quinta-feira, 14 de julho de 2016

Sem Google Maps, ovelha registra imagens em 360° das Ilhas Faroe

Sem Google Maps, ovelha registra imagens em 360° das Ilhas Faroe
(Arquivo) Ovelhas são vistas nas ilha Streyomoy, nas Ilhas Faore, no dia 16 de outubro de 2012 - AFP/Arquivos

Os internautas poderão visitar virtualmente as Ilhas Faroe graças a uma moradora, que colocou sobre uma ovelha uma câmera que filma em 360 graus, para mostrar ao mundo as paisagens imponentes deste território dependente da Dinamarca, localizado no Atlântico Norte.

Após ter constatado que o país não está incluído no serviço “Street View” do Google Maps, Durita Dahl Andreassen decidiu criar o serviço “Sheep View 360” com a ajuda de um pastor e de uma ovelha que percorre a ilha.

As imagens que mostram as pradeiras e as falésias da ilha podem ser acessadas através do site www.visitfaroeislands.com/sheepview360, que promove o turismo na região.

“Não estávamos no Google Street View. As Ilhas Faroe podem ser selvagens e estar isoladas, mas este arquipélago de 18 ilhas oferece algumas das paisagens mais mágicas do mundo”, declarou Andreassen.

“Já era hora de que este país nórdico tão desconhecido pelo mundo seja mostrado. Eu decidi assumir essa tarefa e criar minha própria versão de Street View”, contou.

Andreassen lançou, ainda, duas petições, uma para que todos os donos de ovelhas equipem seus animais com câmeras, para aumentar a coleção de imagens, e outra para que o Google inclua a ilha, de 50.000 habitantes e 80.000 ovelhas, no seu serviço de mapeamento.

MPF convoca audiência pública sobre a despoluição da Baía de Guanabara


Publicado em julho 14, 2016 por


Um mar de promessas e muita sujeira. Gerenciamento de recursos, saneamento básico e educação ambiental

MPF convoca audiência pública sobre a despoluição da Baía de Guanabara
Arte: MPF/RJ

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) realizará audiência pública para colher mais informações sobre os motivos do insucesso das políticas para despoluir a Baía de Guanabara. A audiência será aberta a toda a sociedade e está marcada para o dia 26 de agosto de 2016, às 13 horas, no Auditório da sede da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro (Avenida Nilo Peçanha, 31, 6º andar, Centro).


Obra prima da natureza – Protagonista de um cenário de beleza cênica de tirar o fôlego, a Baía de Guanabara, no entanto, não está nada bem na foto. Basta ver como sua imagem maltratada rodou o mundo depois que a mídia direcionou suas lentes para o espelho d’água abarrotado de entulho, sem falar no lixo depositado nas margens e no fundo do mar.


Em 1992, foi lançado o primeiro programa de despoluição da Baía de Guanabara (PDGB). Em 2009, com a candidatura para os jogos olímpicos de 2016, o governo estadual assumiu o compromisso de tratar 80% do esgoto da região metropolitana. Veio então um novo Programa de Saneamento (PSAM).


Em 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro recebeu a chancela de Patrimônio da Humanidade em virtude de sua incomparável paisagem cultural. Foi a primeira vez que a Unesco concedeu essa modalidade de chancela. Desde então, o famoso cartão postal da cidade maravilhosa passou a receber novas promessas de recomposição ambiental.


Entretanto, os dados obtidos inicialmente dão conta que o sistema de esgotamento sanitário dos municípios do entorno da baía está muito longe de atingir a meta de universalização, conforme determina a Lei de Política Nacional de Saneamento Básico.


Com isso, uma imensa quantidade de dejetos ainda é lançada diretamente na baía e em dezenas de rios que nela desembocam. Estima-se, além disso, que diariamente são despejadas cerca de 90 toneladas de lixo na baía.


Símbolo de resistência – A Baía de Guanabara, que já foi local de reprodução de algumas espécies de baleias, hoje agoniza, vítima que é de uma tragédia ambiental provocada pela ação e pela omissão do homem. E rapidamente os botos que ainda habitam este berçário vão sendo dizimados. Eis um bom exemplo da devastação.


A despeito do ambiente desolador e de tantas promessas, agora ouve-se dizer que serão necessários mais vinte e cinco anos para despoluir a baía. Será?


De acordo com o procurador da República Jaime Mitropoulos, a situação é vergonhosa e não condiz com a importância da Baía de Guanabara. Trata-se de um ecossistema essencial para a vida das populações que interagem com ela. Sua gestão deve ser racional, integrada, sistêmica, sem dissociar a qualidade da água e do solo, compatibilizando recursos com as diversidades bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das regiões de seu entorno.


Portanto, a relevância da baía para a qualidade de vida de todos deve ser motivo suficiente para que municípios, Estado, União e sociedade conjuguem esforços visando à sua despoluição.


É preciso cobrar ações efetivas, como por exemplo o reflorestamento do entorno, a preservação de manguezais e matas ciliares, descontaminação do solo, tratamento de rejeitos industriais e do esgoto doméstico, a contenção de vazamentos, a implantação e operação de novos aterros sanitários.


