segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Previsões econômicas pioram a cada dia e confirmam a paralisia de um governo corrupto e incompetente

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UCHO

dinheiro_94Efeito retardado – Repetindo o que ocorreu em 2013, quando as previsões econômicas estavam ladeira abaixo, as projeções do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano estão em processo idêntico de anorexia.



De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (12), os economistas das cem maiores instituições financeiras em funcionamento no País apostam em crescimento de 0,40% do PIB, contra 0,50% da previsão anterior. Há quatro semanas, a expectativa do mercado financeiro em relação ao crescimento da economia em 2015 era de 0,69%.




Os números divulgados no Boletim Focus mostram que nem mesmo os novos integrantes da equipe econômica forma capazes de recobrar o animo do mercado, cada vez mais desconfiado em relação às medidas que serão adotadas para reverter a crise que chacoalha o Brasil em todos os quadrantes.



Para 2016, a expectativa do mercado é mais otimista, de expansão do PIB na casa de 1,80%, índice da semana anterior e que foi mantido agora. Há um mês, as apostas de crescimento da economia no próximo ano eram de 1,90%.




Inflação subindo
Contrariando os discursos da equipe econômica, principalmente do presidente do BC, Alexandre Tombini, o Boletim Focus trouxe uma previsão desanimadora na seara da inflação. Para os especialistas, neste ano e no próximo a inflação oficial deve continuar em movimento de alta.



Há dias, Tombini afirmou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado pelo governo para medir a inflação, subiria nos primeiros meses deste ano, mas que entraria em período de declínio mais adiante, encerrando 2016 no centro da meta (4,5%).



Os economistas do mercado financeiro entendem que o IPCA deve encerrar este ano em 6,60%,contra 6,56% da previsão anterior. Para 2016 a aposta é que o IPCA feche em 5,70%, índice mantido pela sétima semana consecutiva.



Dólar em alta
Despertando a atenção do mercado financeiro e da população nas últimas semanas, o dólar, segundo os especialistas, deve encerrar o ano valendo R$ 2,80. Essa alta da moeda norte-americana dificultará o trabalho da equipe econômica para levar a inflação para o centro da meta (4,5%).



Com a indústria brasileira vivendo um sistemático calvário e o custo da produção subindo cada vez mais, em especial por causa das tarifas de energia, a importação de insumos e produtos trará problemas à economia.



Crise pela frente
Quando convidou Joaquim Levy para assumir o Ministério da Fazenda, a presidente reeleita Dilma Rousseff tinha em mente recolocar a economia nacional nos trilhos, algo que será muito mais difícil do que planejado.



Entre as muitas estratégias que analisou, Levy deu ênfase ao corte de despesas e ao simultâneo aumento da arrecadação, o que significa majorar alguns impostos. Acontece que a alta da carga tributária, mesmo que setorizada, não produzirá o efeito esperado, pois consumir será mais difícil do que em 2014, que não foi um ano dos melhores em termos econômicos. Haja vista o pífio crescimento do PIB, que deve ficar em mísero 0,18%.

Preço do petróleo cai mais uma vez, inviabiliza o pré-sal e deixa a educação à beira do caminho

UCHO

petroleo_26Calvário anunciado – Ao perceber que seu primeiro governo começava a naufragar, a reeleita Dilma Rousseff apelou ao imponderável e vinculou os investimentos na Educação aos dividendos do pré-sal. 



Aliás, os recursos oriundos das profundezas marítimas passaram à condição de solução definitiva para os muitos problemas brasileiros. Tanto é assim, que a saúde pública acabou pegando carona em projeto de lei, aprovado no Congresso Nacional, que partilha entre ambos os setores [Saúde e Educação] o dinheiro advindo do milagroso pré-sal.



Quando o governo brasileiro, à época comandado por Lula, começou a abusar da gazeta no rastro das novas reservas petrolíferas, o UCHO.INFO não demorou a afirmar que qualquer lucro do pré-sal demandaria tempo e dependeria dos preços do petróleo no mercado internacional.




Em longa conversa com geólogos da estatal, o editor do site descobriu que o pré-sal só seria viável economicamente se o preço do petróleo no mercado internacional estivesse acima de US$ 80 o barril. Isso porque cada barril de petróleo extraído do pré-sal custa entre US$ e US$ 70.




O governo brasileiro e a diretoria da Petrobras sempre souberam disso, mas preferiram embarcar no ufanismo, enganando mais uma vez a opinião pública nacional, que acreditou que o pré-sal seria a salvação da pátria. 




Nesta segunda-feira (12), o petróleo foi comercializado em Londres e Nova York abaixo dos US$ 50 por barril, cotação considerada recorde. Isso significa que as empresas que formaram um consórcio para explorar o pré-sal estão pagando para tirar petróleo das profundezas do oceano. O segmento petróleo é um negócio de médio e longo prazos, mas nenhuma empresa será capaz de sangrar o caixa em um cenário de incertezas.




Especialistas afirmam que a trajetória de queda do preço do petróleo no mercado internacional deve continuar por algum tempo, o que significa que no mesmo período o pré-sal brasileiro será um péssimo negócio. Há algumas razões para a queda na cotação do petróleo, mas a principal delas e a decisão da Arábia Saudita de aumentar a produção do produto como forma de encurralar os Estados Unidos, que passaram a explorar as jazidas de xisto por meio de processo conhecido como fraturamento hidráulico.





Para a economia global a decisão da Arábia Saudita, principal membro da OPEP, é positiva, pois viabiliza novos investimentos em diversos setores, mas para os que apostaram no pré-sal brasileiro é uma ducha de água fria. 



No âmbito da Petrobras, a queda do preço do petróleo no mercado internacional é uma faca de duas pontas. Por um lado a estatal brasileira gastará menos na importação de combustíveis, decisão tomada na esteira da redução do IPI que incide sobre automóveis. Por outro, a Petrobras perde dinheiro porque além de exportar petróleo, precisa desembolsar mais recursos para bancar a exploração do pré-sal.




A situação da Petrobras é tão crítica em termos financeiros, que a direção da empresa estuda a possibilidade de vender lotes de sua participação no consórcio do pré-sal para fazer caixa. Isso porque o Petrolão é mais uma invenção da elite direitista e da imprensa golpista



Enquanto o mercado internacional de petróleo desce a ladeira e a Petrobras tenta equilibrar suas combalidas finanças, a educação brasileira continuará na fila à espera de investimentos oficiais que melhorem a qualidade do ensino no País.



Um dia, Lula achou que poderia circular pelo planeta como “xeique tupiniquim” do petróleo. Mais adiante, Dilma, a especialista em energia, acreditou que a incerteza do pré-sal era a solução da vergonhosa educação nacional.



