quinta-feira, 31 de março de 2016

Deserto verde e Defaunação, artigo de José Eustáquio Diniz Alves


Publicado em março 18, 2015 por



“A floresta precede os povos E o deserto os segue” (Chateaubriand)

Deserto verde e Defaunação

[EcoDebate] O Brasil já destruiu 93% da Mata Atlântica, mais de 50% do Cerrado e mais de 20% da Amazônia.


A degradação não poupou outros biomas, tais como a Mata de Cocais, os Mangues, a Caatinga, a Mata de Araucária, os Pampas e o Pantanal. Assim, o Brasil que não pensa em restaurar a sua rica biodiversidade original, tem muita terra, roubada das florestas, à disposição da agricultura, do reflorestamento e da pecuária.


Ao invés do replantio de espécies nativas, a “indústria” do reflorestamento buscou espécies florestais exóticas, como o Pinus e o Eucalyptus, que se adaptaram bem no Brasil, possibilitando produtividade, no mínimo, dez vezes maior que as de muitos países de clima temperado.


O rápido crescimento das plantações de Pinus e Eucalipto ocorre devido às condições favoráveis de clima, solo, extensão territorial, mão de obra, infraestrutura e capacidade gerencial produtiva das empresas que focam o lucro e não a recuperação dos ecossistemas.


As monoculturas voltadas para o lucro não contribuem para a recuperação da biodiversidade. A expressão “deserto verde” surgiu para denominar as plantações de só um tipo de árvores, como nas grandes extensões de terra destinadas para a produção de celulose, madeira ou carvão vegetal. As consequências deste tipo de plantação para o meio ambiente são: desertificação, erosão e redução de biodiversidade.


Deserto verde, por exemplo, é quando uma floresta tem cheiro de sauna e nenhuma fauna. Em geral, as grandes plantações de Pinus e Eucalipto envenenam o solo, eliminam a biodiversidade animal, a flora do local, secam as nascentes, sugam o lençol freático e reforçam a concentração fundiária.


A desastrosa combinação entre eucalipto, monocultura e agrotóxicos afeta também a saúde das pessoas que produzem alimentos em regiões próximas, pois suas terras são invadidas por animais silvestres, sem alternativa, na busca de alimentos. Os animais selvagens são vítimas da falta do habitat, da falta de corredores ecológicos e da falta de compaixão dos produtores que não admitem a “invasão” de suas terras privadas e a perda de alguns de seus animais domesticados.


Para a produção de Etanol e biocombustíveis, avança a monocultura de cana-de-açúcar, que expulsa animais, destrói ambientais e literalmente calcina os que não conseguem escapar das línguas de fogo em locais onde o corte da produção ainda é feito com fogo, como nos primeiros tempos da escravidão.


A maior parte dos ecossistemas brasileiros foi destruída e não existem corredores verdes para unir o pouco que restou dos diversos biomas. A fauna também foi destruída ou ficou ilhada em pequenas porções. A perda da fauna é definida como “defaunação”, o que está levando a uma extinção em massa de animais de pequeno, médio e todos os portes.


Este processo é global como fica claro nos estudos publicados em julho de 2014 na Revista Science que mostram taxas alarmantes de ecocídio. Segundo a Revista, o ser humano está provocando, em um curto espaço de tempo, a sexta extinção em massa no planeta.


Isto acontece em função dos impactos da perda de vida devido ao empobrecimento da cobertura vegetal, à falta de polinizadores, ao aumento de doenças, à erosão do solo, aos impactos na qualidade da água, etc. Ou seja, os efeitos são sistêmicos e um dos artigos da revista Science chama este processo de “Defaunação no Antropoceno”, que ocorre devido ao aprofundamento da discriminação contra as espécies não humanas.


O crime do especismo está longe de ser objeto de uma discussão mais profunda, como já ocorreu com o racismo, o sexismo, o classismo, o homofobismo, escravismo, etc.

Recentemente foi criado um site para incentivar a mobilização contra a discriminação das espécies, definindo o dia 22 de agosto de 2015, como o “Dia mundial contra o Especismo”.


O deserto verde e a defaunação afetam a vida humana e não-humana. Por exemplo, insetos, incluindo as abelhas, que polinizaram 75% da produção agrícola mundial, sofrem ameaça em escala global, com o uso generalizado de agrotóxicos. Da mesma forma, estão ameaçados morcegos e aves que controlam pragas agrícolas que, de outra forma, seriam devastadoras.


O declínio da população de anfíbios – como sapos e pererecas – aumenta a concentração de algas e outros detritos, o que compromete a qualidade dos recursos hídricos. Animais vertebrados e invertebrados desempenham papel estratégico na decomposição orgânica e ciclagem de nutrientes no ambiente. Desta forma, a defaunação afeta a saúde humana de diferentes maneiras, desde a desnutrição ao controle de doenças.


Em dezembro de 2014, o Ministério do Meio Ambiente apresentou estudo que mostra que o número de animais ameaçados de extinção no Brasil aumentou 75% entre 2003 e 2014. A nova lista nacional de espécies ameaçadas tem 395 novas espécies, a maior parte de invertebrados terrestres. Além disto existem inúmeras espécies ameaçadas que, por serem desconhecidas dos registros humanos, simplesmente não entraram nas listas de extinção.