Desde 1992, quando os primeiros financiamentos começaram a aportar, não faltaram recursos para isso. Nem tempo. A recente crise econômica e a penúria em que o Estado do Rio de Janeiro foi mergulhado recentemente não justificam níveis tão baixos na execução de obras e ações de despoluição, principalmente a irrisória implantação de redes de coleta e tratamento de esgoto de alguns municípios, apesar dos nada desprezíveis recursos financeiros canalizados com esse propósito. É indispensável levar em conta todos os danos cumulativos e sinérgicos que impactam negativamente o ecossistema.

Por isso pretendemos saber se existem falhas de planejamento, na coordenação e execução do programa de despoluição, uma vez que o Sistema Nacional de Meio Ambiente exige dos gestores uma atuação articulada e eficiente, pensando e agindo de modo coordenado para alcançar resultados efetivos.

Precisamos saber, sobretudo, se os recursos foram corretamente empregados na preservação e na recuperação das áreas degradadas.

Independentemente de qualquer megaevento que esteja ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro, a sobrevivência da baía exige mais do que promessas e euforias de campanha. Exige empenho e compromisso institucional, seriedade e competência na gestão de recursos. Exige, enfim, boa governança, educação ambiental e financeira. Só assim será possível pensar numa Baía de Guanabara limpa e recuperada para as presentes e futuras gerações, conclui o Procurador.


Fonte: Procuradoria da República no Rio de Janeiro

in EcoDebate, 14/07/2016

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Cidade de Pedra Branca, CE, usa peixe como método natural contra Aedes aegypti


Publicado em julho 12, 2016 por

Revista Radis / Fiocruz

Eles não carregam mais venenos dentro de suas bolsas. Aquele exército de homens de uniforme bege, todos com um embornal a tiracolo, um boné e o rosto queimado de sol, passou a usar uma nova arma contra o mosquito transmissor da dengue: ao invés de larvicida, os agentes de combate a endemias levam consigo uma garrafinha com um peixe de pouco mais de dois centímetros, conhecido na linguagem popular como piaba rabo de fogo ou simplesmente piabinha. É com vida, e não com morte, que a cidade de Pedra Branca venceu o Aedes aegypti: o município, no interior do estado do Ceará, há dez anos não registra um caso de dengue transmitido dentro de seu próprio território.
Pescadas em açudes da região, as piabinhas, peixes usados no controle do Aedes, passam por um período de adaptação à água com cloro em tanques de piscicultura (foto: Radis/Fiocruz)
 
 
Com a ajuda de um espelho na palma da mão, o agente Ileudo Luís faz uso de um recurso natural abundante naquela terra: a luz do sol. Refletida no espelho, a luz permite que ele vasculhe a cisterna de uma casa para conferir se os peixes ainda estão lá. É uma técnica simples, mas que mostra como Pedra Branca aprendeu a usar as condições sociais e ambientais a seu favor no controle do mosquito. Com sua voz de locutor radiofônico, é Donizete Alves, coordenador de endemias do município, um dos personagens principais dessa iniciativa pioneira, que sintetiza numa frase o sucesso da experiência que levou Radis ao sertão cearense: “Quando o Brasil todo ficou assustado com a chegada da zika e da chikungunya, uma cidade pequena no sertão cearense já estava prevenida”, aponta.


“Dá licença, minha senhora” — a equipe de agentes pede para adentrar mais uma casa. Ileudo verifica se não há furos nas telas que recobrem os tambores de água da residência de Antonia Honorato de Souza. Acostumada à falta de água na região, em razão da seca e das dificuldades de abastecimento, a população considera o líquido um recurso valioso e tem o costume de armazená-lo em casa, em tambores, cisternas, baldes, potes, tanques e todo tipo de recipiente. A solução deu ao Aedes o criadouro perfeito para procriar suas larvas: água limpa e parada. Não por acaso, até o início de junho, o Ceará já havia registrado 49.542 casos de dengue, com 33 possíveis mortes relacionadas, ainda em investigação.

Por isso, Pedra Branca investiu em uma estratégia de controle que começa por onde o mosquito nasce: “Nós não deixamos o mosquito criar asas, já debelamos os focos quando ainda são larvas”, conta Donizete. Os tambores de Dona Antonia estão todos vedados com telas verdes que impedem que o inseto alcance o interior e deposite seus ovos.


A moradora conta que usa a água armazenada para lavar roupa e, nos meses de maior escassez, também para o consumo da família. Na cisterna, estão os peixinhos que Ileudo localiza com a ajuda do espelho de luz. “A gente faz o que eles ensinam”, comenta a moradora, em relação ao trabalho dos agentes de combate a endemias (ACE) e agentes comunitários de saúde (ACS). A visita é encerrada com a cajuína e o bolo que dona Antonia oferece aos agentes e à equipe de Radis, em sinal de hospitalidade.


Com orgulho, Donizete explica que não foi uma solução mágica que fez que Pedra Branca, uma cidade de pouco mais de 42 mil habitantes, não tivesse um caso de dengue autóctone (transmitida em seu território) nos últimos 10 anos, com o índice de infestação predial (que mede a presença do Aedes) próximo a zero por um período de 14 anos. A iniciativa reúne uma série de esforços ambientais, sociais e políticos que envolvem a população, o poder público e os profissionais de diversas áreas.



