sexta-feira, 3 de abril de 2015

Esperança de melhora? Só com a renúncia de Dilma.


Curto e grosso: a grande maioria da população, além de achar péssimo o governo Dilma, não tem esperança de que possa melhorar. A conclusão é uma só: melhor que a presidente saia o quanto antes para que o país possa se reorganizar:

Ao alinharmos as pesquisas Ibope e Datafolha sobre avaliação do governo Dilma Rousseff, vemos que repetiu-se em 2015 o fenômeno de acumulação de tensões e explosão abrupta da insatisfação – como ocorrera em 2013. A diferença é que, desta vez, a avalanche foi mais ampla e profunda. Atingiu camadas que antes resistiram à onda de criticismo. Agora, a avalanche não apenas soterrou a popularidade da presidente. Ela corroeu a esperança da maioria da população de que ela possa vir a recuperá-la.
Se recordes 64% acham a segunda gestão Dilma ruim ou péssima – igualando o ponto mais baixo do governo Sarney – e 76% avaliam que ela está pior do que foi no seu primeiro mandato, 55% dizem que o restante será também ruim ou péssimo. O pessimismo dobrou desde dezembro, e é o principal obstáculo para a presidente. Quando traduzidas para a economia, as previsões negativas tendem a se autorrealizar, pois inibem consumo e investimento.
Daí a necessidade de Dilma aprovar a qualquer custo o ajuste fiscal no Congresso – o que levou-a a engolir as críticas veladas do ministro Joaquim Levy, e fez o ex-presidente Lula ir a uma reunião com sindicalistas da CUT e militantes do PT para tentar vender o ajuste ortodoxo para sua base política.
O desmoronamento da aprovação de Dilma em 2015 vai mais fundo do que em 2013 porque solapou as bases de apoio à presidente entre os mais pobres (60% de ruim/péssimo entre quem tem renda familiar mensal até 1 salário mínimo), entre os menos escolarizados (56% de ruim/péssimo) e no Nordeste (55%). São segmentos que votaram em peso nela em 2014, em 2010 e em Lula.
Ao final da campanha eleitoral de 2014, Dilma tinha saldo de 22 pontos na opinião pública. Foi o fato de ter mais gente achando seu governo ótimo ou bom (42%) do que ruim ou péssimo (20%) que permitiu a ela reeleger-se. Mas logo após o pleito ela começou a perder prestígio. Seu saldo caiu para 13 pontos em meados de dezembro. A virada aconteceu ao longo de janeiro, pois no começo de fevereiro Dilma já tinha saldo negativo de 21 pontos. Foi a menos 49 pontos há duas semanas e chegou a menos 52 agora.
Nenhum presidente brasileiro após a ditadura desceu abaixo dos 53 pontos negativos de saldo que Sarney conseguiu em julho de 1989, segundo o Ibope. Dilma é candidata a tomar-lhe o recorde. (Estadão).

Dois terços do ajuste fiscal são aumento de impostos:adivinhe quem vai paga-los? O Lula? a Dilma? O José Dirceu???Não...Nós!!

Dois terços do ajuste fiscal são aumento de impostos: precisa de doutorado em Chicago para isso?

Com Blog Rodrigo Constantino - Veja

 

reportagem de capa do GLOBO mostra, com base em cálculos feios pelo especialista em contas públicas Mansueto Almeida, que dois terços do ajuste fiscal proposto pelo Ministério da Fazenda de Dilma são baseados em aumento de impostos:
A mais recente medida do governo para melhorar as contas públicas do país foi um sinal de que o ajuste fiscal deste ano deve ser mais concentrado em aumento de impostos do que em cortes de gastos. É o que avaliaram especialistas, após o anúncio, na quinta-feira, do aumento do PIS/Cofins sobre aplicações financeiras de algumas empresas. O tributo, que estava com alíquota zerada desde 2004, passa a ser cobrado, em julho, com percentual de 4,65%. A Receita estima que a medida vá engordar a arrecadação em R$ 2,7 bilhões este ano. O economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, calcula que as principais medidas para aumentar tributos somam até agora R$ 31,5 bilhões, quase dois terços das ações anunciadas. Já os ajustes baseados em corte de gastos devem gerar economia de R$ 19 bilhões neste ano.
[...]
A necessidade de cortar mais despesas é defendida por outros analistas. O economista Felipe Salto, também especialista em contas públicas, avalia que o aumento de imposto anunciado ontem reforça a expectativa de um ajuste por meio de alta de impostos:
— Isso mostra que, ao contrário do que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), o ajuste vai ser pelo lado do aumento de imposto. É uma tentativa desesperada, estão buscando todas as brechas possíveis.
Cheguei a escrever aqui, quando percebi que este seria o caminho mais fácil escolhido pelo ministro Joaquim Levy, que para aumentar impostos não era preciso ser um bom economista. Até minha falecida avó faria! Entendo que boa parte (quase 90%) dos gastos públicos não são discricionários, deixando pouca margem de manobra para o governo. Mas sem dúvida é possível fazer mais, muito mais, no lado das despesas.

Carga tributária: trajetória. Fonte: Folha
Afinal, elas cresceram muito nos últimos anos, e quem diria que é possível enxergar contrapartida no lado dos serviços públicos? À exceção de Ciro Gomes, que acha difícil encontrar “um bilhãozinho” para cortar num governo obeso que torra mais de um trilhão, é evidente que existem muitas áreas que poderiam ser imediatamente reduzidas ou mesmo extintas.
A quantidade de ministérios, por exemplo. É simplesmente ridículo acreditar que o Brasil precisa de 40 ministérios! Ou então os repasses bilionários para ONGs que, na prática, ignoram a letra N na sigla e agem como braços do governo. Ou tantas outras coisas inúteis que, no fundo, ou não passam de tetas para parasitas ou compra de apoio político.
Um ajuste fiscal sério focaria basicamente no corte de gastos públicos e em reformas estruturais. Jamais em aumento de impostos! Especialmente num país como o Brasil, que já possui uma das mais altas cargas tributárias do mundo, e com péssimos serviços públicos. Qualquer economista liberal, por mais júnior que seja, sabe disso.
Não venham, então, jogar no ombro do liberalismo esse ajuste fiscal de Joaquim Levy e Dilma, pois todo liberal que se preza compreende que deveria ser terminantemente proibido todo e qualquer aumento de imposto por aqui. Pergunto, então: precisa de doutorado em Chicago para subir impostos e jogar o custo das trapalhadas do governo populista nos ombros dos que produzem riqueza, em vez de cobrar a fatura dos que consomem a riqueza produzida pelos outros?

