quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Governo anuncia corte de verbas à Rede Globo e Editora Abril. Ou: mais uma vitória simbólica do governo na luta pela censura de mídia.

dilman
Vi com satisfação que vários blogs, colunistas e políticos de oposição tem começado a dar a devida prioridade para a questão da censura de mídia. Este é o ponto mais importante da guerra política atualmente.



Por outro lado, muitos ainda estão dedicando seu tempo à denunciar as propostas de censura de mídia pela implementação de uma “Ley de Medios”. Todavia, a disputa pela liberdade de imprensa deveria ocorrer em todos os níveis, não apenas nos projetos de lei.


Por exemplo, segundo o Portal Metrópole (mais um órgão petista), o governo anunciou oficialmente o corte de verbas tanto para a Rede Globo como para a Editora Abril.


Dilma teria dito: “Não compactuamos com mentirosos”. O que é um eufemismo para dizer que estão proibidas notícias contra o governo, mas liberadas todas aquelas a favor.


Alguns puristas ainda vão repetir a conversa: “ah, melhor ficar sem dinheiro estatal mesmo”, mas como já mostrei aqui esse comportamento não passa de uma mistura de erro cognitivo com ingenuidade política mórbida.


Como ilustração, imagine uma hipotética notícia dizendo que pessoas manifestando opiniões de direita não podem mais participar de concursos públicos. Um iludido diria: “tudo bem, eu não quero cargo público mesmo”.


Mas a questão não é nem de longe essa, mas o uso do aparelho estatal para benefício dos donos do governo, privilegiando quem os apoie, em detrimento dos que se opõem.


Para que você tenha uma ideia da monstruosidade desse corte de verbas, o artigo do Portal Metrópole diz:
[…] cortes dessa magnitude (nessas revistas que estão sendo usadas como marionetes da direita) podem ser um tiro certeiro naquilo que chamamos hoje em dia de “mídia golpista.
Não é possível haver uma confissão mais clara de uso do estado de maneira desonesta para coagir a opinião divergente.


Claro que não poderia faltar a desculpa esfarrapada, como vemos abaixo:
A editora Abril e a Globo vão começar a se preocupar com outros meios de comunicação do grupo, que podem ser atingidos com essa restrição de anúncios. O Partido dos Trabalhadores já deixou bem claro que a revolta não é pelas denuncias, mas sim por divulgá-las sem aval da Policia Federal e sem provas concretas.
Isso é de um cinismo sem igual. Ainda que existisse uma “acusação sem provas”, a questão deveria ser resolvida pelas vias judiciais, e não a partir do corte de verbas estatais.


Além do fato de que órgãos a favor do governo continuam recebendo as verbas estatais e praticando verdadeiros assassinatos de reputação, quase sempre sem qualquer tipo de prova.



Se qualquer adepto da democracia não perceber o quanto isso é terrível e afrontoso às instituições, então significa que estamos diante de um caso perdido.


A afronta não poderia parar. Veja este outro trecho do mesmo artigo:
Três grandes estatais colocaram mais de 250 milhões de reais inserções na Globosat no ano de 2013. Se o governo federal cortar “por ai” , a oposição midiática vai perceber que essa historia de malhar a Dilma Rousseff é um horrendo e amargo negócio. Ops, ainda falta os Correios…esse vai fazer falta no caixa da Platinada…
De novo: se alguém não entendeu isso como a confissão do uso criminoso do aparelho estatal, então  essa pessoa, mesmo que pense estar do nosso lado, é parte do problema.


De forma ainda mais didática, vamos ao que esta acontecendo:
  1. Se um órgão de mídia jogar cobras e lagartos, mesmo sem qualquer prova, contra um opositor, tudo bem. No caso da BLOSTA, isso significa receber anúncios superfaturados, ou seja, a visualização deles vale 10 vezes mais que os dos outros sites.
  2. Se o mesmo ocorre em caso de notícias contra o governo, você corre o risco de ter suas verbas de anúncios cortadas.
  3. Até uma ostra percebe que isso é o uso de dinheiro estatal para financiar elogios ao governo, e chantagear financeiramente quem publique críticas ao poder.
A luta não é mais apenas por barrar as leis de censura de mídia, pelas quais o PT lutará até a morte, mas fazer o governo pagar o preço de praticar a chantagem econômica com a mídia.


O caso das verbas superfaturadas para a BLOSTA e o corte de verbas para a Abril a Globo já configuram motivos para CPI. Por muito menos, Richard Nixon renunciou. Mas, enquanto não transformamos esses eventos nos escândalos que realmente são, o governo vai contabilizando poderosas vitórias simbólicas ao seu lado.


Motivo: atos tão torpes quanto a chantagem com dinheiro estatal e o superfaturamento de verbas para a BLOSTA, juntos com a falta de protestos por nossa parte, transmitem a mensagem: “Censura sutil é algo que pode passar”.


