro encontrou provas suficientes para mandar prender o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que substituiu Sérgio Gabrielli na presidência da empresa 24 vezes, apurou que a corretora Bônus Banval não era de Enivaldo Quadrado, mas, sim, de Alberto Youssef. 
 
 
Costa, que o ex-presidente Lula, conforme testemunhos citados no noticiário do escândalo, chamava de Paulinho e teria oferecido ajuda nas investigações em troca de alívio na pena (pelo visto, ele conta até com a eventual liberdade), tem sido motivo de aflição de gente poderosa na República, temendo que suas revelações cheguem a comprometer a realização das eleições gerais de outubro.

O que já se sabe sem sua ajuda é grave. E a entrada em cena do espectro de Celso Daniel - que não é Hamlet, mas já expôs parte considerável da podridão que reina nestes tristes trópicos -, se não alterar o calendário eleitoral, abalará significativamente a imagem de vários figurões que disputam o posto mais poderoso de nossa velha e combalida República.

Em depoimento ao Ministério Público (MP) em dezembro de 2012, também revelado pelo Estado, Valério, chamado pejorativamente de "carequinha" pelo delator Roberto Jefferson, seu colega no banco dos réus do mensalão, contou que dirigentes do PT lhe pediram R$ 6 milhões a serem destinados ao empresário Ronan Maria Pinto. Conforme o depoente, o dinheiro serviria para calar Ronan, que estaria chantageando Lula, o secretário da Presidência, Gilberto Carvalho, e o então chefe da Casa Civil de Lula, José Dirceu. Gilberto Carvalho, conforme se há de lembrar quem ainda não perdeu a memória, tinha sido secretário de Celso Daniel e foi acusado pelos irmãos deste de transportar malas com as propinas cobradas de empresários de ônibus em Santo André para Dirceu, à época presidente do PT.

De acordo com a reportagem do Estado no sábado, há 20 meses "o PT não se manifestou oficialmente, mas dirigentes declararam que ele não merecia crédito". Com a descoberta do documento, contudo, parte da versão de Valério - a que se refere à "dívida", embora não se possa afirmar o mesmo em relação ao motivo desta - deve ter passado a merecer crédito, se não do PT, ao menos da PF. Crédito similar, por exemplo, ao dado pelo partido no poder federal ao chamado "operador do mensalão" quando o mineirinho emergiu como o gênio do esquema de distribuição de dinheiro, que o relator do processo no STF, Joaquim Barbosa, desvendou de maneira lógica e implacável.

O documento assinado por Valério nos papéis da contadora do doleiro acaba com qualquer dúvida, se é que alguém isento e de boa-fé possa ter tido alguma, de que nada há a imputar de político ou fictício à condenação de Dirceu, Valério, José Genoino e outros petistas de escol a viverem parte de sua vida no presídio da Papuda, em Brasília. Isso bastaria para lhe garantir a condição de histórico no combate à corrupção. Mais valor terá se inspirar o MP estadual a exigir da Polícia Civil paulista uma investigação mais atenta e competente sobre a morte de Daniel.

Ao expor a conexão entre o assassinato do prefeito, a compra de apoio ao governo Lula e a roubalheira desavergonhada na Petrobrás, a dívida contraída por Ronan põe em xeque todos quantos, entre os quais ministros do Supremo, retiraram a "formação de quadrilha" da lista de crimes cometidos por vários réus do mensalão. Negar a prática continuada por mais de dez anos de um delito em bando formado pelos mesmos personagens conotaria cinismo e até cumplicidade.

A delação de Paulo Roberto merecerá um prêmio, sim, se ele for capaz de informar quem são os verdadeiros chefões nos três delitos. Acreditar que possam ser um menor da favela, um publicitário obscuro e um doleiro emergente seria como nomear Papai Noel ministro dos Transportes.
 
 

Carvalho critica 'autoritarismo' de Aécio Neves




O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, rebateu nesta quarta-feira, 27, as críticas do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, contra o decreto que institui a política nacional de participação social. Para o ministro, o decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff, que corre risco de ser derrubado no Congresso, é objeto de luta política e eleitoral "sem nenhum sentido".

 "Vejo essas movimentações com preocupação. Participação popular é essencial, mas a formatação que busca trazer o PT avilta um poder que deve ser independente e soberano. Não há clareza de como esses conselhos serão preenchidos", comentou Aécio, no debate da TV Bandeirantes, ao ser questionado sobre o controverso decreto de Dilma.

Depois participar da posse do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), na manhã desta quarta-feira, em Brasília, o ministro foi questionado sobre o comentário do tucano. "Eu estranho muito que o senador Aécio Neves, que se diz progressista. E espero que a candidata Marina não entre nessa falácia de ir contra um decreto só porque é da situação, só porque é do Executivo", disse Carvalho.

"Pelo menos o candidato Aécio já explicitou a sua crítica, porque revela, de fato, o que o PSDB sempre foi: um verniz democrático e, na prática, autoritário, na prática (representa) o distanciamento do povo, o fechamento pra qualquer padrão de investigação, de transparência, como era o governo do Fernando Henrique Cardoso", criticou o ministro. "Transformaram o decreto num objeto de luta política, de luta eleitoral sem nenhum sentido."

Para críticos do decreto de participação social, a medida institui um poder paralelo dentro do Estado, usurpando prerrogativas do Congresso. Para defensores, democratiza as decisões públicas. 

O governo federal conta atualmente com 35 conselhos, que enfrentam uma série de dificuldades de funcionamento, como falta de transparência, reuniões pouco produtivas e critérios questionáveis na escolha de representantes. Para Carvalho, o objetivo do decreto é justamente "arrumar a casa" e corrigir falhas.

Dos atuais conselhos existentes, 14 foram criados durante os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sete na era FHC - e nenhum no governo Dilma. Os conselhos da Saúde e da Educação remontam à década de 1930.


Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasília

Migração de votos decide eleições

Do Alto da Torre  Eduardo Brito




As simulações de segundo turno anunciadas ontem pelo Ibope foram consideradas reveladoras do ponto de vista de transferência de votos. Todas as interpretações coincidem: os votos de Aécio seguem para Marina Silva, caso ela dispute com Dilma Rousseff, mas a equação muda radicalmente se o segundo turno for entre Aécio e Marina. Parte dos votos dela vai, sim, para o candidato tucano. Pode chegar até a algo entre metade e dois terços. Mas Dilma ainda ficaria com mais de um terço dos votos de Marina. Podem ser os votos decisivos para decidir a eleição. 

 Mais para Arruda que para Agnelo

Pode-se traçar um paralelo para o Distrito Federal. Com Rodrigo Rollemberg (foto) fora do segundo turno, seus votos se dividem entre José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz. Tudo indica que Arruda ficaria com parcela ligeiramente maior. Deve-se considerar, nessa conta, os votos de Luiz Pitiman e Toninho Andrade, o que dificulta uma avaliação mais precisa.

Herança quase integral

Caso Agnelo Queiroz fique de fora, Arruda não herda muitos de seus votos, se é que fica com alguma parcela significativa. A tendência é para que, majoritariamente os eleitores de Agnelo migrem para Rodrigo Rollemberg. 

Parte do leão

Na hipótese de José Roberto Arruda estar fora do segundo turno, também haveria uma divisão de votos. Agnelo Queiroz ficaria, sim, com uma fatia deles. Mas a parte do leão iria para Rodrigo Rollemberg, podendo até definir uma eventual vitória do senador. 

Cautela ao escolher secretário

O governador Agnelo Queiroz está tratando com extrema cautela o preenchimento da vaga de secretário de Justiça. O cargo está ocupado por interino desde a morte do titular Jefferson Ribeiro, que estava no cargo desde a saída de Alírio Neto, para disputar uma cadeira de deputado federal. Jefferson faleceu no início do mês, aos 46 anos. Agnelo pretende fazer a escolha de acordo com Alírio, que permanece seu aliado político.

Sarney pede votos... no DF

Ex-presidente da República, o senador José Sarney subiu ontem tribuna do Senado para fazer campanha eleitoral em favor de Cláudia Lyra, ex-secretária geral da Mesa do Senado, candidata a deputada federal pelo Distrito Federal. Sarney não tem como hábito fazer discursos na tribuna do Senado, mas disse que tinha um "dever a cumprir" ao pedir votos para Cláudia Lyra -filiada ao PMDB, partido do senador. A ex-secretária geral da Casa foi indicada para o cargo por Sarney, em 2007. Era servidora concursada do Senado e se afastou da função este ano para se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Mesmo sem filiados, PSTU dá apoio a sindicato

Antônio Guillen, presidente regional do PSTU. informa que, “infelizmente, o PSTU não tem filiados entre os trabalhadores da Caesb e que nenhum membro da atual diretoria do Sindágua milita em nosso partido”.  Aliás, diz, “para nós seria muito importante ter filiados em nosso partido dessa categoria de luta, especialmente os principais ativistas do movimento sindical”. Mesmo assim, afirma, “o PSTU solidariza incondicionalmente à luta dos trabalhadores da Caesb, representados pelo Sindágua, exige que as reivindicações sejam atendidas, o fim dos planos de privatização da empresa e que nenhum trabalhador seja punido por lutar por seus direitos”.

Objetivo seria tirar o foco

As menções feitas por autoridades ao PSTU, de acordo com Guillen,  “têm o objetivo de desviar o foco do problema concreto”. É que, segundo ele, a diretoria da Caesb, e o Buriti “não desejam atender às reivindicações dos trabalhadores” e, em vez disso, “querem retirar direitos conquistados e entregar a empresa para a iniciativa privada através de contratos de terceirizações e da privatização”

Na tesoura

Enquanto caminhava ontem na Comercial Norte, em Taguatinga, o vice-governador Tadeu Filippelli não enfrentou nenhum constrangimento ao entrar em uma loja de roupas — a Tesoura de Ouro — que pertence a um candidato a deputado federal do PTB, na chapa de Arruda. O próprio Arruda visitou a loja, há poucos dias. O dono-candidato não estava lá, mas adesivos nos carros estacionados à frente mostravam seu rosto. Funcionários cumprimentaram o vice e a primeira-dama, sem climão.

Menos tributos para agricultores

Pequenos agricultores do Distrito Federal foram ontem à Câmara Legislativa para cobrar a redução da carga tributária incidente sobre seus produtos. Alegaram que essa é a única forma de viabilizar a sobrevivência dos produtores, que sofrem com os elevados custos. Donos de agroindústrias protestaram contra a cobrança da alíquota de 17% relativa ao ICMS. Segundo eles, o atual patamar do tributo inviabiliza a competitividade do setor em relação aos produtos vindos de estados vizinhos onde, em alguns casos, como São Paulo, o imposto é bem menor.
 
Tá falado



 
"O que pudermos fazer para diminuir essas estatísticas de desastres no trânsito do DF, faremos. A colocação de temporizadores em semáforos que contenham dispositivos eletrônicos de controle de infrações, de um modo geral, resultará em diminuição no número de acidentes, pela previsibilidade que abrem aos motoristas.", Chico Leite, deputado distrital, ao defender rápida sanção para projeto seu que obriga a instalação de temporizadores em sinais que tenham pardais

Exército denunciou para Dilma esquema de venda de votos, com título de eleitor duplicado, no RJ



A grande duvida: Marina tem consistência ou é fruto das incríveis pesquisas?

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Em várias “comunidades” do Rio de Janeiro, principalmente no Complexo da Maré a na Baixada Fluminense, existem vários cidadãos com dois títulos de eleitores. Eles recebem dinheiro em troca do voto. Este mecanismo eleitoral do crime organizado foi denunciado, oficialmente, pela inteligência do Exército à Presidenta Dilma Rousseff – candidata à reeleição. Generais revoltados com tal escândalo já falam em “risco de ruptura institucional”, dependendo do resultado. Eis a verdadeira Zona Eleitoral... Ainda mais quando as pesquisas indicam até uma vitória de Marina Silva sobre Dilma Rousseff, com Aécio Neves ficando de fora.