O crescimento das atividades antrópicas no Brasil tem prejudicado de forma danosa todas as formas de vida ecossistêmicas dos biomas nacionais. Os brasileiros estão reincidindo cotidianamente nos crimes do especismo e do ecocídio. Se a dinâmica demográfica e econômica continuar sufocando a dinâmica biológica e ecológica, o Brasil destruirá a maior área de biocapacidade do Planeta a contribuir de maneira decisiva para o abismo civilizacional e ecológico, gerando um suicídio global.


Campanhas/redes:
Dia mundial contra o Especismo: http://end-of-speciesism.org/
End Ecodide on Earth https://www.endecocide.org/en/
End Ecocide: A Global Citizens’ Initiative to Protect Ecosystems
https://www.endecocide.org/wp-content/uploads/2014/09/EEE_booklet.pdf

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Publicado no Portal EcoDebate, 18/03/2015

"Deserto verde e Defaunação, artigo de José Eustáquio Diniz Alves," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 18/03/2015, http://www.ecodebate.com.br/2015/03/18/deserto-verde-e-defaunacao-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.

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“A questão não é: ‘eles podem raciocinar?’ Ou então, ‘eles podem falar?’ Mas, ‘eles podem sofrer?’” – Jeremy Bentham

Dia Mundial pelo fim do Especismo: 22 de agosto, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Publicado em agosto 19, 2015 por Redação


A natureza não depende dos seres humanos,
os seres humanos dependem da natureza” – Conservation International

A questão não é: ‘eles podem raciocinar?’ 

Ou então, ‘eles podem falar?’
Mas, ‘eles podem sofrer?’” – Jeremy Bentham

É absurdo pensar que uma sociedade que oprime animais
será capaz de se tornar numa sociedade que não oprime pessoas” – Brian A. Dominick

A libertação animal também é uma libertação humana” – Peter Singer

[EcoDebate] As sociedades humanas já criaram mecanismos para defender os direitos humanos e combater o Classismo, o Sexismo, o Escravismo, o Racismo, o Xenofobismo e o Homofobismo. Numa perspectiva antropocêntrica, as discriminações de humanos contra humanos são condenadas do ponto de vista econômico, social e ético. Mas os seres humanos continuam não reconhecendo os direitos da natureza e das demais espécies vivas da Terra. O homo sapiens se desenvolveu dominando e explorando o meio ambiente e destruindo os ecossistemas, esquecendo-se que a destruição da natureza é a destruição do habitat humano.

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Os seres humanos se acham no direito de domesticar, aprisionar, explorar, segregar, escravizar, discriminar, matar e até torturar outros animais sencientes fora da raça humana. Os seres humanos criaram uma artificial diferença entre animais racionais e não racionais, estabelecendo uma distinção moral entre humanos e não humanos, onde só os primeiros seriam sujeitos de direito. 


Contudo, esta auto-propalada inteligência não passa de uma ideologia para defender os privilégios de uma espécie sobre as demais espécies do Planeta. Na verdade o ser humano é um predador contumaz que não tem uma relação simbiótica com a natureza, como, por exemplo, as abelhas que vivificam as flores quando buscam a riqueza do néctar. 


As abelhas ajudam a multiplicar as plantas e a difundir a biodiversidade na medida em que são os agentes de polinização da flora angiosperma (angeios = bolsa, e sperma = semente). O aumento das plantas com raiz, caule, folha, flor, semente e fruto ocorreu com o aumento das abelhas, borboletas, mariposas, passarinhos, etc. O enxame de insetos e aves polinizadoras é bom para a flora e os ecossistemas, enquanto que o enxame humano (e suas atividades antrópicas “extrai-produz-descarta”) é ruim para os insetos, a flora, as flores e a natureza.


O antropocentrismo acha incorreto usar a expressão “enxame humano” ou o termo “somos todos macacos”. A ideologia antropocêntrica considera que é um insulto comparar o ser humano aos animais. Quando ficam indignados com alguma injustiça, dizem: “Nem animal a gente trata assim”. Como se fosse justo tratar os animais com a crueldade que deveria ser banida do reino humano.
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Dieta Vegetariana
Quase 70 bilhões de animais terrestres são mortos todos os anos para alimentar os cerca de 7 bilhões de seres humanos. São cerca de 10 animais mortos, anualmente, para cada pessoa. Segundo a FAO, a criação de animais domesticados, no mundo, a serviço do apetite do homo sapiens, atinge cerca de 200 milhões de búfalos, 800 milhões de cabritos, 1 bilhão de porcos, 1,1 bilhão de ovelhas, 1,45 bilhão de bovinos e dezenas de bilhões de galinhas. A pecuária ocupa 26% da superfície terrestre global. O Brasil tem o maior rebanho bovino do mundo, com cerca de 215 milhões de cabeças (mais gado do que gente). 


O impacto da população de ruminantes, especialmente bovinos, sobre o meio ambiente é muito grande. O metano liberado a partir dos sistemas digestivos dos animais criados pela pecuária é responsável por 14,5% de todos os gases de efeito estufa emitidos pelas atividades antrópicas. O gás metano é cerca de 30 vezes mais potente que o efeito do dióxido de carbono no aquecimento do planeta (um boi gera 58 quilos de metano por ano). Portanto, a escravidão animal é ruim para a espécie escravizada e para a espécie escravocrata.


