quarta-feira, 22 de abril de 2015

'Triplicar verba para partidos é um escárnio', diz Joaquim Barbosa (VEJA)


Presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa durante sessão para julgar os recursos dos 13 réus que não tem direito aos embargos infringentes no processo do mensalão, nesta quinta-feira (14)
Ex-presidente do STF Joaquim Barbosa classificou como "escárnio" o aumento dos repasses a partidos políticos para quase 900 milhões de reais(Fellipe Sampaio/SCO/STF/VEJA)


O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa reagiu, na noite de terça-feira, ao aumento da verba orçamentária destinada aos partidos políticos. Em meio a um ajuste fiscal, a presidente da República, Dilma Rousseff, triplicou a verba pública que abastece o Fundo Partidário: 867,5 milhões de reais.



Em 2014, a proposta original destinava 289,5 milhões de reais ao fundo.


 "Escárnio: Congresso aprova verba de quase 900 milhões anuais para partidos políticos. Para que doações de empresas privadas?", escreveu Barbosa em sua conta no Twitter. "900 milhões de reais para partidos políticos: procure saber em detalhes como essa montanha de dinheiro é gerida pelos caciques partidários." (Nicole Fusco, de São Paulo)



Leia também:


Dilma triplica repasse a partidos: R$ 867,5 milhões

(Boas noticias!!) Bebê Sofia, (lembram dela?) deixa UTI dez dias após transplante raro (novos fígado, estômago, pâncreas, intestino delgado e intestino grosso. O transplante de um rim, inicialmente previsto, não foi necessário).


(Foto: Reprodução / Facebook)(Foto: Reprodução / Facebook)

Dez dias após ter recebido o transplante simultâneo de cinco órgãos do aparelho digestivo, a menina Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e três meses, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Jackson Memorial Hospital, em Miami, Estados Unidos.

Às 22 horas de segunda-feira, 20 (horário do Brasil), a criança foi transferida para um quarto do mesmo hospital, segundo informou a mãe, Patrícia Lacerda. "Já estamos no quarto com ela e agora é continuar com nossas orações para que logo mais ela esteja totalmente recuperada", postou a mãe na página de Sofia numa rede social.

A menina continuará sob cuidados intensivos, após ter recebido de um doador da Flórida novos fígado, estômago, pâncreas, intestino delgado e intestino grosso. O transplante de um rim, inicialmente previsto, não foi necessário.

(Foto: Reprodução / Facebook)(Foto: Reprodução / Facebook)

A criança nasceu com síndrome de Berdon, uma doença rara que a impedia de se alimentar e, se não fizesse o transplante, não sobreviveria. A família de Votorantim, região de Sorocaba, mobilizou-se pelas redes sociais e conseguiu na Justiça que o governo brasileiro bancasse o transplante no exterior, já que nenhum hospital do Brasil tinha condições de fazer a cirurgia, complexa e de alto custo - cerca de R$ 2 milhões.


A criança, que nunca havia ingerido alimentos, já recebe uma alimentação especial que estimula o funcionamento do seu novo aparelho digestivo. As primeiras refeições deixaram a menina assustada ao ter sensações comuns a outras crianças, mas que ela ainda não conhecia, segundo descreveu a mãe. O período de cuidados pós-operatórios depende da resposta do organismo da criança, segundo Patrícia. "Sabemos que o caminho é longo e cada dia de vida é uma vitória como tem sido desde o nascimento dela."

Justiça condena Costa e Youssef por lavagem de dinheiro





Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras, foi condenado à prisão pelos crimes de pertinência a organização criminosa e lavagem de dinheiro ligados a desvio durante a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Atualmente em regime domiciliar, ele terá de cumprir sete anos e seis meses.



A decisão dá conta de que Costa irá cumprir prisão domiciliar até 1º de outubro de 2016, com uso de tornozeleira especial que dá sua localização exata para a polícia. Após esse período, ele irá cumprir pena em regime aberto, com condições a serem decididas em “data oportuna”.




O doleiro Alberto Youssef, outro envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras, também foi condenado. Indiciado por lavagem de dinheiro, ele terá de cumprir três anos de sua pena — nove anos e dois meses, no total — em regime fechado.




"Alberto Youssef é reincidente, mas o fato será valorado como circunstância agravante. As provas colacionadas neste mesmo feito, inclusive por sua confissão, indicam que passou a dedicar-se à prática profissional de crimes de lavagem, o que deve ser valorado negativamente a titulo de personalidade”, afirmou o juiz Sergio Moro, responsável pelas condenações.

(Texto muito bom.Mesmo!!!) A homossexualidade é imoral?





Relacionamentos homossexuais são errados do ponto de vista moral? Eu desejo analisar isso nesse post, mas de um modo desapaixonado e neutro. A intenção é expor como pensam os dois lados, procurando compreender ambos e gerar uma discussão equilibrada e honesta.
 
O argumento que parece ser central para os que apoiam a homossexualidade é que ela não representa mal em si mesma. Em outras palavras, desde que um relacionamento homossexual ocorra de modo consensual entre as pessoas envolvidas, não há qualquer tipo de exploração neste tipo de relação que possa tornar o envolvimento condenável. Ao contrário disso, temos a mútua satisfação dos indivíduos em contato. Em silogismo, o argumento pode ser resumido assim:
1. Qualquer relacionamento consensual que não implique em exploração para as pessoas envolvidas, mas antes, satisfação, é correto do ponto de vista moral;
2. O relacionamento homossexual pode perfeitamente ser consensual e não implicar em exploração, mas satisfação;
3. Logo, o relacionamento homossexual em si é correto do ponto de vista moral.
O problema deste argumento é que a premissa número 1 está baseada em uma concepção de moral estreita. Essa concepção estreita só leva em conta a satisfação mútua e consensual em um relacionamento. Mas não necessariamente este é o único pré-requisito para que uma relação ou comportamento seja correto. Vejamos um exemplo. Há pessoas que gostam de viver como bebês ou como animais. Existem muitas dessas pelo mundo. Alguns programas televisivos, como Tabu (apresentado no National Geographic) às vezes produzem reportagens sobre o tema. Esses indivíduos assumem um personagem (um cachorro, um gato, um bebê), passando a manter os hábitos do personagem assumido, desde as vestimentas, até a alimentação e o modo de lazer. E, curiosamente, tais pessoas arrumam babás e “donos” para os satisfazerem em suas fantasias.
 
Temos aqui, portanto, diversos casos de comportamentos e relacionamentos que são consensuais, causam satisfação nos participantes e não implicam em exploração. Mas será que podemos entender esses comportamentos e relacionamentos como corretos? A resposta para esta pergunta depende da cosmovisão da pessoa. Se sou um humanista ou libertário, direi que por mais estranhos que possam nos parecer, são corretos porque respeitam a premissa 1 do argumento e ela é autoevidente.

Se eu sou um relativista, direi que não há certo e errado, mas apenas gostos. Viver como um bebê ou um cachorro, tomando madeira e urinando em fraldas, ou comendo ração e brincando de morder, podem não fazer parte do meu gosto, mas faz parte do gosto deles. Nenhum de nós está certo ou errado.
 
Um ateu, que realmente leve à sério a sua cosmovisão ateísta, dirá aqui que nosso universo inteiro é apenas um acidente e que não há nada que nos indique se há algo certo ou algo errado. Todos os comportamentos são iguais e, no fim das contas, isso não vai fazer a menor diferença depois que morrermos. Logo, viver como um bebê ou um cachorro não é certo nem errado. Tanto faz.

Uma pessoa sem religião específica, mas que acredita em moral, provavelmente dirá que existe certo e errado, mas que comportamentos como viver como um bebê ou um cachorro não se enquadram na questão da moralidade. São apenas gostos.
 
Agora, uma pessoa que acredita que a natureza foi projetada inteligentemente e que cada uma de suas partes apresenta um modo correto de funcionamento, afirmará que comportamentos como viver como um bebê ou como um cachorro, quando não se é nenhum dos dois, fogem do correto funcionamento, ferem a inteligência do projeto e se desviam do objetivo natural que deveriam seguir.
 
Certamente, isso se configuraria um erro do ponto de vista biológico e da finalidade do projeto. Mas seria um erro moral? Aparentemente sim, pois se a natureza é um projeto, há um projetista. Ferir a inteligência do projeto e do projetista usando as partes do projeto de maneira errada e renegando o objetivo de seu criador não parece ser uma atitude muito boa. Se considerarmos ainda que o projetista nos ama, tudo fica mais complicado, pois ao agir de modo diverso ao objetivo do projeto, estamos renegando a vontade de alguém que nos ama e nos possibilitou viver por conta disso. Seria como se um pai amoroso tivesse projetado um notebook para o filho e explicado que o mesmo não era à prova de água. O filho, rebelde, diz que o notebook é dele e ele usa como quiser. Então, leva para o banho e o aparelho queima.
 
Como o leitor já notou, eu não favoreci até agora nenhuma visão. O que fiz foi apenas explicar cada uma delas, demonstrando como cada tipo de pessoa chega até determinada conclusão. À priori, nenhuma dessas visões, ou cosmovisões, são incoerentes. Se, de fato, a premissa 1 é autoevidente, não podemos dizer que tais comportamentos são errados. E se a  moral é relativa, ou o mundo é obra do acaso, ou os comportamentos que estamos analisando não se enquadram na questão moral, não podemos dizer nem que são corretos, nem que são errados, mas apenas questão de gosto.
 