Até então guardada sigilosamente pelo governo e pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, a informação sobre a vergonhosa manipulação de votos no Rio de Janeiro vazou no final da tarde de ontem. O grupo político de Aécio Neves tomou conhecimento. Espera-se que parta para alguma denúncia mais consistente e formal. Do contrário, ficará o informado pelo não dito. Concretamente, por falta de poder ofensivo, a candidatura do neto de Tancredo Neves corre tanto risco de naufrágio quanto o PTitanic.

Como de hábito no atual desgoverno, se for questionada sobre o explosivo tema, Dilma dirá que é “invenção” e que nada sabia sobre tal denúncia. Independentemente do que for dito, o resultado eleitoral já não merecia muito crédito – por causa da urna eletrônica, da transmissão de dados e do processamento de votos sem chances de auditoria externa.
 
 Agora se torna absolutamente inconfiável.

A descoberta concreta de fraude eleitoral, até agora mantida em “sigilo de Estado”, ocorreu durante as ocupações militares. Foram encontrados títulos eleitorais duplicados. Este mesmo golpe é aplicado em alguns estados do Nordeste e do Norte. 
 
No Maranhão, por cada voto a mais, o eleitor duplicado recebe até R$ 300 reais. O mesmo valor seria negociado nas áreas carentes do Rio de Janeiro – ainda dominadas por milícias urbanas.

Só a identificação biométrica, individualizada, do eleitor, cruzando dados do número do cadastro do eleitor, da carteira de identidade e do CPF, poderia evitar tal duplicidade de títulos ou a chance de alguém votar no lugar de alguém que já morreu – mas continua eleitoralmente ativo. Mas o Tribunal Superior Eleitoral não agiu com a necessária velocidade para fazer o recadastramento geral dos eleitores. Mais grave ainda: a oposição sequer cobrou tal celeridade que deveria ser prioritária e urgente para impedir a fraude eleitoral na hora da votação. A urna só é liberada para o voto se reconhecer as digitais do eleitor.

No Rio de Janeiro, por exemplo, só os 402.146 eleitores de Armação de Buzios e Niterói (universo ínfimo de 3,3% do total) usarão o sistema de identificação biométrica para votar. O eleitorado total fluminense, agora sob suspeita, é de 12.141.145 cidadãos. Quem não se recadastrou até 7 de maio não poderá participar da eleição. Em todo o Brasil, o recadastramento é feito gradualmente, obedecendo à Resolução 23.335 do TSE, atualmente presidido por José Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal e, em um passado não muito distante, advogado do Partido dos Trabalhadores.

A meta do TSE era contar, neste ano, com 22 milhões de eleitores identificados pela impressão digital. Em julho, chegou a um total de 23.851.673 aptos a votar com biometria. O eleitorado brasileiro total habilitado a votar este ano é de 142.822.046 eleitores – conforme as estatísticas eleitorais de 2014 do TSE.

A equipe treinada da Justiça Eleitoral realiza a coleta das impressões digitais, além de fazer a fotografia dos eleitores de maneira rápida e fácil. Um escâner de altíssima resolução permite uma leitura de qualidade das impressões digitais. Um programa de computador faz o controle de qualidade automaticamente. Na prática, os “fantasmas” devem desaparecer com o recadastramento.

Banqueiragem

Os bancos continuarão obtendo lucros recordes, com juros altos, carga tributária elevada como sempre e custo de vida aumentando ligeiramente. Eis a única previsão concreta para a economia brasileira em 2015, seja quem for eleito para o trono do Palácio do Planalto. Os demais prognósticos são uma grande incógnita. Cartomantes têm mais chances de acerto que os economistas que embarcam na conversinha nada fiada do desgoverno.

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio indicou um recorde de brasileiros endividados. Ao mesmo tempo, outro estudo do Banco Central revela que a inadimplência está no menos nível desde 2011. No final das contas, os bancos continuam faturando em cima de quem é forçado ou induzido a pegar dinheiro emprestado. Passam sufoco os encalacrados com juros e taxas dos cartões de crédito e os que incorporam o cheque especial ao cada vez mais apertado orçamento mensal, corroído pela “inflação”. No fundo, o brasileiro se vira na economia informal – o que minimiza os efeitos diretos das crises midiaticamente anunciadas.

Quem deve nem sempre teme, No entanto, se aporrinha muito. Bancos, financeiras e escritórios de advocacia contratados para recuperação de dívidas dadas como perdidas promovem um ataque constante, via telefone, SMS e cartas para a residência dos inadimplentes. Não há facilidades nas negociações – a não ser quando o “calote” já é dado como certo e a dívida já foi contabilizada pelo banco como “perda”. O termo é um humor econômico de baixo calão, já que as tarifas e os juros embutidos nos empréstimos já renderam muita coisa até se transformar no suposto “prejuízo”.

Curiosamente, tal cenário não é devidamente tratado na campanha presidencial. O Brasil desenhado pelos marketeiros não tem gente encalacrada. Além disso, comprometidos com o sistema financeiro, a maioria esmagadora dos candidatos (pelo menos aqueles com alguma chance concreta de vencer a eleição) fogem do polêmico assunto. Na vida real, todos bem de vida, não sabem a pressão psicológica sofrida por quem fica devendo ao banco ou tem o nome “negativado” nos serviços de proteção ao crédito.

As soluções concretas para os problemas do Brasil Capimunista (carestia, cartelização, cartorialismo, corrupção e canalhice) continuam fora da agenda dos candidatos. Por isso, pouco se pode esperar do resultado das urnas, seja ele qual for.   

Ameaçado pela promessa alheia


Soma fatal




© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 27 de Agosto de 2014.