Como disse no post anterior, nossa capacidade de nos indignar com essa aberração vai definir o jogo da censura de mídia. Se nos indignarmos pouco, eles vencem. Se nos indignarmos de fato, eles perdem.


Que porra é esta, Brasil?



quarta-feira, 7 de janeiro de 2015



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net


Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net


O Brasil está absolutamente fora de controle, desgovernado, em todos os sentidos. Os preços relativos de qualquer produto, na comparação com o resto do mundo, estão mais elevados por aqui. Nossos combustíveis figuram entre os mais caros do planeta, enquanto o preço do petróleo cai. Apesar da crise, o governo perdulário mente sobre corte de gastos e, na prática, afia o dente do leão da Receita para cobrar mais impostos ainda.


Oficiais generais de carreira das Forças Armadas, por regulamento, são obrigados a bater continência para qualquer um que for nomeado Ministro da Defesa. Jorram mais denúncias de corrupção que petróleo cru da empresa estatal símbolo de nosso capimunismo, mas nada estremece, de verdade, os políticos sócios da roubalheira. 


Dilma inicia um segundo mandato de um primeiro que terminou pessimamente, e o esquema de poder já trabalha na eleição de Lula em 2018.

Está tudo errado, porém parece tudo certo... 



A inércia é assustadora e mortal para um País que tem potencial para enriquecer e se desenvolver em um passe de mágica. No entanto, a inação, a incompetência gerencial, o planejamento equivocado, a corrupção sistêmica e a falta de fé generalizada só produzem os desastres que ora experimentamos. 



A sociedade brasileira exige mudanças - ao menos nas manifestações no mundo virtual ou nos espaços particulares. Na vida real, no espaço público, nada muda. A mesmice gera tensão social. A eclosão da violência descontrolada é a consequência natural.


A pergunta inquietante que se faz é: Que porra é esta, Brasil? Se algum extraterrestre chegar agora aqui e tentar compreender o que se passa vai levar mil anos luz para não chegar a uma conclusão concreta. 



O surgimento de uma pretensa "solução", autoritária, é o grande risco oferecido por uma conjuntura na qual as pessoas ficam revoltadas, porém implodindo inconscientemente e não externalizando a insatisfação concretamente, em público. 

Extremismos radicalóides, seja de qual ideologia forem, ganham força e vigor neste cenário de dúvidas e medos individuais que podem, facilmente, evoluir para revoltas coletivas - lideradas por espetalhões que delas tirarão proveito em seu projeto de poder.


O mais assustador é que a instabilidade atinge todas as partes do planeta. O mundo dito desenvolvido ou os países subdesenvolvidos assistem aos mesmos flagelos. Um sofrem mais, outros, menos, mas a essência das desgraças é a mesma. 



Os paradigmas atuais estão conduzindo as pessoas à destruição. A luz no fim do túnel, se não está apagada por falta de pagamento da conta ou porque alguém não trocou a lâmpada, pode ser um trem em sentido contrário para nos atingir. Amor, fé e esperança - transformadas em mercadoria por diferentes seitas - estão em falta.

O resumo é objetivo e concreto: a humanidade vai se destruir se não criamos um novo fluxo interativo de convivência social, com informações e saberes relevantes, que redesenhem a democracia, a política, a economia e a governança de todas as coisas. 



O complicado é que isto não é missão para líderes, chefes, ou salvadores milagrosos. A solução real está na tomada de consciência e atitude humana de cada um.

Em ambientes ignorantes como o Brasil tal solução parece uma utopia. Mas é preciso tentá-la, antes que a vaca vá para o brejo, tossindo, como agora...



Acabem com o Eduardo!
A infernal máquina de moer carne nazicomunopetralha acaba de se voltar contra o poderoso Eduardo Cunha - deputado favorito a presidir a Câmara, contra a vontade de Dilma Rousseff.

Cunha agora virou alvo do Procurador geral da República, Rodrigo Janot, como investigável pela Lava Jato, por suspeita de ter recebido grana do esquema de Alberto Youssef.


O Palhaço do Planalto fará de tudo para eleger Arlindo Chinaglia presidente da Câmara, sobretudo usando o velho esquema de assassinar reputações dos inimigos...



Perguntinha idiota
Quando é que Luiz Inácio Lula da Silva, o eterno sindicalista de resultados, vai tirar a bunda da cadeira e partir para um protesto contra as montadoras que estão demitindo em massa no ABCD, por causa dos efeitos desastrosos da política econômica do governo Dilma-Lula?


Ontem, a Volkswagen anunciou a dispensa, daqui a um mês, de 800 empregados que estavam em férias.


A Mercedes Benz, segundo o sindicato dos Metalúrgicos, já teria mandado embora outros 244.





Se meu Fusca falasse

As transnacionais automobilísticas se vingam politicamente do governo nazicomunopetralha pelo fim do IPI Zero, e os trabalhadores (a maioria, curiosamente, formada por eleitores do PT) é que pagam a conta...


Outra perguntinha idiota
Durante três anos a Petrobras represou aumentos de combustível para conter a inflação enquanto no mercado externo a cotação do petróleo estava em alta.



