quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Seis notas de Carlos Brickmann

25/09/2014
às 10:35 \ Opinião


Publicado na coluna de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN

Quem senta no trono? 
Temos uma presidente, Dilma Rousseff. Como viajou a Nova York, teve de ser substituída, como se estivéssemos na época em que as comunicações eram feitas via marítima, por carta. Temos um vice-presidente, Michel Temer. Tem palácio bem abastecido, carros, empregados, seguranças, jardineiros, passagens, e uma única obrigação em troca do salário: substituir a presidente em suas ausências. Como agora. Mas não pode assumir: candidato a vice de Dilma, se assumir perde o direito a candidatar-se. Arrumou-se então uma viagenzinha ao Exterior, para que o vice não tenha de cumprir sua única obrigação legal.

O presidente da Câmara seria o terceiro da lista, mas se assumir não pode ser candidato ao Governo do Rio Grande do Norte. O presidente do Senado seria o quarto, mas não pode assumir porque seu filho é candidato ao Governo alagoano.

Temos quatro, não temos nenhum. Quem ocupa a Presidência até amanhã, quinta, é o quinto: o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski. Qual sua função? Não pode tomar iniciativas, não pode demitir, não pode nomear. Está lá só para manter a cadeira quentinha à espera da volta da presidente Dilma.

Exemplo externo
Quem substitui Barack Obama quando ele viaja? Ninguém: onde quer que esteja, é o presidente em exercício. Tem um vice, que só assume em emergências.

Questão de princípios
Em seu discurso na ONU, Dilma repudiou o bombardeio americano aos terroristas do ISIS, ou Estado Islâmico (a França também os bombardeou, mas foi poupada, por algum motivo, da feroz indignação presidencial). O Estado Islâmico já degolou alguns jornalistas, com o assassínio gravado em vídeo; persegue cristãos, yazidis (próximos à antiga religião do zoroastrismo), muçulmanos que não sejam sunitas. Todos são obrigados a converter-se, ou a pagar altas taxas para manter-se em sua religião. Os que resistem são fuzilados sem julgamento.

Mas Dilma não os repudiou. Para os terroristas do Estado Islâmico, Dilma é clementa.

O nome é “gratuito” 
O horário eleitoral apelidado de gratuito custa neste ano R$ 839,5 milhões, em isenção de impostos concedida às emissoras de rádio e TV. O cálculo é da Receita Federal. Fora isso, a União paga o Fundo Partidário (o candidato Levy Fidelix se queixou da quantia que seu PRTB recebe – R$ 100 mil por mês. Os grandes partidos recebem bem mais do que isso). E há quem defenda o financiamento público de campanha como se fosse novidade.
Olhando os números, quem dirá que o financiamento público de campanha atualmente não existe?

Moderníssimo
Por falar em horário gratuito, a Câmara dos Deputados decidiu comprar 60 televisores de 32 polegadas, com tela de cristal líquido ou LED, modelo full HD. Custo da compra, segundo a ONG Contas Abertas, que acompanha os gastos públicos: R$ 51.200.

Agora Suas Excelências, finalmente, terão melhor imagem.

Política divertida
Um bom programa: assistir à peça República das Calcinhas, de James Akel, com Andressa Urach. Akel criou um espetáculo divertido, descompromissado, puro entretenimento – e que, no entanto, mostra direitinho como funcionam os bastidores de nossa política. Aliás, nossa não: a política da República de Banânia, onde se passa a ação.

No Teatro Maria Della Costa, SP, nas sextas às 21h30, nos sábados às 19h30 – uma ideia que vem fazendo sucesso e ampliando o público: dá para ver a peça e voltar a tempo de assistir à novela.
Detalhe: o Maria Della Costa é a primeira obra de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa em São Paulo.

Segundo Lula, “eleição não é questão de amor”. E “questão de caráter”, é?

25/09/2014 às 7:26


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse num comício nesta quarta, na grande São Paulo, que “ama” — ele empregou esse verbo — Marina Silva, candidata do PSB à Presidência, mas emendou em seguida: “Eleição não é questão de amor”. E fez a lista de cinco mulheres importantes em sua gestão — a ex-ministra do Meio Ambiente ficou de fora.


A frase é curta, mas diz muita coisa sobre o homem. Qualquer um que tenha acompanhado a sua trajetória e a forma como se articulou o discurso do seu partido sabe que o amor nunca esteve entre as suas prioridades. Aliás, é pequena a economia dos afetos nas disputas pelo poder. Já o ódio é uma força poderosa e sempre esteve no centro das articulações. Busquem lá em “O Príncipe”, de Maquiavel. É melhor que o soberano seja amado ou temido? A resposta é inequívoca: se der para ser amado, muito bem! Uma coisa, no entanto, não admite alternativa: tem de ser temido.

Maquiavel era quem era, e a obra tinha um propósito até bastante mesquinho, pequeno, ligado à realidade local. Os pósteros é que a converteram em bula, e o adjetivo “maquiavélico” passou a dizer um pouco mais do que “realista”. Ao maquiavélico se atribuem maldades, conspirações, atos inescrupulosos, falta de limites, vale-tudo.  


Dizer o quê? Maquiavel, coitado!, não tinha nada com isso. Não ajudou a assaltar a Petrobras. Não roubou dinheiro de ninguém na compra da Refinaria de Pasadena. Não superfaturou obras na construção de Abreu e Lima. Não foi parceiro do PT no desvio de dinheiro público na Bahia. Não colaborou com Delúbio Soares no mensalão. Maquiavel, declaro aqui com todas as letra, é inocente!

