domingo, 29 de novembro de 2015

Curso Educação Patrimonial

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AS DIÁRIAS DE STÉDILE - Você sustenta o vagabundo!



               
               Você sustenta o vagabundo!

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Vídeo. O Rio São Francisco morreu.Não entra mais no mar.

https://www.facebook.com/PMBJLapa/videos/1035536816496570/



Visita da Comissão do Meio Ambiente do Senado Federal ao Rio São Francisco, parceria com a Prefeitura de Lapa que já disponibilizou a área para implantação da Fábrica de Florestas.
Porque a responsabilidade sobre a saúde do Velho Chico, é de todos nós.

A prisão de Delcídio do Amaral acaba com vários mitos que cercavam a Lava-Jato:

Por: Vera Magalhães
Delcídio: às voltas com julgamento das contas da Petrobras
Delcídio: políticos não estão blindados


A prisão de Delcídio do Amaral acaba, na opinião dos investigadores de Brasília e Curitiba, com vários mitos que cercavam a Lava-Jato: que políticos estariam blindados, que a Procuradoria agiria para evitar delações que pudessem atingir Lula e Dilma Rousseff, e que os tribunais superiores estariam suscetíveis à ação de um conluio para melar a operação.

Ética do cuidado.

Por gentileza quando quebrar um copo ou um prato...não jogue direto na sacola do lixo....pegue uma caixinha de leite corte e coloque os cacos do vidro dentro para evitar acidentes com os nossos coletores...

Paulo Souza

Frente ambiental contesta projeto de Pimentel


Vera Magalhães Radar on-line

Radar on-line

Notas exclusivas sobre política, negócios e entretenimento. Com Severino Motta e Natalia Viri


Por: Vera Magalhães
Mariana: Dilma quer ter o que dizer em Paris
Mariana: para entidades, projeto pode ensejar novos desastres


Pelo menos 117 entidades ambientais formaram uma frente ampla contra a aprovação do projeto de lei 2.946, do governo de Minas, que altera o processo de licenciamento ambiental no estado.

Para Maria Dalce Ricas, presidente da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, uma das mais respeitas entidades ambientalistas do estado, o projeto “é uma tragédia tão grande ou maior que aquela que o rompimento das barragens da Samarco em Mariana”.
 
 
Os ambientalistas se queixam de que o projeto foi aprovado a toque de caixa, sem debate mais profundo com a sociedade e a despeito de apelos públicos para que fosse ao menos adiado.
 
Em documento contra a proposta, a frente diz que, a pretexto de agilizar os licenciamentos de projetos estratégicos do governo Fernando Pimentel, existe o risco de ampliar a insegurança jurídica, os danos ambientais e os conflitos sociais associados a grandes projetos.
 
As entidades vão recorrer ao Ministério Público para tentar barrar o projeto.

OAB: 3 a 2 contra impeachment


VEJA 

Por: Severino Motta
OAB: conselheiros divergem sobre impeachment
OAB: conselheiros divergem sobre impeachment

Por 3 votos a 2, uma comissão criada pela OAB concluiu que as pedaladas fiscais não devem levar ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A maioria entendeu que somente o parecer do TCU, sem votação do Congresso, e o fato de as pedaladas terem acontecido no mandato passado, salvam a presidente.

A minoria, no entanto, fez questão de fazer um voto em separado. Diz que a mera existência das pedaladas, mesmo sem parecer do TCU, já levaria ao impeachment.

E que, como Dilma foi reeleita, não há de se falar em mandato passado, mas numa continuidade do governo.

Os 81 conselheiros federais da OAB se reúnem na quarta-feira para definir se pedirão ou não o impeachment de Dilma.

Quantos políticos e quantas empreiteiras que você conhece fariam isso?Indígenas recusam um bilhão de dólares de gigante do petróleo para a construção de gasoduto no Canadá


indios canada gas
Uma história para ler em silêncio, deixando de lado os compromissos da vida cotidiana. Um testemunho de amor incondicional e apego à Mãe Terra. Iremos virtualmente à fronteira entre o Canadá e o Alasca, onde vivem os índios Lax Kw'alaams: em suas terras será construído uma usina para a produção de gás natural. Aos índios foi oferecido uma mega compensação em dinheiro, a soma de um bilhão de dólares pela companhia petrolífera Petronas, mas os Lax Kw'alaams recusaram a oferta.


A soma compreendia exatamente um bilhão em dinheiro em 40 anos e outros 108 milhões em terras, que chegariam ao valor de 320 mil dólares para cada indígena.  


São suficientes as palavras do grande líder Phillip Stewart para entender como o dinheiro não é nada quando comparado ao valor dos ecossistemas naturais, os quais os nativos vivem para proteger: 


"Nossos anciãos nos lembram que o dinheiro é como o pó que vem soprado rapidamente pelo vento, enquanto a terra é para sempre", disse ao jornal canadense The Globe and Mail. 
Vamos à história que serpenteia em torno do projeto do grupo Pacific Northwest Lng (Pnw Lng), um plano que prevê um investimento de US $ 11,4 bilhões para a construção de uma unidade dedicada à transformação de gás natural em gás natural liquefeito e, em seguida, o transporte por via marítima na Ásia ao longo de um gasoduto de 950 quilômetros. Não é um erro: quase 1.000 km.  


A estrutura partiria da ilha Lelu e da Flora Bank, um banco de areia que a maré às vezes esconde sobre o estuário do rio Skeena. E aqui a história envolve os Lax Kw'alaams que reivindicam estas terras como suas. O Rio Skeena é a antiga casa da comunidade formada por 3.600 pessoas, que têm acesso exclusivo aos recursos naturais. 


Explicam os nativos que o significado da foz do rio Skeena não pode ser subestimado e que os Lax Kw'alaams são obrigados pela lei tradicional, que envolve também outras comunidades, a proteger os recursos naturais para as gerações futuras


De acordo com a lei canadense, a Petronas, proprietária da maioria do grupo Pacific Northwest GNL, deveria começar a consulta com a comunidade indígena. E foi o que a empresa fez, mas os Lax Kw'alaams rejeitaram por unanimidade a enorme compensação oferecida, reivindicando o direito consagrado no artigo 10 da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas das Nações Unidas. E, em uma declaração explicaram: 


"Esperamos que o público reconheça o consenso da comunidade (onde a unanimidade é exceção) contra um projeto no qual à própria comunidade é feita uma oferta de mais de um bilhão de dólares. Não é uma questão de dinheiro, e sim de meio ambiente e cultura. "
Lax Kw'alaams
Para o projeto, os povos indígenas serão excluídos da ilha Lelu, da qual tradicionalmente usam plantas e medicina tradicional. Não se trata apenas de direitos dos povos indígenas, mas de toda uma comunidade que não quer sacrificar seus lugares para interesses corporativos.