“Pedra Branca é um município que não trabalha com o químico, somente com o biológico, com o controle dos criadouros, com o monitoramento ambiental, com a participação social, com o trabalho educativo nas escolas, associações e creches, com o apoio da prefeitura e da secretaria municipal de saúde e com a participação da nossa população que interage, juntamente com os ACS, para que esse mosquito venha a ser verdadeiramente debelado”, sintetiza.


Meninas dos olhos
Lá estão eles, nos fundos do hospital municipal de Pedra Branca, guardados como as “meninas dos olhos” de uma experiência de sucesso. Os peixes, que se alimentam das larvas do mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya, são criados em tanques de água e distribuídos para as cerca de 12 mil residências e outros tipos de construções do município.


Por dia, saem dali por volta de 300 peixes, pelas mãos dos agentes de combate a endemias, que levam, de casa em casa, o principal instrumento de controle biológico ao Aedes. “É um trabalho simples e custa muito pouco. É simplesmente uma piaba que a gente pega no açude, traz para os tanques e faz uma quarentena para que ela seja adaptada à água com cloro”, conta Donizete.


O método desenvolvido na cidade se baseia em uma tecnologia social bastante conhecida pelos sertanejos: a presença dos pequenos peixes em cisternas e outros reservatórios de água. A secretária de saúde da cidade, Ana Paula Albuquerque, conta que quando criança convivia com os “peixinhos” no tanque de água de sua casa. Mas a implantação do método para a erradicação da dengue, há 15 anos, só foi possível com o apoio da comunidade. “A população vem buscar o peixe e não se opõe ao telamento das caixas d’água”, ressalta. Como Donizete explica, são poucos peixes por caixa dágua (cerca de dois ou três); e não há recomendação para que sejam alimentados: quando não há larvas, eles se alimentam da própria matéria orgânica do depósito de água.


Natalice Fernandes chega com seu filho Pedro Henrique, de oito anos, em busca do “peixinho”. Ela conta que há um mês foi encontrado um foco de larvas do mosquito em sua residência. Desde então, redobrou os cuidados, por recomendação dos ACE. “Orientada pelos agentes, eu comecei a prevenir antes de acontecer, lavando a caixa e colocando o peixe”, relata. Quando um criadouro é descoberto, os agentes fazem o que chamam de “delimitação de foco”: verificam todo o quarteirão e retornam a cada sete dias, por três vezes consecutivas, para garantir a quebra do ciclo biológico do mosquito. “A gente cerca o mosquito de todos os lados”, brinca Anataliel Teixeira, outro agente de combate a endemias, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).


Continue a leitura da reportagem aqui.


Leia outras notícias na Radis de julho.

in EcoDebate, 12/07/2016

Estudo avalia efeitos distintos e limitações do manejo florestal sustentável

Publicado em julho 14, 2016 por



Resultados de pesquisas realizadas na Amazônia apontam limitações na eficácia de diretrizes de gestão de ecossistemas e de certificados internacionais (Foto:Manilkara bidentata/Wikimedia Commons


Por Peter Moon, Agência FAPESP
O Manejo Florestal Sustentável é um dos pontos basilares da Lei de Gestão de Florestas Públicas, aprovada pelo Congresso Nacional em 2006 como resposta ao desmatamento crescente que ocorria à época no Cerrado e, principalmente, na Amazônia.


A nova legislação contribuiu decisivamente para a redução do desmatamento na Amazônia Legal, que caiu dos 27.700 km2 de floresta derrubada em 2004 para a mínima histórica de 5.000 km2 em 2014, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – embora, em 2015, o desmatamento tenha voltado a subir, atingindo 5.800 km2.


O Ministério do Meio Ambiente define o Manejo Florestal Sustentável como “a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo”.


A estratégia prevê a retirada seletiva de espécies de valor comercial em quantidade limitada, preservando as árvores jovens, por exemplo. Também é obrigatória a retirada prévia das lianas, os cipós e a vegetação aérea que crescem entre as árvores, evitando assim que a derrubada de um indivíduo arraste outras árvores consigo.


Estas e outras medidas buscam reduzir ao máximo o impacto da atividade madeireira nas florestas nacionais. Assim mesmo, o impacto existe. 


Como fazer para quantificá-lo e qualificá-lo? Esta foi a tarefa de um grupo de ecologistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os primeiros resultados foram publicados noForest Ecology and Management. O estudo tem apoio da FAPESP.


“Queríamos entender como o manejo sustentável agia sobre espécies arbóreas de uso comercial e também aquelas não madeireiras”, disse Flavio Antonio Maës dos Santos, do Departamento de Biologia Vegetal da Unicamp. O estudo foi levado a cabo por sua então doutoranda, Maria Rosa Darrigo.


Para entender a ação do manejo florestal no médio e no longo prazo, os pesquisadores selecionaram glebas de floresta em Itacoatiara, no Amazonas, a 250 km de Manaus. A área, uma reserva florestal com 506 mil hectares, é explorada por empresa desde 1995 de acordo com diretrizes da Forest Stewardship Council (FSC), organização não governamental que estabelece padrões internacionais de manejo florestal sustentável.


