quarta-feira, 6 de abril de 2016

Video lindo: Vangelis, la petite fille de la mer.

https://www.youtube.com/watch?v=UdPOCQGYwrk


 

Beleza versus crueldade.


Prefeitura de Cuiabá planta 1,5 mil árvores por semana. Meta é 10 mil até fim de abril


Aniversário da cidade foi "pretexto" para a ação


Imagem: Tchélo Figueiredo/Prefeitura de Cuiabá
A Prefeitura iniciou, ao fim de março, o plantio de 10 mil árvores por toda a cidade, em ação que se estenderá até o final do mês de abril. O primeiro local a receber cerca de 500 mudas foi o Morro do Condor, no bairro Coophamil, totalmente revitalizado.

O secretário de Serviços Urbanos, José Roberto Stopa, explicou que a iniciativa visa recuperar o título de “Cidade Verde” para o município e a quantidade deverá ultrapassar o número de espécies retiradas para as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

“Serão plantadas em torno de 1,5 mil mudas por semana, durante as comemorações do aniversário de Cuiabá. O objetivo é de que todas as vias sejam arborizadas, pois além do embelezamento, as árvores garantem uma temperatura mais amena e agradável”, disse Stopa.

Segundo ele, a Avenida Archimedes Pereira Lima ( Estrada do Moinho) será uma das vias totalmente arborizadas durante a ação e deve receber mudas de espécies nativas e ornamentais. “Ainda estamos fechando a lista completa dos locais que receberão árvores, mas as grandes avenidas estarão incluídas”, comentou o secretário.

Iniciativas para promover a arborização da cidade são realizadas desde o começo da gestão, com doação de mudas no Horto Florestal e ações voluntárias com Organizações Não Governamentais (ONGs). Em fevereiro, teve início o programa Plante uma Árvore, que incentiva os moradores a plantarem mudas nas calçadas e quintais das casas.

“Somente no primeiro mês do programa, foram plantadas mais de 150 mudas. Com esse programa, temos a garantia de que a planta não morrerá, uma vez que o plantio é feito por técnicos da secretaria, que orientam os moradores a respeito dos cuidados que a espécie escolhida requer”, explicou Stopa.

Qualquer pessoa interessada pode fazer o pedido através do Facebook da Secretaria de Serviços Urbanos, informando endereço, tipo de muda e se no local há rede elétrica próxima. Ou retirar as mudas desejadas diretamente no Horto Florestal.

Fonte: Prefeitura de Cuiabá

Veja também:

-Nova Iorque conclui meta de plantar um milhão de árvores dois anos antes do prazo

Há mais de mil anos, vikings já faziam casas com "telhado verde"


Vilas inteiras eram construídas com pedras e madeira, recobertas por vegetação

Casa
Quando pensamos em vikings, a primeira imagem que nos vem a cabeça é a de um exército de guerreiros ferozes usando armas e capacetes com chifres. Mas você sabia que esses famosos escandinavos também foram grandes construtores de telhados verdes?


As fotos que vemos são reconstituições do que seria a arquitetura sustentável viking praticada muitos séculos antes da utilização de terraços jardins na arquitetura moderna ou dos parâmetros de sustentabilidade do certificado Leed.


As edificações tradicionais ficam localizadas em L’Anse aux Meadows ("Caverna das águas vivas", em tradução livre), no extremo norte da ilha de Terra Nova, no Canadá. O vilarejo é um sítio arqueológico declarado como patrimônio mundial pela Unesco em 1978, que reúne alguns exemplos de como as cidades do povo nórdico eram formadas.


L’Anse aux Meadows, que quase pode passar despercebida aos olhos de um observador (devido à camuflagem natural), já foi uma pequena cidadela movimentada com oito edificações construídas pelos vikings cerca de cinco séculos antes da chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano.


Como as construções originais datam um período muito antigo, foram erguidas reconstruções a partir de estudos históricos e arqueológicos, e vestígios encontrados no local. Segundo essas pesquisas, as casas eram feitas com pedras e madeiras locais e seus telhados eram cobertos por vegetação gramínea, que servia como um isolante natural.

Atualmente, o sítio é aberto a visitação e, dentro das casas, são expostos objetos utilizados pelos vikings. Confira uma propagando do passeio.Confira o video:

https://youtu.be/cDfOHFUBEc4



Fonte: Arquitetura Sustentável

Park Way. Corrupção.A propaganda do mal.




Prezados,

As propagandas sub- reptícias sobre comércio já começaram! O Governo, os especuladores imobiliários, alguns poucos habitantes mal intencionados, querem convencer a população a implantar comercio no Park Way.


Por que? Para conseguir votos dos comerciantes e conseguirem a médio prazo adensar nosso paraíso.Parece até que as plantas de prédios de 22 andares já estão sendo elaboradas! Para tanto precisam de votos, mas, como morador dificilmente vai votar pela construção de prédios e pelo conseqüente  adensamento populacional do Park Way, precisam do voto dos comerciantes.

A propaganda é sub-reptícia.
Fotos de vovós boazinhas, meigas, que afirmam à imprensa que adoram o Park Way, mas que gostariam de poder contar com um comerciozinho pequeno, básico, pertinho da casa delas, onde elas pudessem ir a pé comprar o leitinho dos netinhos, o lanchinho das criancinhas (vocês conhecem o engodo, a ladainha), já começaram a circular.

Um pãozinho, fresco, uma padaria pequena, limpinha, que mal pode fazer?

Se vocês procurarem na memória vão se recordar que as grandes destruições feitas pelo Governo começaram assim. No diminutivo.No eufemismo: um pedacinho da Amazônia, um cantinho da Floresta Atlântica, um matinho do Cerrado, um prediozinho de poucos andares no Guará, ou em Águas Claras, uma invasãozinha apenas de catadores de lixo no Parque Nacional...

Comerciozinho, leitinho, lanchinho para as criancinhas, invasãozinha, e assim o monstro começa a ser gerado. A padaria se multiplica, seus donos querem mais lucro para tanto precisam de mais clientes, mas como fazer? As frações são poucas, os lotes gigantescos mas pouco habitados em nome da preservação ambiental.Mas comerciante não quer saber de preservação ambiental e pleiteiam, junto ao Governo, o adensamento populacional do Park Way! 


Votaramm, com a ajuda do Sindicato da categoria, na Conferencia das Cidades, o Governo conforme o hábito, ajudou a manipular o resultado das votações permitindo que trouxessem ônibus cheios de representantes da classe para votar, para burlar os moradores, fraudar as eleições, superando, em número, os votos dos moradores contrários ao adensamento populacional, à construção de prédios, à licitação das areas verdes.


Denunciados pelos moradores escandalizados com o engodo, os comerciantes se fizeram de vítimas, justificaram a fraude sob a alegação de que precisam sustentar suas famílias, reclamam para o Governador..."afinal pagamos impostos!"

E não adianta querer “amarrar”, controlar o comercio. Moradores ingênuos, mal informados, ludibriados por aqueles que querem obter vantagens econômicas à custa da qualidade de vida no Park Way, insistem que o problema poderá ser resolvido através da imposição de normas, regulamentos, restrições, proibindo a mudança de destinação, proibindo a futura padaria de virar Casa de Chope, a farmácia de virar motel ou proibindo a construção de quitinetes sobre a futura pet shop. 

Ora, o Lago Sul não conseguiu controlar o comercio, nem o Lago Norte. Tampouco o Plano Piloto, apesar de ter sua área tombada pela UNESCO. Vejam a briga pelas pousadas nas 700!!

Ouvi recentemente na CBN que a presidente da Associação Comercial-DF apresentou um projeto na CL-DF apontando, como sugestão de estacionamentos, as áreas verdes das 100, 200 300 e 400, desocupadas para facilitar o acesso aos usuários do comércio local. Já imaginaram a Ilha de Calor que essa iniciativa irá gerar?

Não existe no DF atualmente comercio controlado!Que obedeça aos regulamentos!.

