domingo, 14 de setembro de 2014

O cinismo stalinista de Dona Dilma: adversários do PT não podem chorar. Esse direito é só dos petistas.


Para entendermos melhor a baixeza dos petistas basta deixá-los falar. Mas não pode ser só isso. Temos que avaliar bloco por bloco de seu discurso, como sempre desonesto e cínico até a medula. Enfim, aqui está uma notícia onde vemos que Dilma chamou Marina de “incapaz de suportar pressões” após a adversária ter se comovido ao lembrar dos ataques sujos dos petistas contra ela. Veja:
A presidente Dilma Rousseff, candidata do PT que tenta a reeleição, respondeu indiretamente neste sábado (14) ao choro da adversária Marina Silva (PSB) ao dizer, em discurso, que quem não quer que fale de si não pode ser presidente.
“Presidente da República sofre pressão 24 horas por dia. Se a pessoa não quer ser pressionada, não quer ser criticada, se não quer que falem dela, não dá para ser presidente da República”, afirmou Dilma.
Tudo bem que em seguida, Dilma desconversou, amenizando o tom, dizendo “chorar é intrínseco ao ser humano”, mas em termos de marketing o que ficou gravado é a mensagem dizendo que, ao ser questionado sobre o choro de alguém, deve-se desqualificar essa pessoa como “incapaz de resistir às pressões” e “desqualificada para o cargo de Presidente da República”.
Então a regra é essa, não é Dona Dilma? Quem chora se torna desqualificado para “lidar com pressões” e não pode ser presidente da República, não é?
Então que tal uma compilação do chororô petista?
Observem o nível de gente com que estamos tratando. A partir de agora, quem quiser concorrer em eleições contra essa turma deve se preparar para se defrontar com um nível de dissimulação que só vemos em psicopatas. Eles são capazes de fazer uma simulação em cima de qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, sem nenhuma justificativa moral/lógica, apenas pela paga política e a obtenção de uma sensação no eleitorado a partir da manipulação psicológica.
Nem que para isso eles tenham que simular que um momento de “choro” de um adversário o desqualifica para qualquer cargo, ao mesmo tempo em que eles tenham um histórico de choros, aí sim a maioria deles simulados.
Do jeito que o PT está se comportando nessas eleições, usando da chantagem emocional e da violência psicológica, sempre com mentiras e baixezas abaixo da crítica política tradicional, parece que teremos que criar uma nova disciplina para a política: a arte de lutar contra psicopatas.
Como sempre, eu já aviso que não fiz nenhum diagnóstico de psicopatia aqui. Estou apenas avaliando comportamentos de pessoas que mostram capacidade de dissimulação que só pode ser encontrada em psicopatas. Se eles não são clinicamente psicopatas, então precisaremos estudar o fenômeno que os faz agir com um nível de sordidez típico dos mais frios psicopatas.

Como neutralizar os truques do PT na questão da falsa homofobia?



O discurso de falsa homofobia virou bandeira do PT. Em linhas gerais, o truque se baseia em acusar qualquer pessoa que defenda a normatividade do relacionamento heterossexual de “homofóbico”.  Tudo é baseado em uma mendacidade assustadora.
Alias, foi uma decisão de risco do PT partir para “comprar” um discurso de tão baixo nível, mas o que importa é que eles tem obtido resultado. Tudo por que seus adversários parecem ter ido para as cordas, sem nenhum motivo para fazê-lo.
Na verdade, esta questão é uma onde podemos desconstruir o PT com muita facilidade.
Veja um apanhado de “frames” e linhas discursivas que fiz em não mais que 15 minutos:
  • Dilma banaliza o termo homofobia, usando a falsa acusação de homofobia do movimento LGBT.
  • Profere, com isso, discurso de ódio contra todos os religiosos, mostrando intolerância contra o povo.
  • Ao fazer isso, leva a discussão política para um baixo nível nunca visto antes neste país.
  • Além de tudo, Dilma é hipócrita, pois brecou o PL 122 somente para ganhar votos, não por convicção.
  • Agora voltou ao discurso apenas por conveniência, novamente achando que isso será útil para ela para ganhar votos.
  • Isso é uma demonstração de extremo desrespeito com as minorias que ela finge respeitar, ao usá-los como instrumento de obtenção de votos.
  • Dilma e o PT não se importam de verdade com os homossexuais pois apoiam o Hamas, grupo homofóbico declarado. Além disso, eles receberam com todas as honras Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã na época, onde, até hoje, homossexuais são mortos por serem homossexuais. Dilma e o PT não se importam com os homossexuais coisa nenhuma, apenas estão se aproveitando deles para se perpetuar no poder.
  • Para piorar, Dilma não se comporta nem como presidente da república, ao sair convocando twittaço contra um Pastor, acusando-o do ódio que ela propaga.
  • Aliás, Silas Malafaia já apoiou o PT no passado e sempre foi contra o PL 122. Após ver o quanto o PT tem seríssimos problemas éticos, Malafaia hoje não apoia o partido.
  • Será que Dilma consegue explicar por que Malafaia está recebendo a falsa acusação de homofobia justo agora? Ele não era homofóbico antes, enquanto apoiava o PT, Dona Dilma? E como o PT explica o uso da Receita Federal para perseguir Malafaia (e não achar nada) depois dele ter abandonado o apoio ao partido? Só isso já seria motivo para impeachment.
  • Dilma critica mudanças no plano de Marina, por que a candidata do PSB optou por deixar as coisas mais claras.
  • Ao contrário, Dilma jamais deixou suas posições claras, uma hora derrubando uma lei criada pelo movimento LGBT, outra hora apoiando os truques sujos feitos contra Silas Malafaia e dizendo que agora vai aprovar leis para criminalizar a opinião de quem valoriza a família tradicional.
  • Se Marina fez alterações em plano de governo por suas convicções e ideais, Dilma toma suas decisões em relação ao movimento LGBT por oportunismo e votos. Estes últimos jamais são pessoas confiáveis.
  • Enfim, quando Dilma abre a boca para falar dos evangélicos e do movimento LGBT, prepare-se para assistir um show de hipocrisia ridículo e vergonhoso.
Tem frames para aí para tudo mundo que tem sido atacado pelo PT nessa questão: para os evangélicos em geral, para Silas Malafaia, para Marina Silva e para todos os que querem o fim do governo bizarro do PT, no fim das contas.
Aliás, peço que façam chegar este post para Silas Malafaia e Marina Silva, pois aqui temos o tom ideal para ser usado na guerra política mais suja (por causa do PT) que a extrema-esquerda pode prover.
Em tempo: se alguém tiver sugestões de novos frames, eu os adicionarei ao presente texto.