A consulta para o projeto foi feita a cinco grupos indígenas, mas apenas os Lax Kw'alaams rejeitaram qualquer compromisso, apesar de terem sido abertos ao diálogo e à discussão.  


Pena que o governo provincial renovou o seu compromisso com o projeto, assinando um acordo com a Pacific Northwest GNL para um dos 19 projetos na Colúmbia Britânica. A última palavra será da Canadian Environmental Assessment Agency, que se pronunciará em outubro. 


Os indígenas são os verdadeiros defensores do clima e do meio ambiente



Um novo estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) demonstra a relação positiva dos indígenas com as florestas, na preservação do clima e do meio ambiente.


Segundo o Ipam, foram levantados dados de precipitação e desmatamento desde 2013 e sua análise demonstra a influência benéfica da ocorrência de aldeias indígenas como barreira para o processo de desmatamento e manutenção do estoque de carbono nas áreas protegidas pelos povos tradicionais da floresta. A pesquisa foi mais intensa nas áreas do Parque Nacional do Xingu. 


A análise das imagens de satélite e dos dados pluviométricos permitiram concluir que a preservação de grandes maciços florestais, pelos povos indígenas, é fator determinante para a manutenção das temperaturas mais amenas e de um regime pluviométrico equilibrado, contribuindo, portanto, de uma forma direta para a manutenção do equilíbrio climático nas grandes áreas


Os dados existentes para o período de 2000 a 2014 apontam uma taxa de desmatamento, em terras indígenas, da ordem dos 2% e, nas áreas de entorno, não protegidas, de mais de 19%. A análise destes dados comparativamente, permite avaliar a importância da preservação de grandes estoques de floresta em correlação com o aumento da frequência de períodos anômalos de seca ocorridos na Amazônia. 


Nos 10 anos de análise, de 2000 a 2012, comprovou-se que mais de 50% do território indígena foi afetado, direta ou indiretamente, por períodos de seca que resultaram em sérios impactos à segurança alimentar dos povos indígenas, pelas variações ocorridas na disponibilidade de alimentos. Por outro lado, com as secas ocorrem uma maior incidência de incêndios florestais que perturbam a biota amazonense, adaptada a um clima úmido e de alagamentos frequentes. 

Uma conclusão muito significativa dos estudos do Ipam é de que, a proteção, preservação e, consequentemente, a demarcação e defesa das terras indígenas, e das aldeias que nelas habitam, é fator estratégico para toda a população brasileira já que, o desmatamento da Amazônia afeta o clima do país como um todo, alterando o ciclo das águas disponíveis. 

Fernanda Bertolotto, do núcleo de pesquisas do Ipam, explicou na rádio EBC o objetivo dos estudos realizados: “esperamos que com esses dados, consigamos influenciar que os povos indígenas não fiquem a reboque nas discussões das políticas públicas que estão sendo implementadas, para a redução do desmatamento. 


Desejamos também, com esses estudos, que demonstrando a importância dos povos indígenas para esses territórios, a gente consiga fortalecer a implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena, direcionada para ações de diretrizes para a gestão territorial”.


Leia também:


Fonte foto:fotospublicas

Que país você quer? Diga NÃO à PEC 215


 
O Ministério Público Federal - MPF realizou dia 26 Audiência Pública sobre os impactos que resultarão, para os direitos indígenas, e não só, da aplicação da PEC 215 aprovada recentemente na Câmara dos Deputados.


A PEC 215 transfere do Executivo para o Congresso a atribuição de reconhecer Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Territórios Remanescentes Quilombolas. Ela deve paralisar pelo menos 228 demarcações de Terras Indígenas e é considerada inconstitucional


A Audiência Pública foi organizada pela Procuradoria-Geral da República em Brasília e reuniu lideranças indígenas, representantes do poder Legislativo, órgãos governamentais, entidades que atuam em defesa dos direitos dos povos e sociedade civil.
O MPF já se manifestou contrário à aprovação da PEC 215 em Nota Técnica enviada ao Congresso Nacional. 


O documento esclarece que a transferência da prerrogativa da demarcação de terras do poder Executivo para o Legislativo fere cláusula pétrea da Constituição Federal. Para o MPF, a PEC 215 viola o núcleo essencial de direitos fundamentais, como direito dos índios às terras tradicionalmente ocupadas (art. 231, CF); direito à cultura (arts. 215, 216 e 231, caput, CF); direito adquirido concedido diretamente pelo poder constituinte (art. 5º, XXXVI, CF); e direito ao devido processo legal administrativo (art. 5º, LIV, CF). 



Esta alteração na CF ameaça o direito à terra para todas as comunidades tradicionais - indígenas, quilombolas, ribeirinhos, caiçaras, caboclos e extrativistas - e proíbe ainda a ampliação de terras indígenas já demarcadas. Segundo o presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa, a medida é um retrocesso flagrante na legislação brasileira e constitui um atropelo aos direitos dos povos tradicionais, às suas terras ancestrais e à cultura. 


Diariamente, a Câmara de Deputados em Brasília, tem recebido manifestações indígenas contra a aprovação da PEC 215 que protestam silenciosamente, com pequenos cartazes, ou então, cantando seus cantos tradicionais que falam da vida, da natureza, de seus rios, matas e deuses. E cantando eles falam da importância, para a vida, do respeito à terra, à água, a todos os seres vivos. 


"(...) porque a terra, para cada um de nós, é muito mais do que um pequeno pedaço de terra negociável. Nós temos uma relação espiritual com a terra de nossos ancestrais. Nós não negociamos direitos territoriais porque a terra, para nós, representa a nossa vida. A terra é mãe e mãe não se vende, não se negocia. Mãe se cuida, mãe se defende, mãe se protege." 