Enquanto nada disso produzia resultados, a bandidagem oficial aproveitou para saquear os cofres da Petrobras no embalo do maior escândalo de corrupção da história verde-loura. Em qualquer país minimamente sério, Lula, Dilma Rousseff e Maria das Graças Foster estariam presos e com os bens indisponíveis. No Brasil…

Depois de uma vida pública no PT, Marta Suplicy abre fogo e diz que partido quer “poder pelo poder”


Publicado por em 12 janeiro, as 20 : 58 PM Print
Depois de uma vida pública no PT, Marta Suplicy abre fogo e diz que partido quer “poder pelo poder”
Nada como um dia após o outro…


A entrevista da senadora Marta Suplicy (PT) ao jornal O Estado de S.Paulo, na qual ela critica a presidente Dilma Rousseff e abre fogo contra o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e contra o presidente do PT, Rui Falcão, gerou “indignação” e um profundo mal estar entre parlamentares e dirigentes do partido.



Para petistas, Marta demonstra “mágoa”, ignora espaços conquistados dentro da legenda e demonstra estar pavimentando sua saída do PT com o objetivo de disputar a prefeitura de São Paulo em 2016.



“É uma entrevista muito ruim para o partido. Essas vaidades, colocando os interesses pessoais acima do partido, prejudicam muito. A militância vê isso com muito maus olhos”, resumiu o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice. “Eu lamento. A Marta teve todas as portas abertas no PT e sempre galgou os cargos que ela almejou. Ela não deveria ficar chutando dessa forma. Não deveria jogar para cima tudo o que o partido lhe proporcionou”, acrescentou o deputado federal Vicente Cândido (SP).



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Em entrevista publicada neste domingo (11), a senadora e ex-ministra da Cultura chama Mercadante de “inimigo do Lula” e “candidatíssimo” a presidente em 2018. Sobre Falcão, alega que ele “traiu o partido e o projeto do PT”.



Marta tampouco poupa a gestão Dilma e argumenta que “não se engendraram as ações necessárias quando se percebeu o fracasso da política econômica liderada por ela”. “Em 2013, esse fracasso era mais do que evidente”, disse Marta. Ela encerrou fazendo um alerta: “ou o PT muda ou acaba.”



O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) avalia que Marta carrega uma “mágoa” por ter sido preterida nas escolhas do partido nas últimas eleições para o governo de São Paulo e para a prefeitura da capital. “Na política, não se pode ter ranço ou raiva. Ela está procurando um pretexto para se separar (do PT)”, afirmou.



O deputado Vicente Cândido (SP), por sua vez, disse que Marta tem responsabilidade pelos vícios do PT apontados por ela na entrevista e deveria atuar para resolvê-los internamente. “Qualquer outro partido que ela for não será melhor do que o PT na inserção social. O PT é isso por responsabilidade de todos e também dela. Principalmente de quem teve cargo de destaque, como foi o caso dela”.



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Cândido também criticou o relato feito por Marta sobre o movimento que pregou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lugar de Dilma.



Marta foi a principal articuladora do “Volta, Lula” e, na entrevista, sugere que o ex-presidente incentivou em alguns momentos o prosseguimento das conversas.


“A Marta tem o cálculo errado. Muita gente queria o Lula de volta, mas isso dependia de um gesto da Dilma. Duvido que, se a Marta estivesse no lugar da Dilma, ela faria esse gesto, de retirar o time de campo”, afirmou o deputado. (Ricardo Della Coletta/AE, com edição de Revolta Brasil)



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Um dos jornais mais respeitados do mundo diz que Brasil está na “corda bamba” e pode contaminar outros emergentes


Publicado por em 12 janeiro, as 20 : 53 PM Print
Um dos jornais mais respeitados do mundo diz que Brasil está na “corda bamba” e pode contaminar outros emergentes
O ano ainda está começando mas as previsões não são para se comemorar. 



O crescimento baixo da economia deve continuar, pelo menos, segundo o relatório FOCUS, divulgado pelo Banco Central, que prevê um crescimento praticamente nulo para 2015. Segundo o relatório o PIB brasileiro deve ter um crescimento de 0,4 % este ano. Projeção que já caiu desde o ultimo mês, que previa um crescimento de 0,7% no PIB deste ano.



O Jornal Financial Times destacou os péssimos resultados da economia brasileira e, em análise econômica feita pelo Blog do F T, Beyond Brics, analisou o fato de que o país pode levar outros países emergentes a derrocada econômica. 



Segundo o blog – “é uma forma de mau agouro que marca um ano que não só será extremamente importante para o Brasil, como também para o resto dos emergentes.




(…) um choque de juros pode ser propagado para outras classes de ativos e até mesmo outras economias muito rapidamente”, conclui o artigo de Morgan Stanley, para o Blog do Jornal Financial Times.




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Delegados e procuradores não temem anulação da Lava Jato



Vasconcelo Quadros
iG São Paulo


“O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça estão pasmos com o volume desviado”, diz o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro. O esquema operado na Petrobras é responsável pelo desvio de R$ 10 bilhões, montante que levou o ministro Gilmar Mendes, do STF, a afirmar que diante da Lava Jato, o mensalão deveria ser tratado pelo juizado de pequenas causas.



Esta declaração de Mendes foi incorporada ao parecer do procurador Manoel Peçanha, que defendeu a prisão preventiva do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UCT e apontado como o número 1 do cartel que dominou os contratos bilionários com a Petrobras, O argumento do procurador foi de que a prisão preventiva serviria de estratégia para forçar novos acordos de delação premiada.



O delegado Marcos Leôncio Ribeiro afirma que a defesa está atarantada também porque as instituições de combate aos crimes econômicos e financeiros amadureceram. “Nós aprendemos com as outras operações e agora tem um juiz que conhece profundamente como funciona a corrupção. Sergio Moro dá segurança à operação”, afirma, não vendo possibilidade de dar certo a estratégia da defesa, que vai pedir a anulação da operação Lava Jato.



CASTELO DE AREIA
O representante dos delegados federais diz que a defesa tem tentado adotar a mesma estratégia aplicada para anular a Operação Castelo de Areia, um esquema que envolvia empreiteiras que aparecem agora também, mas não tem conseguido porque a força tarefa da Lava Jato age com cautela e técnica para robustecer as provas. “É um jogo que não tem mais surpresas.



A gente aprendeu. Não somos ingênuos e a população está acompanhando”, afirma.



Na mesma linha, o procurador Alexandre Camanho de Assis, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), sustenta que as provas indicam que não há chances de anulação. Lembra que todos os atos foram autorizados pelo judiciário dentro da legalidade. “As alegações da defesa fazem parte do jogo. São artifícios estratégicos. As provas são robustas e a investigação está impecável. O esquema criminoso está cercado”, diz ele.