Mas voltemos a Lula. “Eleição não é questão de amor”, diz ele. Talvez não seja mesmo. Mas é preciso que a gente preste atenção a quem está falando e qual é o contexto. Ao fazer tal afirmação, o poderoso chefão petista emite o sinal para o vale-tudo. Numa democracia, ninguém é obrigado a amar os adversários. O que pedem as leis, o decoro e os valores é que estes sejam respeitados.

Seja como líder da oposição, seja como presidente da República, Lula sempre tratou seus adversários a pontapés, embora, e todo mundo sabe disto, fosse e seja lhano e cordato com eles nas relações pessoais. Pode parecer incrível, mas é verdade: ele está aí há 20 anos — oito na oposição e 12 no governo — exercitando a política do ódio contra o PSDB e FHC. Seria um ódio real, daqueles que remoem as entranhas? Isso não tem a menor importância. O que conta é a linguagem política que ele fala.

Não foi por amor que Lula e seu partido combateram o Plano Real, as privatizações ou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Não foi por amor que Lula e seu partido se reconciliaram com José Sarney, Fernando Collor, Paulo Maluf e quem mais caísse na rede. Não é por amor que Lula e seu partido enlameiam ou lavam reputações. Para Lula e seu partido, política é isto mesmo:  trata-se apenas da arte de sacrificar princípios e escrúpulos num jogo em que o único resultado aceitável é vencer.
Eu até concordo que eleição não seja “questão de amor”. Mas isso não quer dizer que não deva ser uma questão de caráter.

Por Reinaldo Azevedo

Dilma na ONU: nada comparável desde o sapato de Krushev. Ou: A estupidez como categoria de pensamento



A presidente Dilma Rousseff certamente considerou que o ridículo a que submeteu nesta terça o país não era o suficiente. Resolveu então dobrar a dose. Como sabem, a nossa governanta censurou ontem, em entrevista à imprensa, os EUA e países aliados pelos ataques às bases terroristas do Estado Islâmico.

Dilma, este gênio da raça, pediu diálogo. Dilma, este portento da política externa, quer conversar com quem estupra, degola, crucifica, massacra. Dilma, este novo umbral das relações internacionais, defende que representantes da ONU se sentem à mesa com mascarados armados com fuzis e lâminas afiadas. Nunca fomos submetidos a um vexame desses. Nunca!

Nesta quarta, no discurso que abre a Assembleia Geral das Nações Unidas, uma tradição inaugurada em 1947 por Oswaldo Aranha, Dilma insistiu nesse ponto, para espanto dos presentes. Os que a ouviam certamente se perguntavam: “Quem é essa que vem pregar o entendimento e o diálogo com facinorosos que só reconhecem a língua da morte e da eliminação do outro?”.

Houvesse uma lei que proibisse o uso de aparelhos públicos internacionais para fazer campanha eleitoral, Dilma teria, agora, de ser punida. Sua fala na ONU foi a de uma candidata — mas candidata a quê, santo Deus? A presidente do Brasil desfiou elogios em boca própria, exaltando, acreditem, suas conquistas na economia, no combate à corrupção e na solidez fiscal — tudo aquilo, em suma, que a realidade interna insiste em desmentir.

Não falava para os que a ouviam; falava para a equipe do marqueteiro João Santana, que agora vai editar o seu pronunciamento de sorte a fazer com que os brasucas creiam que o mundo inteiro se quedou paralisado diante de tal portento, diante daquele impávido colosso que insistia em dar ao mundo uma aula de boa governança. Justo ela, que preside o país que tem a pior relação crescimento-inflação-juros entre as dez maiores economias do mundo.

De tal sorte fazia um pronunciamento de caráter eleitoral e eleitoreiro que, numa peroração em que misturou dados da economia nativa com um suposto novo ordenamento das relações internacionais, sobrou tempo para tentar faturar com o casamento gay. Afirmou: “A Suprema Corte do meu país reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, assegurando-lhes todos os direitos civis daí decorrentes”. É claro que queria dar uma cutucadinha em Marina Silva, candidata do PSB à Presidência, que o sindicalismo gay petista tentou transformar em homofóbica numa das vertentes sujas da campanha.

Sem ter mais o que pregar aos nativos; temerosa de que o eleitorado cobre nas urnas os muitos insucessos de sua gestão; sabedora de que boa parte da elite política que a cerca pode ser engolfada por duas delações premiadas — a de Paulo Roberto Costa e da Alberto Youssef —, Dilma elegeu a sede da ONU como um palanque.

Na tribuna, bateu no peito e elogiou as próprias e supostas grandezas, como fazem os inseguros e os mesquinhos. No discurso que abre a Assembleia Geral das Nações Unidas, tratou de uma pauta bisonhamente doméstica — e, ainda assim, massacrando os números. Quando lhe coube, então, cuidar da ordem internacional, pediu, na prática, que terroristas sejam considerados atores respeitáveis.

Desde 12 de outubro de 1960, quando o líder soviético Nikita Krushev bateu com o próprio sapato na mesa em que estava sentado — e não na tribuna, como se noticia às vezes — para se fazer ouvir, a ONU não presencia cena tão patética. Nesta quarta, Dilma submeteu o Brasil a um ridículo inédito.

Por Reinaldo Azevedo

Depois de fazer terrorismo eleitoral na TV, PT agora se queixa de adversários



Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
Autor de sucessivas peças de terrorismo eleitoral pregando o discurso do medo caso deixe o poder, o PT anunciou que fará uma ofensiva contra as campanhas de Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) na Justiça Eleitoral. O partido quer direito de resposta porque não gostou das críticas feitas pelos adversários à gestão da presidente-candidata Dilma Rousseff.

