domingo, 1 de maio de 2016

Desmatamento para plantio de soja contribui para inundações na América do Sul




O El Niño não explica por si só as enchentes que deixaram mais de 160.000 desabrigados no Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai 

 Alejandro Rebossio

O fenômeno do El Niño trouxe mais chuvas que o habitual ao sul da América Latina, mas por si só não explica as enchentes que deixaram mais de 160.000 desabrigados no Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai. A mudança climática torna mais extremo o fenômeno que causou o transbordamento nos rios Paraguai, Paraná e Uruguai, entre outros, mas há mais razões por trás.
O presidente argentino, Mauricio Macri, observa os bairros alagados na cidade de Concórdia. EFE
Diversos especialistas atribuem a gravidade das inundações ao desmatamento ocorrido nos últimos anos no Paraguai, sul do Brasil e norte da Argentina para o cultivo de soja transgênica. O ouro verde geneticamente modificado oferecia alta rentabilidade durante os anos de bonança das matérias-primas, entre 2002 e 2014, além de suportar as elevadas temperaturas da região, antes coberta de matas nativas.


“O aumento das precipitações e a significativa perda de cobertura florestal na Argentina, Brasil e Paraguai, que figuram entre os 10 países com maior desmatamento no mundo, não permitiu a absorção natural da água”, alertou o Greenpeace em um documento.


O coordenador da campanha de florestas dessa organização ambientalista na Argentina, Hernán Giardini, explica: “Além de concentrar uma biodiversidade considerável, as matas e selvas desempenham um papel fundamental na regulação climática, na preservação das nascentes e cursos d’água e na conservação dos solos. São nossa esponja natural e nosso guarda-chuva protetor. Quando perdemos matas nos tornamos mais vulneráveis às chuvas intensas e corremos sérios riscos de inundações”.


Só restam 7% da superfície original de matas da Mata Paranaense ou Missionária, atravessada pelos rios o Uruguai, Paraná e Iguazú, segundo o Greenpeace. “No Paraguai e no Brasil foi praticamente destruída, a maior parte remanescente se encontra na Argentina”, acrescenta a organização ambientalista.

Efeitos do El Niño

“O El Niño é um fenômeno cíclico, faz parte da natureza, mas seus efeitos podem ser agravados pelo desmatamento”, opina Benjamín Grassi, professor de meteorologia da Universidade Nacional de Assunção. “O desmatamento retira a proteção do solo. O tipo de precipitação que temos é torrencial, e muita água em pouco tempo afeta muito um solo nu, porque permite que a água escorra facilmente e danifique estradas, cultivos”, acrescenta Grassi.


Na Argentina, as inundações atingem a região limítrofe com o Paraguai, Brasil e Uruguai, mas também a província central de Córdoba, onde se reiteram as recriminações à soja. “A problemática não está necessariamente vinculada à precipitação pluvial, mas à ascensão dos lençóis freáticos”, afirma o ministro de Água e Ambiente de Córdoba, Fabián López.


“Como consequência de diversas políticas agropecuárias, os cultivos de inverno deixaram de ser desenvolvidos, semeou-se menos milho, trigo e alfafa, e mais soja. Isso gerou um desequilíbrio hídrico, nos últimos anos o lençol freático subiu significativamente e está a poucos centímetros do solo”, descreveu o ministro López. Nesses países que produzem metade da soja de todo o mundo, a oleaginosa não trouxe só bonança.

Brasil: muito mais flora em risco de extinção do que se pensava


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Imagem da Amazônia brasileira. EFE
O Brasil, país mais verde da América Latina, enfrenta o paradoxo de ter muito mais flora em risco de extinção do que se havia calculado originalmente, com consequências potencialmente devastadoras para seu meio ambiente e sua sociedade.


Um novo estudo revela que há 2.118 espécies de plantas em vias de desaparecer no Brasil, um número cinco vezes superior à previsão oficial atual, segundo os especialistas. “Ainda precisamos conhecer o risco de extinção de 100% das 43.000 espécies da flora brasileira, mas pelo menos já temos um começo”, afirma o biólogo Gustavo Martinelli, coordenador do Livro Vermelho da Flora do Brasil (2013), que acaba de ganhar o prestigiado prêmio Jabuti de literatura.