Disse Sônia Guajajara, indígena da etnia Guajajara Tentehar e representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Manifestação oral na sessão de debate da PEC 215 realizada em 13/08/2013, na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados). 


“Todas as aldeias do Xingu, assim como do Brasil, estão preocupadas com a PEC 215, porque ela não vai garantir o futuro de nossos filhos e de nossos netos. A gente quer que essa PEC seja queimada e enterrada!”, disse Yefuká Kayabi, do Parque Indígena do Xingu.


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Cunha não tem o que comemorar



Apesar de apenas 4% das ações no Conselho de Ética findarem em cassação de mandato, o risco para Eduardo Cunha segue enorme. O G1 lembra que tudo mudou há dois anos, quando a votação no plenário da Câmara deixou de ser secreta.

A mudança foi motivada pela repercussão do caso Natan Donadon, que, mesmo cumprindo pena por corrupção, teve o mandato mantido pelo plenário em agosto de 2013.

Seis meses depois, já com a votação aberta, um total de 476 deputados finalmente cassaram o parlamentar presidiário.

Só resta o impeachment


Os três petistas do Conselho de Ética, segundo o Painel da Folha, votarão na próxima terça a favor da abertura do processo de cassação de Eduardo Cunha.

Sem os votos do PSDB, apenas uma drástica mudança na popularidade do presidente da Câmara o permitirá sobreviver a uma votação aberta no plenário da casa.

Com isso, só resta a Cunha se alinhar aos interesses de dois terços da população e iniciar o processo de impeachment de Dilma.

Castelo de areia. 'Nada mais fica em pé na rede de mentiras e ilicitudes montada pelo governo para de um lado sustentar e de outro patrocinar o financiamento do projeto de perpetuação do PT no poder'








Dora Kramer

29 Novembro 2015 | 05h 00
 
Certeira a previsão da então presidente da Petrobrás, Graça Foster, lá pelos idos de 2014 de que não ficaria “pedra sobre pedra” quando concluídas as investigações sobre as traficâncias cometidas por funcionários, políticos e empresários em nome e ao custo da empresa outrora símbolo de pujança na economia do Brasil.
Em fidelidade à exatidão, a executiva se referia à capacidade da Petrobrás de promover ela mesma o desmonte da corrupção. Fazia uma promessa vã, quase uma bravata. A afirmação, no entanto, revelou-se premonitória no tocante ao resultado, uma vez que nada mais fica em pé na rede de mentiras e ilicitudes montada pelo governo para de um lado sustentar e de outro patrocinar o financiamento do projeto de perpetuação do PT no poder.


O senador Delcídio Amaral (PT-MS) foi preso na quarta-feira, 25, suspeito de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) foi preso na quarta-feira, 25, suspeito de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato
A semana passada foi exemplar: começou com a prisão do amigo do ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai, sobre quem pesam várias acusações, entre as quais a de ter intermediado pagamento de propina para calar testemunha que ameaçava revelar fatos sobre o assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André morto por ter descoberto esquema de corrupção na prefeitura. 


No dia seguinte, foram presos o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, e o banqueiro André Esteves por tentativa de obstrução da Justiça. Na sexta-feira, a empreiteira Andrade Gutierrez se comprometeu a pagar multa de R$ 1 bilhão depois de confessar ser uma pagadora contumaz de subornos: na Petrobrás, nas obras da Copa do Mundo, na usina nuclear de Angra 3, em Belo Monte e na ferrovia Norte-sul.


Ao mesmo tempo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, corre o risco de ser cassado por quebra de decoro, está denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal e começa a temer que seu destino seja o mesmo do senador Delcídio, depois de estabelecido o precedente. Isso sem falar no presidente do Senado, Renan Calheiros, cuja denúncia por peculato e falsidade ideológica já foi aceita pelo STF.


Se disso tudo decorrerá algum tipo de ruptura, seja em relação ao mandato da atual presidente ou na consolidação da falência ao modelo político em vigor, os acontecimentos é que continuarão ditando o rumo. Mas, o cenário da demolição está posto, independentemente do que virá em substituição.



Não há escapatória. Um dado é preciso levar em consideração: Delcídio Amaral não é um senador qualquer. Era líder do governo, escolhido pelo Planalto (não pela bancada do PT no Senado) para em seu nome atuar e falar. Estava de posse dessa delegação quando se prontificou a interceder por Nestor Cerveró no Supremo e a proporcionar condições de fuga ao ex-diretor da Petrobrás. Em troca de um silêncio que, se quebrado, não prejudicaria apenas o senador, mas a todos os que nos últimos dois anos insistiram que nada de errado havia na Petrobrás.


Ladeira abaixo. O PT entrou numa trajetória “água de morro abaixo” que não tem volta. Erra até quando acerta. Acertou na recusa de emprestar solidariedade ao senador Delcídio Amaral – não obstante devesse tê-lo feito em relação a petistas de “raiz”, cujas ilicitudes levaram a condenações e prisões –, mas errou feio na justificativa.


Segundo a nota do presidente do partido, Rui Falcão, diferentemente dos outros, Delcídio não estava em “atividade partidária” e daí seu erro. Não foi um ato falho. Foi, antes, a manifestação explícita e consciente de que o PT governa em causa própria.


DORA KRAMER ESCREVE ÀS QUARTAS-FEIRAS E AOS DOMINGOS

Quem venceu foi... você!. "A união da maioria de fora com a minoria de dentro respalda o vigor das instituições brasileiras, capazes de confrontar uma história e séculos de injustiça e fazer valer o princípio de que a Justiça é igual para todos".

Flor da lama

Em meio à crise política, à tragédia na economia, à lama  e à microcefalia que avança, há algo de muito novo surgindo no País


Eliane Cantanhêde

29 Novembro 2015 | 05h 00

 
Os caciques do Senado passaram o dia inteiro maquinando o voto secreto e o relaxamento da prisão do líder do governo, Delcídio Amaral, mas, no frigir dos ovos, o resultado foi oposto: voto aberto e a manutenção da prisão por 59 votos a 13. Mais do que o corporativismo, pesou a presença da mídia e a pressão das redes sociais. À autopreservação da instituição, somou-se a autopreservação individual. Quem venceu foi... você!
De todos os partidos, só um votou pelo voto secreto: o PT. Quem diria?! Enquanto o presidente do partido, Rui Falcão, assinava nota declarando publicamente que não devia “qualquer solidariedade” ao líder do governo, a bancada petista agia em sentido contrário. 

