quinta-feira, 30 de junho de 2016

Banheiro tecnológico transforma dejetos em energia e água limpa

terça-feira, 28 de junho de 2016


O equipamento tem baixo custo e não precisa se conectar às redes ou descartar resíduos em rios.


O “Nano Membrane Toilet” é um banheiro criado por pesquisadores da Universidade de Cranfield, no Reino Unido, capaz de transformar os dejetos em energia e em água limpa. O projeto, que é apoiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, pode ajudar a melhorar as condições de bilhões de pessoas que não têm acesso a saneamento básico.

O equipamento tem baixo custo e não precisa se conectar às redes ou descartar resíduos em rios. Após usar o sanitário, o usuário precisa apenas fechar a tampa para que uma verdadeira mágica aconteça. Um mecanismo de rotação no fundo do vaso destina os resíduos a uma câmara de sedimentação, esse processo bloqueia também os odores.

Na sequência, uma membrana nanotecnológica filtra os dejetos, separando as moléculas de água do restante dos resíduos. Esta etapa evita a proliferação e contaminação causada por agentes patogênicos.

A água vaporizada, então, segue através de uma câmara revestida com nanoesferas hidrofílicas, que ajudam a condensá-la e a cair em um reservatório inferior. Essa água residual pode ser usada na limpeza ou na irrigação agrícola, outro problema das áreas isoladas do mundo.

Os resíduos sólidos são direcionados a uma segunda câmara, onde podem ser incinerados para a produção de energia, usada para manter o próprio sistema ou abastecer pequenos dispositivos móveis. As cinzas residuais desse processo podem ser usadas como fertilizantes naturais.



Clique aqui para mais detalhes.

Fonte: Ciclo Vivo

Ciclovias de Curitiba ganharão piso que gera energia

quarta-feira, 29 de junho de 2016


O sistema também deverá coletar informações sobre a intensidade do tráfego e executar sinalizações de segurança.


O desenvolvimento de energias alternativas e sustentáveis em Curitiba ganhou reforço no documento de cooperação assinado na última terça-feira (28) entre a Prefeitura, o governo japonês – por meio da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) – e a empresa Soundpower Corporation.

Um projeto-piloto será desenvolvido para a implantação de piso gerador de energia em ciclovias que, por meio de sensores, poderão também coletar dados sobre a intensidade de tráfego e executar a sinalização de cruzamentos envolvendo ciclovias e vias. O desenvolvimento e implantação da ideia tem a participação do Departamento de Iluminação da Secretaria Municipal de Obras Públicas, que já desenvolve projeto para iluminar trechos de ciclovias no município.

O diretor da Jica no Brasil, Ryuichi Nasu, explicou que o piso usado no projeto é mais um produto com tecnologia de ponta desenvolvida com exclusividade por uma empresa japonesa e que tem como objetivo contribuir com a segurança das ciclovias na capital paranaense. “O produto desenvolvido vem a suprir necessidade da cidade em proporcionar ciclovias e ciclofaixas com mais segurança para pedestres e ciclistas” afirmou.

O projeto-piloto do piso gerador de energia deverá ter seus primeiros resultados somente no segundo semestre do próximo ano.

“Essa cooperação vai possibilitar que Curitiba continue inovando. O projeto traz tecnologia de ponta à cidade, com o uso de energia alternativa e desenvolvimento sustentável, que resultará em mais segurança para a população de Curitiba”, afirmou o secretário municipal de Obras Públicas, Sergio Antoniasse.

Fonte: Ciclo Vivo

Brasil pode usar tecnologia australiana para despoluir água naturalmente

quarta-feira, 29 de junho de 2016


O sistema pode ser usado para limpar rios, lagoas, bacias e, inclusive, a Baía de Guanabara.


Testes feitos em parceria com pesquisadores da Universidade Santa Úrsula, do Rio de Janeiro, com o apoio da Universidade Curtin, da Austrália, mostraram que a tecnologia australiana The Water Cleanser pode despoluir águas de rios, lagoas, bacias e até da Baía de Guanabara.