Convicções-- Merval Preira

Embora os ativistas da campanha da presidente Dilma tenham querido transformar os números da pesquisa Ibope divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em uma demonstração de que a adversária Marina Silva está sendo deixada para trás na corrida presidencial, eles são semelhantes aos números prévios de pesquisa do Banco Central que mostrou um crescimento mais forte do PIB no mês de julho: a tendência não é o PIB se recuperar no segundo semestre, assim como a disputa presidencial está no mesmo ponto em que começou a semana, com um empate técnico das duas candidatas, embora a tendência seja favorável a Dilma neste momento da campanha.

Isso por que a pesquisa do Ibope foi realizada antes da pesquisa do Datafolha, divulgada um dia antes, que dava Dilma com 36% e Marina com 33%. Os números do Ibope variam na margem de erro em relação à sua pesquisa anterior, registrando uma tendência de alta da presidente Dilma, mas nada que tire a competitividade de Marina.

É bom registrar, por verdadeiro, que não partiu da presidente Dilma a comemoração dos resultados, ao contrário. Ela recebeu com frieza a informação sobre a nova pesquisa do Ibope durante nossa entrevista no Palácio da Alvorada e não moveu um músculo. “Eu não me empolgo com pesquisas, mas também não me abato”, disse a presidente, que se mostrou durante todo o debate com os colunistas do Globo de muito bom-humor, a ponto de ter feito uma brincadeira conosco quando teve que repetir um comentário por que houve uma falha no sistema de som: “Quer dizer que houve um apagão no Globo”, disse ela rindo, pois havia sido questionada sobre os problemas da política energética de seu governo.

Muito convicta de suas razões, conseguiu driblar todas as perguntas relacionadas ao PT e ao seu governo, sobretudo nas negociações com os partidos da base aliada, parte mais frágil do seu governo do ponto de vista institucional. É a prática da velha política, o debate que vai pautar o segundo turno.

Ela não conseguiu explicar, por exemplo, a impossibilidade prática de governar-se apenas “com os bons”, quase que admitindo que para garantir a governabilidade, é preciso aceitar certos desvios. Fez uma defesa dos partidos políticos, mas não criticou o toma-lá-dá-cá que os desmoraliza, aproveitando para criticar Marina indiretamente, quando disse que quem chega no governo sem disposição de negociar está no mau caminho: “Eu não acho que a democracia possa prescindir de partidos. Toda vez que isso aconteceu, nós caímos na mais negra ditadura. Ou tem alguém muito poderoso por trás disso”.

A questão da corrupção incomoda a presidente Dilma, embora ela esteja sempre disposta a afirmar que o que aumentou em seu governo foi o combate a ela. Mas quando se refere à Petrobras, fonte de inúmeras denúncias de corrupção nos últimos anos, ela procura banalizar o ocorrido, afirmando que “há corrupção em todas as empresas, públicas ou privadas. A Petrobras tem órgãos internos e externos de controle”. 

Sobre o fato de que durante vários anos o ex-diretor Paulo Roberto Costa comandou um esquema de negociatas sem ser descoberto, Dilma tergiversa, alegando que a Polícia Federal foi que descobriu, como se a descoberta se devesse a uma atuação de seu governo, e não de um órgão do Estado brasileiro, acima dos governos.