Documentos implicam Dilma no Petrolão, Erenice no esquema do Carf e Lula em operação irregular do BNDES


Com Blog Felipe Moura Brasil - Veja


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Lula, Dilma e Erenice: um escândalo atrás do outro
Que país é esse?
Que Semana Santa é essa?
Documentos obtidos por IstoÉVEJA eÉpoca mostram, respectivamente, a assinatura de Dilma Rousseff no Petrolão; a atuação de sua amiga e assessora Erenice Guerra em parceria com um dos chefes da quadrilha do Carf; e as irregularidades de uma operação do BNDES arranjada na Venezuela por Lula, o lobista da Odebrecht com a turma do Foro de São Paulo.
Vamos por partes:
1) Dilma no Petrolão
Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, assinou em 17 de agosto de 2006 o contrato de implementação do Estaleiro Rio Grande – o mesmo por onde escoaram propinas de 100 milhões de reais para os cofres do PT e de aliados a partir de 2010, segundo a Operação Lava Jato.
Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras hoje preso, também assinou o documento apresentado à IstoÉ por um ex-funcionário da estatal, segundo o qual o contrato é fruto de uma “licitação fraudulenta, direcionada pela cúpula do PT para favorecer a WTorre Engenharia”.
Após a assinatura, segundo ele, servidores da Petrobras “foram pressionados a aprovar uma sucessão de aditivos irregulares e a endossarem prestações de contas sem nenhuma comprovação ou visivelmente superfaturadas”. Um mecanismo que lesou a estatal em mais de 500 milhões de reais, segundo a revista.
Quem era mesmo que não sabia de nada?
2) Erenice na Receita
Erenice Guerra, quando ainda era a principal assessora de Dilma Rousseff na Casa Civil, indicou para o conselho do Carf o mesmo advogado José Ricardo que atuaria com junto com ela em favor de uma empresa multada pelo próprio Carf.
O prêmio de Erenice para aliviar o débito de 705,5 milhões de reais da Huawei, resultante de cobranças efetuadas pela Receita Federal, era de 1,5% do valor que a empresa deixaria de recolher aos cofres públicos. Ou seja: 10 milhões de reais, caso a cobrança fosse integralmente anulada, conforme revelou VEJA com base nos documentos apreendidos pela Operação Zelotes.
Será que Erenice abre multas de trânsito também? Estou pensando em enviar algumas.
3) Lula no lobby
Lula era o principal lobista da Odebrecht na Venezuela.
Em junho de 2011, esteve em Caracas “oficialmente” para dar palestras como contratado da empresa, mas Época descobriu que a agenda era outra: “cobrar o pagamento de parte dos empréstimos concedidos pelo BNDES ao governo venezuelano e tratar da expansão das obras da empreiteira no país”.
Para encontrar o companheiro Hugo Chávez, Lula viajou acompanhado de Alexandrino Alencar, o lobista da Odebrecht responsável pelos pagamentos de propina no exterior, de acordo com os depoimentos do doleiro Alberto Youssef e de seu operador.
Dois anos antes, Lula e Chávez haviam negociado, no hotel Pestana, em Salvador, um empréstimo de 747 milhões de dólares do BNDES para financiar o metrô de Caracas, com obras tocadas pela Odebrecht.
Documentos do TCU, obtidos pela revista, revelam que “a construtora e o governo venezuelano receberam do BNDES mais dinheiro do que precisavam para executar as obras, sem apresentar as garantias necessárias para cobrir o risco de calote”.
Não se sabe quanto nem como Lula recebeu da Odebrecht para fazer lobby, assim como Dirceu, com a turma do Foro de São Paulo.
Mas não resta dúvida de que o Foro e seus efeitos saíram muito caros ao Brasil.

PT adota o vitimismo, fomenta o ódio de classes e distorce razões da oposição ao partido para tentar conquistar alguma solidariedade

Espantalhos em abundância - EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR

GAZETA DO POVO - PR - 03/04

Manifesto de diretórios estaduais do PT adota o vitimismo, fomenta o ódio de classes e distorce razões da oposição ao partido para tentar conquistar alguma solidariedade



Chama-se “espantalho” uma falácia que consiste em criar uma versão distorcida de um argumento, mais fácil de atacar, para facilitar o trabalho em um debate. 
 
 
O Brasil do PT pode não ter conseguido ainda a autossuficiência em petróleo, mas já se pode considerar autossuficiente em espantalhos, a julgar pela quantidade de falácias desse tipo presentes no mais novo documento do partido: um manifesto assinado pelos 27 diretórios regionais do PT, datado de 30 de março, exortando o partido a lutar contra a “maré conservadora”. Com a popularidade do partido em baixa, e com centenas de milhares de brasileiros nas ruas pedindo “fora PT” ou “fora Dilma”, os dirigentes regionais preferem adotar a estratégia da vitimização e fomentar a luta de classes em seu texto.

 
 
A mentira mais grotesca está na tese de que os opositores do PT “perseguem-nos pelas nossas virtudes. Não suportam que o PT, em tão pouco tempo, tenha retirado da miséria extrema 36 milhões de brasileiros e brasileiras. Que nossos governos tenham possibilitado o ingresso de milhares de negros e pobres nas universidades”. É a reedição do discurso lulista de que os ricos não admitem ver quem não seja de sua classe social dividindo espaço em locais como aeroportos – como se não fosse óbvio que a prosperidade de todos os brasileiros interessa também aos mais abastados. 
 
 
 
O texto alimenta o ódio entre classes sociais, ingrediente clássico da retórica lulopetista, e ignora que há diversos motivos para a oposição ao PT, como sua índole totalitária, seu alinhamento incondicional ao que há de pior na América Latina em termos de respeito à democracia, suas tentativas de domesticar a imprensa e (como comprova o manifesto) sua tendência a dividir o povo brasileiro, jogando um grupo contra outro.