DELAÇÃO PREMIADA
Entre os especialistas, o dado novo, com o qual defesa e acusados não contavam e nem estavam preparados para enfrentar, é o efeito devastador da delação premiada no caso Petrobras e sua perspectiva para um ajuste de contas com a corrupção sistêmica no aparelho estatal.



“A delação é o paradigma de uma nova cultura jurídica. Substituirá um sistema de conflito pelo de consenso, de negociação entre advocacia e a justiça. A decisão de Paulo Roberto Costa deve se tornar viral e, assim, pode ajudar o estado a recuperar os recursos públicos desviados”, avalia Luiz Flávio Gomes.



Estimativas modestas, segundo ele, apontam que anualmente escorre pelos ralos da corrupção o equivalente a 1,5% do PIB brasileiro, uma montanha de recursos ilícitos que tanto alimenta a corrupção no varejo da política quanto o fragilizado modelo republicano brasileiro.

Até agora a Folha, que noticiou a mentira, publicou desmentido: advogado de Youssef nega entrega de dinheiro para Anastasia.



O desmentido foi publicado no Estadão às 17:28. Até 19:03 nada foi publicado na Folha.
 
 
 
Integrantes da equipe de defesa do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, devem apresentar até esta quarta-feira, 14, petição na Justiça Federal do Paraná em que contestam a informação de que ele teria determinado ao policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como 'Careca' a entrega de dinheiro ao ex-governador de Minas Gerais Antônio Anastasia (PSDB) e ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os defensores, contudo, admitiram nesta segunda que o doleiro  pediu que o agente da PF entregasse R$ 1 milhão em Minas Gerais, sem especificar qual foi o destinatário. 
 
 
 
"Vamos esclarecer que isso é uma criação e não tem relação com o meu cliente. Youssef não conhece o Anastasia nem o Eduardo Cunha e não fez negócio com os dois. Ele nunca deu dinheiro para o Eduardo Cunha nem para o Anastasia. Se alguém deu não foi ele", afirmou ao Broadcast Político o advogado de defesa Antônio Basto Figueiredo, que se reuniu com o doleiro nesta manhã. 
 
 
 
O defensor, contudo, admitiu que houve um pedido de Youssef para que Careca entregasse R$ 1 milhão em Minas Gerais, Estado governado até o ano passado por Anastasia. Ele não soube precisar para quem e quando foi entregue a quantia e, tampouco quando pedido foi feito ao policial. 
 
 
 
Em depoimento à PF, Careca afirmou que essa quantia foi repassada ao tucano, que nega ter recebido o valor. "Meu cliente deu dinheiro a ele para entregar em Minas Gerais. Mas em momento algum meu cliente soube ou tinha relacionamento com o Anastasia. Agora se o Jayme Careca tem alguma coisa a informar, de que o destino do dinheiro foi o Anastasia, cabe a ele provar isso".

Fabio Motta/Estadão
O nome do senador Antônio Anastácia foi citado durante as investigações da Lava Jato
 
 
 
Líder do esquema investigado pela Lava Jato, Youssef foi preso no ano passado e decidiu colaborar com a Justiça e contar o que sabe em uma delação premiada ao Ministério Público Federal. "Sentimos que há interesse em desconstruir as colaborações no processo, em desacreditar. Não podemos deixar que haja esse tipo de ventilação sob pena de prejudicar as colaborações. 
 
 
 
Não podemos permitir que interesses políticos ou de terceiro minem a credibilidade do meu cliente. Ele não conhece o Eduardo Cunha, nunca teve pedido do Eduardo cunha, não sabe nada a respeito de entregar dinheiro para o Eduardo Cunha assim como para o Anastasia", ressaltou o advogado de Youssef. 
 
 
 
O doleiro já terminou de prestar seus depoimentos ao MPF no âmbito da delação e a expectativa é de que Procuradoria-Geral da República entre com novos pedidos de investigação no Supremo com base nas informações do doleiro.

ATUALIZANDO às 21:22 - Às 19:43 a Folha desmentiu a mentira que publicou. Clique aqui.  
 
 

Carlos Chagas. UM GOVERNO DESEQUILIBRADO





Publicado: 6 de janeiro de 2015 às 0:00 - Atualizado às 13:18

Parece inegável faltar equilíbrio ao governo Dilma, neste início do segundo mandato. O ministério afinal composto carece de unidade e de um roteiro de ação. Não há plano diretor ou programa para a maioria dos ministros executarem. Assim, vão preferindo ficar em silêncio diante da necessidade de orientar os subordinados. Aliás, sem saber direito quais escolherão e quais cairão de paraquedas em seus gabinetes.



A equipe econômica, reduzida à troika Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini, responde diretamente à presidente da República, como ficou claro no grotesco episódio em que o ministro do Planejamento precisou desmentir-se nos novos cálculos do salário mínimo, que anunciou e engoliu depois de admoestado pela chefe. Aloizio Mercadante não dará palpites na política econômica, mas monitora os demais ministros do setor, inclusive Katia Abreu, da Agricultura, Armando Monteiro, do Desenvolvimento e Guilherme |Afif, da Pequena e Média Empresa, entre outros conservadores. 



A Casa Civil também terá influência relativa sempre que cuidar do diálogo com o Congresso, teoricamente nas mãos de Pepe Vargas, das Relações Institucionais. 




Miguel Rosseto, da Secretaria Geral, não se contentará com os sindicatos e as organizações da sociedade civil, mas aguarda a luz verde no semáforo plantado na soleira de seu escritório. Eduardo Braga, das Minas e Energia, recebeu o conselho de afastar-se da Petrobras, a ele subordinada, enquanto George Hilton, dos Esportes, está banido da organização das Olimpíadas de 2016.



Não teria fim a lista de bate- cabeças entre os 39 ministros e suas funções, excluídos, é claro, aqueles que nenhuma relação tem com os setores pelos quais deveriam responder. A situação dos supérfluos é menos aguda do que a dos ministros de primeira classe, mas nem por isso mais tranquila.



No meio da confusão indaga-se qual será o primeiro a pedir as contas ou a receber bilhete azul, disposta a maior parte da equipe a nem passar pela porta do palácio do Planalto. Até com a certeza de que não serão convidados a entrar.



Conforme o português castiço, um governo sem equilíbrio é um governo desequilibrado.

Carlos Chagas. MERCADANTE É CANDIDATO



Publicado: 5 de janeiro de 2015 às 0:00 - Atualizado às 23:06

A  passagem do Lula por Brasília, para a cerimônia da segunda posse de Dilma, resumiu-se ao abraço que deu na presidente da República, logo depois dela subir a  rampa do Planalto.