A empresa teria perdido R$ 60 bilhões em receita durante tal manobra.



Agora, na comparação com o mercado internacional, o consumidor brasileiro está pagando 60% mais caro pela gasolina e 40% a mais pelo diesel - conforme cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE).



Quando é que a Petrobras vai baixar os preços dos combustíveis, já que a cotação do petróleo está em queda?

Só pra sacanear: A Argentina deve baixar hoje o preço da gasolina em 5%.


Tesoura que não corta imposto
De nada adiantará que a Petrobras baixe os preços dos combustíveis.


Ou que concorrentes dela importem gasolina e diesel mais baratos.


O preço final para o consumidor não vai baixar porque a equipe do Joaquim Levy Mãos de Tesoura prepara uma facada: a volta da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide tanto para os combustíveis produzidos no País quanto para produtos importados.



Tudo acertadinho...
A Petrobras concluiu com sucesso a negociação com credores que demandavam demonstração contábil do terceiro trimestre de 2014 revisado pelo auditor externo até final de janeiro de 2015, eliminando o risco de declaração de vencimento antecipado da dívida.


A estatal uniformizou o atendimento a todos os seus contratos financeiros com a apresentação da demonstração do 3T14 sem a revisão do auditor.
A Petrobras promete divulgar ao mercado, ainda em janeiro, as demonstrações contábeis que ficou devendo, sem o relatório de revisão do seu auditor externo.


Ilusionismo do Pré-sal
A Petrobras foi forçada ontem a produzir mais um daqueles comunicados ao mercado que mais parecem uma peça de marketagem - e não de negócios.


Diante da queda do barril de Petróleo - que só a turma do Alah sabe onde vai parar -, a estatal foi forçada a admitir que o preço mínimo viável de exploração de petróleo no pré-sal é de US$ 45, incluídos tributos, podendo ir a US$ 52, considerando a infraestrutura necessária para escoar gás.

Além de alegar que "alguns poços do pré-sal têm alcançado vazão superior a 30 mil barris de óleo por dia", o que justificaria investimentos, a Petrobras alega que, como os custos dos equipamentos e serviços da indústria de petróleo acompanham o preço do barril, a queda na cotação vai aliviar as despesas com os projetos do pré-sal...

Boi na linha do Paulinho



Psicopatas e Psicóticos
Do Psicanalista Mtnos Kalil, conceitos importantes para você guardar:

"A psicopatia é um traço comum dos setores mais radicais da esquerda e da direita. Porém precisamos distinguir entre o psicopata e o psicótico. O psicopata é frio e desumano. Já o psicótico pode inclusive ser boa gente. E por falar nisso, a humanidade está sendo conduzida para a beira do abismo pelos psicopatas e psicóticos do poder".




Fogo contra Mercadante

Aloísio Mercadante Oliva (ele não usa este sobrenome do pai General linha dura) é o ministro mais poderoso de Dilma Rousseff.

A inveja que ele desperta dentro do PT é tão grande que já vem sendo chamado de "o novo José Dirceu".

Só precisa tomar cuidado para não acabar apanhado por algum mensalão da vida...

Incontinência
De Olavo de Carvalho, quase que lançando uma maldição para quem bate continência para Jaques Wagner:

"Por que, meu saco, porque os milicos não voltaram as costas ao Jacques Wagner, mesmo no momento em que ele lhes anunciou que têm de engolir calados e submissos as decisões da Começão da Verdade? Se não são capazes nem disso, como esperar que salvem a pátria? Impor o reino ostensivo da farsa e da palhaçada é escravizar as mentes para que aceitem, sem resmungar, qualquer ordem absurda. 


Colocar no Ministério da Defesa o folião lésbico é gozação sinistra proposital, calculada para humilhar e subjugar. Qualquer milico que bata continência para o Jacques Wagner não merece que um cidadão de bem o cumprimente na rua. Que eu saiba, promover um beijo lésbico entre duas esposas de ministros, em público, é recorde mundial de falta de decoro".



Leia, abaixo, o artigo de Paulo Ricardo da Rocha Paiva: Comentando o discurso de posse do Exmo Ministro da Defesa 

PMDB independente?

Olheiros


PT ESTA LOUCO PARA IMPLANTAR CENSURA P/ ESCONDER OS ROUBOS E A CORRUPCAO


Aloysio Nunes prioriza derrotar a censura de mídia

aloyisionunes
Aloysio Nunes, enfim, entendeu aonde fica Jerusalém. Veja o que ele disse a respeito a importância da luta contra a proposta totalitária do PT:


O traço de união capaz de congregar em uma linha de ação comum facções rivais do campo lulo-petista e também os grupelhos da esquerda anti-democrática é a proposta celerada a cargo do novo ministro das Comunicações, o “aloprado” [Ricardo] Berzoini: o controle da imprensa, conforme ele anunciou ontem no discurso de posse.