  Sem Plano Diretor Local que o Governo Arruda nos tirou. Com a falta de fiscalização que existe. Sem participação ativa da sociedade no processo de governança. Sem haver um conselho da APA Gama Cabeça-de-Veado que seja deliberativo e não consultivo, quem de fato acredita em Comércio Organizado??? Parece até o termo usado pelo GDF quando fez o PDOT de 1997 e criou a pérola de "área prioritária para monitoramento". Como se apenas aquelas áreas precisassem ser monitoradas. Sabe o que ocorreu??? As áreas monitoradas são, hoje, ...os condomínios do Colorado!!!

Todos vocês estão cientes, as leis, as restrições, as normas, no Brasil, só servem para serem descumpridas. Violadas. E o exemplo é dado pelo próprio Governo, através de sua grileira oficial, a TERRACAP, que desmatou a área verde do conjunto 01, da quadra 14, apesar de decisão contraria do MP e do TJDFT.

Se leis, determinações, regulamentos no Brasil fossem levados a sério, fossem obedecidos, aquele boteco que vende bebida alcoólica para menores de idade, localizado ao lado da feirinha da Quadra 14, já teria sido retirado. As invasões já teriam sido expulsas, o Setor Noroeste não existiria, na 901 não seriam construídos hotéis e os corruptos do Governo já teriam perdido o mandato. Mas não é isso que acontece, não é?


Se houvesse algum tipo de controle sobre as atividades comerciais, não haveria puxadinhos, as quadras 102/302 (rua das farmacias) não estariam entupidas de mendigos e de drogados que deixam seus detritos de TODO O TIPO INCLUSIVE HUMANOS nas calçadas.Se houvesse algum tipo de segurança os estabelecimentos comerciais não estariam fechando as portas como estão por medo de assaltos.

Infelizmente existem também os moradores mal intencionados, aqueles que querem lucrar com um eventual adensamento do Park Way, como os especuladores imobiliários que compraram vários lotes no Park Way não para morar, mas para especular, os proprietários de Casas de Festas e  ; --essa é a parte mais triste-- alguns arquitetos- urbanistas que gostariam de vender projetos arquitetônicos de centros comerciais à SEDHAB:” projetos arquitetônicos para realizar intervenções de infraestrutura na dinâmica urbana do Park Way”.  


Fui abordada por um deles durante a Conferencia das Cidades.Esses são, em minha opinião, os mais cruéis pois, como urbanistas, sabem que a implantação de comercio significa o fim da qualidade de vida no Park Way, o fim do Park Way como conhecemos agora, mas insistem na implantação de um “comercio pequeno, fácil de ser controlado”, como se isso fosse possível, como se fosse possível controlar alguma coisa no atual Governo, com as empreiteiras e a TERRACAP fazendo o que querem,  que não tem vergonha de manipular as Conferencias da Cidade, as Audiências Publicas.


Se não manipulam o resultado não dão publicidade,  não informam a comunidade de sua realização e depois dizem que "o povo não compareceu"...para desculpar suas destruições ambientais.


Esses arquitetos que querem nos convencer a implantar um comerciozinho controlado querem na verdade lucrar com a venda de seus projetos ao Governo.
Amigos,


O Governo está querendo adensar o Park Way, incluir nossa RA no seu Plano de Desenvolvimento de Habitações Populares. Seus representantes ficam com água na boca quando pensam nos milhares de casas populares que poderão implantar nas nossas enormes e perfeitas áreas verdes que, mesmo sendo queimadas anualmente, conseguem se recuperar.

E comércio, então? Quantas centenas de lojinhas estilo W3 não poderão ser construídas aqui? Quanto imposto para enriquecer o governo e os governantes não poderá ser recolhido?

E quando tudo isso acontecer será que algum morador do Park Way ficará feliz? O que aconteceu com a vovó que queria uma padaria pertinho de casa para comprar  leitinho para os netinhos?

Ela não sai mais de casa porque ficou muito perigoso circular sozinha pelo Park Way.
Sobretudo a pé. Afinal a média de assaltos a estabelecimentos comerciais no DF aumentou em 25%, agora é de 20 por dia!
 
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2012/04/28/i,300053/medo-ronda-os-comercios-de-todo-o-df-apos-aumento-de-roubos-e-furtos.shtml


Assim, no final, quem saiu ganhando?O Governo.
Quem saiu perdendo? Os moradores. 

Nós!

Pensem nisso!


Flavia Ribeiro da Luz
Presidente da Associação Park Way Residencial

As Cinco Etapas da Morte do Park Way.Ou de qualquer bairro exclusivamente residencial na atual conjuntura.


Embora eu não seja contra comercio tenho de admitir que, na atual conjuntura política em que vive o Brasil, o comercio será o fim do Park Way (ou de qualquer bairro exclusivamente residencial e de proteção ambiental) como ele é agora. Vejam só.

Os ambulantes da quadra 14 vão continuar existindo, uma vez que achar que comercio legalizado acaba com ambulante é um ledo engano.Provavelmente vão triplicar de numero uma vez que ambulante gosta de se instalar em áreas comercias onde o afluxo de clientes é maior.Basta verificar o numero de ambulantes que tem o Núcleo Bandeirante.

Primeira etapa: Devido ao tamanho do Park Way--- uma área comercial não será suficiente. Vão ser preciso varias. Varias áreas comerciais vão afetar o transito e vai aparecer o problema de estacionamento e de congestionamento das vias internas que são estreitas etc...As ruas serão alargadas para facilitar o transito, as áreas verdes virarão asfalto e na 14 circularão ônibus e caminhões.O congestionamento na 14 vai piorar e muito.

Tem gente querendo colocar um comercio mais expandido na 14, na frente da Vila Cahuy. O resultado será o mesmo.Obviamente esse comércio expandido atrairá os moradores daquela Vila, bem como aquelas pessoas que circulam pela EPIA diariamente.Pessoas que pouco tem a ver com o perfil do morador do Park Way.

Segunda etapa- Para cuidar das lojas que vão ser implantadas, vai ser preciso contratar mão de obra assalariada. Essa mão de obra vai precisar de ônibus para se locomover e lugar para morar. Como os ônibus são escassos, provavelmente essa mão de obra vai querer morar no trabalho, isso é, nas lojas e vão surgir os puxadinhos... Quando essa mão de obra quiser trazer a família, vão surgir as invasões que, com toda a certeza, serão, depois de algum tempo, regularizadas pelo Governo. Caso seja aumentada a frota de ônibus, na maioria dos casos, os trabalhadores vão querer morar no emprego por ser mais conveniente e mais barato. As tarifas de ônibus estão caras e morar no emprego fica mais fácil e mais barato.

Terceira etapa. Essa mão de obra que será responsável pelas invasões e pelos puxadinhos vai trazer a família para morar no local de trabalho. Esse fato poderá aumentar o índice de criminalidade no Park WAY. E o aparecimento de flanelinhas e o aumento no numero de ambulantes.E moradores de rua, problemas esses que não temos agora.

Quarta etapa. Comerciante precisa de freguês para sobreviver. A baixa densidade demográfica do Park Way vai acarretar a mudança de destinação de inúmeras lojas. Por exemplo. A padaria simpática pode se transformar em boteco, ou em discoteca e os moradores daquela quadra que estavam satisfeitos por terem pão fresquinho do lado de casa vão ter de sofrer com a musica alta, o barulho, bêbedos brigando às 3 da manhã, lixo, carros estacionados na frente do portão de casa. E a desvalorização dos seus lotes residenciais.

Quinta etapa. Comerciante precisa de freguês e gostaria de aumentar a densidade demográfica do Park Way. É claro que o aumento populacional irá agravar o problema de água, de transito, de estacionamento no Park Way. Mas comerciante não está preocupado com o conforto dos moradores e, sim, com o lucro que puder obter. A TERRACAP vai ficar feliz com a possibilidade de poder finalmente lotear as áreas verdes.