A tecnologia, que está aprovada em 15 países, tem 11 anos de mercado e patente mundial há cinco anos. Ela começou a ser aplicada em fazendas de ostras na Austrália, que são muito sensíveis à poluição, e demonstrou ser eficaz tanto no tratamento de água doce como de água salgada.

O representante da tecnologia no Brasil, Joel de Oliveira, disse que os testes iniciais na Universidade Santa Úrsula conseguiram eliminar 75% das bactérias de tanques que reproduziam ambientes similares aos de rios e lagoas poluídas. Nessa pesquisa, foram usadas amostras de água da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde vão ocorrer provas de remo durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Nos tanques, os níveis de coliformes foram reduzidos próximo de zero. “Os resultados têm sido 100% positivos e nos provam que podemos deixar lagoas, rios e baías limpas em um curto espaço de tempo”, afirmou o coordenador do projeto na Universidade Santa Úrsula, Bruno Meurer.

A tecnologia australiana para despoluição de águas está sendo lançada no país pela empresa Greenpolis, criada por três empreendedores brasileiros com o objetivo de desenvolver soluções para a prevenção e recuperação de danos ao meio ambiente.

Joel de Oliveira informou que o mesmo experimento será feito com amostras da Lagoa da Conceição, em Florianópolis (SC), em conjunto com uma universidade da região. Estão em curso também negociações com outras universidades do país, com o mesmo objetivo de comprovar cientificamente a tecnologia australiana, que já resolveu problemas de águas poluídas nos Estados Unidos, no México, na Nova Zelândia, em Myanmar e na Tailândia, além da própria Austrália, onde a lei ambiental é bem rígida.

Oliveira disse que a tecnologia elimina qualquer possibilidade de surgimento de organismo estranho ao ecossistema daquele ambiente. “Em quatro semanas, já estava limpa a água nos tanques, na [Universidade] Santa Úrsula”, acrescentou.

Funcionamento

A tecnologia usa oligoelementos, ou microminerais essenciais para os seres vivos, que facilitam para que as bactérias boas que já estejam no meio ambiente se reproduzam de maneira exponencialmente maior e mais rápido, limpando a água poluída. “Se tem uma lagoa, por exemplo, que está poluída, e se você parar de jogar esgoto ou qualquer outro tipo de poluição nela, ela vai ficar limpa, porque a natureza já tem as bactérias que vão comer hidrocarbonetos, gorduras, o esgoto propriamente dito. Só que isso pode demorar muito tempo”, comentou Oliveira.

A patente australiana agiliza o processo porque usa oligoelementos, como zinco e cobre, que ajudam as bactérias boas a se reproduzir e diluir mais rapidamente o dejeto nas águas. “Você não coloca bactérias na água, mas utiliza as bactérias que já estão ali. Você não traz nada criado em laboratório. Utiliza a natureza para limpar a natureza”. Joel de Oliveira confirmou que a tecnologia pode ser utilizada, inclusive, para a despoluição da Baía de Guanabara. Observou, entretanto, que “não adianta a gente tratar e a água continuar sendo poluída. A gente consegue mostrar para a população que a água vai ser tratada, mas é preciso que haja um projeto que estanque a entrada de esgoto na água”.

Fonte: Ciclo Vivo

Imóveis sustentáveis valorizam no mercado

segunda-feira, 27 de junho de 2016


Sustentabilidade é um termo que vem sendo amplamente explorado no mercado imobiliário por grandes arquitetos e engenheiros, que descobriram maneiras eficientes de minimizar os impactos ambientais causados por grandes empreendimentos e, ainda por cima, economizar gastos.


O volume de construções sustentáveis cresce a cada ano; em 2008 apenas 8% das obras se encaixavam nos padrões. Esse índice subiu para 29% em 2014 e, segundo especialistas no setor, a tendência é crescer e se popularizar cada vez mais.

Contudo, mesmo com o número crescente, a quantidade atingida hoje ainda é pequena em relação ao esperado. Tudo isso porque a instalação de soluções ecológicas – como madeira de reflorestamento, descarga de duplo fluxo, lâmpadas de baixo consumo e alta durabilidade – tem valor elevado e as construtoras não possuem incentivos fiscais para aplicá-las aos apartamentos na planta, por exemplo.