Todos os que se opõem ao governo Dilma têm o dever de se unir no Congresso e nas ruas para o combate sem trégua a essa tentativa criminosa. O que está em jogo é a liberdade de expressão, cerne da vida democrática. Essa é a prioridade das prioridades.
 
 
Não poderia existir melhor momento para um senador de oposição usar as palavras adequadas para tratar as ameaças mais preocupantes. Isso em um momento onde muitas pessoas direitistas, centristas e republicanas tem se esquecido dessa questão.
 
 
Já cheguei até a ouvir o seguinte argumento: “O PT já domina a mídia, que sempre ajuda o partido, portanto uma lei de mídia não fará muita diferença, deixando, então, de ser um problema”. Se considerarmos que isso é antes um engano do que um embuste (logo deliberado), estamos diante de um raciocínio muito, muito frágil.
 
 
Vamos a um paralelo. Um governo consegue matar seus adversários por baixo dos panos. Logo, não faz diferença uma lei para matar adversários com o uso da lei, e de forma mais ampliada? Portanto, não caiam no tipo discurso do tipo “o que é um peido para quem já se borrou?”, pois enquanto o governo manipula a mídia sendo um fora da lei, tudo será muito pior se isso fizer parte da lei.
 
 
Também é importante dizer que censura de mídia significa opção deliberada pela miséria, devastação econômica, racionamento de alimentos e violência extrema. É preciso explicar, de forma simples, que o todo país com censura de mídia se afunda em corrupção e destrói a vida de seus habitantes, especialmente os mais humildes. 
 
 
Simples: um governo que amordaça a imprensa consegue esconder indicadores econômicos, índices altíssimos de violência, escândalos de corrupção e ainda pode massacrar o seu povo.
 
 
Esses são os símbolos a serem utilizados na campanha. Mas por enquanto o posicionamento de Aloysio Nunes já é um bom começo.

Fonte: http://lucianoayan.com/2015/01/04/aloysio-nunes-prioriza-derrotar-a-censura-de-midia/

Paulo Roberto Costa também era “consultor” do grupo Friboi


Paulo Roberto Costa atuava em várias frentes


Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Júlia Affonso


Estadão
Uma planilha encontrada no computador do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa indica que ele chegou a firmar contrato para prestar serviços de consultoria para o Grupo J&F, controlador do frigorífico Friboi (JBS) e maior doador de campanhas eleitorais em 2014.


O documento consta de um dos inquéritos da Operação Lava Jato, que desbaratou em março do ano passado um esquema de corrupção envolvendo contratos da estatal petrolífera. Nas buscas da operação, os policiais federais também encontraram anotações na agenda do ex-diretor que citam como os valores supostamente recebidos do J&F seriam divididos.


Nessa indicação de partilha, há a sugestão de que parte do dinheiro seria devolvida ao grupo controlador da Friboi.


O J&F nega que tenha fechado contrato com Costa e que tenha desembolsado qualquer valor ao ex-diretor da Petrobrás. A planilha do computador e as anotações, porém, foram considerados suspeitos pela Polícia Federal, que passou a investigar se o grupo empresarial teve participação ou se beneficiou do esquema que abasteceu o caixa 2 de políticos e partidos no últimos dez anos no País.


COMISSÃO DE 5%
Até agora, sabia-se que o J&F havia sido procurado por Costa, no fim de 2012, para que o grupo comprasse uma prestadora de serviços da Petrobras, a Astromarítima, que aluga embarcações para exploração de petróleo no mar. Em abril de 2014, quando a informação veio à tona, o J&F disse que o negócio não prosperou.


Costa atuava como consultor da Astromarítima, num pré-contrato de 13 de novembro de 2012 com comissão de 5% em caso de o negócio ser fechado, o chamado “success fee”.


A planilha encontrada no computador de Costa lista 81 contratos firmados pela consultoria Costa Global, do ex-diretor, e cita outros negócios. Intitulada “Contratos assinados – Costa Global”, ela tem oito campos em que estão listados os negócios do ex-diretor da Petrobras. Os itens das colunas trazem o “Nº do contrato”, “Empresa”, “Pessoa de Contato”, “Data da assinatura”, “Valor mensal”, “Validade”, “% de success fee” e “Status”.


O penúltimo item diz respeito à comissão por valor de negócio fechado e o último informa se o contrato foi finalizado, está em aberto ou traz observações pontuais.


‘ASSINADO’
Um dos contratos em vigor da planilha era com o grupo controlador da Friboi. O contrato de número “14” da lista está em nome da “J&F” e é de 10 de dezembro de 2012. Ele tinha validade de cinco anos e previa o pagamento de 2,5% de comissão nos negócios fechados. No item status foi anotado “assinado e trocado (p.s.: sem firma reconhecida)”.


Não há indicação, na planilha, sobre o motivo da consultoria. O grupo J&F sustenta que se tratava do mesmo negócio que veio a público em abril do ano passado: as negociações para a compra da Astromarítima.