E comerciante vota e participa energicamente das conferencias e audiências publicas sobretudo daquelas com o objetivo de modificar a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Na próxima Audiência Publica para PDOT ou LUOS , caso a regularização de comercio no Park Way seja sugerida, os comerciantes serão a maioria. Dez comerciantes para cada morador (porque morador não gosta de participar de audiências publicas).


O Sindicato dos comerciantes vai ocupar todos os assentos. Representantes da TERRACAP vão estar presentes. E também vão votar em massa pela permissão de construção de edifícios no Park Way.

   Os empresários e comerciantes vão obviamente trazer sua claque. Os moradores     vão   ser   engolidos pelo sistema e só vão perceber o que perderam quando os tratores chegarem e começar o desmatamento.

Flavia Ribeiro da Luz

Associação Park Way Residencial

Perca peso com a vitamina que emagrece

Início

Mais uma receita para emagrecer que funciona mesmo: a vitamina de maçã, aveia, chia e linhaça.

A estratégia é a seguinte: você vai substituir o café da manhã e o jantar por essa vitamina.
E vai emagrecer em poucos dias e, o melhor, não ficará com carência de minerais, proteína e vitaminas.

A chia e a linhaça são riquíssimas em cálcio, fósforo, ômega 3, magnésio e fibra.
O farelo de aveia também é rico em fibra e, junto com essas sementes, dá uma sensação de saciedade que afasta a fome.

A maçã é rica em pectina, excelente para o intestino, em potássio e nas vitaminas A, B e C.
O iogurte garante a proteína da refeição.

Eis a receita:
INGREDIENTES
- 200 mL de iogurte desnatado

(Não use leite.
O iogurte é rico em lactobacilos que vão melhorar a flora intestinal e ajudar no processo de emagrecimento.

Se quiser, use leite de gergelim - receita <AQUI>).

- 1 maçã com casca

De preferência, maçã orgânica.

(Se não for, lave esfregando muito bem a casca dela com água e sabão neutro biodegradável (uma marca boa é o sabão de coco Ruth).

E depois faça este tratamento <AQUI> de eliminação de agrotóxicos.)

- 1 colher de chá de grão de chia.

- 1 colher de chá de farelo de aveia.

- 1 colher de sopa rasa de linhaça.

- Canela em pó (só se você não for hipertenso).

- Adoçante estévia a gosto (rocure uma marca que só tenha estévia pura, sem nenhuma mistura).

Bata muito bem os ingredientes no liquidificador, até a bebida ficar homogênea.

Depois de pronta, coloque um pouco de canela em pó na vitamina.

Tome imediatamente após o preparo.

E como dissemos no início: esta vitamina, para funcionar e emagrecer, deve substituir o café da manhã e o jantar.

*Para saber mais sobre a chia, clique AQUI.

Compressa de óleo de rícino alivia rapidamente dor ciática, nas costas e artrite

 Início
 
 
 
 
 
O óleo de rícino é conhecido como um remédio para a constipação, como um laxante natural.
 
Mas ele é muito medicinal e também tem outros usos.
 
Por exemplo: ele é antiviral, antibacteriano e antifúngico, podendo ser utilizado topicamente para tratar doenças da pele e reduzir a dor.
 
Este óleo vem das sementes de mamona, que é nativa da Índia e é composta de ácidos graxos, 90% dos quais são ácido rinoleico.
 
O ácido graxo rinoleico é considerado responsável pelas propriedades curativas do óleo de rícino, que tem sido usado desde os tempos antigos para fins medicinais e, atualmente, também usado na indústria, especialmente na indústria têxtil.
 
Os principais usos medicinais do óleo de rícino são:
 
- Remédio gastrointestinal
 
- Antimicrobiano, antibacteriano, antiviral e anti-fúngico
 
- Anti-inflamatório e analgésico
 
- Estimulante do sistema imunológico e linfático
 
 
Topicamente óleo de rícino pode ser útil para o tratamento de diversas doenças da pele, tais como queratose, dermatite, cicatrização de feridas, acne, micose, verrugas, cistos sebáceos.
 
Ele também é ótimo para estimular o crescimento do cabelo e combater a queda.
 
Por sua atividade anti-inflamatória e analgésica, ele é ótimo para tratar artrite, dores musculares, nas articulações e a terrível dor ciática.
 
Basta massagear o local dolorido com um pouco deste óleo.
 
Mas antes faça um teste para ver se você é alergico a ele: aplique um pouco no cotovelo e veja se ocorre alguma reação.
 
Se não ocorrer - o que provavelmente vai acontecer -, pode usá-lo sem receio.
 
Você também pode fazer, para combater a dor ciática, nas costas, joelhos e artrite, compressas com óleo de rícino.
 
Basta esquentar água e molhar uma toalha com essa água e um pouco do óleo de rícino, deixando a compressa por alguns minutos sobre a região da dor, reaplicando a toalha com água quente sempre que esfriar.
 
Importante: procure um óleo de boa qualidade, que seja totalmente puro.

Coloque os pés numa bacia com vinagre antes de dormir e isto vai acontecer no seu corpo!

Vazamentos em barragem da Samarco motivam nova ação do Ministério Público


  • 05/04/2016 21h57
  • Belo Horizonte
Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil
Cinco meses após o rompimento da barragem da Samarco, a lama de rejeitos continua escoando para o meio ambiente. A situação levou o Ministério Público de Minas Gerais a apresentar uma nova ação civil pública, nesta segunda-feira (4), solicitando que a mineradora seja obrigada a conter o vazamento em até cinco dias.
Mariana (MG) - Uma barragem pertencente à mineradora Samarco se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, zona rural a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais, e inundou a região (Corpo de Bombeiros/MG - Divulgação)
O rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, resultou na morte de 19 pessoas e destruição da flora e fauna do Rio DoceCorpo de Bombeiros/MG - Divulgação
A tragédia envolvendo a barragem de rejeitos do Fundão ocorreu em 5 de novembro do ano passado, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). No episódio, 19 pessoas morreram. Houve também destruição de vegetação nativa e poluição das águas da bacia do Rio Doce desde Mariana até a foz, quando o rio desagua no mar em Linhares, no litoral norte do Espírito Santo.


Parte dos rejeitos da barragem do Fundão foram realocados na barragem de Santarém, também pertencente a Samarco. Três diques foram construídos pela mineradora para conter vazamentos, mas o Ministério Público considera que as estruturas não estão seguras. Os diques teriam sido erguidos de forma precária, sem observância das normas técnicas pertinentes e, por isso, seriam incapazes de reter os rejeitos.


Os promotores alegaram também que, entre janeiro e fevereiro deste ano, 5 milhões de metros cúbicos de rejeitos atingiram a bacia do Rio Doce após escoar da barragem de Santarém por meio de um extravasor danificado. Segundo eles, o mesmo poderia ocorrer com aproximadamente 9,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos que ainda há no local.


Samarco
A Samarco apresentou hoje (5) um relatório com as medidas tomadas após a tragédia. O documento aponta que a barragem de Santarém tem recebido obras de reforço e sua situação é de estabilidade. A mineradora argumenta que o extravasor da barragem de Santarém está aberto para permitir o escoamento do material de dentro do reservatório para os diques de contenção de sedimentos.


O relatório apresentado reitera ainda que foi construída uma sala de monitoramento com novos equipamentos para intensificar o controle das estruturas e dos diques, além de um posto de monitoramento visual que opera durante 24 horas. "Com todas as providências que vêm sendo tomadas, por meio de monitoramento, procedimento de alerta e inspeções, a comunidade atualmente não corre riscos", registra o documento.


Operação
A ação do Ministério Público pede ainda que o governo de Minas Gerais seja obrigado a suspender todas as licenças ambientais que a Samarco tem para operar na região de Mariana (MG). A medida valeria até que houvesse garantia da estabilização dos impactos ambientais e do fim dos vazamentos.