 
 
Para a oposição, diz o manifesto, “vale tudo. Inclusive criminalizar o PT – quem sabe até toda a esquerda e os movimentos sociais”, em outro exagero construído deliberadamente para colocar o partido na posição de vítima e conquistar a solidariedade dos leitores do texto. “Querem fazer do PT bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades passageiras da economia”, afirmam os representantes estaduais do partido. 
 
 
 
A argumentação não se sustenta, pois um bode expiatório é inocente – e o mesmo não se pode dizer do PT. A política econômica irresponsável que trouxe o Brasil à situação atual foi opção de Lula, no fim do segundo mandato, e de Dilma Rousseff em todo o seu primeiro governo.

 
 
Quanto à corrupção, certamente não foi inventada pelo PT, e nem é sua exclusividade atualmente. Mas, uma vez no poder, o PT aperfeiçoou a corrupção para colocá-la a serviço não dos interesses pessoais de um ou de outro, mas do partido. Assim funcionou o mensalão e, depois, quando aquela fonte secou, o petrolão. As palavras do ex-gerente Pedro Barusco à CPI da Petrobras são esclarecedoras: “Iniciei a receber em 1997, 1998. 
 
 
 
Foi uma iniciativa pessoal minha junto com representante da empresa. (...) Na forma mais ampla, em contato com outras pessoas, de forma mais institucionalizada, isso foi a partir de 2003, 2004”. 
 
 
 
O uso da corrupção para fortalecer o partido ajuda a entender por que os mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal não foram expulsos do PT, como previa seu estatuto. O retrospecto torna muito difícil acreditar que, “caso qualquer filiado do PT seja condenado em virtude de eventuais falcatruas, será excluído de nossas fileiras”, como prometem os chefes estaduais.

 
Não podia faltar a menção aos pedidos de impeachment, classificados como coisa de “maus perdedores” que desejam “reverter, sem eleições, o resultado eleitoral”, deliberadamente ignorando que, no passado, o PT esteve na linha de frente tanto do “fora Collor” quanto do “fora FHC”.

 
 
Certamente muitos petistas gostariam que essa oportunidade fosse usada para repensar aquelas práticas do partido que o tornaram tão mal visto entre a população. Mas, infelizmente, seus líderes, especialmente Lula e Rui Falcão, adotam uma postura agressiva e de negação da realidade. Este diz que “é impensável que a gente possa ser acusado de corrupção”, e aquele afirma que “o PT não pode ficar acuado diante dessa agressividade odiosa” – agressividade que, é preciso dizer, o próprio Lula é especialista em fomentar.
 
 
 

A explosão TEM de aumentar!!!

Os militares e a crise - ELIANE CANTANHÊDE

O Estado de S. Paulo - 03/04

Órgãos de inteligência do governo, principalmente das Forças Armadas, passaram o 31 de março em estado de alerta para detectar tanto provocações de "oficiais de pijama" quanto manobras do "exército do Stédile" e, assim, tentar evitar confrontos. E o que aconteceu? Nada. Poucas vezes antes neste país o 31 de março passou tão em branco. Desta vez, a crise corre ao largo dos militares.

O temor em Brasília era de que, neste clima político, com crises variadas, a popularidade de Dilma Rousseff no chinelo e depois de milhões de pessoas protestando no 15 de março, o aniversário do golpe militar de 1964 servisse de pretexto para novas demonstrações de força e embates de rua, com resultados imprevisíveis. O temor não se confirmou e, no final do dia, a sensação na capital da República era de alívio.

Foi como se tivesse havido um acordão entre os militares da reserva e os militantes de Lula/Stédile para ninguém botar mais lenha na fogueira, para os dois lados não saírem às ruas. Não houve acordo, obviamente, só uma avaliação fria de que não estão fortes o suficiente para mobilizar massas e provocar comparações.

Apesar de toda a insinuação prévia de que haveria novos atos públicos, o PT preferiu se trancar em "plenárias", lambendo as feridas, preparando o congresso de junho e tentando traçar o futuro numa frente com MST, CUT, UNE e acessórios que, em nome de uma guerra extemporânea entre "direita" e "esquerda", engolem qualquer coisa, até o indigesto desmanche da Petrobrás.

Essas plenárias do partido são como uma pausa para pensar, num momento em que a popularidade da presidente bate no fundo do poço (12% de aprovação?!) e ela reza para São Levy fazer chover e conseguir aprovar no Congresso as correções dos imensos erros que ela própria cometeu no primeiro mandato.

Do outro lado, o militar, o que houve foi mais do mesmo: almoço de oficiais da reserva no Clube Militar, uma meia dúzia gritando palavras de ordem do lado de fora e outra meia dúzia fazendo confusão em local fechado de São Paulo. Nada que mereça o título de "manifestação". Isso só reforça que, desta vez, as Forças Armadas não têm nenhum protagonismo. Mesmo nos bastidores, os militares debatem a crise como qualquer cidadão: com espanto. Sem intenções, sem objetivos.

São os agentes políticos que estão em retiro espiritual, não exatamente por causa da Semana Santa, mas para tentar entender a dramaticidade do momento, projetar os cenários possíveis e já se contorcendo para poder mais adiante se encaixar em diferentes hipóteses.

Dilma está em suspenso, à espera de Levy. Levy depende desesperadamente do Congresso. O Congresso é todo olhos e ouvidos para as ruas. Lula e o PT, atarantados, pedem socorro para as centrais e movimentos engajados. Os movimentos engajados descobrem que não é hora de medir forças com as classes médias irritadas. E a oposição, um tanto deslocada do centro da cena, fica atenta à panela de pressão para decidir a hora de aumentar ou de diminuir o fogo. Além de avaliar se poderá, ou não, assumir algum tipo de liderança nas manifestações de rua e se chegará, ou não, o momento de jogar algo, ou alguém, na fervura.