Dos 13 votos contra o Supremo Tribunal Federal e a favor de tirar Delcídio da cadeia, nove foram do PT. Se não foi em cumprimento a uma ordem superior da direção, por que seria? “Eu posso ser você amanhã”?
Em uma inédita votação, o plenário do Senado decidiu manter preso o líder do governo na Casa, Delcídio Amaral (PT-MS), por 59 votos a favor, 13 contra e 1 abstenção
Em uma inédita votação, o plenário do Senado decidiu manter preso o líder do governo na Casa, Delcídio Amaral (PT-MS), por 59 votos a favor, 13 contra e 1 abstenção
Unidos ao PMDB na alegria do poder e na tristeza de julgar um companheiro, os petistas confundiram-se com Renan Calheiros e Jader Barbalho na apologia do voto secreto e com Fernando Collor no voto para livrar a cara de Delcídio, apesar de tudo.


Rede, DEM, PSB, PRB, PSD e PSDB encaminharam pelo voto aberto e o PMDB, ora, ora!, liberou a bancada para votar como bem entendesse. O inusitado ficou por conta do PDT. Telmário Motta decretou o voto secreto, mas Cristovam Buarque passou-lhe a rasteira com a maior elegância: pegou o microfone e, ironicamente, agradeceu a sua grandeza por “liberar a bancada”, já que ele próprio, fulano e beltrano votavam pelo voto aberto. Motta engoliu em seco e ficou por isso mesmo.


Como lembrou o jovem senador Randolfe Rodrigues, da Rede, ministros do Supremo são nomeados pelo presidente da RepCública e têm cargo vitalício, mas senadores chegam aonde chegam pelo voto do povo brasileiro. Faz uma diferença danada. Se até os ministros já sucumbem daqui e dali à pressão que vem de fora para dentro, imagine quem depende do voto de quatro em quatro anos (deputados) ou de oito em oito (senadores)?


As manifestações de junho de 2013 não foram um episódio que brilhou intensamente e se apagou melancolicamente. Foram um marco, porque a sociedade brasileira foi para as ruas, mostrou a sua força e nunca mais recuou. Além das outras manifestações pelas capitais e cidades do interior, as pessoas estão nas redes, na imprensa, na mídia. Cobram, pressionam, tensionam. A votação de 25 de novembro de 2015 no Senado mostrou que não é em vão.



Emergem tanto o protagonismo de Sua Excelência, o eleitor, quanto um novo protagonismo de Sua Excelência, o parlamentar que tem princípios e coragem pessoal para remar contra a maré corporativista ao encontro do mar de insatisfação da sociedade.


Randolfe, Cristovam, Luiza Erundina, Mara Gabrilli, Jarbas Vasconcellos, Chico Alencar e tantos outros que, em vez de seguirem tudo o que “seu” mestre mandar, seguem suas consciências e ouvem o que seu eleitor tem a dizer. A união dessa minoria com a grande maioria do País é que faz a força.


Essa força tende a pesar nesta semana na direção da cassação de Delcídio e de Eduardo Cunha no Senado e na Câmara, como já norteia a tramitação da nova CPMF. Mas o principal é que a união da maioria de fora com a minoria de dentro respalda o vigor das instituições brasileiras, capazes de confrontar uma história e séculos de injustiça e fazer valer o princípio de que a Justiça é igual para todos. 


Começa a parecer trivial, aqui dentro, que um banqueiro como André Esteves esteja entre as grades. Mas, lá fora, agentes políticos e financeiros já anotam que algo está mudando neste país. Em meio à crise política, à tragédia na economia, à lama de Mariana e à microcefalia que avança, há algo de muito novo surgindo no horizonte do Brasil.

Embriões e festas VIP nas terras de Bumlai



http://topicos.estadao.com.br/operacao-lava-jato

 

Pecuarista alega ter pago dívida suspeita com sêmen vindo de fazenda usada em churrascos

CAMPO GRANDE - Uma estrada esburacada margeia o aeroporto internacional de Campo Grande e leva ao palco de festas exclusivas e notórias. A mansão com piscina e churrasqueira contrasta com as casas em bairros de pouca infraestrutura e núcleos habitacionais populares. Quem vai além do portão com cadeado entra na fazenda Rancho Alegre, do pecuarista José Carlos Costa Marques Bumlai, lugar que poucos conhecem.


“Nem a Polícia Federal foi lá”, diz um pecuarista que já participou de festas à beira da piscina.


A Rancho Alegre é uma das 12 fazendas de Bumlai, o amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso na terça-feira pela Operação Lava Jato, suspeito de tráfico de influência e de intermediar repasses ao PT. Além de receber convidados, ali são colhidos embriões e sêmen para fertilização in vitro e produção de bezerros em vacas que servem de “barrigas de aluguel”.

Vista aérea da fazenda Rancho Alegre, do pecuarista, próxima de aeroporto da capital, Campo Grande
Vista aérea da fazenda Rancho Alegre, do pecuarista, próxima de aeroporto da capital, Campo Grande
 
Conforme as investigações, Bumlai tomou empréstimo de R$ 12,1 milhões do Grupo Schahin e teria repassado o dinheiro ao PT para pagar dívidas de campanha. Em troca, teria conseguido para o grupo um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobrás em 2009. Ao negar a acusação, o pecuarista disse ter pago o empréstimo com o fornecimento de embriões e sêmen, registrado em documentos fiscais.


Entre pecuaristas reunidos na quarta-feira, em Campo Grande, a história foi vista com ceticismo e ironia. Um deles dizia não saber da existência de “boi de ouro”. Com o celular, outro criador fez uma conta e concluiu que, ao preço de mercado, seria possível inseminar 126 mil vacas.


O zootecnista da Rancho Alegre, que se identificou só como Diego, disse que Bumlai faz melhoramento genético de gado das raças senepol e nelore e que o valor de um embrião fértil ou do sêmen de um bom reprodutor pode chegar a R$ 30 mil.