O ritmo de extinção das espécies é muito mais rápido do que o da ciência para descobrir novas


O que significa essa descoberta para a sociedade? Martinelli responde em termos práticos: “Todas as espécies em risco de extinção trazem uma consequência econômica e social”, diz. A obra é um esforço importante para quantificar a riqueza vegetal do Brasil e o prêmio é um reconhecimento sem precedentes à pesquisa científica na área da preservação ambiental. O estudo também descreve plantas e árvores utilizadas para a fabricação de móveis, medicamentos, cosméticos e outros produtos industriais, ou simplesmente para decoração.

Extinção mais rápida que a ciência

O problema, não só do Brasil, mas de todo o mundo, é que o ritmo da extinção das espécies é muito mais rápido do que o da ciência para identificar e descobrir novas espécies. Especialistas calculam que ainda se desconhece entre 10% e 20% das angiospermas (plantas com flores e frutos). Em contraste, a taxa de extinção é atualmente 1.000 vezes maior do que o nível registrado historicamente, dizem os autores do livro.


Além disso, até 2012 apenas 14.500 espécies globais tinham sido incluídas na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). Parcialmente financiado pelo Banco Mundial e pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), o livro brasileiro abrange quatro anos de estudos e analisa 4.619 espécies, cerca de 10% das plantas nativas.


Parece pouco, mas não é. Principalmente se for levado em conta o fato de que há muito tempo não se fazia uma pesquisa tão extensa sobre a vegetação do país. A publicação mais semelhante que existia antes era Flora Brasiliensis, impressa em 1906.
A tecnologia tem um papel importante na recuperação das espécies mais atingidas

Brasil sem brasil

Uma das espécies que preocupa os especialistas é justamente aquela que deu nome ao Brasil. Utilizada por colonos portugueses para a fabricação de corantes e violinos, a madeira do pau-brasil está ameaçada há muito tempo pela destruição da Mata Atlântica, um dos sistemas com mais biodiversidade do país.


E que outras atividades acabam com a flora? Essencialmente, as práticas insustentáveis na agricultura e na construção (principalmente projetos de infraestrutura), assim como os incêndios provocados pelo homem. Juntos, esses fatores representam quase 88% das ameaças registradas no livro. Mas, segundo Martinelli, calcular os números e os riscos é só o primeiro passo. A próxima etapa é planejar as ações mais urgentes para salvar os biomas e as espécies. Nesse sentido, está prevista para dezembro a publicação de um mapa de áreas prioritárias para a preservação da flora ameaçada.


Agricultura, construção e incêndios representam quase 88% das ameaças registradas

Liderança ambiental

Há algumas semanas, a Estação Ecológica Maués, no sul da Amazônia, foi transformada em área de conservação. Depois de anos de debate, a região – que abriga primatas e 600 espécies de aves – só pode ser explorada para mineração dentro de áreas e critérios aprovados pelo governo federal.


“As áreas protegidas têm um papel fundamental no cuidado da flora e da fauna. Elas são a base de uma estratégia para a preservação das espécies para as futuras gerações”, diz Adriana Moreira, que lidera o trabalho do Banco Mundial sobre biodiversidade no Brasil.


A flora também pode ser cuidada fora das áreas de preservação, e a tecnologia tem um papel importante na recuperação das espécies mais atingidas. Hoje é possível, por exemplo, guardar sementes durante anos ou cultivar plantas em jardins botânicos até que seu habitat seja recuperado. Apesar disso, esses trabalhos necessitam financiamento constante, o que nem sempre os pesquisadores da área conseguem.


Na floresta ou na cidade, o Brasil precisa preservar melhor suas próprias espécies. O maior país da América Latina é um dos que assinou a Convenção da Diversidade Biológica e as Metas de Aichi (2011), que obriga as nações signatárias a evitar a extinção de espécies ameaçadas.


Os signatários também se comprometem a preservar e manejar melhor sua biodiversidade.


“O Brasil deve ter um papel de liderança nesse trabalho, precisamente por ser muito diverso”, conclui Martinelli. “Espero que o estudo das espécies em risco ajude o país a pensar em padrão de desenvolvimento mais equilibrado”.

