segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Dilma tem boas razões para temer um impeachment: metade da população a considera desonesta, falsa e mentirosa.


Pesquisa Datafolha revela que poucos brasileiros ainda confiam em Dilma. A deterioração política, três meses e meio depois do segundo turno, só é comparável à do governo Collor, que acabou sofrendo impeachment. Dois terços da população estão desalentadas com o governo. Imagine-se como a situação ficará com os tarifaços que vêm por aí. Não é preciso ser pessimista para dizer que Dilma corre sério perigo de não concluir o mandato:


Segundo o Datafolha, Dilma obteve a primeira nota vermelha (4,8) após quatro anos no governo e uma campanha vitoriosa pela reeleição. A perda de prestígio da presidente se verifica mesmo nas faixas de renda em que encontra mais eleitores.

Metade dos que ganham até dois salários mínimos consideravam seu governo ótimo ou bom em dezembro, e agora são 27% -23 pontos de queda em dois meses.

As más novas se acumulam em todas as frentes: escândalo na Petrobras, piora das perspectivas da economia, aumento do pessimismo na população, restrição de benefícios sociais e uma estiagem que ameaça apagar as luzes e secar as torneiras.

O tema da corrupção, impulsionado pelo combustível do Petrolão, rivaliza com a saúde pública como principal problema do país. Cravou 21% das preferências dos entrevistados pelo Datafolha, contra 26% da saúde.

O mensalão vicejou no governo Luiz Inácio Lula da Silva, mas em seus dois mandatos não mais que 9% dos brasileiros apontavam o desvio de dinheiro público como mal maior. Agora, a corrupção se avizinha do pódio.

A presidente não se livra de responsabilidade perante a população. Segundo o Datafolha, 77% dos entrevistados acreditam que ela tinha conhecimento da corrupção na Petrobras. Para 52% ela sabia dos desvios e deixou continuar; para outros 25%, sabia e nada pôde fazer.

Quase metade (47%) dos brasileiros a consideram desonesta, além de falsa (54%) e indecisa (50%). A imagem deteriorada alcança correligionários. Entre petistas, 15% falam em desonestidade e 19%, em falsidade.

MENTIRAS

Não há tanto o que estranhar, quando se tem em mente que seis de cada dez entrevistados consideram que Dilma mentiu na campanha eleitoral. Para 46%, falou mais mentiras que verdades (25% em meio a petistas). Para 14%, só mentiras.

Se na época do segundo turno só 6% achavam que a situação econômica do próprio entrevistado iria piorar, hoje são 26%. Como 38% acreditam que ficarão na mesma, conclui-se que o desalento contagia 2/3 da população.

E isso num momento em que o tarifaço, o aumento do desemprego e dos juros e a recessão nem se materializaram completamente. (Leia aqui a matéria completa).
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Em breve, Brasil no escuro. É outra grande obra petista.


Dilma tenta esconder a desgraça, aumenta as tarifas, mas o fato é que as regiões Sudeste e Centro-Oeste correm sério risco de sofrer a falta de energia elétrica. É o inferno: sem água e sem luz. Acendam as velas. Editorial do Estadão:

Embora o governo continue tentando esconder a crise, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) - encarregado de acompanhar as condições de abastecimento e atendimento do mercado de energia elétrica no País - reconheceu que o risco de faltar luz passou do limite de tolerância de 5% e alcançou 7,3% nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste.
O risco maior e as previsões de que as chuvas continuarão insuficientes para elevar o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas levaram o governo a liberar o uso pleno da usinas termoelétricas, mais poluentes e de custo operacional mais caro. Isso implicará mais aumento nas contas de luz do que os já previstos. O governo advertiu o consumidor, por meio do sistema de bandeiras adotado no início do ano, de que as contas vão subir - para fevereiro, vigora a bandeira vermelha, que indica acréscimo de R$ 3 por 100 kWh consumidos. Não contente, vai elevar para R$ 5,50 (mais 83%) o valor a ser adicionado à conta com a bandeira vermelha.
Nem assim, porém, estará inteiramente afastada a possibilidade de faltar energia, pois, mesmo com as termoelétricas funcionando a todo vapor, o risco nas regiões mais afetadas pela seca continuará acima do limite de segurança.
Em nota, o CMSE afirmou que o sistema está "estruturalmente equilibrado", citou ampliações ou construção de hidrelétricas, linhas de transmissão e subestações e garantiu que há "sobra estrutural de cerca de 7.300 megawatts médios para atender à carga prevista". Além disso, acrescenta a nota, o Sistema Interligado Nacional, que tem a função de assegurar o fornecimento de energia elétrica em qualquer ponto do território nacional independentemente da localização da usina geradora, "dispõe das condições estruturais para o abastecimento de todo o País".
Ou seja, mesmo tendo reconhecido que o risco de faltar energia ultrapassou o limite de segurança, e tendo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinado o "despacho pleno" (ou o uso da capacidade total) das usinas térmicas, o CMSE afirma que não há problemas no setor. Repete, assim, o comportamento do governo Dilma Rousseff, que não reconhece as crises que se avolumam à sua frente.
Além das evidências físicas da crise - como o baixíssimo nível das represas que abastecem as hidrelétricas e a consequente redução do ritmo de sua produção -, o governo dispunha, desde maio do ano passado, de um instrumento formal para, reconhecendo a existência do problema, tomar providências para pelo menos evitar seu agravamento. Mas, decerto inspirado em cálculos político-eleitorais, nada fez.
Auditoria feita no início de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) "encontrou fortes indícios de que a capacidade de geração de energia elétrica no País se configura estruturalmente insuficiente para garantir a segurança energética", como afirmam os auditores.
Entre as causas da "insuficiência estrutural", o TCU apontou falhas no planejamento da expansão do sistema, superestimação da capacidade das usinas, indisponibilidade de parte do sistema de geração térmica e atraso de obras.
Por isso, determinou ao Ministério de Minas e Energia que, em 90 dias, encaminhasse um plano de trabalho para a elaboração de estudos sobre as várias modalidades de geração de energia elétrica e os planos para sua utilização de modo a compatibilizar a segurança no abastecimento, o cumprimento da legislação ambiental e a economicidade do sistema.
Como nada disso foi feito, o TCU determinou, na quarta-feira passada, que, no prazo de 10 dias, o Ministério de Minas e Energia "se manifeste sobre o risco de a geração de energia elétrica não atender à demanda durante o exercício de 2015". Além disso, o governo deve enviar uma descrição detalhada das medidas que adotou para a redução do consumo de energia desde o surgimento, em 2012, dos primeiros sinais de problemas de geração.
Ao ignorar a crise no sistema elétrico, a nota do CMSE antecipa a atitude que o governo deverá tomar diante da nova determinação do TCU: ignorá-la.
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Inferno petista: sem água, sem luz e...sem emprego.