As glebas florestais estudadas foram exploradas em 1996, 2002 e 2005. Os dados dos efeitos do manejo sobre as espécies vegetais e o solo foram coletados entre 2007 e 2009, fornecendo um painel de regeneração florestal efetiva de dois, cinco e 11 anos desde o manejo. Todos os dados foram comparados aos de uma área de controle não explorada.


Foram estudadas sete espécies arbóreas. Elas são comuns em todas as áreas estudadas: acariquara (Minquartia guianensis), cupiúba (Goupia glabra), maparajuba (Manilkara bidentata), maçaranduba (Manilkara huberi), Pouteria anomala, Protium hebetatume angelim-rajado (Zygia racemosa). Essas espécies representam um amplo conjunto de características, incluindo tamanho, densidade da madeira e estratégias reprodutivas.


“A partir de todos esses dados conseguimos comparar o que estava acontecendo com os indivíduos daquelas sete espécies nas áreas investigadas”, disse Santos. Um exemplo é a abertura de clareiras na mata. Mesmo depois de 11 anos, não se observou uma recuperação total da cobertura vegetal nas áreas onde a derrubada manejada de árvores abriu clareiras.


Daí decorre uma segunda evidência: a quantidade de luz que incide sobre a vegetação na clareira. As plantas pequenas mostraram uma taxa de crescimento maior do que as demais, pois o acesso à luz é um fator determinante de crescimento.


Por outro lado, se a taxa de crescimento das plantas pequenas aumentou, sua mortalidade seguiu o mesmo rumo. E de forma acelerada. “A taxa de mortalidade das plantas pequenas subiu de duas a três vezes, quando comparada às mesmas plantas na área de controle”, disse Santos. A resposta a essa disparidade pode estar nas alterações sofridas no ambiente após o manejo, com a mudança na frequência de indivíduos de determinadas espécies em relação às outras.


Uma outra causa de mortalidade observada foi a queda de árvores. Segundo Santos, “nas áreas manejadas quem cresce mais são as espécies com densidade de madeira menor, portanto mais sujeitas à queda. Em princípio, o que pareceria benéfico às plantas menores, o aumento do acesso à luz, na verdade não ocorre”.


Composição do solo
Outra constatação dos pesquisadores foi a alteração na composição do solo nas áreas manejadas em comparação com a área de controle. Nos primeiros dois anos após o manejo, a fertilidade do solo se manteve comparável à da área de controle. Depois desse período, a fertilidade caiu cerca de 30%.


Boa parte da manutenção da fertilidade nas áreas de manejo se deve à decomposição das árvores derrubadas para a abertura de trilhas por onde são transportadas as toras comercializáveis, por exemplo. Após dois anos do manejo, quando a decomposição dessa mata derrubada se completa, a fertilidade das áreas manejadas declina.


Uma das conclusões do trabalho é que os efeitos do manejo florestal sustentável não são iguais para todas as espécies. Algumas são mais afetadas do que as outras. Algumas crescem mais do que as outras. Essa constatação por si só é extremamente importante para entendermos as limitações da eficácia das diretrizes e dos certificados internacionais de manejo florestal.


“Se essas estratégias fossem de fato sustentáveis, seria de se esperar a manutenção das populações de todas as espécies ao longo do tempo. Mas não é isso o que acontece”, disse Santos. “O que constatamos foi que, tanto na área manejada há 11 anos, quanto na área manejada há cinco anos, ocorreu uma redução das populações no tempo.”


Uma possível resposta é a retirada das árvores adultas, que são justamente as fontes de sementes para a germinação de novas gerações de árvores. “Manejo sustentável é, sem dúvida, muito melhor do que a terra arrasada pelo desmatamento generalizado”, afirmou Santos. “Só que dizer que isso é sustentável, não dá para afirmar.”


Maria Rosa Darrigo é mais específica. “A exploração manejada, no caso deste estudo, realmente causou mudanças na trajetória de recomposição da floresta, que não são consideradas nos planos de manejo florestal sustentável. O que temos, de fato, é uma exploração de baixo impacto. Da forma que estamos fazendo, ainda não podemos chamá-la de sustentável, mas isso não quer dizer que não houve avanços na forma de se explorar as espécies madeireiras, uma vez que o impacto é comparativamente menor do que o causado pelos métodos tradicionais. O que precisamos entender e aceitar é que a floresta tem o seu próprio tempo de desenvolvimento, e o mercado precisa se adaptar a esse tempo natural.”


O artigo Effects of reduced impact logging on the forest regeneration in the central Amazonia (doi: 10.1016/j.foreco.2015.10.012), publicado por Santos, Darrigo e Eduardo Martins Venticinque em Forest Ecology and Management, pode ser lido emwww.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378112715005678.

in EcoDebate, 14/07/2016

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Fazenda em SP mostra viabilidade da agrossilvicultura de grande escala


Publicado em julho 14, 2016 por


A Fazenda da Toca, empresa privada de São Paulo, está demonstrando a viabilidade da agrossilvicultura — o cultivo de árvores em conjunto com culturas agrícolas ou com criação de animais — de grande escala, inclusive em terras com solo altamente degradado.
Segundo o Banco Mundial, o empreendimento pode pôr fim ao mito de que a agrossilvicultura em grande escala é demasiadamente cara e requer mão de obra intensiva para atrair o setor privado.