A análise da validade dessas posições se inicia agora. A primeira nos diz que é uma verdade autoevidente que qualquer comportamento ou relacionamento consensual, que cause satisfação mútua e não exploração é correto do ponto de vista da moral. 
 
 
 
Contudo, como já vimos, isso não é necessariamente uma verdade, pois depende do que abrange a moral. E a moral pode muito bem abranger mais do que esses pré-requisitos. Se a hipótese do projetista estiver correta, por exemplo, a primeira premissa está errada. Portanto, não temos aqui um fundamento autoevidente, mas um fundamento que depende de uma evidência externa a si mesmo. Em outras palavras, é preciso provar que a moral só abrange o que a primeira premissa diz. Não é suficiente só dizer.
 
 
 
As demais hipóteses tentam transformar alguns comportamentos em questão de gosto pessoal apenas, portanto, não enquadráveis na ideia de moral. Mas se alguma delas estiver correta, elas derrotam o próprio argumento de que a homossexualidade é moral, pois este comportamento também passa a ser uma questão de gosto. E se é uma questão de gosto, qualquer um pode concordar ou discordar, tal como discordamos ou concordamos com a prática de comer sorvete, ou de fumar charutos, ou de torcer por um time de futebol. 
 
 
 
E como gosto não se discute, pois é subjetivo e cada um tem um, não faz sentido dizer que não gostar da homossexualidade é algo errado. Aliás, nos dois primeiros casos, o do relativismo e o do ateísmo, não há certo e errado. Portanto, até mesmo a violência contra homossexuais não seria errado (apenas seria algo fora da lei nos países democráticos, mas não imoral).
 
 
 
Neste ponto, o defensor da homossexualidade geralmente vai tentar atacar a noção de que seu comportamento não é natural. Seu intuito aqui é provar que a homossexualidade está de acordo com a biologia e quaisquer finalidades que, porventura, existam no projeto natural. Ele poderá também dizer que não há um padrão biológico ou um objetivo natural. A ideia é concluir que a homossexualidade é moral em qualquer hipótese, incluindo na hipótese de que haja um projetista na natureza.
 
 
 
 
Mas o argumento é falho. É patente que os componentes da natureza apresentam uma funcionalidade padrão e objetivos específicos. Por exemplo, se meu vizinho tenta colocar uma colher de arroz no nariz, tencionando se alimentar, em vez de usar a boca para isso, é óbvio que temos uma fuga de padrão natural. O nariz serve para respirar e a boca serve para comer. Negar isso é negar o conhecimento biológico mais simples. Aliás, quando aprendemos biologia, a ideia da disciplina é que saibamos para quê funciona cada coisa em nosso corpo e no ecossistema. Então, sim, existe um funcionamento padrão e objetivos na natureza.
 
 
 
O comportamento homossexual, evidentemente, não se adequa a esse funcionamento padrão. O homossexual assume um papel que não é o seu, e utiliza partes de seu corpo que tem determinadas finalidades, para outras finalidades. O indivíduo homossexual tenta ser o que não é, e fazer o que seu gênero não foi projetado para fazer.
 
 
 
 
Uma vez que tal fato é inescapável, o defensor da homossexualidade poderá oferecer dois argumentos aqui. O primeiro é que, se há um projetista, ele pode não se importar com o que fazemos com nossos corpos ou com o que desejamos ser, desde que não façamos mal ao nosso próximo. De fato, as religiões teístas dizem, por exemplo, que Deus é amor. Se ele é amor, não deve ver mal no amor genuíno entre pessoas do mesmo sexo. E se ele é amor, deve querer a felicidade de todos, inclusive de quem quer ter um relacionamento homossexual.
 
 
 
À priori, esta hipótese parece ser plausível. Mas há alguns questionamentos que precisam ser feitos. Em primeiro lugar, por que razão Deus criaria gêneros, amor de casal, relação sexual e casamento? Ele poderia ter feito criaturas sem gênero e assexuadas, que vivessem como irmãos/amigos apenas. Bom, se respondermos que o único objetivo foi para que os gêneros se interessassem um pelo outro e gerassem filhos, então certamente não fazia parte dos planos de Deus que pessoas do mesmo gênero se unissem dessa forma. Se, porém, respondermos que a procriação não era o único objetivo, isso nos leva a questionar por que Deus não teria feito o ser humano hermafrodita.
 
 
 
Pense no seguinte: Deus não criou o mundo mal, segundo as religiões teístas. O mal entrou no mundo, que antes era perfeito. Suponhamos que o mundo continuasse perfeito hoje, como Deus o criou. Neste caso, os homossexuais teriam um problema: eles não teriam como ter filhos naturais, tampouco adotar (pois em um mundo perfeito, nenhum pai ou mãe abandonaria, ou venderia, ou daria seus filhos. Tampouco as pessoas morreriam. Logo, não haveria orfanatos e filhos para seres adotados). Isso seria um grande transtorno para os gays, que não poderiam constituir família, ao passo que os heterossexuais poderiam.
 
 
 
Além disso, haveria uma desigualdade natural bastante desagradável entre gays e heteros no que tange a relação sexual, já que os heteros teriam seus corpos naturalmente projetados para o sexo, ao passo que os homossexuais precisariam (como precisam hoje) improvisar. E se nós pensarmos naqueles que nascem insatisfeitos com seu gênero e desejam fazer operações de mudança de sexo, a coisa fica mais complicada, pois questionamos: por que Deus permitiria, num mundo perfeito, que algumas pessoas só pudessem ser felizes de maneira artificial, necessitando mutilar ou implantar membros? Em outras palavras, se Deus desejava que pessoas do mesmo sexo tivessem um relacionamento de casal, não faria sentido Ele ter criado dois gêneros. O hermafroditismo seria muito mais justo e feliz. Parece, portanto, que Deus desejou/projetou desde sempre a união sexual/matrimonial apenas entre homem e mulher.
 
 
 
Em segundo lugar, se realmente Deus criou tudo perfeito, mas o mal entrou no mundo, é possível supor que o sentimento homossexual seja algo que não existia quando o mundo ainda era perfeito, nem existiria. Talvez o sentimento homossexual seja algo que surja em decorrência de o mundo não ser mais o mesmo que Deus criou. Ele foi deformado, e assim, as coisas mudaram. A deformação do mundo e de nossa própria natureza pode ter criado um descompasso entre o que somos/para quê fomos projetados e o que desejamos ser/fazer. 
 
 
 
 
Isso explicaria porque uma pessoa que nasce com um gênero/sexo pode ficar insatisfeita com ele e querer mudar de gênero/sexo. Se isso é fato (e há plausibilidade nisso, pois é muito mais provável um Deus bom criar pessoas que tenham um sentimento de acordo com o que ela é e foi projetada para ser), então a homossexualidade não só não é natural, como é algo que só existe porque o mundo deixou de ser perfeito.
 
 
 
Em concordância com isso, muitos homossexuais afirmam que gostariam de não ser gays, mas que infelizmente apresentam um sentimento homossexual. Estas pessoas às vezes afirmam: “Não tenho culpa de ter esse sentimento”. Então, para essas pessoas, é ruim o fato de haver esse descompasso entre o gênero natural delas e como elas se sentem. Logo, não é um absurdo supor que tal sentimento não foi criado por Deus, não é plano dele, não deveria existir e só existe por conta do pecado.
 
 
 
 
Em terceiro lugar, quando as religiões teístas dizem que Deus é amor, se referem ao amor geral. O amor geral é aquele que devemos sentir por qualquer pessoa pelo simples fato de ela ter vida e sentimentos. É o amor que Deus sente por nós e que nós devemos nutrir por Ele e pelo próximo. Não devemos confundir este amor com as suas demais vertentes, como o amor “Eros” (de casal), o amor “Philos” (de irmão) e o amor “Storge” (de família). Este amor geral é o amor Ágape. É um amor maior do que todas as suas vertentes e sem o qual nenhuma delas existe. É o amor do qual suas vertentes são apenas representações parciais. As vertentes de Ágape podem até simbolizá-lo em alguns aspectos, mas jamais podem substituí-lo, pois a representação nunca substitui o objeto representado.
 
 
 
Deus é Ágape e não Eros. Portanto, não faz muito sentido dizer Ele deseja que todos os seres humanos amem eroticamente qualquer um dos gêneros criados. Faz sentido sim dizer que Deus deseja que todos os seres humanos amem com amor Ágape a qualquer um dos gêneros. O amor Eros, no entanto, parece ter sido criado para ocorrer entre um homem e uma mulher. Outro ponto aqui é que o fato de Deus nos amar, não implica que Ele ache bom que adquiramos comportamentos provenientes de descompassos causados pelo pecado.
 
 
 
Estes questionamentos tornam improvável que Deus se agrade da homossexualidade e demonstram que é mais plausível pensar que Deus criou um em que não havia descompasso entre nossos sentimentos e o que somos naturalmente. Este descompasso, portanto, não é algo proveniente dele, tampouco é algo positivo.
 
 
 
A pessoa que apoia a homossexualidade aqui ainda pode tentar usar o argumento de que este comportamento não é uma escolha, mas uma característica natural com a qual algumas pessoas nascem. A ideia é dizer que o homossexual não tem escolha. Ele nasce com esse sentimento e não pode ser considerado errado por segui-lo. Mas o argumento apresenta pelo menos duas falhas. 
 
 
 
A primeira é supor que inerências naturais e comportamentos são a mesma coisa. Não é verdade. Ser negro, ter nariz grande, ser alto ou ter a voz grossa, não são comportamentos, mas inerências naturais. Ser cristão, jogador de futebol, filósofo ou socialista são comportamentos, mas não inerências naturais. Você pode, é claro, ter inclinações naturais para determinados comportamentos. Mas a inclinação não torna o comportamento inerente a uma pessoa. Pode-se escolher dizer “não” a determinado comportamento.
 