Assim como chegou, partiu: meteoricamente. Deixou de  assistir a  nomeação dos novos ministros para não cumprimentá-los, ficando evidente não ser esse o time  dos seus sonhos. Continuará à disposição da sucessora, mas de longe.  Se não for procurado, não tomará a iniciativa de procurar. A tutela parece esmaecida e o distanciamento tem um nome: chama-se Aloísio Mercadante.



O chefe da Casa Civil, nas funções de primeiro-ministro de Dilma, vem trabalhando há tempos para afastar a influência do ex-presidente no governo,  acometido pelo que se pode chamar de “síndrome do José Dirceu”.




Manobra para vir a ser o candidato em 2018, e conseguiu afastar do núcleo mais denso do poder alguns  esteios do Lula, como  Jacques Wagner, exilado no ministério da Defesa, Ricardo Berzoini, com a bomba da regulação social da mídia pronta para explodir em suas mãos, no ministério das  Comunicações, mais  Marco Aurélio Garcia, cada vez mais afastado  da política externa,  e Gilberto Carvalho, turbinado para a estratosfera.



É evidente ser muito cedo para armar a equação anti-Lula, ainda que Mercadante recite todas as manhãs o velho  provérbio árabe, de que “bebe água limpa quem chega primeiro na fonte”. Na medida em que os ministros venham a passar pelo  seu gabinete, antes,  depois ou mesmo sem ter   despachado  com a presidente Dilma, o novo “capitão do time” ampliará seu arco de influência. Conta com o apoio de Pepe Vargas, das Relações Institucionais, para dialogar  com o Congresso, e de Miguel Rosseto, na Secretaria Geral, antípoda de Gilberto Carvalho.



Em suma, as preliminares estão sendo colocadas, mesmo diante do imponderável. Pelo que se ouve, o Lula está disposto a cultivar o PT a partir de suas bases, dedicando especial atenção às  eleições municipais de 2016 e estimulando a renovação de seus quadros. O desgaste do partido ficará por conta do governo Dilma.




OS OCULOS DE TANCREDO
A história já foi contada mas merece ser repetida. Tancredo Neves viajava pelo país, pouco antes de ser eleito presidente da República. Estava assegurada sua vitória sobre Paulo Maluf, no Colégio Eleitoral, mas importava marcar sua presença em todo o território nacional.  Os vôos, em jatinhos fretados pelo PMDB, eram longos, quando candidato aproveitava para cochilar. Ao seguir do Rio para Fortaleza, ia com ele Francisco Dornelles, já escolhido ministro da Fazenda, muito preocupado com a situação econômica.



Naquele dia, levava minucioso estudo sobre a política cambial, que passou a Tancredo pedindo sua leitura atenta. Eram  mais de cem páginas, que o candidato folheou, depois depositou  na poltrona ao lado, lamentando: “que pena. Esqueci os óculos”.



Dornelles passou uma reprimenda no chefe, dizendo que ele deveria ter diversos  pares de óculos, um no bolso, outro na pasta, um terceiro em casa e outro no escritório.  Com cara de culpado pelo esquecimento, Tancredo fechou os olhos e disse que tentaria dormir um pouco. 



Não se passaram dois minutos e o futuro ministro, fingindo repousar, estava de olho em Tancredo, que flagrou botando  a mão  no bolso,  tirando os óculos e pedindo  a um assessor: “major, passe-me os jornais”.  Dornelles achou melhor não protestar. Conhecia bem as manhas de Tancredo…

ABERTO O SACO DE MALDADES


Carlos Chagas
Publicado: 4 de janeiro de 2015 às 0:00 - Atualizado às 22:39

O que significa a proposta anunciada pelo novo ministro do Planejamento,  de novas regras para o salário  mínimo? Com perdão palavra, é trolha que vem  por aí. Como sempre, penalizando os pobres e os humildes, no caso, quem consegue sobreviver com 788 reais por mês.




Pois vai ficar pior.  Segundo Nelson Barbosa, os reajustes do salário mínimo ainda serão superiores à inflação…



Dá para traduzir ajuste fiscal como algo diferente do que aumentar impostos? É o que também se prevê, assim como cortes  nas despesas sociais.  Jamais, é claro, nos recursos destinados a pagar juros ou a saldar débitos externos.




Num estalar de dedos o país toma conhecimento do que será o segundo mandato de Dilma Rousseff,  porque apesar das promessas de não recuar um  milímetro na preservação dos direitos sociais, a presidente assinou medida provisória cortando pela metade o abono salarial, o salário  desemprego, o auxílio doença, as pensões pela morte de um cônjuge e até os benefícios para os pescadores proibidos de pescar.




Vale aguardar  mais peças do conteúdo  do saco de maldades aberto pelo novo governo todos os dias, começando na véspera da posse e seguindo impávido no rumo da desconstrução de uma sociedade mais justa.  Calaram as  forças que poderiam opor-se a esse massacre do PT aos sindicalistas.




As oposições parlamentares  nada farão, pelo menos até que o esbulho  se estenda às classes privilegiadas.  Enquanto isso, com as exceções de sempre, os ministros recém-nomeados batem cabeça, reconhecendo nada ter a ver com os setores para os quais foram escolhidos. É constrangedor citá-los.  Mais responsáveis do  que eles e os partidos que os impuseram será a presidente da República, que os nomeou.



No capítulo da corrupção,  com ênfase para o escândalo na Petrobras, chega a ser hilariante a explicação de que deveu-se a uns poucos maus funcionários e à pressão de forças externas. Estas sempre existiram,   aqueles integram a parte visível da quadrilha que ocupou o poder para transformá-lo na caverna do Ali Babá, não obstante os protestos do já agora ex-ministro Gilberto Carvalho em seu canto de cisne.



Ladrões existem, são identificados e continuarão agindo à luz do dia, pertençam ao PT, ao PMDB, ao PP, PR  e penduricalhos. Logo depois de sua primeira posse,  Dilma conseguiu livrar-se de seis ministros envolvidos na roubalheira, mas quatro anos depois eles tinham voltado a influir no governo, diretamente ou  através de prepostos. Participaram ativamente da montagem do segundo ministério.



Outra vez a conta da  incúria vai para os menos favorecidos e, em pouco tempo, atingirá a  classe média.  Trata-se de uma questão de tempo saber onde a corda se romperá.

Reeleição de corruptos e o ‘paradoxo do brasileiro’





Luiz Flávio Gomes
Publicado: 12 de janeiro de 2015 às 11:12

Por que os brasileiros abominam os políticos corruptos e frequentemente os reelegem? Por que 250 mil paulistas reelegeram Paulo Maluf, mesmo depois de ele ter sido, na Suíça, o protagonista involuntário (“Sr. Propina”) de uma propaganda contra a corrupção mundial?


