sábado, 19 de março de 2016

Vídeo Chocante: Sobre animais e direitos.

https://www.youtube.com/watch?v=e4fdj_V_orE&feature=youtu.be


 

Como esse filhote de orangotango se sente sobre o fato de que sua população poder ser extinta em 15 anos

Tradução de Juliana Candido de Jesus

Orangotango 1
Prestem atenção, galera. Veem esse filhote de orangotango adorável? Veem esse biquinho fofo? E esse pelo? Esse pelo! Voando com o vento, todo inocente e fofo. Bem, se nós humanos não fizermos alguma coisa a respeito do desmatamento e do óleo de palma nos próximos 15 anos, essa fofura e sua família não vão mais existir.


Você leu certo: de acordo com um novo estudo, se nós continuarmos a explorar as florestas nessa elevada taxa atual, Orangotangos-de-Sumatra talvez sejam extintos. Enquanto há notícias recentes de que a população de orangotangos é, na verdade, o dobro do que os cientistas haviam previsto –viva! – Esse número poderá não significar nada daqui a quinze anos se nós não pararmos essa deflorestação absurda e prejudicial.


Então o que está causando a extinção potencial dos orangotangos? Três palavras: óleo de palma. Esse óleo, encontrado em tudo, desde alimentos até produtos para limpeza da pele, tem alta demanda no mundo inteiro e muitos de nós nem mesmo sabemos das consequências desse consumo.


Por exemplo, a cada minuto, uma área do tamanho de cinco campos de futebol é devastada na Sumatra, ilha na Indonésia, para abrir espaço para plantações. Como orangotangos são uma espécie arbórea, são dependentes da abundância de florestas tropicais pois a têm como meio de subsistência. Tragicamente, mais ou menos 80% do habitat natural deles foi destruído durante as duas últimas décadas, principalmente por causa da produção de óleo de palma.


Nós temos que salvar esses pobres orangotangos da extinção, e, com sorte, por meio da mudança de alguns de nossos hábitos e exigindo uma atitude por parte das grandes empresas de óleo de palma, nós talvez sejamos capazes de parar isso antes que seja tarde demais.


Como podemos ajudar esse adorável filhote de orangotango?

• Aprender como eliminar o óleo de palma da sua vida clicando aqui.

• Ajudar organizações que trabalham protegendo o meio em que os orangotangos nativos vivem.

• Dar uma olhada no trabalho dessas organizações especializadas em resgate e reabilitação de orangotangos.

• Compartilhar esse artigo e aumentar a conscientização!

Fonte: One Green Planet

Bebê camaleão.Cada coisa diferente que essa natureza inventa!

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Haja paciencia.

Senhor iguana tem convidado para o jantar.

 
 
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Uvinha gostosa!

 
 
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So Cute

A primeira capital do mundo a proibir TOTALMENTE o uso de carros nas ruas

A primeira capital do mundo a proibir TOTALMENTE o uso de carros nas ruas
11 mar 2016
Não tem choro, nem vela! A prefeitura de Oslo, na Noruega, já anunciou e não pretende voltar atrás: a cidade proibirá a circulação de automóveis em todas as suas ruas. A medida começará a valer em 2019, mas já preocupa os proprietários de carros que moram na capital.


E eles não são poucos! Segundo o governo, cerca de 350 mil pessoas possuem automóveis na cidade. Bem, é bom eles começarem a se habituar a outros meios de transporte.
A prefeitura, claro, não pretende deixar ninguém na mão. O governo promete investir em transporte público e garante que construirá mais de 56 mil quilômetros de ciclovias.



A medida garante à Oslo o título de primeira capital do mundo a proibir carros nas ruas e coloca a cidade no topo do ranking dos municípios mais sustentáveis do planeta. A poluição do ar e o barulho vão diminuir por lá, o trânsito vai melhorar incrivelmente, andar na rua a pé ou de bike será mais seguro e, como consequência, os moradores da cidade ganharão qualidade de vida.


Vale uma visita para Oslo em 2019, nem que seja só de passagem, para ver isso de perto, não? Mas já sabe: vá sem carro! 


Conheça outras 5 cidades do mundo que prometem acabar com o uso de automóveis (mas não tão rápido quanto Oslo).



Foto: Divulgação/Advancing Public Transport 

Mergulhadores chocados ao descobrirem animais presos em jaulas submersas


Por Stephen Messenger / Tradução de Alice Wehrle Gomide
Indonesia mergulhadores 1Foto: Delon Lim
Um grupo de mergulhadores fez uma descoberta chocante na semana passada enquanto exploravam a área cerca da remota ilha de Kokoya, na Indonésia.

Lá, presos dentro de jaulas em uma parte rasa do oceano, estavam dois dugongos – raros mamíferos marinhos estreitamente relacionados ao peixe-boi.

Um dos mergulhadores, Delon Lim, disse ao The Dodo que os animais, também conhecidos como “vacas do mar”, pareciam ser uma mãe e seu filhote presos em jaulas separadas. Enquanto o jovem dugongo era mantido sem restrições, a mãe estava presa por uma corda amarrada em seu rabo.

O par tinha sido capturado por pescadores locais, aparentemente para lucrar com os turistas.

“Ele pediu um pouco de dinheiro se quiséssemos ver o dugongo ou tirar uma foto”, Lim disse.

Apesar de não ficar claro quanto tempo os dugongos foram mantidos em cativeiro, Lim suspeita que eles estivessem presos por várias semanas.