 
 
Dizer “não” a comportamentos que estamos inclinados a praticar é coisa que fazemos rotineiramente. Existem pessoas naturalmente geniosas, por exemplo. Em situações onde o estresse é grande, essas pessoas podem se sentir fortemente inclinadas a passar dos limites, dizendo palavrões, quebrando coisas, batendo nas pessoas e até dando tiros. Mas é certo dizer que elas não têm escolha? É certo dizer que elas são escravas de suas inclinações? É certo dizer que se elas matarem alguém, não tem culpa, pois são naturalmente geniosas e estavam em uma situação difícil? É claro que não.
 
 
Cabe a cada um dominar seus instintos, inclinações, impulsos, pensamentos, vontades, emoções, sentimentos e etc. É este autocontrole constante que é requerido de todos nós para a formação de nosso caráter, civilidade e cidadania. Aquele que não aprende a dizer “não” para si mesmo, a traçar limites para seus comportamentos e moldar os seus próprios desejos, está sempre perdendo para o seu “eu” e enfraquecendo o seu caráter.
 
 
O que se conclui daqui é que, se o homossexual acredita que seu comportamento é errado, existe a possibilidade de ele abster-se de manter relacionamentos amorosos, bem como de agir de modo diferente do seu gênero natural. A questão aqui não é a dificuldade que possa haver nessa abstenção, mas se ela é possível. E sim, ela é.
 
 
 
A segunda falha é que não necessariamente o comportamento homossexual advém de uma inclinação natural. E também não necessariamente inclinações naturais se desenvolvem no indivíduo. Muitas pessoas podem se tornar homossexuais por curiosidade, ou desilusões amorosas com pessoas do outro gênero, ou por ter uma vida sexual muito permissiva e aberta a novos experimentos, ou porque cresceu em meio à pessoas de um gênero distinto do seu (vindo a copiar-lhes os modos e gostos), ou por influencia de amigos homossexuais, ou por algum problema de infância relacionado ao pai ou a mãe e etc.
 
 
 
Aqueles que alegam ser homossexuais desde a mais tenra idade talvez não tenham nascido com uma inclinação homossexual, mas simplesmente com alguns modos e gostos diferentes do seu gênero. E, uma vez que não tenha havido um acompanhamento apropriado por parte dos pais, tais modos e gostos se desenvolveram e levaram o indivíduo a agregar mais modos e gostos distintos até chegar ao ponto de desejar ser de outro gênero e/ou desejar se relacionar com pessoas do mesmo sexo. 
 
 
 
Há muitas pessoas que nasceram com tais gostos e modos e que até os conservaram durante a vida, mas não se tornaram homossexuais, donde se conclui que a criação dos pais podem impedir esse desenvolvimento e a própria pessoa, ao crescer, pode se interessar pelo sexo oposto, não se tornando homossexual apesar dos gostos e modos diferentes.
 
 
 
Finalmente, não devemos descartar a possibilidade de que um indivíduo realmente nasça com uma inclinação homossexual. No entanto, mais uma vez, é possível que essa inclinação não se desenvolva em função de uma criação apropriada dos pais, de modo que a pessoa se acostume a ser heterossexual e sua inclinação natural fique adormecida. Isso nos faz concluir que não há razão para se crer que o sentimento homossexual é algo tão poderoso que não possa ser adormecido, seja ele natural ou desenvolvido no decorrer da vida.
 
 
 
Até agora, como o leitor pode ver, eu não apelei a qualquer livro considerado sagrado por alguma religião. Apenas lidei com hipóteses, procurando analisar a coerência delas. Mas agora quero mencionar a Bíblia, a fim de complementar o assunto.
 
 
 
Segundo a concepção bíblica, Deus criou os gêneros, o casamento e a união sexual não apenas para que tivéssemos procriação. Afinal, Deus poderia muito bem desenvolver outro método de geração natural de seres humanos, ou mesmo criar todos diretamente. E nós poderíamos ser assexuados, como os anjos, sem que sentíssemos ou tivéssemos qualquer necessidade de casar ou fazer sexo. Mas aprouve a Deus criar gênero, casamento e sexo para que a união entre homem e mulher pudesse simbolizar a união entre Deus e seu povo. É por este motivo que, na Bíblia, o povo de Deus é sempre comparado a uma mulher, e Deus, ao noivo dessa mulher.
    
 
 
Portanto, qualquer o casamento (e, por conseguinte, a união sexual) que não ocorre nos moldes estipulados por Deus, destoa da realidade que ele representa, perdendo todo o seu sentido e propósito. E como eu afirmei já em outro texto, sobre casamento, Se alguém diz que acha ridículo não modificar a concepção de casamento "só" porque isso não representa Deus corretamente, faz do símbolo algo mais importante que a realidade simbolizada. Não é a realidade que deve ser modificada para se adequar ao símbolo, mas o oposto. O símbolo se sujeita ao real.
    
 
 
É por esse motivo que quando uma pessoa critica o cristianismo com o argumento de que não é errado um casamento homossexual ou poliamoroso porque “não faz mal ao próximo e é consensual”, está falando algo sem sentido. A imoralidade desses atos não se baseia no principio de fazer bem ao próximo, mas sim no principio de que o casamento é uma representação da união de Deus e seu povo. Ele foi criado para isso. Esse é o seu objetivo primordial. Então, é errado usá-lo de outra forma.
    
 
 
O que é curioso e esplêndido no cristianismo é que, ao mesmo tempo em que ele faz do casamento algo extremamente sagrado, por representar o amor de Deus para com o seu povo, ele também coloca o amor Eros em seu devido lugar, mostrando que ele é menor que o amor Ágape, sendo apenas uma representação, e uma representação passageira, já que, quando Jesus Cristo formar o seu novo Reino, todas as vertentes de amor serão reabsorvidas pelo amor geral, o amor Ágape. Então, não haverá mais casamento nem sentimento de casal, mas apenas o amor geral entre todas as pessoas e Deus.
 
 
Quando alguém, portanto, trata o casamento e a união sexual de maneira errada, não apenas fere a sacralidade dessas criações de Deus como, curiosamente, superestima o amor Eros, colocando-o acima de Ágape. Por esta razão a homossexualidade é considerada um erro do ponto da Bíblia e do cristianismo. Isso só nos ajuda a entender melhor tudo o que já vimos até aqui antes de apelar para as Sagradas Escrituras cristãs.
 
 
Estas análises não tiveram como intuito expressar qualquer opinião política sobre a homossexualidade, mas apenas de analisá-la do ponto de vista da moral. E o que me levou a elaborar este documento não foi a necessidade de provar que eu estou correto, mas sim para mostrar que discordar da prática da homossexualidade não se constitui discriminação, nem é uma absurdidade baseada em meros preconceitos. Ao contrário disso, a opinião de quem não concorda com a homossexualidade tem um bom fundamento e não pode ser considerada em si mesma um ato de discriminação.
 
 
É preciso ressaltar ainda que Deus ama a todos os homossexuais e se importa com eles profundamente. Ele sabe o quão difícil é vencer os sentimentos (naturais ou não) que os fazem desejar serem de outro gênero e/ou se relacionarem com pessoas do mesmo sexo. A pessoa, portanto, que está convencida que sua a homossexualidade é um erro e quer lutar contra ela, não está desamparada e pode contar com a ajuda do Espírito Santo de Deus.
 
 
Por fim, as conclusões deste texto não servem, evidentemente, para serem usadas como instrumentos de repressão às pessoas homossexuais. Entende-se que cada indivíduo tem o direito de escolher o que acha melhor. E se alguém escolhe que o melhor é permanecer praticando a homossexualidade, ela está dentro de seu direito, devendo ser respeitada e tratada sempre como um ser humano. É isso, aliás, que prega o cristianismo bíblico.
 
 
 

Por que me tornei de direita? - Parte 2 (Menos longo mas também muito bem escrito)

BLOG Mundo Analista

Na última postagem, iniciei um texto explicando quais foram as razões que me levaram a virar de direita. Como o texto ficou muito grande, eu o dividi em duas partes e o subdividi em oito capítulos e uma conclusão. Na parte 1, vimos os cinco primeiros capítulos.

Agora, veremos os últimos três e a conclusão. Se o leitor não leu a parte 1, clique aqui e leia. É essencial para entender a parte 2, já que se trata de um texto só. Ao fim desse texto, colocarei também uma lista de textos meus que falam mais pormenorizadamente sobre cada tema que citei nesse texto. Agora, vamos à continuação do texto.
Capítulo 6: A cultura mortífera de esquerda
   
Quando você se torna conservador em política, começa a entender que as ideias esquerdistas são ruins e mortíferas não apenas em economia, política e filosofia. Elas também são uma desgraça moral e cultural. Esquerdistas procuram destruir tudo o que é bom, alegando ser opressivo e preconceituoso. Assim, eles vivem disseminando ideias contra a religião e os religiosos, as artes clássicas europeias, a castidade antes do casamento, a moral judaico-cristã, a noção de verdade e moral absolutas, a repreensão de filhos mal criados, a criminalização das drogas pesadas e etc.
   