No programa eleitoral exibido nesta terça, a campanha de Marina afirmou que a Petrobras “virou caso de polícia” em referência à profusão de escândalos que cercam a empresa nos últimos anos. A propaganda mostrou uma reportagem na qual o Tribunal de Contas da União pede que Dilma responda pela compra da refinaria sob suspeita, em Pasadena, no Texas, cuja compra pela Petrobras deixou prejuízo de quase 1 bilhão de dólares. Na época do negócio, Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

No caso de Aécio, a queixa do PT é que a campanha tucana mentiu ao afirmar que o governo Dilma não entregou as obras que prometeu. Um levantamento da ONG Contas Abertas, por exemplo, mostrou que o número de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no papel é três vezes maior do que os empreendimentos em execução.

“A candidata do PSB excedeu todos os limites de desfaçatez ao atacar a presidente Dilma e o PT, igualando-se às práticas mais obscuras da velha política. A Marina diz que faz o debate, não o embate, mas partiu para a baixaria”, disse o presidente do PT, Rui Falcão, um dos coordenadores da campanha de Dilma. “Nós sempre falamos a verdade de cara limpa, rosto aberto, sem nos escondermos e exibindo fatos e argumentos. Marina que mentiu sobre dados do desmatamento, sobre o quanto recebe por suas palestras e ainda faz insinuações descabidas, como é o caso de atribuir responsabilidade a nossa presidente por nomeações de diretores que depois praticaram mal feitos”, continuou.

Para quem acompanha a escalada da propaganda petista no rádio e na televisão, a fala do presidente do PT deixou a dúvida: se era algum tipo de piada ou se ele não assistiu as peças eleitorais recentes produzidas pela própria campanha que coordena – uma delas, inclusive, barrada pela Justiça Eleitoral.

Por Reinaldo Azevedo

O autorretrato de Dilma. Ou: “Assim não dá para ser presidente da República”



Leiam editorial do Estadão desta quarta. Irretocável!
*
Por ter chorado numa entrevista ao dizer que fora “injustiçada” pelo ex-presidente Lula, a candidata Marina Silva foi alvo de impiedosos comentários de sua rival Dilma Rousseff. “Um presidente da República sofre pressão 24 horas por dia”, argumentou a petista. “Se a pessoa não quer ser pressionada, não quer ser criticada, não quer que falem dela, não dá para ser presidente da República.” E, como se ainda pudesse haver dúvida sobre a sua opinião, soltou a bordoada final: “A gente tem que aguentar a barra”. Passados apenas oito dias dessa suposta lição de moral destinada a marcar a adversária perante o eleitorado como incapaz de segurar o rojão do governo do País, Dilma acabou provando do próprio veneno.

Habituada, da cadeira presidencial, a falar o que quiser, quando quiser e para quem quiser – e a cortar rudemente a palavra do infeliz do assessor que tenha cometido a temeridade de contrariá-la -, a autoritária candidata à reeleição foi incapaz de aguentar a barra de uma entrevista de meia hora a três jornalistas da Rede Globo, no “Bom dia, Brasil”. A sabatina foi gravada domingo no Palácio da Alvorada e levada ao ar, na íntegra, na edição da manhã seguinte do noticioso. Os entrevistadores capricharam na contundência das perguntas e na frequência com que aparteavam as respostas. Se foram, ou não, além do chamamento jornalístico do dever, cabe aos telespectadores julgar.

Já a conduta da presidente sob estresse, em um foro público, por não ditar as regras do jogo nem, portanto, dar as cartas como de costume entre as quatro paredes de seu gabinete, é matéria de interesse legítimo da sociedade. Fornece elementos novos, a menos de duas semanas das eleições, sobre o que poderiam representar para o Brasil mais quatro anos da “gerentona” quando desprovida do conforto dos efeitos especiais que lustram a sua figura no horário de propaganda e, eventualmente, do temor servil que infundiu aos seus no desastroso primeiro mandato. Isso porque os reverentes de hoje sabem que não haverá Dilma 3.0 em 2018 nem ela será alguém na ordem das coisas a partir de então.

A presidente, que tão fielmente se autorretratou no Bom Dia, Brasil é, em essência, assim: não podendo destratar os interlocutores, maltrata os fatos; contestadas as suas versões com dados objetivos e ao alcance de todos quantos por eles se interessem, se faz de vítima como a Marina Silva a quem, por isso, desdenhou. Cobrada por não responder a uma pergunta, retruca estar “fazendo a premissa para chegar na conclusão (sic)”, ensejando a réplica de ficar na premissa “muito tempo”. É da natureza dessas situações com hora marcada que o entrevistado procure alongar-se nas respostas para reduzir a chance de ser atingido por novas perguntas embaraçosas. Some-se a isso o apreço da presidente pelo som da própria voz – e já estaria armado o cenário de confronto entre quem quer saber e quem quer esconder.

Mas o que ateou fogo ao embate foram menos as falsidades assacadas por Dilma do que a compulsiva insistência da candidata, já à beira de um ataque de nervos, em apresentá-las como cristalinas verdades. Quando repete que não tinha a mais remota ideia da corrupção em escala industrial na diretoria de abastecimento da Petrobrás ocupada por Paulo Roberto Costa de 2004 (quando ela chefiava o Conselho de Administração da estatal) a 2012 (quando ocupava havia mais de um ano o Planalto), não há, por ora, como desmascarar a incrível alegação. Mas quando ela afirma e reafirma – no mais desmoralizante de seus vexames – que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) não mede desemprego, mas taxa de ocupação, e não poderia, portanto, ter apurado que 13,7% dos brasileiros de 18 a 24 anos estão sem trabalho, é o fim da linha.

Depois da entrevista, o programa fez questão de convalidar os números da jornalista que a contestava. De duas, uma, afinal: ou Dilma, a economista e detalhista, desconhece o que o IBGE pesquisa numa área de gritante interesse para o governo – o que simplesmente não é crível – ou quis jogar areia na verdade, atolando de vez no fiasco. De todo modo, é de dizer dela o que ela disse de Marina: assim “não dá para ser presidente da República”.