Além de todos os benefícios que um ambiente sustentável pode trazer para seu habitante, há ainda a valorização do bem, que pode chegar a até 30%. Este índice pode ser acompanhado em plataformas, como a criada pelo portal de notícias da Agente Imóvel, onde existem funções como saber o valor de venda do imóvel.

Imobiliárias e construtoras que investem na categoria, afirmam ainda que as recompensas surgem, geralmente, de médio a longo prazo, conforme vai-se economizando nas contas de água, de luz ou de gás que podem reduzir em até 30% do valor original.

Para quem deseja adaptar um imóvel usado, uma boa dica é a instalação de placas para a captação de energia solar de uso residencial, pode podem chegar a custar R$2 mil reais, mas em contrapartida resulta numa economia de 50% do consumo de energia elétrica mensal.

Fonte: EcoDebate

Empresa norte-americana constrói casa solar em apenas cinco horas

terça-feira, 28 de junho de 2016


As residências foram pensadas para alcançarem o selo LEED Platinum, o nível mais alto da certificação ambiental.

Uma construção tradicional leva meses, às vezes até anos, para ser construída. Mas, no que depender da empresa norte-americana LivingHomes, esse processo pode se tornar infinitamente mais rápido e eficiente em todos os sentidos.

Os arquitetos da empresa desenvolveram um projeto de casas pré-fabricadas que podem ser montadas em apenas cinco horas. Além de ter uma construção muito rápida, as residências foram pensadas para alcançarem o selo LEED Platinum, o nível mais alto da certificação ambiental fornecida pelo Green Building Council.

A empresa já construiu seis casas nesse padrão. Elas formam um conjunto, apelidado de Atwater Village, localizado em Los Angeles, EUA, mas podem ser adaptadas para qualquer lugar do mundo.

As casas possuem três andares, com três quartos, três banheiros e um quintal de mais de cem metros quadrados. A área total de cada residência chega a 355 metros quadrados.

Com design contemporâneo, os arquitetos abusaram das janelas e claraboias. As aberturas garantem o maior aproveitamento da luminosidade natural, reduzindo os gastos com energia elétrica. Materiais reciclados e certificados também foram usados no projeto, além de equipamentos eficientes e de baixo consumo. As casas ainda foram equipadas com placas solares e ligadas à rede, para garantir que nada seja perdido.

Por serem pré-fabricadas, elas são transportadas praticamente prontas e podem ser instaladas em qualquer lugar com o apoio de um guindaste.

Veja os detalhes desta construção:

https://youtu.be/fBaY9cIjn_4

Pesquisa revela dano à imagem da Samarco

terça-feira, 28 de junho de 2016


Pesquisa anual Market Analysi mostra que, para os brasileiros, a mineradora é a empresa que mais causa danos ambientais no Brasil.


Por Reinaldo Canto*

O desastre de Mariana, ocasionado pela mineradora Samarco, parece ter impactado o olhar dos brasileiros sobre a atuação do setor privado em relação à responsabilidade socioambiental. Essa é a impressão do relatório publicado anualmente pela Market Analysis, intitulado “Ranking de Sustentabilidade Empresarial – Melhores e piores empresas em responsabilidade socioambiental aos olhos dos brasileiros”.

Pesquisa anual Market Analysi mostra que, para os brasileiros, a mineradora é a empresa que mais causa danos ambientais no Brasil.

Por Reinaldo Canto*

O desastre de Mariana, ocasionado pela mineradora Samarco, parece ter impactado o olhar dos brasileiros sobre a atuação do setor privado em relação à responsabilidade socioambiental. Essa é a impressão do relatório publicado anualmente pela Market Analysis, intitulado “Ranking de Sustentabilidade Empresarial – Melhores e piores empresas em responsabilidade socioambiental aos olhos dos brasileiros”.