A próxima grande manifestação popular está prevista para 12 de abril, primeiro domingo após a Páscoa, e deve responder a uma pergunta que não quer calar, no governo, na oposição, muito particularmente no PMDB: se a explosão de 15 de março vai aumentar mais e mais, ou se aquele grito bastou e agora a maioria vai preferir ouvir pela janela, panelas à mão. Ou seja, se aqueles milhões foram às ruas e se recolheram, ou se foram para ficar.

Os militares estão quietos no canto deles, mas, além dos advogados, dos policiais federais, dos procuradores e dos jornalistas, outra categoria que vem trabalhando demais ultimamente são os agentes de inteligência do governo. Nem eles, porém, têm resposta para a grande pergunta da crise: no que tudo isso vai dar?
 
 
 

Brasil, Cuba e EUA - MERVAL PEREIRA . (Ah, antes que perguntem, o Brasil não será dono do porto de Mariel, embora tenha emprestado mais de R$ 1 bilhão através de um acordo secreto com o BNDES para a Odebrecht ampliar e modernizar o porto, que continua sendo do governo cubano).

O GLOBO - 03/04

Para o Itamaraty, o reatamento dos EUA com Cuba pode acontecer até 9 de abril, antes da Cúpula das Américas, que se realiza no Panamá no dia 10. Há como sempre alguns problemas de última hora a resolver, especialmente em direitos humanos e cooperação consular, mas a sensação entre os diplomatas que acompanham a negociação é que as duas partes têm a vontade política necessária para superar os últimos obstáculos ao reatamento antes daquela data.

A decisão será tomada não apenas porque já está madura, mas com o temor de que a crise da Venezuela e sua disputa com os Estados Unidos tomem todo o espaço da reunião. O clima político na reunião poderá ser afetado favoravelmente caso o presidente Barack Obama chegue com a relação com Cuba normalizada.

O Brasil está tendo uma atuação paralela importante no reatamento, não apenas porque foi, através de sua diplomacia, um dos países que mais pressionaram Cuba a aceitar a aproximação com os Estados Unidos, como está se propondo a auxiliar no que for preciso para ajudar no desdobramento do reatamento.

Ao contrário do que se gaba o governo brasileiro, o Porto de Mariel, o investimento mais visível e paradoxalmente mais secreto do governo brasileiro em Cuba, não terá nenhuma importância para o Brasil nessa nova fase. No máximo nos agregará prestígio num país onde já tínhamos uma importância política e econômica devido às proximidades ideológicas do PT com a ditadura cubana.

O Brasil não será dono do porto de Mariel, embora tenha emprestado mais de R$ 1 bilhão através de um acordo secreto com o BNDES para a Odebrecht ampliar e modernizar o porto, que continua sendo do governo cubano. E foi o governo cubano que escolheu para administrar o porto a PSA International, uma das maiores companhias de Cingapura.

Na transição de um país fechado para o mundo, para a abertura que proporcionará o reatamento com os Estados Unidos, mesmo com o embargo econômico ainda em vigor, o Brasil terá, sim, um papel importante. O Banco Central brasileiro já foi colocado à disposição de Havana para ajudar em detalhes técnicos para que Cuba reorganize suas finanças, a fim de se habilitar a empréstimos estrangeiros de bancos e organismos internacionais.

Um seminário com especialistas que tiveram a experiência da transição da URV para o Real na implantação do Plano Real está sendo programado para ser realizado em um centro de estudos cubanos, para preparar a transição do CUC para o peso, e amenizar os problemas da mudança de moeda, que será importante para facilitar o turismo após o reatamento.

O Peso Cubano Conversível ( CUC) é uma das duas moedas oficiais em Cuba, juntamente com o Peso Cubano ( CUP), dinheiro utilizado pelos locais, e empregado nas transações econômicas de exportação e importação.

O peso conversível ( CUC), administrado pelo próprio governo, foi criado devido à desvalorização do peso cubano frente às moedas estrangeiras com o fim do bloco socialista. Até 2004, o dólar na ilha podia ser usado para desde o pagamento de corridas de táxi até refeições nos paladares, restaurantes frequentados por turistas estrangeiros.

Com isso, criou-se uma nova classe, a dos que ganhavam em dólar, e até mesmo trabalhadores na cadeia turística passaram a receber gorjetas em dólar, criando um problema político que acabou levando à proibição da circulação da moeda americana. Como é uma ficção cubana, o CUC não é reconhecido por nenhum banco central no mundo.

Há ainda uma dificuldade extra para os turistas estrangeiros: cartões de crédito americanos não são aceitos em Cuba. Por tudo isso, será preciso montar um esquema de transição para que os novos turistas americanos, que já começam a chegar, possam usufruir da ilha, e Cuba possa voltar a receber dólares sem criar problemas sociais adicionais.
 

E Lula moribundo se agarra ao PMDB.



(Folha) O grupo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona Dilma Rousseff a fechar, até a próxima semana, a reformulação de seu ministério para pôr fim à guerra entre governo e PMDB. Segundo interlocutores de Lula e Dilma, a presidente deveria entregar imediatamente a articulação política a um peemedebista para envolver o partido de seu vice, Michel Temer, no comando das negociações do ajuste fiscal. São citados dois candidatos ao posto, hoje nas mãos do ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais): o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), peemedebista gaúcho. 
 
 
Em reunião nesta semana, Lula avaliou com seu grupo de interlocutores que Dilma precisa compreender que a crise atual é mais política do que econômica, e que a solução passa por uma rápida composição com o PMDB. Para Lula, tão logo o governo volte a se acertar com o comando peemedebista, a crise econômica começará a ser equacionada com a aprovação do ajuste fiscal. Lulistas avaliam que Dilma errou ao acertar a nomeação de Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo sem definir a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fiador do atual titular da pasta, o alagoano Vinicius Lages. 
 
 
Um interlocutor de Lula classificou de "ingenuidade" do Planalto a orientação de que cabia ao PMDB se acertar internamente para ela nomear Alves para o Turismo. Segundo assessores presidenciais, mudar o destino de Alves poderia ser a solução, nomeando-o para o comando da articulação política. Lula e seu grupo defendem uma solução rápida para a crise com o PMDB porque, na próxima semana, serão discutidos no Congresso temas com impacto direto nas contas da União. 
 