Por Reinaldo Azevedo

PF apura fraude ocorrida na gestão de Padilha na Saúde



Por Andressa Lelli, na VEJA.com:
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Frota, com o objetivo de investigar uma fraude cometida em 2013 em licitação do Ministério da Saúde. Na ocasião, a pasta era chefiada por Alexandre Padilha, hoje candidato do PT ao governo de São Paulo. O ex-ministro, porém, não é alvo das investigações, informa a PF. Agentes cumprem dezesseis mandados de busca e apreensão – quatro em Salvador e doze em Brasília – nas sedes e escritórios de empresas envolvidas na licitação. A operação se dá em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU).

A fraude investigada ocorreu na Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão ligado à Saúde. Segundo a PF, em um pregão para a locação de veículos destinados a atender a sede do Distrito Sanitário Especial Indígena de Salvador (DSEI/BA), constavam apenas empresas de um mesmo núcleo familiar – todas sediadas em Brasília. E a empresa vencedora, a San Marino, de propriedade de Darcio Maria de Lacerda, apresentou preços muito superiores aos de mercado.

Nos primeiros nove meses do contrato, a empresa recebeu 13 milhões de reais do governo – um superfaturamento estimado em 6,5 milhões de reais. De acordo com a PF, a suspeita, portanto, é de que a licitação tenha sido encenada com participação de membros do governo. Os crimes investigados pela operação são de frustração ao caráter competitivo do procedimento licitatório, fraude em licitação e formação de quadrilha.

Segundo o Ministério Público Federal na Bahia, a Justiça Federal autorizou o bloqueio de 5 milhões de reais das contas da San Marino e seus sócios. Foi também decretada a indisponibilidade de bens do grupo e a suspensão do pregão.

Por Reinaldo Azevedo

PT já faz planos para 2018 – e o plano é Lula

Eleições 2014

Caciques do partido se reuniram com o ex-presidente para debater erros das campanhas da presidente-candidata Dilma Rousseff e do ex-ministro Alexandre Padilha, candidato ao governo paulista

Felipe Frazão
Lula se reúne com caciques do PT para debater erros nas campanhas de Dilma e Padilha
Lula se reúne com caciques do PT para debater erros nas campanhas de Dilma e Padilha 


O PT reuniu nesta sexta-feira em São Paulo o ex-presidente Lula com caciques do partido para debater erros das campanhas da presidente-candidata Dilma Rousseff e do ex-ministro Alexandre Padilha, candidato ao governo paulista, e conclamar militantes a intensificar a campanha nas ruas. No encontro, em que Dilma não esteve presente, dirigentes falaram abertamente lançar Lula como candidato em 2018.

Leia também:
No Sul, Dilma vira 'ruralista' contra Marina

Dilma é vaiada antes de evento em seu berço político
“É grande a nossa responsabilidade de eleger a Dilma para dar continuidade nesse processo e preparar a volta do Lula em 2018”, disse o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão.
“O caminho mais curto e melhor para o Lula voltar a ser presidente é a Dilma ser reeleita”, disse o presidente do PT estadual, Emídio de Souza, que também cometeu um ato falho. “É evidente que nós tivemos dificuldade com material de campanha no último período. Mas desde ontem e hoje, todas as macrorregiões e cidades estão recebendo panfletos à vontade com os principais pontos do Padilha, recebendo cédula do Lula... Do Lula não, da Dilma e do Suplicy.”

Pela manhã, integrantes do Diretório Nacional redigiram uma resolução com críticas à candidata do PSB, Marina Silva, e pediram ajustes na tática de Dilma, que procurava convencer eleitores “com números” do governo federal. O manifesto diz que “os candidatos da oposição vestem a fantasia da mudança, mas seus programas de governo revelam que a mudança propalada serve mais aos grupos que os apoiam do que àquela desejada pela maioria da população.” O documento também fala em “ajuste conservador” e “retrocesso”.

“Não temos nada contra Marina Silva, temos contra o programa que ela encampou, as ideias que ela passou a defender, embora tenha mudado depois de um tuíte. É um contraste de projetos, não uma disputa de personalidades, um ataque duro àquelas ideias que representam o retrocesso”, disse Falcão. “Esse programa é hostil à classe trabalhadora. O programa do PSB e de seus coligados é um programa de desemprego. Eu não dou cheque em branco para o Banco Itaú.”

Vagner Freitas,  presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT, disse que Marina é uma “candidata forjada” e um “engodo nacional”.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), também alfinetou a Marina. Ele disse que o PT sempre dialogou com os grandes bancos, mas que eles nunca mandaram no programa de governo. Haddad repudiou o que classificou como um “ataque ao patrimônio” dos doze anos de governo do PT. Ele falou que “é suportável o ataque à pessoa, à Dilma, ao Lula, ao Padilha, ao Suplicy e a mim”


O diretório do PT estacionou um caminhão lotado de material de campanha – bandeiras, panfletos e adesivos para carro – no estacionamento do Anhembi, local da reunião. Os dirigentes pediram que os parlamentares de todos as cidades promovam atos de campanha semanalmente, ainda que sem a presença de Padilha ou de Dilma. “Não tenham vergonha de usar a estrela do PT. Não aceitem provocação na rua, não tem de abrir a janela do carro para xingar ninguém”, pregou Emídio para combater a onda “anti-petista”.