Suely Campos (PP) se tornou governadora de Roraima porque seu marido (ex-governador Neudo Campos) foi barrado pela Lei da Ficha Limpa (foi preso e declarado improbo judicialmente). Assumiu o cargo e nomeou 19 parentes para vários cargos públicos. Juntos receberão R$ 398 mil por mês. Nepotismo deslavado. Justificou-se dizendo “ser prática comum na história de Roraima [na verdade, faz parte da história do Brasil]“.



Nota-se que ela está cumprindo o que prometeu na campanha: “Implementarei políticas para mulheres, para jovens, crianças e também para a família”.



Mais uma expressão dosistema hiperviciado brasileiro (veja Oliveiros S. Ferreira, Teoria da Coisa Nossa), que criou um Estado com um lado monstruoso caracterizado pela plutocracia (Estado governado ou influenciado por grandes riquezas), cleptocracia (Estado cogovernado por ladrões) e genocidiocracia (Estado que pratica ou tolera a violação massiva – e normalmente impune – dos direitos fundamentais, direta ou indiretamente voltada para o extermínio de pessoas predominantemente pertencentes a etnias ou classes sociais desfavorecidas).




O “paradoxo do brasileiro” é uma provocação à lógica. Não há brasileiro que não esteja indignado com “tudo isso que está aí” (corrupção, roubalheira nos órgãos públicos, financiamentos eleitorais indecentes, morosidade da Justiça etc.). Os padrões de convivência civilizada sempre estão deteriorados. O moderno convive com o arcaico.



Fabricamos aviões e ainda contamos com 13 milhões de analfabetos (e 3/4 da população são analfabetos funcionais). Os serviços públicos são indecentes. As humilhações, consequentemente, são constantes. O brasileiro anda descontente, angustiado, indignado e revoltado com a situação do país, com a corrupção, com os políticos desonestos, com as falsas promessas, com o nepotismo, fisiologismo (troca de favores e benefícios) e tantas outras coisas.




Todos com quem conversamos querem mais ética e mais justiça, menos inflação, mais igualdade, mais eficiência no serviço público; mais ordem, mais segurança, mais hospitais, mais médicos. Cada um de nós protesta, reclama, amaldiçoa, abomina, critica.



Individualmente não concordamos com “nada do que está aí”. Temos a crença e o sentimento de que somos pessoalmente muito melhor do que essa bandalheira que grassa pelo país afora. Ninguém aceita, ninguém está de acordo com o mar de lama, o deboche e a vergonha da vida pública e comunitária que nos aflige.



Coletivamente, no entanto, o resultado final de todos nós juntos é tudo isso que está aí (esse é o “paradoxo do brasileiro”, desenvolvido por Eduardo Giannetti, Vícios privados, benefícios públicos?: 12 e ss.). Pessoalmente (e no plano dos discursos: orais ou nas redes sociais) somos (e vendemos) a imagem do que gostaríamos de ser (honestos, probos, íntegros, avançados, progressistas, amistosos, cordiais etc.). Discursamos sempre de acordo com essa imagem.



 Coletivamente não somos nada (ou somos muito pouco) dessa imagem que gostaríamos de ser. É por isso que o todo é muito menos que a soma das partes. Se o produto final (nós como um todo) é horroroso, indecente, indolente, mal-afamado (a classe política nada mais é que uma síntese ou espelho da sociedade que temos), como isso pode acontecer, se nos nossos discursos somos éticos, exemplares, leais, cordiais e probos?




Por que discursamos como suecos civilizados e nossa sociedade como um todo é, em termos civilizatórios, tão indecente, tão aberrante, tão brasileira? Por que discursamos como os melhores motoristas do mundo e o resultado final são 45 mil mortos por ano no trânsito, milhares de aleijados, mais de meio de milhão de feridos? Por que bradamos por honestidade e reelegemos Maluf, Renan, Sarney e tantos outros políticos declaradamente desonestos?



Eduardo Giannetti (citado) explica: “A auto-imagem de cada uma das partes – a ideia que cada brasileiro gosta de nutrir de si mesmo – não bate com a realidade do todo melancólico e exasperador chamado Brasil. Aos seus próprios olhos, cada indivíduo é bom, progressista, e até gostaria de poder ‘dar um jeito’ no país.



Mas enquanto clamamos pela justiça e eficiências, enquanto sonhamos, cada um em sua ilha, com um lugar no Primeiro Mundo, vamos tropeçando coletivamente, como sonâmbulos embriagados, rumo ao Haiti. Do jeito que a coisa vai, em breve a sociedade brasileira estará reduzida a apenas duas classes fundamentais: a dos que não comem e a dos que não dormem. O todo é menor que a soma das partes.



O brasileiro é sempre o outro, não eu”. Nisso reside uma amostra da psicologia moral brasileira. Que é volúvel. Há momentos de ufanismo com o país (“abençoado por Deus e bonito por natureza”). Narcisismo inveterado. Fora dele, quanto mais a situação do país piora, mais cultivamos nossa auto-imagem (de impoluto, honesto a toda prova, probo, altaneiro).



E quanto mais incrementamos nossa auto-imagem individual, mais o coletivo se afunda na bandalheira, na roubalheira. Mais reelegemos os políticos reconhecidamente corruptos. Esse é o “paradoxo do brasileiro”.

Delator da Lava Jato confirma propina e pede perdão à Justiça

O executivo Julio Gerin Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, pediu perdão à Justiça. Em resposta à acusação que sofre por crime contra o sistema financeiro, corrupção ativa e 64 operações de lavagem de dinheiro (número de transferências efetuadas para o exterior), Julio Camargo, por meio de sua defesa, sustenta que prestou "inconteste e eficaz" colaboração que justificaria a concessão do benefício.



Camargo escancarou em sua delação premiada um dos capítulos mais emblemáticos da Petrobras - a intensa atuação do cartel de empreiteiras que se apoderou de contratos bilionários da estatal petrolífera. Em sua defesa, ele afirma ter pago US$ 30 milhões em propinas para Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na Diretoria de Área Internacional da Petrobras.




Segundo a Procuradoria da República, o ex-diretor de Internacional da estatal, Nestor Cerveró, foi um dos destinatários desse dinheiro. Em sua delação premiada, Camargo declarou que a propina foi de US$ 40 milhões. Na defesa agora entregue à Justiça Federal ele corrigiu o valor para US$ 30 milhões.




A Procuradoria denunciou Camargo, Cerveró e Baiano à Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato. Camargo prestou consultoria para a japonesa Toyo em 2012 e foi um dos responsáveis por aproximá-la da Setal Óleo e Gás (SOG).
Ele declarou que a propina foi paga na contratação de sondas de perfuração para águas profundas na África e no Golfo do México. Parte do dinheiro passou pela GFD Investimentos, empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, personagem chave da Lava Jato.