O consumo anual médio per capita de carne no mundo desenvolvido foi de cerca de 80 quilos em 2012 e está projetado para crescer para 89 quilos em 2030. Enquanto isso, no mundo em desenvolvimento foi de 32 quilos em 2012, projetado para crescer para 37 em 2030. Se gasta 15 mil litros de água para produzir um quilo de carne. Além de ser ruim para o meio ambiente, o consumo de carne também afeta a saúde humana. Segundo um estudo feito na Universidade da Califórnia, publicado no periódico JAMA Internal Medicine, as pessoas que não comem carne têm mais chances de ter uma vida longa, se comparadas com aquelas que têm uma dieta “carnívora”. Portanto, evitar a matança animal pode melhorar a qualidade de vida humana.


Sidarta Gautama (nascido por volta de 563 a.C. a 483 a.C.), o Buda, era vegetariano e defendia o direito dos animais. Pitágoras também era vegetariano. Vem de longe a defesa de uma dieta livre de carnes e o respeito aos animais. O vegetarianismo tem sua origem na tradição filosófica indiana, que chega ao Ocidente na doutrina pitagórica. Nas raízes indianas e pitagóricas do vegetarianismo, são ligadas a noção de pureza e contaminação, não correspondendo com a visão de respeito aos animais, como na doutrina budista e outras mais recentes. Por exemplo, eram também vegetarianos: Mahavira, Asoka, Empédocles, Plutarco, Porfírio, Ovídio, São Ricardo de Wyche, Leonardo da Vinci, John Ray, Thomas Tryon, Bernard Mandeville, Alexander Pope, Isaac Newton, Voltaire, George Cheyne, David Hartley, Oliver Goldsmith, Joseph Ritson, Lewis Gompertz, Ellen White, Johnny Appleseed, Percy Bysshe Shelley, Alphonse de Lamartine, Amos Bronson Alcott, William Alcott, Gustav Struve, Georg Friedrich Daumer, Richard Wagner, Liev Tolstoi,George Bernard Shaw, Romain Rolland, Élisée Reclus, Mahatma Gandhi, Franz Kafka, Isaac Bashevis Singer, Albert Einstein, entre muitos outros (Wikipedia).


Libertação animal
Peter Singer, no livro Libertação animal (1975) define o especismo como a discriminação contra certos seres baseada apenas no fato de estes pertencerem a uma dada espécie. O autor teve uma influência fundamental no movimento de Libertação Animal. Ele considera que todos os seres que são capazes de sofrer devem ter seus interesses considerados de forma igualitária e conclui que o uso de animais – nos moldes atuais – para alimentação é injustificável, já que cria sofrimento desnecessário. Assim sendo, ele considera que o vegetarianismo é a única dieta aceitável. Singer condena também a vivissecção, apesar de acreditar que algumas experiências com animais poderão ser realizadas se o benefício (por exemplo, avanços em tratamentos médicos, etc.) for maior que o mal causado aos animais em causa (Wikipedia).


Segundo Rodrigo Andrade, O abolicionismo animal é uma corrente de pensamento e militância que pretende livrar a fauna da escravidão. O que significa isso? Não comer nenhum produto de origem animal, não usar animais para nossa diversão nem para nossas pesquisas científicas, nem para vestimenta. É contra os zoológicos, as corridas de cavalo, os rodeios, as touradas, etc. O Abolicionismo é uma abordagem dos direitos animais que: 1) Requer a abolição da exploração animal e rejeita a regulação da exploração animal; 2) É baseada apenas na senciência animal e em nenhuma outra característica cognitiva; 3) Considera o veganismo a base moral da posição dos direitos animais e; 4) Rejeita toda violência e promove um ativismo em forma de educação vegana não violenta e criativa.

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Ainda segundo Rodrigo Andrade o que o ser humano fez de ruim com escravos humanos não chega perto dos horrores do que se faz com os animais. Escravos faziam trabalhos forçados, apanhavam quando desobedeciam ordens. Isso já é ruim o suficiente. Mas esses homens não eram brutalmente mortos para servir de alimento. Não eram obrigados a se exibir em rodeios para bêbados sádicos. Não passavam suas vidas em gaiolas sendo inoculados com doenças para pesquisas médicas. Não tinham a pele arrancada ainda em vida para virar um casaco. Escravidão é uma palavra fraca para o que se faz aos animais. Eles estão um degrau abaixo: são objetos.



A caça e a matança de animais selvagens
A humanidade está provocando a 6ª extinção em massa das espécies, gerando um grande desequilíbrio entre as áreas ecúmenas e anecúmenas no mundo. Milhares de elefantes são mortos cruelmente todos os anos para que alguns poucos humanos possam lucrar com o comércio de marfim e outros tantos humanos possam lucrar com a compra e venda de joias de marfim e objetos de decoração fabricados a partir das presas e do sacrifício de um dos animais mais fantásticos do Planeta. Centenas de rinocerontes são abatidos covardemente todos os anos para alimentar o comércio apenas do chifre, cujo preço no mercado negro vale mais que o ouro, chegando a 50.000 euros por quilo. Os criminosos cortam os chifres dos animais e vendem como remédio para diversos tipos de doença ou como porções afrodisíacas na China e no Sudeste Asiático.