Costa confessou à Justiça Federal os crimes em troca de redução de pena. Ele admitiu que as consultorias via Costa Global eram usadas para recebimento de dinheiro não declarado e de propina atrasada do período em que foi diretor (2004-2012), em depoimento prestado em ação penal que corre em Curitiba, no Paraná


DEPÓSITOS
O grupo empresarial também já havia aparecido nos autos da Lava Jato a partir de depósitos de R$ 800 mil da JBS (frigorífico do grupo) em nome de uma empresa fantasma investigada na operação. Outros itens que fazem parte da lista de indícios que colocam o J&F sob suspeita são mais anotações de Costa em sua agenda pessoal, de 2012 e 2013, com registro de reuniões e contratos com representantes do grupo empresarial.


Nela, a PF achou pelo menos três registros dos negócios envolvendo os nomes “J&F”. Em uma delas, Costa anotou “J&F 29/10/12”. Ao analisar a anotação manuscrita, os agentes escreveram “indica ser Grupo JBS – Friboi e Banco Original (banco que pertence ao grupo)”.


Logo abaixo estão anotados porcentuais que, para a PF, são as comissões dos envolvidos. “Success fee 3% J&F 3% empresa”. Ao lado está anotado “75% Paulo 25% Franklein”. “Franklein” é, segundo os investigadores, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, executivo da OAS preso no dia 14 de novembro por suspeita de integrar o cartel que abastecia o esquema de corrupção e propina na Petrobras. À PF, Medeiros negou atos ilícitos


ENERGIA
Outra anotação de Costa diz respeito a um negócio na área de energia que o Grupo J&F tornou público em 2012. Era a tentativa de compra do Grupo Rede, dono de usinas geradoras de energia pelo País, que acabou não se concretizando. “J&F fez proposta de compra do Grupo Rede Energia que inclui dívida de R$ 5,7 bi (nove distribuidoras)”, escreveu Costa na agenda.


Naquele ano a J&F tentava comprar os ativos do Grupo Rede. Na ocasião, o consultor da J&F, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, anunciou que o grupo tinha interesse “em todos os ativos do Grupo Rede”. O negócio não se efetivou.

Eduardo Cunha contesta a Folha e diz que nunca levou dinheiro de Youssef


Cunha diz que mora em outro condomínio e o depoente se equivocou


Deu no iG
O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), negou nesta quarta-feira qualquer envolvimento com o doleiro Alberto Youssef ou com seus auxiliares, como o ex-policial federal denominado “Careca”, conforme suspeita o Ministério Público Federal (MPF) após aprofundamento das investigações da “Operação Lava Jato”.


Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que a Procuradoria quer fazer um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Cunha por suspeitas de que ele foi favorecido pelo esquema de desvio de recursos da Petrobras.


Depoimentos tomados até o momento apontam que Cunha poderia ter recebido dinheiro do esquema do ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como “Careca”. Esse dinheiro supostamente foi entregue no apartamento de Cunha, no Rio de Janeiro.


Por meio de uma nota oficial, o líder do PMDB da Câmara disse que essa informação seria uma clara tentativa de atacar a sua candidatura à presidência da Câmara. Ele disse ainda não admitir ser designado “como suspeito”. “Não conheço o cidadão citado pela Folha, nunca o vi na vida, bem como não conheço o patrão dele, o tal doleiro”, afirmou Cunha.


CANDIDATURA
“Simplesmente, é um verdadeiro absurdo a divulgação de forma irresponsável de um conteúdo inverídico, cujo objetivo é, obviamente, buscar me igualar a outros envolvidos no caso. Isso é, claramente, uma tentativa política de atacar a minha candidatura para criar constrangimentos que só beneficiam os contrários a mim”, prosseguiu Cunha em nota oficial.


Cunha, que está em viagem ao Acre com uma comitiva de funcionários, tem demonstrado indignação com a citação dele no escândalo da Lava Jato. Desde outubro, ele vem sendo citado e sempre negou sua ligação com Alberto Youssef. Cunha tentou obter os autos da investigação da Lava Jato para preparar sua defesa. Ele, inclusive, contratou um advogado especificamente para cuidar desse caso.


DEPOENTE NÃO CONFIRMA
Na nota oficial, Cunha sustenta que durante os depoimentos, “Careca” não confirma categoricamente o envolvimento de Cunha no escândalo da Petrobras. “Fui informado que durante o depoimento foi mencionado que ele teria entregue determinada quantia em um condomínio que, reforço, não é o em que resido. O depoente teria dito durante o depoimento que supostamente ouviu dizer que é o meu endereço, mas que entregou ao proprietário do imóvel. O mais grave: o depoente teria dito que não pode afirmar que sou eu”, aponta Cunha.


“Não devo e nada temo. O fato não existe e tampouco há acusação. Isso é única e exclusivamente uma tentativa torpe de envolver meu nome para criar constrangimento”, afirma o líder do PMDB na Câmara.