Ela não disse ontem, mas o espírito é o mesmo de quando disse que seu “telhado de vidro” estava protegido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, quando essas instituições pertencem ao Estado brasileiro, e não ao seu governo.

Ao dizer que demitiu Paulo Roberto Costa por não ter nenhuma afinidade com ele, a presidente procurou dar à demissão um caráter rotineiro, como se a nomeação ou demissão de uma empresa como a Petrobras dependesse da empatia entre os comandantes da empresa e seus dirigentes, e não da competência e da probidade da atuação.

Os argumentos da presidente Dilma são falhos na maior parte das vezes, e seu governo é uma prova viva dessa fragilidade, mas ela tem disposição de defendê-los. A tal ponto que reluta em anunciar mudanças num eventual segundo mandato. Caberá provavelmente a Marina Silva a tarefa de desconstruí-los no debate que travarão de igual para igual no segundo turno.

O medo como método Merval Pereira



Mais uma vez o PT apela para um esquerdismo canhestro para tentar barrar a caminhada da hoje adversária Marina Silva, assim como fez com os candidatos do PSDB em pleitos anteriores. A privatização já foi o argumento da vez, mas como o próprio governo petista teve que privatizar portos, rodovias e aeroportos para destravar os investimentos, achou-se outro bode expiatório contra Marina, como o Banco Central autônomo ou o petróleo do pré-sal.

Sempre aparentando uma estratégia de esquerda, uma suposta defesa dos desvalidos, o que o PT faz é explorar o medo das camadas menos informadas da população criando fantasmas contra seus adversários. O fenômeno mais interessante desta eleição é a troca de posições entre os candidatos do PSDB e do PSB, com Marina Silva concretizando todos os projetos estratégicos previstos por Aécio Neves quando da campanha ainda participava o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.

Contando com o esquema partidário do PSDB, bem mais capilarizado que o do PSB, Aécio pretendia neutralizar a força do PT no nordeste com boas votações em Estados daquela região onde a oposição se fortalecera depois da eleição de 2010, como Bahia e Ceará, além de contar com a vitória natural de Campos em Pernambuco.

Se em 2010 a presidente Dilma elegera-se com uma votação espetacular no Norte e no Nordeste, onde tirara mais de 11 milhões de votos de diferença para o candidato tucano no segundo turno, este ano alterações importantes indicavam que a votação naquelas regiões poderia ser diluída entre os três principais adversários, mesmo que Dilma continuasse com vantagens.

A entrada de Marina Silva na disputa, devido à morte trágica de Eduardo Campos, fez com que se concretizasse a mudança de quadro nas votações, mas a favor dela. Dilma, que teve uma média de 70% dos votos do nordeste em 2010, neste momento está com 47%, enquanto Marina tem 31%. Aécio está com a mesma votação que Serra teve em 2010: 8% dos votos nordestinos.

Em Pernambuco, Marina manteve a maioria dos votos de Campos e lidera com 45%, enquanto Dilma tem apenas 38%. Na Bahia, Dilma está à frente com 50%, mas na eleição de 2010 teve 67%. Em nenhum dos dois Estados, que reúnem 43% do eleitorado do nordeste, Aécio Neves está à frente, embora a coligação do DEM com o PSDB esteja vencendo a eleição para o governo na Bahia.

Na região sudeste, a presidente está com 28%, em contraponto aos 46% de votos que teve na última eleição, pois venceu em Minas. Marina hoje tem 36% dos votos do sudeste, mais que Serra em 2010, mesmo este tendo vencido em São Paulo. Marina no momento vence em São Paulo e disputa o segundo lugar em Minas com Aécio.

Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin pode vencer no primeiro turno. O PSDB tem vencido regularmente a eleição para presidente em São Paulo, mas desta vez quem está à frente é Marina. No Rio, onde a presidente teve uma vitória com 3,7 milhões (43,8%) no primeiro turno, e 4,9 milhões (60,5%) no segundo, a candidata Marina Silva lidera as pesquisas, impossibilitando que a presidente Dilma repita sua performance.

O esquema partidário paralelo que o candidato Aécio Neves montou com dissidentes da base aliada do governo do Estado, que rejeitaram o apoio do PT a Lindbergh Farias, não está funcionando a seu favor. No Sul, a presidente Dilma caiu de 43% para 35%, e tem a mesma votação que Serra teve em 2010. Marina tem 28%, enquanto Aécio mantém 20%.

Mais um exemplo de que as alianças feitas não estão alavancando Aécio: no Rio Grande do Sul, a senadora do PP Ana Amélia vence para o governo do Estado, mas Aécio está em terceiro lugar. Marina atualizou seu programa de governo, em especial na parte econômica, e encontrou semelhanças com o eleitorado do PSDB, o que facilitará uma transferência de votos no segundo turno.

O PT, por seu lado, conseguiu dar à campanha o tom de confrontação radicalizada que lhe é propício. Marina terá que contar com a organização partidária dos aliados da oposição para fazer frente à máquina partidária petista no segundo turno.