Maquiavel

Lula sinaliza volta em 2018, tropica e desaba no palco

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se desequilibrou e caiu no palco durante um comício do PT, em Salvador, na última terça-feira (02)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se desequilibrou e caiu no palco durante um comício do PT, em Salvador, na última terça-feira (02)

 
Em discurso na Bahia ao lado do candidato do PT ao governo estadual, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou nesta quarta-feira que pretende voltar a disputar as eleições em 2018 e mandou um recado aos partidos de oposição: "Eles devem se preparar porque eu vou estar vivo. Eles ficam dizendo: 'Dilma vai ser reeleita para ficar mais quatro anos e depois vem um tal de Lula e vai ficar mais quatro?'


É muito cedo para a gente discutir, mas uma coisa eu digo para vocês: em 2018 eu vou estar com 72 anos. Enquanto eu tiver forças para brigar por esse país, não vou permitir que aqueles que não fizeram nada pelo Brasil em 500 anos voltem", disse. No mesmo dia, aliados do ex-presidente lançaram um site, sem se identificar, para espalhar nas redes sociais o movimento Volta, Lula – já neste ano. “Temos até o dia 15 de setembro para trocar candidatos”, diz o site.


Durante o comício, Lula escorregou quando cumprimentava um militante petista e acabou desabando no palco – ele não se machucou.

De volta aos anos 90: 'Marina é neoliberal', diz Dilma

Eleições 2014

Em Feira de Santana, na Bahia, presidente-candidata ataca proposta de política econômica da adversária e defende petistas acusados de desvios

Gabriel Castro, de Feira de Santana (BA)
Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, em visita à Feira de Santana (BA), na manhã desta quinta-feira (25)
Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, em visita à Feira de Santana (BA), na manhã desta quinta-feira (25) 

Estimulada pela queda de Marina Silva nas últimas pesquisas, a presidente-candidata Dilma Rousseff continua ampliando o repertório de críticas à adversária: nesta quinta-feira, a petista afirmou que a proposta de política econômica da ex-senadora é "neoliberal". Ao comentar as propostas de Marina durante uma entrevista em Feira de Santana (BA), Dilma ressuscitou o termo abandonado pelos petistas desde que chegaram à Presidência da República, nas eleições de 2002, e implementaram políticas semelhantes à dos antecessores na economia.

"A candidata tem um modelo de política econômica extremamente conservador e neoliberal. Não só pretende atender prioritariamente os bancos, mas também ela tem uma política conservadora. Ela já falou em flexibilizar  direitos trabalhistas, em reduzir o papel dos bancos públicos", afirmou a presidente, apontando que as medidas impossibilitariam o Minha Casa, Minha Vida, programa federal de agricultura familiar e os financiamentos à indústria.

Dilma ainda afirmou que suas críticas são apenas uma resposta à adversária: "Quando a gente responde, ela se vitimiza e diz que está sendo atacada".

A presidente disse não acreditar que seja necessário um ajuste fiscal, como proposto por Marina Silva, para colocar as finanças em ordem. "Ajuste fiscal não é necessário dessa forma que a candidata disse que fará, porque o Brasil não está desequilibrado, não tem crise cambial."

Caixa 2 – A rápida entrevista foi concedida antes de um ato eleitoral no centro de Feira de Santana. Dilma seguiu em carro aberto pela região mais movimentada da cidade. Ao lado dela, estavam figuras acusadas de participar de desvios no Fundo de Combate à Pobreza no Estado. Como mostrou VEJA, uma ONG era usada para distribuir dinheiro a políticos locais.

O deputado Nelson Pelegrino e o candidato petista ao governo, Rui Costa, citados pela ex-presidente da ONG, e o governador Jaques Wagner, em cujo governo os desvios aconteceram, estiveram ao lado de Dilma Rousseff durante o evento, que reuniu centenas de pessoas na região central de Feira de Santana. Questionada pelo site de VEJA, Dilma afirmou que "as respostas" sobre o tema já foram dadas.

"Eu acredito que todas as respostas sobre essa questão foram dadas. Eu tenho uma posição claríssima quanto a denúncias: elas são feitas para serem investigadas, apuradas, e os responsáveis presos e condenados", disse, diante de Rui Costa e Wagner.

A presidente também afirmou que é preciso aguardar os desdobramentos do caso: "As pessoas têm direito de defesa. Antes de vocês condenarem, é fundamental que se saiba quais são as provas e quem está envolvido. Porque, caso contrário, você mistura uma pessoa direita, correta, com uma pessoa que não é correta".

Áudio: senador responsabiliza PT por caixa 2 baiano

(Imagine a dos outros!!) ‘Sou a ficha mais limpa de São Paulo’, diz Maluf a amigos





Eleições 2014
Barrado pela Lei da Ficha Lima, ex-prefeito de SP vai recorrer ao TSE
Publicado: 25 de setembro de 2014 às 11:47 - Atualizado às 12:09

dep paulo maluf by leonardo prado
Paulo Maluf foi enquadrado na Leia da Ficha Limpa pela Justiça Eleitoral

São Paulo - Orientado por seu corpo de advogados a não conceder entrevistas, até que a pendência eleitoral tenha fim e todos os recursos esgotados, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) disse a interlocutores nesta quarta feira, 24, que recebeu mais de 60 ligações em seu celular, segundo ele manifestações de solidariedade, “de gente irritada (com a decisão que pode afastá-lo da disputa eleitoral), inclusive de gente importante”.

“Tenho a consciência que eu sou a ficha mais limpa da cidade de São Paulo”, ele disse a um velho conhecido. “Quando ando pela cidade me orgulho das obras que eu fiz.”

Ele planeja novas carreatas até as eleições. NesSa quinta-feira, 25, vai às ruas em uma carreata pela região do Brás, na capital paulista, e estima que no próximo dia 5 de outubro poderá repetir a performance das eleições de 2010, quando recebeu quase 500 mil votos. “Perdi para o Tiririca”, comentou com um outro conhecido. “Pelas ruas de São Paulo onde passo em carreata eu vejo a gratidão por tudo o que está acontecendo no Brasil, o pessoal reconhece hoje que quem trabalhou muito por São Paulo foi Paulo Maluf.”