A volta das operações da mineradora é defendida pelo prefeito de Mariana (MG), Duarte Júnior. No mês passado, ele informou que fará visitas para convencer os órgãos de fiscalização ambiental a permitir que a Samarco retome os trabalhos no município. "Quanto mais adiarmos, maiores os prejuízos, pois a queda de arrecadação só aumenta. A Samarco ainda precisa reconstruir correias e dutos para voltar a produzir", disse.

Edição: Fábio Massalli

Governo homologa Terra Indígena Cachoeira Seca


  • 05/04/2016 21h51
  • Brasília
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
O governo federal homologou hoje (5) a demarcação da Terra Indígena Cachoeira Seca e destinou a posse permanente e o usufruto exclusivo da área aos índios Arara. O território de mais 730 mil hectares está localizado nos municípios paraenses de Altamira, Placas e Uruará, no oeste do estado.


Os povos Arara, que atualmente residem em três localidades no Pará, organizavam-se com autonomia política e econômica até a década de 1960, quando o governo federal iniciou a implantação da Rodovia Transamazônica (BR-230) e os deslocou de seus territórios originais.

A partir de agora, começa o processo de regularização da área homologada, com a saída gradativa dos não índios por meio de reconhecimento das ocupações de boa-fé e pagamento das benfeitorias realizadas. O cronograma de desintrusão da terra também prevê o cadastramento dos agricultores do local com perfil para reforma agrária para futuro reassentamento. 

Amanhã (6), o processo vai começar a ser discutido entre representantes do governo e lideranças da sociedade.


Impacto de Belo Monte
A demarcação de uma terra para os Arara era umas das condicionantes para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. A etnia foi considerada grupo vulnerável pelos estudos de impacto da usina, segundo parecer técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai).


“Os estudos de impacto ambiental da UHE Belo Monte diagnosticaram a vulnerabilidade do grupo indígena Arara, habitante da TI Cachoeira Seca, bem como as restrições históricas de trânsito e usufruto de seu território decorrentes da ocupação não indígena na região situada ao sul da Rodovia Transamazônica, principalmente ao longo dos travessões perpendiculares à rodovia, que impediu o processo de reintegração deste subgrupo à rede de prestações intercomunitárias”, explicou o órgão, em nota.


De acordo com o Ministério da Justiça, a homologação vai beneficiar 105 índios Arara que vivem na área. Levantamento da Funai identificou 1.085 ocupações de não indígenas no território, 72% delas feitas por pequenas propriedades.


A TI Cachoeira Seca fica no norte de uma região conhecida como Terra do Meio e faz parte de um dos “mais importantes corredores de áreas protegidas da Amazônia”, segundo o ministério.


“Com a homologação, a área se incorpora a um conjunto de Terras Indígenas e Unidades de Conservação de grande importância para o reconhecimento do direito de várias comunidades indígenas, num total de 28 milhões de hectares interligados ao longo da Bacia do Rio Xingu, desde o nordeste do Mato Grosso até o centro do Pará.”
 
Edição: Luana Lourenço

Agricultura e pecuária usam só um terço da capacidade das terras de que dispõem no Brasil

Quarta-feira, 03/02/2016, às 19:54,


Daqui a cem anos, quando especialistas e estudiosos se reunirem para dialogar sobre os rumos do planeta, hão de se referir às primeiras duas décadas do século XXI como “aquele tempo de crise, quando se acreditava que o planeta não ia suportar tanto impacto e a civilização humana estava prestes a se extinguir”. A tecnologia desenvolvida a partir dos “tempos de crise” já terá sido capaz de resolver os problemas, a poluição terá estancado, rios e mares não sofreram mais alterações porque os gases que causam efeito estufa terão sido eliminados das atividades humanas.

Foi mais ou menos assim que caminhou minha conversa, ontem à tarde, com Bernardo Strassburg, economista de formação, atualmente mestre em Ciência da Sustentabilidade na PUC do Rio e coordenador do Centro de Ciência da Conservação e Sustentabilidade do Rio (CSRio). Fui à sede do Instituto Internacional para a Sustentabilidade (IIS), que ele dirige, entrevistá-lo por conta de um artigo que Strassburg escreveu para a revista norte-americana “Science”, em conjunto com cientistas da Universidade de Cambridge, que aponta soluções para promover uma agricultura que, efetivamente, consiga dar cabo de alimentar os 7 bilhões de habitantes do planeta.

Aqui no Brasil, por exemplo, é fácil: basta tratar melhor a terra agricultável. Não precisa nem confinar ainda mais os animais, nem usar ainda mais veneno do que já é usado. Os estudos feitos por Bernardo Strassburg mostraram que, por má administração, agricultores e pecuaristas usam apenas um terço da capacidade das terras de que dispõem.

Na conversa, Benardo Strassburg contou-me ainda sobre um estudo que está coordenando com outros 25 acadêmicos para mapear o que restou da Mata Atlântica e apontar áreas possíveis de serem recuperadas. A boa notícia é que, se o Código Florestal for cumprido, haverá 7 milhões de hectares da Mata restaurados, a metade do que existe hoje de floresta nativa, cerca de 14 milhões.

Essas e outras histórias estão na entrevista que segue. Bernardo Strassburg, como fica claro no início desse texto, está otimista com relação ao futuro. É raro no meio ambiental, e é sempre bom, ouvir opiniões abalizadas que transpirem alguma esperança, mesmo com críticas.

Agricultura  tem sido um foco de tensão entre movimentos sociais, ambientais, setor corporativo e governo. Há críticas ao chamado circuito longo dos alimentos, ao expressivo aumento de fertilizantes, enfim. No seu artigo você propõe a adequação de territórios para uma agricultura sustentável?

Bernardo Strassburg
– Depende de como ela será feita. O que apontamos foram quatro caminhos que poderão tornar possível  conciliar o aumento de produtividade da agricultura com a diminuição de pressão por novos desmatamentos ou até a liberação de áreas para grandes reflorestamentos ou recuperação. O artigo está preocupado com os dois maiores desafios instalados nesse século, que são como alimentar 7 ou dez bilhões junto com o fato de que cada um passará a comer mais 50%, um aumento de consumo per capita.

Esse aumento de consumo per capita será provocado pelo desenvolvimento econômico?

Bernardo Strassburg
– Sim, são estudos feitos pela FAO, a agência da ONU para alimentos e agricultura. São projeções feitas sobretudo com Ásia e África, quando muitos passarão, e já passaram, da extrema pobreza para a pobreza e depois para uma classe média. Isso causa uma mudança de hábitos e de consumo também. Por exemplo, sair do consumo de grãos para o consumo de carnes. Existe ainda a discussão sobre se é necessário ter o aumento de impacto com esse aumento de consumo, já que se perde muito com ineficiência que gera o desperdício de alimentos.

Na verdade, não se justificaria ter 800 milhões de pessoas em pobreza crônica se não houvesse tanto desperdício causado não só pelas grandes corporações como por hábitos domésticos mesmo. Isso tudo é posto sobre a mesa na hora de fazer estudos para tornar a agricultura mais sustentável?

Bernardo Strassburg
– Olha, eu vou lhe dizer que sou um economista pragmático, por um lado, e um ambientalista sonhador por outro. Há uma série de medidas mitigatórias, e uma delas é mudar esse hábito, diminuir o desperdício. Outra é: se a gente já desmatou uma área e ela já é da agricultura, como fazer com que essa mesma área possa produzir mais e de forma sustentável? Veja bem: estamos falando de intensificação sustentável da agricultura, não estamos falando em como aumentar fertilizantes ou como confinar animais como muitos fazem.

Explica então, um pouco melhor isso, por favor...

Bernardo Strassburg
- O que estamos falando é que no Brasil temos uma das menores produtividades na pecuária por hectare do mundo. Temos um boi por hectare, na média, e isso é muito baixo. Para se ter uma ideia, é possível, num sistema extensivo de pecuária sem confinamento, ter três cabeças de boi por hectare. Já fizemos esse estudo para a Embrapa.