DILMA AGORA FALA MAL DELA, MAS JÁ FOI MARINA

NA OBAN

PRESIDENTE DILMA USOU O NOME “MARINA” QUANDO ESTEVE NA CLANDESTINIDADE
Publicado: 14 de setembro de 2014 às 0:11 - Atualizado às 1:36

ficha de dilma na oban

Ficha da presidente Dilma na Oban
Não é de hoje que o nome Marina ronda a vIda da presidenta Dilma. Sua ficha na Operação Bandeirantes (a temida Oban, um dos mais cruéis órgãos de repressão da ditadura militar) revela que Dilma Vana Rousseff Linhares, quando militava da organização clandestina Var Palmares, usava os nomes falsos “Maria Lucia Santos” e “Marina de Castro”, além dos já conhecidos codinomes “Vanda” ou “Luiza”. Leia na Coluna Cláudio Humberto.

PROTÓGENES ACHA QUE ATENTADO MATOU EDUARDO

DIARIO DO PODER
MUITO SUSPEITO

PARA O DELEGADO FEDERAL PROTÓGENES, A MORTE DE CAMPOS NÃO FOI ACIDENTAL
Publicado: 14 de setembro de 2014 às 0:23 - Atualizado às 1:40

Candidato Eduardo Campos morre em queda de avião em Santos (SP) (Foto: Guilherme Dionizio/AE)
Local do acidente do ex-governador Eduardo Campos em Santos (SP). Foto: Guilherme Dionizio/AE
Conhecido por haver prendido o banqueiro Daniel Dantas, o delegado federal e deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) suspeita que a morte de Eduardo Campos nada teve de acidental, foi um atentado, segundo segredou a colegas da PF. Ele chegou a Santos logo após a tragédia, colheu indícios e depoimentos e os enviará à Procuradoria-Geral da República, com o pedido para aprofundar as investigações.
Eduardo Campos e Protogenes Queiroz copy
Eduardo Campos e Protógenes Queiroz. Fotos: ABr
Protógenes disse a policiais ter ficado intrigado porque o local nem sequer foi preservado. Delegados da PF somente apareceriam à noite.
Entre os objetos colhidos, o delegado Protógenes encontrou na lama a capa de um livro do piloto, intacta, mas sem as páginas internas.
No dia da tragédia, Protógenes estava na expectativa de rever Eduardo Campos, com quem se encontrou em 1o de maio e na Semana Santa.
A hipótese de atentado contra Eduardo sempre foi mencionada, mas ninguém a levou tão a sério quanto o delegado Protógenes Queiroz. Leia na Coluna Cláudio Humberto.

Marina Silva chora ao falar dos ataques de Lula


Josias de Souza
Aconteceu na noite da última quinta-feira (11). Sentada ao lado de Marina Silva no banco de trás do carro que a levava para o hotel, após 13 horas de intensa campanha no Rio de Janeiro, a repórter Marina Dias testemunhou o estrago promovido pelas críticas de Lula na alma da presidenciável do PSB. Instada a comentar os ataques do antigo companheiro de partido, a ex-petista fez um desabafo, seguido de choro.
“Eu não posso controlar o que Lula pode fazer contra mim”, disse Marina. “Mas posso controlar que não quero fazer nada contra ele''. Olhos umedecidos, Marina disse ter dificuldade para acreditar no comportamento de Lula. E buscou consolo nos ensinamentos pretéritos do neo-detrator.
“Quero fazer coisas em favor do que lá atrás aprendi, inclusive com ele, que a gente não deveria se render à mentira, ao preconceito, e que a esperança iria vencer o medo. Continuo acreditando nessas mesmas coisas'', afirmou Marina. Ela soou como se lamentasse o fato de Lula tratá-la agora do mesmo modo como foi tratado por Fernando Collor na sucessão de 1989.
“Sofri muito com as mentiras que o Collor dizia naquela época contra o Lula. O povo falava: ‘se o Lula ganhar, vai pegar minhas galinhas e repartir. Se o Lula ganhar, vai trazer os sem-teto para morar em um dos dois quartos da minha casa'. Aquilo me dava um sofrimento tão profundo! E a gente fazia de tudo para explicar que não era assim. Me vejo fazendo a mesma coisa agora.''
Já defronte do hotel, no bairro de Copacabana, Marina permaneceu em silêncio por alguns segundos. Recomposta, desceu do carro. E, virando-se para a repórter, contemporizou: “Mas não tenho raiva de ninguém não, nem da Dilma. Vou continuar lutando.''
Desde que as pesquisas fizeram dela uma ameaça real à reeleição de Dilma, Marina vem sofrendo um intenso bombardeio da infantaria petista. No comando dos canhões, o marqueteiro João Santana tenta abater a oponente sem transformá-la em vítima. Obteve dois resultados: estancou o crescimento de Marina e amealhou leves oscilações de Dilma para o alto, dentro da margem de erro das pesquisas.
O choro de Marina revela os riscos da estratégia. Para sorte de Dilma e da falange petista, a ex-seringueira emocionou-se no ambiente reservado do automóvel. Imagine-se o efeito eleitoral de meia dúzia de lágrimas dessa versão feminina de Lula vertidas sob refletores e reproduzidas em rede nacional pelas cadeias de televisão.