 
O governo quer que o Senado confirme o adiamento da discussão da renegociação das dívidas dos Estados e municípios com a União. Há ainda a ameaça de Renan de avançar com proposta que dá autonomia ao Banco Central, além de projeto com mudanças no ICMS, principal imposto cobrado pelos Estados. Já a Câmara pode decidir se eleva de R$ 380 milhões para R$ 2 bilhões os gastos previstos com funcionalismo. 
 
 

Os milionários petistas da Casa Civil.E depois xingam a "elite".Estão xingando a si mesmos!



(Matéria Revista Veja) O poder do chefe da Casa Civil da Presidência da República, como quase tudo no governo do PT, é uma relação incestuosa entre o partido e o Estado. José Dirceu, que foi ministro da Casa Civil na fase inicial do primeiro mandato de Lula, já abriu os trabalhos ampliando os poderes de sua pasta. Ele comandava a máquina partidária e vendeu aos radicais a ideia de que Lula só se elegeria em 2002 com a suavização do discurso socialista estatizante e hostil ao livre mercado. Deu certo, e a figura de leão vegetariano colada a Lula funcionou na costura das alianças e nas urnas.



Em retribuição, José Dirceu tornou-se superministro, condição que alardeava aos quatro ventos com variações desta frase: "Ele é o presidente, mas quem manda no governo sou eu". Dirceu e a Casa Civil foram os guardiões e os fiadores dos acertos e compromissos firmados com políticos poderosos e grandes empresários. Parte desse enorme poder encarnado por Dirceu na Casa Civil foi passada a seus sucessores na pasta. Com o poder, tornou-se hereditário também o hábito de o titular usar o ministério como balcão de negócios e, uma vez fora, lançar mão de sua influência junto a quem ficou para continuar operando.



Qualquer negociação estratégica com o setor produtivo e o Congresso passa necessariamente pela Casa Civil, que, com mais ou menos delegação, dependendo da circunstância, representa a vontade do presidente na definição de obras de infraestrutura, liberação de linhas de crédito em bancos oficiais, vetos e indicações para os mais altos cargos da administração pública.


Dos seis ministros que assumiram a Casa Civil nos últimos doze anos, três nutriram o sonho de chegar à Presidência. Dilma Rousseff conseguiu, José Dirceu e Antonio Palocci foram abatidos em pleno voo, e Aloizio Mercadante, o atual ministro, mesmo no alvo do fogo amigo, mantém-se firme no curso.



​Mas com o poder costuma vir o abuso do poder, e não é surpresa para ninguém que a Polícia Federal e o Ministério Público estejam investigando o enriquecimento dos antigos ocupantes do superministério. Se falhou na política, Dirceu - o "guerreiro do povo brasileiro", "o revolucionário socialista" - prosperou como consultor. Só das empresas investigadas no escândalo da Petrobras recebeu mais de 10 milhões de reais.



O ex-ministro Antonio Palocci, que assumiu o posto no início do governo Dilma, também enriqueceu sem precisar de muito esforço. Descobre-se agora que até mesmo a mais discreta, a mais humilde e a aparentemente mais despretensiosa ocupante do cargo, a e­x-ministra Erenice Guerra, também carimbou seu passaporte vermelho para esse seleto clube de milionários.


Há duas semanas, a Polícia Federal e o Ministério Público deflagraram a Operação Zelotes, que tem como alvo uma quadrilha que vendia facilidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (Carf). Integrado por representantes do governo e dos contribuintes, o Carf funciona como uma espécie de tribunal em que pessoas físicas e empresas podem recorrer das multas aplicadas pela Receita Federal. Atualmente, tramitam no órgão centenas de processos, cujos valores alcançam quase meio trilhão de reais. Cifras que encheram os olhos - e os bolsos - de muita gente.


A investigação identificou um grupo que, atuando em parceria, oferecia veredictos favoráveis no conselho em troca de polpudas propinas ou, nos casos mais sofisticados, uma taxa de sucesso sobre o valor que eventualmente conseguissem abater dos débitos fiscais das empresas. Estima-se que eles possam ter causado aos cofres públicos um prejuízo superior a 19 bilhões de reais.


Foram apontados como participantes do esquema lobistas, advogados e membros do próprio conselho. Até a semana passada, no entanto, o caso parecia incluir apenas aquela ar­raia-miúda da corrupção que costuma florescer à margem da burocracia que cria dificuldades para vender facilidades. Parecia.


VEJA teve acesso a documentos apreendidos pelos investigadores. Durante a operação, a polícia recolheu uma procuração que revela que a ex-ministra Erenice Guerra atuava em parceria com um dos chefes da quadrilha do Carf. Como seus ex-colegas de ministério, a petista surge mirando ganhos de milhões de reais. Como seus antigos colegas de ministério, o enredo em direção à fortuna mistura contratos de gaveta, procurações cruzadas, taxas de sucesso. Assim como os velhos companheiros de partido, Erenice se rendeu à sedução do dinheiro. A exemplo dos criminosos do PT, converteu-se da pior maneira possível.


Erenice Guerra nunca chamou muita atenção, nem dentro nem fora do partido. Funcionária do governo de Brasília, trabalhou na Secretaria de Segurança Pública. Levava uma vida modesta, num bairro de classe média de uma cidade-satélite do Distrito Federal. Com a chegada do PT ao poder, foi indicada para compor o governo de transição, ocasião em que conheceu e se aproximou de outra burocrata, Dilma Rousseff. E veio a guinada na carreira.


Em 2003, Erenice foi nomeada chefe da consultoria jurídica do Ministério de Minas e Energia, comandado por Dilma Rousseff. Quando Dilma assumiu a Casa Civil, a assessora a acompanhou, ocupando o cargo de secretária executiva, o segundo mais importante da pasta. Em 2010, Dilma deixou o governo para se candidatar à Presidência, e Erenice, no vácuo da amiga, to­rnou-se ela própria a ministra-chefe da Casa Civil. Foi um breve reinado, de apenas cinco meses, abreviado pelo escândalo no qual ela foi acusada de atuar em favor dos negócios do marido e do filho.