Campanha. O pecuarista é dono de outras fazendas no Estado, mas as propriedades que puseram Bumlai na mira da Justiça são as que ele já não possui. A fazenda Cristo Rei, com 130 mil hectares, em Miranda, no coração do Pantanal, foi vendida para André Esteves, do Banco BTG Pactual, preso um dia depois de Bumlai, sob suspeita de obstrução à Justiça. Ele teria participado com o senador Delcídio Amaral (PT-MS) de um esquema para dar fuga ao ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, preso na Lava Jato.


Foi lá que Lula gravou propaganda eleitoral na vitoriosa campanha de 2002. Nos vídeos, o petista assumia compromissos com a defesa da produção. Bumlai, que não escondia o medo de ter as terras invadidas, estreitou a amizade com Lula. A aproximação foi apadrinhada pelo então governador Zeca do PT.


As pescarias de pacu e os churrascos, regados a cerveja e cachaça pantaneira, puseram Bumlai no círculo de amigos de Lula e o tornaram “mais influente que o Delcídio e o Zeca”, segundo um criador que lhe vendeu gado. A versão é confirmada pelo presidente da Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul (Acrissul), Jonathan Pereira Barbosa, amigo de Bumlai.


Na gestão Lula, os negócios do amigo do presidente deslancharam e ele passou a ser conhecido como “o rei do gado” em Mato Grosso do Sul. Em 2005, Bumlai negociou com o Incra a fazenda São Gabriel, em Corumbá, por R$ 20,6 milhões. Três anos antes, ele a havia comprado por R$ 2 milhões. Para o Ministério Público Federal, o valor justo era R$ 13,3 milhões. Os pagamentos chegaram a ser suspensos, mas a Justiça liberou o montante com base em laudo pericial falso – os dois peritos estão sendo processados.


Barbosa considera que Bumlai foi usado. “Eu estava com o Bumlai, tocava o telefone, e quem era? O ex-presidente. Aí, nessa hora, ele era amigo, pedindo que fizesse favor, fizesse isso e aquilo, e o Zé Carlos, muito gentil, concordava.” Segundo ele, o pecuarista era chamado para ir a São Paulo e Brasília. “Ele falava que o presidente o estava chamando para resolver uns problemas, mas não dizia o que era.”


Falência. O declínio começou quando Bumlai entrou no setor sucroalcooleiro e montou em Dourados a usina São Fernando – para Barbosa, por influência do ex-presidente. “Quando o Lula estava saindo do governo, convenceu o Bumlai de que o etanol seria negócio do futuro. Ele entrou, com o piloto Emerson Fittipaldi e uma parte do Grupo Bertin. O álcool começou a dar para trás e, primeiro o Emerson, depois os Bertin, saíram do negócio. Ele teve de comprar a parte dos outros e não se recuperou.”


Bumlai se desfez da Cristo Rei para socorrer a usina, que havia entrado em recuperação judicial. O dinheiro não foi suficiente para impedir que o BNDES entrasse com pedido de falência da usina.


Os administradores da São Fernando não quiseram falar à reportagem. Advogados da família de Bumlai não responderam às ligações. O Instituto Lula informou que o ex-presidente não se manifestaria sobre as declarações do presidente da Acrissul.


Prisões afetam PT sul-mato-grossense
O empresário Pedro Chaves dos Santos Filho, do PSC, primeiro-suplente do senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na quarta-feira suspeito de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, é ligado à família do pecuarista José Carlos Bumlai, preso no dia anterior. Uma filha de Pedro, Neca Chaves Bumlai, é casada com Fernando Bumlai, filho de José Carlos Bumlai e um dos gestores da Usina São Fernando.
Na sexta-feira, em Campo Grande, o PT discutiu os efeitos das duas prisões. "Estamos abalados, mas precisamos juntar os cacos e seguir com nosso trabalho. O partido tem 40 mil filiados no Estado", disse Antônio Carlos Biffi, presidente do diretório estadual. Segundo ele, o ex-governador e deputado Zeca do PT, que participou do encontro, confirmou a disposição de concorrer à prefeitura de Campo Grande.


O PT governa 12 cidades em Mato Grosso do Sul, mas o número deve cair na próxima eleição. "Estamos trabalhando para fortalecer o partido no Legislativo", disse Biffi. Ele assumiu o posto após renúncia do ex-presidente Paulo Duarte, prefeito de Corumbá - ele alegou que a cidade sofria com a crise econômica e precisava de sua dedicação integral.



O diretório de Mato Grosso do Sul e o de Campo Grande emitiram nota criticando o posicionamento do presidente do partido, Rui Falcão, que dissera que o "PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade" com Delcídio. Os diretórios disseram se sentir "absolutamente desamparados politicamente", cobraram "lucidez política" e manifestaram "solidariedade ao companheiro senador Delcídio Amaral".


http://topicos.estadao.com.br/operacao-lava-jato

VíDEO: "No Brasil, morre um ladrão e nascem dois!" (Música e letra de Juca Chaves)

https://youtu.be/QmJL9Q8HoKE





Diário do Poder


Juca Chaves
Compositor
Jurandir C. Chaves, mais conhecido como Juca Chaves, é um compositor, músico e humorista brasileiro. Wikipédia
Nascimento: 22 de outubro de 1938 (77 anos), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade: Brasileiro
Cônjuge: Yara Chaves (desde 1975)

Desastre ambiental. Samarco deposita lama removida na margem de rio. Procedimento, dizem especialistas, contamina mais o Rio do Carmo


Diario do Poder

Publicado: 28 de novembro de 2015 às 13:48


A ‘montanha’ fica na entrada da cidade de Barra Longa, vizinha a Mariana. Foto: Bruno Ribeiro / Estadão
A mineradora Samarco está depositando a lama que vem sendo retirada há três semanas do centro da cidade de Barra Longa, a 60 quilômetros de Mariana (MG), justamente na margem do Rio do Carmo, curso d’água que termina no Rio Doce e local de onde está vindo a sujeira que contamina a água potável de mineiros e capixabas e já chegou ao mar.
 O procedimento, dizem especialistas, contamina cada vez mais a água do rio, pois a lama, com a chuva, volta a escorrer para as águas. A Samarco diz que o depósito no local é temporário e a empresa busca um espaço adequado.

A montanha de lama fica bem na entrada da cidade. 