A caça de animais selvagens é uma injustiça e uma covardia. O caso de maior repercussão ocorreu em julho de 2015, quando o leão Cecil, famoso espécime do Zimbábue, foi ilegalmente atraído para fora de uma área de proteção e morto simplesmente por diversão sádica. Estima-se que foi pago US$55 mil pela cabeça do animal, que tinha 13 anos, e era famoso por ficar tranquilo em fotos. Cecil usava um rastreador GPS em uma coleira para que caçadores não pudessem afastá-lo da área de proteção – mas o equipamento foi retirado justamente pelos seus assassinos. Ele foi atingido, primeiramente, por uma flexa, caçado durante uma perseguição de 40 horas e, por fim, morto com um disparo de arma. O responsável por este crime cruel é um dentista de Minessota chamado Walter Palmer. O americano é um caçador que está sendo procurado – mas, na internet, está sendo objeto de críticas e tratado como um representante do que há de pior na raça humana.


A morte do leão Cecil é um ato de barbárie que se soma a morte de tantos outros leões, tigres, elefantes, rinocerontes, gorilas, etc. Enquanto cresce a população humana, diminui a população animal, com uma redução drástica da biodiversidade. Desde que foi noticiado o assassinato de Cecil, ocorreu também a morte de um dos últimos cinco rinocerontes-brancos do norte existentes no planeta, restando portanto apenas quatro antes da extinção definitiva dessa subespécie. Assim, as únicas populações animais que crescem são aquelas confinadas e escravizadas com a finalidade de ir para os abatedouros, para enriquecer de proteínas a dieta humana.

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Não há imperativo ético que justifique a crueldade contra os animais. Toda construção ideativa que tenta estabelecer uma distinção moral entre animais humanos e não humanos e dar direitos somente a uma espécie senciente, cai na armadilha da discriminação de espécie, o que é designado por especismo. 


A racionalidade que justifica o especismo é também a que justifica a discriminação e a opressão de grupos sociais minoritários ou considerados inferiores. A ideologia que legitima o Especismo é a mesma que ratifica o Classismo, o Sexismo, o Escravismo, o Racismo, o Xenofobismo e o Homofobismo.


Um trabalhador que reivindica direitos trabalhistas, uma mulher que protesta contra a violência de gênero, um escravo que busca a carta de alforria, raças discriminadas que lutam contra o racismo, migrantes que protestam contra a xenofobia, homossexuais e transgêneros que reclamam da homofobia – todos juntos – deveriam unir forças na mobilização contra o especismo. A libertação animal também a libertação das minorias e das maiorias humanas. Todas as pessoas, em suas diferentes identidades e inserções sociais, deveriam participar das atividades, no dia 22 de agosto, do DIA MUNDIAL CONTRA O ESPECÍSMO.


Referência:
ALVES, JED. Demografia, Democracia e Direitos Humanos, Texto Discussão n. 18, ENCE/IBGE, RJ, 2005

Arroz com feijão continua sendo a combinação ideal de vitaminas e nutrientes


Publicado em março 31, 2016 por



Arroz com feijão. Foto: EBC

Devido à falta de informação, a dupla tradicional no cardápio brasileiro tem sido substituída por lanches e erroneamente tachada como engordativa; com 11 tipos de grãos, todos com controle de resíduos de agrotóxico, Broto Legal orienta pais que muitas vezes substituem alimento por guloseimas


31 de março é o Dia Mundial da Saúde e Nutrição. A data faz parte do calendário do Ministério da Saúde e tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da saúde e da boa alimentação. E falar de boa alimentação é falar da dupla mais famosa na mesa dos brasileiros: arroz com feijão.


Além do preço acessível, é um prato que atende as necessidades nutricionais do organismo e, segundo os nutricionistas, os dois juntos formam um pacote completo de vitaminas e nutrientes. O carboidrato do arroz tem a energia que uma pessoa precisa para enfrentar a rotina do dia a dia e a proteína e o ferro do feijão fazem bem principalmente para intestino, coração e sistema imunológico.


A nutricionista Carolina Chuichmam explica que o arroz com feijão é uma combinação única, que não se encontra em outros alimentos. Ela recomenda o consumo diário: “As crianças entre quatro a oito anos podem ingerir a proporção de duas colheres de sopa de arroz para uma de feijão. A recomendação diária nutricional aumenta conforme a idade, prática de atividade física e outros fatores que envolvem o crescimento”, diz.



A dupla arroz-feijão conta ainda com a abundância de vitaminas do complexo B e cálcio, importantes para a manutenção das células, fortalecimento dos ossos, cabelos e unhas, reparação muscular e prevenção de doenças, como anemia e diabetes.


“São muitos benefícios em um prato só e a maior parte da população sabe disso, por isso consume arroz e feijão de maneira constante. Infelizmente, e notamos isso até pelos e-mails que recebemos na empresa, às vezes alguns pais têm dificuldade em dar o arroz e feijão porque a criança prefere fast food ou guloseimas, ou ainda prefere dar um lance de tarde porque acha que jantar arroz e feijão engorda, o que é um engano”, destaca Vitor Fujisawa, diretor da Broto Legal, líder de vendas de feijão e arroz no Interior Paulista.