Fazenda Toca, em São Paulo, adota o cultivo de árvores juntamente a culturas agrícolas. Foto: Instagram

Por Gregor Wolf e Werner Kornexl


A pecuária e a agricultura têm sido os impulsores principais do desmatamento e da degradação da terra no Brasil, utilizando práticas de uso da terra às custas do meio ambiente, causando escassez de água, perda da biodiversidade e persistência da pobreza.


Não há dúvida de que a restauração da terra e das florestas para reparar os ecossistemas é urgentemente necessária no Brasil. Isso é sobretudo evidente no estado de São Paulo, onde a escassez da água, causada por uma seca prolongada e bacias hidrográficas degradadas, está ameaçando a metrópole de mais de 20 milhões de habitantes. Infelizmente, devido a percepções de que a restauração da terra é proibitivamente cara, as intervenções têm sido lentas.


No entanto, em uma fazenda em São Paulo é possível ver que há mudanças a caminho. Há novas evidências de que práticas de agrossilvicultura — o cultivo de árvores em conjunto com culturas agrícolas ou com criação de animais — desenvolvidas localmente oferecem sistemas de produção financeiramente viáveis, ao mesmo tempo restaurando o solo e a cobertura da vegetação em larga escala.


A Fazenda da Toca, empresa privada de São Paulo, está demonstrando a viabilidade da agricultura e agrossilvicultura de grande escala, inclusive em terras com solo altamente degradado. O local pode pôr fim ao mito de que a agrossilvicultura em grande escala é inviável, demasiadamente cara e requer mão de obra intensiva para atrair o setor privado.


O empreendimento está apto a demonstrar que as práticas de agrossilvicultura não somente restauram áreas degradadas, mas também são mais lucrativas do que as práticas agrícolas convencionais. Qual é o segredo de sua eficácia? Simples: não se trata de um enfoque ou de uma técnica únicos. Ao contrário, é uma combinação de intervenções, inteligentemente sequenciadas, que estão produzindo resultados positivos.


Os solos degradados são estabilizados com diferentes espécies de grama para aumentar a matéria orgânica, espécies exóticas de crescimento rápido proporcionam sombra e biomassa, ao passo que árvores frutíferas e espécies nativas de madeira de alto valor geram fluxo de caixa e retornos de longo prazo. Seguindo esses princípios — em variações e abordagens múltiplas — a agrossilvicultura na Fazenda da Toca já é lucrativa sem subsídios ou outros incentivos, mostrando que a atividade em larga escala é viável.


A Fazenda da Toca também experimenta inovações tecnológicas diferentes. Por exemplo, tem trabalhado em parcerias estratégicas para desenvolver tecnologias e criar equipamentos de agrossilvicultura mecanizada em parceria com empresas locais. Essa maneira de agir reduz custos e cria redes nacionais para divulgar técnicas e modelos de uso da terra financeiramente viáveis, preparando assim o cenário parar uma ampla adoção deste método.


Recentemente, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura — uma coalizão de mais de 100 parceiros privados, grandes empresas e ONGs — organizou um evento para discutir a forma de acelerar a ampliação do modelo Fazendo da Toca no estado e em outras áreas do país.


O objetivo da coalizão é contribuir para o recente compromisso do Brasil na COP21 de enfrentar os problemas de degradação da terra e dos recursos, bem como ajudar a cumprir até 2030 a meta nacional de restaurar 12 milhões de hectares de terras degradadas, recuperando mais 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e assim melhorando outros 5 milhões de hectares de sistemas de cultivo-pecuária-silvicultura.


Um dos principais resultados desse processo singular — também aprendido de cultivos florestais de larga escala bem-sucedidos no sul do país — é o seguinte: a restauração não pode estar separada da agrossilvicultura produtiva ou de sistemas agrossilvopastoris, ou seja, o processo deve proporcionar aos agricultores renda em dinheiro logo no início do processo, ao mesmo tempo restaurando o solo e as funções ecológicas.


A experiência da Fazenda da Toca oferece um importante estudo de caso para a implementação do Desafio de Bonn, cuja meta é restaurar 150 milhões de hectares de terras desmatadas e degradadas do mundo até 2020 e 350 milhões até 2030. Até hoje, 31 países deram um passo à frente comprometendo-se a restaurar áreas degradadas. No entanto, há apenas alguns lugares em que esse esforço concentrado está em andamento, reforçado pela evidência de que a restauração em grande escala é financeiramente viável.


A estrutura normativa avançada do Brasil e o Código Florestal oferecem o contexto para essa meta desafiadora. No entanto, ainda precisam ser abordados: financiamento adequado, disponibilidade de sementes, mercados, conhecimento de genética e práticas de silvicultura de espécies nativas, bem como viabilidade financeira.