Cerrado – Uma janela para o Planeta



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Exposição convida o visitante a explorar a diversidade de um dos biomas mais ricos do Brasil. No CCBB Brasília, de 5/9 a 19/10. Entrada gratuita.
A exposição será dividida em três módulos e vai possibilitar o contato direto com a fauna, a flora, os vestígios de ocupação humana e muito mais. Palestras, oficinas e projeções de imagens e sons interativos.
Quando se fala em Cerrado, a primeira imagem que vem à cabeça são árvores retorcidas e uma vegetação agreste, o segundo maior bioma do Brasil possui uma diversidade de paisagens, vegetação e fauna ainda capaz de surpreender o visitante desavisado. A surpresa da descoberta deverá marcar a visita de quem for à exposição Cerrado – Uma janela para o Planeta, que o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a partir do dia 5 de setembro. Espalhados pelos pavilhões, Galeria 3 e pela área externa do prédio do CCBB Brasília estarão exemplares, imagens e instalações deste bioma que originalmente ocupava 24% do território brasileiro.
A exposição será dividida em três grandes módulos: Grande Sertão, Veredas: paisagens do cerrado; A Trama do Cerrado: Diversidade; e Os Quatro Elementos: água, fogo, terra e ar. E contará com projeção de filmes, feira do Cerrado, programa educativo e oficinas. Tudo para aproximar o espectador deste bioma que vem sofrendo intenso processo de desmatamento. Sob a curadoria de Jorge Wagensberg (doutor em Física pela Universidade de Barcelona, onde leciona), Coordenação técnica de Mercedes Bustamante (doutora pela Universitat Trier, da Alemanha, e professora da UnB), e coordenação museológica de Maria Ignez Mantovani, o público poderá passear por diferentes paisagens e compreender a importância da preservação deste bioma.
O módulo ‘Grande Sertão, Veredas: paisagens do Cerrado  apresentará os 14 tipos principais de vegetação (‘fitofisionomias’) do bioma: as florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), as savânicas (Cerrado Denso, Cerrado Típico, Cerrado Ralo, Cerrado Rupestre, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e as campestres (Campo Sujo, Campo Rupestre e Campo Limpo). Essas variações são mostradas em sua diversidade, com informações sobre as mudanças provocadas pelas estações – chuva e seca – e os limites do Cerrado – o bioma está presente em 11 estados brasileiros: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Tudo isso será apresentado de forma a proporcionar uma experiência tridimensional(?), com instalações, projeções e sons.
Caberá à instalação Raízes e Ramos apresentar o que diferencia as três principais formações vegetais – campestre, savânica e florestal – e sua relação com a água, o fogo e o solo. Serão expostas árvores reais, além de outras espécies características de cada formação. Os textos explicativos mostrarão que a distribuição destas fisionomias está relacionada à ocorrência do fogo (há espécies que só rebrotam após as queimadas), mas também à disponibilidade de água e às características dos solos. Em seguida, as três formações vegetais serão detalhadamente apresentadas, através de fotografias, instalações contendo exemplares de plantas, sons dos diferentes ambientes e mapas.
O segundo módulo, ‘A Trama do Cerrado: Diversidade’, foi especialmente concebido para proporcionar um contato direto com a diversidade da fauna e da flora do Cerrado. Vitrines exibirão sementes e frutos variados e instalações farão a demonstração de processos de dispersão, explicando ao visitante como estes mecanismos funcionam na natureza (experimentos em vitrines com mecanismos que simularão a presença de vento, correntes de água e ingestão e digestão de sementes). Em murais estarão folhas reais de árvores, palmeiras, arbustos e herbáceas, com a enorme variedade de forma e cores e sua relação com a disponibilidade de água, ocorrência de fogo e características dos solos.
Uma parte da fauna será apresentada em vitrines. O visitante conhecerá a imensa variedade de insetos, de peixes presentes nas diferentes bacias hidrográficas e os principais abrigos dos animais – ninhos e tocas –, que estarão dispostos de forma que o espectador veja onde ocorrem no Cerrado. Textos explicativos e exemplares em vitrines prometem destacar o papel ecológico de insetos como abelhas, vespas, borboletas, besouros, cupins e gafanhotos e sua adaptação ao meio ambiente – sabe-se que o Cerrado abriga 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.
Abrigos, ninhos e tocas de animais do Cerrado serão apresentados em vitrines tridimensionais. O visitante poderá compreender a função ecológica de abrigos como cupinzeiros, abrigos de mariposas, ninhos de vespas e aves e entender os motivos que levam os animais a escolherem os materiais nos quais são confeccionados.
Também em ‘A Trama do Cerrado: Diversidade’ estará representada a diversidade cultural e de ocupação humana. Uma linha do tempo demonstrará como se deu a ocupação do território há milhares de anos, quais foram os principais povos, assim como as características fundamentais das populações. Objetos históricos e naturais utilizados por estas comunidades serão apresentados em vitrines e imagens.
Este módulo ainda se estenderá para a área externa do prédio do CCBB, com os segmentos ‘Restos e Rastros: Vestígios da fauna’, ‘Causos do Cerrado’ e ‘Olhar, observar, experimentar e documentar’. Nestes espaços será demonstrado o trabalho dos pesquisadores, que buscam as pegadas, os vestígios dos animais, as câmeras usadas para documentar os hábitos de diferentes espécies da fauna, as vitrines com exemplares de pegadas, e também apresentados vídeos com histórias curiosas e causos contados por habitantes da região.
O terceiro e último módulo de Cerrado será dedicado a explorar ‘Os Quatro Elementos: água, fogo, terra e ar". A ideia é fazer o visitante conhecer a história geológica do Cerrado, a diversidade de solos, impactos do fogo e as interações entre vegetação e recursos hídricos. O Cerrado acolhe, por exemplo, cerca de 78% da área da bacia do Araguaia-Tocantins, 47% do São Francisco e 48% do Paraná-Paraguai. Uma maquete apresentará os principais processos hidrológicos, o relevo e a vegetação.
Para falar do solo, a exposição contará com a imensa cartela de cores dos solos do Cerrado, explicando sua composição e a presença e a quantidade de minerais, bem como a relação com a vegetação. Um totem e amostras de rochas destacarão  eventos geológicos que ocorreram para a configuração atual dos solos e paisagens do Cerrado.
E finalizando a exposição, o módulo Fogo promete mostrar a extraordinária importância desse fator para as diferentes vegetações da região, com efeitos ecológicos, para o manejo de áreas e conservação. O tema será representado por meio de um conjunto de audiovisuais que procurarão recriar o ciclo da queimada natural e também da causada pelo homem, abordando os impactos sobre as espécies. O público poderá também conhecer algumas das estratégias de defesa da flora por meio de uma vitrine com diferentes cascas e troncos além de amostras secas (exsicatas) de espécies da flora do Cerrado. O visitante ficará sabendo, por exemplo, que o tronco tortuoso com casca espessa é uma das adaptações mais evidentes no Cerrado. Os galhos e troncos crescem tortos devido ao fogo e as cascas são espessas para preservar o interior do caule, onde há circulação de nutrientes, água e seiva elaborada.
SERVIÇO:
O CCBB disponibiliza ônibus gratuito, identificado com a marca do Centro Cultural. O transporte funciona de quarta a segunda-feira. Consulte todos os locais e horários de saída no site e no Facebook.
O Centro Cultural também oferece transporte escolar gratuito para escolas públicas, ONGs e instituições assistenciais do Distrito Federal e entorno mediante agendamento pelo número 3108-7623 ou 3108-7624.
CCBB Brasília fica aberto de quarta a segunda-feira das 9h às 21h
SCES Trecho 2 – Brasília/DF  Tel: (61) 3108-7600
Cerrado é uma realização do Museu de Ciência e Tecnologia de Brasília, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e da UNESCO, com apoio de várias instituições científicas e ambientais tais como a WWF, Jardim Botânico de Brasília, ISPN, Embrapa Cerrados, Ministério do Meio Ambiente/GIZ, Rede Sementes e Ibermuseus.
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O emprego na campanha eleitoral - JOSÉ PASTORE