“Parece que sim”, ele disse. “As cordas estavam gastas e rasgando. As cicatrizes e o ferimento em seu rabo eram profundos. Foi muito desolador”.

Os mergulhadores foram autorizados a entrar na jaula com a dugongo adulta, tirando fotos e fazendo um vídeo do seu sofrimento inimaginável.


Não querendo que os animais continuassem a sofrer naquela triste situação, os mergulhadores tentaram convencer seu captor a libertá-los, informando que os dugongos são uma espécie protegida e vulnerável à extinção.


“Quando nós deixamos a ilha, o pescador concordou em libertá-los”, Lim disse. “Mas como não estávamos muito convencidos de que ele faria isso, eu postei o vídeo na mídia social”.


Os outros mergulhadores também postaram o vídeo.


E ainda bem que eles fizeram isso. Dentro de poucas horas, Lim foi contatado pelas autoridades locais de vida selvagem pedindo a localização das jaulas. No dia seguinte, os oficiais foram até o local e encontraram os animais ainda presos.
Foi quando eles finalmente foram libertados.


Dugongos, como seu parente peixe-boi, são considerados ameaçados pelas atividades humanas, mas acredita-se que capturas como esta não são comuns. Existem outros animais, entretanto, que são mantidos em condições similarmente deploráveis em nome do turismo.

Clique aqui para saber mais sobre quais atrações animais evitar quando viajar para o exterior.

Fonte: The Dodo


Quem quer ser voluntário?


MOBILIZAÇÃO AMBIENTAL NO "OCUPE O LAGO"


A Fundação MAIS Cerrado estará participando como parceiro junto com o Movimento Ocupe o Lago neste sábado e domingo das atividades do Dia Mundial da Água.


Sábado, dia 19/03, das 08hs às 12hs estaremos em 10 pontos do Lago Paranoá, onde iremos captar informações, através de abordagens de pessoas para responderem uma enquete à respeito do uso sustentável da água.



E domingo, dia 20/03, das 09hs às 16hs, estaremos na Ermida Dom Bosco com uma tenda geodésica onde haverá yoga, palestras, abordagens de conscientização ambiental da policia militar ambiental, concurso fotográfico Água e Vida no Cerrado, exposição de fotos das águas, fauna e flora do cerrado, feirinha de produtos do cerrado, recreação para crianças, oficina de arte e música ambiente com dj.



Para contribuir com a realização das atividades da MAIS Cerrado estamos selecionando voluntários que possam colaborar nas atividades educação ambiental, mobilização e comunicação.


Caso tenha interesse em se candidatar, por favor, entre em contato no celular 61 9880 4963.


FAÇA A DIFERENÇA EM NOSSA EQUIPE – VOCÊ SERÁ CERTIFICADO!!!




DOMINGO (geodésica)


Local: Ermida Dom Bosco

Horário: 9h às 18hs

Atividades:

10h - Recepção com Mascote Lobo Guará
10h - Yoga com Mariana Caldeira
10h30 as 16h - Concurso Fotográfico Água e Vida no Cerrado
10h - Música e oficina de arte com a Dj Ray
10h as 16h - Exposição de produtos do Cerrado
10h - Exposição de material da Polícia Militar Ambiental
- Soldado Fabiano
10h - Distribuição de mudas do Cerrado
10h - Brincadeiras com crianças: Instrutoras Gianna e Tânia
11h30 - Inauguração da placa homenagem Masaru Emoto (tem na programação do face do evento Ocupe o Lago)
12h - ABRAÇO NO LAGO
16h - yoga com Soraya Farah
Palestras:
10h - Marcos Woortmann: Importância dos viveiros e o reflorestamento.
10h45 - Consolación Sol Udry. Iniciativa local comunitária: Projeto Águas da Serrinha do Paranoá - 40% da água limpa do Lago Paranoá é formada na Serrinha (de suas 87 nascentes já registradas e 9 córregos)
12h45 - Vinicius WWF: experiência do Programa Água Brasil na Bacia do Pipiripau (a confirmar)
14h00 - Polícia Militar Ambiental Soldado Maranhão e Soldado Fabiano: Crimes ambientais que acontecem no lago.
15h00 - Sérgio Ribeiro sobre Águas no Distrito Federal (a confirmar)
15h30 - Regina Fittipalti sobre Ecologia Profunda (a confirmar)
Encerramento
17h - Premiação do Concurso Fotográfico Água e Vida no Cerrado.


Evento OCUPE O LAGO: https://www.facebook.com/events/431443240393596/

Mobilização ambiental no Ocupe o Lago: https://www.facebook.com/events/138780213181511/

Venha fazer parte disso tudo, juntos somos mais FORTES!

Tóquio tem hortas urbanas nas estações de metrô

Os jardins e hortas são construídos nos telhados das estações de trem e metrô.

As hortas urbanas estão cada vez mais populares em todo o mundo. No Japão, o projeto Soradofarm, incentiva a criação de jardins e hortas nos telhados das estações de trem e metrô. A alternativa também funciona como uma válvula de escape para a correria do dia-a-dia.


O aproveitamento de espaços públicos ou telhados para o plantio é uma das poucas alternativas que os moradores de grandes cidades têm para driblar a falta de espaço livre. Tóquio está entre as cidades que sofrem com este problema, por isso a ideia de aproveitar as estações se torna tão importante e genial.