O resultado é o rebaixamento dos padrões de cultura, a idiotização das pessoas, a disseminação de uma vida sexual promíscua, a elevação do prazer individual acima da dignidade humana, a geração de músicas, danças e artes burras e que nada acrescentam às pessoas, o desestímulo ao estudo e à leitura; o aumento de divórcios, de gravidez na adolescência, da AIDS, dos desequilíbrios familiares, dos pais irresponsáveis, das crianças, adolescentes e jovens sem limite, dos viciados em drogas, do desrespeito aos religiosos, de colegiais e universitários baderneiros, em suma, a destruição em longo prazo dos valores da sociedade.

A esquerda quer ver isso mesmo, porque pretende destruir a sociedade, para construir uma nova. Assim, tudo o que milite contra a moral, a religião, a verdade, a tradição, a ordem e a família, é positivo. E quando esses graves problemas causados e/ou aumentados à décima potência pela esquerda são apontados pela população, o que fazem os esquerdistas? Culpam a direita. Assim, se os jovens crescem cada vez mais revoltados, a culpa não é da destruição da família, mas do capitalismo. Se as meninas engravidam cedo, antes de casar, e o pai ainda vai embora, a culpa não é da família desestruturada, do incentivo à imoralidade sexual, da idiotização do povo, mas da religião, dos conservadores, da burguesia, do anti-aborto, ou qualquer outra coisa. Essa postura é essencial aos planos da esquerda de destruir tudo.

Karl Marx e Friedrich Engels, em “Manifesto do Partido Comunista”, ao responderem a objeção de que o comunismo era contra as ideias tradicionais da religião, da moral, da filosofia, da justiça, da família, da liberdade e etc., ideias essas que eram verdades eternas, afirmam: “A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações tradicionais de propriedade; não é de espantar que no curso de seu desenvolvimento ela rompa da maneira mais radical com as ideias tradicionais”.
   
Antonio Gramsci, ideólogo marxista italiano da época do fascismo, ao analisar porque o marxismo não tinha dado certo na Europa, concluiu que a cultura proletária ainda estava baseada nas ideias tradicionais. Assim, ensinou a esquerda a travar uma guerra cultural que minasse ao longo das décadas a religião, a moral judaico-cristã, a família, inculcando no senso comum o marxismo. A ideia não era transformar o povo em profundo conhecedor do marxismo, mas apenas um senso comum que estivesse de acordo com o que o partido comunista quisesse fazer.
   
Posteriormente homens como Adorno, Marcuse e Horkheimer colocaram para frente os princípios gramscistas de destruir a cultura, sobretudo a ocidental, baseada fortemente no cristianismo e no capitalismo. Daí surgiu a revolução sexual, as revoltas jovens, à apologia ao uso de drogas, ao ateísmo ou religiões tribais e sincretistas, às artes insanas, ao desrespeito aos pais, à destruição do patrimônio público, ao nudismo público e etc.
   
A União Soviética faliu no início dos anos 1990, mas como bem lembra Olavo de Carvalho, o que acabou foi a URSS, não o comunismo. É idiotice pensar que pessoas que foram comunistas por dez, vinte, trinta, quarenta anos deixariam facilmente os princípios marxistas e abraçariam de bom grado o capitalismo que tanto odiavam. O que ocorreu foi que comunistas continuaram marxistas, mas agora se orientando dentro dos moldes de Antonio Grasmci, no qual a guerra agora é cultural. A ideia não é dar um golpe violento e assumir o governo com toda aquela retórica de destruição da burguesia e estatização da economia. A ideia é mudar a mentalidade das pessoas gradualmente a fim de que o partido de marxista (ou mais esquerdista que houver no país) se torne “a autoridade onipresente e invisível de um imperativo categórico, de um mandamento divino”. A hegemonia deve ser alcançada primeiramente na cultura. Conseguindo isso, o partido poderá sonhar em se manter eternamente no poder. E não é isso que temos visto acontecer, sobretudo no Brasil?

Capítulo 7: A esquerda e a criminalidade
   
A criminalidade é um problema filosófico, cultural, político e econômico (ao mesmo tempo) que a esquerda só faz aumentar (quando ela mesma não é a responsável por criar). Uma vez que para a esquerda, o ser humano não é mal, mas corrompido pelo capitalismo e outros fatores externos, geralmente o esquerdista enxerga o criminoso ou como vítima, ou como herói. Enxerga como vítima quando o criminoso é de origem pobre e/ou é um menor de idade. Ele é vítima da pobreza, das falta de condições, da exploração capitalista, do preconceito ou, simplesmente, do fato de ainda ser menor de idade (o menor de idade não tem capacidade de discernir entre certo e errado).
   
Por esse motivo, a esquerda costuma a brigar para que criminosos tenham penas leves e breves, a fim de que voltem logo à sociedade. E ela entende que a função primordial da prisão não é proteger o cidadão honesto de novas injustiças do criminoso, mas sim a de reeducar o criminoso.
   
Não que reeducar o criminoso não seja algo nobre e desejável. Mas essa não é a função primária da cadeia. Isso seria priorizar o criminoso em detrimento da vítima. A principal função de isolar o criminoso não é reeducá-lo, mas proteger o cidadão. A reeducação é segundo plano. Por não entender isso é que a esquerda não combate a criminalidade com rigidez, criando uma sociedade na qual o criminoso reina e o cidadão honesto é punido.
   
Já os criminosos ricos, quando são políticos de esquerda, são defendidos pela esquerda, em primeiro lugar, com a desculpa de que não fizeram nada; foram acusados injustamente. E, depois, quando o governo esquerdista já alcançou grande poder e popularidade, como uma medida necessária para alcançar a justiça social e manter o povo no poder (os fins justificam os meios utilizados, entende?).
   
Assim, os criminosos se tornam heróis e a criminalidade continua reinando. E como se alcança isso? Como já dito, destruindo a família, a moral, a religião, a correção aos filhos, as leis firmes; ganhando poder, através de impostos e regulamentações, se infiltrando na educação para doutrinar alunos politicamente, mantendo a população sob o jugo da inflação, dos péssimos serviços públicos e dos monopólios privados (para botar a culpa de tudo na direita) e etc. Aliás, criar criminosos é ótimo para ajudar a destruir a sociedade tradicional, o que é o objetivo máximo da esquerda.

Capítulo 8: Um direitista consciente
   
Eu entendi isso, sobretudo, depois de ter contato com renomados pensadores conservadores como Edmund Burke e Russel Kirk. Então, deixei de colocar muita confiança no liberalismo. Eu o continuo defendendo e não tenho dúvidas de que o livre mercado é muito superior ao intervencionismo. Mas não o defendo sozinho. Economia é apenas um dos vários aspectos que formam uma sociedade. Não é o único e, portanto, não deve ser tratado como tal.
   
Neste ponto acredito que me tornei um direitista totalmente consciente. Eu agora podia expressar de maneira legítima o que a direita defendia e porque eu acreditava em suas ideias. Eu agora eu conhecia os gigantes do pensamento de direita (os quais não me foram mostrados na escola) tais como Edmund Burke, Frederic Bastiat, Alexis de Tocqueville, Eugen Von Bonh-Bayerk, Barão de Mauá, G. K. Chesterton, Ludwig Von Mises, Ruy Barbosa de Oliveira, Murray Rothbard, Winston Churchill, C. S. Lewis, Eric Voegilin, Eric Von Kuehnelt-Leddihn, Friedrich Hayek, Milton Friedman, Ronald Reagan, Margaret Thatcher, Ângela Merkel, Thomas Sowell, Olavo de Carvalho, Roger Scruton e etc.
   
O senso comum não conhece quase nenhum desses autores e quando conhecem alguns deles, só os conhecem através dos comentários de terceiros. Eu era assim. Não conhecia o que a direita falava através de suas próprias palavras e ações. Não conhecia a história contada pelo outro lado. Não tinha como comparar as visões de diversos autores porque eu só conhecia Karl Marx e Friedrich Engels (e, mesmo assim, muito mal. Eu sabia das suas ideias em forma de propaganda, sempre como algo bom).
   
Minha posição de direitista, no entanto, não me fez uma pessoa acrítica quanto aos problemas da direita, tampouco intolerante em relação à todas as coisas o que vem da esquerda. Talvez alguns amigos liberais não gostem do que vou falar, mas não sou totalmente contra leis trabalhistas, por exemplo, embora elas dificultem um pouco o crescimento econômico. Direito a férias e folga semanal, férias pagas, décimo terceiro salário, limitação das horas de trabalho semanais, adicional noturno e o seguro desemprego são leis de cunho esquerdista que acho boas (embora pense que há arranjos que tornam o encargo menos pesado às empresas).
   
Eu também não penso que a sociedade deva ter apenas direitistas. Ao contrário, a coexistência de direita e esquerda é essencial à manutenção de uma boa democracia e do Estado de direito. É preciso haver oposição de ideias. Isso é o que gera equilíbrio e evita extremismos, idealismos, dogmatismos e ditaduras. Sim, a direita também pode se tornar ditatorial, por mais que preze a liberdade econômica (que só funciona bem junto com a liberdade política).
   
O que penso que deveria ser expressamente proibido é o comunismo. Seguir as ideias de Marx e flertar com pensamentos revolucionários que intentem destruir tudo, criando classes inimigos e apelando à desordem, deveriam ser crime. Muitos países do leste europeu que sofreram com o comunismo equiparam, em suas leis, o comunismo ao nazismo. Lá, exibir a foice e o martelo, símbolo do comunismo, é tão ofensivo quanto exibir a suástica nazista. Nada mais correto, levando em conta que o comunismo matou mais de 100 milhões de pessoas.
   