Experiências como a da Fazenda da Toca trazem a esperança de que o Brasil possa realmente ampliar a restauração, cumprindo as metas de restauração determinadas pelo Código Florestal, bem como cumprindo os compromissos estabelecidos em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas na COP21.


Da ONU Brasil, in EcoDebate, 14/07/2016

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Crueldade: hipopótamos são obrigados a fazer acrobacias em circo russo





Imagens dramáticas revelam três hipopótamos forçados a empilhar seus corpos em cima uns dos outros e rugir para famílias que frequentam um circo russo.



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Com a sua pele reluzente e seus dentes à mostra, um dos animais mais imponentes do mundo é humilhado e reduzido a nada mais do que um mero entretenimento, relatou o Daily Mail.


Os hipopótamos são anunciados como uma atração em algumas cidades na Rússia e na Europa Oriental, e o circo em Krasnoyarsk, na Sibéria, é conhecido por explorá-los em performances cruéis.


Cada hipopótamo pesa cerca de uma tonelada. Em 2014, em um "Show de Hipopótamos”, três mamíferos foram obrigados a desfilar enquanto uma música techno tocava sob luzes brilhantes.


Os treinadores também balançavam bolas infláveis na cabeça dos animais e o mesmo truque de "empilhamento” foi apresentado na ocasião.

No mesmo ano, foi relatado que o circo jogou garrafas contendo hamsters em direção ao público.
Os hipopótamos são conhecidos por serem altamente agressivos, especialmente se eles sentem que suas crianças estão sendo ameaçadas.

Porém, neste estabelecimento, os animais são abusados e tratados como meras propriedades que devem gerar lucro e servir como entretenimento para o público, e obviamente passaram por um treinamento extremamente cruel para serem dominados a esse ponto.



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Fonte: Anda

Homem mata seus cães ao alimentá-los com KitKat


Dois cães morreram após seu proprietário os alimentar com uma dieta a base de KitKat.Keith Davies, de 62 anos, ignorou o conselho de uma instituição de caridade que solicitou que ele desse a seus animais de estimação uma comida melhor, e em vez disso os alimentou com os chocolates.

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Ele deu aos cães Kit Kats no jantar, apesar de chocolate ser letal para cães.

Seus maus tratos foram descobertos quando uma pessoa chamou um centro de proteção animal. Quando os inspetores chegaram ao local, imediatamente perceberam que Jenny e Lolly estavam gravemente doentes.

Jenny morreu quase após chegar ao centro animal, enquanto Lolly teve que ser sacrificado após sofrer insuficiência renal e hepática.



Davies, que vive perto de Dulwich, vila no sudeste de Londres (Inglaterra), foi considerado culpado por crime contra o bem-estar animal e foi proibido de ter outros animais pelo resto da vida.



Fonte: Gadoo

Cães são nossos Anjos da Guarda!

Pedófilo arrasta menina para terreno baldio, 5 cães de rua escutam e destroem o agressor

Na Argentina, uma menina de 12 anos ia para a casa da tia a pé quando um homem a agarrou por trás, tapou sua boca e a levou para um terreno baldio para estuprá-la.Segundo o site Correo del Orinoco, a criança, que não teve o nome divulgado, debateu-se em seus braços, sem forças suficientes para se soltar. Mas cinco cães de rua que estavam ali por perto ouviram o choro da menina e correram para salvá-la do abuso.
 
 
Eles procuraram a direção dos gritos e, ao avistarem a pequena sendo estuprada, avançaram no pedófilo, morderam seu rosto e arranharam todo o seu corpo, deixando a garota intacta que aproveitou para fugir. Ela, então, pediu ajuda para as casas vizinhas e foi socorrida.O agressor ainda não foi identificado.
 
 
Os cachorros também não foram encontrados, mas já estão sendo chamados de anjos-protetores por toda a cidade.Há quem diga que eles foram enviados para salvá-la. Mas a maioria acredita que os cinco cãezinhos só reafirmam aquilo que muitos já sabem: o instinto protetor e afetuoso que têm os animais.
 
 

A Baía de Guanabara grita SOS, artigo de Norbert Suchanek


Publicado em julho 14, 2016 por



A Baía de Guanabara grita SOS

[EcoDebate] Menos de 30 dias antes da Olimpíada do Rio, a Baía de Guanabara e os seus últimos pescadores gritam SOS. Com participação de jornalistas do Rio e de outros países, a barqueata dos pescadores da Baía de Guanabara, no domingo 3 de julho, mostrou isto com toda a clareza. Os representantes de várias colônias de pescadores presentes com seus barcos no evento organizado pelo ambientalista Sérgio Ricardo da Baía Viva, pelo Fórum de Pescadores e Amigos do Mar e pela Associação de Pescadores Livres de Tubiacanga, se sentem abandonados e desrespeitados pelo estado e suas autoridades.


“A única coisa que eu não perdi foi a minha dignidade”, disse o pescador Geraldão, 62 anos da Colônia Z-10 dos pescadores da Ilha do Governador. No passado, sua rede de pesca estava cheia de peixes, hoje a rede é cheia de garrafas pet e sacos plásticos – e o peixe virou uma raridade. Geraldão: “Muitas vezes eu trago para casa dois peixes e cem quilos de lixo plástico. Eu tenho pena dos meus netos. Estes políticos estão acabando com o pescador.”