O projeto conta com o apoio da companhia local de metrô e da Ekipara, uma companhia responsável pelo entretenimento e comércio dentro das estações. O funcionamento é simples, mas ao contrário das hortas comunitárias em que tudo é de todos, no Japão os usuários de tornam “proprietários” de um pedaço específico de terra.
 





Cada um dos participantes detém três metros de área verde onde podem ser plantados vegetais ou outras culturas, de acordo com sua própria vontade. Por terem que pagar uma tarifa simbólica anual, os “fazendeiros urbanos” contam com o apoio de especialistas e de todas as ferramentas necessárias para o manuseio da terra.

 
Para participar não é necessário ter conhecimento em jardinagem ou agricultura. Além de contar com vegetais frescos, esta também é uma possibilidade de interação entre a comunidade.




 
O Soradofarm já possui cinco hortas e jardins em Tóquio, mas a intenção é expandir para que ela esteja presente em todas as estações da cidade.


 fonte Redação CicloVivo

Cadê o legado esportivo da Olimpíada do Rio de Janeiro?

 artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Publicado em março 16, 2016 por



Santos Junior, Orlando A. Dossiê das Violações do Direito ao Esporte e à Cidade. Cadê o legado esportivo da Olimpíada do Rio de Janeiro? Observatório das Metrópoles, Rio de Janeiro, 2015
Santos Junior, Orlando A. Dossiê das Violações do Direito ao Esporte e à Cidade. Cadê o legado esportivo da Olimpíada do Rio de Janeiro? Observatório das Metrópoles, Rio de Janeiro, 2015

[EcoDebate] O sonho do Brasil grande faz parte da história brasileira. Como diz o hino nacional, o Brasil é o gigante “deitado eternamente em berço esplêndido”. Na época dos governos militares se falava do “Brasil potência”. Mais recentemente, os últimos governos brasileiros retomaram o “sonho do Brasil grande” e sem miséria.


Várias ilusões foram vendidas ao povo brasileiro. Uma ilusão que dificilmente será realizada é o de participar, como membro permanente, do Conselho de Segurança da ONU. Outro sonho que fica cada vez mais distante é o de ser a 4ª economia do mundo, como almejava o ex-ministro Guido Mantega. T

ambém está difícil acabar com a pobreza, a miséria, a violência e a falta de saneamento básico. Mas dois sonhos menores foram realizados na busca de grandes eventos midiáticos e espetaculosos: o primeiro foi sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e o segundo foi sediar as Olimpíadas de 2016. Incrível ter estas metas num momento em que os escândalos de corrupção da FIFA e os escândalos dos dopings de atletas olímpicos são coisas que desmistificam estes grandes eventos e desvelam a face criminosa e mal cheirosa do esporte, que nada tem de saudável nestes casos.


O legado da Copa do Mundo de futebol, além da derrota histórica de 7 x 1 para a Alemanha, se deu nas áreas das dívidas e dos “elefantes brancos”. Os turistas que vieram ao Brasil em 2014 vieram em número muito abaixo do esperado e os recursos gastos no país foram mínimos (vieram muitos “mochileiros e farofeiros” deixando poucas divisas durante o evento). O resultado é que a balança de turismo do Brasil foi deficitária em US$ 20 bilhões, em 2014.


A maioria das obras de infraestrutura não ficaram prontas. Muitas das arenas superfaturadas deixaram uma dívida enorme e estão subutilizadas. As arenas de Brasília, Manaus, Cuiabá e Natal possuem um custo muito alto de manutenção, mas estão às moscas pois não há times locais nas principais divisões do futebol brasileiro. Estas arenas funcionam como monumentos ao desperdício e à irresponsabilidade com o dinheiro público. O legado da copa é horrível e está relatado mais nas páginas policiais do que nos anais dos eventos positivos.


Arlei Damo e Ruben Oliven (2013) dizem sobre a Copa 2014: “O governo federal foi bastante criterioso na hora de liberar recursos via BNDES e Caixa Econômica Federal, mas não impediu a consecução de certos projetos faraônicos, como o Estádio Nacional Mané Garrincha, além de ter fomentado, por razões eleitorais, a ampliação das cidades-sedes – a FIFA considerava ideal um número entre 8 e 10, mas acabaram sendo 12.


As críticas aos gastos públicos vieram um pouco tarde para impedir os projetos inconsequentes, mas o fato de o futebol ser um tema popular e os gastos abusivos serem fl agrantes universalizou o debate sobre a marcação das fronteiras entre o público e o privado, tão cara à constituição do Estado brasileiro. Em que pese o alto custo econômico, a popularização desse debate talvez seja o maior legado dos megaeventos para o Brasil” (p. 59).

O legado das olimpíadas não será muito diferente. Neste momento em que o país vive as epidemias da Zika, Dengue e Chikungunya, a cidade do Rio de Janeiro não consegue resolver os problemas de saneamento básico e da poluição de suas águas e terras. Algumas competições serão realizadas na Marina da Glória e as Praias do Flamengo e Botafogo, locais com forte despejo de esgoto sem tratamento e de onde sairão os barcos para as provas.


O rio Carioca que foi tão importante, durante séculos para a oferta de água potável para a cidade maravilhosa se tornou, hoje em dia, uma “lingua negra” que carrega o esgoto para o mar e para a baia da Guanabara, que já foi muito cantada em prosa e verso e é parte constitutiva da “Cidade Maravilhosa”. 