Marina dá a outra face em resposta as baixarias do Lula

Em campanha no Nordeste, Marina Silva concedeu neste sábado (13) uma entrevista em João Pessoa, na Paraíba . A primeira pergunta foi sobre Lula, que ironizara o fato de a ex-correligionária ter vertido lágrimas ao comentar os ataques avalizados por ele. “Eu decidi que prefiro sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça. Nós queremos fazer a nossa campanha oferecendo a outra face”, declarou Marina.
Mais cedo, Lula dissera, num ato político em São Paulo: “Dona Marina não precisa contar inverdades a meu respeito para chorar. Pode chorar por outros motivos.'' Acrescentara: “Ela é que precisa explicar o motivo de ter nascido e crescido no PT, ter ganhado cargos do PT, e agora fala mal do PT.''
Após reproduzir as aspas de Lula, uma repórter perguntou: esse tipo de colocação lhe choca muito? E Marina: “As críticas que eu fiz foi em relação à propaganda da candidata que hoje está no governo, que usa os 11 minutos de televisão para injustamente me atacar.” Evocando a morte de Eduardo Campos, ela espetou:
“Só depois de morto é que reconheceram o seu valor, suas qualidades e competências. [...] Quando a gente está viva, não são capazes de reconhecer os valores e as qualidades daqueles que porventura até possam estar em campos diferentes, com ideologias e pensamentos diferentes.”
Marina explicou em que consiste a sua decisão de oferecer a outra face: “Para a face da agressão, o respeito. Para a face da mentira, a verdade. Para a face da falta de um programa para debater, o programa que discute saúde, educação, segurança pública, infreaestrutura, apoio à tenologia e inovação. Eu quero oferecer a outra face.”
Prosseguiu: “Ninguem vai me levar para o embate, porque eu, desde sempre, estou dizendo que quero o debate. Eu não vou concorrer utilizando as mesmas armas, os mesmos métodos. Vamos continuar dialogando, queremos unir o Brasil. Estou em paz com a minha consciência, muito tranquila, eu e Beto [Albuquerque, candidato a vice]…”
Marina disse enxergar desespero em seus antagonistas: “Nós estamos felizes, muito felizes com a possibilidade de ganhar. Mas o que eu vejo no programa [eleitoral] da candidatura do PT e do PSDB é o desespero com a possibilidade de perder. É diferente. Quando você luta com o desespero, usa dos meios que às vezes são inaceitáveis. Quando você usa a esperança, o compromisso e a coragem, os meios são totalmente diferentes.”
Arrancou aplausos da claque presente à entrevista ao concluir a resposta à primeira pergunta: “A melhor ferramenta que temos é a mobilização espontânea, amorosa, generosa da sociedade brasileira, que assumiu que quem vai ganhar essa eleição não são as estruturas, é uma nova postura. Vamos continuar com a nova postura, oferecendo a outra face.”
Outra repórter leu para Marina declarações que Dilma Rousseff fizera horas antes. A candidato do PT acusara Marina de vitimizar-se para esquivar-se das críticas. Afirmara também que, para ser presidente, é preciso suportar as pressões. Em sua reposta, Marina enumerou cinco pré-condições que julga necessárias para ser presidente da República:
1. “Para ser presidente é preciso apresentar um programa.”
2. “É preciso ter disposição para o diálogo político.”
3. “É preciso trabalhar com respeito, com a verdade, não com o boato.”
4. “É preciso que se busque a legitimidade necessária, e que não terceirize essa legitimidade (referência à lulodependência de Dilma)”
5. “É necessário que a gente tenha uma visão generosa do mundo, respeitosa, mesmo com os adversários.”
Marina afirmou que sua rival merece dela todo o respeito. “Isso a presidente Dilma tem da nossa parte, e de mim em particular. Ela é a primeira mulher eleita presidente do Brasil. E ela pode ter certeza: eu não vou fazer com ela o que ela está fazendo comigo. Ela vai ter sempre o meu respeito.”
Criticou Dilma e o tucano Aécio Neves por se ocuparem da desqualificação do seu programa sem apresentar suas próprias plataformas de governo. “Infelizmente, até agora, ainda não foi apresentado por parte dos nossos adversários. Nem a presidente Dilma nem o governador Aécio apresentaram um programa. Estão debatendo o nosso programa, dizendo que as nossas propostas precisam ser explicadas. E nós estamos, sim, debatendo, dialogando com as pessoas, explicando cada dúvida e cada mentira que às vezes é contada.”
Concentrado-se em Dilma, Marina lamentou não poder analisar suas propostas. Recordou que sua antagonista já afirmou que não precisa apresentar um programa de governo. “Disse que não vai apresentar e que vai continuar fazendo do mesmo jeito que está fazendo. Significa que, no caso da inflação, é a mesma política. Baixo crescimento, a mesma política. Juros altos, a mesma política…”
Em relação à filosofia que norteia o preenchimento de cargos nas estatais, Marina acusou Dilma de desejar “manter os mesmos critérios que levaram o senhor Paulo Roberto [Costa, preso na Operação Lava Jato] a fazer o que fez com a Petrobras. Isso é o que precisa ser explicado.” Absteve-se de comentar o fato de Eduardo Campos ter sido mencionado pelo delator como suposto beneficiário de propinas provenientes da corrupção na petroleira.
Enganchando versos em sua retórica, Marina comparou-se ao curso de um rio caudaloso: “Do rio que tudo arrasta, se diz que é violento. Porém, não se diz que são violentas as margens que o oprimem. Nesse momento, nós somos um rio que vai em direção ao Brasil melhor que os brasileiros sonham. Quem está cavando o seu leito não somos nós, é a sociedade brasileira. E esta não vai ser freada.”
Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho, candidato à reeleição pelo PSB, coligou-se com o PT. Perguntou-se a Marina se ela não vê contradição entre a aliança paraibana com o petismo e sua pregação em favor da renovação da política. A candidata repisou o discurso de que, se eleita, governará com “os melhores” quadros de cada partido.
“Desde 2010 eu venho dizendo que vamos governar com os melhores do PT, do PSDB, do PMDB, enfim, de todos os partidos. Desconheço políticos que tenham esse pensamento. Nós queremos fazer um realinhamento político. Se nós ganharmos, vamos pegar os melhores, sim, dos partidos, mesmo que insistam que isso não se deve dizer.”
Marina considera paradoxais as críticas dos adversários: “Quando se diz que vai governar com os melhores dos partidos, as pessoas te recriminam como se quisessem que dissesse que vai continuar governando com os piores. Nós queremos os melhores. Eles estão em todos os lugares, pessoas eficientes, competentes, dispostas a trabalhar para melhorar o Brasil, para melhorar o Estado.”
Hospedada no PSB desde que o TSE indeferiu o pedido de registro de sua Rede Sustentabilidade, Marina refutou a acusação de que menospreza as organizações partidárias. “Não temos preconceito contra partido”, afirmou. “Nós não queremos é permitir que eles sejam destruídos por aqueles que, por seus malfeitos, fazem com que a sociedade comece achar que as lideranças políticas, que as instituições políticas não as representam.”
“Ser representado pelo Pedro Simon, com certeza cria uma outra perspectiva para o PMDB”, exemplificou Marina, antes de mencionar um apoiador tóxico  . “Ser representado pelo Collor é uma outra coisa. Eu prefiro o PMDB de Simon. Ser representado pelo Cristovam [Buarque] no PDT é uma outra coisa diferente do PDT de [Carlos] Lupi. Eu prefiro o PDT de Cristovam. É diferente.”
Marina disse considerar “engraçado” que sua disposição de aproveitar “os melhores” deixe as pessoas “aborrecidas”. “Eu faço um esforço enorme, ao contrário dos outros políticos, que só vêem defeito nos partidos dos outros, que pegam os piores exemplos para desqualificar os partidos dos outros, eu olho para os partidos e pego os melhores, para que estes sejam o cartão de visitas dos partidos. E me dizem: você está querendo destruir os partidos. Desde quando? Eu quero é que eles se reencontrem com seus princípios, com seus programas, com suas raízes.”
Marina arrematou: “É um discurso perverso, que transforma as coisas grandiosas, as coisas generosas em coisas ruins, em coisas más. Quando a gente chega a esse ponto, alguma coisa deve estar errada. Mas eu vou continuar, simbolicamente, dizendo que eu gostaria muito que o PT de [Eduardo] Suplicy seja reavivado, que tenha uma renda mínima de cidadania, para voltar às suas raízes.”