Fonte: Envolverde

Aprender com índios, uma boa experiência



Há alguns anos, o chefe indígena Atamai, que morava na aldeia waurá, no Xingu, deslocava-se, como passageiro de um carro, por uma via pública de Goiânia (episódio que talvez já tenha sido narrado neste mesmo espaço, mas que vale a pena rememorar). 
 
 
Em certo momento, voltou-se para o autor destas linhas e perguntou: “Por que caraíba (homem branco) cobre de asfalto todo o piso de ruas e não deixa lugar pra terra respirar?”. Foi-lhe dito que o asfalto servia para nivelar a terra, remover buracos e permitir mais velocidade aos veículos.

 Mais adiante, ao passar por uma lombada na pista, Atamai quis saber para que ela servia. E, ante a resposta de que servia para obrigar motoristas a reduzirem a velocidade, de modo a não ameaçar pedestres e evitar colisões, foi fulminante: “E por que caraíba, primeiro, cobre a terra pra aumentar a velocidade dos carros e, depois, constrói calombos no chão e obriga a reduzir a velocidade dos carros?”. Felizmente, chegávamos ao destino e ele ficou sem resposta.

Respostas como essa, capazes de esclarecer complexidades do nosso mundo, continuam sendo buscadas em todos os lugares, por estudiosos de todos os setores do conhecimento, além de fazerem parte dos questionamentos de todas as pessoas. Ainda há pouco tempo, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou o livro Megatendências Mundiais 2030, em que reúne o pensamento de entidades e personalidades internacionais sobre “o futuro do mundo” daqui a uma década e meia.


E ali está dito o que neste tempo deve moldar o panorama mundial nas áreas de população, geopolítica, ciência e tecnologia, economia e meio ambiente.


“Muitos dos problemas que enfrentamos hoje é porque no passado não olhamos para o futuro no longo prazo. Ou não nos preparamos para evitar que ocorressem ou para que estivéssemos mais bem preparados para essa ocorrência”, escreveu a professora Elaine Coutinho Marcial, que organizou a edição (Eco-Finanças, 16/10/2015).

O pensamento e a ação concreta dos colonizadores, a pequena escala dos problemas, certamente, os levaram a desconsiderar o modo de se organizar e de viver das culturas indígenas em todo o território brasileiro. E chegamos aonde chegamos.


O fato é que, como lembra o Ipea no livro sobre as megatendências mundiais, “o modelo econômico vigente, associado ao comportamento dos cidadãos e dos países, é agressivo ao meio ambiente, provoca a poluição do ar, desmatamento, perdas ecossistêmicas nos meios marinho e da costa, enfim, degradação, de forma geral”.


Pensam os autores do livro que, “se não houver ruptura nos padrões de consumo e diminuição na geração de resíduos, esse modelo continuará conduzindo à escassez de recursos naturais nos próximos anos”.

É um bom momento, então, para que nos debrucemos sobre os formatos de vida entre povos indígenas – há muita documentação sobre o passado e ainda se encontram no Brasil cerca de 1 milhão de índios, de 305 etnias, falando 274 línguas em mais de 500 terras reconhecidas. No mundo são mais de 5 mil povos.

E, de fato, no Brasil as perdas são gigantescas. Produzimos mais de 250 mil toneladas diárias de lixo, que são inteiramente desperdiçadas. O lixo orgânico (metade do total) poderia ser reaproveitado de muitas formas, a começar pela compostagem que o transforma em adubo. Os resíduos da construção civil, dos quais quase nada se fala, têm um volume superior ao dos domiciliares.

A reciclagem é ínfima. Valeria a pena, nesta hora, visitar uma aldeia indígena que, isolada, ainda mantenha os modos de vida dos antepassados – para ver se ali se produz lixo. Ou o que acontece quando uma aldeia cresce muito e decide se separar em duas, também para não ameaçar os modos de vida – e assim aconteceu, por exemplo, no Xingu, com os waurá.


Também se poderá ver a questão do poder: o chefe não dá ordens; ele é o que mais sabe da cultura de seu povo e é procurado sempre para saber o que pensa – mas não dá ordens a ninguém.