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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
A Polícia FederalParte superior do formulário e o Ministério Público agora têm obrigação de elucidar o caso. Se “Careca” não entregou o dinheiro no apartamento de Cunha, é preciso saber quem mora no imóvel onde a propina foi entregue.Não se pode é aceitar que o erro de um depoente bagunce uma investigação séria e necessária. (C.N.)

Por que Dilma não revela quais são os ‘inimigos externos’ da Petrobras?


Juan Arias
El Pais



A presidente Dilma Rousseff em seu discurso de posse perante o Congresso fez uma afirmação grave, uma das mais importantes de seus 40 minutos de discurso, e que causou perplexidade. Falou que existem “inimigos externos” que conspiram contra a Petrobras, a grande petroleira brasileira hoje sofrendo grande humilhação da Justiça e da Polícia Federal por ter sido descoberto em seu interior o maior escândalo de corrupção política e empresarial da democracia. E garantiu que está disposta a combatê-los.


Não revelou, no entanto, quem são esses famosos inimigos que decidiram causar a crise na importante petroleira. Por que esse silêncio?


Fez bem, Dilma, em tecer os elogios à que já foi a joia da coroa da indústria brasileira fora e dentro do país. Fez bem em prometer que deseja extirpar o câncer que corrói a Petrobras, que tem, entre os diretores e gestores nomeados por ela ou seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, alguns que estão na prisão acusados de ter subtraído da empresa bilhões de dólares para alimentar o partido do governo ou partidos aliados, além de terem enriquecido pessoalmente, como estão revelando os interrogatórios da Justiça.


POPULISMO
Ocorreu, porém, um lapso grave da presidente em seu discurso, como puseram em evidência os analistas políticos, no fato de ter mantido o silêncio e suspense em relação a esses misteriosos “inimigos externos” da Petrobras.


É estranho porque a tentativa de lançar sobre inimigos externos os males de um governo costuma ser patrimônio de democracias frágeis, inseguras, dominadas por populistas ou ditadores incapazes de fazer autocrítica de seus erros.
Não é o caso do Brasil, que, como a própria presidente destacou, goza de uma democracia onde funcionam com liberdade os três poderes e todas as instituições.


Os cidadãos brasileiros e todos os que têm ações da empresa, que perdeu 60% de seu valor, têm o direito, portanto, em respeito à democracia que desfrutam, de conhecer quem são esses inimigos de fora da Petrobras que os levaram a perder parte de seu patrimônio.


INIMIGOS INTERNOS
Pelo que até agora estão descobrindo tanto a Polícia Federal como os promotores e juízes federais por meio dos interrogatórios e das delações premiadas, esses inimigos ficaram aninhados durante anos dentro da empresa, foram escolhidos pelo governo, às vezes para agradar aos partidos aliados, e eles mesmos estão revelando que o demônio que tentou a Petrobras estava dentro, muito dentro, e não fora.


Nenhum deles, nem sequer os empresários opulentos que faziam seus cambalachos com a empresa para obter benefícios –altos dirigentes que continuam na cadeia –, acusou nenhum inimigo externo pelos males que prejudicaram a Petrobras e a levaram a perder valor e prestígio.


Já que a presidente preferiu o silêncio sobre esse enigma dos “inimigos externos”, cabe imaginar que poderia referir-se, por exemplo, aos meios de comunicação que trouxeram a públicos os escândalos hoje confirmados pelos juízes.


IMPRENSA LIVRE
A liberdade da mídia, porém, de trazer a público os escândalos do poder não só não pode ser vista como “inimiga” da Petrobras, mas, pelo contrário, como um estímulo a mais para ajudar o governo a corrigir os graves casos de corrupção, cada vez mais numerosos e graves.


Quantos desses escândalos teriam ficado ocultos para sempre, impunes, sem a colaboração dos meios de comunicação, cuja missão em uma democracia é a de ser uma das instituições que vigiam o poder? A experiência nos ensina que poucos, talvez nenhum, dos casos de corrupção denunciados pela imprensa brasileira nos últimos 20 anos eram falsos.


Teríamos conhecido o escândalo do mensalão sem a ajuda da imprensa? Ou o do metrô de São Paulo e, agora, o da Petrobras, sem as revelações da mídia?
Outra hipótese é que Dilma poderia estar se referindo à oposição, como se fosse ela que desejasse a privatização da Petrobras, para tirá-la do controle público.



No entanto, a acusação da oposição foi que os governos do Partido dos Trabalhadores (PT) já estavam “privatizando” a Petrobras ao terem-na transformado em um tesouro político de família, para melhor poder usá-la por razões pouco republicanas em vez de ser uma empresa a serviço da nação.


INIMIGOS EXTERNOS?
Que países estariam, por exemplo, interessados em atentar contra a Petrobras se muitas empresas deles mesmos já trabalham ativamente com ela e, provavelmente, estão surpresos e incrédulos vendo a petroleira agitando-se em um mar de corrupção sem que nem sequer tenha sido substituída sua presidenta e seus responsáveis mais imediatos?