Mas no Brasil muitas empresas são acusadas de confinar demais os bois, tratar os animais de forma cruel. Estou entendendo então que aí também, como no desperdício, há uma desorganização (para usar uma palavra bem leve) que deve ser combatida, não?

Bernardo Strassburg
– Sim. Há aqueles que acreditam que confinando demais os bois numa fazenda estão maximizando os seus lucros, e achamos que tem outro caminho. É disso que nosso artigo trata. Ou seja: é possível ganhar potencial para aumentar a produção de alimentos nas áreas já dedicadas à agricultura e, com isso, diminuir a necessidade de novos desmatamentos. No Brasil usa-se um terço do potencial sustentável que se poderia atingir. É só manejar para mudar esse sistema.
Já existem estudos mostrando que as terras degradadas poderiam ser recuperadas, é isso?

Bernardo Strassburg
– Há dois tipos de recuperação de terras degradadas, pessoas com diferentes visões usam a mesma expressão. Para os ambientalistas, recuperar área degradada é reflorestar e deixá-la intacta para ajudar a diminuir as emissões de carbono, aumentar a biodiversidade e tal. Para o pessoal da agricultura quer dizer que aquela área pode voltar a ser uma boa pastagem. O que eu digo é que existe espaço para as duas coisas.  Estamos fazendo um estudo, com mais 25 autores do mundo todo, sobre o espaço que é possível restaurar na Mata Atlântica.

E o que vocês descobriram?

Bernardo Strassburg
– Se o Código Florestal, mesmo este que foi aprovado e que não agrada a todos, mas se ele for respeitado, cerca de 5 a 8 milhões de hectares da Mata Atlântica serão recuperados, por lei. Levando em conta que hoje sobram 14 ou 15 milhões de hectares da Mata Atlântica, isso significa dizer que poderá haver um aumento de até 50% do que restou da Mata. Estamos mapeando esses 7 milhões para dizer quais são as áreas mais possíveis de serem recuperadas de forma economicamente viável.

Agora vou lhe fazer a pergunta que os movimentos soioambientais estão se fazendo: economicamente viável para quem?

Bernardo Strassburg
– Há um cardápio de opções, que vai desde uma recuperação que será para a atmosfera, mas há também a chance de fazer com madeiras nativas aquilo que é feito com eucalipto e pinus. Plantar florestas que vão ser manejadas em ciclos de 30 anos. Vai ser criada uma biodiversidade ali. Estamos fazendo esses estudos e, depois de terminado, vamos entregar para a sociedade. A torcida é para que ajude, de alguma forma, a criar polítcas públicas. O objetivo final é conciliar natureza com desenvolvimento humano. Se conseguimos gerar melhor nossas terras vamos mitigar as mudanças climáticas, produzir alimentos mais saudáveis. Nosso foco, no artigo que a “Science” publicou, foi identificar no melhor uso da terra uma saída comum a vários desafios.

Gostei quando você mencionou o ‘desenvolvimento humano’ porque às vezes parece que os ambientalistas acabam se esquecendo que é preciso proteger a natureza para os humanos. Por outro lado, cientistas já apontaram que estamos na era Antropoceno, ou seja, quando o homem é o maior protagonista das destruições. Como você vê isso?

Bernardo Strassburg
– Existe uma tensão gigantesca aí, não estamos no Antropoceno à toa. Todas as outras extinções tiveram causas externas, é a primeira vez que uma espécie está extinguindo as outras. Dois anos atrás eu li um estudo mostrando que nos últimos 40 anos nós eliminamos metade dos animais do planeta. Mas o meu lado economista pragmático vê espaço para melhorarmos isso. Há espaço para diminuir essa tensão encontrando movimentos ganha-ganha. Melhorando a produtividade na agricultura, por exemplo, aumentando a renda do produtor.  


 Melhorando a eficiência energética, que vai resultar em contas menos altas. Há milhares de exemplos onde podemos harmonizar essa relação. Daqui a 30, 40 anos, a ONU está prevendo que a população vai parar de crescer tanto, então é essa nossa geração que precisa agir. Se a gente estivesse tendo essa conversa daqui a 100 anos poderíamos estar nos referindo à nossa época como “aquela era quando a humanidade estava vivendo uma crise horrível” porque já estaremos num tempo em que não vamos estar matando tantos animais. A diferença é: o que vai acontecer nesses 30, 40 anos? Vamos acabar de eliminar os animais ou vamos dar um jeito nisso?

Quando você fala sobre eliminação de animais, penso que o sistema em que vivemos está cuidando de eliminar pessoas também. Vem à minha cabeça aquelas cenas horríveis de refugiados sendo mortos tentando um caminho melhor para si...

Bernardo Strassburg
– As tragédias humanitárias vão se acirrar também por conta das mudanças climáticas. Vai haver cada vez mais refugiados climáticos. Mas tenho confiança no egoísmo bem administrado dos países ricos. Eles vão perceber que se não agirem no sentido de tentar desenvolver ferramentas para os mais pobres se livrarem, eles vão ter que conviver cada vez mais com esses horrores dentro de suas fronteiras.

Zelo, paciência, estudo: receita para se ter uma agricultura saudável em larga escala

Quarta-feira, 10/02/2016, às 20:02,


Já que estamos em dias de cinzas, não custa animar um pouco. Pensando em agradar aos foliões meio desanimados com essa fase de longo batente que se tem pela frente – há quem torça o nariz para o período que vai do carnaval ao Natal --  preparei um texto especialmente curto e especialmente otimista. A notícia é boa e alimenta o espírito de quem precisa acreditar que, sim, haverá tempo e condições de se plantar e colher o alimento necessário para acalmar a fome dos habitantes do planeta sem degradar a terra, sem impactar ainda mais a natureza.

Vamos por partes: o desmatamento, segundo o Observatório do Clima, respondeu por 35% do total dos gases do efeito estufa em 2013 no Brasil. E o setor agropecuário representa hoje 27% do conjunto de emissões no país, tendo crescido em 160% desde 1970.  Uma série de fatores contribuem para isso, mas o metano emitido pelos animais e o uso de fertilizantes nitrogenados são apontados como os mais prováveis.

Dito isso, está claro que se acharmos uma chance de resolver de maneira definitiva os impactos causados pela agricultura, inclusive com algum ganho em escala, é possível que, entre outros ganhos, o Brasil, de fato, possa diminuir em 37% suas emissões até 2025, como a presidente Dilma Roussef prometeu na Conferência das Partes sobre o Clima (COP-21) em Paris no fim do ano passado. E foi lá mesmo que uma plateia pôde acompanhar o trabalho realizado numa fazenda, aqui no Brasil, que vem sendo apontada como um dos – felizmente não poucos – casos de agricultura que dá certo. Isso prova, mais do que nunca, que o sistema “business as usual” já está mais do que na hora de mudar.

Não cabe mais entender como verdade absoluta a necessidade, apregoada por muitos,  de se jogar fertilizantes absurdamente na lavoura para dar conta de alimentar os 7 bilhões de habitantes do planeta sem correr o risco de pragas. Muita gente já está conseguindo provar o contrário.  Como, por exemplo, o conceito de agricultura sintrópica criado pelo suíço Ernst Gotsch, dono da fazenda brasileira que se  tornou referência internacional em Sistemas Agroflorestais Sucessionais. A prática é simples, mas exige trabalho e cuidado.  Envolve técnicas de implantação e manejo mecanizado, recuperação de áreas degradadas e estudo de sistemas de produção em unidades agroflorestais.

Melhor do que tudo: Gotsch dá cursos para pequenos grupos no interior de São Paulo. E sua fazenda tornou-se mais um desses lugares paradisíacos que a gente torce para que se multipliquem cada vez mais. O princípio de tudo, diz o suíço no vídeo, deve ser um desejo de o ser humano se reconciliar com o planeta.