Cada morador da aldeia planta e colhe alimentos e pesca para os que com ele vivem. Mas, se alguém lhe der ordens, vai achar graça. O conhecimento é aberto: o que um sabe todos podem saber. São questões descritas e estudadas com muita competência por Pierre Clastres em seu livro A sociedade contra o Estado.

Mesmo que se saiba de tudo isso, continuamos a colocar como centro de tudo o cálculo do chamado Produto Interno Bruto (PIB) – a soma, em valores monetários, dos bens e serviços finais produzidos em certo período (ano, em geral) – e compará-lo com outro ano, ou com outro país. E isso determinaria se um país é rico, médio ou pobre. Não leva em conta nada do meio ambiente, nada da cultura. E isso tem implicações fortes na política e na relação entre países ou regiões.

Um país como o Brasil tem muitos privilégios – território continental (só na Amazônia, milhões de quilômetros quadrados), sol durante todo o ano, quase 12% dos recursos hídricos do planeta, biodiversidade extraordinária, clima ameno, mais de 7.300 quilômetros de costa marítima, possibilidade de matriz energética “limpa”, sem emissão de gases que acentuam mudanças climáticas, etc.

Mas nada disso é considerado para o PIB. O desmatamento amazônico voltou a crescer no ano passado (474 quilômetros quadrados). Desperdiçamos uma fatia considerável dos alimentos que produzimos, embora tenhamos em torno de 40 milhões de brasileiros que vivem na pobreza extrema – a renda é fortemente concentrada.

A população junta-se cada vez mais em grandes cidades, onde os problemas crescem exponencialmente. Multiplicam-se os conflitos com populações indígenas, quase sempre em disputa de suas terras.

É claro que não faz sentido propor que voltemos todos a viver como índios. Mas pelo menos veremos com clareza os nós que nos engasgam.

Fonte: Envolverde

Barreira que promete limpar os oceanos é instalada na Holanda para testes

segunda-feira, 27 de junho de 2016


A barreira é feita com borracha vulcanizada e um subsistema de cabos que alcança até 4.500 metros de profundidade.


Um dos projetos mais promissores do mundo para a contenção dos plásticos nos oceanos está em testes reais. O Ocean Cleanup é uma barreira com potencial para impedir que o plástico nos oceanos se espalhe. Com o apoio do governo holandês, o primeiro exemplar do sistema já foi instalado em alto mar e permanecerá sob monitoramento por quase um ano.
A tecnologia foi criada pelo jovem holandês Boyan Slat, quando tinha apenas 19 anos. Hoje, aos 21, ele se tornou um empreendedor ambiental e se dedica à divulgação e aprimoramento dos sistemas que ajudem a limpar os oceanos.

No primeiro teste, a barreira usada tem cem metros de comprimento e foi instalada a 20 quilômetros da costa. O intuito é usar a experiência para monitorar a eficiência antes que uma barreira muito maior seja instalada na costa japonesa ao final do próximo ano. Até 2020 uma versão com cem quilômetros de extensão deve ser instalada no local em que está a grande mancha do Pacífico, entre a Califórnia e o Havaí.

O Ocean Cleanup é feito com borracha vulcanizada e um subsistema de cabos que alcança até 4.500 metros de profundidade. Para que ela seja eficiente, o ideal é que seja instalada em locais estratégicos, de acordo com as correntes marítimas. A função é concentrar o plástico em um só lugar, para que os navios coletores consigam retirar os resíduos de maneira mais eficiente e em grande escala.

Através da parceria com o governo holandês, Slat tem apresentado o projeto para diversos outros países, com o objetivo de expandir o potencial do sistema. Um dos pontos mais críticos é na costa da Indonésia. Até o final deste ano o projeto será apresentado às autoridades indonésias, já que o país tem a segunda maior concentração de detritos marinhos do mundo.

Clique aqui para ver mais detalhes desta tecnologia.