Na resposta à acusação, a criminalista Beatriz Catta Preta, que defende Julio Camargo, esclarece que ele "repassou, a título de propina, aproximadamente US$ 30 milhões e não US$ 40 milhões como consta de sua declaração em sede de colaboração".




"Somando-se os pagamentos em reais e dólares, diretamente ou por intermédio de Alberto Youssef, o sr. Julio Camargo repassou, a título de propina, a Fernando Soares, aproximadamente US$ 30 milhões e não US$ 40 milhões", informa Beatriz Catta Preta.




A advogada anota que a correção do valor só foi possível após ter acesso a todos os documentos bancários que, na época em que Camargo fez a delação, ainda não haviam sido entregues de forma completa pelo The Winterbotham Merchant Bank.




Ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, Catta Preta pede perdão para o executivo. "São critérios objetivos para a concessão do perdão judicial ao réu colaborador a identificação dos demais coautores ou partícipes da ação criminosa, a localização da vítima com a sua integridade física preservada, a recuperação total ou parcial do produto do crime, gravidade objetiva e a repercussão social do crime", assinala a advogada Beatriz Catta Preta.




A advogada destaca que "para a concessão do benefício (perdão judicial) basta o cumprimento de um ou mais dos requisitos elencados". A criminalista anota que "para que seja possível a aplicação do instituto o julgador deverá fazer uma análise acerca da personalidade do agente (colaborador), natureza, circunstâncias, gravidade e a eficácia da colaboração".




Como alternativa, a defesa de Camargo sugere à Justiça Federal que lhe seja aplicada a pena "acordada no Termo de Colaboração Premiada", homologada pelo juiz Sérgio Moro - pena privativa de liberdade em regime aberto por pelo menos 3 anos, não superior a 5 anos, iniciando-se o seu cumprimento a partir do trânsito em julgado da primeira condenação. Beatriz Catta Preta arrolou quatro testemunhas de defesa, uma delas residente no Japão, outra na Coreia.




Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasília



Em doses suaves, novo chanceler tentará revalorizar Itamaraty

Ao se sentar na cadeira do Barão de Rio Branco, fundador da diplomacia do Brasil republicano, o embaixador Mauro Vieira enfrentará a agenda interna mais pesada para o Ministério das Relações Exteriores nos últimos 20 anos.


Habituado ao trabalho nos bastidores e à sombra das principais autoridades da casa, Vieira não encontrará maior desafio do que convencer a presidente Dilma Rousseff a observar o Itamaraty com apreço e a listar a política externa brasileira entre as prioridades de seu segundo mandato.



De seu gabinete, Vieira não desencadeará mudanças abruptas na política externa nem confrontos com seus pares no exterior ou na Esplanada. Nada será abandonado - como a política Sul-Sul - e tudo será considerado - como a retomada das relações entre Brasil e Estados Unidos -, avisam seus antigos colaboradores. Dele não se ouvirá declarações agressivas nem manifestações de irritação ou atitudes revanchistas. A mudança, se houver, se dará em doses suaves.




O Itamaraty tradicionalmente reflete a personalidade do chanceler. Sob a liderança de Vieira, parecerá mergulhado em águas mornas, enquanto o novo ministro e seus principais auxiliares atuarão silenciosamente nos bastidores do governo e no exterior. Um velho observador de sua carreira o define como um "peixe de águas profundas".




Não à toa, Vieira escolheu dois colaboradores diretos de sua total confiança e de ampla aceitação pela casa. O embaixador Sérgio Danese, um dos mais experientes e preparados de sua geração, será o secretário-geral das Relações Exteriores - segundo cargo da hierarquia do Itamaraty. O chefe de gabinete de Vieira será o embaixador Júlio Bitelli, que atuou na equipe que escrevia os discursos de Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto e, mais tarde, na de Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.




Danese e Bitelli trabalharam com Vieira na Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Nos últimos anos, Danese conduzia a Subsecretaria das Comunidades Brasileiras no Exterior, e Bitelli era embaixador em Tunis (Tunísia). O trio terá a missão de recuperar o orçamento do Itamaraty neste período de ajuste nas contas públicas.




Celso Lafer, ex-chanceler de FHC e de Itamar Franco, sublinha ser Mauro Vieira um diplomata experiente, com bom conhecimento da casa, e ter vindo do comando das duas mais importantes embaixadas brasileiras - Buenos Aires, de 2004 a 2010, e Washington, de 2010 ao fim de 2014. "Mauro conhece os ambientes político, social e econômico do País, o que é um ativo importante para o reposicionamento e a valorização do Itamaraty."




Surpresa
Dilma surpreendeu todos os implicados diretamente na escolha de seu chanceler em 31 de dezembro, véspera da posse de seu segundo mandato. O então ministro Luiz Alberto Figueiredo esperava permanecer no posto, mas foi frustrado apenas 30 minutos antes do anúncio oficial do nome de Vieira. O ministro da Defesa, Celso Amorim, contava com uma recondução à cadeira de Rio Branco, com as bênçãos de Lula, e não escondeu sua decepção na cerimônia de transmissão do cargo, no dia 2.




Mauro Vieira, por sua vez, aspirava o posto de Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais desde 2003, que não pretendia continuar no governo no segundo mandato de Dilma. Ao ser chamado a Brasília, no dia 31, deduziu que sua missão seria acompanhar o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, representante de seu governo na posse. Mas foi nomeado chanceler.




A decisão de Dilma, na leitura de um embaixador experiente, revelou sua habilidade para descartar a sugestão do ex-presidente Lula sem desapontá-lo totalmente. Nem ao favorito do líder petista. Vieira é tido em alta conta por ambos.




O chanceler é leal amigo de Amorim há mais de 30 anos. Em 1985, quando foi designado secretário executivo adjunto do Ministério de Ciência e Tecnologia, Vieira resgatou Amorim do ostracismo ao sugerir seu nome ao então ministro da pasta, Renato Archer. Amorim assumiu o posto de secretário de Assuntos Internacionais, no qual se manteve até 1988.



Em 2003, ao ser nomeado chanceler pela segunda vez - a primeira fora com Itamar Franco -, Amorim designou Vieira como chefe de gabinete, mesmo depois de ele ter exercido a mesma função com os embaixadores Osmar Chohfi e Luiz Felipe Seixas Corrêa, os últimos secretários-gerais das Relações Exterior do governo FHC.




O ex-chanceler também foi o responsável pela nomeação de Vieira como embaixador em Buenos Aires - decisão avalizada por Lula. Ao ver abortado seu projeto de continuar no posto no primeiro mandato de Dilma, no fim de 2010, Amorim indicou Vieira para Washington.