O pilar do emprego começa a ruir - e as demissões começam a bater à porta, resume matéria da Veja.com. Ao que parece, quem reelegeu Dilma já mostra arrependimento (que o diga a pesquisa Datafolha). Vamos todos pagar caro:

Os principais pilares que seguravam a economia brasileira se deterioraram fortemente em 2014: os investimentos, o consumo e as exportações. O único remanescente era o emprego, do qual os governos petistas sempre se gabaram para justificar suas políticas econômicas heterodoxas. Mas, tudo indica, o cenário mudou. Ocorre que a taxa de desemprego, que terminou 2014 em sua mínima histórica de 4,3%, vinha sendo sustentada não só pela criação de vagas, mas também pela grande quantidade de brasileiros em idade ativa que não procurava trabalho. Com o aperto nas regras do seguro-desemprego anunciado no apagar das luzes de 2014, muitos devem voltar à procura. Contudo, dados coletados pela Fundação Getulio Vargas a pedido do site de VEJA mostram que esses brasileiros não encontrarão boas notícias. O indicador de ‘emprego futuro’ de janeiro de 2015, que apura a confiança da população em relação ao trabalho, atingiu seu pior nível desde o início de 2009. Em um ano, acumula queda de 24%. 
Demitido em dezembro do ano passado, o relações públicas Rafael César, de 31 anos, não tem poupado esforços para se recolocar no mercado de trabalho. "Chego a mandar 20 currículos por dia, incluindo carta de apresentação, até para áreas fora da comunicação, como a comercial", afirmou o paulista de Taubaté, que atuou durante quatro anos numa grande empresa de telecomunicações. "Com a queda nas vendas, o departamento comercial inteiro da companhia foi mandado embora", conta. A justificativa para os desligamentos, segundo ele, foi a de corte de gastos e baixos resultados financeiros. 
A situação de Rafael é emblemática e reflete como a desaceleração do consumo, motivada por inflação alta e a atividade econômica fraca, impacta o mercado de trabalho. Em 2015, ano que em que o próprio governo espera um crescimento zero e a  inflação já supera os 7% - bem acima do teto da meta oficial, de 6,5% - a expectativa é de que o emprego seja penalizado. O levantamento feito pela FGV mostra ainda que o indicador que mede a expectativa de contratação dos empregadores da indústria, do setor de serviços, da construção civil e do comércio despencou abaixo dos 100 pontos, ante os 110 pontos verificados um ano atrás, e os 140 de janeiro de 2010. "Em 2015, a geração de empregos formais tende a ficar anêmica, já que também é um ano de ajustes pesados e necessários na economia", diz o professor José Pastore, da Universidade de São Paulo (USP), um dos maiores especialistas em mercado de trabalho do país.
Resultado dessa deterioração de expectativas é a desaceleração no ritmo de criação de vagas. Em 2014, o país criou 396.933 postos, o pior resultado desde 1999. Por setor, a indústria de transformação foi a que mais demitiu: cortou 163.817 empregos. Já o setores de serviços e comércio abriram, respectivamente, 13% e 40% vagas a menos na comparação com 2013. "Em setores em que as demissões superam as contratações, como indústria e construção, os números devem continuar no terreno negativo. Já nos setores em que as contratações superam as demissões, como comércio e serviços, a tendência é de um menor ritmo de admissões", afirma Aloisio Campelo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). 
As notícias de demissões, que começaram no ano passado, são muitas. Só as montadoras demitiram 12,4 mil trabalhadores em 2014. No setor de autopeças foram 19 mil cortes. Os bancos também já dispensaram 5 mil postos de trabalho no ano passado, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Para este ano, o cenário que se desenha não é animador. A associação dos fabricantes de veículos, Anfavea, relatou que mais de 12 mil vagas já foram extintas no setor apenas no primeiro mês do ano.
Segundo especialistas, a taxa de desemprego deve começar a sentir o impacto da crise já nos primeiros meses deste ano, já que muitas pessoas que desistiram de procurar emprego devem tentar voltar a um mercado desaquecido e sem tantas oportunidades. Com isso, o indicador deve subir para um patamar acima de 6%, no caso da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), e de 8% considerando a Pnad Contínua, que foi recentemente adotada pelo IBGE para medir a temperatura do mercado de trabalho. A professora e pedagoga paulistana Sara Palma, de 30 anos, já contribui para esta elevação. Demitida de uma distribuidora de petróleo em dezembro, onde trabalhava na área de formação educacional, ela tenta voltar a atuar na área, mas ainda não conseguiu se recolocar devido às dificuldades do mercado. "Percebo que houve um aperto nas contas, que tem tudo a ver com o momento delicado da economia. Muitas universidades e colégios particulares se reestruturaram e estão reaproveitando o pessoal interno, para produzir mais com menos", diz.
O pessimismo em relação à economia é reforçado pelos baixos índices de confiança, de empresários a consumidores, que atingem mínimas recordes. Dados do Ibre/FGV mostram que a confiança do consumidor atingiu em janeiro o menor patamar da série histórica, que começou em 2005. Na mesma linha, os índices de confiança do comércio e de serviços também alcançaram os menores patamares históricos no primeiro mês do ano. "Na cabeça de empresas e consumidores, a percepção é de continuidade do cenário de atividade fraca. E o 'mais do mesmo' causa um desapontamento, já que não se vislumbra uma luz no fim do túnel", afirma Aloisio Campelo, economista da FGV. 