Caminhões que saem de Barra Longa percorrem cerca de um quilômetro até o local do depósito, um terreno que funcionava como centro de exposições para festas agropecuárias da pequena cidade, de 7 mil habitantes.


Uma escavadeira e uma pá mecânica passam o dia empilhando a sujeira depositada pelos caminhões. “É um lugar provisório, mas ainda não encontramos outro”, diz o prefeito de Barra Longa, Fernando José Carneiro Magalhães (PMDB), ao reconhecer que a lama pode voltar ao rio. “Falaram que iriam deixar lá para secar, e depois colocariam em outro lugar”, continua.


Prazo. Magalhães afirma que, em reuniões com a Samarco, foi estabelecido prazo até 30 de setembro do ano que vem para que a limpeza na cidade termine.


O presidente da Associação Brasileira de Análise de Impacto, Alberto Fonseca, pró-reitor da Universidade Federal de Ouro Preto, afirma que o que o risco é de um “assoreamento homeopático”, com a lama voltando ao rio aos poucos, levando as partículas sólidas de volta ao curso d’água. 


“Antes de fazer qualquer análise, é preciso saber o que é esta lama. Fazer um plano de amostragem, com análises em diversos pontos, para aí, sim, saber do que se trata o material”, explica o engenheiro ambiental.


“Se for constatado que o material é inerte, ou seja, não traz risco de contaminação, ele pode ser tratado como entulho. Para que fosse depositado na margem de um rio, só com um plano de drenagem e de monitoramento, o que não parece ser o caso, pelo que está sendo contado”, afirmou.

A limpeza da cidade se restringe à área urbana. Para as áreas rurais, e também para o distritos da cidade que foram atingidos, o vereador Leleco Rosário (PMDB), que encabeça o diálogo da cidade com a mineradora Samarco, diz que, até o momento, não foi feito um plano de limpeza. “Estão estudando jogar um produto para misturar com a lama e ver se a vegetação vai crescer”, afirma.


Perda de gado. A lama seca nas margens do Rio do Carmo, antes e depois do centro de Barra Longa, tem pelo menos 1 metro de altura. “Tem gente perdendo o gado por sede. Em Gesteira, a lama ainda está no centro”, diz o pintor Luís Aparecido Rocha, de 39 anos.


Questionada sobre o assunto, a Samarco encaminhou nota destacando a provisoriedade da situação. “O rejeito retirado da área está sendo levado temporariamente para o Parque de Exposições da cidade, em local seguro. A Samarco vai fazer o devido tratamento do material. A empresa também está buscando áreas autorizadas para depositar o rejeito restante”, diz o texto. A empresa também foi questionada sobre o que fará com a lama nas margens dos rios, mas não respondeu (AE).

Maior fundo do Petros terá rombo de R$ 20 bilhões

A estimativa é de integrantes do conselho fiscal, que há 12 anos têm recomendado, em vão, a reprovação do balanço anual da entidade

BRASÍLIA - A Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, deve fechar 2015 com déficit em torno de R$ 20 bilhões no seu maior e mais antigo plano de benefícios, segundo fontes do conselho fiscal da entidade ouvidas pelo Estado.


No último resultado parcial do Plano Petros do Sistema Petrobrás (Petros BD), de agosto, o rombo do plano de benefício definido – no qual os participantes definem previamente o valor que vão receber quando se aposentarem – estava em R$ 13,3 bilhões, segundo conselheiros. O montante corresponde ao valor que faltaria caso o plano tivesse de pagar hoje todos os benefícios dos participantes.


Representantes do conselho fiscal, que são indicados pelos trabalhadores, dizem que há 12 anos o órgão recomenda a reprovação do balanço anual da Petros, seja por causa de déficits, como ocorreu nos últimos dois anos, seja por outras questões contábeis.


Mas o balanço sempre foi aprovado pelo conselho deliberativo – que tem metade dos representantes indicada pelos trabalhadores e, a outra metade, pela Petrobrás. Em caso de empate nas votações, a empresa tem o voto de Minerva.

Cerca de 21 mil funcionários mantêm o segundo maior fundo de pensão do País
Cerca de 21 mil funcionários mantêm o segundo maior fundo de pensão do País
Esse acompanhamento feito em cima das contas do fundo de pensão tenta garantir o equilíbrio atuarial, evitando que futuramente os participantes fiquem sem seus benefícios. Um dos casos mais emblemáticos de quebra de um fundo de previdência ocorreu com o Aerus, da falida empresa aérea Varig. Milhares de funcionários brigam na Justiça pelos benefícios.

O caso da Petros – o segundo maior fundo de pensão do País, com R$ 83,5 bilhões em ativos, ou 11,3% do total das entidades de previdência privada – está longe de repetir tal desastre. Mas as projeções feitas por conselheiros, sob a condição de anonimato, que apontam para um rombo de R$ 20 bilhões este ano, acendem um sinal de alerta.

Sozinho, o Petros BD deve responder pela quase totalidade do déficit do fundo de pensão em 2015. O plano, fechado para novos participantes em 2012, tem 99% de todos os assistidos da Petros, ou o equivalente a 56.841 pessoas. Os contribuintes são 21.254 funcionários que estão na ativa. O Petros BD só é menor que o plano de benefício definido da Previ (dos funcionários do Banco do Brasil).


Conjuntura. A Petros, no entanto, não reconhece a projeção de R$ 20 bilhões em déficit. A entidade diz que não se pronuncia sobre resultados parciais porque são passíveis de mudanças.


“Naturalmente, a atual conjuntura econômica vem afetando não somente o resultado da Petros, como de todo o setor de previdência complementar e de vários outros segmentos da economia”, disse, em nota, a Petros. A entidade, porém, ressalta que, nos últimos dez anos, a rentabilidade acumulada foi de 238,72%, superior à meta atuarial de 200,21%.


Em todo o sistema, o déficit acumulado dos fundos de pensão no primeiro semestre é de R$ 46 bilhões, segundo a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão responsável por regulamentar o setor.


Dez entidades, sendo oito patrocinadas por estatais federais, são responsáveis por 80% do total do déficit. O Postalis (dos Correios) e o Funcef (da Caixa) estão desenquadrados. O Fapes, do BNDES, caminha para apresentar déficit neste ano. As perdas são, segundo analistas, consequência da piora da economia, de erros de análise de investimento, má gestão e, em alguns casos, fraudes e corrupção – o que motivou até a criação de uma CPI para apurar desvios nos fundos das estatais.