O ESTADÃO - 26/08


Mario Henrique Simonsen costumava dizer que a inflação aleija, mas o câmbio mata. Parafraseando o saudoso economista, parece razoável dizer que, numa campanha eleitoral, a inflação aleija, mas o desemprego mata. Isso porque o desemprego fragiliza a economia doméstica e mina o sentimento de dignidade.

Os primeiros programas eleitorais no rádio e na televisão já mostraram a importância do tema. Os candidatos da situação destacam que nunca na história deste país se gerou tanto emprego como na gestão do PT. Os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2013 indicaram a existência de 49 milhões de empregos formais, um avanço de 65% em dez anos. Mais do que isso, eles argumentam que os trabalhadores desfrutam hoje de uma situação de pleno-emprego - com apenas 5% de desempregados. E adicionam o fato de que a maioria dos brasileiros foi beneficiada com uma apreciável elevação da renda do trabalho, que em dez anos aumentou 32% em termos reais.

São trunfos preciosos. A oposição fica com o difícil desafio de convencer o eleitor comum a abandonar os candidatos da situação e tudo o que fizeram até aqui em favor do emprego e do poder de compra dos trabalhadores.

Missão complicada. Aos candidatos da oposição resta explorar as dificuldades latentes no mercado de trabalho. Entram na sua argumentação os dados recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que em julho revelaram um crescimento pífio na geração de empregos: menos de 12 mil novos postos de trabalho, o pior resultado dos últimos 15 anos. A oposição destaca ainda que os setores mais dinâmicos e que melhor empregam passaram a dispensar empregados, como é o caso da indústria automobilística, mecânica e metalúrgica. Com isso, os candidatos tentam criar nos eleitores um clima de apreensão em relação ao futuro.

É pouco provável, porém, que o eleitor comum que está empregado e recebendo aumentos salariais acima da inflação venha a se abalar com o futuro sombrio apontado pela oposição, por mais realista que seja o raciocínio dos que veem a estagnação da economia no presente como detonadora de uma grave crise de emprego no futuro.

Não invejo a situação dos marqueteiros da oposição porque, no campo do emprego e da renda, os dados parecem favorecer a situação. Com o forte encolhimento dos que procuram emprego, a taxa de desemprego se mantém baixa e a pressão salarial se mantém alta. A desocupação em São Paulo, por exemplo, recuou de 5,1% para 4,9% em julho, ao mesmo tempo que 93% das negociações coletivas do primeiro semestre terminaram com ganhos reais de salários.

É verdade que o emprego de amanhã resulta dos investimentos de hoje. E como o setor privado parou de investir, o quadro de 2015 tende a ser bastante diferente do atual. Ou seja, a oposição pode questionar a capacidade de a situação repetir o feito anterior em condição tão adversa como a que se descortina para o próximo ano. Mas isso requer um exercício de lógica simples para o especialista, mas complexo para o eleitor comum. Como levá-lo a abandonar o certo pelo incerto? Isso não é impossível, mas exige uma didática aprimorada que seja capaz de criar no eleitorado uma dissonância acentuada entre o que ele vive hoje e a incerteza que o espera amanhã.

Não tenho a menor vocação para o ramo da propaganda. Levanto estas questões porque não vejo fragilidade no discurso da situação no que tange aos temas relacionados ao mercado de trabalho. Não vejo tampouco na oposição uma estratégia efetiva de geração da incerteza que pode levar o eleitor comum a desprezar o presente certo em favor de um futuro incerto.

Pedindo desculpas ao leitor por me considerar um reles amador em matéria política, penso ser este um dos maiores obstáculos da campanha da oposição no pleito atual. Sem uma estratégia adequada, é melhor mudar de assunto.
 