Eleições: PT adota tática do medo

Dilma vai para o confronto com Marina usando os mesmos métodos de terror 

que o partido condenava no passado, quando o alvo era Lula. 

O detalhe é que a candidata sataniza a adversária atribuindo a ela 

propostas semelhantes às de seu governo.

Diante da ameaça de perder a eleição, a campanha da presidenta 
Dilma Rousseff partiu para um ataque sórdido contra a candidata
 do PSB ao Planalto, Marina Silva. 

Munida de impressionante desfaçatez, a propaganda do PT
 lançou mão, na última semana, dos mesmos métodos 
que combatia num passado recente. 

Numa tentativa clara de manipulação, a presidenta
 ocupou o horário eleitoral na televisão para dizer que a 
proposta de Marina Silva de conceder autonomia ao Banco Central 
vai enriquecer ainda mais os banqueiros e prejudicar a população. 
O vídeo, totalmente apelativo, mostrou uma família vendo a 
comida desaparecer do prato. As cenas estão recheadas de um 
cinismo explícito, pois o governo Lula, no qual Dilma foi gerente 
e chefe da Casa Civil, não apenas adotou a autonomia 
operacional do Banco Central como fez mais: indicou um 
banqueiro, Henrique Meirelles, para presidir a instituição e 
conferiu à presidência do BC o status de ministério. Nos 
dois governos de Lula, nem o Ministério da Fazenda, ao 
qual o Banco Central deveria estar subordinado, podia dar 
ordens a Meirelles. Se, como prega a peça publicitária 
do PT, seria lícito dizer que aumentar os juros é jogar 
afinado com os banqueiros, então nunca antes na 
história um governo esteve tão em sintonia com os 
bancos como o do PT. ...