As maiores árvores do planeta estão desaparecendo

El País

Desmatamento e mudança climática estão acabando com os exemplares mais antigos de sequoias, eucaliptos gigantes e baobás


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Algumas das maiores e mais velhas árvores do mundo já estavam no planeta quando a maior parte dos humanos vivia literalmente na Idade da Pedra. Mas um conjunto de ações humanas, como o corte, a degradação de ecossistemas e agora a mudança climática está acabando com os exemplares mais antigos de sequoias, eucaliptos de 100 metros e árvores tão mágicas como o baobá. O pior é que já não existem as condições para que as plantas mais jovens alcancem a altura e a idade de suas antecessoras.
Apesar de existirem muitas espécies de árvores milenares, somente poucas crescem durante séculos até alcançarem os 50, os 100 e até os 115 metros superados por alguns exemplares de sequoia vermelha. Não existe uma categoria bem definida do que os botânicos chamam de LOT, Large Old Trees (Grandes e Velhas Árvores, em inglês). Também não foram fixadas altura e envergadura mínimas para determinar o que é uma árvore grande. Um dado objetivo é o papel central que desempenham em seu ecossistema. E um dado subjetivo é a imponência que inspiram aos humanos.


De modo que recebem a denominação de LOT as duas espécies de sequoia que crescem na costa oeste dos Estados Unidos; o eucalipto da montanha (Eucalyptus regnans) que cresce durante 400 anos até os 100 metros ou mais; e o Petersianthus quadrialatus, uma espécie de árvore rosa que cresce nas Filipinas. Mas também são árvores grandes e velhas os abetos de mais de 50 metros que existem no velhíssimo bosque de Bialowieza (Polônia) e o baobá africano que em algumas espécies chega aos 30 metros de altura e mais de 10 de circunferência. Quase todas elas estão em declínio.


Com exceção de algumas espécies europeias, todas as grandes árvores do planeta estão em declínio


Um estudo publicado em 2013 dava poucas décadas a duas das espécies de baobá presentes em Madagascar. No Parque Nacional de Yosemite (Califórnia, EUA), lar das sequoias e outros gigantes como o pinheiro real americano, que pode alcançar os 70 metros de altura, outra pesquisa mostrou em 2009 que a densidade por hectare dessas grandes árvores se reduziu em 25% desde os anos 30 do século passado. Enquanto isso, a maior árvore floral do mundo, o eucalipto de montanha australiano, passará das 5,1 árvores por hectare que possuía no começo do século a somente 0,7 em 2070.


“O declínio se acelerou em muitos ecossistemas”, diz o ecologista da Universidade Nacional da Austrália, David Lindenmayer. O pesquisador, especializado em grandes árvores, lembra que essas espécies são particularmente suscetíveis às secas, mas também sofreram e ainda sofrem um desmatamento insustentável em muitas áreas. “Em alguns ecossistemas do norte da Europa, ocorreu um aumento, mas partiram de populações muito reduzidas”, acrescenta.


A nova ameaça é o aquecimento global. “A mudança climática leva as condições climáticas a níveis fora da categoria normal do nicho ideal para o crescimento e desenvolvimento da árvore”, explica Lindenmayer. “Por exemplo, a redução das chuvas no sudeste e sudoeste da Austrália fará com que essas grandes e velhas árvores não voltem a alcançar a altura e tamanho que costumavam ter. Em outros casos, as condições da primeira germinação há 500 anos são tão diferentes das atuais que não voltarão a germinar nas mesmas áreas onde agora crescem”, acrescenta.
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Ao menos duas espécies de baobabs que crescem em Madagascar desaparecerão antes de acabar no século.
O declínio das LOT pode causar efeitos em cadeia. As árvores mais velhas dessas espécies realizam funções fundamentais em seus ecossistemas que os exemplares mais jovens não podem exercer. Os ocos e curvas do eucalipto da montanha são o ambiente no qual nascem, crescem e morrem por volta de 40 espécies de vertebrados, por exemplo. Com o desaparecimento dos baobás de Madagascar, muitas outras espécies vegetais e animais podem segui-los. O desmatamento, tanto de grandes como pequenas árvores, colocou em risco a sobrevivência de pelo menos 500 espécies de mamíferos, aves e anfíbios nesse século, segundo um estudo realizado pela BirdLife.


Mas a relevância dessas árvores quase eternas vai além da ecologia. Muitas delas realizaram missões sociais e até religiosas para as comunidades humanas que viveram sob elas. Em 2014, dois pesquisadores suecos publicaram um estudo sobre a relevância social e cultural das grandes e velhas árvores. Escreveram: “Acreditamos que o reconhecimento das LOT como parte da identidade humana e seu patrimônio cultural é essencial para abordar a questão de seu declínio em todo o planeta”.