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO----‘Nossa pesquisa não mostra isso’ Rui Falcão, presidente do PT, preferindo negar a disparada de Marina no Ibope







MARINA PERDE EM MINAS, MAS SUPERA AÉCIO EM BH

A pesquisa do Ibope confirmou levantamentos preliminares noticiados nesta coluna, mostrando virada espetacular na campanha presidencial de outubro. Marina (PSB) acumula 20 pontos percentuais a mais que os 9 pontos atribuídos a Eduardo Campos, na pesquisa anterior, e vence Aécio (PSDB) e até Dilma (PT) em estados como São Paulo, Rio, DF e Paraná. Perde em Minas, mas aparece à frente na capital, BH.

TÁ FEIA A COISA

PSDB e PT atribuem os números de Marina no Ibope à comoção pela morte de Eduardo Campos. Mas sabem que não é só isso.

NÚMEROS DE SEMPRE

Marina ainda não era vice de Eduardo, há um ano, e as pesquisas registravam desempenho dela sempre situado entre 25 e 30 pontos.

PASTOR 1%

Com Marina, Dilma e Aécio perderam 4 pontos percentuais cada, indica o Ibope. Pastor Everaldo (PSC) perdeu mais: dois terços dos seus 3%.

PRAZO FATAL

O Ibope abalou o PSDB. Tucanos dizem que Aécio fixou prazo de 20 dias para voltar ao 2º lugar. Ou seu projeto estará a caminho do brejo.

DILMA DEMITE POR CORRUPÇÃO 13% a MAIS QUE LULA

O governo Dilma Rousseff demitiu até agora exatos 1.896 funcionários públicos, a maioria “bagrinhos” enrolados em maracutaias. O levantamento vai de janeiro de 2011, quando começou seu governo, a julho deste ano. Isso representa 13% mais que todo o primeiro governo Lula, quando ocorreu o escândalo de suborno a parlamentares conhecido por mensalão. Só em 2014 foram demitidos 329 servidores.

SÃO CORRUPTOS

Desde 2003, “atos relacionados à corrupção” correspondem a 67% das fundamentações para a demissão na esfera da administração pública.

A RODO

No governo Dilma 1.290 funcionários foram demitidos, cassados ou destituídos por “ato relacionado à corrupção”.

NA ORIGEM

Os ministérios da Previdência Social e da Justiça se destacam: desde 2003, quase 6% dos demitidos são oriundos dessas pastas.

OS CRITÉRIOS DE JANOT

O procurador-geral Rodrigo Janot poderia explicar por que foi favorável à prisão domiciliar de José Genoino, apesar de dois laudos da UnB afirmarem que poderia cumprir pena na Papuda, e contrário a Roberto Jefferson, cujo câncer retirou-lhe 75% do estômago e 50% do intestino.

‘EU NÃO DISSE?’

Lula disparou gritos de pânico ao telefone, ontem, para os marqueteiros do PT, especialmente João Santana e o ex-jornalista Franklin Martins. Ele sempre advertiu que Marina era a adversária a temer, e não Aécio.

MAL ME QUER, BEM...

O Ibope detectou algo constrangedor para a presidenta Dilma: sua rejeição de 36% (percentual de eleitores que dizem não votar nela de jeito nenhum) é maior que os 34% de intenção de votos.

MARINA, O ALVO

Além do PSDB, que vai criticar a inexperiência de Marina Silva em gestão pública, o PT avalia como falar mal da candidata do PSB no horário eleitoral e nas redes sociais.

GAÚCHOS NA CABEÇA

Dos cinco parlamentares presentes nas 21 edições da revista Cabeças do Congresso, os gaúchos Paulo Paim e Pedro Simon podem ser os únicos na 22ª. Os outros são Eduardo Suplicy (PT-SP), que pode não ser reeleito, e José Sarney e Inocêncio Oliveira, que se aposentam.

DO ABC AO STF

São Bernardo (SP), reduto político de Lula, volta ao poder com a posse, dia 10, do ministro Ricardo Lewandowski na presidência do Supremo Tribunal Federal. Apesar de nascido no Rio de Janeiro, o ministro se formou na cidade e fez por ali toda sua carreira jurídica.

PATRIMÔNIO

No DF, o candidato do PSOL ao Senado, Aldemario Castro, procurador da Fazenda Nacional, ficou espantado com a evolução patrimonial dos rivais. A dele é bem mais modesta: foi de R$ 580 mil para R$ 736 mil.

PROPAGANDA

A lei proíbe governos federal e estaduais gastando em propaganda, mas no Ceará prefeituras ligadas ao governador Cid Gomes, incluindo Fortaleza, fazem a farra.

Cega, a Justiça Eleitoral ainda não percebeu.

PERGUNTA NA REPARTIÇÃO

Se Dilma explicou que “tem que dar conta de tudo” na Presidência, de obra, aeroporto, rodovia, Bolsa Família etc, para quê 39 ministérios?



PODER SEM PUDOR

CORAGEM E COERÊNCIA

O coronel Adauto Rocha (UDN) disputava a eleição contra outro coronel, João Lúcio (PSD), em Guaianinha (RN). A disputa era acirrada e o deputado Fernando Marinho resolveu ajudar o tio, João Lúcio. No palanque, Marinho não mediu as palavras:

- Esse coronel Rocha é ladrão!

Adauto Rocha ouviu o insulto, subiu no palanque de revólver em punho, aproximou-se do orador e sussurrou, na maior calma:

- Estou gostando do seu discurso. Mas é o contrário. Corrija, senão morre.

Reza a lenda que o voluntarioso deputado não se fez de rogado:

- Amigos, Adauto Rocha é um homem bom! Meu tio é que não presta!
 
 

DF: Agnelo caiu da moto e Arruda "do cavalo".

BLOG do SOMBRA


Na cidade onde os escândalos políticos, em geral, têm ampla filmografia, o rumor da existência de um áudio com a voz do ex-governador José Roberto Arruda (PR) agita os bastidores de Brasília.
 
A gravação conteria uma conversa em que Arruda faz uma análise de quem votaria a favor e quem votaria contra ele na Justiça Eleitoral. No áudio, Arruda citaria o nomes de magistrados e a tendência de votação.
 
Para a turma de adversários, se o material vier à tona, será um golpe certeiro no primeiro colocado das eleições locais...
 