Fora do Planalto, Erenice, especialista em direito sanitário, abriu um escritório de advocacia. Instalado numa das áreas mais nobres de Brasília, o escritório da e­­x-ministra logo passou a ser ponto de peregrinação para empresários de diferentes setores com interesses no governo. Com o acesso, os contatos e a fama que tinha e ainda tem no governo, nada melhor do que contratá-la para ajudar a solucionar problemas de toda ordem. Os documentos apreendidos pela polícia põem Erenice no centro do escândalo da Receita e ajudam a compreender o segredo de Midas.


Um deles é um contrato firmado entre ela e o braço brasileiro da Huawei, gigante chinês da área de telecomunicações. Erenice se compromete a prestar à companhia "serviços profissionais relativos à defesa fiscal da contratante no âmbito da Administração Tributária Federal". Na prática, incumbiu-se de defender os interesses da Huawei no Carf, o tribunal da Receita no qual agia a quadrilha especializada em vender decisões. E o mais grave: para garantir o sucesso da empreitada, a ex-ministra se associou ao advogado José Ricardo da Silva, então membro do conselho e um dos mais destacados integrantes da quadrilha.


Em valores atualizados, a Huawei discute no Carf um débito de 705,5 milhões de reais, resultante de cobranças efetuadas pela Receita Federal. Nos documentos apreendidos, está estabelecido o prêmio a ser pago a Erenice em caso de êxito: 1,5% do valor que a empresa deixaria de recolher aos cofres públicos. Admitida a hipótese de a cobrança ser anulada integralmente, caberiam a ela nada menos que 10 milhões de reais. O contrato foi acertado em 2013. José Ricardo ocupou o conselho do Carf até fevereiro do ano passado.


Resumindo, Erenice se associou a um conselheiro do Carf para atuar em favor de uma empresa multada pelo próprio Carf. A relação de Erenice com José Ricardo fica evidente numa "procuração de gaveta" também apreendida. E mais: quando estava na Casa Civil, Erenice já dava uma mãozinha aos planos de José Ricardo de ampliar seus poderes sobre as decisões da Receita.


Mensagens eletrônicas a que VEJA teve acesso mostram a ação de Erenice para ajudar o advogado. Numa delas, encaminhada ao e-mail funcional dela no Palácio do Planalto, José Ricardo escreve a um irmão da ministra, também advogado, e também sócio na empreitada junto à Receita. Ele pede a intervenção de Erenice na composição do Carf: "Segue apresentação da pessoa que lhe falei, apta a ocupar a presidência do Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda". Com a mensagem, seguiu um anexo com o nome do próprio José Ricardo e de quatro sócios dele - três dos quais também foram conselheiros do Carf e figuram no rol de investigados na Operação Zelotes. Erenice, logo após receber o texto do irmão, responde: "Estou enviando curriculum dos meninos. Bjs".


Eis a receita de sucesso que leva muita gente em Brasília a construir fortunas de uma hora para outra. Enquanto estava no governo, Erenice plantava as bases de uma estrutura com a qual viria a se associar depois, para ganhar dinheiro à custa dos cofres públicos. E esse é apenas um dos muitos negócios arquitetados no escritório da ex-ministra, cujos sinais de riqueza são visíveis.



A advogada Erenice nada lembra a companheira Erenice, que hoje mora no bairro mais caro de Brasília, desfila a bordo de carros importados e enverga roupas de grife e acessórios de luxo. Sempre que é procurada, a ex-ministra diz que não gosta de jornalistas. Ela em breve será incluída no rol de investigados da Operação Zelotes - e se juntará aos colegas que, da Casa Civil, decidiram mergulhar de cabeça e braços abertos naquilo que juraram um dia combater.


José Dirceu, por sinal, foi intimado na semana passada a prestar esclarecimentos sobre os supostos contratos de consultoria que sua empresa firmou depois que ele deixou o Planalto. De 2006 a 2013, o ex-ministro faturou 39 milhões de reais, pagamentos que continuaram a ser feitos mesmo após ele ter sido preso. Antonio Palocci, que multiplicou seu patrimônio declarado em vinte vezes, incluindo carros e imóveis de altíssimo luxo, também está às voltas com o Ministério Público. A Casa Civil ainda guarda outros segredos.

Escândalo chega também aos transportes. Fora, PT!


Corrupção também na usina de Belo Monte
Os escândalos de corrupção se tornam maiores a cada dia na podre República lulista. É hora de fazer limpeza: erradicar esse partido do cenário político e dar um fora também em Dilma:


Embora a Operação Lava-Jato tenha por objetivo investigar os crimes cometidos em torno dos desvios na Petrobras, a força-tarefa que investiga a formação de cartel para desviar pelo menos R$ 10 bilhões dos cofres da estatal descobriu que houve o pagamento de propinas para a realização de obras públicas em vários segmentos da infraestrutura brasileira, como hidrelétricas e ferrovias.

Ao prestar depoimento em delação premiada, o diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, que cumpre prisão domiciliar em sua casa de São Paulo, informou que a empresa pagou pouco mais de R$ 100 milhões em propinas para obter contratos de obras na usina de Belo Monte, segundo O GLOBO mostrou no último dia 6 de março. De acordo com Avancini, o valor foi dividido entre PT e PMDB: cada um dos partidos teria abocanhado 1% do valor dos contratos da empreiteira. A obra está estimada em pelo menos R$ 19 bilhões. A usina está em andamento no Sul do Pará.

A informação, segundo fontes ligadas à negociação da empreiteira com o Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba, foi fundamental para fechar a delação premiada de Avancini. O executivo contou detalhes do esquema que funcionava em Belo Monte, e, só então, os procuradores aceitaram fazer acordo com o empresário.

A Camargo Corrêa tem 16% dos contratos do consórcio responsável pela construção da usina, formado por dez empresas: Andrade Gutierrez, Odebrechet, OAS Ltda, Queiroz Galvão, Contern, Galvão Engenharia, Serveng-Civilsan, Cetenco e J. Malucelli, além da própria Camargo Corrêa. Seis delas são investigadas na Lava-Jato: Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Galvão Engenharia e Camargo Corrêa. Os 16% representam R$ 5,1 bilhão. Esse é o valor do contrato da empresa em obras da Belo Monte.