A experiência de Gotsch, o carinho que demonstra ao cuidar da terra, sobretudo a paciência que teve ao perceber que as pequenas tosas, feitas na hora certa, são absolutamente tudo o que é preciso para se ter um solo fértil e saudável, fizeram com que eu me lembrasse de uma história bonita que li em “Primavera Silenciosa” (Ed. Gaia) . Trata-se do livro da bióloga Rachel Carson que se tornou uma espécie de Bíblia para os ambientalistas porque foi onde se leu, pela primeira vez, os malefícios do uso desenfreado dos inseticidas e pesticidas em terras para agricultura.

Carson conta que no final dos anos 30 o diretor do ramo de pesquisas entomológicas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Edward Knipling, surpreendeu os colegas propondo um método singular de controle de insetos indesejados que causam problemas às lavouras.

“Se fosse possível esterilizar e soltar um grande número de insetos, teorizou ele, os machos esterilizados competiriam, em certas condições, com os machos selvagens normais de forma tão bem-sucedida que, depois de repetidas solturas, apenas ovos inférteis seriam produzidos, e a população se extinguiria”, conta ela.
Ninguém deu muito crédito ao cientista, mas ele começou a fazer experiências para tentar achar um método prático de esterilização de moscas-varejeiras, na época as maiores inimigas de rebanhos do Sul dos Estados Unidos. Um bezerro já bem desenvolvido pode morrer devido a uma infestação maciça e a escassez de veados em certas regiões do Texas era, na década de 60, quando o livro foi lançado, atribuída a este inseto.

O ano era 1954 quando, finalmente, Edward Knipling, já com uma grande quantidade de informações sobre a biologia da mosca-varejeira, fez um acordo com o governo holandês e foi para a Ilha de Curaçao, no Caribe, isolada do continente por pelo menos 80 quilômetros de mar, para realizar seu teste. Os insetos criados e esterilizados em um laboratório na Flórida foram levados de avião para a ilha e soltos na proporção de cerca de 150 por quilômetro quadrado.

O resultado foi que, sete semanas depois, já era impossível encontrar massas de ovos de moscas varejeiras depositados em toda a ilha. O mesmo processo foi executado em larga escala para livrar os gados da Florida do mal provocado pelos insetos. Dessa vez, o projeto envolveu a produção semanal de cerca de 50 milhões de moscas e o uso de vinte aeroplanos para seguir rotas de voo predeterminadas, de cinco a seis horas por dia, cada um deles carregando mil caixas de papelão, cada uma contendo de 200 a 400 de insetos previamente esterilizados.

Quando este programa foi considerado completo, 17 meses depois, 3,5 bilhões de moscas esterilizadas, criadas aritificialmente, haviam sido soltas em toda a Florida e em regiões da Geórgia e do Alabama.

“A última infestação em alguma ferida de animal que pôde ser atribuída a moscas-varejeiras ocorreu em fevereiro de 1959”, conta Rachel Carson.
É o que tenho de bom para contar. Em grande escala, acabou-se com uma infestação sem usar um único produto químico nocivo ao homem. Portanto, é possível. E feliz Ano Novo!

Nos próximos capítulos, a história de um rio que pede socorro

Quarta-feira, 09/03/2016, às 18:57,


Houve um tempo em que eu exercia o cargo de editora de dois cadernos no jornal “O Globo”: a “Revista da TV”, que era semanal, e o “Razão Social”, mensal. Costumava dizer, brincando, que enquanto num suplemento eu podia transitar bastante no mundo da ficção, no outro, que abordava o tema da sustentabilidade, eu era obrigada a botar os dois pés na realidade e seguir em frente.  Aos poucos, porém, quanto mais eu me capacitava nos assuntos socioeconômicos e ambientais para atualizar o “Razão Social”, mais percebia que era possível fazer ligações com os dois temas. Ficção e realidade iam se entrelaçando em instigantes fios labirínticos que eu gostava de pinçar de vez em quando para achar brechas e conseguir fazer deles um único novelo.

Enquanto isso, atores e atrizes envolvidos na gravação da minissérie “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes” experimentaram um choque real ao sentir o cheiro pavoroso da queimada que precede a derrubada de árvores quando tiveram que se embrenhar na região para usá-la como cenário. Na volta, escreveram uma carta e passaram a colher assinaturas para protestar contra o desmatamento. Estávamos em janeiro de 2007, a carta seria entregue para a então ministra do meio ambiente Marina Silva. E eu, é claro, aproveitei o momento e fiz o link num editorial da “Revista da TV”. Brecha encontrada. O texto fez sucesso.

Puxei da memória esse novelo quando entrei segunda-feira (7) no auditório do Museu do Amanhã para assistir ao workshop “Vozes do Velho Chico” que a Globo promoveu  para apresentar o tema da próxima novela das nove, “Velho Chico”. Estava repleto, sobretudo com jovens de movimentos sociais e de universidades parceiras da emissora.  Aqui quero abrir um parêntesis para dizer que sim, acredito que as novelas, feitas com esmero e qualidade de pesquisa, podem se tornar um meio de informação bastante  eficaz quando contam uma parte da História. Podem criar redes, abrem espaço para trocas, para reflexões. Se bem aproveitadas, as tramas da teledramaturgia servirão como início de um estudo, fonte de pesquisas.  A mecha de ficção, que sempre é necessária para que não deixem de ser, também, entretenimento, não precisa impedir o bom uso que  se pode fazer das novelas temáticas.

Em “Vozes do Velho Chico”, o workshop, a chance foi essa. Do  professor e doutor Elson de Assis Rabelo, da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), que abriu o evento, ouviu-se relatos sobre as diversas mudanças de um dos maiores rios do Brasil, único genuinamente brasileiro, que banha 521 municípios, atravessa cinco estados, tem quase 3 mil km de extensão. 


Desde a década de 70 ele vem sendo invadido, atropelado, pelo desenvolvimentismo.  São nove hidrelétricas, a mais conhecida é a Paulo Afonso, que retiram da força de suas águas a energia para iluminar casas e prédios. A agricultura irrigada, o crescimento urbano e, mais recentemente, obras de transposição, têm colaborado para um definhamento do rio a olhos vistos.

Roberto Malvezzi, filósofo e integrante da Comissão Pastoral da Terra, também convidado a conversar na mesa de debates  ancorada pela jornalista Bianca Ramoneda, trouxe mais informações.

“O São Francisco é o rio brasileiro mais emblemático porque é o único que nasce no Sul e corre para o Norte. Ariano Suassuna já dizia: ‘Quando o Brasil quer se reencontrar ele precisa voltar ao Vale do São Francisco’. A mudança  violenta do São Francisco começou a acontecer  na década de 70. Hoje, no trecho de Sobradinho, o rio tem 800 metros cúbidos de água. Mas ali já teve 2.800 metros cúbicos. O Velho Chico é simbólico, as pessoas têm um trato pessoal com ele. Sua decadência é que nos deixa agoniados, nos deixa em estado de alerta. Gosto de usar a palavra suportabilidade em vez de sustentabilidade. E me pergunto: o que o São Francisco não suporta?”, disse Malvezzi.

As obras de transposição do rio, que consistem em fazer com que as águas do São Francisco cheguem a outros municípios, dividiam opiniões dos especialistas e moradores do São Francisco convidados a palestrarem no workshop. Noves fora? Quase todos acreditam que antes de dividir o que já está pouco, seria  preciso revitalizar o rio. E é possível, ainda, dar vida ao Velho Chico?

Da Conservação Internacional (CI), organização ambiental que dará colaboração técnica para a equipe da novela, Rodrigo Medeiros engrossa o coro dos que acreditam ser viável uma transição na sociedade no sentido de se buscar um equilíbrio, ao menos, entre preservação da natureza e prosperidade. É a primeira vez que a Rede Globo faz parceria com esta instituição: “Trata-se de uma colaboração para ampliar o alcance da discussão sobre sustentabilidade presente na trama”, avalia a diretora de Responsabilidade Social da emissora, Beatriz Azeredo.