A um outro interlocutor ele demonstra inconformismo com o fato de ter sido condenado por improbidade. “Esse túnel (Ayrton Senna) tem mais de 18 anos, passa debaixo do lago do Ibirapuera e nunca caiu uma única gota. Devo me arrepender de ter construído?”

Recurso
Procurador pela reportagem, Maluf não deu retorno. A assessoria de sua campanha, contudo, divulgou nota afirmando que ele vai apresentar recurso interno ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão da Corte que na terça, vetou sua candidatura à reeleição para a Câmara.

Por quatro votos a três, o TSE aplicou a Lei da Ficha Limpa para impedir a candidatura de Maluf, que, em dezembro de 2013, foi condenado por improbidade administrativa – quando prefeito de São Paulo (1993-1996), ele autorizou a construção do túnel Ayrton Senna, obra superfaturada, segundo­ o Ministério Público Estadual.

Na nota, os advogados do parlamentar afirmam que vão entrar com recurso “pleiteando esclarecimentos sobre pontos controvertidos contidos na decisão acerca da sua candidatura a deputado federal”.

“Enquanto isso o deputado está autorizado a continuar com sua campanha eleitoral, aparecendo no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e a fazer campanha nas ruas”, diz a nota, subscrita pelos advogados Eduardo Nobre e Patrícia Rios e por seu assessor de imprensa, Adilson Laranjeira.
“Por força do referido recurso a questão permanece sub judice, o que autoriza a candidatura do sr. Paulo Maluf à deputado federal, conforme o artigo 16-A da Lei Federal número 9.504 e artigo 17 da Resolução 23.404 do TSE”, assinala o texto.

O artigo 17 dispõe que “o candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à sua campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito para a sua propaganda, no rádio e televisão”. (Fausto Macedo e Mateus Coutinho/AE)

Mais uma fraude descoberta! PF deflagra operação contra fraude em licitação do Ministério da Saúde


Corrupção
PF faz operação contra fraude em licitação para aluguel de carros

Publicado: 25 de setembro de 2014 às 11:59
antonio alves de souza
Antonio Alves de Souza, secretário de Saúde Indígena

A Polícia Federal na Bahia, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou nesta quinta-feira (25) a Operação Frota, que apura fraude em licitação de 2013, na Secretaria Especial de Saúde Indígena,  do Ministério da Saúde, para contratação de empresa locadora de veículos com motorista. O titular da secretaria é Antônio Alves de Souza.

A PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão, dos quais 4 em Salvador e 12 em Brasília, nas sedes e escritórios das empresas envolvidas, entre elas locadoras de veículos pertencentes a uma mesma família. Entre os crimes investigados, estão a frustração ao caráter competitivo do procedimento licitatório e a fraude em licitação, além de formação de quadrilha.

As investigações apuraram que a secretaria realizou  um pregão presencial visando à locação de veículos para o serviço de transporte terrestre da sede do Distrito Sanitário Especial Indígena de Salvador. Participaram do pregão poucas empresas, todas de Brasília e de um mesmo núcleo familiar, sendo uma delas declarada vencedora mesmo apresentando preços muito superiores aos de mercado.
Em acréscimo à fraude, a empresa vencedora contratada, à qual foram pagos mais de  R$ 13 milhões nos primeiros nove meses do contrato, praticou elevado sobrepreço global estimado em R$6,5 milhões neste mesmo período. E ainda havia previsão de prorrogação dos contratos após o prazo inicial.

A suspeita é que não houve concorrência no pregão presencial, mas apenas uma simulação, na qual há indícios de participação da Administração Pública, uma vez que foi esta que convidou as empresas e, na fase do pregão, atendeu a outras pertencentes à esfera da mesma família.

COMENTÁRIOS
  • Nilo Sérgio Krieger ·
    Meu Deus do céu! Isso não tem mais fim. Onde há PT há roubo. Não acaba nunca.
    • Jose Divonir Peri Divonir ·
      olha só onde chegamos, poço chamado de facção criminosa pt, onde o cacique é o mair responsavel pela robalheira, realmente não tem fundos.
    • Maria Tereza · 
      Só podemos afirmar .........VERGONHA.............VERGONHA.............Quanto absurdos........TODO DIA.....aparece mais corruPTos...... Eleitores do Brasil vamos banir no dia 5 de outubro esta PETRALHADA do PODER. Vamos de AÉCIO NEVES Presidente do Brasil
  • ejrmonteiro (entrou usando yahoo)
    Eles vão conseguir indicação para o Guiness Book, categoria crime organizado.
  • asf.proj (entrou usando yahoo)
    Ouvi dizer, não sei se é fofoca da oposição, mas tem uma turma da Máfia vindo diretamente da Sicília para fazer pós-graduação na Universidade do PT em Osasco. O currículo do curso tem como principais matérias as seguintes disciplinas:
    - Como Enganar 200 Milhões de Trouxas.
    - Especialização em Fraudes Licitatórias.
    - Como Roubar Com Pouca Possibilidade de Ser Preso.
    - Corrupção Generalizada.
    - Aparelhamento de Órgãos Públicos (com ênfase em Saques a Cofres Públicos).
    - Como Comprar Apoio de Parlamentares Sem Vergonha.
    - Como Mentir Descaradamente sem Ficar Vermelho.
  • Celso Fernando Nonato · 
    "Meu Deus isso não tem mais fim" , a organização criminosa estar a todo vapor. Sugiro demissão imediata de todos os ptralhas nomeados pelos terroristas e auditar as contas desse desgoverno durante os ultimos 12 anos.
  • Regina Cembranelli Aliandro · 
    CREEEEEEEEEEDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
  • Francisco Foltrani Freire · 
    Mais um escândalo e o eleitorado brasileiro não vê ou não quer ver essa corrupção desenfreada por políticos do PT. O PT trocou a ética pela corrupção. Até as eleições vem mais notícias iguais a essa.
  • Gil Santos ·
    perdao da palavra mas que bando de ladroes , brasil nao votem em deputados e senadores do pt vamos limpar o brasil
  • Vladimir Moraes · 
    Meu Deus do céu! Isso não tem mais fim. Onde há PT há roubo. Não acaba nunca.
  • Tetsuo Oishe · 
    Cada enxadada uma minhoca, ou melhor ninhada de víbora
  • Júlio Castro · 
    Tem pt...tem roubo.