“Não tem peixe, não tem camarão!”, explica a situação desastrosa da Baía de Guanabara o pescador Ronaldo Moreno do Fórum dos Pescadores e Amigos do Mar. “A Petrobras se apropriou da baía. A gente vai colocar rede perto da ilha da Petrobras e toma tiro.”O governo investe na Olimpíada, mas para os pescadores da baía não tem dinheiro.


Até hoje a maioria das famílias de pescadores que sofreram por causa do grande derramamento de óleo da Petrobras em 18 de janeiro de 2000, ainda não foram indenizados. “É injusto que alguns pescadores recebam indenização como eu. Mas a maioria dos pescadores ainda não foram indenizados. Tem mais de 20 mil”, disse o pescador Alex Sandro Santos da Associação dos Pescadores Livres de Tubiacanga.


Além da poluição diária da indústria de petróleo e do esgoto não tratado da cidade maravilhosa, os participantes da barqueata denunciam uma “iniciativa pioneira” apoiada pela Petrobrás e pelo Banco Bradesco: a Gás Verde, empresa controlada pela Novo Gramacho Energia Ambiental em Duque de Caxias.


A usina Gás Verde, inaugurada em 2009, no Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, recupera e purifica o gás metano que o aterro de Gramacho está produzindo sem parar diariamente à base da decomposição e pressão das milhares de toneladas de lixo. Segundo a Comlurb, o gás purificado – chamado no Brasil de biogás – é vendido à Petrobras, para ser usado como gás de processo na Refinaria Duque de Caxias, 70 milhões de metros cúbicos por ano. Além disso, o projeto da Novo Gramacho está recebendo apoio de créditos de carbono com aprovação da ONU porque “atende” todos os requisitos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Quioto.


Mas a realidade pode ser uma outra!


Porque a concessionária Novo Gramacho também é responsável para tratar e cuidar os rejeitos líquidos do processo e especialmente do chorume – um líquido altamente tóxico que o aterro também está produzindo diariamente por causa da decomposição do lixo. Mas segundo os pescadores da região, o tratamento necessário não está sendo feito.


“Hoje tem pescador que passa fome! Isso revolta, porque a Gás Verde ganhou esta concessão (da Comlurb) desde 2007, ela lucra com o gás e tinha obrigação na concessão de tratar o destino final do chorume. Ao invés de tratar, ela lucra com gás e simplesmente está devastando a região de pesca”, reclama o pescador David da Colônia de Pescadores de Duque de Caxias.


Em fevereiro deste ano, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) multou em R$ 6,6 milhões a empresa Gás Verde por vazamentos de chorume com substâncias tóxicas na Baía de Guanabara e no Rio Sarapuí. Pelo menos seis vazamentos foram registrados. “Há um canal para conduzir o chorume tratado e, na verdade, o chorume está sendo direcionado bruto para esse braço morto do Rio Sarapuí, alcançando a Baía de Guanabara”, explicou Elaine Noce, coordenadora-geral de Fiscalização do Inea numa reportagem do O Globo.

Diversidade perdida!

O chorume de Gramacho e outros poluentes tóxicos afetam diretamente também a biodiversidade. A nossa refeição tradicional é cada vez menos variável. “Alguns anos atrás a gente tinha 12 espécies de pescada aqui. Hoje nós temos duas, porque o peixe não aguenta”, disse o pescador Gilciney Lopes, Presidente da Colônia de Pescadores de Duque de Caxias.

“Nós queremos uma Baía viva. Uma Baía para pesca e lazer: Nós não admitimos entregar a Baía para a indústria do petróleo”, resume o Fundador do Movimento Baía Viva Sergio Ricardo de Lima. “A Baía não pode ser um estacionamento de navios e de oleoduto.” É uma luta de Davi contra Golias.
Veja também o video Davi contra Golias: https://vimeo.com/173565356

Norbert Suchanek, Rio de Janeiro, Correspondente e Jornalista de Ciência e Ecologia, é colaborador internacional do EcoDebate.

www.norbertsuchanek.org


Foto: Márcia Gomes de Oliveira

in EcoDebate, 14/07/2016

"A Baía de Guanabara grita SOS, artigo de Norbert Suchanek," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 14/07/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/07/14/a-baia-de-guanabara-grita-sos-artigo-de-norbert-suchanek/.

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Muro da Gentileza: uma forma de fazer o bem!



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A ideia do Muro da Gentileza nasceu o Irã com o objetivo de ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade. Por meio de doações de roupas, o muro se converteu em um espaço de doação e retirada de peças doadas para quem precisa delas.


Na capital, Teerã, e na cidade de Mashad, onde nasceu a ideia, o Muro deu mais dignidade às pessoas para enfrentarem o frio do inverno, sobretudo, aquelas que vivem em situação de rua.


Qualquer peça de roupa e acessórios podem ser pendurados no muro e serem retirados por quem precisar.