Senadores resistem a fazer Conselho de Ética funcionar

Além de PT e PMDB evitarem ofensiva contra Delcídio, regras do colegiado estimulam arquivamento ou morosidade de processos

 

BRASÍLIA - O processo de cassação do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), no Conselho de Ética da Casa pode nem começar por causa da burocracia prevista no Código de Ética do Senado e da resistência nos partidos que controlam o órgão.


O código permite que o presidente do colegiado, João Alberto Souza (PMDB-MA), engavete de imediato possível representação contra o senador.


Delcídio foi preso preventivamente na semana passada pela Polícia Federal acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Quatro partidos de oposição – PSDB, DEM, PPS e Rede – prometem representar contra ele na terça-feira.

Renan, que preside o Senado, e João Alberto, presidente do Conselho de Ética
Renan, que preside o Senado, e João Alberto, presidente do Conselho de Ética
A tendência no PT e no PMDB, legendas com maior número de representantes no conselho, porém, é evitar uma ofensiva contra Delcídio. A maioria dos petistas, incluindo os três integrantes do colegiado – José Pimentel (CE), Regina Souza (PI) e Paulo Rocha (PA) – votou na quarta-feira da semana passada por revogar a prisão do líder de governo, mas foi derrotada. A bancada do partido se opôs ao Diretório Nacional, que divulgou nota negando solidariedade ao senador.


O PMDB também resiste a um processo de cassação, pois teme que ele abra precedentes indesejáveis. Quatro peemedebistas são investigados pela Lava Jato e, eventualmente, podem ser questionados no colegiado. Trata-se de Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, Romero Jucá, Edison Lobão (MA) e Valdir Raupp (RO).


Renan, que deixou claro seu posicionamento favorável à revogação da prisão de Delcídio, também não demonstrou interesse em abrir o processo no Conselho de Ética contra o petista, ato que ele poderia cumprir por meio de ofício da Mesa Diretora do Senado.


‘Engavetador’. Fora a indisposição dos partidos aliados ao governo, há ainda obstáculos no Código de Ética. Mudanças no texto foram feitas em 2008, poucos meses após as sucessivas denúncias que levaram Renan a renunciar à presidência da Casa.

Cabe ao presidente do Conselho de Ética decidir se aceita ou arquiva o processo. À frente do colegiado pela quarta vez, o peemedebista tem fama de “engavetador”. Ele arquivou, em 2010, por exemplo, processo contra o ex-presidente da República e ex-senador José Sarney (PMDB-AP), seu aliado.

Na votação que decidiria o destino de Delcídio, João Alberto, próximo a Renan, foi favorável tanto à votação secreta quanto à revogação da prisão do senador. Caso ele arquive a representação, pelo menos cinco senadores precisam apoiar eventual recurso, que precisa ser votado pelo plenário do conselho.


Família e amigos aconselham Delcídio a fazer delação premiada

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Delcídio Amaral


Por Alberto Bombig

28/11/2015, 13h10

Estadão

Na avaliação de pessoas muito próximas do senador, alvo da Lava Jato, a colaboração seria o melhor caminho para o petista escapar da prisão antes do Natal
Delcídio do Amaral foi preso nesta quarta-feira, 25. Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters
Delcídio do Amaral foi preso nesta quarta-feira, 25. Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters


Parentes e amigos de Delcídio Amaral (PT-MS) aconselharam o senador a negociar um acordo de delação premiada. Eles avaliam que esse seria o melhor caminho para tirar o petista da prisão ainda este ano, a tempo de passar o Natal com a família.


Em conversas reservadas nos últimos dois dias, o entorno mais próximo do senador considerou pequenas as chances de Delcídio conseguir um habeas corpus na Justiça após a divulgação da gravação feita por Bernardo Cerveró. Na conversa, Delcídio relata suposta pressão a ministros do Supremo Tribunal Federal em busca de um habeas corpus para o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, pai de Bernardo.


A mulher de Delcídio, Maika, que visitaria o marido neste fim-de-semana na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para tratar do tema da delação premiada, era uma ferrenha defensora da estratégia e discutiu o assunto com o advogado do senador.


Ela tem dito que o marido não pode pagar sozinho por erros cometidos pelo PT e pelo Planalto – Delcídio era líder do governo até ser preso pela PF na quarta-feira.
Na delação, Delcídio contaria o que sabe sobre o esquema de corrupção e desvios na Petrobrás em troca de benefícios concedidos pela Justiça.

No depoimento que prestou na quinta-feira à PF, Delcídio citou a presidente Dilma Rousseff, de maneira espontânea, pelo menos três vezes. “A então ministra (de Minas e Energia no governo Lula) Dilma já conhecia Nestor Cerveró desde a época em que ela atuou como secretária de Energia no governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul”, afirmou o senador.

“Como a área de exploração de gás era bastante desenvolvida naquele Estado, havia contatos permanentes entre a Diretoria de Gás e Energia da Petrobrás e a secretaria comandada pela Dilma Rousseff”, disse.

O acordo de delação precisa ser acertado com a Procuradoria-Geral da República e, depois, homologado pelo STF.

Ministério da Saúde confirma relação entre vírus Zika e microcefalia




  • 28/11/2015 20h23
  • Brasília
Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil

Aedes aegypt
Exames feitos em bebê nascido no Ceará com microcefalia e outras malformações congênitas revelaram a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos Agência Brasil/Arquivo
O Ministério da Saúde confirmou hoje (28) que existe relação entre o vírus Zika e os casos de microcefalia na Região Nordeste do país. Segundo nota divulgada pela pasta, exames feitos em um bebê nascido no Ceará com microcefalia e outras malformações congênitas revelaram a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos.


O resultado enviado pelo Instituto Evandro Chagas revelou, segundo o ministério, “uma situação inédita na pesquisa científica mundial”. O governo assegurou que vai dar continuidade às investigações para descobrir quais as formas de transmissão, como o vírus atua no organismo e qual período de maior vulnerabilidade para a gestante. “Em análise inicial, o risco está associado aos três primeiros meses de gravidez”, complementou.