Além de Avancini, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar em Itaipava, no Rio, também revelou que as empreiteiras pagam propinas para obter obras em vários setores, além da Petrobras. Em uma série de depoimentos gravados à Justiça do Paraná no ano passado, Costa disse que o cartel de empreiteiras agia na maioria das obras públicas de hidrelétricas, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. (O Globo).


Governo Dilma: legítimo de direito, mas ilegítimo de fato.


Três em cada quatro brasileiros não confiam em Dilma. A situação é grave, analisa o editorial do Estadão de hoje, sob o título "O verdadeiro terceiro turno". Mal começou o segundo mandato e o governo já está derretendo. E derretendo onde recebeu as votações mais expressivas (Nordeste). Este é o verdadeiro terceiro turno. Não é coisa da "zelite"; é coisa do eleitorado do próprio PT. Que fazer? Nada de golpismo. As soluções estão aí, previstas na Constituição: se Dilma não renunciar, o impeachment pode se tornar irreversível. Nesse sentido, as manifestações programadas para 12 de abril poderão jogar a definitiva pá de cal:

Governos democráticos são eleitos para servir a sociedade e quando fracassam nessa missão entra em cena a opção pela alternância no poder. É o caminho natural que a democracia oferece para os cidadãos se livrarem de governantes nos quais perderam a confiança. Mas o que acontece quando essa falta de confiança é dramaticamente exteriorizada decorridos apenas três meses de um mandato com validade de quatro anos? É exatamente diante dessa grave e delicada questão que a última pesquisa de opinião pública CNI/Ibope coloca a consciência democrática do País.
Revela o Ibope que, evoluindo na tendência verificada em pesquisas anteriores, a avaliação de ruim/péssimo do governo Dilma subiu de 27% quatro meses atrás, em dezembro do ano passado, para o índice recorde de 64%, enquanto a de ótimo/bom despencou, no mesmo período, de 40% para 12%. Paralelamente, o índice de brasileiros que não confiam na presidente da República saltou, ainda no mesmo período, de 44% para alarmantes 74%. Ou seja: três em cada quatro brasileiros não confiam em Dilma Rousseff.
As más notícias para Dilma e para o PT não terminam aí. A desconfiança estendeu-se a setores da população até recentemente satisfeitos com o governo. Por exemplo, a aprovação caiu de 53% para 18% entre os que estudaram até a quarta série do ensino fundamental e diminuiu de 44% para 32% entre os que chegaram até a oitava série. O apoio ao governo no Nordeste despencou de 63% para 34%. E entre os eleitores que votaram em Dilma há menos de seis meses, a queda foi maior ainda: de 63% para 22%. Esse é o verdadeiro "terceiro turno" que o lulopetismo em desespero denuncia como golpe das elites.
Definitivamente, quando se coloca um quadro em que apenas pouco mais de um em cada cinco brasileiros que deram seu voto à candidata do PT em outubro continua confiando no governo - e isso decorridos apenas três meses do início do segundo mandato -, cria-se uma situação delicada e ameaçadora em que o Poder Executivo se deslegitima de fato, mas permanece absolutamente legítimo de direito, pelo menos até que se decida de modo diferente nas instâncias competentes, rigorosamente de acordo com a lei e os procedimentos legais. É imprescindível que a consciência democrática do País veja com muita clareza essa realidade institucional, porque essa é a garantia de que os brasileiros não cederão, como alternativa à grave crise que enfrentam, à tentação de aventuras antidemocráticas que configurariam um retrocesso intolerável.
Uma pesquisa de opinião pública reflete sempre e necessariamente um recorte temporal da realidade que investiga. Mas o quadro ora exposto é extremamente preocupante, porque indica claramente uma forte e continuada tendência de ampliação da distância que separa governo de governados. Mas, se a superação dessa crise é um desafio a ser enfrentado pelo conjunto da sociedade, cada um no seu papel e todos juntos na defesa da democracia, é óbvio que ao governo cabe papel relevante, até porque terá de lutar pela própria sobrevivência.
E, se o governo petista se encontra na berlinda pelos erros que tem cometido, não faz sentido que continue persistindo neles. Enquanto tinham a credibilidade refletida em altos índices de popularidade de Dilma - assim como aconteceu com Lula -, os petistas podiam deitar e rolar no populismo, esbaldar-se na autoexaltação e fazer as promessas e previsões edulcoradas que lhe dessem na telha. Mas hoje o que há é um governo desorientado, desacreditado e politicamente debilitado, que não consegue esconder sua inépcia. Basta ver que o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, reagiu à pesquisa não com a humildade que a situação requeria, mas com a arrogante e destrambelhada afirmação de que se trata "apenas" de uma foto ruim do momento: "Nosso compromisso é com quatro anos - e três meses de governo é o início de um processo. A fotografia não é boa, mas o filme vai ser muito bom".
Se o que se tem visto é apenas "o início de um processo", imagine-se o que virá nos próximos 45 meses. Não é à toa que o único comentário otimista que se ouviu ontem sobre este governo é o de que nesta pesquisa CNI/Ibope a imagem de Dilma está muito melhor do que na próxima.

Tanto tentaram que acabaram conseguindo matar o filho do Alckmin!!!Que horror!

Corpo de Thomaz Alckmin segue para Pindamonhangaba, interior de São Paulo


O cortejo que faz o traslado do corpo de Thomaz Alckmin, filho do governador Geraldo Alckmin, saiu às 14h30 do Hospital Albert Einstein, na capital paulista, onde ocorreu o velório. O corpo segue para a cidade de Pindamonhangaba, a 160 quilômetros, onde será enterrado às 17h.

Thomaz Alckmin morreu ontem (2), na queda de um helicóptero em que estava, em Carapicuíba. Ele era o filho mais novo do governador e tinha 31 anos. Thomaz trabalhava como piloto e era casado com Thais Fantato. Ele deixa duas filhas, uma de 10 anos e uma recém-nascida de 1 mês.

Além do filho do governador, quatro pessoas que estavam na aeronave morreram: o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53 anos, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, de 42 anos, Erick Martinho, de 36 anos e Leandro Souza, de 34 anos. Todos os corpos foram liberados do Instituto Médico-Legal (IML) antes das 8h de hoje.