Fonte: Ciclo Vivo

A banalização da vida animal na era das selfies, por Elissandro dos Santos Santana, Denys Henrique Rodrigues Câmara, Heron Duarte de Almeida e Rosana dos Santos Santana

quarta-feira, 29 de junho de 2016


Em tempos de efervescência midiática nas redes sociais, os seres “humanos” da (in)comunicação e da indiferença vivem sob a égide do exibicionismo da sociedade da decepção em eras do vazio. Em meio à parafernália da cultura do ter para ser, o homo sapiens sapiens “evoluiu” para demens ao ingressar nos domínios da promoção da imagem ao fazer da selfie merchandising imagética da felicidade, do poder, do rosto que se revela sorridente/realizado/empoderado, do auto marketing, do indivíduo/espécie a ser admirado ou aceito.

Não se pode generalizar, para não se cair na vertente das análises simplistas e reducionistas, mas a cultura da selfie, de forma insustentável, se disseminou por várias partes do Planeta, alcançando todas as classes, estratos sociais e intelectuais. É oportuno pontuar que a insustentabilidade não está na selfie de per si, mas, em âmbito amplo, ela resulta da busca por likes, exibicionismo e desejo desenfreado por ampliar os laços de amizades virtuais, provocando a bestialidade do (não)pensar que interfere na dinâmica da teia da vida.

São muitas as notícias em torno da insustentabilidade mental no que tange às selfies não ecológicas pelo mundo. Em vários jornais e revistas desse mês, por exemplo, há relatos/notícias acerca dessas práticas insustentáveis. O Metrópoles, na matéria “Tartaruga fica ferida após ser capturada para tirar selfies”, informou que, segundo o The Mirror, uma tartaruga marinha ficou machucada após ser retirada do mar para selfies com turistas. Conforme relata o jornal, o caso ocorreu em 14 de junho, na praia de Havana, em Rmeileh, no Líbano. 
 
O animal foi resgatado e está sob os cuidados veterinários. O El País Brasil, na matéria “Morte de animais em tempo de “selfies”, trouxe a seguinte discussão: o turismo massivo e a crescente obsessão por parte de turistas do mundo inteiro por tirar selfies com espécies selvagens está se tornando um problema cada vez maior, tanto para o bem-estar dos animais quanto para a sua preservação.” 
 
 
 
O referido jornal continua o texto mencionando que Giovanni Constantini, da Fundação para Assessoria e Ação em Defesa dos animais (FAADA), resume o impacto causado sobre a fauna pela moda de tirar autorretratos e transmitir na hora pelas redes sociais as experiências turísticas realizadas. 
 
 
Segundo o periódico, estudo científico recente sobre os ursos pardos nos Estados Unidos e outro de três anos atrás sobre as arraias nas Ilhas Cayman mostram como o homem, no afã de observar e até de tocar em animais, acaba por interferir negativamente no comportamento deles.

 
Os fatos e relatos noticiados nos fazem lembrar Bateson (1980), quando afirmou que existe uma ecologia das ideias danosas, assim como existe uma ecologia das ervas daninhas. Ao retomar o autor mencionado, pode-se pensar o que está por trás de atitudes como a de pessoas que são incapazes do respeito ao espaço dos outros seres, ficando evidente que em torno dessas atitudes orbita um design mental insustentável.

 
Para prosseguir a discussão em baila, faz-se imprescindível externar que na hodiernidade fala-se muito em sustentabilidade, mas o conceito social em torno desse vocábulo é superficial ou em linhas cognitivas conceituais clássicas. No geral, as concepções que imperam nos imaginários sociais são aquelas tangentes ao marketing empresarial sustentável com vistas à fidelização dos Stakeholders, difundido, muitas vezes, de forma primária, pela mídia a serviço do capital. 
 
 
No máximo, alguns conseguem se libertar desse conceito-propaganda e chegam à noção de sustentabilidade como algo exterior, com relação direta com a preservação da biodiversidade vegetal e animal, sem aprofundamento em torno de como se daria essa tal sustentabilidade ambiental.