Com relação aos EUA, devo dizer que não sou um defensor deste país acima de todas as coisas. Essa é a visão que a esquerda propaga dos direitistas: de que eles são puxa-sacos dos americanos. Alguns podem até ser. Mas não são todos. E faço parte dos que não se curvam diante dos americanos. No entanto, não aceito olhar os americanos como os piores inimigos do mundo. Em minha visão, todos os países são igualmente cruéis, pois seus governos são formados por homens e todos os homens falham.
   
O que diferencia um país do outro no que se refere a capacidade de infligir o mal é justamente a posição política e econômica. Qualquer país que assuma a liderança política-econômica do mundo terá um exército poderoso e, com isso, quererá dominar os mais fracos e se proteger dos que tem mais potencial. Se a Etiópia alcançasse a hegemonia política e econômica, teria sido tão cruel quanto foram os EUA, ou a URSS em diversas ocasiões. Colocar os EUA como o grande vilão é ignorar a verdade básica e realista de que todos os países são vilões e de que não há heróis no mundo.
   
Além disso, conquanto os EUA tenham usado de sua autoridade para subjugar povos e gerar guerras, este país apresentou ao mundo muitas virtudes econômicas e políticas desde seu processo de independência, teve um papel de destaque no conflito contra o comunismo e, através de seus conservadores, ainda sustenta o mundo hoje de colapsar diante do projeto destrutivo da esquerda (incluindo a esquerda americana, que é muito forte, embora muitos acreditem que nos EUA só há direitistas). Essa é a minha visão sobre o EUA.
   
Com relação à ditadura militar brasileira, evidentemente eu não a endosso. Creio que foi um regime desnecessário e nocivo. Não sou um desses idealizadores do passado, que pintam o período como maravilhoso e até pedem a volta do regime. Entretanto, é necessário fazer uma distinção entre a intervenção militar de 1964 e o regime que se seguiu. O primeiro impediu um genocídio. O segundo sufocou a democracia. Vamos entender o contexto.
   
O Brasil vivia um intenso embate entre políticos comunistas e conservadores. E o mundo vivia em plena guerra fria entre americanos e soviéticos. A URSS tinha claro interesse em tornar o Brasil uma potência comunista na América do Sul, o que sufocaria totalmente os EUA. Os EUA, por sua vez, tinham claro interesse em evitar a escalada comunista no Brasil, a fim de manter sua hegemonia no ocidente. Então, o presidente Jânio Quadros renuncia o cargo e assume a presidência João Goulart, um esquerdista que mantinha fortes relações diplomáticas com o regime comunista chinês e pretendia expropriar terras para fazer a reforma agrária. 
Este cenário oferecia uma série de perigos ao Brasil:
   
(1) a escalada democrática do comunismo ao poder, através de uma política populista, intervencionista e que não mostrava ao povo as desgraças que o comunismo estava causando em outros lugares;
   
(2) um golpe comunista no âmago do governo, através de políticos comunistas brasileiros e auxílio soviético, chinês ou cubano;
   
(3) uma mescla dos dois pontos acima;
   
(4) um golpe americano que tornasse o Brasil uma colônia dos EUA;
   
(5) a deflagração de uma guerra entre tropas americanas e tropas soviéticas em pleno Brasil, numa luta sanguinária pela posse do território brasileiro.

Tudo isso era possível. E em todas essas hipóteses, o Brasil se tornaria um mar de sangue. Se a intenção dos principais militares que interviram politicamente no Brasil em 1964 era simplesmente tomar o poder, por pura ambição, ou se queriam salvar a pátria deste risco, ou se havia ambiciosos e patriotas juntos, nada disso importa. As intenções dos militares interventores são irrelevantes. A questão é: havia riscos e à soberania brasileira, tanto do lado americano, quanto do lado soviético, e a intervenção militar os evitou.
   
No entanto, o regime que se seguiu durante 21 anos foi desnecessário. Seja por 
ambição, ou por um erro estratégico, ou pela união das duas coisas, os altos militares do governo não entregaram o país à democracia como prometido, tampouco tomaram providências inteligentes e efetivas para desmascarar o comunismo, equipará-lo ao nazismo e vencer a guerra cultural. Apenas agiram com brutalidade, criaram ódio nos estudantes e deram espaço para que a esquerda vencesse no campo da cultura.
   
O regime militar venceu na guerra física contra o marxismo, mas perdeu na guerra ideológica. Permitiu que a direita perdesse todo o crédito perante o povo brasileiro, contrariou conservadores que haviam apoiado a intervenção só para manter a democracia, fez a maioria dos estudantes universitários se identificar com a esquerda, abriu o caminho para a doutrinação marxista na cultura e não permitiu que o liberalismo econômico se instaurasse no país. Resultado: quando os altos militares deixaram o poder, quase todo mundo se considerava de esquerda.
   
Assim, minha opinião sobre o regime militar que se seguiu à intervenção é que ele de que ele se constituiu uma verdadeira catástrofe, sobretudo para a direita brasileira, que sofre até hoje por conta dessa herança maldita. Tivessem os militares se limitado a expulsar os comunistas do país, desmascarar a esquerda radical, equiparar comunismo ao nazismo, destruir ideologicamente os professores marxistas, munir os universitários de conhecimento sobre grandes autores de direita, incentivado o liberalismo econômico e mantido a democracia, convocando eleições diretas dentro de um período máximo de um ano, a direita hoje seria forte no Brasil e o PT não estaria transformando o país no mar de lama que é hoje.

Conclusão

Eu não esperava que meu texto ficasse tão extenso, mas acredito ter oferecido uma visão bem ampla sobre minha posição política. Obviamente não esgotei o assunto. Outros textos meus falam mais pormenorizadamente dos temas aqui tratados, tais como a definição e origem da esquerda e da direita, os problemas do comunismo, os pontos positivos do capitalismo e do empreendedorismo, a análise dos movimentos fascistas e nazistas, a definição de conservadorismo e etc. Deixo alguns deles no fim do texto.
   
Devo dizer ainda que minha posição política não flerta com a utopia. Não creio que a direita pode mudar o mundo. Como sendo cristão, entendo que este mundo já está fadado ao fracasso. A minha obrigação é torná-lo menos pior para as pessoas até que Jesus Cristo venha e ponha fim a toda a miséria e injustiça ou que eu morra. E esse é mais um dos motivos que me fazem ser mais conservador e cético em relação a projetos de mundo melhor. 
Como diz Olavo de Carvalho: “Quando alguém diz que tem um projeto de mundo melhor, eu já me escondo debaixo da cama”. O conservador, em suma, é aquele que tem medo de piorar a coisa. Ele é realista. Sabe que a mudança só pode ocorrer dentro de certos moldes já conhecidos e certos limites humanos. O que passa desses moldes e limites, sem dúvida, vai dar errado.
   
Estou aberto a discordâncias, desde que construtivas e que levem em conta os autores que citei durante o texto. Críticas baseadas em senso comum serão consideradas imbecis à priori. Espero ter sanado dúvidas.
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Outros textos importantes:

(Política e Economia for dummies). Por que me tornei de direita? – Parte 1 (Loooongo, mas inteligente e bem escrito!Realmente vale a pena o esforço de ler tudo!)

BLOG DIREITAS JÁ








L Death NoteResolvi expor aqui as razões pelas quais eu me tornei de direita (ou conservador político, reacionário, coxinha… O que vocês preferirem). Vou fazer isso porque algumas pessoas não entendem a minha posição política e não poucas acham que eu me tornei de direita por mera modinha, sem ter qualquer base razoável para isso, mas apenas baseado em bordões, frases de efeito e ideias estereotipadas.


Espero com este texto possa sanar algumas dúvidas e deixar claro para todos a minha posição.


Sobre a organização do texto, uma vez que ele ficou bem maior do que eu pensava que ficaria, resolvi dividi-lo em duas partes. Além disso, ele é subdividido em oito capítulos breves, que vão revelando aos poucos o passo a passo da minha transformação política, e uma conclusão. Vamos começar.



Capítulo 1: Como era o meu pensamento?



Até os meus 17 anos de idade eu não tinha o menor interesse em política. Minha visão sobre o assunto era a visão comum à maioria dos brasileiros.



Ela se resumia no seguinte conjunto de ideias:



(1) só existem dois tipos de políticos: os honestos e os desonestos. No Brasil, os  desonestos são a maioria;


(2) os desonestos são aqueles que desviam verbas para encher os próprios bolsos e enriquecerem. Os honestos são aqueles que querem beneficiar o povão com coisas públicas;


Em outras palavras, eu acreditava que para o Brasil mudar apenas precisávamos de políticos honestos. Mais nada. Afinal, políticos honestos não roubariam dinheiro, mas, em vez disso, iriam criar e ampliar um monte de coisas públicas, beneficiando as pessoas pobres. Simples assim! “Se isso não acontece no Brasil”, pensava eu, “é porque há muita corrupção”.


A partir desses dois pensamentos acríticos eu concluía quase inconscientemente:


(3) que a raiz de todos os problemas do Brasil é, indiscutivelmente, a corrupção;

(4) que quem luta por coisas públicas é honesto e a favor dos pobres;

(5) que um governo bom é o que faz muitas coisas públicas;

(6) que qualquer manifestação de pessoas pobres contra pessoas ricas e/ou a   favor de coisas públicas é sempre algo bom, pois parte de gente honesta;

(7) que grandes empresários são o pior tipo de gente que pode existir (junto com   os políticos corruptos). Afinal, eles são donos de grandes riquezas privadas, e o   privado é ruim, o público é que é legal;

(8) que privatização é algo muito ruim;

(9) que o capitalismo é algo ruim;

(10) que os EUA são o pior inimigo do mundo;

(11) que o governo FHC não foi bom, pois privatizou empresas;

(12) e que o comunismo, embora tenha dado alguns “pequenos problemas” (mas “nada” tão grave e horrendo, como foram o nazismo, a ditadura militar brasileira ou as guerras feitas pelos norte-americanos), ele tem muitos princípios bons que podem ser usados no capitalismo para ajudar os pobres. Assim, ser marxista é algo bom; e só empresários e políticos corruptos são antimarxistas.