Ponto alto do encontro, para mim, foi a apresentação de Ozaneide dos Santos, presidente da Associação de Produtores Orgânicos do Vale do São Francisco. Bom demais ouvir o relato, num sotaque tão próprio, sobre como a agroecologia vem mudando a vida das mulheres no semiárido brasileiro. Como o termo ainda é quase desconhecido, sobretudo de uma audiência tão jovem, Ozaneide foi oportuna ao dedicar um quadro da apresentação que levara, num PowerPoint, só para explicar a diferença entre agroecologia e agricultura orgânica:

“Agroecologia pensa em tudo que envolve a comunidade, não é só plantar sem agrotóxicos”, disse ela. E eu ali, torcendo para que aquela meninada da plateia estivesse bem atenta e saísse mais curiosa ainda.

Ozaneide explicou mais: sua associação é formada por pouco mais de 500 pessoas, a maioria mulheres e, dessas, 32 que não sabiam escrever. Além de plantar, colher, beneficiar frutas e comercializar os produtos, inclusive artesanato, elas também tinham um espaço no dia reservado para aprenderem a ler e escrever. Conseguiram. É disso que se trata.

“A agroecologia, como modelo de produção, é entendida como um processo social dinâmico, localmente referenciado, adaptado aos valores culturais, históricos e aos modos de vida dos diferentes grupos sociais, étnicos e/ou raciais. Não se trata, portanto, de uma nova onda associada ao movimento ambientalista, mas de um novo enfoque para o desenvolvimento rural sustentável em todas as suas dimensões”, segundo o livro “Agroecologia, um novo caminho para a extensão rural sustentável” (Ed. Garamond que pesquei aqui na minha estante.

Ozaneide foi aplaudida pela plateia em pé  quando terminou sua apresentação com uma frase de um anônimo que diz o seguinte: “Se a mulher e o homem do campo não plantam, a cidade não janta”.

“Velho Chico” tem estreia prevista para a próxima segunda-feira. Entre tramas de amor, traições e reencontros que carregam todas as novelas, ela vai contar a história de um rio brasileiro que pede socorro.

E assim, o Velho Chico real tem merecido, no fim das contas, mais atenção das câmeras do que dos governantes. Em “5X Chico – O Velho e sua Gente”  , o longa documentário dirigido por cinco diretores que estreou ano passado, as privações dos ribeirinhos também são tema constante.  
Crédito da foto: Globo/Renato Wrobel

Estados Unidos e China anunciam que vão assinar Acordo de Paris para baixar emissões. O que isto significa?

 04/04/2016, às 20:47,


Presidentes dos EUA, Barack Obama, e da China, Xi Jinping, em Pequim.

 

Vai ser no próximo dia 22 o início da assinatura dos países que ajudaram a bater o martelo do Acordo Climático em Paris, no fim do ano passado, para baixar as emissões de carbono e, assim, tentar conter o aquecimento a um limite de 1,5 grau Celsius até o fim do século. 

E, numa espécie de recado para os demais países, Estados Unidos e China, que juntos emitem 40% de gases poluentes de todo o planeta, já fizeram um anúncio oficial, no fim da semana passada, afirmando que serão os primeiros a assinar. O anúncio, que corrobora o pacto feito pelos dois países em novembro de 2014 e reanunciado em setembro de 2015, foi recebido com euforia por Ban Ki-Moon, secretário das Nações Unidas.

“O Secretário Ban Ki-Moon congratula os dois líderes e incita os demais a aderirem ao Acordo a partir do dia 22, quando será aberto para as assinaturas. É preciso isso para que o Acordo de Paris possa entrar em vigor o mais cedo possível”, escreveu Ban no site da ONU.

Vale lembrar que o Acordo pode entrar em vigor desde que tenha a confirmação de pelo menos 55 países, que respondam por 55% das emissões mundiais de Gases do Efeito Estufa.

No site da Casa Branca , o texto sobre o anúncio da assinatura do Acordo convida os outros líderes a juntarem-se aos dois para “promover a plena implementação do Acordo de Paris e vencer a luta  contra a ameaça climática”. E traça algumas linhas sobre medidas que podem ser tomadas a fim de, efetivamente, e para além de uma assinatura e de um encorajamento de outros presidentes, fazer baixar as emissões. 


Entre elas, está o compromisso de colocar o tema na pauta da reunião do G20 (grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia)  que, este ano, vai acontecer na China em setembro.

Os dois presidentes dos países mais poluentes do mundo pretendem também ampliar a cooperação bilateral em grupos de trabalho como o US-China Climate Change Working Group, criado em 2013, quando o secretário John Kerry visitou o país. O foco de China e Estados Unidos é tentar diminuir a pegada de carbono usando fontes de energia mais limpas. Os norte-americanos ainda são petróleo dependentes, embora tenha uma promessa de investir em eólicas a ponto de torná-la a principal fonte energética até 2050. Já a China possui uma das maiores reservas de  carvão do mundo, e usa o mineral para fornecer cerca de 70% de sua energia nacional. No pacto com os Estados Unidos, ela se comprometeu a começar a mexer nisso a partir de 2020.

Mas um estudo encomendado pelo Sierra Club e pelo Greenpeace internacional, publicado na quarta-feira (30) revelou que vai ser preciso, de fato, um grande esforço internacional para diminuir as emissões de carbono. Já houve diminuição do consumo real de carvão em 2015 no mundo, mostram os dados. No entanto, há 1.500 usinas de carvão que estão ou em fase de construção ou ainda em fase de planejamento. Isso, é óbvio, não demonstra proatividade no sentido de se baixar a poluição provocada com o uso desse combustível.

O governo chinês, segundo o relatório, se preocupou com esses números e fez uma mudança no processo de licenciamento. Determinou, entre outras coisas, que 15 províncias travassem o início de novas construções de usinas.

Apesar da queda de geração de energia a partir do carvão, ainda segundo o estudo, o setor de energia global acrescentou pelo menos 84 gigawatts de capacidade energética usando esta fonte, ou seja, 25% a mais do que no ano de 2014.

Um dado assustador do relatório mostra que a poluição do ar pelo uso do carvão causa cerca de 800 mil mortes prematuras por ano e, se tais usinas pré-planejadas realmente entrarem em ação, a este número seria possível acrescentar outros 130 mil. E mais: a indústria de energia tem planos de gastar US$ 981 bilhões  em novas usinas. Este investimento poderia fornecer energia para 1,2 bilhão de pessoas  que hoje não têm acesso a nenhuma fonte, bem como aumentar em 39% a quantidade de energia solar e eólica hoje usadas no mundo.

O Brasil, ainda segundo os dados do relatório, tinha 350 usinas de carvão em 2010, construiu mais 365 em 2012; 1090 em 2013, o que o fez terminar 2015 com um número estimado de 1.805 dessas usinas operando atualmente. Mas o governo brasileiro cancelou a instalação de 2.100.  Para se ter uma ideia de outros padrões, a China, que é o país que mais tem usinas de carvão do mundo, construiu  mais de 297 mil no período de 2010 a 2015.

Segundo outro estudo publicado no site Climatehome, para se alcançar a meta do Acordo de Paris, nenhum país do mundo poderia permitir a construção de uma única usina a carvão sequer depois de 2017. Cameron Hepburn, um dos responsáveis por este relatório, chama a atenção para o fato de que os políticos e formadores de opinião ainda estão pensando que a questão das mudanças climáticas é algo que se vai enfrentar no futuro.  Não é. Cientistas da Nasa publicaram no dia 29 de março o resultado de uma pesquisa mostrando que o gelo do Mar Ártico caiu este ano para seu menor grau em toda a história. E as temperaturas aumentarem de 2 a 6 graus em todas as regiões.
 
Além disso, hoje, somente hoje, uma rápida pesquisa pelos sites já revela uma drástica consequência das mudanças climáticas. No Paquistão, ao menos 55 pessoas morreram e milhares ficaram afetadas pelas inundações e deslizamentos de terra causadas por um temporal “anormalmente intenso”.  Quando o tema é clima, o inesperado se tornou óbvio. E, isso, com toda a tecnologia de que se dispõe.