Segundo a empresa Seripatri, responsável pela operação do helicóptero, o piloto tinha mais de 30 anos de experiência na profissão. O acidente, informou a empresa, ocorreu durante voo de teste, após a aeronave passar por manutenção preventiva.

O helicóptero era da marca Eurocopter, modelo EC 155, prefixo PPLLS, e tinha cerca de quatro anos de uso, com aproximadamente 600 horas de voo, de acordo com a Seripatri. A aeronave estava com documentação e manutenção em ordem.


Fonte: Agência Brasil  Jornal de Brasília

Lembram dessa noticia??

Filho e neta do governador Alckmin ficam no meio de tiroteio no Morumbi






O filho do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz, 30, foi cercado ontem (2) por criminosos e acabou no meio de um tiroteio entre os bandidos e a polícia que integra a escolta que faz a sua segurança. 


Ele levava a filha de nove anos de volta para casa, à noite, na região do Morumbi, na zona oeste São Paulo. Estava em uma alça de acesso à marginal Pinheiros quando o carro à sua frente fez um cavalo de pau. Dele saltaram quatro homens que cercaram seu automóvel. 


Os policiais da escolta saíram do carro que dirigiam logo atrás e deram ordem de prisão ao grupo. Começou então um tiroteio. Os homens fugiram. 


O ataque aconteceu próximo ao clube Paineiras, que fica cerca de 2 km de distância do Palácio dos Bandeirantes. 


Thomaz e a neta do governador foram levados para casa após o ataque.
O carro dos bandidos foi encontrado horas depois. 


"Ele ia levando a filha, minha netinha, no carro. Ele dirigindo, ela atrás. Foi interceptado, o segurança reagiu e os bandidos fugiram. Vamos aguardar a investigação da polícia, para verificar se foi uma tentativa de assalto ou não, a polícia está trabalhando e nós confiamos no trabalho da polícia", disse Alckmin. 


O Palácio dos Bandeirantes investiga várias hipóteses, como assalto ou até tentativa de sequestro. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirmou em nota que "as circunstâncias da ocorrência estão sendo investigadas pela Polícia Civil, que não descarta nenhuma hipótese até o momento". 


Em 2004, Thomaz foi vítima de um assalto quando andava de moto na marginal Pinheiros, na altura do parque Villa-Lobos (zona oeste). Na ocasião, ele tinha saído sem seguranças, quando foi abordado por bandidos. Ele não sofreu ferimentos. 


Dois anos antes, um PM que fazia a escolta do filho do governador foi morto em uma tentativa de roubo ao carro de Thomaz na região da Vila Mariana (zona sul). 

Três pessoas foram condenadas pelo crime.

'Não vamos nos intimidar', diz Alckmin sobre ameaça de morte feita pelo PCC

Por Agência Estado |

E dessa noticia?

 

Apuração de três anos e meio do MP mostra que facção criminosa atua em 22 Estados, na Bolívia e no Paraguai

Agência Estado


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, comentou nesta sexta-feira (11) as interceptações telefônicas que mostram que o Primeiro Comando da Capital (PCC) havia decretado a morte do governador. "Os bandidos dizem que as coisas ficaram mais difíceis para eles, pois eu quero dizer que vai ficar muito mais difícil", afirmou, ao participar de agenda pública em Mirassol, no interior do Estado.
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Segundo o governador, ele continuará a lutar contra a criminalidade. "Nós não vamos nos intimidar. É nosso dever zelar pelo interesse público." Alckmin disse ainda que vai trabalhar para "fortalecer ainda mais o regime disciplinar diferenciado". "Nós temos as mais fortes penitenciárias do País aqui no Estado. Os índices de criminalidade estão em queda, fruto exatamente desse trabalho, que vai ser fortalecido para proteger a população", completou.


O caso
Depois de três anos e meio de investigação, o Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo concluiu o maior mapeamento da história do crime organizado no País, com um raio X do Primeiro Comando da Capital (PCC). Por fim, denunciou 175 acusados e pediu à Justiça a internação de 32 no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) - entre eles, toda a cúpula, hoje presa em Presidente Venceslau.
AE
Marcola, chefe do PCC
As provas reunidas pelos promotores do Grupo Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) permitiram a construção de um retrato inédito e profundo da maior organização criminosa do País. Durante três anos e meio, os promotores reuniram escutas telefônicas, documentos, depoimentos de testemunhas e apreensões de drogas e de armas. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso aos documentos e a milhares de áudios que formam o maior arquivo até hoje reunido sobre o crime organizado no País.


O MPE flagrou toda a cúpula da facção em uma rotina interminável de crimes. Ela ordena assassinatos, encomenda armas e toneladas de cocaína e maconha. Há planos de resgate de presos e de atentados contra policiais militares e autoridades. O bando faz lobby e planeja desembarcar na política.


Presente em 22 Estados do País e em três países (Brasil, Bolívia e Paraguai), a "Família" domina 90% dos presídios de São Paulo. Lucra cerca de R$ 8 milhões por mês com o tráfico de drogas e outros R$ 2 milhões com sua loteria e com as contribuições feitas por seus integrantes - o faturamento anual de R$ 120 milhões a tornaria uma empresa de médio porte. Esse número não inclui os negócios particulares dos integrantes, o que pode fazer o total arrecadado por criminosos dobrar.


A principal atividade é desenvolvida pela facção é tráfico de drogas. Chamado de Progresso, prevê ações no atacado e no varejo. No último, a facção reunia centenas de pontos de venda de droga espalhados pelo País. Eles são chamados de "FM". No caso da cocaína, os bandidos mantêm um produto de primeira linha, o "100%" e o "ML", que é a droga batizada, de segunda linha.


A maconha é designada nas conversas com o nome de Bob Esponja. A droga do PCC vem do Paraguai e da Bolívia. Os três principais fornecedores de drogas para o PCC seriam os traficante paraguaio Carlos Antonio Caballero, o Capilo, e os brasileiros Claudio Marcos Almeida, o Django, Rodrigo Felício, o Tiquinho, e Wilson Roberto Cuba, o Rabugento.