Pois bem. Essa era minha visão até os 17 anos de idade. E é válido ressaltar que eu achava política uma chatice. Quando alguém dizia a palavra política, geralmente me vinha à mente a visão de esquemas de corrupção revelados pelo “Fantástico”, na Rede Globo, ou de propagandas partidárias. 


Ou seja, eu era um prisioneiro do “senso comum”, da opinião medíocre, da unanimidade. Minhas crenças faziam parte de um saco de crenças que todo mundo que não entende e não tem interesse em política compartilha com alegria, achando-se muito inteligente.




Capítulo 2: Como e quando minha visão começou a mudar?
As coisas começaram a mudar quando eu estava no 3° ano do ensino médio. Eu me preparava para o vestibular e contraí uma preocupação: o atual ambiente acadêmico costuma a ser hostil ao cristianismo e aos cristãos. Como eu não queria ter embates com professores e alunos sobre minha fé sem que ter como responder racionalmente, passei a estudar sobre o assunto. Acabei descobrindo a apologética, um ramo da teologia que se ocupa em explicar, embasar e defender o teísmo e o cristianismo de maneira racional, baseando-se em campos de estudo como: filosofia, lógica, ciências naturais, história, arqueologia, literatura, filologia, princípios interpretativos básicos e etc.



Naquele momento, um novo mundo se abriu diante dos meus olhos. Eu percebi que, embora a maior parte das pessoas não saiba (mesmo os cristãos), há milhares de sites e livros que tratam de temas apologéticos, respondendo com tranquilidade todas as críticas lançadas por acadêmicos antirreligiosos ao teísmo e ao cristianismo; críticas essas que são tolamente alardeadas pelas grandes mídias, a fim de vilipendiar a religião, causar polêmicas e ganhar audiência. Os livros apologéticos que descobri, aliás, são de autores renomados em suas faculdades, com títulos de doutorado e pós-doutorado nas mais diversas áreas de estudo.



O interesse que ganhei pela área apologética dura até hoje. Eu passaria os dois anos seguintes àquela descoberta em intenso estudo individual. Ora, seria justamente este estudo que me introduziria também à política. Como? Vamos ver.



Os três sites que eu mais lia sobre apologética eram “Quebrando o encanto do neoateísmo”, “Luciano Ayan” e “Teísmo”. Os três sites tinham como objetivo não só apresentar argumentos racionais para o cristianismo, mas atacar argumentos falhos e desonestos de neoateus.



Quem são os neoateus? Peço muita atenção do leitor agora. Neoateus são ateus antirreligiosos e militantes. Eles não apenas descreem de Deus, mas também odeiam a religião, são hostis aos religiosos e passam a maior parte de seu tempo livre tentando “desconverter” pessoas e lançando ofensas diversas contra crentes, crenças e símbolos religiosos. Para eles, todas as religiões são nocivas e precisam ser extintas da terra. E eles lutam diariamente por isso.



O problema dos neoateus não é só a agressividade e o desrespeito à liberdade religiosa. Além disso, eles também são desonestos intelectualmente. Eles não estudam nada do que dizem renomados intelectuais religiosos, lançam argumentos falaciosos e mentiras, fazem interpretações absurdas da Bíblia (a fim de forçar contradições) e põem na conta das religiões todos os males do mundo.



Se o leitor é ateu, mas não se sente representado por este tipo de gente, não é necessário ficar chateado comigo. Há uma diferença grande (ou melhor, enorme) entre um ateu e um neoateu. Um ateu é aquele cara que simplesmente não acredita em Deus, mas que não se importa se outras pessoas acreditam. Desde que a crença das outras pessoas não interfira na sua vida, ele não vê problema na existência de religiões. Ele até consegue ver bons ensinamentos em cada uma delas e apenas condena fanatismos. Um ateu às vezes até se esquece de que é ateu. Isso é algo que não ocupa muito a sua mente, assim como uma pessoa que não acredita em alienígenas não costuma a se ocupar muito pensando nesse fato.


Pois bem, os três sites do qual eu falava criticavam radicalmente neoateus apenas, e não meros ateus. Para os autores desses sites, os neoateus não eram sequer considerados dignos de respeito, em função de sua postura suja; eram tratados como desonestos e picaretas intelectuais, e ninguém deveria se ocupar em convertê-los, mas em desmascará-los diante daqueles que pretendiam enganar com suas mentiras.



Ora, não demorou muito para que os autores desses três sites (que mantinham uma boa correspondência entre si) começassem a perceber que o neoateísmo estava fortemente relacionado a doutrinas políticas de esquerda, como o marxismo, o humanismo social, o anticlericalismo revolucionário, o globalismo, os diversos socialismos, o feminismo radical, o gayzismo e etc.



Como se dá essa relação? Vamos entender.


A esquerda política, desde seu surgimento, sempre pregou uma visão otimista do ser humano, na qual ou ele é bom por natureza (tendo sido corrompido por fatores sociais), ou ele é moralmente perfectível (isto é, que é capaz de caminhar para a perfeição ou algo bem próximo disso). Daí decorre a crença esquerdista de que o ser humano é plenamente capaz de transformar o mundo, através da destruição dos fatores sociais que causam a crueldade, a injustiça e a exploração, e, em última instância, da própria sociedade hoje existente, a fim de se construir outra.


E como fazer isso? Ora, colocando as pessoas certas no governo, dando muito poder a essas pessoas e destruindo os grupos inimigos que impedem a ação desse governo iluminado. Essa é a receita de todas as revoluções de esquerda desde a revolução francesa, mãe de todas.



O neoateísmo tem muitas ideias semelhantes ao pensamento revolucionário de esquerda. Ele não entende a natureza do homem como a principal culpada pelos males do mundo, mas acredita que a crença em Deus é a responsável por criar injustiças, guerras e crueldades. Ele também enxerga o homem como um ser perfectível, que pode mudar o mundo se destruir todas as religiões.



Finalmente, pelo fato de negar a Deus, o neoateísmo tende a substituir Deus por outra autoridade (ou mais de uma), e a substituir a esperança da vida eterna no paraíso pela esperança de um paraíso efêmero aqui na terra. Por estas semelhanças, muitos neoateus acabam por aderir a doutrinas da esquerda política, passando a usar sua fúria antirreligiosa a favor do esquerdismo. Seu objetivo pessoal é conseguir formar um governo de esquerda antirreligioso que destrua a religião e crie o paraíso ateu desejado.


Por outro lado, a esquerda sempre teve muita influencia do pensamento ateísta e do pensamento antirreligioso. Não que todo o esquerdista seja ateu, porém quanto mais uma pessoa se torna esquerdista, mais ela tende a se afastar da religião. Afinal, para o esquerdista radical, não há espaço para um paraíso que não seja aqui na terra, nem para uma autoridade maior que o seu partido, seus líderes revolucionários e seu ideal de justiça social.


Assim, muitos esquerdistas acabam se tornando ateístas, e logo adiante, neoateus, associando a crença em Deus a um dos fatores que oprimem a sociedade. Aliás, os criadores do comunismo, Marx e Engels, afirmavam que a religião era uma das ilusões criadas pelo cenário econômico de exploração. A religião era, portanto, um ópio para as classes exploradas, bem como um mecanismo de manobra de massas utilizado pelas classes exploradoras.



Ademais, devemos ressaltar que tanto esquerdistas radicais, quanto neoateus, estão muito interessados em criar uma cultura onde a liberdade sexual sem limites seja vista como normal, saudável, bela e aceitável por todos. Ou seja, eles não querem só ter liberdade para fazer o que quiserem em matéria de sexo, mas querem destruir o direito de qualquer pessoa achar errado aquilo que fazem. Essa é uma das razões pelas quais esquerdistas radicais e neoateus odeiam a moral judaico-cristã. Há outras também.





Capítulo 3: Tonando-me um antirrevolucionário
Quando entendi essa relação íntima entre neoateísmo e esquerdismo, comecei a perceber que política não se resumia apenas a “honestos x desonestos”. Ela envolvia um conflito de visões de mundo também; visões estas que permanecem bem vivas hoje e que fazem muita diferença na prática.



Foi ali que eu compreendi o que estava em jogo na política e qual era o meu papel naquilo tudo. Eu não poderia votar em um partido ou um indivíduo que acreditasse na ideia de que o ser humano é bom por natureza e capaz de transformar o mundo. Essa é uma ideia ridícula. Há milênios o ser humano tem se mostrado incapaz de erradicar a injustiça e a maldade. E isso ocorre por um motivo simples: todos são, em maior ou menor grau, imperfeitos. Assim, todo aquele que se levanta para tentar erradicar a injustiça, tende também a cometer injustiças.



Desde a idade mais tenra, já nos vemos contando mentirinhas aos nossos pais, brigando com o coleguinha, desejando o que não é nosso, fazendo pirraça, não querendo limites, fazendo vingançazinhas. Não somos uma tábua rasa. Nascemos inclinados à imperfeição. Isso pode ser atestado, tanto por meio da observação do nosso cotidiano e dos exemplos da história, como pela ciência.