A Broto possui quatro tipos de arroz,: agulhinha, integral, parboilizado, arbóreo e cateto integral. A variedade de feijão é ainda maior. Ao todo são sete tipos: carioca, preto, branco, rajado, bolinha, rosinha e jalo. Todos os grãos possuem controle de resíduo de agrotóxicos pelo Instituto Biológico de São Paulo.


A nutricionista confirma que achar que o arroz e feijão engordam é um mito e que esses alimentos não devem ser retirados do cotidiano das crianças, pelo contrário. “O consumo do arroz com feijão promove saciedade, evitando com que a criança recorra o consumo de alimentos ultraprocessados – como biscoitos, bolachas, salgadinhos, fritura, fast-food, refrigerantes etc. – para suprir sua necessidade energética. O aumento do colesterol e do peso está relacionado ao consumo desses alimentos ultraprocessados e do sedentarismo”, alerta.


Quanto à aceitação do prato em si, Carolina destaca que a dificuldade maior para os pais muitas vezes é iniciar as crianças nos alimentos saudáveis. De acordo com ela, o exemplo deve vir da família: é necessário que toda a família coma de maneira saudável para que a criança se espelhe no grupo e não associe o alimento a uma imposição.


Ela também sugere fazer pratos devem ser coloridos e chamativos para atrair a atenção da criança e lembra que o arroz integral é ainda mais saudável para o consumo. Como o sabor não é muito aceito pelas crianças, uma dica é misturar o arroz integral no arroz branco aos poucos e ir reduzindo gradativamente a quantidade do segundo. Outra dica para os pais é misturar verduras e legumes ao arroz para a criança que tem dificuldades em comer esses alimentos.


Carolina destaca que a partir de nove meses de idade os pais já podem começar a introduzir o consumo do arroz bem cozido com caldo do feijão. “E a partir dos 12 meses pode se incluir os grãos. Já o consumo entre os pré-adolescentes e adolescentes, entre nove a 14 anos, deve ser, em média, de três colheres de sopa de arroz para uma colher e meia de feijão. O melhor é que não há contraindicação de consumo.”
Arroz integral ou branco?


Carolina explica qual o melhor para as crianças: “O arroz integral pode ser oferecido aos bebês a partir dos seis meses, quando dá início a alimentação complementar. No entanto, este arroz é mais rígido, pois preserva a casquinha no processo de beneficiamento. O que é bom, pois essa casquinha possui nutriente e fibras bem relevantes para a saúde do bebê. Porém, por este motivo, o primeiro arroz que o bebê for comer pode ser mais macio”.


A nutricionista Carolina Chuichmam finaliza dando uma sugestão de um cardápio para crianças de cinco a oito anos:


2 colheres de sopa de arroz branco/integral;
2 colheres de sopa de feijão (50% grãos e 50% caldo);
1 hambúrguer de carne moída assado ou 2 colheres de sopa de lagarto desfiado com cenouras em cubinhos ou iscas de frango grelhadas ou 1/2 filé de pescada cozido no vapor com cenouras baby e vagens, ao alho e óleo;
Salada de alface e tomates cereja;
Sobremesa: uma fruta.

in EcoDebate, 31/03/2016

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Corrupção e meio ambiente, artigo de Reinaldo Dias


Publicado em janeiro 18, 2016 por



opiniao

[EcoDebate] A corrupção é um grande obstáculo para o desenvolvimento de um país por ser um preço exorbitante pago por milhões de cidadãos, principalmente os pobres. Suas consequências são visíveis e se manifestam na precariedade do atendimento público em saúde, falta de salas de aulas, professores mal pagos, estradas em péssimas condições de tráfego – ou mesmo inexistentes – e transporte público deficitário.


A corrupção também se constitui em um importante entrave para o desenvolvimento sustentável e consolidação de instituições eficazes que visam cumprir suas funções de atender ao bem comum.


Há uma correlação direta entre a corrupção e desempenho ambiental de um país. A ONG Transparência Internacional tem demonstrado essa relação por meio de indicadores de sustentabilidade publicados anualmente. Essa ligação é corroborada pelos resultados de muitas intervenções do poder público no combate a crimes ambientais, como também pelas tragédias ambientais que envolvem o nome de grandes empresas.


Os exemplos são inúmeros e vão desde licenças ambientais obtidas de modo fraudulento, passando pela exploração ilegal da madeira, a ocupação ilegal de áreas de mangue e a destruição de matas ciliares para beneficiar o mercado imobiliário. Uma justificativa sempre presente entre muitos corruptos é que o meio ambiente não pode prejudicar o desenvolvimento, que a burocracia entrava o crescimento econômico, que a atividade econômica compensa sua predação ambiental com a geração de empregos e renda entre outras que, lamentavelmente, seduzem e enganam comunidades e lideranças que passam à defesa do empreendimento insustentável.