Um dos autores do trabalho, a pesquisadora da Universidade de Uppsala, Malgorzata Blicharska, afirma que quase nada foi feito desde então para incluir as dimensões não ecológicas das grandes árvores nas políticas de gestão e conservação. Se essas medidas forem incorporadas explicitamente, “é possível melhorar a conservação das LOT”, diz.



Mas a tarefa não é simples. Atualmente, um grande corte de árvores centenárias, talvez milenares, é preparado em pleno coração da Europa, em Bialowieza, um dos últimos bosques originais que restam no continente. “Até mesmo esse Patrimônio da Humanidade está submetido à pressão, com os agricultores que querem cortar velhos exemplares de picea europeia [uma conífera] por conta de uma praga de escaravelhos da madeira, algo a que as comunidades científicas e conservacionistas locais e internacionais se opõem terminantemente”, diz o professor da Universidade Sueca de Ciências Agrárias, Grzegorz Mikusinski, coautor do artigo sobre as dimensões sociais e culturais das LOT.


Um dos maiores obstáculos para uma política de proteção eficaz é o diferente limite temporal de humanos e das grandes e velhas árvores. Pelo Dia da Terra, Lindenmayer e seu colega da Universidade James Cook (Austrália), Bill Laurence, publicaram na revista Trends in Ecology & Evolution uma série de medidas que já poderiam ser tomadas para salvar as LOT.


Mas, como diz Laurence: “Precisamos nos assegurar de que pensamos a longo prazo, para coincidir com a forma como essas árvores existiram durante milhares de anos”.

Virou lei na França: telhado verde e painel solar são obrigatórios em prédios comerciais

Ambiente


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Se esta ideia fosse plantada, todos nós viveríamos muito melhor.
Soluções sustentáveis para as cidades são mais do que nunca necessárias.
A concentração de pessoas, veículos, empresas, comércios e indústrias tornam as nossas cidades mais poluídas, e isso acarreta em menor qualidade de vida para todos nós.
Podemos contar nos dedos quais centros urbanos que ainda possuem ar puro para se respirar.


Quais cidades não passam pelo processo de corte de árvores? Quantas obras chamadas de “revitalização” estão destruindo a fauna e a flora local para dar lugar a empreendimentos?

Portanto, é para ficarmos felizes com uma noticia destas: Paris, a capital da França, adotou uma medida que pode ser um pequeno grão na mudança que precisamos.

Agora é Lei na cidade que os prédios comerciais tenham telhados verdes ou placas solares.

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Legal, né?

Os telhados verdes

Os telhados verdes são fabricados com plantas e ajudam a aumentar a umidade do ar, sendo um belo auxílio em cidades secas e sem verde.

Entre suas principais vantagens, destaca-se que os telhados verdes retêm a água das chuvas e filtram partículas suspensas no ar, como fuligem.
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Ainda servem como ótimas opções para se fazer uma horta orgânica, por exemplo. Há quem utiliza o telhado como horta para todo o prédio, aumentando a qualidade na alimentação de todos da vizinhança.


Além disso, eles ainda passam um ar de sofisticação e bem-estar às cidades. Imagine só se o telhado de cada prédio comercial no Brasil fosse repleto de arbustos, gramas e até plantações.

As placas solares

Já as placas solares funcionam como painéis que produzem energia através da absorção dos raios solares. Elas podem ser aplicadas em qualquer lugar e são muito baratas.
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O painel fotovoltaico é o mais comum, mas ainda pouco utilizado no Brasil. Ele converte energia solar em energia elétrica, e já vem representando uma grande economia e custo benefício para as empresas parisienses.


Existem outras formas de gerar energia solar, como, por exemplo, os aquecedores solares. Com painel ou a vácuo, este meio converte a energia do sol em energia térmica, aquecendo água para usos residenciais ou industriais.

O exemplo de Paris para o mundo

Pelo futuro de todo o planeta, seria importante que esta lei não ficasse apenas na França e se expandisse pelo mundo, chegando ao Brasil.
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Enquanto isso não acontece, você sabe que não precisa de uma lei para tentar ajudar a melhorar a sua cidade.