A ciência reconhece que o ser humano compartilha com os animais uma série de instintos. Esses instintos naturais não são morais e podem facilmente se transformar em atos cruéis. O instinto sexual, o instinto de bando, o instinto gregário e outros são exemplos de inerências que nos impelem a fazer coisas erradas.



A diferença entre homens e animais é que os primeiros apresentam razão, podendo refletir sobre seus atos e fazer escolhas. Mas isso não é um motivo para crermos em sua perfectibilidade. Ao contrário, a razão faz do homem um ser muito mais cruel e perigoso do que os animais, pois com ela o mesmo pode avaliar o prazer que o mal pode lhe proporcionar e maquinar o mal contra a sua própria espécie. Do ponto de vista da ciência, somos tão animais como os animais irracionais, o que significa que a selvageria está em nós e isso não pode ser mudado.



Do ponto de vista da Bíblia, o ser humano sempre foi visto como pecador. Ou seja, o homem passou a ser inclinado à imperfeição por natureza após sua raça ter escolhido cometer o primeiro pecado. A sua obrigação desde então é se esforçar individualmente para não fazer o mal e, a nível político, criar leis que tornem mais difícil a propagação do mal. Mas esse mal não tem como ser extinto.




Ainda que o mal não fosse algo natural, mas social, isso não prova que o homem é capaz de se descorromper socialmente para poder descorromper a outros. A história evidencia que isso não é possível. E a própria lógica também. Para descorromper a outros, uma pessoa deveria se descorromper totalmente primeiro. Se você não consegue se descorromper nem a si mesmo, como ajudará os outros?




Portanto, a ideia esquerdista de encher alguns homens de poder para mudar a sociedade e destruir supostos inimigos é totalmente utópica e perigosa.



Dar muito poder a homens é pedir para fazer deles pessoas mais cruéis e autoritárias. É dar ao Estado o aval para administrar mal, roubar verba pública, perseguir dissidentes e causar enormes genocídios. Até Montesquieu, que não acreditava que o homem fosse naturalmente inclinado ao mal, sabia que o poder corrompe. Ele diz em um de seus livros que: “Todo o homem que tem poder é levado a abusar dele; vai até encontrar limites”. Isso é algo lógico! Qualquer pessoa de bom senso entende isso. Eu jamais poderia, então, endossar a crença no homem.



A partir daquele ponto, através de leituras e mais leituras, minha atenção foi sendo chamada para os problemas que regimes baseados nessas ideias causaram em diversos países. Era lógico sendo provado na prática! Em todo lugar em que muito poder foi colocado nas mãos do Estado, a fim de que este mudasse a sociedade, o que aconteceu foi uma série de desgraças.




Os males do comunismo eram os que mais saltavam aos olhos. Tanto na URSS, como na China, no Camboja, na Coréia do Norte, no Vietnã, em Cuba e etc., o regime comunista gerou grotescas ditaduras, genocídios por repressão, inanição forçada e desastres econômicos. Pela primeira vez tive acesso à informação de que os regimes comunistas pelo mundo geraram mais de 100 milhões de mortos. Pela primeira vez eu fiquei sabendo sobre o genocídio de Holodomor, na Ucrânia, entre 1930 e 1932, e do genocídio chinês, entre 1956 e 1962, e do genocídio cambojano, em 1975 (este último matando um quarto da população!). Qualquer pessoa honesta e com um mínimo de senso das proporções conseguiria perceber que o comunismo foi um mal tão ruim ou até pior que o nazismo.



Não obstante, observei que os esquerdistas se agarravam tanto a suas crenças que não sentiam qualquer embaraço ao elogiar e se guiar pelas ideias de Marx. E mesmo aqueles que não eram comunistas, permaneciam defendendo a maioria das ideias de Marx, disseminando ódio entre classes, lutando para formar um Estado cheio de poder, atacando religião e religiosos, simpatizando com ditadores de esquerda, defendendo os antigos regimes comunistas, militando contra a liberdade de expressão de conservadores, colocando sua fé em líderes revolucionários, orientando suas ações em prol de futuro utópico imaginado por eles e etc.



Em vista disso tudo me tornei anticomunista, antimarxista, antirrevolucionário e totalmente contrário a governos que pretendem inchar o Estado com enormes poderes políticos e econômicos. Se eu era de direita? Ainda não. Eu apenas era um cético da esquerda e do pensamento revolucionário. O direitismo ainda viria posteriormente.





Capítulo 4: Adesão ao liberalismo econômico
Embora eu tivesse entendido o tamanho do mal que representava a crença no homem propagada pela esquerda, eu não sabia bem o que defendia a direita, tampouco tinha noção do que um governo deveria fazer na prática para administrar um país, estado ou cidade. Nessa parte, curiosamente, eu ainda estava bastante preso a muito senso comum. Eu ainda achava que privatizações eram ruins, não sabia fazer distinção entre um governo de direita e um de esquerda moderada, e tinha aquela visão distorcida de que a direita é a favor de ditaduras (desde que não sejam comunistas).




Meu pensamento sobre a direita poderia ser resumido assim: “Se ser de direita é concordar e desejar uma ditadura militar, definitivamente não sou de direita. E se a extrema direita é o nazismo, então prefiro me distanciar dessa posição. Sou de centro”.
Ocorre que minha opinião não era baseada no que os autores de direita diziam, mas apenas em senso comum. Eu não conhecia nenhum autor de direita. Simplesmente não sabia o que a direita defendia. Na medida em que entendi isso e tive mais contato com direitistas, passei a ler os autores de direita. E isso fez toda a diferença!




Comecei entendendo mais sobre a economia. Pela primeira vez soube qual era a versão direitista sobre as privatizações. Longe de ser uma defesa dos milionários e um ataque aos pobres que não tem dinheiro para pagar coisas privadas, as privatizações pretendem sanar dificuldades inerentes ao setor público e melhorar a condição de toda a sociedade. Como? Vamos analisar os problemas do setor público.




Empresas públicas não precisam se preocupar com o risco de ir à falência ou com a competição para estar entre as maiores empresas. Sua situação é estável, pois seu dinheiro é público, nunca acaba. Aliás, se uma empresa pública contrai muitas dívidas, quem paga somos nós. Se uma empresa pública vai mal, ela é beneficiada com mais dinheiro do governo. Isso cria uma tendência, tanto de seus administradores como de seus funcionários de se acomodarem, não fazendo um bom trabalho ou não dando o melhor de si. A estabilidade dos funcionários públicos apenas reforça isso. Além do mais, o governo não tem capacidade para gerir tantas empresas e mais os problemas do país. Desta forma, é comum que os serviços públicos sejam inferiores aos privados e que deem muitos déficits públicos.



O resultado é que o povo não é bem atendido pelos serviços públicos e ainda é obrigado a pagar altos impostos para manter essas empresas. Como se não bastasse, as empresas públicas deficitárias também geram inflação de moeda. A inflação é um modo que o governo tem de saldar suas dívidas injetando mais dinheiro no mercado.



Para o governo é bom, para o povo não, pois só os primeiros a utilizarem o novo dinheiro criado se beneficiam. Quando o dinheiro chega ao povo, todos os preços já aumentaram para equilibrar a nova quantidade de dinheiro na economia.



Mas as empresas privadas e o povo em geral continuam recebendo os mesmos salários. Então, se você ganhava R$ 1.000,00 por mês e comprava carne por R$ 15,00, continua a ganhar R$ 1.000,00 por mês, mas agora compra carne por R$ 20,00.




Serviços públicos ruins, impostos, inflação… Como se já não fosse muito, quanto mais empresas públicas se têm, mais a estrutura pública se torna grande e complexa de ser administrada e mais dinheiro vai para as mãos do governo. Isso aumenta a dificuldade de fiscalização, as chances de desvios ou gastos desnecessários, esquemas de corrupção e o pior: o poder do governo. Um governo com muito dinheiro e que tem tentáculos em tudo quanto é setor, se torna mais poderoso. O risco de ele se tornar totalitário e ditatorial, tanto econômica como politicamente, é muito grande.




É claro que isso não quer dizer que nada possa ser público ou que uma empresa pública não possa ser relativamente bem gerida. Mas a tendência é o setor público ser inferior. Os riscos de um país ter esses problemas quando possui muita coisa pública são bem grandes e os exemplos da história comprovam que (para ser claro) geralmente isso dá merda!




Agora, empresas privadas não possuem esses problemas. Uma empresa privada, precisa estar constantemente preocupada em não falir e ficar bem na concorrência entre as outras empresas. Se não fizer isso, ela não terá dinheiro público (ou, pelo menos não deveria ter) para resolver a situação. O dinheiro das empresas privadas é finito. Assim, tanto administração como os funcionários são instados a trabalharem bem. Quanto mais concorrência há, mais as empresas tendem a buscar melhoras nos serviços, agilidade e maneiras de diminuir preços. Isso é óbvio!




Que o setor privado também tem problemas isso é evidente! Mas são problemas muito menores e mais facilmente contornados. A regra geral é que o setor privado tende a ser mais eficiente e menos perigoso. E o que o Estado pode fazer para permitir esse cenário de maior eficiência? Basicamente reduzir dificuldades burocráticas e financeiras para que as pessoas abram, mantenham e desenvolvam empresas. Fazendo isso, muitas empresas surgem e se desenvolvem, gerando empregos e concorrência. A concorrência tende a sufocar a manutenção perpétua de monopólios, fazendo com que a luta por maior eficiência seja maior. O resultado é que o povo tem mais empregos, melhores serviços, preços mais baixos, menos impostos, menos inflação.