Aqui no Brasil, segundo a Coalização Brasil – grupo composto por mais de 120 empresas, associações empresariais, centros de pesquisa e organizações da sociedade civil – o reflorestamento e a restauração de 12 milhões de hectares são metas que se precisa atingir para cumprir o que a presidente Dilma Roussef prometeu durante a COP-21 : reduzir em 43% as emissões em comparação aos níveis de 2005.  Para isso, um dos processos que está sendo tocado é o mapeamento de propriedades rurais, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que deve ser feito até dia 5 de maio se não tiver prorrogação.

A questão é que um Acordo como o que China e Estados Unidos vão assinar no dia 22, se levado a sério, pode mudar muita coisa. E vai precisar de comprometimento de todo mundo, de políticos a cidadãos comuns, academia, organizações civis.  Mas no Brasil, do jeito que as coisas andam, vai ficar difícil tentar puxar este tema sem correr o risco de parecer fora do contexto...  E vida que segue.

Rio São Francisco divide interesses e o clima acentua os conflitos

 03/04/2016 08h30


O rio de todos os brasileiros tem água para todos que precisam dele? A transposição da água para os sertões é só o último capítulo de uma longa história.

Alberto GasparOrocó - PE
 Na última reportagem da série sobre o São Francisco você vai conhecer a parte do rio, abaixo de Petrolina e Juazeiro, até a foz. Nossa equipe rodou e navegou mais de 3.500 quilômetros, em cinco estados, para mostrar o mais belo trecho do Velho Chico.


É também um dos mais discutidos pela exploração intensa e cada vez maior. A transposição da água para os sertões é só o último capítulo de uma longa história.


O São Francisco que se vê, logo abaixo da barragem de Sobradinho, tem um caprichoso bordado, um emaranhado de ilhas. Ali, religiosos foram linha de frente, no início da colonização portuguesa.


No município pernambucano de Orocó, tanto a capela de São Miguel, como a igreja que dá nome à ilha de São Felix, são de muitos séculos. A igreja sofreu várias reformas, mas conserva parte da estrutura original, de pedras do rio.

O santuário é protegido e cultuado pelos agricultores e pescadores que vivem ao redor. Depois dos primeiros exploradores, a ocupação da região se consolidou com a criação de gado.


Houve um momento em que o São Francisco chegou a ser chamado de rio dos currais. Séculos atrás, eram centenas e centenas, ocupando as margens. E que também penetraram pelos sertões. Dando origem àquela que ficou conhecida como a civilização do couro.


Ela forjou a mais clássica imagem do nordestino: a do vaqueiro. A partir do chapéu, couro é proteção para a correria no meio da catinga e orgulho de gente como Zé Luiz e Josenei, amigos de infância e de lida, há mais de 50 anos. “A gente se sente corajoso. No sertão, vaqueiro não estando encourado, não é vaqueiro”.

A região de Curaçá, na margem baiana do São Francisco, já foi grande centro de criação de bovinos, que perderam espaço para bodes e ovelhas, mais resistentes, fáceis de criar. Ninguém precisa de vaqueiro a cavalo para ir atrás de animal fugido.


As chuvas do início do ano, que trouxeram os tons verde, são cada vez mais raras, assim como as cabeças de gado. “Tinha fazendeiro que tinha 300, hoje tem cinco. Outros, nenhuma. Esmoreceram com a seca, não querem trabalhar. Perderam a fé, acham que o mundo vai acabar... Mas enquanto eu for vivo, não paro”, diz um criador.


Perto dalí, o vaqueiro Deró é outro que insiste com o gado. A propriedade tem até vaqueiro novinho em folha. Pedro, de 12 anos. Ele estuda, quer ser agrônomo, mas também veste a armadura, sob medida. Deró é policial militar aposentado. Passou a vida na cidade, mas diz que voltou pra ficar. “Vou esperar que chegue um ramal até aqui. A gente planta um capim, tem água doce pra beber, tomar banho”, diz Deroaldo Rodrigues de Carvalho, vaqueiro.


Quem não quer que o rio chegue próximos às suas casas? Ideia antiga é a transposição do São Francisco, que vai saindo papel. Um megaprojeto, ao custo de oito bilhões de reais, com quase 500 quilômetros de canais cortando sertões de três estados.


A água captada em pontos como o de Cabrobó, vai correr quase sempre por gravidade, mas também terá que subir, em etapas, até 300 metros, puxada por estações elevatórias. Rodamos mais de cem quilômetros seguindo o chamado eixo norte do sistema.


Ao longo do canal, são construídas várias barragens, para formar reservatórios. O que vai existir no município de Jati, no Ceará, vai ocupar toda uma área que está desmatada. Ao todo, 27 bilhões de litros de água. E este é um dos menores reservatórios. Existem outros com dez vezes essa capacidade. A partir de lá, o canal segue por mais 160 quilômetros, até Cajazeiras, na Paraíba. E a partir de lá a água ainda vai poder chegar ao Rio Grande do Norte.


Com mais de 80% das obras concluídas, o sistema está em fase de testes. Já se vê água, mas ela ainda não corre. O vento é que dá a impressão de movimento.


Mas os canais já mexeram com a vida de muita gente. Foi preciso remover e reassentar centenas de famílias em vilas ocupada há menos de um ano. Todos terão direito a cinco hectares de terra para produzir, sendo pelo menos um com irrigação, fora a área das moradias.

As casas básicas têm uma varandinha na frente. Entrando na casa, uma sala, três dormitórios, banheiro e cozinha. Ao fundo, um terreno de 50 por 100, cinco mil metros quadrados. O pessoal pode até ampliar a casa.


Cícero, que tem quatro filhos, está pensando nisso, mas por enquanto só plantou no local. “Tem milho, cana, macaxeira, melão, jerimum. Ovelha e galinha. Logo quando eu saí de lá, tava meio apavorado. Vou perder tudo... Vendi tudo... Mas aqui eu vi que posso começar tudo outra vez”, conta Cícero Joaquim Taveira, agricultor.


Mas e quem ficou onde estava e viu a vida mudar, de repente? Em um povoado, onde vivem 45 famílias, a pouco mais de um quilômetro do canal, o povo diz que o desmatamento eliminou áreas de plantio e de catinga, pra criar animais soltos. Caminhos foram bloqueados os bichos se perderam...


O andamento da obra às vezes gera dúvidas, como uma ponte interrompida, por exemplo. A própria circulação de estranhos assusta quem vivia isolado. No entanto, os moradores também enxergam o lado bom, dos empregos que foram criados e a esperança de ter água na torneira e não trazida por caminhão pipa, é enorme. “Nossa dificuldade, desde sempre, é a agua. Se a gente tiver acesso a essa água, todos os transtornos que a gente teve, será superado”, diz Ivanice Francisca da Silva, agricultora.

A previsão do governo é terminar a obra até o fim do ano. “A água deve chegar ao Ceará no último trimestre de 2016 e no estado da Paraíba e no Rio Grande do Norte no primeiro trimestre de 2017”, declara Osvaldo Garcia, secretário de Infraestrutura Hídrica - Ministério da Integração Nacional.

A distribuição da água vai depender de outras obras de governos estaduais e municipais. Além de servir para consumo humano e de animais, diretamente, a água do São Francisco pode tornar perenes cursos d'água intermitentes, que desaparecem na seca. Exemplos não faltam, como o que acontece com o chamado Riacho do Navio.

O Riacho do Navio depende de duas barragens. Uma delas, a do Juá, que está em mau estado, precisando de reforma urgente. O lago, que já teve água até onde a vista alcança, está baixo. A vizinhança quer a água do São Francisco, mas tem medo do que ela pode causar. E pensar que a inauguração da barragem, em 1982, teve show até do próprio Luiz Gonzaga...

A segunda parte da reportagem segue nesse ritmo. Música, história, turismo, produção de energia, agricultura... E uma questão fundamental: o Velho Chico, vítima de tantas agressões, tem água para todo mundo?