GOLPES BAIXOS 
O PT deu autonomia operacional ao Banco Central e 
escolheu um banqueiro para presidi-lo, mas Dilma 
(à dir.) ataca Marina querendo tachá-la de candidata 
tutelada pelos bancos, exatamente por defender a autonomia 
do BC.

A propaganda petista também agiu com descaramento 
quando acusou a adversária do PSB de se opor ao uso 
dos recursos do pré-sal para financiar a educação. Os 
petistas escondem o fato de terem resistido à proposta 
que destinou 10% dos recursos do petróleo para o 
ensino público. Na época das discussões sobre o assunto 
no Congresso, o governo atuou nos bastidores pela liberdade 
para escolher onde seriam feitos os investimentos. A verdade 
factual, no entanto, parece estar longe da campanha petista.
As pesquisas realizadas depois da mudança no discurso da 
presidenta mostram que ela recuperou pontos na corrida 
eleitoral e neutralizou a vantagem de Marina Silva em um 
eventual segundo turno. A diferença, que já foi de dez 
pontos percentuais, caiu para quatro e as duas encontram-
se empatada,s considerada a margem de erro, de acordo com 
o último Datafolha.

Não foi a primeira vez, nesta campanha, que o PT recorreu ao 
medo e a golpes baixos a fim de obter êxitos eleitorais. 
Semanas atrás, numa nova tentativa de manipular o 
eleitor, a campanha petista comparou Marina aos 
ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor, numa 
alusão à dificuldade que ela terá de governar, sob o risco 
de ter o mandato interrompido. A esdrúxula equiparação
 foi criticada até por petistas, como o senador Jorge Viana
 (AC). “Essa ideia de tentar comparar Marina a Collor e a Jânio 
Quadros é desinteligente. Ou de querer buscar desvio ético 
e moral na vida de Marina, isso também é perda de tempo e 
não tem nenhum sentido”, afirmou.
Até agora, apenas um caso provocou transtornos para a campanha da 
presidenta.
 Os tucanos entraram com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 
reclamando do terrorismo eleitoral protagonizado pelo PT. O tribunal 
considerou a linguagem do programa petista degradante e inapropriada
 para uma disputa democrática e determinou a retirada do ar das 
agressões. Para o relator do caso, ministro Herman Benjamin, o 
tom adotado pela campanha do PT “não combina com a postura ética 
que deve nortear o debate político e as campanhas eleitorais”.

A constatação é de que o PT age como se o fim justificasse os meios, 
sendo “o fim” a eleição de Dilma, e “os meios”, as práticas de terrorismo 
eleitoral. Pelo jeito, para o PT vale mesmo “fazer o diabo” para vencer 
a eleição, usando palavras da própria presidenta Dilma. Nesse vale-tudo, 
quem perde é o eleitor.

Foto: Eraldo Peres/AP
Fonte: Por IZABELLE TORRES, revista Istoê - 14/09/2014 - - 11:25:04

BLOG do SOMBRA

Excesso de público causa tumulto em sessão de cinema no cemitério




Carlos Minuano
Do UOL, em São Paulo



Cinetério leva sessões de cinema ao Cemitério da Consolação, em São Paulo17 fotos