O posto estaria vago com a designação do embaixador Antônio Patriota para o comando do Itamaraty. Na época, a permanência de Vieira na capital americana foi avaliada como temporária. Vieira e Patriota não tinham um convívio fácil. O embaixador, porém, assumiu essa posição estratégica por quatro anos.




Garcia ficou no governo e deverá manter sua influência na formulação de políticas para a América Latina. Mas caberá a Vieira conciliar a sobrevivência do Mercosul à necessidade, destacada por Dilma em seu discurso de posse, de ampliar a inserção comercial do Brasil. Ele dificilmente se chocará com Garcia nessa tarefa.



O assessor de Dilma foi uma das autoridades petistas cativadas pelo chanceler: era seu hóspede frequente quando embaixador na Argentina.




Tanto em Brasília como em Buenos Aires e em Washington, Vieira valeu-se do que mais soube fazer ao longo de sua carreira: cativar figuras relevantes para sua atuação e montar uma rede de contatos de primeira qualidade.Na capital argentina, tornou-se interlocutor frequente do casal Kirchner e dos governadores de províncias - todas visitadas por ele. Em Washington, teve o mesmo cuidado de explorar os contatos com governadores estaduais e em circular pelo Capitólio.




Sua atuação nos EUA, porém, foi prejudicada pelo desinteresse da presidente no aprofundamento das relações bilaterais. "O desempenho de Mauro Vieira refletiu a política brasileira sobre os EUA, desinteressada em maior cooperação e em projetos conjuntos", afirmou Peter Hakim, presidente honorário do Diálogo Interamericano.



"É mais fácil ser um Rubens Barbosa no governo de FHC do que um Vieira no governo de Dilma", completou, referindo-se ao embaixador brasileiro em Washington entre 1999 e 2004, gestão que deu prioridade à política externa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




Fonte: Estadão Conteúdo Jornal de Brasília

Charlie Hebdo Próximo número do Charlie Hebdo terá caricaturas de Maomé


O TEMPO

O Charlie Hebdo "dos sobreviventes", elaborado na sede do jornal Libération, terá uma tiragem de 3 milhões de exemplares e será "traduzido para 16 idiomas"


Próxima edição do Charlie Hebdo terá tiragem de três milhões


 
PUBLICADO EM 12/01/15 - 18h52 


AFP
O próximo número do Charlie Hebdo, preparado pelos sobreviventes do sangrento atentado contra o jornal, em Paris, criticará, como de hábito, políticas e religiões, e incluirá caricaturas de Maomé, informou o advogado da publicação nesta segunda-feira.



"Evidentemente", respondeu Richard Malka ao ser perguntado sobre a possibilidade de haver desenhos do profeta no número que estará disponível a partir de quarta-feira nas bancas. "Não cederemos em nada, senão tudo isto não faria sentido", acrescentou.



O Charlie Hebdo "dos sobreviventes", elaborado na sede do jornal Libération, terá uma tiragem de 3 milhões de exemplares e será "traduzido para 16 idiomas", informou nesta segunda-feira o médico e cronista Patrick Pelloux.
No dia seguinte às manifestações que levaram para as ruas de várias cidades francesas quase quatro milhões de pessoas, em repúdio aos atentados e em defesa da liberdade de expressão, os autores do próximo número mantêm firmemente sua linha editorial.



"Rimos de nós mesmos, das políticas, das religiões, é um estado de ânimo", disse o advogado.



Em 2006, o Charlie Hebdo reproduziu as caricaturas de Maomé, cuja publicação no jornal dinamarquês JyllandsPosten desencadeou violentos protestos. A partir de então, o jornal satírico francês sofreu um incêndio criminoso e várias ameaças.



Os dois jihadistas que mataram 12 pessoas na sede do jornal, na semana passada, saíram gritando, "Vingamos o profeta! Matamos o Charlie Hebdo!".



Para Richard Malka, "nunca temos o direito a criticar um judeu por ser judeu, um muçulmano por ser muçulmano, um cristão por ser cristão, mas podemos dizer tudo o que quisermos, as coisas mais horríveis, e as dizemos sobre o cristianismo, o judaísmo e o Islã, porque além da unidade dos belos lemas, esta é a realidade do Charlie Hebdo".



O número de quarta-feira está sendo preparado exclusivamente por membros da equipe do jornal e não incluirá desenhos de cartunistas externos que publicaram incontáveis esboços em homenagem às vítimas depois do atentado.
Nos Estados Unidos, o Clube de Imprensa de Los Angeles anunciou que o jornal receberá este ano o prêmio Daniel Pearl à coragem e à integridade jornalística. O anúncio foi feito na presença dos pais do jornalista americano, assassinado em 2002 no Paquistão.



"Nenhum ato terrorista deve frear a liberdade de expressão. Dar o prêmio Daniel Pearl ao Charlie Hebdo é uma forte mensagem neste sentido", anunciou em um comunicado o presidente do clube de imprensa local e apresentador do canal NBC4, Robert Kovacik.



O editor-chefe do jornal, Gerard Biard, disse se sentir "profundamente honrado" em receber este tributo. "Evidentemente, vamos aceitá-lo", afirmou.


O prêmio será entregue pelos pais de Pearl, Ruth e Judea, em 28 de junho, durante um jantar no hotel Biltmore de Los Angeles.


Nas últimas edições, o prêmio recompensou o correspondente da emissora NBC Richard Engel pela cobertura em conflitos no Oriente Médio; Bob Woodruff, ferido em 2006 quando fazia reportagens sobre a guerra no Iraque, e a jornalista russa assassinada Anna Politkovskaya.


"Choramos e estamos unidos ao povo francês e com as famílias das vítimas do massacre de Paris", afirmaram Ruth e Judea no mesmo comunicado.
"Os corações valentes do Charlie Hebdo protegeram nossa liberdade durante várias décadas. Agora, nosso dever é proteger sua visão para as próximas gerações", acrescentaram.



Comentario



Se vc tivesse um filho mongoloide ou sujeito a ter convulsões vc o ensinaria a guiar? O forçaria a conduzir um carro em uma rua movimentada? Provavelmente não.Brincar com o fanatismo dos muçulmanos é não respeitar as idiossincrasias e limitações de raciocínio deles.É forçar pessoas com serias limitações de raciocínio a aceitarem o que para elas é inaceitável.Por que, para que forçar a barra?  Democracia é aceitar todas as pessoas com as limitações que elas tem.É entender as diferenças...E respeita-las.

América Latina, um negócio da China


Marcos Troyjo
A história e a geografia conferiram a impressão de que Brasil e EUA sempre gozariam de enorme liderança e influência sobre a América Latina.