Da perspectiva das empresas, a estratégia tem sido aumentar o rigor na hora da contratação. "Como as coisas estão mais difíceis, as companhias não podem errar no processo de seleção. Cada recurso é um investimento, então as empresas querem fazer a admissão certeira, já que não há mais margem para investir tanto na qualificação do funcionário", ressalta Leonardo de Souza, diretor-executivo da Michael Page. "Não terá muito espaço no mercado para profissionais menos qualificados. As contratações estão mais direcionadas para uma posição-chave", acrescenta Alessandra Zambroni, consultora da DM Executivos, do grupo Cia. de Talentos.   
Água e energia - A crise hídrica, que afeta especialmente a região Sudeste, pode respingar no mercado de trabalho. Entre os setores mais vulneráveis, segundo José Pastore, estão o comércio e as indústrias de alimentos, têxtil, de cimento e papel e celulose, que podem sofrer um aumento de custos. Deve-se considerar, no entanto, que grandes empresas podem estar menos expostas à falta d'água. Isso porque muitas delas já investiram em alternativas, como o abastecimento privado e reuso de água, para evitar um impacto maior. Além disso, muitas têm plantas em diversos Estados do país, e não dependem exclusivamente do Sistema Cantareira, que fornece água para São Paulo e quase metade de região metropolitana. Irineu Carvalho, do Itaú BBA, também cita os setores de hortifrúti, restaurantes e hotéis. "Para um restaurante, um poço artesiano sai caro, então ele vai depender de caminhões pipa", diz. 
No caso da crise energética, o impacto é generalizado e ameaça todos os setores econômicos. Carvalho pondera, no entanto, que as consequências podem ser mais amenas do que as vistas no apagão de 2001, quando houve um corte de fornecimento na casa dos 20%. Para este ano, a previsão do banco é de que ocorra uma redução de até 10%, resultado, sobretudo, dos investimentos em interligação dos sistemas.
Petrobras - Os analistas também manifestaram preocupações em relação a prestadoras de serviços da Petrobras, em meio às denúncias de desvios de recursos investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). No conjunto, estima-se que apenas em novembro do ano passado, foram fechados 10 mil postos de trabalho entre fornecedoras e companhias contratadas em empreendimentos como as refinarias do Comperj, no Rio de Janeiro, e de Abreu e Lima, em Pernambuco. "As denúncias de corrupção e o risco de insolvência afeta diversas empresas, que podem continuar reduzindo seu quadro de funcionários. Isso deve acelerar de forma significativa em 2015", prevê Pastore. 
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Haraquiri político: o trágico exemplo da América Latina.


O haraquiri, que era uma prática da tradição japonesa em nome da honra, agora se transformou, politicamente, em ritual latino-americano. Como a honra, por aqui, é algo desprezível, o haraquiri se tornou coletivo: países "tomados por um desvario passageiro ou duradouro, decidem empobrecer-se, barbarizar-se, corromper-se - ou todas essas coisas ao mesmo tempo. Artigo do escritor Mário Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura:

O haraquiri é uma nobre tradição japonesa pela qual militares, políticos, empresários e às vezes escritores (como Yukio Mishima), envergonhados por fracassos ou atos que, acreditavam, os desonravam, desventravam-se em uma cerimônia sangrenta. Nestes tempos, em que a ideia da honra foi reduzida ao mínimo, os cavalheiros japoneses já não se suicidam. Mas o ritual da imolação se mantém no mundo e agora é coletivo: é praticado pelos países que, tomados por um desvario passageiro ou duradouro, decidem empobrecer-se, barbarizar-se, corromper-se, ou todas essas coisas ao mesmo tempo.
A América Latina está repleta de tais exemplos trágicos. O mais notável é o da Argentina, que há três quartos de século era um país do Primeiro Mundo, próspero, culto, aberto, com um sistema educacional modelar e que, subitamente, tomada pela febre peronista, decidiu retroceder e se arruinar, uma longa agonia que, sustentada por sucessivos golpes militares e uma homérica persistência no erro de seus eleitores, ainda se mantém. Esperemos que algum dia os deuses ou o acaso devolvam a sensatez e a lucidez à terra de Sarmiento e Borges.
Outro caso emblemático de haraquiri político é o da Venezuela. Tinha uma democracia imperfeita, é certo, mas real, com imprensa livre, eleições legítimas, partidos políticos diversos, e, mal e mal, o país progredia. Lamentavelmente, abundavam a corrupção e o desperdício, e isso levou a maioria dos venezuelanos a descrer da democracia e confiar sua sorte a um caudilho messiânico: o comandante Hugo Chávez. Tiveram oito vezes a chance de corrigir seu erro, mas não o fizeram, votando de novo e de novo em um regime que os conduzia ao precipício. Hoje pagam caro por sua cegueira. A ditadura é uma realidade asfixiante, fechou emissoras de televisão, rádios e jornais, encheu as prisões de dissidentes, multiplicou a corrupção a extremos vertiginosos – um dos principais dirigentes militares do regime comanda o narcotráfico, o único setor que floresce num país no qual a economia afundou e a pobreza triplicou —, e as instituições, dos juízes ao Conselho Nacional Eleitoral, servem ao poder. Apesar de haver uma significativa maioria dos venezuelanos que quer voltar à liberdade, não será fácil: o Governo de Maduro demonstrou que, embora inepto para tudo mais, na hora de fraudar eleições e de encarcerar, torturar e assassinar opositores suas mãos não tremem.
O haraquiri não é uma especialidade terceiro-mundista; também a civilizada Europa o pratica, de tempos em tempos. Hitler e Mussolini chegaram ao poder por vias legais, e bom número de países centro-europeus se jogou nos braços de Stálin sem grandes escrúpulos. O caso mais recente parece ser o da Grécia, que, em eleições livres, acaba de levar ao poder – com 36% dos votos – o Syriza, um partido demagógico e populista de extrema-esquerda, que se aliou para governar com uma pequena organização de direita ultranacionalista e antieuropeia. O Syriza prometeu aos gregos uma revolução e o paraíso. No catastrófico estado em que se encontra o país que foi o berço da democracia e da cultura ocidental, talvez seja compreensível essa catarse sombria do eleitorado grego. Só que, em vez de superar as pragas que o assolam, elas poderão recrudescer agora se o novo Governo se empenhar em pôr em prática o que ofereceu a seus eleitores.
Tais pragas são uma dívida pública vertiginosa, de 317 bilhões de euros [mais de um trilhão de reais] com a União Europeia e com o sistema financeiro internacional, que resgataram a Grécia de sua quebra, e equivale a 175% do produto interno bruto. Desde o início da crise o PIB da Grécia caiu 25%, e a taxa de desemprego chegou a quase 26%. Isso significa o colapso dos serviços públicos, uma queda atroz do nível de vida e um crescimento canceroso da pobreza. Se for para ouvir os dirigentes do Syriza e seu inspirado líder – o novo primeiro-ministro Alexis Tsipras –, essa situação não se deve à incapacidade e à corrupção desenfreada dos governos gregos ao longo de várias décadas, que, com irresponsabilidade delirante, chegaram a apresentar balanços e relatórios econômicos forjados à União Europeia para esconder seus erros, e sim às medidas de austeridade impostas pelos organismos internacionais e pela Europa à Grécia, para resgatá-la do desamparo a que as más políticas a haviam conduzido.
O Syriza propôs acabar com a austeridade e com as privatizações, renegociar o pagamento da dívida, com a condição de que houvesse uma “quitação” (ou perdão) relevante, e reativar a economia, o emprego e os serviços, com investimentos públicos sustentados. Um milagre equivalente a curar um doente terminal fazendo-o correr maratonas. Dessa maneira o povo grego recuperaria uma “soberania” que lhe teria sido tomada, ao que parece, pela Europa em geral, e em particular pela troika e pelo Governo da senhora Merkel.
O melhor que pode acontecer é que essas bravatas da campanha eleitoral sejam arquivadas agora que o Syriza já tem responsabilidades de Governo e, como fez François Hollande na França, reconheça que prometeu coisas mentirosas e impossíveis e retifique seu programa com espírito pragmático, o que, sem dúvida, provocará uma decepção terrível entre seus ingênuos eleitores. Se não o fizer, a Grécia encara a bancarrota, o abandono do euro e da União Europeia e o mergulho no subdesenvolvimento. Há sinais contraditórios, e não está claro ainda se o novo Governo grego recuará. Acaba de propor, no lugar do perdão, uma fórmula picaresca e enganosa, que consiste em converter sua dívida em duas classes de títulos, alguns reais, que seriam pagos à medida que sua economia crescesse, e outros fantasmas, que seriam renovados ao longo da eternidade. França e Itália, vítimas também de graves problemas econômicos, manifestaram não ver com maus olhos tal proposta. Ela não prosperará, sem dúvida, porque nem todos os países europeus perderam a noção de realidade.
Em primeiro lugar, e com muita razão, vários membros da União Europeia, além da Alemanha, lembraram à Grécia que não aceitam “quitações”, explícitas ou disfarçadas, e que os países precisam cumprir seus compromissos. Os mais severos a esse respeito foram Portugal, Espanha e Irlanda, que, depois de grandes sacrifícios, estão saindo da crise depois de cumprir rigorosamente com suas obrigações. A Grécia deve à Espanha 26 bilhões de euros [81,9 bilhões de reais]. A recuperação espanhola custou sangue, suor e lágrimas. Por que teriam os espanhóis que pagar do seu bolso as más políticas dos governos gregos, além de já pagarem pelas dos seus?
A Alemanha não é culpada de que um bom número de países da Europa comunitária tenha sua economia transformada em ruínas. A Alemanha teve governos prudentes e competentes, austeros e honrados, e por isso, enquanto outros países se desmanchavam, ela crescia e se fortalecia. E não se pode esquecer que a Alemanha precisou absorver e ressuscitar um cadáver – a Alemanha comunista – à custa, também, de formidáveis esforços, sem se queixar nem pedir ajuda a ninguém, apenas com o empenho e o estoicismo de seus cidadãos. Por outro lado, o Governo alemão da senhora Merkel é um europeísta determinado, e a melhor prova disso é a maneira generosa e constante com que apoia, com seus recursos e suas iniciativas, a construção europeia. Apenas a proliferação dos estereótipos e mitos ideológicos explica esse fenômeno de transferência freudiana que leva a Grécia (não é a única) a culpar o mais eficiente país da União Europeia pelos desastres provocados pelos políticos que durante tantos anos o povo grego enviou ao Governo com seus votos e que o deixaram no pavoroso estado em que se encontra. (El País).
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A boa vida dos ladrões da Petrobras (Continue votando no PT, eleitor vagabundo, cúmplice de bandidos):