As mineradoras, em particular, são as que mais utilizam argumentos econômicos para justificar as profundas alterações ambientais que promovem no ambiente. Provocando mudanças visíveis e permanentes, alterando ecossistemas de modo irreversível e tornando dependentes comunidades numa relação muito parecida com a existente nos feudos da idade média. Somente quando ocorrem as tragédias, como a recente em regiões próximas a Mariana-MG, é que fica evidenciada essa prática irresponsável e enganosa. Os fatos estão aí para a demonstrar.

No entanto, é preciso atentar para a realidade de que para muitas empresas identificadas com o capitalismo selvagem e predatório do século XIX, a questão ambiental é fonte de custos e diminuição de lucros e, em função dessa visão tudo fazem para evitar perdas econômicas sacrificando o ambiente natural e a qualidade de vida da população. Eventos recentes só confirmam esse quadro: a Volkswagen com sua fraude e a Samarco com sua irresponsabilidade não constituem casos isolados.

O fato é que a corrupção nas questões ambientais deve ser combatida com o apoio de uma sociedade civil ativa e meios de comunicação livres e comprometidos com a opinião pública. Um aspecto vital para o combate à corrupção na área ambiental é a formação de coletivos com a participação de cidadãos e organizações da sociedade civil para o acompanhamento dos processos envolvendo as empresas agressoras do meio ambiente.


A identificação de crimes ambientais e de seus responsáveis exige muitas vezes, um conhecimento técnico que as ONGs e universidades podem fornecer para instrumentalizar setores éticos do poder público no combate à corrupção e identificação de corruptores e corruptos.

Ampliar o controle social, aumentar a transparência e fortalecer os órgãos ambientais é a fórmula para diminuir a corrupção ambiental. Embora pareça simples, demanda vontade política das autoridades, de empresários e dos cidadãos comprometidos com a ética e com um efetivo desenvolvimento de políticas públicas sustentáveis.

Reinaldo Dias é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, mestre em Ciência Política e doutor em Ciências Sociais pela Unicamp

in EcoDebate, 18/01/2016

"Corrupção e meio ambiente, artigo de Reinaldo Dias," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 18/01/2016, http://www.ecodebate.com.br/2016/01/18/corrupcao-e-meio-ambiente-artigo-de-reinaldo-dias/.

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Relação cidade x natureza, parte II, artigo de Roberto Naime


Publicado em março 31, 2016 por



artigo

[EcoDebate] Para que ocorram esses processos de racionalização nas estruturas e nas ações social, política e econômica, que BANNEL (2006) afirma que a “racionalização como possibilidade para a expansão de aprendizagem coletiva como a institucionalização da razão na Sociedade”.


O entendimento que é permitido consiste na racionalização como expansão dos processos de aprendizagem, que se manifestam através das formas urbanas de vida, conceito este apresentado por Habermas.

Tudo isso é para confirmar, que somente com este desencantamento do mundo para um projeto de racionalização e modernidade que se torna possível uma emancipação destas estruturas sociais.

No que diz respeito ao tema formas urbanas de vida, SCALISE (2002), considera que para a ocorrência das formas urbanas de vida, envolve planejamento e desenvolvimento urbanístico arquitetônico com tendências as padronizações dos elementos constitutivos do ambiente.

Em outras palavras, o espaço das formas urbanas de vida e concebido como algo a ser moldado para propósitos sociais. Com suas nuanças e perspectivas, os edifícios, canteiros, ruas, praças podem ser entendidos como uma linguagem que muito informa as concepções de mundo subjacentes àqueles que as elaboravam formalmente e executaram materialmente.

SCALISE (2002) contribui ao afirmar que em meio deste cenário de mudanças constantes surgem os problemas psicológicos, sociológicos, organizacionais e políticos da urbanização maciça.

Uma vez que com a passagem do rural para urbano e fluxos migratórios em busca da manutenção da própria existência é que nesse mosaico urbano de culturas e identidades que “experiências urbanas influenciam na formação da dinâmica cultural”.


E nesse contexto de crescimento urbano explosivo, forte fluxo migratório e intensa industrialização e mecanização que a concepção de parques urbanos com sua função estética, ecológica e social. (LOBODA e DE ANGELIS, 2013) aparece com seus elementos naturais (água, terra, plantas, animais entre outros) em um espaço urbano planejado.


No que concernem as funções que o parque pode proporcionar, entende-se como função estética, a inclusão de elementos naturais que compõe esse espaço e de forma direta ou indireta minimiza os impactos decorrentes da industrialização e mecanização.

Por sua vez na função ecológica, esta se apresenta, na relação espaços construídos e os destinados a circulação proporcionando a integração. E na função social a relação consiste na oferta de espaços para o lazer dos frequentadores.

Há que se destacar também que nessa relação cidade-natureza em um micro espaço da cidade, o parque urbano.

Do canteiro à arvore, ao jardim de bairro ou ao grande parque urbano, as estruturas verdes constituem também elementos identificáveis na estrutura urbana, caracterizam a imagem da cidade, tem a individualização própria, desempenham funções precisas, são elementos de composição e do desenho urbano e servem para organizar, definir e conter espaços.
Se destaca a importância dos parques nos grandes retângulos urbanos de ruas, prédios edifícios, pois são essenciais para a saúde.