Contudo, a baia tem sofrido com o lixo e a poluição que recebe dos rios/esgotos e se tornou um grande pinico, uma área de descarte da sujeira de toda a região metropolitana do Rio de Janeiro. A baia, recebe em média 10 mil litros por segundo de esgoto sem tratamento. Isto destrói a vida marinha e espalha o odor fétido por toda a região.


O dinheiro das obras cai no “ralo” e o esgoto não chega às estações de tratamento. As redes coletoras não foram construídas. Algumas estações foram inauguradas diversas vezes, mas até hoje não funcionam. Os lixões no entorno da baía só agravam a situação, com a liberação do chorume.


O quadro não é diferente nas lagoas da Barra e de Jacarepaguá, onde predominam Ilhas de lixo e lodo, mau cheiro, água preta e pastosa. São lagoas tomadas de esgoto, ou verde florescente, coberta de cianobactérias. Enquanto isso, garrafas PET e sacolas plásticas são o de menos, pois há também sofás, pneus, para-choques de carros, etc.


Em entrevista ao site IHU, a economista Sandra Quintela faz uma crítica aos grandes eventos da sociedade do espetáculo: “No caso das Olimpíadas, a cidade do Rio de Janeiro quadruplicou seu orçamento nesse último período, não a partir da arrecadação de impostos, mas por um processo de endividamento do município. Agora os recursos estão chegando para a realização das obras, há um incremento da construção civil e de outras áreas, mas o impacto que isso vai gerar nas contas públicas em médio e longo prazos ainda não temos condições de mensurar”.


Além do desequilíbrio financeiro, a economista cita o processo de privatização das cidades como sendo o resultado mais perverso do modo de conduzir a promoção desses eventos no país. “A reorganização das metrópoles a partir desses megaeventos esportivos visa exatamente privilegiar a especulação imobiliária e a privatização da cidade em todas as dimensões, por um processo brutal de exclusão e gentrificação em nome da ‘cidade produto’, da ‘cidade mercadoria’, que precisa ser vendida como vitrine para esses eventos” (IHU, 2016).

As Olimpíadas atuais são muito diferentes dos jogos de Olímpia, há 2500 anos na Grécia. Naquela época existia o lema “corpo são, mente sã”. Atualmente a realidade é corpo bombado e drogado e mente pirada atrás de promoção e o dinheiro da sociedade do espetáculo. Hoje muitos atletas de ponta usam drogas em busca de marcas para conseguir patrocínios de empresas que buscam lucro. Assim, atletas e empresas se unem para acumular capital pessoal e empresarial usando o nome do ideal olímpico.


A pesquisa “Jogos Olímpicos – percepção e engajamento”, da Hello Research, divulgada no site HuffPost Brasil, mostra que a Olimpíada do Rio de Janeiro parece não empolgar em nada o brasileiro. Faltando 150 dias para a abertura do maior evento esportivo do planeta, apenas 24% se dizem animados com os Jogos.



Além da falta de ânimo, para 82% dos entrevistados, o dinheiro investido nos Jogos Olímpicos deveria ser empregado na solução de problemas reais para ajudar a população. E 75% acredita em desvios de verba pública nas obras.


O Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro – verificando as denúncias de violações do direito à cidade, vinculadas ao legado esportivo da Olimpíada do Rio de Janeiro – visitou e analisou os seguintes equipamentos esportivos: Estádio de Remo da Lagoa, Campo de Golfe (Barra da Tijuca), Parque Olímpico (Barra da Tijuca), o Maracanã, o Estádio de atletismo Célio de Barros, o Parque Aquático Júlio Delamare, e a Marina da Glória (Aterro do Flamengo). A principal conclusão do “Dossiê das Violações do Direito ao Esporte e à Cidade” pode ser assim ser resumida em um parágrafo:


“É neste contexto que o Comitê Popular pretende, com este Dossiê, denunciar o processo de privatização de diversos espaços públicos e de violação dos direitos ao esporte e à cidade, o que se constitui um elemento central do modelo elitista e desigual de cidade que vem sendo implementado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, sob a “cortina de fumaça” da Olimpíada 2016.


Este processo revela uma intrínseca relação entre a violação do direito ao esporte e as violações dos direitos à moradia, ao trabalho, ao meio ambiente, e à cidade, promovidas pela Prefeitura do Rio. Ao olhar o processo de preparação da cidade para as Olimpíadas, é possível afirmar, com decepção, Rio 2016: um legado de violações!”


Finalizando e reforçando a conclusão do relatório – Rio 2016: poluição, endividamento, imobilidade urbana e um legado de violações!


Referências:
ALVES, JED. As Olim-piadas do Pinicão da Guanabara. Ecodebate, RJ, 25/04/2015
DAMO, Arlei, OLIVEN, Ruben. O Brasil no horizonte dos megaeventos esportivos de 2014 e 2016. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 19, n. 40, p. 19-63, jul./dez. 2013
HuffPost Brasil. Para 82% dos brasileiros, dinheiro da Olimpíada deveria ser investido de outra forma, aponta pesquisa, 11/03/2016
Santos Junior, Orlando A. Dossiê das Violações do Direito ao Esporte e à Cidade. Cadê o legado esportivo da Olimpíada do Rio de Janeiro? Observatório das Metrópoles, Rio de Janeiro, 2015
Sandra Quintela. Jogos Olímpicos no Brasil: A cidade na vitrine e os cidadãos do lado de fora, IHU, 22/02/2016

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

in EcoDebate, 16/03/2016
"Cadê o legado esportivo da Olimpíada do Rio de Janeiro? artigo de José Eustáquio Diniz Alves," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/03/2016, http://www.ecodebate.com.br/2016/03/16/cade-o-legado-esportivo-da-olimpiada-do-rio-de-janeiro-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.

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Cientistas conseguem recuperar memória de ratos com Alzheimer


Publicado em março 18, 2016 por



Os doentes de Alzheimer podem não ter perdido suas memórias, mas apenas ter dificuldade em acessá-las, o que abre a porta a possíveis tratamentos para recupera-las. É o que revela um estudo publicado na revista científica Nature.


O estudo, realizado em ratos pelo cientista japonês Susumu Tonegawa, Nobel da Medicina em 1987, mostrou que ao estimular áreas específicas do cérebro com luz azul os cientistas conseguiam que os ratos recuperassem memórias que antes eram inacessíveis.


Os resultados, publicados na quarta-feira (16), dão a primeira prova de que a doença de Alzheimer não destrói as memórias, apenas as torna inacessíveis. “Como os humanos e os ratos tendem a ter um princípio comum em termos de memória, as nossas conclusões sugerem que os pacientes com doença de Alzheimer podem, pelo menos nos primeiros tempos, manter as memórias no cérebro, o que significa que existe uma possibilidade de cura”, disse Tonegawa.


Há anos, cientistas questionam se a amnésia provocada por traumatismo craniano, stress ou doenças como Alzheimer resulta de danos em células cerebrais específicas, o que tornaria impossível recuperar as memórias, ou se o problema é o acesso a essas memórias.


Experimento
Para tentar comprovar a segunda hipótese, Tonegawa e colegas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, usaram ratos que tinham sido geneticamente modificados para exibir sintomas semelhantes aos dos doentes de Alzheimer, uma doença degenerativa do cérebro que afeta milhões de adultos em todo o mundo.


Os animais foram colocados em uma caixa que tinha uma corrente elétrica baixa no chão, provocando uma sensação desagradável, mas não perigosa, de choque elétrico nos pés.
Um rato não afetado que seja colocado novamente na mesma caixa 24 horas depois fica paralisado de medo, antecipando a mesma sensação desagradável, mas os ratos com Alzheimer não mostraram qualquer reação, sugerindo que não têm memória da experiência.
Quando os cientistas estimularam zonas específicas do cérebro dos animais – as “células de engramas” associadas à memória – usando uma luz azul, os ratos aparentemente relembraram-se do choque.

Além disso, ao examinar a estrutura física dos cérebros dos ratos, os investigadores constataram que os doentes tinham menos sinapses (ligações entre neurônios). Através da estimulação luminosa repetida, os cientistas conseguiram aumentar o número de sinapses até níveis comparáveis aos dos ratos saudáveis.


Em certo ponto, deixou de ser necessário estimulá-los artificialmente para provocar a reação de medo diante da caixa. “As memórias dos ratos foram recuperadas através de um meio natural”, disse Tonegawa. Isto significa “que os sintomas da doença de Alzheimer desapareceram”, acrescentou o neurocientista.


Resultado
“É uma boa notícia para os pacientes”, disse o Nobel da Medicina que, no entanto, se mostrou prudente: “No futuro, a doença poderá ser tratada, se estiver em um estágio precoce, e desde que se desenvolva uma nova tecnologia que cumpra os requisitos éticos e de segurança”.


Os investigadores estimam que a técnica só funcione durante alguns meses nos ratos, ou durante dois ou três anos nos humanos, até a doença avançar de tal maneira que elimine os ganhos.

A Organização Mundial de Saúde estima em 47,5 milhões o número de pessoas no mundo afetadas por demências, 60% a 70% das quais pela doença de Alzheimer, que por enquanto não tem cura.

Da Agência Lusa / ABr, in EcoDebate, 18/03/2016

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PF combate esquema criminoso que provocou danos ambientais em MT


Publicado em março 18, 2016 por



notícia

A Polícia Federal deflagrou ontem (17/3) a Operação Provérbios 17:23, com o objetivo de desbaratar esquema criminoso que burlava as leis ambientais para permitir sucessivas e reiteradas agressões ao meio ambiente. Calcula-se que tais ações criminosas tenham gerado um prejuízo de mais de R$ 65 milhões.


Policiais federais deram cumprimento a oito mandados de busca e apreensão e a seis mandados de condução coercitiva, nas cidades de Cuiabá (MT), Barra do Garças (MT) e Brasília (DF).


As investigações tiveram início em 2013, a partir do recebimento de denúncias do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O grupo criminoso vinha praticando desembargos irregulares e sem fundamento de áreas embargadas, o cancelamento de autuações e até a assinatura de termos de ajustamento de conduta sem a devida justificativa técnica e ambiental.


O esquema era realizado por meio de cooptação de servidores de autarquias, os quais são suspeitos de terem recebido propina e outros benefícios indevidos para permitirem o cometimento de diversos crimes, dentre eles, falsidade ideológica, prevaricação, advocacia administrativa, inserção de dados falsos em base de dados oficiais e formação de quadrilha.
*O nome da operação é uma referência à passagem bíblica que diz: “O ímpio aceita às escondidas o suborno para desviar o curso da justiça”.


Fonte: Polícia Federal em Mato Grosso


in EcoDebate, 18/03/2016

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Anomia ambiental e a debilidade institucional.

 artigo de Reinaldo Dias

Publicado em março 18, 2016 por



opiniao

[EcoDebate] A crise ecológica que vivenciamos pode ser caracterizada pela intensidade das manifestações climáticas extremas da natureza, a diminuição da biodiversidade, o desmatamento desenfreado, a contaminação do ar, do solo e das águas e pelo gradativo desabastecimento hídrico das cidades.



No Brasil, a crise ambiental é agravada pela crise das instituições, conflito de poderes, incoerência dos atos do governo, ausência de autoridade e a falta de rumo do país, características de um quadro de anomia social.


Foi o sociólogo francês Émile Durkheim quem caracterizou a anomia, como sendo o enfraquecimento das normas numa determinada sociedade. Na situação de anomia faltará à sociedade regulamentação durante certo tempo. Não se saberá o que é possível e o que não é, o que é justo ou injusto, o que é certo ou errado, o que é legítimo e o que é ilegítimo. Enfim, quais os limites da ação social.


Esse quadro de anomia social contribui para o agravamento de vários problemas ambientais, que em outra situação seriam enfrentados pelos órgãos governamentais, mas que não o fazem em decorrência do quadro anômico.


O conceito de anomia ambiental contribui para um melhor entendimento da crise ecológica que afeta o país, particularmente a crise hídrica e a disseminação do mosquito aedes aegypti. Se expressa através da violação sistemática das normas jurídicas ambientais estabelecidas pelo Estado e na impunidade com as quais os grupos poderosos exercem e promovem a ilegalidade, bloqueando ou desvirtuando eventuais resistências a seus interesses.


A anomia ambiental se nutre da existência de legislação debilitada e por vezes contraditória, na transgressão às normas que protegem as Áreas de Proteção Ambiental e outras áreas ecológicas vulneráveis, na hegemonia do interesse especulativo em relação à necessidade da conservação e na frágil utilização da gestão ambiental nas áreas naturais protegidas.


Em resumo, tomando por base o conceito de Durkheim, a anomia ambiental se configura como uma situação que favorece o desrespeito à legislação, a debilidade institucional, a insegurança jurídica, a deficiência e até mesmo a ausência de gestão, com predominância de autoridades permissivas e corruptas no poder.


O desrespeito às normas que facultam o acesso a informação ambiental sobre questões que envolvem recursos naturais, assim como os diversos processos adotados pelo Estado na sua tarefa de proteger a natureza, constituem outro elemento característico de uma situação de anomia ambiental.


O cidadão necessita de informação ambiental para conhecer, participar e decidir em relação ao meio ambiente enquanto bem comum. É um direito seu. A negação ao direito de acesso configura uma situação característica de um estado de anomia ambiental com a consequente impunidade dos infratores que pode resultar em concessão ou retenção irregular de licenças ambientais, por exemplo.


Neste contexto, a ideia de anomia descreve a crise ambiental agravada pela decomposição ética das instituições governamentais que permitem a exploração insustentável dos recursos naturais e o enfraquecimento dos mecanismos de regulação e controle, o que implica na formação e consolidação de uma cultura da transgressão das normas ambientais. Neste caso, grupos poderosos se articulam tendo como ponto em comum uma moral mafiosa que visa justificar os atos praticados à margem da lei.


Na base desse processo o não cumprimento das leis ambientais tem sua origem na corrupção do sistema político. Neste, quando os interesses econômicos são menores as leis ambientais são relativamente seguidas. Ao contrário quando estes interesses envolvem as grandes corporações, como nos recentes casos da montadora Volkswagen e da mineradora Samarco, o não cumprimento é significativo.


No Brasil a prática de desobediência envolve as empresas que contaminam reiteradamente o solo, os rios e os oceanos; as grandes madeireiras que continuam desmatando aceleradamente na Amazônia, as corporações imobiliárias que invadem as praias destroem mangues e outros ecossistemas sensíveis para abrirem loteamentos, também o fazem ao redor das áreas de proteção ambiental para venderem a proximidade com a natureza. A lista é enorme e facilmente acessível em qualquer canto do país.


É claro que a anomia ambiental se nutre e se amplia em consequência da anomia social e política pela qual passa o país. Sua caracterização como ambiental tem o objetivo de chamar a atenção para o problema, que não é só ecológico, mas também político e social.
* Reinaldo Dias é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas. Doutor em Ciências Sociais e Mestre em Ciência Política pela Unicamp. É especialista em Ciências Ambientais.

in EcoDebate, 18/03/2016
"Anomia ambiental e a debilidade institucional, artigo de Reinaldo Dias," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 18/03/2016, http://www.ecodebate.com.br/2016/03/18/anomia-ambiental-e-a-debilidade-institucional-artigo-de-reinaldo-dias/.

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O aumento do desemprego entre as pessoas mais escolarizadas

 artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Publicado em março 18, 2016 por

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[EcoDebate] A Pesquisa Mensal de Emprego, segundo o site do IBGE, produz indicadores mensais sobre a força de trabalho que permitem avaliar as flutuações e a tendência, a médio e a longo prazos, do mercado de trabalho, nas suas áreas de abrangência, constituindo um indicativo ágil dos efeitos da conjuntura econômica sobre esse mercado, além de atender a outras necessidades importantes para o planejamento socioeconômico do País.


Abrange informações referentes à condição de atividade, condição de ocupação, rendimento médio nominal e real, posição na ocupação, posse de carteira de trabalho assinada, entre outras, tendo como unidade de coleta os domicílios. A pesquisa foi iniciada em 1980, sendo submetida a uma revisão completa em 1982 e duas parciais, de vulto, em 1988 e 1993.



Em 2001, passou por um amplo processo de revisão metodológica visando não só à captação mais abrangente das características de trabalho e das formas de inserção da mão de obra no mercado produtivo, como também à atualização da cobertura temática da pesquisa e sua adequação às mais recentes recomendações da Organização Internacional do Trabalho – OIT.


A nova série começa em março de 2002 e com finalização em fevereiro de 2016. A periodicidade é mensal e a abrangência geográfica cobre as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Ela é uma excelente pesquisa para se avaliar o desempenho do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas mais dinâmicas do país entre 2002 e 2016.


A população em idade ativa (PIA) das seis regiões metropolitanas mais dinâmicas do país era de 36,7 milhões de pessoas com 10 anos e mais de idade, em março de 2002. A população ocupada (PO) era de 17,6 milhões de pessoas e a taxa de ocupação (PO/PIA) era de 47,9%. Doze anos depois, em dezembro de 2012 a PIA passou para 43,5 milhões de pessoas, a PO era de 24,1 milhões e a taxa de ocupação passou para 55,3%, atingindo o maior valor da série.


Contudo, as condições do mercado de trabalho nas 6 regiões metropolitanas pioram após o pico ocorrido em dezembro de 2012 e a população ocupada começou a diminuir nos meses seguintes em termos absoluto e relativo. A partir de 2015 o mercado de trabalho entrou em colapso. Assim, quatorze anos depois do início da nova série da PME, em janeiro de 2016, a PIA passou para 45,3 milhões de pessoas, a PO diminuiu para 23 milhões e a taxa de ocupação caiu para 50,7%


Como o gráfico abaixo mostra, os ganhos na taxa de ocupação ocorreram devido ao aumento do nível de escolaridade da população de 10 anos e mais de idade. Das 36,7 milhões de pessoas com 10 anos e mais de idade(PIA), em março de 2002, o montante de 17,4 milhões (47,5% do total) tinham menos de 8 anos de estudo, 7,3 milhões (20% do total) tinham entre 8 e 10 anos de estudo e 11,9 milhões (32,5%) tinham 11 anos ou mais de estudo. Ou seja, a maior parte da PIA tinha baixos níveis de escolaridade no início do século, mas houve uma melhoria significativa nos anos seguintes.

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Em janeiro de 2016, a PIA passou para 45,3 milhões de pessoas, sendo 13,6 milhões (30,1%) com menos de 8 anos de estudo, 8 milhões (17,6%) com 8 a 10 anos de estudo e 23,7 milhões de pessoas (52,3%) com 11 anos ou mais de estudo. Nota-se que houve uma melhoria significativa no grau de escolaridade da população em idade ativa das regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.


A população mais escolarizada que era menos de um terço do total em 2002 passou a ser mais da metade em 2016. Como as pessoas com mais anos médios de estudo possuem taxas de ocupação maiores, podemos dizer que foi o aumento da escolaridade que possibilitou o aumento da população ocupada, em um quadro de recuperação do crescimento econômico que ocorreu enquanto durou o super ciclo das commodities (2003-2012), que beneficiou os países emergentes do mundo e, em especial, a América Latina. Porém, houve uma perda de dinamismo do mercado de trabalho a partir do início de 2013, o que explica, inclusive, as manifestações de protestos dos jovens das principais cidades brasileiras em junho de 2013.



O número de pessoas desempregadas (que declaram que não estavam trabalhando nem procurando emprego) caiu entre março de 2002 e dezembro de 2014, iniciando um movimento altista acelerado a partir de janeiro de 2015. O estranho aconteceu entre dezembro de 2012 a dezembro de 2014, quando o número de pessoas ocupadas estava diminuindo, mas o desemprego aberto não subiu. Isto indica que várias pessoas ficaram desalentadas com o mercado de trabalho, neste período, mas o desemprego ficou oculto e não apareceu nas estatísticas. Mas a insatisfação dos jovens se manifestou nas ruas e nas redes sociais.



O gráfico abaixo mostra que o número de desempregados em março de 2002 era de 2,6 milhões de pessoas, sendo 925 mil pessoas (35,5% do total) desempregadas com menos de 8 anos de estudo, 714 mil pessoas (27,4%) com 8 a 10 anos de estudo e 967 mil pessoas (37,1%) com 11 anos ou mais de estudo. Portanto, o desemprego era aproximadamente o mesmo entre os mais escolarizados e os menos escolarizados. Mas isto mudou nos anos seguintes.

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Entre março de 2002 e dezembro de 2014 o número de pessoas desempregadas nas 6 regiões metropolitanas da PME caiu de um total de 2,6 milhões para 1,1 milhão de desempregados. Mas, o mais significativo foi que, rompendo com uma tendência histórica, o desemprego caiu mais entre a população menos escolarizada e caiu menos entre a população com 11 anos e mais de estudo.



O diploma não foi garantia contra o desemprego. Em dezembro de 2014 havia 690 mil pessoas desempregadas com 11 anos e mais de estudo (64,2%), 239 mil pessoas desempregadas com 8 a 10 anos de estudo (22,3%) e apenas 145 mil pessoas desempregadas com menos de 8 anos de estudo (13,5%).