Dilma deve aos cidadãos que lhe depositaram sua confiança e aos que não o fizeram, já que todos são brasileiros, uma explicação plausível sobre esses inimigos que seriam responsáveis, do exterior, mais do que internamente pela catástrofe da Petrobras.


A presidente, ao estrear em seu novo mandato faria um grande bem à sociedade, e fora dela, se revelasse com nome e sobrenome esses que, segundo ela, estariam, de fora da Petrobras, tentando destruir a empresa da qual depende em boa parte a recuperação de nossa economia ferida. Não teriam os brasileiros o direito de saber?


(artigo enviado por Edson Elcelc)

Petrobras comprou equipamentos inúteis e tomou prejuízo de R$ 1 bilhão


Flávio Ferreira


Folha
Auditoria interna da Petrobras sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) aponta que a estatal comprou equipamentos antes de definir o modelo de negócio e a estrutura de produção da refinaria, o que gerou um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão gasto para evitar a deterioração de aparelhos e unidades sem uso.


Parte do maquinário adquirido inclusive não será mais utilizada, e agora a Petrobras estuda se será possível aproveitar os equipamentos em outras unidades.


Na investigação, funcionários da Petrobras apontaram “pressões” das diretorias de Serviços e Abastecimento da estatal, então chefiadas respectivamente por Renato Duque e Paulo Roberto Costa, investigados na operação Lava Jato, para acelerar as aquisições e obras do Comperj.


A apuração também apontou irregularidade na maior contratação citada no relatório, no valor de R$ 3,8 bilhões, feita pela Petrobras sem concorrência pública com o consórcio TUC, formado pelas empresas Odebrecht, UTC e Toyo.


Essas empreiteiras também são alvo da Lava Jato pela suposta formação de cartel e foram incluídas pela Petrobras em lista de empresas temporariamente impedidas de contratar com a estatal.


COMPRAS ANTECIPADAS
A comissão da Petrobras concluiu o relatório em novembro e enviou o trabalho para a força-tarefa da Lava Jato no mês seguinte.


A auditoria apontou que as compras de equipamentos e obras de unidades começaram em abril de 2010, “enquanto ainda era discutido o modelo de negócios para as utilidades e para a unidade de geração de hidrogênio, essenciais para a entrada em operação da refinaria”.


A estatal prevê que o Comperj comece a produzir em agosto de 2016. Para preservar os equipamentos adquiridos e ainda sem uso, a estatal gastou mais de R$ 1 bilhão.


A comissão relatou que na apuração “logo atraíram a atenção os relatos de pressões por prazo à área de Engenharia” pelas diretorias chefiadas por Duque e Costa.


Tal fato levou ao descompasso entre as contratações e as reais necessidades de cada fase de implantação da refinaria, segundo a apuração.


SEM CONCORRÊNCIA
A contratação sem concorrência pública do consórcio TUC, formado por empreiteiras investigadas na Lava Jato, foi para a implantação das unidades de geração de vapor e energia, tratamento de água e efluentes do Comperj.


A investigação apontou irregularidade no fato de a contratação direta ter sido feita sob a justificativa de urgência, em 2011, em um momento em que havia grande indefinição sobre os prazos de conclusão da refinaria.


O relatório aponta “evidências no sentido de que os gestores não possuíam, na época da contratação, a segurança necessária no cronograma do Comperj que justificasse a contratação direta”. Duque, Costa e outros quatro diretores foram responsabilizados pelas irregularidades nas contratações.


Segundo a auditoria, “as falhas de gestão, problemas de planejamento e de coordenação na execução do projeto podem ter contribuído para facilitar a ocorrência de eventuais ações criminosas” sob apuração na Lava Jato.


ESCALÕES SUPERIORESOs ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Paulo Roberto Costa afirmaram que contratações apontadas como irregulares em auditoria sobre o Comperj foram aprovadas em escalões superiores da estatal.


A Petrobras não se manifestou sobre as conclusões de sua apuração interna.
Por meio de nota, Duque afirmou que os contratos do Comperj foram aprovados de forma colegiada pela diretoria executiva da Petrobras, após receberem parecer favorável do departamento jurídico da companhia.


O advogado de Costa, João Mestieri, disse que o relatório mostra que “a auditoria foi feita de um modo que ignora o processo de aprovação de contratos na Petrobras”.


CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Segundo Mestieri, todas as contratações são decididas pelo conselho de administração da estatal, e os diretores atuam apenas como consultores para as deliberações.


Em nota, a construtora Odebrecht afirmou que desconhece o teor da auditoria da Petrobras e que “todos os contratos de prestação de serviços conquistados pela Odebrecht foram pautados nas normas e leis vigentes”.


“A Odebrecht reitera que não participou ou participa de qualquer cartel e está, como sempre esteve, à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos”, de acordo com a nota.


A UTC afirmou em nota que “não pode se manifestar sobre documentos dos quais não tomou conhecimento oficial e integralmente”.


Procuradas pela reportagem, a Petrobras e a Toyo não se manifestaram.