No parque urbano ocorre essa relação próxima de condições ecológicas das condições do urbano. Portanto, no interior dos parques se encontra elementos típicos de uma natureza ainda outrora pouco tocada típica da era pré-industrial com outra de uma vida urbana, tais como regras de conduta, normas de direito, espaços mercadológicos e do lazer.

Mangues baianos recebem 800 mil filhotes de caranguejos.



Em Santo Amaro, a ação aconteceu na tarde de terça-feira (23). Na Ilha dos Frades, na tarde desta quarta (24)


Da Redação (redacao@correio24horas.com.br
 
Os mangues da Ilha dos Frades, na Baía de Todos os Santos, e do distrito de Acupe, em Santo Amaro, foram repovoados com 800 mil filhotes de Caranguejo-Uçá. A iniciativa faz parte do Programa Integrado de Manejo e Gerenciamento do Caranguejo-uçá, da Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri), em parceria com a Fundação Baía Viva.  Em Santo Amaro, a ação aconteceu na tarde desta terça-feira (23). Na Ilha dos Frades, a soltura ocorreu nesta quarta (24), às 17h. 

"Os filhotes foram cultivados no laboratório da Bahia Pesca, na Fazenda Experimental Oruabo, em Santo Amaro, onde também são realizadas as principais atividades de pesquisa da empresa", explicou a técnica da Bahia Pesca, Eliane Hollunder. "Na Ilha dos Frades, escolhemos realizar a soltura na região de Caieira, já que o local apresenta vegetação de mangue conservada e adensada, onde a taxa de sobrevivência dos caranguejos é maior", completou. 

O titular da Seagri, Vitor Bonfim, classificou a iniciativa como fundamental para manutenção do equilíbrio ambiental. "Esta ação é de grande importância para o estado e faz parte do Programa Integrado de Manejo e Gerenciamento do Caranguejo-Uçá, voltado à reprodução assistida de pequenos caranguejos, os megalopas, filhotes na segunda fase de vida, destinados ao repovoamento de manguezais, essencial na defesa do meio ambiente. Estes filhotes crescem e tornam-se reprodutores, mantendo assim o ciclo, e consequentemente, o equilíbrio ambiental".

Vídeo filmado em matadouro da França mostra ovelha sendo atirada na parede e animais sendo torturados

CONTEÚDO ANDA

31 de março de 2016 às 6:00

Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Foto: L214
Foto: L214
Todos os matadouros da França serão submetidos a inspeções de emergência após outro horrível vídeo revelando abusos contra animais ter sido publicado hoje.
As imagens chocantes mostram funcionários cortando as gargantas de vacas enquanto elas ainda estão vivas, e jogando uma inocente ovelha contra uma parede.
As cenas desoladoras suscitaram a pressão por uma investigação nacional em todos os matadouros do país, enquanto as autoridades tentam assegurar que todos as leis e padrões estão sendo seguidos.
Foto: L214
Foto: L214
O grupo ativista de direitos animai L214 divulgou o vídeo em seu site em uma tentativa de expor o tratamento cruel aos animais.
Foto: L214
Foto: L214
O filme de cinco minutos de duração foi gravado por câmeras escondidas no matadouro que fica na área de Pyrénées-Atlantiques no sudoeste da França, na semana passada.
Ele exibe funcionários abusando repetidamente de ovelhas e batendo em suas cabeças em uma aparente tentativa de derrubá-las. Em uma das cenas, um deles é visto literalmente atirando uma ovelha na parede.
Também aparecem vacas e ovelhas suspensas no ar pelas pernas traseiras enquanto lutam para se libertar.
Foto: L214
Foto: L214
Alguns animais são até mesmo esquartejados e têm as suas gargantas cortadas, quando ainda estão vivos e conscientes.
Esse é o terceiro vídeo de abusos sendo cometidos por matadouros que emergiu nos últimos seis meses.
Foto: L214
Foto: L214
A Ministra da Agricultura da França, Stéphane Le Foll, reagiu ordenando que o matadouro seja fechado, e pedindo que todos os outros estabelecimentos do gênero no país sejam inspecionados dentro de um mês.
Foto: L214
Foto: L214
Foto: L214
Foto: L214
Falando ao The Local, o porta-voz do L214, Sébastien Arsac, declarou: “Obviamente são imagens muito impressionantes, mas não são as primeiras e não é novidade, infelizmente”.
No entanto, Arsac disse que, apesar da forte reação do governo desta vez, o mesmo não fez nada para resolver o problema que já foi apontado no passado.
“Isso foi exatamente o que o ex-ministro da agricultura disse em 2010”, disse ele. “Eles são obrigados a reagir, mas não passa de uma declaração”.
Foto: L214
Foto: L214

Arsac também afirmou que os consumidores poderiam ajudar se “comessem menos carne”.
O chefe do matadouro disse ao jornal que ficou enojado com o tratamento “inaceitável” dado aos animais.

Em Fevereiro, um abatedouro que se intitulava “amigável” (“animal-friendly”) foi fechado após o vazamento de cenas similares de crueldade.

Nele, ovelhas foram vistas sendo jogadas contra barras de metal e animais recebendo choques elétricos sob gargalhadas dos funcionários.

Antes disso, em outubro do ano passado, outro vídeo de um abatedouro no sul da França veio à tona mostrando imagens até mesmo mais horrendas de matança de animais.