Aécio diz que Dilma usou discurso na ONU para fazer campanha política


25/09/2014 11h23 - Atualizado em 25/09/2014 14h07


Presidente falou a outros chefes de Estado em Assembleia Geral da ONU.
Candidato do PSDB cumpriu agenda de campanha nesta quinta no RS.

Rafaella Fraga Do G1 RS
Candidato Aécio Neves, do PSDB, no Painel RBS (Foto: Maria Polo/G1)Candidato Aécio Neves, do PSDB, concedeu entrevista ao Grupo RBS nesta quinta (Foto: Maria Polo/G1)
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, criticou nesta quinta-feira (24) o tom do discurso de Dilma Rousseff durante a abertura da 69ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na quarta-feira (24). Para ele, a presidente usou o espaço para fazer campanha eleitoral e afirmou que a história se lembrará do fato. O tucano está no Rio Grande do Sul para cumprir agenda de campanha em Porto Alegre, Santa Maria e Caxias do Sul.
"A história se lembrará do discurso da presidente na ONU. Ela esqueceu onde estava e para quem falava para fazer propaganda para o horário eleitoral. Um dia triste para o Brasil", afirmou a jornalistas após participar do Painel RBS especial de eleições, promovido pelo Grupo RBS, no qual foi sabatinado por uma hora.
Infelizmente, em relação também à política externa, a presidente da República deixa péssimos exemplos para os seus sucessores"
Aécio Neves
Aécio ainda fez críticas à política externa que vem sendo exercido pelo Brasil.
"Em especial, a manifestação da presidente em relação à postura das negociações, da postura dos Estados Unidos e da coalisão que se formou em relação às ações dos estados islâmicos. A presidente trocou diálogo com um grupo que está decapitando pessoas. Realmente essa não é a política externa que consagrou o Brasil ao longo de séculos. Infelizmente, em relação também à política externa, a presidente da República deixa péssimos exemplos para os seus sucessores", disse.
Durante o discurso, Dilma condenou  o uso de intervenções militares para tentar solucionar conflitos bélicos, como os que ocorrem atualmente na Síria, no Iraque e na Ucrânia. Segundo ela, o uso da força, em vez da diplomacia, gera o acirramento dos conflitos e a multiplicação de vítimas civis. Em tom duro, Dilma enfatizou que a comunidade internacional não pode aceitar "manifestações de bárbarie".
Críticas a Marina e Dilma marcam entrevista ao Painel RBS
As críticas as adversárias Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) dominaram boa parte da entrevista. O candidato do PSDB afirmou que o governo do PT "fracassou" e que deixou um legado perverso aos brasileiros. Ele também citou o escândalo de corrupção na Petrobras e se apresentou como o candidato que lutará pela renegociação da dívida dos estados.