Se mora em prédios, pode facilmente ter uma horta hidropônica. Já se tem acesso ao pátio, por que não começar hoje mesmo uma pequena plantação?
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Ou então, se você é empresário, por que não seguir este modelo francês e começar a investir nos benefícios que uma cultura verde pode trazer ao seu negócio.
Regue esta ideia para ajudar o meio ambiente e a sociedade a colher os frutos de um futuro mais sustentável.
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Fonte: hypeness.com.br.

Operação Desmanche combate o tráfico de animais silvestres

Sexta, 29 Abril 2016

  Ascom

O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) realizou, nesta sexta-feira, 29 de abril, ação de fiscalização em residência de suspeito de traficar animais silvestres em Sobradinho. Esta ação faz parte da Operação Desmanche, planejada pela Gerência de Fiscalização de Fauna do Instituto e visa coibir o tráfico de passeriformes no Distrito Federal.


A denúncia é originária do IBAMA, porém o Setor de Inteligência da Gerência de Fiscalização de Fauna do IBRAM foi responsável pelo levantamento e organização da Operação durante os meses de março e abril deste ano.


Na residência do autuado foram encontrados diversos pássaros sem anilhas, alguns com anilhas suspeitas de adulteração e outros com anilhas cortadas chegando a um total de 53. Entre as espécies apreendidas estão: trinca-ferro, coleiro, canário-da-terra, galo-de-campina, azulão, patativa, bigodinho, encontro, entre outros.


Foram encontrados ainda dois jabutis e 47 equipamentos irregulares, dentre eles maletas para transporte de aves e arapucas. Os animais apreendidos foram encaminhados ao IBAMA.
“Além da criação de animais silvestres, sem autorização ambiental, ser crime, o comércio ilegal é um fator que agrava a prática de delitos contra a fauna brasileira”, explica o Auditor Fiscal de Controle Ambiental Diogo Dourado, Coordenador da Operação Desmanche.


No total, foram três Autos de Infração, sendo um deles por maus-tratos. Os Auditores Fiscais tiveram o apoio de policiais militares ambientais que juntos conduziram o autuado para a Delegacia Especializada em Meio Ambiente (DEMA– DF). 


Por trás de uma demarcação, a poderosa imagem dos índios isolados

Opinião


Ministério da Justiça declarou TI Kawahiva do Rio Pardo, para uso exclusivo de um povo em isolamento voluntário 
 
por Felipe Milanez publicado 28/04/2016 13h01
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O Ministério da Justiça publicou, em 20 de abril, a portaria declaratória da Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, no Mato Grosso, com 411 mil hectares, junto de várias outras terras que estavam na gaveta e começam a ser declaradas e homologadas pelo governo após a votação do golpe no Congresso.


Esta TI, ao contrário das outras, é para o usufruto exclusivo de um povo que vive em isolamento voluntário, pelo menos um grupo que fala a língua tupi Kawahiva. Pelo fato de os indígenas viverem em "isolamento" como uma estratégia de resistência, por muito tempo grileiros e madeireiros alegavam que eles seriam "inexistentes". Neste caso, uma imagem valeu mais do que mil ofensas racistas aos indígenas: o registro audiovisual feito pelo sertanista da Funai Jair Candor.


Em uma expedição coordenada por Candor, em julho de 2011, ele conseguiu filmar um grupo dos Kawahiva caminhando tranquilamente pela floresta, a poucos metros dele.
São possivelmente as imagens mais espetaculares registradas de um povo em isolamento, e podem ser vistas no site Youtube. 



Tais imagens deveriam ter tido divulgação imediata em razão da vulnerabilidade em que estes indígenas se encontram, entre outros fatores por estarem em Colniza (MT), um dos municípios mais violentos do Brasil, e serem sobreviventes de um genocídio pelos madeireiros da região. Entretanto, as imagens foram colocadas na gaveta por dois anos pelo coordenador da área da Funai, Carlos Travassos, que liberou as imagens, em 2013, para a TV Globo.


Com o trabalho de campo de sertanistas experientes como Candor, Rieli Franciscato e Altair Algayer, foi possível não apenas comprovar, por imagens, a existência dos indígenas, como identificar o território ocupado por esse grupo que vive em isolamento voluntário sem a necessidade de ter sido feito um contato. 