Os assessores do governador, no entanto, que já têm conhecimento da existência do áudio, diminuem o potencial ofensivo da suposta gravação.
 
Nesta terça (26), o caso de Arruda está pautado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
Se por um lado, a jurisprudência favorece Arruda no TSE, no meio jurídico, há quem avalie que dificilmente o tribunal superior vai reformar a decisão do TRE contra a aplicação da Lei da Ficha Limpa, muito associada ao seu poder saneador.
 
De manhã, o governador Agnelo Queiroz (PT) caiu de sua moto na Residência Oficial de Águas Claras. Nesta noite, será a prova de Arruda. Será que ele vai cair do cavalo?
 
 
Fonte: Por LILIAN TAHAN, blog Grande Angular - 26/08/2014 - - 14:59:59

DF: TJ julga inconstitucional lei que dispensa documentos para quiosques, trailers e bancas

BLOG do SOMBRA

Processo: 2014.00.2.001299-4


O Conselho Especial do TJDFT julgou nesta terça-feira, 26/8, inconstitucional a Lei Distrital 5.235 de 2013 que dispensa a apresentação de alvará de construção e carta habite-se de edificação para obtenção de alvará de localização e funcionamento em mobiliário urbano.
 
Segundo a lei, ficavam dispensadas da apresentação de tais documentos as edificações construídas há mais de cinco anos. A lei considera mobiliário urbano as pequenas construções integrantes da paisagem, complementares às funções urbanas, cujas dimensões e materiais são compatíveis com a possibilidade de remoção, implantados em espaços públicos, tais como quiosques, trailers e bancas de revista...
 
O MPDFT argumentou que a lei é de iniciativa de parlamentar distrital e, por isso, formalmente inconstitucional por tratar de matéria afeta à administração de áreas públicas e ao uso e ocupação do solo, que é da competência privativa do chefe do poder Executivo Distrital.
 
A maioria dos desembargadores decidiu pela inconstitucionalidade por vício formal devido à iniciativa da lei, por entender que é da competência privativa do Governador do Distrito Federal a iniciativa de projetos de lei que tratem sobre áreas públicas e do uso e ocupação do solo.



Fonte: Tribunal de Justiça do Distrito Federal - 27/08/2014 - - 08:53:56


DF: Cansado de esperar, morador pinta protesto onde seria faixa de pedestre

BLOG do SOMBRA



A ideia aconteceu depois de quase ser atropelado com os filhos no local.


Para morador, a maior indignação é saber que ele precise fazer um protesto para tentar resolver uma situação que é obrigação do poder público. Foto: Fred Leão/R7.
 
Morador do Sudoeste, região central de Brasília (DF), pintou na noite desta segunda-feira (25) uma faixa de pedestre acompanhada da palavra ‘omissão’ em uma pista para protestar a falta de sinalização para as pessoas que passam no local...
 
De acordo com o morador, há mais ou menos dois meses, foi realizada no local uma obra de recapeamento da pista e, devido à reforma, o desenho da faixa de pedestre foi retirado. Há duas semanas, o mesmo morador conta que quase foi atropelado com os filhos, quando foi a um supermercado.
 
Brasília usa pichação para resolver buracos nas ruas.
 
Depois do ocorrido, ele decidiu que, se nada fosse resolvido, ele mesmo pintaria uma faixa no local. Ele relata que a placa de sinalização da faixa ainda está no local, mas como não tem a pintura, os motoristas passam e não param. O morador explica que a maior indignação é saber que ele precise fazer um protesto para tentar resolver uma situação que é obrigação do poder público.
 
— Fiz isso porque tenho que protestar de alguma forma. Pago meus impostos em dia para ser bem atendido. E a situação da falta de sinalização não atinge só a minha pessoa, mas toda população do DF.
 
O Detran-DF (Departamento de Trânsito do DF) informa que o recapeamento foi uma obra do Programa Asfalto Novo, que é de responsabilidade da Novacap, e a sinalização dos locais que foram recapeados é de responsabilidade da empresa contratada pela Novacap para realizar a obra. A reportagem tentou contato com a Novacap, por telefone, mas as ligações não foram atendidas.


Fonte: Portal R7 - 27/08/2014 - - 09:04:38


Professor baleado em estado grave expõe face trágica de violência em escolas



Atualizado em  27 de agosto, 2014 - 09:11 (Brasília) 12:11 GMT


Carlos Cristian Gomes | Foto: Arquivo pessoal
Professor foi alvejado por aluno que pediu outra chance de refazer avaliação
"Professora, preste atenção, que comigo não são cinco tiros, são seis".



A frase foi dita por um aluno à professora Mariana*, em uma escola estadual em Sergipe, e faz referência ao trágico caso de um professor baleado em Aracaju no dia 12 de agosto.
Carlos Cristian Gomes estava na escola em que leciona Biologia quando foi atingido por cinco tiros. Ele continua internado em estado grave, respirando com ajuda de aparelhos.


"A gente quer pensar que é brincadeira, mas nunca se sabe", conta Mariana. Por medo das consequências, a professora achou melhor não dar o nome do aluno à diretora da escola.


O suspeito de atirar contra Carlos Cristian é um aluno de 17 anos, que teria ficado revoltado com uma nota baixa. O caso foi destacado por leitores da BBC Brasil em nossas páginas de Facebook, Google+ e Twitter como um símbolo da violência contra professores no País.


A professora Mariana, conta que, depois de ser repreendido por ela, o aluno que ameaçou "dar seis tiros" não repetiu o comentário. "Eu disse (ao aluno) que esse assunto não é algo com o que se brinque e que eu poderia levar a sério, ir à delegacia e fazer um boletim de ocorrência. E que, se qualquer coisa acontecesse comigo, o primeiro suspeito seria ele".


"Alguns alunos se aproveitam da situação para amedrontar mesmo o professor. Se aconteceu com Carlos Cristian, pode acontecer com qualquer um. O professor fica vulnerável quando está dando aula."