domingo, 8 de fevereiro de 2015


Esse é o aviãozinho do Barusco.
Os patifes que servem de operadores da corrupção em favor do PT - um partido que deveria ser erradicado - vivem, com suas famílias, como reis de países em que abundam os poços de petróleo. Possuem imóveis milionários, jatinhos y otras cositas que estão longe do cidadão comum, esfolado pelos impostos e pela Receita Federal. O tal de Barusco, que é da turma do salafrário petista Zé Dirceu, criminoso condenado no processo do mensalão, era tido como figura menor no petrolão, mas enviou 97 milhões de dólares para o exterior. Continue votando no PT, eleitor vagabundo, cúmplice de bandidos:


As cifras do maior escândalo de corrupção já descoberto no Brasil ainda causam perplexidade aos investigadores da força-tarefa montada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. O patrimônio – não declarado -- dos superfuncionários que operavam a sangria nos cofres da Petrobras permitiu uma vida cercada de luxo, comparável à de pessoas afortunadas no Brasil. Mas um trio de ex-diretores da estatal acabou fisgado pela mais bem sucedida operação da Polícia Federal da história, batizada de Lava Jato. E a riqueza da elite de dirigentes da Petrobras revelou-se ainda mais grandiosa: estimativas preliminares apontam que o pagamento de propina em troca de contratos na petrolífera rendeu mais de 40 milhões de reais a cada um dos ex-diretores na mira da Justiça. E esse dinheiro acabou convertido em apartamentos milionários, casas de veraneio de luxo e em uma aeronave com capacidade de até nove pessoas.

Desde que a Lava Jato ganhou contornos jamais vistos nos relatos de assalto aos cofres públicos do país, um personagem chama a atenção: Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da petroleira, subordinado a Renato Duque, este indicado ao cargo pelo ex-ministro mensaleiro José Dirceu. Barusco, um personagem inicialmente considerado secundário no propinoduto, admitiu ter enviado para o exterior 97 milhões de dólares, que aceitou devolver aos cofres públicos como exigência de um acordo de delação premiada – a colaboração com as investigações lhe renderá uma punição mais branda. Antes disso, Paulo Roberto Costa, outro importante ex-dirigente da empresa, que ficou preso por seis meses, também fez um acordo e teve de devolver quase 27 milhões de dólares escondidos no exterior, embora os investigadores até hoje cogitem que ele omitiu das autoridades a posse de mais recursos. 

Morador de uma mansão em São Conrado, na Zona Sul do Rio, Barusco abusou a tal ponto da roubalheira que participou da compra de um avião por 1,4 milhão de reais. Os gastos foram divididos com o operador Mário Góes, que, segundo as investigações, pagava propina para fechar contratos da Petrobras a mando de grandes empreiteiras, como UTC, MPE, OAS, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez, Schahin, Carioca Engenharia e Bueno Engenharia. Registrada em nome da empresa de Góes, a aeronave Beech Aircraft, modelo 200, foi sequestrada pela Justiça para ressarcir os cofres públicos.