A antiga restrição de uso feita pela Funai, provisória, era de 116 mil hectares, e havia sido feita logo após a confirmação da existência dos indigenas, no início da década. Os dados coletados em diversas expedições dos sertanistas permitiram a revisão destes limites na elaboração do estudo da TI, com o tamanho atual que foi declarado pelo Ministério da Justiça


Esse trabalho de campo, fundamental na defesa dos direitos indígenas, liderado por sertanistas, também serviu para desmontar uma tese difamatória que surgiu nos corredores da Funai a partir de uma conturbada e criticada reforma do órgão feita em 2010: a tese de que há um "novo indigenismo" em oposição a um "velho sertanismo", que acabou por quase promover uma descontinuidade histórica das lutas em defesa dos direitos dos povos indígenas por parte dos servidores da fundação.
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Esse processo difamatório serviu para desqualificar o trabalho de servidores, promover processos administrativos a quem pensasse de forma diferente e crítica da gestão do momento, assédio moral de servidores, perseguições.


Especificamente na área de índios isolados, Carlos Travassos, atual coordenador da Coordenação Geral de Índios Isolados e de Contato Recente, era um dos agentes que vinha promovendo esses conflitos internos, conforme foi mostrado em reportagem publicada em novembro do ano passado na CartaCapital.


A gestão de Travassos, conforme declarou o sertanista Antenor Vaz ao site AmazôniaReal, "preferiu isolar-se das bases, apoiar a discussão em Brasília e fortalecer instituições não governamentais em busca de recursos financeiros externos (à Funai) sem a participação dos que trabalham em campo. Hoje existem ONGs, financiadas pelo BNDES para trabalhar com povos isolados."


Recentemente, Travassos apresentou um pedido de exoneração à presidência da Funai após uma crise no Vale do Javari, envolvendo indígenas Matis e isolados do povo Korubo, que resultou em "pelo menos" (a expressão é da Funai) 10 mortes, sendo oito de indígenas Korubo em isolamento.


O movimento indígena chegou a denunciar à ONU o coordenador da CGIIRC, e a Funai publicou uma famigerada "nota de repúdio" contra os indígenas.


No caso da TI Kawahiva do Rio Pardo, a notícia da demarcação é para se comemorar. Em meio à profunda crise política que o País atravessa, resta imaginar formas de resistência.
As imagens feitas por Jair Candor, cuja foto que ilustra esse texto é um frame do vídeo que ele registrou, são resultado de um profundo conhecimento da floresta, dos povos indígenas, e de uma dedicação extraordinária à defesa dos direitos dos povos indígenas.



No livro Memórias Sertanistas (Sesc, 2015, veja aqui), Candor relata com detalhes como foram feitas as imagens durante a expedição realizada em julho de 2011. Leia abaixo:
O encontro com os índios isolados, por Jair Candor


Quando começamos a encontrar os vestígios, montamos um acampamento e deixamos a nossa tralha. Mais leves, fomos mais rápido e achamos bastante tocaia, um tipo de espera, um esconderijo onde eles ficam imitando algum bicho para caçar. Achamos muita madeira derrubada por eles, sova, que é uma árvore frutífera, uma fruta muito boa. Aí, andamos mais um pouco e escutamos eles conversando em um tapiri, ali perto. Tinha dado uma chuva, e eles estavam parados conversando.


Eu levava um facão e um machado, deixei lá, em cima do toco, e falei para voltarmos para o nosso barraco. Deixamos o facão, o machado e fomos para o barraco.
No outro dia, pegamos a nossa tralha, desmontamos o acampamento. Eu falei: “Vamos subir beirando o Piranha. Se a gente tiver um encontro com eles, beleza. Se não tiver, vamos fazer um levantamento de informação e vamos embora”. E aí fomos. Passamos no tapiri − eles já não estavam mais no tapiri. O fogo estava aceso, estava toda a tralha deles lá. O machado e o facão que a gente deixou, eles tinham pegado.


Passamos pelo tapiri e andamos um bocado. Paramos num determinado ponto, que eu já nem acreditava que a gente ia encontrar mais eles. Porque a gente já tinha passado pelo tapiri. Falei: “Devem estar para trás”. Pouco depois a gente escutou eles vindo, conversando. Aí a gente não teve nem muito tempo assim, também, para se camuflar, se esconder e tal. Eu só falei para os meninos: “Vocês deitem no chão e vamos ficar calados. Ninguém reage, ninguém, não quero ninguém pegando arma, ninguém fazendo movimento brusco nenhum. Vamos ficar de boa”.


Liguei a câmera, os meninos se camuflaram um pouquinho. Aí foi passando. Passando, passando, passando. Passou oito, aí, na nona pessoa, o menininho que estava nas costas da mulher foi quem me viu. O menino falou com ela, ela entendeu. “Olha, mãe, tem branco me olhando.” Aí [ela] correu. Eu tentei gritar, chamei ela ainda, falando palavras na língua [dela], que éramos amigos. Ela parou lá, deu uma olhada. Respondeu [com um] resmungo e foi embora.


Registrei tudo isso. Filmei esse encontro, muito perto deles. Não temos mais o que provar que esses índios existem, que vivem nessa terra indígena, e que ela precisa ser demarcada. Eu, hoje, fico me perguntando: o que é que ainda falta para se demarcar a terra Kawahiva do Rio Pardo?

PRF e Ibama resgatam 870 animais silvestres na região de Euclides da Cunha

Objetivo da ação era coibir a criação ilegal e o tráfico de animais silvestres


Polícia Rodoviária Federal (PRF), em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) resgatou 870 animais silvestres que estavam em condições de maus tratos no município de Euclides da Cunha e cidades vizinhas, na região norte da Bahia. Intitulada de Operação Azul Cobalto, a ação aconteceu entre os dias 21 e 29 de abril.


Segundo informações da PRF, o objetivo da ação era coibir a criação ilegal e o tráfico de animais silvestres, promover ações de educação ambiental durante as fiscalizações, e apreender utensílios e apetrechos utilizados na criação ilegal, na caça predatória e no tráfico de animais silvestres.


Os animais resgatados passarão por uma avaliação de especialistas, sendo adotadas as medidas necessárias para cada caso, com objetivo de restabelecerem condições de serem reintegradas à natureza, com devido monitoramento.


Dentro da ação, a PRF destaca o resgate de um filhote de arara-azul-de-lear, com suspeita de ter sido atingido por disparo de arma de fogo. O animal precisou ser removido de para o CEMAFAUNA, em Petrolina, município de Pernambuco, onde foi submetido a avaliações e passa bem. A espécie está ameaçada de extinção pelo alto valor comercial na rede de tráfico de animais silvestres.



Da Redação VemVer Cidade  e com informações do G1 Bahia

Prêmio mundial de agricultura orgânica vai para brasileira de 92 anos


10/12/2015

Pioneira do movimento orgânico no Brasil, Ana Primavesi, austríaca naturalizada brasileira, foi escolhida pela contribuição aos movimentos agroecológicos na América Latina

Prêmio mundial de agricultura orgânica vai para brasileira de 92 anos
“O segredo da vida é o solo porque do solo dependem as plantas, a água, o clima e nossa vida. Tudo está interligado. Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio"
 
 
Depois de 65 anos na luta pela saúde dos solos, a engenheira agrônoma Ana Primavesi, 92, recebeu o One World Award 2015 – o principal título de agricultura orgânica mundial. Conferido pela International Federation of Organic Agriculture Movements (Ifoam), o prêmio honra ativistas cujo trabalho tenha impactado positivamente a vida de produtores rurais, sobretudo os mais desfavorecidos.


Ana dedicou a sua vida a ensinar como é possível aliar a produção de alimentos à conservação do meio ambiente, sem esquecer do pequeno produtor e de suas necessidades. “O segredo da vida é o solo porque do solo dependem as plantas, a água, o clima e nossa vida. Tudo está interligado. Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio e as plantas, nutridas”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.


Em sua trajetória de trabalho, Ana revolucionou a produção agrícola e contribuiu para uma conscientização de uma alimentação mais saudável. O livro Manejo Ecológico do Solo, escrito por ela, é considerado uma das bíblias da produção orgânica e leitura obrigatória nas faculdades de Agronomia do país. Ficou curioso para conhecer mais sobre ela? Assista ao documentário O Veneno Está Na Mesa, que conta com falas de Eduardo Galeano.

(Texto adaptado do site Jornal Já)

PEC 65/2012. Mais um golpe na nossa biodiversidade.VOTE NÃO!!


Nossa biodiversidade pede socorro!!!

Criamos esta página para unir esforços na luta contra a extinção de espécies.
Vimos como unidos podemos fazer pressão e impedir a aprovação de leis que prejudiquem o meio ambiente e favoreçam apenas interesses econômicos.
Agora temos outra batalha importante pela frente. Estamos à beira de um duro golpe na nossa biodiversidade.