O Brasil permaneceu política e territorialmente “uno” após a independência. O legado colonial espanhol estilhaçou-se em várias repúblicas. A escala da economia brasileira comparada à dos vizinhos, bem como sua enorme área e população, também convidam à ideia de uma liderança “natural”.




Já os EUA, com sua dramática ascensão econômica ao longo dos século 19 e 20 e a elevação ao status de superpotência com o fim da Segunda Guerra Mundial, tinham na América Latina seu “hemisfério”. Quantas vezes se ouviu que a região era “quintal” de Washington?




Nesta semana, contudo, o Fórum China-Celac formaliza em Pequim a progressiva diminuição da importância relativa de Brasil e EUA para a América Latina.




A China emerge como principal referência geoeconômica de países –como Argentina, Venezuela e Equador– que Brasil e EUA acreditavam compor sua preponderante esfera de projeção de negócios.




Xi Jinping acena com investimentos de US$ 250 bilhões para a região nos próximos dez anos. Sugere que seu comércio com a América Latina alcançará US$ 500 bilhões em 2025.




Nicolás Maduro, em meio à pindaíba venezuelana, sai de Pequim com cheques que somam US$ 20 bilhões. Rafael Correa volta a Quito trazendo no bolso US$ 7,5 bilhões em empréstimos e linhas de crédito.




IMPORTÂNCIA GEOESTRATÉGICA
Ademais, o presidente equatoriano asseverou no fórum, para regozijo de representantes dos 33 países da Celac e anfitriões, que a equação financiamento chinês x commodities latino-americanas é de “importância geoestratégica”.




Mesmo que os EUA quisessem, hoje é inimaginável competir com a irrefletida fascinação que a América Latina nutre pela China.




Além disso, a atual governança nos EUA impede reeditar empréstimos ou outros compromissos governo a governo comuns durante a excepcionalidade da Guerra Fria.




Mas o maior símbolo de “satelitização” de um país latino-americano à China se dá agora com aquele sempre considerado pelo Brasil como grande ponto focal de sua política externa: a Argentina.




A ARGENTINA CAI NA REDE
No apagar das luzes de 2014 –e, segundo o chanceler argentino, Héctor Timerman, para não chegar de mãos abanando ao encontro da Celac na China–, o Senado do país aprovou na última sessão do ano ambicioso tratado sobre investimentos industriais e infraestrutura. O acordo oferece a Pequim acesso prioritário a energia, mineração, transporte, agropecuária e outros setores-chave na Argentina.




Muitos desses negócios serão fechados na visita de Estado de Cristina Kirchner a Pequim, em março. Isso se dá sem nenhuma coordenação com Brasília e em detrimento do interesse de empresas do Brasil.



Ao contrário do que o Brasil elege como estratégia econômica externa –negociação a partir do Mercosul e tolerância a melindres argentinos–, Buenos Aires alça seu voo solo com os chineses. Com isso, dilapida ainda mais o sonho brasileiro de liderança regional.

A depressão causada pelo futuro incerto desta cleptocracia


Vittorio Medioli
O Tempo




Recebi coincidentemente três mensagens nos últimos dias de pessoas que declaram não ter comemorado tradicionalmente a passagem de ano. Não encontraram motivos de alegria para prolongar a noitada. Sentimento de melancólica tristeza, apreensão e incerteza.



São eles uma parte deste mundo verde-amarelo, captando as radiações do momento nacional. Que motivo têm de ter orgulho nacional? Quebra de autoestima brota das circunstâncias reais.



Confesso que, pela primeira vez na vida, eu também, um otimista contumaz, um desabrido enfrentador de dificuldades, não comemorei como de costume a passagem de ano. Arrumei um jeito de ficar sozinho, olhando da varanda para o céu, rezando. Sem copo e sem champanhe. Rezando para este mundo de jovens que vem aí. Rezando para que aconteça algo que alimente a esperança, a última a morrer.



Não tenho o que reclamar para mim, nada me falta, minhas exigências pessoais vão se encolhendo a cada ano, assim como se afunila o horizonte de vida. Peço a Deus que me evite a dor, mantenha minha mente lúcida e a vista suficiente para ler e aprender. Que mantenha o cálice amargo afastado, o resto é prêmio.



RESPONSABILIDADE
Mas no papel de pai, de condutor de empreendimentos, como gerador de empregos que envolvem famílias, feitas de gente, me assombro com tantas dificuldades. Uma situação a cada dia mais complexa, ninguém neste país fala de descomplicar, leis enganosas para sugar de quem trabalha e transferir para encastelados e corruptos instalados no topo da pirâmide do poder.




Já surge em muitos o sentimento da greve civil, deixar de pagar impostos para emparedar os governantes à moralidade. Mas isso também é ilusório e complicado. Entretanto, a não violência e a desobediência aos tiranos fizeram de Gandhi o maior político de todos os tempos.




Eu sou da geração que vestiu a camisa com flores, os jeans coloridos, usou cabelos compridos, adorava Bob Dylan, viajava de moto e dormia em qualquer lugar sem sentir desconforto. Um dos tantos que tinham no orientalismo uma referência. Quer saber como? Leia a biografia de Steve Jobs nas “loucuras juvenis”, que fizeram dele uma personalidade valiosa para este planeta.




ADEUS ÀS ILUSÕES
Eu posso me dar luxos que já não me interessam, me sinto um Qoelet, me espelho no Eclesiastes, perdi as ilusões dos brilhos efêmeros do meio-dia. Prefiro as cores tênues do pouso do sol, aquelas que permitem ver com suavidade. Eu vou à praia quando os outros voltam e fico até o sol cair, sentindo a brisa sem protetor solar.



Prefiro de um Fiatzinho assistir ao desfile de carrões e me sentir seguro de não ser assaltado.



Felicidade não se mede em Ferraris na garagem ou no salão de casa, felicidade é não sentir falta de algo que não temos.



“Per aspera ad astra”, como sustentou Pietro Ubaldi, o caminho do sofrimento é o mais curto. Impérios se ergueram na capacidade de sacrifício, na seriedade e duraram até o momento em que os princípios éticos predominaram na condução do destino de uma sociedade.



NUMA CLEPTOCRACIA
Nada disso enxergamos hoje por perto, menos ainda no horizonte. Daí quem tem percepção costuma se encolher e ficar espectador do inevitável.



O Brasil está corroído pelo “bizantinismo burocrático”, que vem sempre associado ao imperar da corrupção. Democracia se transforma em cleptocracia. De um mensalão que desviou R$ 300 milhões se passa a um petrolão que amealhou R$ 21 bilhões.



Se a progressão é essa, e a sociedade não tem como conter o avanço da imoralidade, pode-se prever que Sodoma e Gomorra serão incineradas muito em breve.



Tem esperança de evitar uma catástrofe? Gostaria sinceramente de enxergá-la.