 
O fato é que práticas não ecológicas como as que estão sendo operadas a partir das selfies em vários países precisam ser repensadas, pois elas contribuem para a perda da biodiversidade, quando ocorrem na vertente dos exemplos apresentados. Para mitigar ações insustentáveis em torno dessa prática narcisista em voga na pós-modernidade, faz-se imprescindível o nascimento da Ecologia Mental para uma ecologia da mente.

 
Somente por meio da Ecologia Mental será possível uma higiene mental em torno da prática das selfies. Acerca da higiene da mente, pode-se recorrer ao que afirma Torán (2014 apud Santana 2016) quando pontua que um ser com higiene mental e, consequentemente, com uma mente ecológica, aceita o desafio de ser consciente das diferentes formações mentais (pensamentos, emoções, imagens e sons mentais, e sensações físicas associadas, que normalmente se cruzam e atuam sem serem reconhecidas, e sem que seja capaz de separá-las em seus diversos componentes). 
 
 
Permanece alerta ante os pensamentos e emoções tóxicas que possam danificar às outras pessoas e a si mesmos. Adquire consciência de que o ego se esconde atrás de todos os conteúdos tóxicos que a própria mente é capaz de gerar e trabalha arduamente para ser consciente disso e não se deixar levar pelas armadilhas. 
 
 
Aceita a oportunidade de responder em vez de reacionar. Ante um estímulo, não se permite responder automaticamente, como se fosse um robô. Torna-se cônscio de que reacionar pode gerar vários danos. Torna-se responsável por responder de uma forma mental e emocionalmente ecológica, com a consciência de que as próprias ações beneficiarão a todos e não somente aos próprios interesses. Assegura-se de que as próprias ações não causarão danos nem a si mesmo nem a ninguém, no presente e no futuro. Aceita a tarefa de trabalhar para o crescimento pessoal, eliminar hábitos negativos e adquirir qualidades que possam beneficiar a todos. Por fim, toma a responsabilidade de dirigir a própria vida, dando-lhe sentido, rumo e valores, criando caminhos que permitam chegar aos objetivos.

A guisa de considerações finais e de reiteração, é possível afirmar que essas práticas narcisistas em torno das selfies são frutos de arquiteturas mentais não sustentáveis. Desta forma, infere-se que a sustentabilidade no planeta só será possível quando houver a sustentabilidade da mente e que na ausência de uma mente sustentável, a sustentabilidade tão sonhada não passará de divagação discursiva. Por último, pode-se colocar que a banalização da vida animal na era das selfies resulta não somente da ausência de políticas educacionais libertárias, mas, também, da banalização do próprio mal, haja vista que na sociedade dos títulos acadêmicos não há a garantia de que todos os seres humanos serão éticos e respeitarão a vida.

Referências bibliográficas

http://www.metropoles.com/mundo/meio-ambiente-mundo/tartaruga-fica-ferida-apos-ser-capturada-para-tirar-selfies

http://brasil.elpais.com/brasil/2016/06/21/ciencia/1466523146_786924.html

BATESON, Gregory. Vers l’êcohgie de l’esprit. Tomo II. Paris, Seuil, 1980.

TORÁN, Félix. Ecologia Mental para Dummies. Barcelona: Grupo Planeta, 2014.

SANTANA, Elissandro dos Santos. Ecologia Mental: uma arma sustentável contra a homofobia e contra a intolerância. Revista Ecodebate, Rio de Janeiro, ISSN 2446-9394, nº 2.547, 14/06/2016.

1 Especialista em sustentabilidade, desenvolvimento e gestão de projetos sociais, especialista em gestão educacional, especialista em linguística e ensino de línguas, especialista em metodologia de ensino de língua espanhola, licenciado em letras, habilitado em línguas estrangeiras modernas, espanhol e membro editorial da Revista Letrando, ISSN 2317-0735.

Contato: lissandrosantana@hotmail.com

2 Especialista em educação de jovens e adultos; especialista em língua portuguesa; licenciado em letras, língua materna e língua inglesa pela Universidade Federal da Bahia. Professor de inglês da Secretaria Estadual de Educação do Estado da Bahia.