Barusco revelou às autoridades que escondia parte da propina de Renato Duque, o homem do PT no propinoduto da Petrobras. Mas mesmo o patrimônio oficial do ex-diretor de Serviços mostra uma vida luxuosa. Ex-morador de um apartamento na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Duque chegou a ser preso no dia 14 de novembro com executivos e sócios de empreiteiras do chamado Clube do Bilhão. Conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade. Continua a desfrutar de uma cobertura, adquirida por 1,2 milhão de reais, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, do Rio.

Duque utilizava sua consultoria, a D3TM, na qual os filhos também eram sócios, para registrar parte dos imóveis que desfrutava. Só de empreiteiras acusadas de participar do esquema de corrupção a consultoria de Duque faturou 4,8 milhões de reais em 2013: 4,3 milhões de UTC, 300.000 da OAS e 130.000 reais da Iesa Óleo e Gás. O lobista Milton Pascowitch, operador da Engevix, também pagou 600.000 reais para o ex-diretor. Para os investigadores, os pagamentos foram recompensas por facilidades garantidas na Petrobras. Esse dinheiro não ficou parado. A empresa registrou a compra de quatro imóveis por 1,5 milhão de reais nos últimos dois anos. Como revelou VEJA, foram compradas duas salas comerciais, no Centro do Rio, de uma empresa chamada Hayley, que os investigadores suspeitam que pertencia ao lobista Fernando Soares, o Baiano – ou o operador do PMDB na roubalheira. Há suspeita de que a transferência de Baiano para Duque, concretizada em novembro de 2013, tenha sido uma operação de lavagem de dinheiro. O ex-diretor já estava instalado no local desde janeiro daquele ano. Pela empresa, Duque também adquiriu dois apartamento em Ubatuba, no litoral paulista, por 720.000 reais.

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró não ficou atrás em cifras. Comprou nove imóveis em nove anos na capital fluminense e em Petrópolis, na região Serrana. As transações foram registradas em cartórios por 1,7 milhões de reais. Mas uma negociata revelada por VEJA mostra que ele também tentou esconder das autoridades um duplex de 300 metros quadrados com piscina. Ele é suspeito de ter montado uma offshore para comprar o apartamento, hoje avaliado em 7,5 milhões de reais, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Morou no imóvel por cinco anos. A operação é investigada pela Polícia Federal. Para driblar a Receita Federal, Cerveró declarava pagamentos de alugueis mensais para a offshore, como se não fosse ele o verdadeiro dono do apartamento.

Como revelou o site de VEJA, a família do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa também montou um pequeno império imobiliário na Barra da Tijuca, bairro nobre da Zona Oeste do Rio. De 2009 a 2013, o ex-diretor, a esposa Marici, as filhas Arianna e Shanni e os genros Humberto Mesquita e Márcio Lewkowicz compraram 13 imóveis na capital fluminense. Por uma empresa de consultoria utilizada para receber propina, Costa ainda adquiriu uma casa de veraneio em Mangaratiba, na Costa Verde fluminense, por 3,2 milhões de reais, e uma lancha Intermarine 42 pés por 999.618,25 reais. A casa de praia e a lancha tiveram de ser devolvidos com a fortuna escondida no exterior, como exigência do acordo de delação premiada.

Se for descoberto que Costa e Barusco esconderam bens das autoridades, os dois perdem os benefícios do acordo de delação e provavelmente passarão décadas na cadeia. Porém, as revelações feitas em depoimentos permanecem válidas. Mas, como a Lava Jato ainda rastreia o caminho percorrido pela propina para os beneficiados do maior esquema de corrupção da história contemporânea do país, não é exagero afirmar que essa turma não foi a única a enriquecer e desfrutar de uma boa vida custeada pelo dinheiro roubado da Petrobras. (Veja.com).
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Entenda como o TSE pode ter fraudado a vitória de Dilma


http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/files/2014/10/Captura-de-Tela-2014-10-31-%C3%A0s-18.19.30.png
Greenhalgh anunciou a “vitória” de Dilma 6 minutos antes do TSE


Carlos Newton
Os jornais divulgam que o PSDB tem de indicar ao Tribunal Superior Eleitoral, esta segunda-feira, os municípios em que pretende fazer auditoria nas urnas eletrônicas. A exigência foi feita pelo TSE quinta-feira passada a propósito de facilitar a organização do processo, sob alegação de que as urnas eletrônicas têm de sofrer manutenção para eventuais eleições suplementares.



A auditoria foi pedida pelo PSDB ao TSE no ano passado, após a vitória da presidente Dilma Roussef com diferença de 3,4 milhões de votos. Como se sabe, pela primeira vez desde que começou a ser usada a urna eletrônica à brasileira, a apuração só foi divulgada a partir das 20 horas. Respondendo a uma indagação do PSDB, o presidente do TSE, Dias Toffoli, alegou que essa mudança no horário estava prevista na Resolução 23.399, de 2013:


“Foi uma decisão tomada por esta corte”, afirmou Toffoli, sem acrescentar que essa inovação foi introduzida por ele próprio, na condição de relator da Resolução. Na época, ele não chamou a atenção dos demais ministros do TSE para as conseqüências desta inovação, que passou despercebida pelo plenário e foi aprovada.


TOFFOLI FEZ OUTRAS “INOVAÇÕES”
Toffoli deveria esclarecer muitas outras “inovações”. Por que proibiu fiscalização dos partidos na apuração, realizada numa sala fechada do TSE, com acesso proibido até mesmo aos ministros do TSE, segundo declarações do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha. . Somente o presidente (ele, Toffoli) podia entrar.


As declarações do corregedor-geral são inaceitáveis e assustadoras, porque jamais ocorrera no país uma eleição em que até mesmo as maiores autoridades da Justiça Eleitoral estivessem proibidas de acompanhar a apuração. Antigamente, de acordo com o próprio Noronha, os ministros do TSE acompanhavam normalmente a contagem dos votos. Mas desta vez, só tiveram acesso aos números quando foi anunciada, de chofre, a vitória de Dilma Rouseff, pois embora se alegasse que a eleição ainda não estava matematicamente definida, não havia mais a menor possibilidade de uma virada de Aécio Neves.


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Greenhalgh divulgou a “vitória” antecipada também no Twitter


COMO GREENHALG SABIA?


