quinta-feira, 12 de maio de 2016

Ecologismo e antiespecismo: discrepância científica ou moral?

artigo de Roberto Naime

Publicado em maio 12, 2016 por



artigo

[EcoDebate] Catia Faria reflete sobre a existência de uma discrepância científica entre o ecologismo e o anti-especismo. Se pensa que somente a partir de uma posição ecologista é possível ter um ponto de vista informado de acordo com o que nos dizem as ciências naturais. Esta ideia assenta num erro.


É possível, manter, com o mesmo rigor científico, uma posição antiespecista que estenda a consideração moral a todos os animais não humanos.


É necessário, antes de mais, fazer uma distinção fundamental entre a ecologia e o ecologismo. A ecologia é uma ciência descritiva sobre as relações biológicas que se dão no seio dos ecossistemas.


O ecologismo, engloba posições morais sobre como deve ser a interação com o meio natural, dados valores que devem ser conservados.


Quem defende uma posição ecologista nem sempre considera os dados das ciências empíricas como a ecologia. A ciência da ecologia é um requisito necessário a toda a investigação racional.


Partindo da mesma base científica podemos usar para procurar fazer aquilo que é melhor para os animais.


A discrepância entre ambas posições ocorre no plano estritamente moral. De acordo com a posição antiespecista os interesses de todos os animais sencientes dão razões para atuar de forma a prevenir os danos que estes possam sofrer.


De acordo com a posição ecologista, pelo contrário, os interesses dos animais sencientes estão subordinados à preservação de outros valores, em particular, a evitar alterações significativas nos ecossistemas ou a conservar certas espécies.


Isto é assim porque para o ecologismo as entidades moralmente consideráveis não são os indivíduos sencientes, mas os ecossistemas e as espécies, no seu conjunto.


Em termos práticos, isto implicará que sempre que exista um conflito entre os interesses de indivíduos sencientes não humanos e a preservação dos referidos valores ecologistas. O anti-especismo e o ecologismo manterão posições irreconciliáveis.


Enquanto o anti-especismo se oporá a aquelas intervenções que suponham a morte e o sofrimento de todos aqueles animais que podem desfrutar das suas vidas sejam humanos ou não humanos.


Já o ecologismo estará disposto a defender. Sempre que isso promova a estabilidade dos ecossistemas e a conservação das espécies ou da biodiversidade e os indivíduos afetados não sejam seres humanos.


A posição ecologista acaba por sucumbir ao especismo. Recusando promover os valores ecologistas quando isso frustra os interesses em não sofrer e em viver dos seres humanos, mas admitindo fazê-lo quando se trata de interesses similares de não humanos.
De um ponto de vista antiespecista isto é inaceitável. Não existe nenhuma característica moralmente relevante que todos os humanos exibam e que nenhum não humano possua que permita estabelecer essa diferença.


Assim, a consideração desigual de interesses similares de humanos e não humanos é moralmente injustificada e qualquer posição que reflita isto, também será.


A preservação dos ecossistemas, das espécies ou da biodiversidade tem um valor instrumental para a diminuição do sofrimento na natureza. Isto está longe de ser adequado e correto.


Consideremos um caso célebre da chamada “espécie invasora” os patos-de-rabo-alçado americanos na Europa. Esta espécie, introduzida nos anos 60 pelo ser humano naquele continente, coexistem com os patos-de-rabo-alçado autóctones e desempenham funções ecológicas similares.


Contudo se recomendou a erradicação da espécie americana, como forma de impedir a hibridação com os europeus e conservar as características específicas dos europeus.
Neste caso, a preservação da biodiversidade não tem um valor instrumental para a vida dos animais, dado que muitos animais são prejudicados e parece não haverem benefícios relevantes pela intervenção. Alguém poderia afirmar que o pato-de-rabo-alçado europeu ocorre beneficiado.


No entanto, as espécies são entidades abstratas, insuscetíveis de ser beneficiadas ou prejudicadas em nenhum sentido para além do metafórico. Apenas os indivíduos sencientes, com a capacidade para sofrer e desfrutar, podem ser beneficiados ou prejudicados pelo que lhes acontece.


O que se pretende é conservar a biodiversidade como um valor em si mesmo, independentemente dos danos ou benefícios que de tal se derivem para as vidas dos animais.


As conseqüências que se derivariam de aceitar tal cenário para a consideração de cenários humanos são claramente inaceitáveis. Isto é, aceitar a erradicação de seres humanos com determinados características físicas de forma a evitar a miscigenação com os indivíduos autóctonos, preservando, assim, a pureza destes. Melhor que isto nem o nazismo imaginaria. Hitler se revira em sua tumba.

A analogia com o caso humano mostra o que é moralmente relevante quando não é a preservação das espécies ou dos ecossistemas o fator mais importante ao menos sob o aspecto moral.


O que é relevante são os interesses em não sofrer dos indivíduos sencientes e que podem ser frustrados quer pela ação humana quer por eventos naturais.


É, por este motivo, arbitrário intervir na natureza com fins ecologistas de formas que causam enorme dano a outros animais sencientes quando nunca o faríamos aos humanos. Do mesmo modo, é arbitrário intervir na natureza para ajudar a seres humanos, e se recusar a fazer quando os beneficiários são animais não humanos.

Se poderia argumentar que intervir na natureza de forma a beneficiar os animais que sofrem por causas naturais não poderia ser realizado, dadas as atuais limitações científicas do ser humano. Contudo, se houver reflexão se conclui que o mesmo raciocínio não ocorre quando estão em jogo interesses humanos.

É certo que não se dispõe atualmente do conhecimento científico necessário para erradicar doenças, que podem ser mortais para os seres humanos. No entanto, temos claro que se ocorressem tais meios, seriam usados para salvar vidas humanas.

A questão é que no momento em que seja possível atuar em beneficio dos animais não humanos que sofrem por motivos naturais não haveria razoes para recusar a fazer.
Dado o conhecimento científico atual, não se dispõe de meios para atender os interesses da maioria dos animais sencientes que vivem na natureza. Mas isso não significa que não se deva consiiderar os mesmos.

O que implica em se abster de todas as ações que, em vez de reduzir o sofrimento na natureza, incrementam este estado, como acontece com a erradicação das chamadas espécies invasoras.

É uma questão complexa e que merece reflexão. Espécies invasoras podem ser muito danosas a ecossistemas locais. É um debate que merece múltiplas abordagens para que se atinjam consensos reais.

Referência:
http://www.olharanimal.org/pensata-animal/autores/catia-faria/4932-ecologismo-e-antiespecismo-discrepancia-cientifica-ou-moral

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

in EcoDebate, 12/05/2016


"Ecologismo e antiespecismo: discrepância científica ou moral? artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/05/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/05/12/ecologismo-e-antiespecismo-discrepancia-cientifica-ou-moral-artigo-de-roberto-naime/.

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Florestas secundárias são esponjas de carbono



Era bem comum achar que as florestas secundárias, aquelas que nascem após o desmatamento, não seriam nunca iguais à mata virgem em questões de nutrição, biodiversidade e estocagem de carbono. Inclusive, na língua indígena, essas matas secundárias são conhecidas como ‘capoeiras’, que significa ‘ mato que não é mais’.


Porém, um consórcio internacional publicou um artigo na Nature dizendo que as florestas secundárias são grandes esponjas de carbono e que tem uma importância quase inestimável para a floresta.


O estudo concluiu que, em média, as capoeiras ou florestas secundárias demoram cerca de 66 anos para repor 90% da biomassa, ou estoque de carbono, que possuíam antes do desmatamento. Além disso, essas florestas secundárias sequestram 11 vezes mais carbono do que uma mata virgem da Floresta Amazônica.


Segundo o engenheiro florestal Daniel Piotto, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), este estudo é pioneiro sobre o tema. “Esta é a primeira estimativa da resiliência das florestas secundárias. Sempre houve muita dúvida sobre a taxa de crescimento e resiliência dessas florestas”. O estudo é liderado pelo holandês Lourens Poorter, da Universidade de Wagningen.

O estudo também mostra o quanto as capoeiras da América Latina são importantes para o ciclo de carbono e para o clima. Apenas na Amazônia, 22% de toda a área desmatada é ocupada por matas em processo de regeneração. Esse número pode ser ainda maior na região da Mata Atlântica, que conta com menos de 10% da sua cobertura vegetal atual.
Ima Vieira, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, comenta sobre a importância da pesquisa ter descoberto esses dados. Havia uma espécie de confusão com dados anteriores que mostravam que, para a recuperação de carbono, algumas florestas poderiam entrar em colapso ou que as florestas secundárias eram lentas demais para realizar esse processo.


“Meus estudos na Zona Bragantina, no leste do Pará, mostravam um tempo de recuperação [para a reposição do estoque de carbono pela floresta] de 150 anos; estudos feitos na Venezuela chegavam a 250 anos. A meta-análise [o novo estudo com novas técnicas e dados] apontam 66 anos”, comenta.

O artigo salienta que os dados anteriores não estão totalmente errados, há apenas uma variação gigantesca de tempo de regeneração dentro da zona neotropical, com capoeiras crescendo mais rápido em regiões com mais períodos chuvosos e com mais floresta virgem em volta. “De posse dessa taxa de crescimento, será possível fazer previsões sobre o potencial de mitigação [de emissões de gases de efeito estufa] das florestas secundárias”, finaliza Piotto.

Fonte: Portal da Fapeam

O sorriso das preguiças da Costa Rica


Na Costa Rica as preguiças órfãs têm uma nova oportunidade para regressar à natureza, com a ajuda do Instituto das Preguiças da Costa Rica.


Por Ana António
CostaRica sorriso preguicasFotos: Sam Trull/The Sloth Institute
Sam Trull, zoóloga especializada em conservação de primatas, foi para a Costa Rica trabalhar com macacos-aranha, mas rapidamente percebeu que as preguiças eram o animal endógeno que mais precisava de apoio. Foi para dar resposta aos problemas desses animais que em agosto de 2014 a conservacionista co-fundou o Instituto das Preguiças da Costa Rica.


O instituto tem como principal preocupação a criação e reintegração na natureza de preguiças órfãs, mas também aprofundar os conhecimentos que existem sobre os animais, assim como educar as populações no que respeita à sua conservação.


Sam Trull dedica-se a criar pessoalmente preguiças bebés que ficaram orfãs ou se perderam dos progenitores, e a devolvê-las ao selvagem depois de adultas. Explica, em entrevista ao Manhattan Book Review, que havia muito pouca informação sobre como fazer este trabalho com preguiças: "tem sido um desafio divertido descobrir como estimular os seus comportamentos selvagens instintivos, ao mesmo tempo que as mantemos felizes e saudáveis. Não são apenas montes de pêlo preguiçosos, são muito curiosas e ativas".


A morfologia e ecologia específicas das preguiças tornam-nas muito sensíveis à presença humana: como dependem de uma rede criada pelas copas das árvores para se deslocarem, basta o abate de uma árvore para interromper um percurso, obrigando os animais a descer ao chão, onde ficam muito vulneráveis a cães e outros animais e perigos.


Outra preocupação da conservacionista são as ideias erradas que existem na cultura popular sobre as preguiças: "as pessoas pensam que as preguiças são burras, e que lhes podemos gritar porque não se assustam", quando na verdade são animais muito sensíveis ao stress, que afeta facilmente o seu sistema imunitário.



"As pessoas partilham nas redes sociais vídeos de preguiças bebés a chamarem pelas progenitoras" porque acham piada, sem perceber que o animal está aterrorizado, e tiram fotografias com elas quando visitam os países em que existem preguiças, encorajando os locais a raptarem animais do estado selvagem para lucrar com isso. Para desmistificar estas e outras ideias, Sam Trull publicou recentemente o livro "Slothlove", onde conta a história de cinco preguiças que foram recuperadas no Instituto.


Quanto ao sorriso das preguiças, Sam Trull explica: "O "sorriso" é permanente", elas não possuem músculos faciais que lhes permitam mudar isso". Olhando para as fotos tiradas por Sam no Instituto das Preguiças da Costa Rica, estas preguiças também não teriam grande motivo para não sorrir.


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CostaRica sorriso preguicasSam Trull com uma das preguiças em recuperação no Instituto.
Fonte: TSF

Norte-americano viaja pelo País com seu amigo para não deixá-lo entediado em casa


11/05/16 12:30


A dupla faz viagens desde 2012.




Norte-americano viaja pelo País com seu amigo para não deixá-lo entediado em casa
Foto: Facebook / Loki the Wolfdog
 
 
Kelly Lund é um norte-americano que gosta de novas aventuras, que o tirem de sua zona de conforto. Durante uma tempestade de neve em 2012, ele encontrou Loki, um cão de raça mista (Husky e Malamute), e desde então a dupla embarca em aventuras pelos EUA.


O aventureiro conta que já teve experiência com outros cães de grande porte em sua família, mas sentiu que Loki era diferente. "Ao invés de ele entrar no meu mundo, eu senti como se tivesse que ouvir com atenção e entrar no mundo dele.", conta Kelly em seu website.


Em contato com o Mapa Veg, a equipe informou que a dupla viaja apenas pelos EUA, pois Kelly afirma que seria muito cruel colocar Loki em uma caixa pra viajarem de avião. Eles normalmente acampam em locais onde não existem regras com relação a animais não humanos. Por isso, preferem locais selvagens, e raramente ficam em centros de acampamento ou hotéis.

Pra conhecer mais sobre as aventuras de Kelly e Loki, você pode acessar o website e redes sociais da dupla:

Website
Página no Facebook
Instagram

Governo cria cinco UCs na Amazônia

Quinta, 12 Maio 2016 15:00



Arquivo MMA

As novas unidades de conservação ficam no sul do Amazonas. Também foi ampliada uma floresta nacional já existente na região.

LUCAS TOLENTINO
A Floresta Amazônica brasileira contará com mais 2,83 milhões de hectares em regime de conservação. Foram criados nesta quinta-feira (12/05) o Parque Nacional do Acari, as Florestas Nacionais do Aripuanã e de Urupadi e a Área de Proteção Ambiental e a Reserva Biológica Manicoré. Também foi ampliada a Floresta Nacional Amana. Todas elas ficam no Amazonas e, juntas, ocupam área maior do que estado de Alagoas.


As unidades de conservação foram estabelecidas a partir de estudos financiados pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Situadas ao sul do Amazonas, na bacia do Rio Madeira, as áreas têm enfrentado pressões e, agora, passarão a permitir o incremento da economia local baseado no manejo florestal sustentável. Parte delas também possibilitará o desenvolvimento do ecoturismo em razão das belezas naturais.


Com a maior área entre as novas unidades criadas, o Parque Nacional do Acari garantirá a proteção integral de 896 mil hectares de Floresta Amazônica. O objetivo é preservar o ecossistema, contribuir para a estabilidade ambiental e desenvolver atividades de recreação e educação em contato com a natureza local. A área registra a presença de espécies ameaçadas de extinção e tem fauna silvestre abundante, com mais de 150 espécies de mamíferos e mais de 600 de aves.


RIQUEZA BIOLÓGICA
Os estudos revelam que a região da Flona do Aripuanã apresenta extrema riqueza biológica e um consequente potencial científico. Nos últimos 10 anos, foram descobertas pelo menos três espécies de primatas e duas de aves. Além do desenvolvimento de pesquisas, a criação da Floresta Nacional garantirá a permanência de povos tradicionais, a manutenção dos recursos hídricos e da biodiversidade e o manejo sustentável.


Na mesma região, ao norte da BR-230, a Flona do Urupadi promoverá o uso sustentável dos recursos naturais. A criação da Floresta Nacional proporcionará maior segurança para a Estação Ecológica Alto Maués e contribuirá para a conservação de primatas que vivem na área. Esse conjunto de unidades de conservação das redondezas incrementará, ainda, a economia de base florestal na região.


AMPLIAÇÃO

Já existente, a Flona do Amana teve o acréscimo de 141 mil hectares. A ampliação permitirá a manutenção e proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade aliado ao manejo sustentável dos recursos madeireiros e não-madeireiros da região. Assim, será assegurada a conectividade dos ecossistema locais já que essa é uma área isolada em meio a um conjunto de unidades de conservação já existentes, o que representava um potencial foco de pressão.


Complementares, a Área de Proteção Ambiental (APA) Campos de Manicoré e a Reserva Biológica (Rebio) Manicoré protegerão a diversidade biológica da região. O ecossistema local é considerado frágil e não estava representado em qualquer unidade de conservação federal. Na APA, será disciplinado o processo de ocupação em acordo com a conservação ambiental. Já a Rebio possibilitar a proteção de parte dos rios Manicoré, Manicorezinho, Jatuarana e seus afluentes.

FICHA TÉCNICA
Confira os dados de cada unidade de conservação criada:
PARQUE NACIONAL DO ACARI
Municípios: Apuí, Novo Aripuanã e Borba
Área: 896 mil hectares

FLONA DO ARIPUANÃ
Municípios: Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã
Área: 751 mil hectares

FLONA DO URUPADI
Município: Maués
Área: 537 mil hectares

REBIO MANICORÉ
Municípios: Manicoré e Novo Aripuanã
Área: 359 mil hectares

APA CAMPOS DE MANICORÉ
Município: Manicoré (AM)
Área: 152 mil hectares

FLONA DO AMANA
Município: Maués (AM)
Acréscimo: 141 mil hectares

Confira a publicação no Diário Oficial da União:
Edição Extra - N. 89-A
Edição Ordinária - N. 90

Edição: Alethea Muniz
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1221

Painel solar transparente que poderá ser usado em janelas.




Pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan desenvolveram um novo tipo de painel solar quase completamente transparente. Ele aproveita a energia solar por meio de moléculas orgânicas, que brilham quando expostas à luz.

solar
Os painéis tradicionais captam a luz infravermelha pelas tiras fotovoltaicas sobre a placa. 


Mas a luz captada pelas bactérias é invisível a olho nu, e por isso os painéis ficam transparentes.


Tentativas anteriores de criar painéis solares translúcidos resultaram em produtos que mais parecia vitrais ou vidros fumê, pois necessitavam de sistemas fotovoltaicos embutidos.
Os novos painéis poderiam ser usados em janelas, por exemplo, tornando-se invisíveis sem interferir na decoração ou projeto arquitetônico.


A tecnologia é capaz de converter cerca de 1% da luz que passa através deles em energia, mas seus criadores pretendem aumentar esse número até 5%. O painel mais eficiente do mundo tem aproveitamento de 40%.


Entenda o que há por trás do acordo entre a Samarco e o Poder Público




Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

 

Em março deste ano, durante uma cerimônia restrita no Palácio do Planalto, tanto a Vale quanto a Samarco e BHP assinaram um acordo com os governos Federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo para recuperar as regiões que foram prejudicadas pelo rompimento da barragem de Fundão. Porém, trata-se de uma manipulação entre os poderes para evitar que o maior desastre ambiental do país pare nos tribunais.


Tal acordo entre as partes dependia, na época, de homologação e consulta por parte do Ministério Público Federal e dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Mas na noite da assinatura do acordo, 02 de março, o MPF publicou uma nota oficial repudiando o que havia sido estabelecido pelos poderes. Veja um trecho:
“A Força-Tarefa considera a legislação socioambiental brasileira avançada e afirma que o acordo, nos moldes como foi desenhado, além de não garantir a reparação integral do dano, não segue critério técnico. Também não observou os diretos à informação e de participação das populações atingidas e, com relação aos povos e comunidades tradicionais, o direito à consulta prévia, livre e informada.”
Além do MPF, pelo menos 174 organizações e movimentos sociais também emitiram uma nota pública questionando e repudiando o acordo traçado entre os governos e as empresas.

De forma manipuladora e pelos bastidores, o texto integral do acordo acabou não sendo disponibilizado para a sociedade. Porém, o Comitê em Defesa dos Territórios Frente à Mineração teve acesso ao texto na íntegra.

Clique aqui para ler o acordo.

 
 
 
 
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil




Pesquisadores do Grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (PoEMAS), além de membros do Comitê e dos professores Bruno Milanez e Raquel Giffoni Pinto fizeram considerações sobre o Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta firmado entre os governos e as mineradoras.

Nas considerações, quando se refere ao acordo e aos grupos que fizeram parte dele, o que mais “chama a atenção é a ausência de representantes das populações atingidas, que não tiveram oportunidade de participar na discussão do Acordo, muito menos de influenciar na definição dos termos em que ele se daria”.


O Comitê e demais observadores ainda apontam a ausência do Ministério Público Federal e os Ministérios Públicos dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo na assinatura do acordo.


Outro aspecto importante levantado foi a definição de impactados e o “Programa de Negociação Coordenada”. Segundo levantamento, o acordo apresenta uma série de restrições e exigências para que as pessoas sejam efetivamente reconhecidas como atingidas e, consequentemente, indenizadas.
“[…] o Acordo faz uma série de exigências burocráticas que dificilmente serão atendidas por pessoas que tiveram sua moradia destruída e consequentemente, poderam todos os documentos que possuíam. Embora seja feita uma ressalva para “casos excepcionais”, o acordo transfere à Fundação o poder de decidir se outras formas de comprovação serão aceitas ou não”.
Para ler a análise completa sobre o acordo, clique aqui.

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Ministério Público Federal calcula que o acordo deveria ser de R$155 bilhões

Antes mesmo do processo ter sido homologado, no final de abril deste ano, o MPF move uma ação civil pública segundo a qual o desastre deveria ser compensado por um valor oito vezes maior que o acordado, ou seja, R$155 bilhões. A Justiça Federal havia homologado no dia 5 de maio um acordo de apenas R$20 bilhões como compensação pelo desastre ambiental.
Em Defesa dos Territórios Frente a Mineração

 
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Segundo o post acima do Comitê, os R$155 bilhões que deveriam ser pagos serviria para o solucionamento dos “problemas em que o desastre ambiental se desdobrou”, conforme relata documento do MPF.

Veja um resumo:
  • R$27,464 milhões serviriam para a conclusão do processo de identificação e delimitação da Terra Indígena de Sete Salões, no município de Resplendor (MG) — trata-se de comunidades afetadas pela ruptura da barragem.
  • R$1,1 bilhão para recuperar ao menos 40 mil hectares de áreas de preservação permanente afetadas, além da recuperação de outras áreas ao longo da bacia do Rio Doce.
  • R$4,1 bilhões para a instalação ou melhoria dos sistemas de saneamento básico de municípios atingidos ao longo do Rio Doce.
  • R$15,5 bilhões é o valor mínimo pedido como indenização por dano moral coletivo pela tragédia.
  • R$1,5 milhão de multa diária para o caso de descumprimento das determinações.
Após uma ampla divulgação pela imprensa da ação civil pública movida pelo MPF, as ações da mineradoras envolvidas — Vale S.A e a australiana BHP Billiton — despencaram.
Pelo menos 100 entidades brasileiras e outras 27 estrangeiras emitiram nota de repúdio à homologação.
“A homologação do acordo, na verdade, acirra os conflitos, desconsidera a necessidade de reparação integral dos danos e aumenta o sofrimento decorrente da perda dos meios de subsistência, dos modos de vida e da memória impostos aos pescadores, pequenos agricultores, indígenas, populações tradicionais e meio ambiente. E acontece dois dias após a queda das ações da Vale e BHP com a notícia da instauração da ACP pelo MPF, com a estimativa de reparação dos danos na ordem de R$ 155 bilhões.”
Seguindo as organizações e movimentos sociais, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados também emitiu uma nota.


Foto: Fred Loureiro/SECOM




De título “Nota Pública da Presidência da CDHM sobre a homologação do acordo de Mariana”, a comissão afirma que “o acordo deveria visar à reparação, à mitigação e à compensação dos prejuízos decorrentes da tragédia de Mariana. […] Porém, na forma em que foi redigido, o instrumento serve acima de tudo para livrar os responsáveis de suas responsabilidades civis, administrativas e criminais”. 


A nota ainda reitera a exigência de que uma solução seja construída com a participação efetiva das atingidas e dos atingidos, além dos membros do MP diretamente envolvidos com a demanda nos territórios.


Nós, do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração, repudiamos o acordo e esperamos que os direitos de todos os atingidos pela maior tragédia ambiental já registrada na história do nosso páis sejam cumpridos, além dos direitos do meio ambiente garantidos pela justiça.



Sarney Filho é escolha de Temer para o Meio Ambiente


Ministério Do Meio Ambiente


Por Coluna do Estadão
28/04/2016, 05h00
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sarney filho Antônio Cruz Agência Brasil
O deputado Sarney Filho (PV) será o ministro do Meio Ambiente. Além de agradar José Sarney e ao PV, a opção teve outra razão inusitada: a pasta não despertou interesse de mais ninguém.


Comentarios:

 Luiz Mourão Difícil essa comparação entre a que sai e o que entra.... Os ambientalistas sofrem sempre em qualquer governo... Alguns mais, outros menos...Fica claro que nossa função é "apertá-los" todos sem distinção e sem pena para que Nós, florestas, fauna Flora etc... que somos o próprio Meio ambiente soframos menos...

Carlos Bomtempo Independente de quem entre vamos sofrer de qualquer jeito. O discurso em situação "NORMAL" já é o seguinte: Meio ambiente não é prioridade... imaginem diante de uma crise como a que o Brasil está passando...vamos ter de aturar o Sr. Blairo Maggi deitar e rolar em cima do meio ambiente com o discurso de que quem sustenta o país é o agronegócio. É como o Luiz Mourão descreveu, temos de bater e bater firme para mantermos a nossa bandeira ambiental. Tenhamos esperança..pelo menos isso.

Conheça o mamífero asiático explorado para produzir café mais caro do mundo


11 de maio de 2016

Turismo está aumentando a procura pelo café civeta, revela novo estudo divulgado pela World Animal Protection

A pesquisa mostra que mais de 16 estabelecimentos de café civeta foram inaugurados ao longo de uma das principais estradas turísticas em Bali, só nos últimos 5 anos.


Veja o relatório completo (em inglês).

Segundo o Dr. Neil D’Cruze, pesquisador de vida silvestre da World Animal Protection: “As civetas são animais noturnos. Elas são capturadas na natureza e mantidas em gaiolas pequenas simplesmente para atrair turistas curiosos, que querem ver como o café é feito”.

Uma xícara de crueldade

A verdade sobre a produção do café mais caro do mundo deixa um gosto desagradável na boca de muita gente...

Uma única xícara da bebida gourmet, também conhecida como “Kopi Luwak”, pode custar até US$ 100. É um dos cafés mais caros e raros do mundo.

A Indonésia tem uma longa tradição de café civeta “cage free”, ou seja, produzido com fezes coletadas na natureza.

Isso mesmo, fezes. Os apreciadores do Kopi Luwak acreditam que o sistema digestivo das civetas fermenta e altera a composição química dos grãos de café, resultando em um gosto peculiar.

Para aumentar a produção e atender à demanda turística, as civetas são mantidas em jaulas, sob condições cruéis.

Os animais são forçados a se alimentar só de café – mas, na natureza, sua dieta inclui desde ratos a insetos e frutas como amoras, mangas e bananas.

Esta é uma civeta. São pequenos mamíferos asiáticos, que têm hábitos noturnos e gostam de escalar árvores.

Em cativeiro, as gaiolas de ferro machucam suas patas e impedem que se escondam durante o dia – causando dor e estresse contínuos.

Ver as civetas aprisionadas ajuda a convencer os turistas de que estão bebendo o verdadeiro café civeta, faz parte do tour.

“Infelizmente, muitos turistas fecham os olhos para a crueldade por trás da bebida e até formam filas para tirar fotos e postar nas redes sociais”, lamenta o Dr. Neil D’Cruze, pesquisador da World Animal Protection.

A maioria dos produtores de café não sabe como cuidar da espécie, o que causa doenças e até a morte de civetas – tudo por um café gourmet.

Após denúncias da World Animal Protection, pelo menos 13 atacadistas – incluindo marcas famosas como Harrods e Selfridges, no Reino Unido, e Simon Lévelt, na Holanda – retiraram o produto de suas prateleiras ou concordaram em investigar sua origem.

Mas detectar se o café civeta é cruel ou não é um desafio: não se pode distinguir facilmente os grãos coletados na natureza dos obtidos em gaiolas.

Se os turistas veem civetas enjauladas, como parte do “tour”, já é um claro indicativo de que o local promove maus-tratos desnecessários contra animais – alerta o Dr. Jan Schmidt, co-autor da pesquisa.

Proteja as civetas

A World Animal Protection pede para que os turistas evitem o café civeta ou escolham marcas certificadas como “cage free”.

Os tours de Kopi Luwak são promovidos pela TripAdvisor e estão entre as 10 atrações mais cruéis do mundo. Junte-se a mais de 200.000 pessoas e exija que parem de lucrar com o sofrimento animal.

Cachorro tambem tem saudades.A emocionante história da Sofia.

https://www.youtube.com/watch?v=8xk-cFnpjPA


 

Três pescadores são presos com 135 peixes e 30 tartarugas em MT

12/05/2016 11h18 - Atualizado em 12/05/2016 11h20


Pescadores alegaram à polícia que os animais seriam para consumo próprio.


Eles foram autuados por crime ambiental e vão responder em liberdade.

Do G1 MT
Três pescadores são presos com 135 peixes e 30 tartarugas em Mato Grosso (Foto: Divulgação/Polícia Civil de MT)Três pescadores são presos com 135 peixes e 30 tartarugas em Mato Grosso (Foto: Divulgação/Polícia Civil de MT)
 
Três pescadores foram presos em flagrante nesta quarta-feira (11) com 135 peixes de várias espécies, 30 tartarugas, além de materiais usados em pesca ilegal, na região de São Félix do Araguaia, a 1.159 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, os pescadores alegaram que os animais seriam para consumo próprio. No entanto, a polícia acredita que os peixes e tartarugas seriam vendidos.

De acordo com os policiais civis, as prisões ocorreram após denúncias que apontavam a prática de crime ambiental e pesca predatória na região. Os pescadores foram encontrados nas margens do Rio Araguaia retirando os animais que estavam em uma rede de aproximadamente 30 metros.

Os policiais apreenderam 135 peixes de diversas espécies: matrinxã, pintado, pacu, jiripoca e curimba, além de 30 tartarugas de variadas espécies. “Os pescadores alegaram que os animais seriam para consumo. No entanto, o modo como eles apanharam esses peixes e tartarugas nos leva a crer que o motivo é outro, é criminoso e eles os venderiam”, explicou o delegado Valmon Pereira da Silva.

Os pescadores foram autuados por crime ambiental. O delegado arbitrou fiança no valor total de R$ 1,5 mil e os suspeitos vão responder em liberdade. As tartarugas encontradas na rede foram devolvidas ao meio ambiente e os peixes doados a entidades filantrópicas da região.

Conforme o delegado, a pena para esse tipo de crime – apanhar animais silvestres e pesca predatória – somam quatro anos de detenção.