A iniciativa deu tão certo que acabou sendo copiada em vários lugares do mundo. Na Itália, a Marymount International School levou a ideia para o subúrbio de La Storta, em Roma. Giovanna Iorio, diretora da escola, explica que "A ideia é dar uma imagem digna do comércio de vestuário".
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Muro da Gentileza - Itália
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Muro da Gentileza - Irã


Aqui no Brasil, a Pestalozzi de Campo Grande (MS), que hoje atende uma média de 700 pessoas portadoras de necessidades especiais, físicas e psicológicas e oferece diversas atividades, como dança, teatro e pintura, deu vida a esse projeto social. Uma voluntária da instituição viu um post sobre os muros de gentileza do Irã e resolveu replicar a ação em Campo Grande com o intuito de unir as pessoas de forma que elas olhem umas para as outras. 
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Muro da Gentileza - Brasil


O professor de artes da Pestalozzi com a ajuda de alunos e pais e voluntários abraçaram a iniciativa fazendo com que ela se concretizasse. O muro da instituição foi invadido de cores e de um varal com dezenas de peças de roupas que vão abrigar quem precisa delas neste inverno.


Assim nasceu o projeto "Muro Itinerante". Nos finais de semana, as peças doadas são levadas pela van da Pestalozzi aos bairros mais pobres da capital de Mato Grosso do Sul, onde são feitas as doações.


O muro é um local onde as pessoas podem doar e receber roupas, livros e utensílios domésticos. O muro edificado com essa iniciativa, que pretende ser continuada para além deste inverno, foi construído com gentileza e com um olhar mais tenro sobre o outro.


Confira a reportagem sobre o projeto Muro Itinerante e replique essa ideia!



https://youtu.be/fgwoDa55AjI

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Depressão: novos olhares sobre a nossa infelicidade contemporânea



A depressão é um assunto muito mais sério – e recorrente – do que podemos imaginar. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 350 milhões de pessoas, de todas as idades, sofrem com a doença ao redor do mundo. E não conhecemos o suficiente a respeito. O portal Collective Evolution trouxe olhares “alternativos” à forma usual de enxergar a depressão. Abaixo, as principais ideias:

Antidepressivos podem piorar a depressão

 

 

Um estudo publicado no periódico Medical Hypothesis coloca que, assim como as taxas de depressão crônica estão em rota ascendente, também têm se ampliado os tratamentos. Mas o estudo afirma: a eficácia desses tratamentos – pautados, principalmente, pelo uso de antidepressivos – está caindo. Na verdade, evidências levantadas nessa e em outras publicações vêm indicando que o uso persistente de medicamentos tem um efeito “pró-depressão” em alguns indivíduos, no longo prazo.

A importância da neuroplasticidade

(ou, o velho “Pense positivo!”)

 

Por trás dessa complexa palavra, está um princípio simples: você pode, literalmente, reconfigurar o seu cérebro com o poder da mente. Já comentamos sobre isso no texto sobre a meditação da atenção plena. A neuroplasticidade é a propriedade do cérebro de ser flexível e maleável. Isso permite que, através de nossos pensamentos, emoções e percepções, possamos forçar o surgimento de novas conexões e alterar a sua estrutura. Especificamente para a depressão – e outros transtornos psicológicos –, a neuroplasticidade tem se mostrado útil ao mostrar que o pensamento positivo, quando estimulado e reforçado, pode fortalecer áreas do cérebro associadas a sentimentos positivos. Está dentro de nós, portanto, uma das ferramentas mais potentes para o tratamento dessas doenças!


Estamos em um contexto que estimula a depressão?

 

No entanto, um ponto de atenção se faz necessário. A depressão não se limita a questões biológicas e psicológicas. Envolve variáveis muito mais amplas. Criamos uma forma de experimentar o mundo que nos aproxima, em uma analogia extrema, a máquinas com procedimentos e rotinas muito bem estabelecidos.



Trabalhamos, o que toma a maior parte do nosso dia; procuramos formas de entretenimento e substâncias químicas que nos sequestrem desse cotidiano maçante; e, no fim, passamos os dias clamando para que o final de semana venha nos libertar. E isso vai além da vida adulta. Assim que entramos na escola, já há certas especificações técnicas que temos que adquirir ao longo dos anos para atingir o chamado “sucesso”, que nos é vendido insistentemente.

Essa visão, que pode parecer apocalíptica demais, tem o único propósito de nos alertar – afinal, não queremos tornar realidade o mundo descrito por Aldous Huxley em seu Admirável Mundo Novo. Então, temos que descobrir como aprimorar nossa experiência no tempo finito que nos foi dado; como nos manter próximos daquilo que nos inspira, que ativa nossas paixões e sonhos e que nos direciona para a tão almejada felicidade.


Algumas dicas!

 

Todos estamos sujeitos a esbarrar, vez ou outra, em estados de insatisfação. Não há receita para desviar deles, nem fórmulas prontas para a felicidade. Mas alguns estudiosos vêm buscando encontrá-las. Algumas de suas teorias estão no documentário Happy, que pode ser assistido no Netflix; e também no portal Gluck, criado por dois jornalistas brasileiros que partiram em um ano sabático com um único propósito em mente: estudar a felicidade.