Há muitas dúvidas sobre a apuração. Se era verdade que os técnicos do TSE estavam incomunicáveis, não podiam nem mesmo portar celulares, como então os petistas souberam previamente do resultado? O jornalista Felipe Moura Brasil denunciou que o dirigente e ex-deputado José Eduardo Grennhalg sabia do resultado, por ter postado em seu Facebook e divulgado no Twitter, às 19h26, que Dilma havia vencido a eleição. A essa hora, segundo o próprio TSE, Aécio ainda estava na frente e só houve empate às 19h32m, mas seis minutos antes Greenhalg já anunciava a vitória…



Por gentileza, não levantem a dúvida de que se tratava de “computador desatualizado no horário de verão”. Se Greenhalg tivesse postado a mensagem às 20h26m, jamais escreveria a ressalva de aguardar o anúncio oficial: “Atenção: Dilma reeleita. Festejemos após o anúncio oficial do TSE essa vitória histórica contra o fascismo, a mídia aética e o PSDB.” Como se sabe, às 20h26m, todo o país já tinha pleno conhecimento de que Dilma vencera, os petistas estavam comemorando e Greenhalg com toda certeza nem estava mais se distraindo na internet.


Detalhe: à mesma hora da “apressada” mensagem de Greenhalg, em Salvador os petistas já soltavam fogos, comemorando efusivamente a reeleição de Dilma. Mas como sabiam, se naquele exato momento do foguetório petista Aécio ainda estava na frente e só houve empate às 19h32m?


APURAÇÃO SECRETA EM MINAS
O mais importante é que não houve sala secreta somente em Brasília, na contagem dos votos. Também em Belo Horizonte, no Tribunal Regional Eleitoral, a apuração foi sigilosa e sem fiscalização, por ordem expressa do ministro Antonio Dias Toffoli, presidente do TSE, é claro.
Confiram, por favor, o que o site da Veja publicou na seção “Bastidores da Política Brasileira”, exatamente às 19h37m, ou seja, um minuto após Greenhalg ter anunciado a vitória de Dilma.


Faltando trinta minutos para a liberação do resultado da eleição presidencial pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os resultados já circulam freneticamente entre os tribunais regionais. Um único tribunal não participa da conversa. Em Minas Gerais, há ordem expressa para que nenhum número seja compartilhado com os outros TREs. Minas é, de fato, o ‘fiel da balança’ nesta eleição. O autor da ordem é o presidente do TSE, o ministro Dias Toffoli.”


Esta denuncia da Veja jamais foi desmentida nem pelo TSE nem pelo TRE mineiro.


ERA FÁCIL MUDAR O RESULTADO
Com apuração secreta no TRE de Belo Horizonte e no TSE de Brasília, ficaria mais fácil manipular o resultado, claro. Minas Gerais este ano teve cerca de 12 milhões de votantes e o resultado apresentou Dilma com mais 550 mil votos do que Aécio (cerca de 5% dos votos válidos). Agora, façam as contas. Se o candidato do PSDB tivesse vencido em Minas com apenas 1,2 milhões de votos de frente de Dilma (o que significa somente 10% dos votantes mineiros), teria vencido a eleição. E não seria nenhuma surpresa Aécio vencer Dilma com essa pequena diferença em Minas, não é mesmo? Pense nisso.


Estes são os fatos – indiscutíveis, irrefutáveis e inaceitáveis – que marcaram as estranhíssimas inovações desta eleição presidencial, em que não houve transparência nem fiscalização. Se o PSDB quiser comprovar fraude, deve se concentrar na apuração em Minas e conferir os chamados algoritmos, que marcam a evolução dos dados. Se houve fraude, os algoritmos indicam. Mas será que os tucanos sabem disso?

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NÃO PERCA AMANHÃ:
Michel Temer sonha com um impeachment cada vez mais provável

A imunda atuação do múltiplo bando de ladrões que invadiu a Petrobras, atingindo várias diretorias que tinham poder de decisão em firmar contratos bilionários, causou uma queda de nada menos que 19 pontos na aprovação da presidente Dilma Rousseff no espaço dos últimos 45 dias. Dilma Rousseff recuou de 42% positivos para 23 pontos, enquanto sua taxa de rejeição subiu no mesmo período de 24 para 44%.

Ladrões da Petrobrás derrubam imagem de Dilma Rousseff

Pedro do Coutto


A imunda atuação do múltiplo bando de ladrões que invadiu a Petrobras, atingindo várias diretorias que tinham poder de decisão em firmar contratos bilionários, causou uma queda de nada menos que 19 pontos na aprovação da presidente Dilma Rousseff no espaço dos últimos 45 dias. Dilma Rousseff recuou de 42% positivos para 23 pontos, enquanto sua taxa de rejeição subiu no mesmo período de 24 para 44%.


Esses dados estão revelados na pesquisa do Datafolha publicada na edição de ontem da Folha de São Paulo através de excelente matéria de Marcelo Leite. A reportagem tornou-se a manchete principal da edição da FSP estendendo-se a uma outra de Érica Fraga: oitenta por cento dos entrevistados acham que a inflação vai subir e 62% que o desemprego vai aumentar. Claro que não é esta a única causa do recuo da popularidade da presidente, porém o que a acentua é o fato, também revelado pelo Datafolha, de que a parcela de 77% sustenta a tese de que a presidente da República tinha conhecimento dos desvios de dinheiro em larga escala na Petrobrás.



A queda da imagem pública de Dilma é impressionante, pois assinala um desgaste somente antes atingido por Fernando Henrique Cardoso no final de seu segundo mandato no ano 2000, acrescenta a matéria. Outros fatores são também preponderantes para explicar e traduzir o declínio ocorrido agora. A medida provisória que reduz direitos sociais, entre os quais o corte de 50% nas pensões por morte, deve ser destacada. Da mesma maneira, os aumentos nos preços das tarifas elétricas, gasolina, óleo diesel envolvem o governo federal.



CHOQUE DE DECLARAÇÕES
São iniciativas da presidente da República que se chocam com as declarações feitas pela candidata ao longo da campanha pela vitória nas urnas de 2014. Tem-se a impressão que o eleitorado brasileiro foi dormir embalado por afirmações da presidente e acordou com a projeção de uma realidade bem diversa da promessa anterior. É inegável esta constatação, porém o que a opinião pública esperava, no caso Petrobras, era uma condenação mais direta e contundente aos ladrões do que as frases que a presidente vem repetindo.



A presença de João Vaccari na festa de Belo Horizonte que marcou a passagem dos 35 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores, e sobretudo a forma com que foi tratado pelo ex-presidente Lula, tornou-se um episódio constrangedor, cujos efeitos negativos refletiram contra a atual presidente da República. O povo deseja afirmações mais fortes por parte de Dilma Rousseff sobre o maremoto de corrupção que inundou a principal estatal brasileira.