Isso não ocorre da noite para o dia. Uma economia, para se dinamizar, demora muitos anos. É por isso que trabalhistas odeiam o setor privado, o livre mercado, os baixos impostos e a pouca burocracia estatal. Por que tudo isso leva a um vagaroso e penoso desenvolvimento econômico. Sobretudo se o país em que isso for implantado não apresentar uma boa industrialização.


É neste ínterim que entendemos como a privatização é um processo que só demonstra resultados em longo prazo. No início, uma empresa privatizada pode gerar cortes de funcionários e até mesmo aumento no valor dos produtos. Isso ocorre porque os resultados negativos da má gestão pública precisam ser equilibrados. A empresa privada não dispõe mais do dinheiro eterno que a empresa pública dispunha. Mas em longo prazo, se (e somente se) o governo abrir o mercado e incentivar a competição, a empresa privatizada equilibrará o orçamento e lutará para ser mais eficiente, gerando o cenário que já comentei.



Vê-se, portanto, que apenas a privatização não é suficiente. O governo precisa garantir o surgimento de concorrência. No princípio eu não percebi isso. Achava que bastava privatizar era o suficiente. Com mais leitura eu entenderia posteriormente que a abertura do mercado e o incentivo máximo a competição são essenciais para que o processo de privatização seja positivo. Se o governo não incentiva a concorrência, vão surgir os monopólios privados, que são tão nocivos quanto os monopólios públicos





É importante salientar que hoje eu acho aceitável a manutenção de uma ou outra empresa pública, contanto que ela não seja um monopólio no ramo em que atua, podendo ser comparada a concorrentes privadas, e que não haja a estabilidade empregatícia. Isso diminui consideravelmente os problemas que podem ser causados pela empresa por ser pública.




Mas voltando à questão do setor privado, quando compreendi a verdade de que a privatização sozinha não é o suficiente, aí entendi como que o intervencionismo estatal na economia é um dos maiores responsáveis por monopólios privados. Quando o governo dificulta a vida das empresas privadas, apenas as empresas mais ricas e poderosas conseguirão permanecer lá no alto da competição.



As empresas menores ou não terão chances de crescer e galgar os primeiros lugares, ou desaparecerão.



Isso significa que a grandes empresas ficam protegidas dentro de um governo intervencionista. Elas aceitam pagar altos impostos e lidar com grande burocracia porque, em contrapartida, vão continuar no topo para sempre.




É por isso que o Olavo de Carvalho afirma que apenas os pequenos e médios empresários desejam o livre mercado, isto é, o capitalismo mais puro. Os grandes, os mega, aqueles que já construíram um império e estão sólidos, estes querem mais um governo interventor, a fim de não precisar lidar com uma concorrência constante. Por mais irônico que pareça, os grandes capitalistas atuais são anticapitalistas.



O governo intervencionista, por sua vez, aceita que essas empresas continuem no alto porque fecham conchavos com elas, tanto para que as mesmas financiem suas campanhas políticas, quanto para que juntos eles possam desviar verbas. Além disso, um governo que detém seus empresários privados nas mãos é tão poderoso quanto um governo que tem muitas empresas públicas. O leitor compreende?



Aqui aprendi algo importante. Quem defende o livre comércio? A direita. Quem defende o intervencionismo estatal? A esquerda.



Então, pelo menos economicamente, o fascismo e o nazismo pertencem a qual espectro? Exatamente, leitor: essas doutrinas pregam aquilo que a esquerda prega em matéria de economia.


Elas falam em forte controle do Estado sobre as empresas privadas, usando o discurso de “reestruturar a sociedade”. Mas na prática esse intervencionismo é um casamento entre grandes empresas e o governo. E o livre mercado não defende isso. Nunca defendeu. O nome já diz: “livre” mercado. Se você coloca o governo na equação e tira a concorrência da jogada, isso não é liberdade de mercado.



Ora, o nazismo alemão era um socialismo. E agiu estendendo seus tentáculos por todo o setor privado. O criador do fascismo italiano, Mussolini, era um tinha sido um marxista que entendeu que o Estado nunca seria superado e que ele precisava ser mais pragmático para mudar a sociedade. Sua frase síntese do fascismo era “Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”; e isso é rigorosamente a mesma coisa que a ditadura socialista do proletariado propunha (só que dizendo que isso era um estágio “temporário”). Então, compreendi que, chamar essas doutrinas de direitistas é uma tolice sem tamanho. Pelo menos no aspecto econômico. O mesmo se poderia dizer da ditadura militar brasileira, extremamente intervencionista.



   
Em suma, entendi que a direita defende uma economia mais livre e que a mesma é muito superior às economias intervencionistas.Descobri neste ponto também que há alguns rankings anuais interessantes que indicam o grau de liberdade econômica de um país, a facilidade de se fazer negócios e a competitividade empresarial. São, por assim dizer, medidores de capitalismo. E invariavelmente os países mais bem colocados nos tais rankings são os que oferecem maior qualidade de vida para o povo. E os piores colocados são os países mais injustos, antidemocráticos e pobres. Coincidência? Claro que não! Em outras palavras, o capitalismo não era, então, o monstro que pintavam!




Capítulo 5: Adesão ao conservadorismo político
Quando alguém percebe como o capitalismo foi um dos responsáveis, em longo prazo, pela melhora na qualidade de vida de muitos países, existe uma tendência a enxergá-lo com otimismo demasiado. Foi assim com o Adam Smith (que merece ser desculpado, pois o capitalismo ainda estava surgindo) e é assim até hoje com diversos direitistas. Não foi muito diferente comigo, embora eu não tenha chegado a me tornar um extremista.



Dentro da direita, assim como na esquerda, existem graduações no que tange o pensamento econômico. Eu vejo quatro tipos na direita: os conservadores políticos, os liberais econômicos, os libertários e os anarco-capitalistas. O que os diferencia é o nível de ceticismo/confiança em relação ao livre mercado.



Os conservadores geralmente são adeptos da liberdade econômica, mas reconhecem que ela tem muitas limitações e que gera muitos problemas se não andar de mãos dadas com uma boa base moral, espiritual e cultural na sociedade, um respeito pelo o que o passado nos ensina, pelas tradições e instituições milenares e pela dignidade do ser humano e, finalmente, um bom conjunto de leis democráticas e não tirânicas. O liberalismo econômico não deve suprimir essas coisas em hipótese nenhuma, pois o princípio da revolução é justamente esse: destruir tudo o que levou tempo para construir e colocar o destino da sociedade nas mãos de um futuro que não conhecemos, desprezando as lições do passado.



Os liberais econômicos já pensam mais na liberdade econômica do que nessas outras questões, tendendo a ignorá-las ou reduzir sua importância. Acreditam que só o livre mercado já é capaz de resolver quase todos os problemas causados pelo estatismo da esquerda. Sustentam também que a liberdade é o bem mais importante que existe e deve ser colocado em um pedestal. O liberal extremo é um libertário. E o libertário extremo é um anarco-capitalista. Um anarco-capitalista acredita tanto no livre mercado que acha possível criar uma sociedade sem estado, apenas baseada nas leis que já vimos de competição econômica.




Nesse cenário, tudo seria privado e competiria entre si. Até mesmo (pasmem!) a polícia e a justiça. Não haveria governo e impostos.




Quando descobri isso, entendi que essa é a verdadeira “extrema-direita”. E aí comecei a analisar um pouco do pensamento conservador. O conservadorismo, a meu ver, é muito mais sensato que o mero liberalismo, pois ele não cai no mesmo otimismo no homem e idealismo utópico que as revoluções de esquerda.




Ao contrário, mantendo o ceticismo em relação a um mundo perfeito, ele leva o conservador a aprender as lições do passado e daquilo que precisa ser conservado (como a família, a moral, as tradições, as instituições milenares, a hierarquia, o Estado, a educação familiar e individual, a espiritualidade, a dignidade humana e a visão realista do ser humano como um ser inclinado ao mal e imperfeito). Isso impede que o conservador deposite confiança em projetos mirabolantes e idealismos utópicos.




Para o conservador, a mudança é boa, mas deve ocorrer de modo muito pensado, geralmente gradual e respeitando os limites da realidade. Destruir a sociedade como conhecemos para construir outra, totalmente distinta, é algo que nunca dá certo. Todos os movimentos revolucionários como a Revolução Francesa, a Revolução Russa, o Stalinismo, o Nazismo, o Fascismo, o Maoísmo e etc. geraram apenas destruição, crueldades, miséria, violência, abuso de poder e genocídios.





A premissa básica de toda a revolução é esta: destruir esta sociedade, com seus maiores inimigos (sejam burgueses, ou negros, ou judeus, ou gays, ou cristãos, ou religiosos, ou a moral, ou uma cultura, ou um sistema e etc.) e construir outra no lugar, com novas regras, crenças, moral, cultura, religião e heróis revolucionários. Todo o sistema que se propõe a fazer isso pisa no passado e põe sua confiança em um futuro idealizado. E isso é algo totalmente contrário ao pensamento conservador.


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Comentário sobre A ciência reconhece que o ser humano compartilha com os animais uma série de instintos

Se alguem do PT fosse convidado a ir na minha casa, o que acho pouco provável, diria que minhas duas cachorrinhas são coxinhas, capitalistas e reacionárias pois uma sempre tira a comida da outra, não deixa a outra beber agua e muito menos sentar no meu colo.Não querem repartir nada! Iriam chama-las de zelite reacionária, pois, como ambas são pretas não poderiam  dizer que fazem parte da zelite branca.Eu, contudo, as vejo como irmãs PTRALHAS.

Anônimo.