Porém, surpreendentemente, a estagflação de 2015 afetou negativamente, em maior proporção, as pessoas mais escolarizadas. Entre dezembro de 2014 e janeiro de 2016 o número de pessoas desempregadas que tinham 11 ou mais anos de estudo passou de 690 mil (64,2%) para 1,2 milhão (65,3%), enquanto as pessoas com 8 a 10 anos de estudo que estavam desempregadas passou de 239 mil (22,3%) para 406 mil (21,6%) e as pessoas que tinha menos de 8 anos de estudo e estavam desempregadas passou de 145 mil (13,5%), em dezembro de 2014, para 246 mil (13,1%) em janeiro de 2016.



Provavelmente, o recebimento de programas sociais como o Bolsa Família contribuiu para reduzir o desemprego entre a população menos escolarizada. Mas chama a atenção que não existe nenhum programa social capaz de mitigar o desemprego entre a população mais educada, especialmente ente os jovens com maiores níveis de escolaridade.



São estes jovens desempregados que não enxergam perspectivas para o investimento que fizeram em educação e que agora engrossam os setores críticos às políticas econômicas do governo Federal. Isto fica claro no gráfico abaixo que mostra que o desemprego é maior entre as pessoas com 8 a 10 anos de estudo, sendo que a desocupação entre as pessoas com 11 ou mais anos de estudo ultrapassou a taxa de desemprego das pessoas menos escolarizadas.

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O que os dados acima mostram é que o mercado de trabalho entrou em colapso nas seis regiões metropolitanas mais dinâmicas do país, em 2015, e tudo indica que a situação vai continuar ruim em 2016. O pior é que o desperdício da força de trabalho está ocorrendo em maior proporção entre a população mais educada. Assim, o Brasil está jogando fora o seu bônus demográfico e ficará dificil recuperar as taxas de ocupação.



Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho, mostram um colapso do emprego formal. Depois das últimas eleições presidenciais, entre dezembro de 2014 e janeiro de 2016 foram fechadas 2,28 milhões de vagas com carteira assinada no Brasil. São 163 mil empregos perdidos por mês, ou 5.430 vagas com carteira de trabalho assinada perdidas por dia, em 8 meses.



O emprego formal encolhe enquanto cresce a população em idade de tabalhar e que está engrossando as fileiras do desemprego aberto ou do desalento. E a situação está se agravando, pois a perda de empregos em dezembro de 2015 foi maior do que dezembro de 2014 e a perda de janeiro de 2016 foi pior que janeiro de 2015. Há projeções que estimam uma perda de 2 milhões de empregos formais somente em 2016. Todo este processo vai atingir, em maior proporção, a população mais escolarizada.

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O emprego formal cresceu bastante entre 2002 e 2014, reduzindo o grau de informalidade. Havia 22,8 milhões de empregos com carteira assinada em 2002 e aumentou para 41,2 milhões em 2014. Mas houve uma queda de 1,5 milhão em 2015 e talvez haja uma queda de 2 milhões em 2016. Isto quer dizer que o Brasil está longe da meta da OIT de pleno emprego e trabalho decente. Se não houver uma reversão desta queda, toda a população brasileira vai sofrer bastante.

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Artigo de Hugo Fernandes Ferreira, no Brasil Post (25/02/2016) descreve a saga de um exército de Doutores desempregados no Brasil. Ele diz:
O resumo da história é… Temos um exército de graduados analfabetos funcionais e de mestres que não merecem o título. Em um pelotão menor, mas ainda numeroso, doutores cujo diploma só serve para enfeitar a parede. Bilhões de reais gastos para investir e manter um grupo cujo retorno científico é pífio para o País. Entretanto, esse não é o pior cenário. Alarmante é ver um outro exército de Carinhas, esse qualificado, com boas produções, só que desempregado e enfrentando a maior dificuldade financeira de suas vidas. Alguns há anos em bolsas de Pós-Doutorado, sem saberem se essas podem ser cortadas no ano seguinte. Se forem, nenhum mísero centavo de seguro desemprego. Na rua, ponto. Outros abandonando por vez a carreira para tentar os já escassos concursos públicos em outras áreas ou mesmo para fazer doces caseiros, entre outras alternativas”.



Ao passo que o governo acertou na criação de novas universidades, programas e bolsas de pós-graduação nestes últimos 14 anos, a gestão desse material humano e financeiro foi bastante descontrolada. Quantidade exacerbada de cursos criados sem demanda profissional, falta de política de cargos e carreiras para o cientista brasileiro, recursos transportados para um programa de intercâmbio que não exigia praticamente nenhum produto de um aluno de graduação (sobre Ciência Sem Fronteiras, teremos um post exclusivo), critérios de avaliação bem distantes da realidade das melhores universidades do mundo, além de uma série de outros absurdos. Teremos cerca de dez anos pela frente para que essa curva entre oportunidades e demanda volte a estabilizar. Não tenho dúvidas de que alcançaremos isso. Mas, até lá, cabe a pergunta. O que faremos com os novos Carinhas que ainda surgem a cada vestibular?



Esta é a realidade brasileira: uma crescente juventude com maiores níveis educacionais mas sem perspetiva de emprego, enquanto se aprofunda a estagflação e os problemas sociais do Brasil.


Referências:


IBGE, Pesquisa Mensal de Emprego
CAGED/MTE


Hugo Fernandes-Ferreira. Um exército de Doutores desempregados, Brasil Post, 25/02/2016

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

in EcoDebate, 18/03/2016
"O aumento do desemprego entre as pessoas mais escolarizadas, artigo de José Eustáquio Diniz Alves," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 18/03/2016, http://www.ecodebate.com.br/2016/03/18/o-aumento-do-desemprego-entre-as-pessoas-mais-escolarizadas-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.

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