 

Intimidação



Dias após a tentativa de homicídio, professores fizeram uma manifestação na frente do Palácio de Despachos do governo de Sergipe contra a violência nas escolas. Pais, parentes e professores que atuam na região de São Cristóvão também fizeram uma passeata pela paz nas proximidades da escola Olga Barreto, onde ocorreu o crime.


O aluno suspeito de atirar contra o professor cursava a 8ª série da Educação de Jovens e Adultos (EJA), se apresentou recentemente à polícia e disse ter planejado o crime.


"Ele disse que as questões na prova não correspondiam à revisão que o professor passou em sala de aula. Afirmou que comprou a arma e pediu ao professor uma segunda chance. Quando o professor disse que não era possível, ele atirou", disse à BBC Brasil a delegada Thereza Simony, responsável pelo caso.


Segundo Claudia Oliveira, que ensina Língua Portuguesa na Escola Olga Barreto há sete anos, o professor Carlos Cristian não havia se queixado de problemas de relacionamento com alunos. "Ele é muito responsável em suas atividades, não falta, participa de projetos na escola. Não tinha motivo nenhum para o aluno agir dessa forma."
"O rapaz não tinha comportamento agressivo com nenhum dos professores, mas era um aluno que faltava às aulas, não fazia as atividades. Ele ainda teria outra oportunidade para recuperar a nota, porque aquela era a primeira avaliação que fez", afirmou.

 

Como lidar?

Segundo Joel Almeida, do Sintese, professores devem ficar atentos a questões como dificuldade de aprendizagem ou comportamento agressivo de alunos.


Caso haja a suspeita de que problemas de comportamento estejam ligados a questões psicológicas ou ao uso de drogas, Almeida diz que os docentes devem procurar coordenadores pedagógicos, que acionem assistentes sociais e psicólogos.


"Mas se o professor perceber que o problema é relacionado à entrada de drogas e armas na escola, a polícia deve ser acionada, porque isso é um problema de segurança pública. Na maioria das vezes, os alunos são usuários, mas há casos em que o sujeito se matricula na escola, mas é um traficante", afirma.


A delegada Theresa Simony diz que, se o professor se sentir ameaçado, pode registrar um boletim de ocorrência na delegacia - ou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), caso o autor da ameaça seja um menor - e encaminhar o assunto à Justiça.


"Mas antes de tomar uma medida mais drástica, é importante que a escola envolva os alunos e a família deles, para construir um ambiente favorável a que o aluno respeite o professor", ressalta.


O Sintese diz que, apesar da situação de Cristian ser incomum, a relação entre professores, alunos, funcionários e diretores frequentemente se torna violenta.
"Na maioria das vezes, a violência é verbal, mas às vezes descamba para a violência física", explica Joel Almeida, diretor de comunicação do sindicato.


"Geralmente, com os alunos, (os conflitos) são (por) questões ligadas à nota. Com os professores mais severos, mais disciplinadores, é comum que existam ameaças ou mesmo depredação de bens. Alguns reclamam de terem carros riscados, pneus furados."


"Eu fui vítima de algo semelhante no semestre passado. Alunos que não conseguiam ser aprovados ficavam horas na porta da minha sala me questionando e ameaçando. Mas conseguimos dialogar e resolver a situação", disse à BBC Brasil a professora Claudia Oliveira, diretora do Sindicato dos Professores de Sergipe (Sintese).

 

Solução?

Para Almeida, o problema pode ser minimizado com investimento na infraestrutura das escolas e com mais engajamento dos professores. "A comunidade escolar em Sergipe não se reúne para discutir a escola, seus problemas, como vai atuar sobre eles. A escola é um lugar em que o aluno e o professor chegam e saem, às vezes, sem muita relação com outras pessoas na escola."


O medo de possíveis atitudes extremas dos alunos também é um fator que impede que os docentes comuniquem seus problemas a outros, segundo Mariana. "Acontecem muitas coisas nas escolas que ficam só no comentário entre os professores, cada um tem algo a contar. Muitas vezes, não levamos à direção por medo. Temos receio de que, mesmo que seja uma brincadeira, o aluno seja repreendido e acabe levando isso a sério."


A Secretaria de Educação criou, após a tentativa de assassinato de Carlos Cristian, uma comissão permanente de acompanhamento da violência nas escolas, formada pela secretaria de Educação, professores, pais, funcionários não docentes e estudantes. O grupo terá um cronograma de visitas às escolas da rede estadual.

'Perdão'

A família de Carlos Cristian não quis dar entrevistas. Segundo o Sintese, vários membros da família são professores - que nunca tinham sofrido atos de violência física.


Uma semana após a tentativa de assassinato do docente, sua tia Margarida, professora há 25 anos, divulgou uma carta em que pediu "perdão" ao sobrinho.


"O magistério sempre significou para mim a porta de entrada para um país melhor, mais consciente. Somos uma família de professores. Sua mãe, seu pai, sua irmã, suas primas e eu. Muitas vezes quando você era pequeno, sua mãe, mesmo você febril, deixava-o sobre os cuidados de outros, pois os alunos dela estavam esperando-a", escreveu a tia na carta.


"Perdoe-me por não tê-lo ensinado a lidar com a violência. Eu falo para você me reportando a todos os alunos que fizeram parte da minha vida durante estes 25 anos de magistério".


"Sempre que meus alunos pensavam em desistir eu argumentava e mostrava outro caminho para eles continuarem. E de repente eu vejo você lutando a favor da vida por ter feito uma avaliação nesse processo de ensino e aprendizagem tentando mostrar ao aluno que ele precisava estudar e se dedicar mais. Ele não entendeu e se revoltou e resolveu descontar em você todos os seus demônios sociais."


A tia do professor afirma ainda que é preciso "diminuir a distância entre os jovens e os adultos" e "aprender e ensinar a estabelecer vínculos". "Mas... eu não lhe ensinei como lidar com um revólver", conclui.

*A pedido da professora, seu nome real foi mantido em sigilo.