Contato: denyscamara@gmail.com

3 Licenciado em história e especialista em história do Brasil

Contato: heron.pardes@gmail.com

4 Graduanda do Bacharelado Interdisciplinar em Artes da Universidade Federal do Sul da Bahia.

Contato: rosakaka@hotmail.com

Fonte: EcoDebate

Entidades criticam lei que prevê pulverização aérea de inseticida contra o Aedes


Publicado em junho 30, 2016 por


A lei que autoriza o uso de aviões para pulverizar substâncias químicas contra o mosquito Aedes aegypti, sancionada esta semana pelo presidente interino, Michel Temer, foi duramente criticada por organizações de saúde e combate a agrotóxicos.


Publicada na terça-feira (28) no Diário Oficial da União, a Lei 13.301/2016 prevê a “incorporação de mecanismos de controle vetorial por meio de dispersão por aeronaves mediante aprovação das autoridades sanitárias e da comprovação científica da eficácia da medida” como umas das medidas de combate ao mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya.


O Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FNDCIA) divulgou nota em que reprova a sanção presidencial. De acordo com o procurador regional do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco, Pedro Serafim, coordenador nacional da entidade, a lei tem potencial para causar doenças nos seres humanos e outras espécies, além de perdas econômicas.


“Alguns países da comunidade europeia, e também o Canadá e os Estados Unidos, vem restringindo a pulverização aérea. Nós vemos um retrocesso muito grave para a saúde pública. O fumacê não resolveu, tem tornado o mosquito resistente, e não vai ser com essa pulverização desordenada, que pouco alcança o alvo, que vai resolver”, criticou.


O coordenador do Grupo de Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Marcelo Firpo, classificou a autorização prevista na lei como um “retrocesso civilizatório”. Segundo ele, as áreas afetadas vão ser usadas como laboratórios. “Vai fazer da população em geral um grande espaço de experimentação humana com substâncias perigosas, cujos efeitos só vão aparecer anos depois.”


Riscos
A lei não delimita que substâncias serão permitidas ou proibidas nas pulverizações. A Abrasco critica o uso de qualquer produto, mas cita com maior preocupação o risco o perigo do Malation, químico usado em carros de fumacê pelo país. “Muitos princípios ativos que combatem, por exemplo, o ciclo reprodutivo dos insetos, também têm potencial de afetar o organismo humano. Esse é o caso da substância Malation. Foi classificado pelo IARC [sigla em inglês para Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer], ligado à OMS [Organização Mundial de Saúde], como um produto provavelmente cancerígeno”, explicou.


As organizações atribuem a sanção da lei por Temer a interesses do mercado. “Quem está pressionando para que a legislação seja aprovada? Não são os órgãos públicos e instituições de saúde, que deveriam ser os principais consultados. Eles se colocaram contrários a essa legislação”, disse o coordenador da Abrasco. “É algo que veio do setor da aviação privada, com interesse sobretudo econômico”, acrescentou Serafim, do FNDCIA.


O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola já defendeu, em várias ocasiões – inclusive em audiência pública do Senado em junho – uma proposta de pulverização aérea de inseticidas em áreas habitadas. O uso, no entanto, teria que passar por um teste piloto em local de grande infestação. Na ocasião, o Ministério da Saúde se manifestou contra a proposta por temer que as substâncias provocassem danos à saúde humana.


A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e a Campanha Contra os Agrotóxicos também já se manifestaram contra a lei.


Legislação
Segundo Marcelo Firpo, da Abrasco, a regra sancionada esta semana é “inconstitucional e ilegal” porque contraria legislação já existente sobre pulverização de agrotóxicos em áreas de circulação humana.


A Lei 7.802/1989, que trata dos agrotóxicos, não faz menção ao uso dos produtos por meio de pulverização em áreas urbanas, mas uma instrução normativa do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento proíbe a aplicação aeroagrícola é proibida em áreas situadas a uma distância mínima de 500 metros de “povoações, cidades, vilas, bairros, de mananciais de captação de água para abastecimento de população”, e de 250 metros de “mananciais de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais”.


Por Sumaia Villela, da Agência Brasil, in EcoDebate, 30/06/2016

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