VI Curso Intensivo de Agricultura Orgânica.




Artista faz pinturas incríveis para campanha em defesa dos animais selvagens


"The Born Free Foundation"

30 de março de 2016 às 11:20

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O artista Richard Symonds é um especialista em criar retratos de animais selvagens, isso porque ele vem praticando e aperfeiçoando suas técnicas há décadas. Mas não é apenas o seu amor e sua paixão pela arte que impulsiona Symons a criar essas impressionantes obras de artes.


Em parceria com grandes empresas, Symonds usa seus trabalhos como uma forma de levantar dinheiro para ajudar animais que ele retrata em suas pinturas. Uma das obras mais notáveis é a pintura a óleo de um elefante africano. A pintura do elefante chamado Tempo foi vendida por U$100.000, e a maior parte deste dinheiro vai para a defesa de animais sem fins lucrativos, através da The Born Free Foundation.


Confira algumas das obras de arte de Symons:
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Fonte: Os Criativos

Comentários

  • 01
    Sandra (30 de março de 2016, 11:57), disse: Ao invés de caçadores que adoram ver animais mortos e se orgulham por tê-los matado, Richard lhes concede emoções e sentimentos próprios porque à exemplo do Criador os prefere admirar VIVOS. Um artista a serviço da ecologia e preservação da natureza como poucos são.

  • 02
    Dolores Maria Dalmina – Paraná (30 de março de 2016, 14:44), disse: QUE TRABALHO LINDO!! NÓS E NOSSOS ANIMAIS TE AGRADECEM DE CORAÇÃO!

Em decisão histórica França altera Código Civil e reconhece animais como seres sencientes

mudança de status jurídico


03 de fevereiro de 2015 às 14:37

Por Alex Avancini (da Redação)
Parlamento Francês altera o Código Civil e passa a reconhecer os animais como seres sencientes
Parlamento Francês altera o Código Civil e passa a reconhecer os animais como seres sencientes

Animais têm sentimentos. É o que reconhece o parlamento francês a partir desta quarta-feira (28) após um ano de intensos debates na Assembleia Nacional. 


Finalmente o parlamento votou a leitura final do projeto de lei sobre a modernização do código civil idealizado pela ONG Fondation 30 Million Amis que altera o status jurídico dos animais no país, atualizando a legislação penal vigente e reconhecendo os animais como seres sencientes (novo artigo 515-14) e não como propriedade pessoal como o antigo artigo (artigo 528). 


Desta forma, os animais não são mais definidos por valor de mercado ou de patrimônio, mas sim pelo seu valor intrínseco como sujeito de direito. Segundo a ONG idealizadora do projeto, esta virada histórica coloca um fim a mais de 200 anos de uma visão arcaica do Código Civil francês em relação aos animais. Finalmente os parlamentares levaram em conta a ética de uma sociedade do século 21.

O Código Civil da França foi elaborado por Napoleão em 1804 e os animais eram considerados como bens de consumo, principalmente para trabalho forçado em fazendas. Até então, a representatividade legal dos animais na França perante os tribunais era mínima.

Segundo o jornal The Local, a França obtém um poderoso lobby agrícola, a FNSEA, juntamente com alguns políticos pressionavam o parlamento expressando preocupação de que a mudança na legislação poderia prejudicar os interesses dos agricultores e criadores de gado particulares.

A vitória abre importante precedente para a vida dos animais no território e um respiro para as organizações protetoras da causa animalista.


Por definição, senciência é a capacidade de sentir, atribuição dada pelos especialistas há muito tempo aos animais. O parlamento francês finalmente percebeu algo que muitas pessoas já sabiam: os animais são capazes de vivenciar seus próprios sentimentos: Dor, amor, felicidade, raiva, alegria, amizade e tantos outros. A diferença agora é que este direito é reconhecido de forma legal no código civil do país.


Um pouco antes, o Supremo Tribunal de Justiça da Argentina também declarou parecer favorável aos direitos animais, concedendo a uma orangotango chamada Sandra, o status de “pessoa não-humana”, um exemplo para toda a América Latina. Outras nações podem se espelhar nestas mudanças e desencadear ações que abracem os animais como sujeitos de direitos perante os tribunais.
A orangotango Sandra, pioneira sobre o reconhecimento sobre Animais como Sujeitos de Direitos na Argentina -  Foto: Natacha Pisarenko AP sandra
A orangotango Sandra, pioneira sobre o reconhecimento dos animais como sujeitos de direitos na Argentina – Foto: Natacha Pisarenko AP sandra


A mudança não foi fácil e só veio depois de duros empurrões dados pela Fondation 30 Million Amis (Fundação de 30 milhões de amigos), principal organização francesa no auxílio do projeto apresentado ao parlamento e cujo presidente Reha Hutin trouxe a público a atual situação dos animais na França, dizendo: “O país está para trás no que se refere a leis de bem-estar animal.”


Uma coisa é certa, reconhecendo os animais como seres sencientes a França dá um passo na direção correta, mas o país ainda tem muito trabalho a fazer para se desvincular da má fama perante os animais, já que uma proposta para proibir as touradas foi rejeitada em 2012 e o país ainda é considerado a capital número um de produção de foie gras no mundo.