Fugindo do PT?Nasa já descobriu mais de mil planetas iguais à Terra, onde pode existir vida


Nasa só pesquisou menos de 0,25% do universo


Salvador Nogueira


Folha


Usando dados do telescópio espacial Kepler, da Nasa, astrônomos americanos anunciaram a descoberta de nada menos que oito novos planetas de pequeno porte localizados na chamada zona habitável de suas estrelas. Trata-se da região do espaço onde a incidência de radiação seria favorável à preservação de água em estado líquido na superfície. Essa é a posição que a Terra ocupa em nosso Sistema Solar, o que faz supor que pelo menos alguns desses novos planetas possam ser de fato amigáveis à vida.


O anúncio acaba de ser feito durante a reunião da Sociedade Astronômica Americana (AAS) e adensa a coleção de planetas descobertos pelo Kepler potencialmente similares à Terra. O resultado também marca um outro recorde para o satélite, que com as novas adições já ultrapassa a marca dos mil planetas encontrados. Não custa lembrar que o telescópio espacial fez essas descobertas todas apontado fixamente durante quatro anos para um cantinho do céu que equivale a míseros 0,25% do total da abóbada celeste, entre as constelações Cisne e Lira.


(Em uma nova fase desde o ano passado, por conta de um defeito em seus giroscópios, o Kepler foi rebatizado K2 e agora investiga diferentes regiões do céu ao longo das constelações do zodíaco. Aguarde, portanto, outras descobertas empolgantes para o futuro.)


Dos oito novos planetas, um deles, batizado Kepler-438b, tem tamanho apenas 12% maior que o da Terra. Em termos de porte, ele é tão parecido com o nosso mundo quanto o Kepler-186f, que, talvez você se lembre, inaugurou uma nova era na busca por exoplanetas no ano passado. Ele foi o primeiro planeta com dimensões similares às da Terra (seu diâmetro era apenas 11% maior) descoberto na zona habitável de outra estrela que não fosse o Sol.


UMA SUPERTERRA
A estrela-mãe do Kepler-438b é uma anã vermelha, astro menor e menos brilhante que o nosso Sol localizado a 470 anos-luz daqui. O planeta em questão completa uma volta em torno dela a cada 35 dias, e a radiação estelar que chega a ele é 40% maior do que a que banha a Terra. (Para efeito de comparação, Vênus, que virou um inferno escaldante por sua proximidade com o Sol, recebe o dobro da radiação incidente sobre nosso planeta.)


Nesse sentido, o planeta mais interessante da nova leva é o Kepler-442b, a 1.100 anos-luz de distância. Ele tem um diâmetro cerca de 30% maior que o da Terra, de forma que já entra numa classificação diferente, como uma “superterra”. Ainda assim, um estudo apresentado na reunião da AAS por Courtney Dressing, astrônoma do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, mostra que planetas até 50% maiores que a Terra tendem a ter uma composição de ferro e silicatos. Ou seja, são mundos rochosos, como o nosso, apesar do tamanho avantajado.



E o Kepler-442b em particular recebe de sua estrela-mãe, uma anã laranja um pouco menor do que o Sol, cerca de dois terços da radiação que a Terra ganha do Sol. Segundo os cálculos dos astrônomos liderados por Guillermo Torres, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, e por Douglas Caldwell, do Instituto SETI, com esse nível de radiação, ele tem 97% de chance de estar na zona habitável de sua estrela.


Só para comparar, o festejado Kepler-186f, do ano passado, recebe um terço da radiação solar que incide na Terra.


CANDIDATOS

Hoje os pesquisadores do satélite Kepler também apresentaram uma atualização dos resultados gerais obtidos pelo telescópio durante seus quatro anos de operação. Garimpando os dados, eles encontraram mais 554 candidatos a planeta, que vêm a se somar aos 4.183 candidatos da parcial anterior.


É uma medida importante do tamanho do sucesso da missão, apesar de sua interrupção abrupta pela falha com os giroscópios. Estima-se que cerca de 90% dos “candidatos” sejam planetas de fato, mas para verificar isso os cientistas precisam usar técnicas de análise que confirmem a descoberta.


O Kepler detecta planetas ao observar pequenas reduções no brilho das estrelas conforme um mundo orbitando ao seu redor passa à frente dela, com relação ao satélite.



Medindo o tamanho da redução de brilho, o tempo de duração e a periodicidade, é possível estimar o tamanho e a órbita do planeta. Mas diversos fenômenos, como manchas estelares ou a presença de outra estrela próximo, podem gerar falsos positivos.



Daí a necessidade de uma segunda análise caso a caso após a primeira peneirada dos “candidatos”.



No caso dos oito novos planetas na zona habitável, a equipe de Torres e Caldwell usou um programa de computador chamado Blender, que introduz diversos falsos positivos nos dados e procede com uma análise estatística sobre as detecções. Com isso, conseguiram determinar com confiança superior a 99% de que são realmente para valer.