Ontem (27), o instituto de pesquisa notificou o governo sobre outros dois óbitos relacionados ao vírus Zika. As análises indicaram que o vírus pode ter contribuído para agravar estes casos. “Esta foi a primeira ligação de morte relacionada ao vírus zika no mundo, o que demostra uma semelhança com a dengue”.


O primeiro caso confirmado foi o de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticoides, no Maranhão, e o segundo é o de uma menina de 16 anos, no Pará, que morreu no final de outubro, depois de relatar sintomas semelhantes ao de dengue, como dor de cabeça e náuseas.


Diante dessa declaração, a expectativa é que sejam redobradas ações nacionais para combater o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela disseminação da dengue, Zika e chikungunya. “O momento agora é de unir esforços para intensificar ainda mais as ações e mobilização”, alertou o ministério.


Edição: Maria Claudia

"Temos que fazer alguma coisa sobre a fácil acessibilidade a armas de guerra nas nossas ruas para pessoas que não têm nada que empunhá-las. Ponto. Já basta!"



DIGA NÃO à liberação do porte de armas no Brasil! 

 

Obama diz "basta" à violência após tiroteio nos Estados Unidos



  • 28/11/2015 14h54
  • Washington
Da Agência Lusa
O presidente americano, Barack Obama, considerou que tem que acabar a epidemia de violência com armas que afeta os Estados Unidos, depois de um tiroteio ter causado três mortes em Colorado Springs na sexta-feira.

"Temos que fazer alguma coisa sobre a fácil acessibilidade a armas de guerra nas nossas ruas para pessoas que não têm nada que empunhá-las. Ponto. Já basta!", realçou Obama em comunicado, revelando que o atirador que matou três pessoas e feriu nove numa clínica de planejamento familiar usou uma arma de assalto usada pelas forças armadas.

Obama disse que o homem detido pelo tiroteio manteve reféns dentro do edifício a partir do qual abriu fogo contra as pessoas do lado de fora, durante a longa negociação mantida com a polícia.

O presidente assinalou que foi particularmente triste que, um dia depois do feriado de Ação de Graças, os norte-americanos tenham que confortar famílias que perderam entes queridos devido à violência armada.

Os feridos, quatro civis e cinco políciais, receberem assistência médica e não correm o risco de morrer.

O agressor, um homem branco com uma espingarda de guerra, manteve uma troca de disparos com os agentes, enquanto eram retiradas do local dezenas de pessoas, informou a porta-voz da polícia local, Catherine Buckley.

Nos Estados Unidos, os centros de planeamento familiar, que praticam a interrupção voluntária da gravidez, são particularmente denegridos e frequentemente sujeitos a ameaças ou ataques de opositores radicais do aborto.
 

Bloqueio de recursos pode paralisar governo, dizem especialistas




  • 28/11/2015 16h15
  • Brasília
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
O contingenciamento de recursos que será publicado na segunda-feira (30) poderá levar à paralisia do governo, caso o Congresso demore a aprovar a alteração da meta fiscal de 2015, avaliam economistas. Eles acreditam que o prolongamento do bloqueio de R$ 10,7 bilhões poderá comprometer o funcionamento da máquina pública.


O decreto sustará o pagamento de todas as despesas não obrigatórias do governo, aquelas que não são determinadas por lei ou pela Constituição. O contingenciamento não suspenderá apenas a compra de equipamentos e obras públicas, mas as despesas de custeio (manutenção) do governo, interrompendo o pagamento de contas de energia, água, telefone e de aluguéis dos órgãos públicos. Os contratos de terceirização, como vigilância, recepção, limpeza e manutenção de informática, também serão prejudicados. As atividades de fiscalização ficarão sem verbas.


As despesas mínimas estabelecidas pela Constituição em saúde e educação, assim como os salários do funcionalismo e os benefícios previdenciários e trabalhistas, estão garantidos. No entanto, ainda não está claro se programas sociais como o Bolsa Família, cujos gastos não são obrigatórios, foram preservados do contingenciamento. O detalhamento dos cortes só será divulgado na próxima semana.
Segundo o coordenador do curso de Economia do Ibmec, Márcio Salvato, em um primeiro momento, a medida significa o atraso no pagamento de contratos por alguns dias. No entanto, caso a crise se prolongue, poderá levar à paralisia da máquina pública, na sua avaliação.


"O decreto [de contingenciamento] é consequência de um impasse político que se refletiu nas contas públicas. O governo está em uma situação complicadíssima”, explica Salvato. “É como se o dono de uma indústria tivesse de fechar uma fábrica porque não tem mais dinheiro para fazê-la funcionar.”


Membro do Conselho Federal de Economia, Fábio Silva diz que, dado o impacto da crise econômica e do impasse político, o governo não tinha opção. “A gente está caminhando para um contingenciamento de grandes proporções. O país está prestes a encerrar o ano com um déficit primário muito grande e não vejo alternativa no curto prazo a não ser medida que vá na direção de cortar onde nem tem mais onde cortar”, diz.


Ao anunciar a edição do decreto, o Palácio do Planalto informou que a situação será apenas temporária, até que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015 e revise a meta fiscal para este ano. Prevista para ocorrer na quarta-feira (25), a votação foi adiada por causa da prisão do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS).


No início do ano, o governo tinha estipulado meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) em R$ 66,3 bilhões – R$ 55,3 bilhões para a União e R$ 11 bilhões para estados e municípios. No entanto, as dificuldades para cortar gastos e a crise econômica, que derrubou a arrecadação, fizeram a equipe econômica revisar a meta fiscal de 2015 para déficit primário de R$ 51,8 bilhões. Por causa do reconhecimento dos atrasos nos repasses a bancos públicos, o valor do déficit subirá para R$ 119,9 bilhões caso a alteração da LDO seja aprovada pelos parlamentares.


O governo teve de editar o decreto para evitar um desentendimento jurídico com o Tribunal de Contas da União. Na quinta-feira (26), o Ministério Público de Contas tinha recomendado o pagamento integral dos atrasos nos repasses a bancos públicos até o fim do ano. No entanto, para que isso possa ser feito, o Congresso precisava ter aprovado a nova meta de déficit primário. Como a meta que ainda está valendo é o superávit de R$ 66,3 bilhões, o governo viu-se obrigado a fazer o novo corte orçamentário.
Edição: Beto Coura