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13.set.2014 - Na madrugada de sábado para domingo, o Cemitério da Cons13.set.2014 - Na madrugada de sábado para domingo, o Cemitério da Consolação virou um cinema ao ar livre. A Cinemateca, em parceria com o Cine Olido, levou ao espaço a mostra Cinetério, com três filmes de terror brasileiros dos anos 1970. A mostra contou com a exibição de "Ninfas Diabólicas" (John Doo, 1978), "Excitação" (Jean Garrett, 1977) e "As Sete Vampiras" (Ivan Cardoso, 1976). Os dois primeiros foram produzidos na região conhecida como Boca do Lixo, pólo cinematográfico no centro de São Paulo que impulsionou o cinema independente na época. Já "As Sete Vampiras" é um clássico do "terrir", terror cômico que explora os absurdos do horror com toques de sensualidadeJunior Lago/UOLolação virou um cinema ao ar livre. A Cinemateca, em parceria com o Cine Olido, levou ao espaço a mostra Cinetério, com três filmes de terror brasileiros dos anos 1970. A mostra contou com a exibição de "Ninfas Diabólicas" (John Doo, 1978), "Excitação" (Jean Garrett, 1977) e "As Sete Vampiras" (Ivan Cardoso, 1976). Os dois primeiros foram produzidos na região conhecida como Boca do Lixo, pólo cinematográfico no centro de São Paulo que impulsionou o cinema independente na época. Já "As Sete Vampiras" é um clássico do "terrir", terror cômico que explora os absurdos do horror com toques de sensualidadeJunior Lago/UOL
O público acima do esperado causou tumulto na oitava edição do Cinetério, mostra de filmes de terror que aconteceu no Cemitério da Consolação na noite deste sábado (13), e que avançou até alta madrugada. O esperado protesto de pessoas com familiares enterrados no local, contrários ao evento, não ocorreu. Mas o clima ficou tenso pelo excesso de pessoas que ficaram do lado de fora.
A capacidade máxima do espaço era de 200 pessoas, e por volta de 22h30, a fila já dobrava o quarteirão, chegando até a rua Sergipe. Logo após o início da primeira sessão, já com os portões fechados, seguranças tiveram dificuldades para conter um principio de confusão na entrada.
A estimativa era de que mais de mil pessoas esperavam para entrar. "Tentaram invadir à força, chegaram até a queimar minha mão com um cigarro", disse uma funcionária. Rafael Medeiros, que estava com um grupo de oito pessoas, reclamou da desorganização do evento. "Não teve divulgação de que havia limite de lugares".
A assessoria da mostra de filmes afirmou ter divulgado a capacidade do espaço. Entretanto, o guia de programação distribuído no cemitério não incluía a informação. Com o objetivo de amenizar a situação, a produção improvisou um rodizio. Desta forma, pessoas que não entraram na primeira sessão, puderam entrar nas outras duas.
Já era pouco mais de 1h quando Mario Pina finalmente conseguiu entrar com um grupo de amigos. Todos em festa. Ele chegou por volta de 22h30, e esperou por três horas, mas disse que valeu a pena. "Vou realizar um sonho de infância, assistir um filme de terror dentro de um cemitério", comemorou.
Museu a céu aberto
Apesar do sucesso de público, o evento tinha sido alvo de críticas por parte de familiares com mortos no cemitério. Além de alegar desrespeito, apontaram falhas de segurança no local e constantes violações nos túmulos. Embora tivessem anunciado um protesto para a ocasião, a reportagem do UOL não localizou nenhum representante desse grupo no local.
Lúcia Salles, superintendente do Serviço Funerário Municipal, concorda que o cemitério tem problemas. "Todas as noites, drogados pulam o muro para furtar peças de bronze", diz. Em 2013, segundo ela, foram registrados mais de 400 furtos, além de invasões para consumo de drogas. A superintendente defende como solução a ocupação do local com atividades culturais. "O cemitério é um parque de memórias e vida, não é um lugar triste nem fúnebre, como tal deve ser integrado como um espaço de cidadania, afinal é um patrimônio de todos nós".
Cinema no cemitério
O Cinetério existe desde 2007, no cemitério da Nova Cachoeirinha, na zona norte da cidade. Esse ano, ele integra a programação do Mês da Cultura Independente, organizado pela Cinemateca Brasileira e Galeria Olido, que reúne, até o fim do mês, atrações gratuitas de música, teatro, dança e artes visuais.
"Decidimos fazer um especial dedicado ao cinema de horror e a diretores que incursionaram por esse gênero ainda não muito conhecido", afirma Rafael Carvalho, da equipe de curadoria da mostra. Em um telão no corredor de entrada do cemitério, foram exibidos três filmes em cópias 35mm, restaurados pela Cinemateca.
Abriu a noite o longa "As Sete Vampiras" (1986), de Ivan Cardoso, seguido de duas produções do polo cinematográfico da Boca do Lixo, reduto do cinema marginal entre as décadas de 1970 e 1980, "Ninfas Diabólicas" (1978), de John Doo e "Excitação" (1977), de Jean Garrett.
O único representante do cinema de terror brasileiro presente foi o ator, cineasta e líder satanista Toninho do Diabo, ou António Aparecido Firmino. Autodenominado "filho do capeta", ele procurou acentuar o clima de horror da noite. "O mundo do além está muito feliz hoje", disse incorporado em seu personagem, de chapéu e capa preta.  
Parte do público nem sabia quais filmes seriam exibidos. Estavam atraídos mais pelo inusitado da experiência. "Não faço a menor ideia do que vai passar, você sabe?", perguntou à reportagem do UOL, o músico Yago Brasil. "Vim mais pelo cemitério", explica em seguida.
Mas gente interessada em cinema também marcou presença. Giuseppe Pieri foi para ver os filmes, e elogiou a escolha do local. "Tem o clima certo". Pra ele, agradou também o fato da programação não incluir nenhum filme do Zé do Caixão, o cineasta José Mojica Marins. "Respeito a obra dele, mas virou uma grife de terror, é o que a maioria conhece, só que existem outras coisas".
A combinação dos dois, cinema e o espaço improvável, foi o que atraiu Mariana Macedo. "Achei uma audácia muito grande trazer cultura para dentro do cemitério". Ela concorda que pode parecer desrespeitoso para familiares de mortos, mas acredita que há um tabu em torno da questão. "Precisamos repensar o que é um cemitério", diz.