Você já ouviu falar sobre a PEC 65/2012?

Ela foi proposta em 2012 pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e relatada atualmente pelo senador Blairo Maggi (PR-MT).

Esta PEC estabelece que, a partir da simples apresentação de um Estudo Impacto Ambiental (EIA) pelo empreendedor, nenhuma obra poderá mais ser suspensa ou cancelada. 
 
 
Na prática, isso significa que o processo de licenciamento ambiental, que analisa se um empreendimento é viável ou não a partir dos impactos socioambientais que pode gerar, deixa de existir.
 

Isso é um absurdo ou é um absurdo????
 

Em um documento de apenas três páginas, os parlamentares informam que “a proposta inova o ordenamento jurídico”, por não permitir “a suspensão de obra ou o seu cancelamento após a apresentação do estudo prévio de impacto ambiental (EIA), exceto por fatos supervenientes”. 
 
 
A mudança, sustentam os parlamentares “tem por objetivo garantir a celeridade e a economia de recursos em obras públicas sujeitas ao licenciamento
ambiental, ao impossibilitar a suspensão ou cancelamento de sua execução após a concessão da licença”.

Ou seja...uma vez mais "vale tudo pelo crescimento econômico", inclusive destruir o meio ambiente. 

Esta PEC 65/2012 ainda precisa passar por votação no Plenário do Senado. Se for aprovada, vai seguir para tramitação na Câmara e depois retornará ao Senado.
Por fim, seguirá à sanção presidencial.

É hora de luta!

Como voce pode ajudar?

De duas formas:

- A PEC está para consulta pública. Que tal entrar lá e votar um sonoro NÃO? Para votar é só acessar:

- Assine a petição contra esta PEC absurda:
http://bit.ly/24cgGIa

Ajudem a divulgar, precisamos mobilizar o maior número de pessoas possível!
Bora pra batalha?

Competição desigual e covarde.Cães versus fauna silvestre.

Geraldo Junior França added 2 new photos.

"Night and day" . Competição desigual no Parque Nacional de Brasília (DF). Ambas as fotografias registradas por camera-trap no mesmo local, em horários diferentes. A questão delicada da presença de cães e gatos domésticos ou ferais em áreas de proteção ambiental deve ser encarada de frente. 


O impacto sobretudo de cães - que, quando ferais, liberam o "lobo genético", formando matilhas que , para sobreviver, mutilam e caçam animais silvestres que já sofrem inúmeras ameaças causadas por nós - é difícil de mensurar mas deve ser colossal . 


O nativo lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), de hábitos solitários, não é páreo para uma matilha feral - mesmo que não haja ataque direto (que deve ocorrer muitas vezes) , a perda de presas, as doenças (desde doenças cutâneas como a sarna a viroses sistêmicas graves,como a raiva e a cinomose) e o estresse causado pela simples presença dos animais que não deveriam estar no local já condena o silvestre. 


Some-se a isso a perda de habitat, a caça promovida pela população humana, as queimadas anuais esperadas ... 


A posse responsável de pets - cães e gatos , que sobretudo no entorno de áreas de preservação deve ser promovida continuamente, não deixando os mesmos saírem do ambiente residencial e tendo as vacinações contra epizootias obrigatórias e fiscalizadas - é fundamental. 


Com certeza, muito maior dano à fauna que o "bode expiatório" da vez , o javali - acusado por caçadores profissionais ávidos por legalizar a atividade por aqui como o "exterminador" da fauna nativa. Créditos das fotografias: NEX - No Extintion / ICMBio Parque Nacional de  


Brasília.Com Fábio Hudson Souza Soares

Alunos do interior da Bahia criam foguete para espalhar sementes de árvores da Caatinga

Alunos do 7º ano da Escola Estadual Maria José de Lima Oliveira da cidade de Sobradinho que fica ao norte do estado da Bahia, criaram um foguete com o objetivo de tentar proteger árvores da caatinga que correm risco de entrar em extinção.


O foguete foi confeccionado com material reciclado (Garrafa Peti, Papelão, Cano PVC e revestido de papel alumínio) e ao ser lançado espalha sementes, para isso as alunos utilizaram a combinação de água e ar (Oxigênio e Hidrogênio).

Os alunos vão expor o Projeto na Feira Estadual de Ciência que ocorre essa semana na cidade de Salvador.