"Sou contra essa tentativa do PT de administrar a pobreza", afirmou, ao se referir à criação de programas sociais. "Vamos fazer ações na área de saneamento, de apoio psicológico, social. Vamos enfrentar a pobreza, a busca da sua superação. O PT se contenta em simplesmente administrar", sustentou, logo após afirmar que manterá alguns projetos que "deram certo". "Aprendi muito cedo que a boa administação é aproveitar as boas experiências e aprimorá-las. O que vem dando certo vamos manter", garantiu.
Aécio Neves, candidato à presidência da república, em entrevista ao Painel RBS (Foto: Maria Polo/G1)Aécio Neves, candidato à presidência da
República, em entrevista ao Painel RBS
(Foto: Maria Polo/G1)
Apresentando-se como o candidato da ética, o tucano prometeu "devolver" a Petrobras aos brasileiros e falou sobre o escândalo na empresa. "Expresso aqui a minha indignação. O que aconteceu com a Petrobras é o inimaginável. Quem diz isso não sou eu, é a PF. Tem uma organização criminosa atuando no seio da maior empresa brasileira. Quero ser presidente para encerrar esse ciclo de desrespeito ao dinheiro público. Quero devolver a Petrobras aos brasileiros", afirmou.
Questionado sobre se não havia nada que destacasse durante o governo do PT, Aécio citou duas questões: a mudança na gestão  econômica do governo Lula e o abandono do Fome Zero, afirmando que o programa não era compreeendido.
"Lula manteve os pilares macroeconômicos que nos trouxeram até aqui. Isso foi positivo no boom econômico. Outro ponto, quando ele abandonou o Fome Zero, unificou os programas de bolsa escola, alimentação e vale gás e transformou no Bolsa Família. Para mim, o Bolsa Família é um ponto de partida. Para o PT é quase um ponto de chegada”, afirmou.
Fator previdenciário
A exemplo do que já disse anteriormente, Aécio voltou a afirmar que buscará alternativas ao fator previdenciário e negou que tenha recuado em sua proposta original.
"A nossa proposta não mudou um milímetro sequer. Eu parto do pressuposto de admitir que o fator previdenciário pune de forma extremamente violenta os aposentados. Vamos substuir por outro mecanismo que  puna menos", salientou sem, no entanto, apresentar que mecanismo seria. Vamos discutir frente a frente com as centrais sindicais", resumiu. "É possível, necessário, e é esse o meu compromisso com os aposentados brasileiros", prometeu.
Pesquisas eleitorais
Embora em terceiro colocado nas principais pesquisas de intenção de voto, Aécio seguidamente reforça a confiança no pleito. “Estou absolutamente confiante que estarei no segundo turno. Eu tenho muita confiança que está chegando a onda da razão, onde as pessoas estão refletindo o que significa cada candidatura", observou.
E voltou a fazer críticas aos concorrentes: para ele, Dilma perdeu a capacidade de governar e Marina não as tem. "Temos uma que nos deixará de herança o crescimento baixo, inflação saindo do controle e perda da credibilidade do Brasil, na questão ética e moral. E outra candidatura que não se preparou. Agora nos percebemos que única candidatura que cresce em todas as pesquisas é a nossa", analisou.
Aécio Neves também afirmou que Marina Silva não está preparada para governar o país e  lembrou a passagem da candidata pelo PT. "A Marina esteve 24 anos no PT e agora critica. Não foram 24 horas, foram 24 anos. A Marina é muito dura com o PT. Eu posso ser porque não acredito em nada que o PT promete", disse, em seguida fazendo a analogia com um torcedor de Grêmio ou Inter que muda de time. "Governar não é você ir ao supermercado, pegar na prateleira esse produto ou aquele. Governar não é para amadores".
As críticas, entretanto, são apenas políticas, conforme o candidato do PSDB. "Cabe a mim não fazer ataques pessoais a candidatura marina, como não faço a Dilma. Meus ataques são políticos", sustentou.
Durante cerca de uma hora, o presidenciável tucano respondeu a perguntas dos jornalistas Rosane de Oliveira, Carolina Bahia e Moacir Pereira. A sabatina foi dividida em dois blocos. O ex-governador foi o quarto entrevistado da série de painéis do Grupo RBS com os presidenciáveis. Dilma Rousseff foi a primeira a ser sabatinada. Luciana Genro e Marina Silva participaram na sequência.
Mais cedo, em entrevista coletiva a jornalistas em um hotel em Porto Alegre, o candidato prometeu novamente encontrar alternativa para o fator previdenciário, porque, segundo ele o trabalhador está perdendo a capacidade de compra. “Temos um desafio: resgatar a confiança do Brasil. Para sair do buraco tem que parar de cavar”, declarou.
Aécio defendeu ainda que a proposta da sua coligação é a única que tem capacidade para gerar confiança e reverter a expectativa ruim na economia. Ele está confiante na ida ao segundo turno do pleito.
"Me preparei ao longo de toda minha vida para governar o Brasil. A única candidatura que cresce de dez dias para cá é a nossa e vai continuar a crescer", afirmou.

Segundo Márcia Cavallari, quadro está definido no 1º turno entre presidenciáveis

A diretora-executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, acredita que Marina pode manter o recente movimento de queda lenta e consistente
 
O quadro eleitoral, que mostra a presidente Dilma Rousseff (PT) na liderança no primeiro turno com 38% das intenções, seguida por Marina Silva (PSB), com 29%, está bem definido, embora continue em movimento. A avaliação é da diretora-executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, em entrevista exclusiva ao Broadcast ao Vivo.

Ela acredita que Marina pode manter o recente movimento de queda lenta e consistente, diminuindo a distância em relação a Aécio Neves (PSDB), que havia subido de 15% para 19% e manteve o mesmo patamar na última pesquisa, mas isso não deve ameaçar a ida da ex-ministra ao segundo turno. Já Dilma tem oscilado na faixa atual, entre 35% a 38% das intenções de voto.

Márcia ressaltou, porém, que qualquer novo episódio na campanha presidencial pode ter um efeito rápido nas intenções de voto e lembrou que o eleitor costuma consolidar sua escolha na última semana antes do comparecimento às urnas. A diretora do Ibope vê um segundo turno bastante apertado entre Dilma e Marina e diz que o cenário está totalmente aberto para a vitória de qualquer uma das duas. Segundo ela, o desejo de mudança do eleitor visto atualmente só foi maior na eleição de 2002, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o candidato da situação, José Serra (PSDB).

Em relação às pesquisas clone, contratadas na tentativa de antecipar os resultados dos levantamentos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, Márcia disse que não sabe como essas sondagens são realizadas, qual a metodologia usada e a quem elas convêm. "Não sei o quanto as pesquisas clone têm o tipo de rigor que nós temos, mas estão se prestando bem ao papel de especulação do mercado".

A diretora falou sobre os cuidados para garantir a segurança dos resultados das pesquisas feitas pelo Ibope. Segundo ela, os números só são consolidados em um único local e geralmente 2 horas antes de sua divulgação. Sobre as disputas para os governos estaduais, Márcia explica que muitos governos estão desgastados, com avaliações inferiores ao observado no pleito de 2010. "É uma eleição de mais renovação".

Olhando para os possíveis resultados nos Estados e no Congresso, Marcia avalia que o PT, que vinha crescendo, pode diminuir em número de governadores e deputados eleitos. O PSB também era uma legenda em ascensão e tem probabilidade alta de ganhar representatividade. O PMDB sempre foi um partido forte para compor a Câmara e tem muitas coligações regionais que devem garantir um espaço significativo na política. O PSDB, que não vinha de uma tendência de crescimento, dependerá do desempenho dos governadores para fazer com que mais deputados sejam eleitos.

Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasília