quinta-feira, 16 de junho de 2016

Sociedade civil rejeita projeto que libera uso de diesel em carros de passeio

Por ((o))eco
Deputado Áureo (SD-RJ) é autor da proposta que liberar o uso de diesel em carros de passeio. Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados.
Deputado Áureo (SD-RJ) é autor da proposta que liberar o uso de diesel em carros de passeio. 
Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados.


Representantes da área de mudanças climáticas, médicos, entidades ambientalistas e de defesa do consumidor, empresários e cinco ex ministros do Meio Ambiente (Rubens Ricupero, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc e Izabella Teixeira) assinam uma carta organizada pelo Observatório do Clima contra o Projeto de Lei que libera o uso do diesel em carros de passeio no país.


O projeto de lei  1.013/2011 deverá ser votado essa semana comissão especial da Câmara, de onde seguirá diretamente para o Senado, caso seja aprovada.


O diesel é um combustível altamente poluente, usado no Brasil apenas em veículos comerciais pesados, como caminhões, ônibus e carros leves comerciais. Desde a década de 1970, o país veta a comercialização e fabricação de carros de passeio que usam o combustível, realidade que a proposta do deputado Aureo (Solidariedade-RJ) quer mudar.


Os ambientalistas consideram que o projeto é um atentado aos interesses da sociedade brasileira e defendem seu arquivamento. De acordo com os signatários, se aprovado, a proposta porá o Brasil na contramão da tendência mundial de reduzir a poluição no setor de transportes e dificultará o cumprimento das metas climáticas nacionais no Acordo de Paris.


“É incrível que ainda tenhamos gente no Brasil que aposta no obsoleto para justificar ganhos de curto prazo. O mundo caminha na direção da economia de baixo carbono e do crescimento inclusivo. O país que mostrou ao mundo o caminho dos biocombustíveis não pode ter como escolha usar diesel em seus carros de passeio. Não é só uma medida absurda ou extemporânea. É inaceitável”, disse a ex-ministra Izabella Teixeira.


Para o médico Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP e um dos maiores especialistas do Brasil em poluição atmosférica urbana, o projeto de lei traz risco potencial de dano à saúde de milhões de habitantes de metrópoles brasileiras.


 “Os veículos a diesel são as principais fontes de compostos como particulados finos e óxidos de nitrogênio e enxofre, que causam problemas sérios de saúde. Deveríamos discutir como ampliar o transporte coletivo e reduzir o uso de diesel, mas o projeto propõe o inverso: mais transporte individual e mais diesel. Ou seja, mais congestionamento, ar mais poluído e, potencialmente, mais mortes precoces.”


Leia a carta na íntegra.

Lançados editais de licitação para a contratação de consultoria para a elaboração de planos de manejo em Santa Catarina

Parque Estadual do Rio Vermelho. Foto: Luís Adriano Funez
Parque Estadual do Rio Vermelho. Foto: Luís Adriano Funez

A Fundação do Meio Ambiente (Fatma) publicou dois editais de licitação para a contratação de consultoria para a elaboração dos planos de manejo do Parque Estadual do Rio Vermelho e do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, ambos em Santa Catarina. Estas unidades de conservação são as únicas do estado ainda sem plano que determine o uso de suas  áreas.


De acordo com o edital, os valores máximos a serem pagos pelos planos são de R$ 430 mil para o do Parque Estadual do Rio Vermelho e de R$ 800 mil para o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. A licitação será na modalidade concorrência, onde serão avaliados o preço e as técnicas de execução propostas pelas empresas.


Os interessados em participar da licitação do Parque do Rio Vermelho terão até o dia 28 de julho, às 14h00, para enviar os envelopes. Aos interessados pelo Parque da Serra do Tabuleiro, o prazo se encerrará no dia 9 de agosto, às 14h00. A abertura dos envelopes pela Comissão Permanente de Licitação ocorrerá, nas duas licitações, às 14h30 do  prazo final.


Clique aqui para acessar os editais.

Serviço
Editais de licitação para elaboração dos planos de manejo
Parque Estadual do Rio Vermelho
Edital: 001/2016
Quando: 28 de julho, até às 14h00. Abertura dos envelopes às 14h30.
Parque Estadual da Serra do Tabuleiro
Edital: 002/2016
Quando: 09 de agosto, até às 14h00. Abertura dos envelopes às 14h30.

Rio de Janeiro tem novo Refúgio de Vida Silvestre

Refúgio da Vida Silvestre nas margens do Rio Paraíba do Sul. Foto: Divulgação
Refúgio da Vida Silvestre nas margens do Rio Paraíba do Sul. Foto: Divulgação


Na segunda-feira (13/06), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro criou uma nova unidade de conservação. Situado no Médio Paraíba Fluminense, o Refúgio de Vida Silvestre Estadual do Médio Paraíba (Revismep) contribuirá para a segurança hídrica do Estado, uma vez que o rio Paraíba do Sul é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 12,5 milhões de pessoas, ou seja, 85% da população do Rio de Janeiro.


O Refúgio abarca 13 municípios do Médio Paraíba: Três Rios, Paraíba do Sul, Rio das Flores, Vassouras, Valença, Barra do Piraí, Pinheiral, Volta Redonda, Barra Mansa, Quatis, Porto Real, Resende e Itatiaia.


O Refúgio de Vida Silvestre abrange mais de 130 córregos e nascentes. Seu objetivo é a proteção de 63 ilhas fluviais, que são essenciais para a reprodução das espécies nativas do rio e para a conservação e a reprodução de  espécies ameaçadas de extinção como o cágado-do-paraíba (Mesoclemmys hogel) e o surubim-do-paraíba (Steindachneridion parahybae).


Antes da criação da unidade de conservação, foi realizado um estudo desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente. O resultado demonstrou que a criação de uma unidade de proteção integral seria a melhor forma de proteger um ecossistema e uma biodiversidade da importância do Rio Paraíba do sul. 


“A criação do refúgio foi feita de forma participativa: mobilizamos os 13 municípios, ouvimos todos os secretários das cidades envolvidas. Em seguida, promovemos quatro consultas públicas para ouvir as opiniões e sugestões da população a fim de adequar a proposta da criação desta unidade de conservação”, afirmou o gerente das Unidades de Conservação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Fernando Matias.
Refúgio da Vida Silvestre nas margens do Rio Paraíba do Sul. Foto: Divulgação
Refúgio da Vida Silvestre nas margens do Rio Paraíba do Sul. Foto: Divulgação

Para conservar é preciso pular a cerca

O eco

Por Vandré Fonseca
Imagem do rio Amazonas na Colômbia. Rio percorre 8 países. Foto: Andrés M./Flickr.
Imagem do rio Amazonas na Colômbia. Rio percorre 7 países. Foto: Andrés M./Flickr.


Manaus, AM -- Os rios da Bacia Amazônica correm por sete países diferentes, carregando águas que cobrem aproximadamente 14% de toda a região. Transbordam fronteiras, abrigam recursos fundamentais para a sobrevivência das cerca de 30 milhões de pessoas que vivem nessa região. Para conservar a Amazônia, então, é preciso pensar além das fronteiras, além das cercas imaginárias que dividem os países.


A Declaração de Compromissos assinada por políticos, pesquisadores e organizações não governamentais, nesta quarta-feira, em Lima, no Peru, durante a Conferência Internacional das Águas Amazônicas, tem como fundamento a visão apresentada algumas linhas acima. “Essa declaração de compromissos entende a importância das conexões, a necessidade de ações em grande escala”, afirma o diretor da Wildlife Conservation Society Brasil (WCS Brasil), Carlos Durigan.


Não havia representante do governo brasileiro, resultado da confusão política que vive o país. Cláudio Maretti, ex-presidente do ICMBio estava presente, porém já não era funcionário do Ministério do Meio Ambiente. Mas o governo peruano e o estado brasileiro do Amazonas, o que tem a maior área de floresta do país, são signatários da declaração.


Durigan destaca que o encontro de Lima dá sequência a uma conferência realizada no ano passado em Manaus pela Iniciativa das Águas Amazônicas, mantida pela WCS. Ele lembra que a população na Amazônia está crescendo, o que significa também crescimento da pesca não manejada, que ameaça muitas das 2.400 espécies conhecidas de peixes que vivem na região.


A isto se somam os grande investimentos em desenvolvimento, como hidrelétricas, estradas, mineração e da indústria petrolífera, que afetam diretamente os rios e outros ambientes aquáticos. O resultado é uma grande pressão sobre esses ecossistemas. De acordo com o diretor da WCS, a ONG tem promovido estudos que vêm demonstrando a necessidade das ações de conservação levem em conta a conectividade entre os rios e sub-bacias que compõem Amazônia.


A Declaração de Compromisso apresenta sete objetivos: expandir a abordagem da Bacia como um ecossistema integrado, fortalecer o manejo de pesca em escalas adequadas, uso correto das áreas úmidas da Bacia Amazônica, promoção de pesquisas interdisciplinares e interculturais, buscar a melhor compreensão dos impactos ambientais negativos dos investimentos no desenvolvimento em áreas úmidas, construção de um eleitorado informado, comprometido e capacitado sobre a conservação da Bacia Amazônica, avaliação das vulnerabilidade dos ecossistemas e cooperar de boa fé e com espírito de solidariedade na implementação e desenvolvimento dos objetivos.

Concentração de CO2 na atmosfera deve bater novo recorde

 eco

Por Claudio Angelo
É treta: 2016 terminará o ano com a maior elevação de CO2 de todos os tempos. Foto: José Moutinho/Flickr.
É tetra: 2016 terminará o ano com a maior elevação de CO2 de todos os tempos. 

Foto: José Moutinho/Flickr.

Algumas coisas desagradáveis são para sempre: ex-cônjuges, impostos e, agora, 400 partes por milhão de CO2 na atmosfera. Perto do último item, os dois primeiros são uma bênção.


Um grupo internacional de cientistas acaba de publicar um estudo no qual prevê que a concentração de dióxido de carbono no ar em 2016 terá a maior elevação de todos os tempos e terminará o ano no patamar de 404 ppm. Ou seja, em cada milhão de moléculas de ar no planeta, haverá 404 do principal gás de efeito estufa.


Dito assim parece pouca coisa. Mas, nos últimos 800 mil anos, essa concentração jamais ultrapassou 300 ppm. E, quando chegou nesta faixa, o mar subiu cerca de 10 metros no mundo todo, devido ao derretimento do gelo da Groenlândia e de parte da Antártida.


É que o gás carbônico segue a máxima segundo a qual os piores venenos estão nos menores frascos: ele é tão eficiente em aprisionar o calor irradiado pela Terra na atmosfera que mesmo uma quantidade ínfima tem grande potencial de aquecer o planeta.


Então, 404 ppm definitivamente não parece um limiar recomendável para cruzar. Só que é tarde demais agora: o climatologista Richard Betts, do Met Office britânico, e seus colegas afirmam que não retornaremos tão cedo a patamares de concentração de CO2 menores do que 400 ppm. Mesmo que a taxa anual de acúmulo desse gás no ar caia nos próximos anos em relação a 2016 – o que é muito provável que aconteça –, a humanidade poderá ultrapassar o limite de 450 ppm em cerca de 25 anos. Este é o limite que separa o mundo de um aquecimento potencialmente catastrófico neste século.
co2_data_mlo
A nova análise foi publicada nesta segunda-feira (13) na edição on-line da revista Nature Climate Change. Ela tem entre seus autores o americano Ralph Keeling, da Universidade de San Diego, que dedica sua vida a medir CO2 no alto do vulcão Mauna Loa, no Havaí. Trata-se de um antigo negócio de família, que rendeu ao mundo uma das constatações mais chocantes sobre o aquecimento global.


TAL PAI, TAL FILHO
Keeling ainda não era nascido em 1958, quando seu pai, Charles, instalou no alto do mesmo vulcão o primeiro equipamento para medir as concentrações de CO2 na atmosfera. A pesquisa de Charles Keeling tinha como objetivo comprovar ou não a tese de um professor dele, Roger Revelle, de que o CO2 produzido por atividades humanas estava se acumulando perigosamente no ar e aquecendo o planeta. A resposta, dada já ao final do primeiro ano de medições, era positiva.


Keeling pai iniciou uma série de medidas mensais do CO2 que resultou em um dos gráficos mais famosos da história da ciência, a chamada curva de Keeling (que ilustra esta página). As medições foram continuadas por Ralph após a morte de Charles, em 2005.


A curva é cheia de “dentes”, que correspondem à variação sazonal da quantidade de carbono no ar: esta sobe no outono e no inverno, quando as florestas do hemisfério Norte perdem suas folhas (liberando carbono por decomposição), e cai na primavera e no verão, quando ocorre a rebrota (e o sequestro de CO2 do ar). Ano após ano, porém, o que a curva mostra é um crescimento contínuo das concentrações do gás. No primeiro ano de medição, havia 315 ppm de CO2 na atmosfera. Em 2013, o limiar de 400 ppm foi cruzado pela primeira vez no outono, no pico sazonal. Mas a média anual ainda estava abaixo disso. Em 2015, o valor anual fechou em 400,9 ppm.


Na última década, a concentração de gás carbônico no ar tem crescido a uma taxa média de 2,1 ppm por ano. Só que em 2016 ela deve ser ainda maior: 3,15 ppm. Trata-se de uma previsão feita por Betts, Ralph Keeling e colegas com base no comportamento de dois fatores conhecidos: o ciclo de carbono, que inclui as emissões de CO2 por desmatamento e combustíveis fósseis, e as temperaturas do oceano, que determinam quanto CO2 dissolvido no mar acabará na atmosfera (quanto mais quente, menos CO2 o mar absorve).


A aceleração prevista se deve, neste ano, ao malvado favorito do momento entre os climatologistas: o El Niño. O fenômeno cíclico do aquecimento do Oceano Pacífico aumenta a emissão de carbono por ecossistemas tropicais e o risco de incêndios florestais, como ocorreram em 1998 na Amazônia e na Indonésia e neste ano novamente na Indonésia.


O modelo usado pelos pesquisadores para fazer sua previsão da concentração anual foi testado para alguns meses deste ano. A previsão era a de que o CO2 chegasse a 407,57 ppm em maio e 406,7 em abril. A medição no Mauna Loa, porém, registrou 407,57 ppm já em abril, o que sugere que o modelo pode ser ligeiramente otimista. A força do El Niño deste ano é tamanha, notam os pesquisadores, que a alta é esperada mesmo com a ligeira queda na taxa de emissões por uso de energia no mundo entre 2014 e 2015.


Mas e depois que o El Niño passar e o planeta entrar na fase fria conhecida como La Niña, ainda este ano?


“As concentrações mínimas anuais de CO2 poderiam cair novamente abaixo de 400 ppm? Isso é excepcionalmente improvável”, escreveram os autores. Aqui quem entra em ação para controlar a marionete do CO2 são as emissões humanas. E, mesmo no cenário mais benigno de emissões descrito pelo IPCC, o painel do clima da ONU – um cenário que envolve sequestro maciço de carbono em usinas de bioenergia e que Keeling, Betts e colegas dizem que é também pouco crível de alcançar –, as concentrações ficam acima de 400 ppm até o ano 2150. “Portanto, nossa previsão apoia a sugestão de que o registro do Mauna Loa não voltará a mostrar concentrações menores que 400 ppm no nosso tempo de vida.”
Republicado do Observatório do Clima através de parceria de conteúdo. logo-observatorio-clima


Quando todos os europeus eram negros

EL País

Evolução humana

Maior estudo genético de europeus da pré-história revela um passado complexo e violento no qual populações inteiras foram forçadas a emigrar ou desaparecer para sempre


Resultado de imagen para caçador negro de olhos azuis








O estudo genético de restos mortais de europeus que morreram há milhares de anos, abriu uma janela única para a pré-história do continente. O trabalho abrange grande parte do Paleolítico Superior, de 45.000 até 7.000 anos atrás, e revela vários episódios até agora desconhecidos.


“O que vemos é uma história das populações tão complexa quanto a dos últimos 7.000 anos, com muitos momentos em que populações substituem outras, imigração em uma escala dramática e em um momento no qual o clima estava mudando radicalmente”, resumiu David Reich, geneticista da Universidade de Harvard e principal autor do estudo, publicado na revista Nature.
O estudo analisou o DNA de 51 euroasiáticos, uma amostra 10 vezes maior que qualquer estudo anterior. Abarca desde os humanos modernos mais antigos registrados aos caçadores-coletores que viveram pouco antes da revolução neolítica que trouxe consigo a agricultura ao continente.

A primeira conclusão do estudo é que, embora os neandertais e os humanos modernos (os Homo sapiens) se cruzaram e tiveram filhos férteis, a percentagem de DNA dessa outra espécie que carregamos diminuiu rapidamente, passando de 6 % para os 2% de hoje. Isto implica certa incompatibilidade evolutiva que já tinha sido destacada por outros estudos recentes.



Há 19.000 anos, alguém enterrou na Cantábria uma das mulheres mais misteriosas da pré-história europeia. Trata-se da Dama Vermelha, que em seus 35 ou 40 anos recebeu uma sepultura muito estranha, o que poderia indicar um significado sagrado. Seu cadáver tinha decomposto ao ar livre e, em seguida, seus ossos foram cobertos com tinta vermelha.


Tanto deviam respeitar aquela mulher que um de seus ossos foi cuidadosamente devolvido ao túmulo depois que um animal selvagem o profanou para se alimentar.


Além de uns desenhos esquemáticos e a presença de pólen, pouco se sabe sobre a mulher e o significado que a cultura à qual pertencia queria dar à sua sepultura. A senhora é um dos 51 indivíduos que foram analisados neste estudo. A equipe de Manuel González Morales está preparando uma reconstrução do aspecto que teve essa mulher, cujo genes mostram que era negra, explica.

Embora os primeiros sapiens tenham chegado à Europa há cerca de 45.000 anos, sua marca genética desapareceu completamente nas populações atuais. As primeiras populações que possuem algum parentesco com os europeus de hoje remontam a uns 37.000 anos atrás. Os autores do trabalho identificam essa população com o período aurignaciano.




Embora os primeiros sapiens tenham chegado à Europa há cerca de 45.000 anos, sua marca genética desapareceu completamente nas populações atuais

“Estão associados a esta cultura os primeiros exemplos de arte e música, assim como as pinturas da caverna de Chauvet na França ou as flautas de ossos”, diz Manuel González Morales, pesquisador da Universidade da Cantábria e coautor do trabalho.


Naquela época, a Europa vivia a última idade do gelo, com geleiras avançando do norte da Europa e empurrando povos inteiros à migração ou ao extermínio. Segundo dados do trabalho, há 33.000 anos outro grupo substitui quase totalmente o anterior e é associado com o período gravetiano, caracterizado por pinturas com as mãos em negativo e as redondas estatuetas das Vênus paleolíticas esculpidas em osso, explica González.
Inesperadamente, há cerca de 19.000 anos, reaparecem os descendentes do período aurignaciano. Os restos humanos encontrados na Cantábria mostram agora que os habitantes desta região estavam diretamente relacionados com eles.

Uma das possíveis explicações é que aquele povo migrou para refúgios quentes do sul da Europa, em particular a Península Ibérica. Depois do momento mais frio da última idade do gelo esta população volta a se expandir para o norte

Última onda

Mais uma vez, cerca de 14.000 anos atrás, outra população vinda das terras do Oriente Médio desembarca no continente e passa a ser dominante, substituindo boa parte das anteriores. Esta última onda, que não era conhecida até agora, foi identificada pelos restos de um caçador e coletor encontrado em Villabruna, Itália e que deu nome a esta população.
A marca genética deste grupo se perpetuou durante milênios, já que, por exemplo, o caçador coletor de La Braña (Leão), que viveu há 7.000 anos estava relacionado com este grupo.


Os genes do homem de La Braña mostram que tinha pele escura e olhos azuis. De acordo com González, até a chegada de seus ancestrais à Europa cerca de 14.000 anos atrás, todos os europeus tinham a pele escura e os olhos castanhos. “O trabalho mostra que os primeiros indivíduos com genes de pele clara viveram há uns 13.000 anos”, explica o pesquisador da Universidade da Cantábria.



Depois, com a chegada dos primeiros agricultores do Oriente Médio começa o Neolítico e a pele branca se torna muito mais comum. Em outras palavras, os europeus foram negros durante a maior parte de sua história.


 http://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/26/sociedad/1390768131_840454.html?rel=mas

O chamado de Gaia-lançamento de nova turma.


O que é o Curso Educação Gaia?

Educação Gaia é um programa criado a partir da ampla gama de experiências de várias ecovilas e comunidades ao redor do mundo, que se constituíram em verdadeiros laboratórios de práticas sustentáveis.


Trata-se de um curso vivencial que busca inspirar e capacitar lideranças no desenvolvimento de soluções criativas


frente aos complexos desafios do século XXI, contribuindo para uma transição pacífica rumo à uma cultura mais sustentável.

O desenvolvimento do currículo propõe revisitar vários paradigmas da nossa sociedade, trazendo novas ferramentas que contribuam para as quatro dimensões fundamentais
da experiência humana - Social, Econômica, Ecológica e Visão de mundo - sugerindo inovadoras formas de atuação socioambiental.

Dentro do curso, a metodologia alia a teoria à prática, demonstrando os benefícios da reconexão cuidadosa do indivíduo, com si mesmo, com a sociedade e com o meio ambiente.
 


São oferecidas, ao todo, em torno de 300 horas de vivências que colaboram
com perspectivas sistêmicas dos processos humanos, apresentando diversas tecnologias sociais que podem ser aplicadas no redesenho de nosso estilo de vida e na transição de nossas comunidades e sociedade.

O programa Educação Gaia tem o endosso intelectual da UNITAR – Instituto para Treinamento e Pesquisa das Nações Unidas. Em 2016, ele parte para sua quarta edição em Brasília, satisfeito por cooperar pela formação de líderes sensíveis a revitalizar a vida na Terra, tanto para nós quanto para as gerações futuras.

Para saber mais, acesse nosso site:

http://gaiabrasilia.org.br/

Nota de repúdio ao massacre dos Indígenas Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.




As organizações, igrejas e agências que compõem o PAD e o Fórum Ecumênico Act - Brasil -FEACT-Brasil, que em outubro passado realizaram uma missão ecumênica em apoio aos Guarani-Kaiowá, vêm outra vez manifestar primeiramente sua solidariedade aos povos indígenas do Mato Grosso do Sul, diante do assassinato de mais uma liderança e do grave ferimento a bala de mais cinco indígenas.

O ataque aos Guarani-Kaiowá aconteceu nessa terça-feira, 14 de junho,quando mais de 70 fazendeiros e pistoleiros invadiram a comunidade Guarani-Kaiowá no tekohá TeyiJusu, município de Caarapó-MS e colocaram fogo nos pertences dos indígenas.

O líder indígena Cloudione Rodrigues Souza foi assassinado com um tiro na cabeça, disparado por pistoleiros no momento da chegada. Os ataques dos latifundiários teriam sido reação à retomada que os indígenas fizeram de suas terras. Cansados de esperar por providências, no último domingo, dia 12, um grupo significativo de indígenas reocupou as terras da fazenda Ivu, que já haviam sido demarcadas pelo Governo Federal, como sendo da etnia Guarani-Kaiowá.

PAD e FEACT- Brasil repudiam com veemência estas ações paramilitares, que com a conivência do poder público, culminaram em mais um líder indígena assassinado em terras brasileiras e cinco indígenas feridos com risco de morte. Exigimos providências imediatas frente a mais esse ataque dos ruralistas. Um massacre contra os indígenas Guarani-Kaiowá está em curso no estado de Mato Grosso do Sul. É urgente a intervenção do Ministério da Justiça em defesa da vida e da garantia de direitos dos povos originários deste estado, inclusive com a apuração dos fatos e a punição dos autores do assassinato da liderança indígena.

Conclamamos todas as organizações e movimentos a se unirem em prol da defesa dos direitos fundamentais dos povos indígenas, principalmente do direito originário às suas terras, garantidos pela Constituição Brasileira e por tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Brasil, 14 de junho de 2016.

Cachoeira do Itiquira corre o risco de secar completamente!!!


Uma das maiores belezas da Natureza - a Cachoeira do Itiquira - no município de Formosa-GO corre o risco de secar totalmente dentro cinco anos, se nada for feito para proteger suas nascentes, afetadas pelo desmatamento, a extração de areia e as grandes lavouras de grãos. Esta é mais uma das graves denúncias que será levada pelo Fórum Permanente de Meio Ambiente

Programa Brasília nos Parques