SEM VONTADE…
Têm-se a impressão, de que, no fundo, ela não se encontra em plena vontade de desfechar as acusações com a firmeza e força com que deveria fazer. Ela terá certamente suas explicações pessoais e políticas, mas isso não quer dizer que a sociedade não devesse esperar um tom mais afirmativo e agressivo de sua parte apoiando as ações e investigações levantadas pela Polícia Federal contra um bando de corruptos, corruptores e intermediários que sempre estão presentes na área do lobismo e no esforço explosivo para a elevação dos preços das obras contratadas.


Se os efeitos da corrupção alucinada puderam ser estimados em 88 bilhões de reais por Graça Foster, que, por isso, não auditou o balanço da Petrobras, pode se encontrar aí a confirmação tácita das dimensões dos escândalos sucessivos que desabaram no estratégico setor da produção e refino de petróleo. Dilma Rousseff tem tempo para mudar seu posicionamento. Afinal de contas, ela ingressou há menos de dois meses no exercício de seu segundo mandato.


Entretanto, tal alteração de rumo e de tom, a reportagem da Folha de São Paulo ressaltou, precisa ser tomada com urgência, pois o tempo não espera o amanhecer. Os dias se sucedem e desgastes políticos como os assinalados pelo Datafolha possuem efeitos devastadores e atingem não só a figura presidencial, mas também funcionam para enfraquecer suas decisões em todos os planos. Dilma Rousseff já deveria ter percebido a gravidade dos roubos cometidos na Petrobras, porém como diz o ditado deve perceber agora, pois antes tarde do que nunca.

Kotscho afirma que Dilma caminha para a autodestruição

Ricardo Kotscho
Do site R7




O que já está ruim sempre pode piorar. A Petrobras e o país amanheceram de pernas para o ar na quinta-feira. Ao mesmo tempo em que a Petrobras ficava sem diretoria, após a renúncia coletiva da véspera, a Polícia Federal estava fazendo uma nova operação em quatro Estados, com mandados contra mais de 60 investigados na Lava-Jato, entre eles o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.


Pelo ranger da carruagem desgovernada, a oposição nem precisa perder muito tempo com CPIs e pareceres para detonar o impeachment da presidente da República, que continua recolhida e calada em seus palácios, sem mostrar qualquer reação. O governo Dilma-2 está se acabando sozinho num inimaginável processo de autodestruição.


A presidente teve todo o tempo do mundo para pensar em soluções para a Petrobras, desde que esta grande crise estourou no ano passado, mas só se dedicou à campanha pela reeleição e à montagem do seu novo ministério.


Pois não é que, em meio aos enormes desafios que seu governo enfrenta em todas as áreas da vida nacional, apenas 36 dias após o início no segundo mandato, Dilma encontrou tempo para promover a primeira mudança em seu ministério trazendo de volta o inacreditável Mangabeira Unger, folclórico ideólogo que queria construir aquedutos para transportar água da Amazônia para o sertão do nordeste, como lembrou Bernardo Mello Franco?


ENCURRALADA
Isolada, atônita, encurralada, sem rumo e sem base parlamentar sólida nem apoio social, contestada até dentro do seu próprio partido, como estará se sentindo neste momento a cidadã Dilma Rousseff, que faz apenas três meses foi reeleita presidente por mais quatro anos?


Ou, o que seria ainda mais grave, será que ela ainda não se deu conta do tamanho da encrenca em que se meteu?


É duro e triste ter que escrever isso sobre um governo que ajudei a eleger com meu voto, mas é a realidade. É preciso que Dilma caia nesta realidade e mude radicalmente sua forma de governar, buscando e não arrostando apoios, ouvindo pessoas fora do seu núcleo palaciano, como prometeu no discurso da vitória, antes que seja tarde demais.


LULA E DILMA JUNTOS…
Por um desses achaques do destino, foi a abertura das comemorações dos 35 anos da fundação do PT, um partido que vi nascer e que vive hoje a pior crise da sua história, 12 anos depois de ter chegado ao poder central.


Estava previsto em Belo Horizonte um encontro reservado do ex-presidente Lula com a presidente Dilma. Cada vez mais distantes nos últimos meses, o que um teria para falar ao outro? Pode ser que a conversa tenha começado com esta pergunta, que todos os petistas estão se fazendo: “Pois é, chegamos até aqui. E agora, camarada?”
Vida que segue.

Comentários

  • Pois eu acho que já esta destruída. Jamais conseguirá voltar a ter popularidade, até porque o populismo
    petista sempre foi apenas um engôdo.
    Penso até que ela possa renunciar, afinal quando estiver apanhando muito, pode alguém jogar a toalha.
    Acho que a era PT, já era.

  • Ela está mesmo destruída! Mesmo que não houvesse corrupção, tampouco o seu envolvimento nesta, só a sua incompetência administrativa já é suficiente para colocá-la como a pior presidente que este país já teve. Talvez uma das mais incapazes deste mundo!

    • amigo,
      o senhor ainda é muito bondoso: “talvez uma das mais…”.
      perdoe-me, mas pergunto: “talvez” ?

Processos contra políticos têm impunidade garantida


Carlinhos Cachoeira continua cada vez mais livre, leve e solto


Eduardo Militão
Correio Braziliense


Em meio a denúncias sobre o suposto envolvimento de mais de 40 políticos no esquema de distribuição de propinas na Petrobras, processos contra autoridades ainda estão longe de serem concluídos no Judiciário. Quase três anos depois de a Polícia Federal deflagrar a Operação Monte Carlo, os inquéritos estão parados. O objetivo da maioria das ações é avaliar a participação de autoridades em negócios ilícitos do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.


O contraventor foi condenado a 39 anos e 8 meses de prisão pelo juiz da 11ª Vara Federal de Goiânia, Alderico Rocha, em dezembro de 2012. Mas recorre em liberdade e não há notícia de prazo para julgamento do recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Apesar disso, Cachoeira passou nove meses preso antes da condenação.


O ex-senador e procurador de Justiça Demóstenes Torres também não foi punido judicialmente. Expulso do DEM, ele teve o mandato cassado pelos parlamentares em julho daquele ano. Em novembro passado, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Sebastião Reis Júnior suspendeu uma ação criminal em que ele é acusado de corrupção passiva e advocacia administrativa em favor do bicheiro. O caso está com o Ministério Público, que apresentará recurso.


AGNELO QUEIROZ
Citado nas investigações, o ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal. Até agora, no entanto, o caso não virou denúncia ou teve o arquivamento pedido. O Ministério Público não montou uma linha acusatória consistente. Como Agnelo não foi reeleito no ano passado, e perdeu o foro privilegiado, o caso deve ser remetido à Justiça de primeira instância.


No caso do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), apurado em outro inquérito relacionado ao bicheiro, há uma tese investigativa em formação, mas não totalmente delineada. O tribunal quebrou todos os sigilos meses antes de ele ser reeleito para mais um mandato à frente do Palácio das Esmeraldas. Com isso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) espera encontrar elementos para formar uma denúncia.


Informações e depoimentos nas mãos da Procuradoria, parte deles anônimos, retratam a “existência de um grupo criminoso integrado” pelo governador goiano e o amigo, ex-tesoureiro de campanha e presidente da agência de obras (Agetop), Jayme Eduardo Rincón, “voltado para o enriquecimento ilícito em detrimento do estado de Goiás, inclusive por meio de licitações fraudadas”.


DIÁLOGOS SUSPEITOS
A tese do Ministério Público é de que “Rincón possa atuar como ponte para o pagamento de vantagem indevida ao governador”. Para indicar isso, a Procuradoria relata diálogos entre Cachoeira e o ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB) com referencias a Rincón, sócio da Rental Frota com o bicheiro.


Um relatório de atividades atípicas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostra “diversos saques e depósitos de altos valores” feitos por Rincón durante a campanha eleitoral de 2010, segundo despacho do relator do caso no STJ, ministro Humberto Martins. Essas movimentações aconteceram antes de ele ser nomeado presidente da Agetop, em 2011.


Perillo e Rincón prestaram esclarecimentos em conjunto ao jornal, redigidos pelo ex-tesoureiro e membro do governo tucano, nos quais negam a existência dos saques em espécie relatados pelo Coaf.

“Não existe saque algum feito em nenhuma de minhas contas-correntes na véspera de assumir a Agetop, ou mesmo antes ou depois, conforme foi constatado na quebra de meus sigilos feita pela CPI”, afirmou Rincón. Cachoeira disse que foi orientado a não conceder e entrevistas e pediu para o advogado, Nabor Bulhões, ser procurado, mas ele não retornou os recados. A Rental não foi localizada.


SIGILOS “À DISPOSIÇÃO”

As várias quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de mensagens de SMS feitas pela CPI do Cachoeira em 2012 não chegaram às mãos do Ministério Público. Um dos investigadores da Operação Monte Carlo se queixou ao Correio que só obteve os documentos com ordem judicial.
Segundo a assessoria do Senado, o material está “à disposição” do ministro da Justiça e da Procuradoria-Geral da República, mas não houve pedidos.

COMENTARIOS:
  • O maior exemplo que existe no Brasil de político ficar impune é o nobre deputado Maluf, amigo camarada do Lula+Dilma+PT.

    • aluísio
      tolice, sr. Guilherme,
      o IMPOLUTO, IMACULADO, PROBO, VIRGÍNEO
      Paulo Salim Maluf
      já declarou de viva voz, e eu ouvi,
      que a ficha dele era mais limpa do que a minha, a sua, a do bispo/cardeal,
      ERA A MAIS LIMPA DO BRASIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

      Guilherme Almeida
      • Caro Aluísio,
        Muioto bem lembrado.
        Isto prova que no Brasil o crime compensa.

  • Isto nos mostra que tanto o poder judiciário e o legislativo estão podres. Por isto há mias de 20 anos não voto mais.

  • Será que estamos caminhando para mais uma etapa da impunidade aos “barões”? Porque, com certeza, os bois de piranha, que não acordarem, responderão e pagarão sozinhos pelos ilícitos praticados em conluio com os mandantes, que continuarão a desfrutar das benesses conquistadas. Para o povão (nós) sobram as consequências, como sempre: pagar o custo da estada dos bois nas prisões e manter as regalias dos chefes a contragosto, sem contar com a constatação que o produto das atividades porventura criminosas, jamais retornará a seus verdadeiros donos.


No mundo todo o preço do combustível vem caindo, mas no Brasil, sobe como nunca. (O Governo nos rouba e nós apesar de termos sido roubados, pagamos a conta!)


Publicado por em 8 fevereiro
No mundo todo o preço do combustível vem caindo, mas no Brasil, sobe como nunca
O  maior caso de corrupção da história da humanidade, segundo especialistas políticos, acabou, claro, trazendo resultados práticos, visíveis e amargos para o brasileiro.

“O Brasil é o único país do mundo em que a gasolina está subindo, em vez de cair, apesar de o petróleo ter despencado mais de 50%. No mundo inteiro, o combustível está tendo queda de preço, diminuindo fortemente a inflação e aumentando a renda disponível dos consumidores e o caixa das empresas.” (Trecho do texto de Mirian Leitão para O GLOBO, publicado no dia 22 de janeiro de 2015)

Entende a lógica desta subida exclusiva no Brasil? O Petrolão não se sustenta sozinho, e quem banca tudo isso é o bolso do brasileiro.

O canal “É mentira do PT” divulgou vídeo em que explica a lógica da subida súbita do combustível. Confira:  
 
Novo delator do Petrolão diz que PT lucrou cerca de 200 milhões com propinas
Dirceu, condenado pelo Mensalão e investigado pelo Petrolão, pede ‘aposentadoria’ de R$ 10 mil
Bomba! Dono de empreiteira liga caixa da campanha de Dilma ao Petrolão

BOMBA!! Wikileaks revela que Dilma aprovou a compra da refinaria de Pasadena


Publicado por em 7 fevereiro
BOMBA!! Wikileaks revela que Dilma aprovou a compra da refinaria de Pasadena
E agora PT, vai mandar sua militancia atacar o wikileaks e dizer que é coisa dos golpistas?


[...] O governo dos Estados Unidos buscou garantias da parte de Dilma Rousseff em 2006 quando ela ainda era presidente do Conselho da Petrobrás antes de dar o sinal verde para que a empresa brasileira comprasse uma refinaria em Pasadena. Telegramas confidenciais da diplomacia americana obtidas pelo grupo Wikileaks revelam reuniões e missões enviadas ao Brasil pela Casa Branca diante da possibilidade de que a estatal brasileira comprasse a refinaria americana. Outro consultado foi o ex-diretor internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, epicentro da crise.


Um dos telegramas de 12 de junho de 2006 é explícito em relação ao assunto já em seu título: “A Aquisição da Petrobrás da Pasadena Refining Systems”. O documento foi enviado pela embaixada americana em Brasília ao Departamento de Estado norte-americano e relata os encontros de ministros e delegações de Washington com autoridades nacionais, entre elas Dilma Rousseff. [...]
Documento na íntegra (Em Inglês)


Via  FCS BRASIL, editado por Revolta Brasil