sexta-feira, 15 de julho de 2016

WWF compra licença de pesca de tubarões para salvar Barreira de Coral


Agencia EFE13/07/2016 09h02 - Atualizado em 13/07/2016 09h02


Licença dá direito a uma rede de pesca de 1,2 km, que ONG vai tirar da água.


Objetivo é proteger a vida marinha na Grande Barreira de Coral, na Austrália.

Do g1, com a EFE
Tartaruga nada sobre corais descoloridos na ilha Heron, englobada pela Grande Barreira de Coral na Austrália. A Grande Barreira passa pelo mais grave processo de branqueamento já registrado, com 93% dos recifes afetados (Foto: AFP/XL Catlin Seaview Survey)Tartaruga nada sobre corais descoloridos na ilha Heron, englobada pela Grande Barreira de Coral na Austrália. A Grande Barreira passa pelo mais grave processo de branqueamento já registrado, com 93% dos recifes afetados (Foto: AFP/XL Catlin Seaview Survey)
 
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês) anunciou nesta quarta-feira (13) que comprou na Austrália uma licença de pesca comercial de tubarões, por US$ 100 mil,  para proteger a vida marinha na Grande Barreira de Coral, no nordeste australiano.

A licença dá direito a uma rede de pesca de 1,2 km, que a ONG vai tirar da água. De acordo com um comunicado oficial, a iniciativa vai salvar 10 mil tubarões por ano.
 
 
A diretora de Conservação da WWF Austrália, Gilly Llewellyn, declarou à emissora local "ABC" que os tubarões martelos (Sphyrna mokarran) "estão sendo atingidos".

Segundo ela, proteger predadores, como tubarões, é particularmente importante depois do evento de branqueamento sem precedentes que devastou a Grande Barreira de Corais este ano. Um estudo 2013 mostrou que a remoção de tubarões de recifes de coral destruiu o ecossistema, tornando mais difícil para os recifes de recuperar.

A iniciativa "também prevenirá que os dugongos (Sirenia), tartarugas e golfinhos morram nas capturas e ajudará aos recifes a se recuperarem perante o pior episódio de braqueamento de corais de sua história", acrescentou a ativista.

A caça comercial de tubarões na Grande Barreira cresceu de 222 toneladas em 2014 a 402 toneladas em 2015, o que representa a captura de cerca de 100 mil exemplares, segundo dados oficiais.
Grande Barreira de Coral começa a apresentar sinais de desbotamento (Foto: WWF AUSTRALIA / AFP)Grande Barreira de Coral começa a apresentar sinais de desbotamento (Foto: WWF AUSTRALIA / AFP)
 
Llewellyn reivindicou medidas urgentes ao governo do primeiro-ministro Malcolm Turnbull, ganhador das eleições australianas de 2 de julho.

A UICN, criada em 1948 por estados soberanos, agências governamentais e grupos civis, inclui o tubarão martelo em sua lista de espécies em perigo de extinção.

Dois estudos científicos publicados neste ano denunciaram um branqueamento extraordinário do coral da Grande Barreira em grande parte por culpa da atividade humana.
O publicado pela Universidade James Cook em abril informou que 93% do coral da Grande Barreira, que se estende ao longo de 2,3 mil quilômetros ao longo da costa, sofria com o branqueamento.

Outro publicado no mês seguinte, do Centro de Excelência de Estudos de Recifes Coralinos, indicou que o branqueamento causou a morte 35% do coral das zonas norte e centro da Grande Barreira.

Câmeras noturnas são instaladas na Reserva Biológica do Lami

Câmeras noturnas para registram a fauna. Foto: Divulgação/PMPA


Câmeras noturnas para registram a fauna. Foto: Divulgação/PMPA


Na semana passada, a Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger (RS) instalou três novos equipamentos fotográficos no seu território: câmeras trap night, com sensor infravermelho que possibilita a captura de imagens noturnas. Sem a necessidade de flash, elas facilitam os registros dos mamíferos da reserva sem o risco de afugentá-los.


Os aparelhos foram doados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Com as doações, a unidade de conservação possui agora sete equipamentos fotográficos.


O trabalho de registro da fauna da Rebio é realizado desde 2010 e contribui com a obra científica Fauna e Flora da Reserva Biológica do Lami. O objetivo é conhecer as espécies para fins de melhoria no planejamento dos processos de gestão e manejo para conservação das espécies.
Reserva do Lami recebe câmeras noturnas para registro da fauna. Foto: Divulgação/PMPA
Reserva do Lami recebe câmeras noturnas para registro da fauna. Foto: Divulgação/PMPA

Hoje é aniversário do Parque Estadual do Rio Doce

Lagoa Dom Helvécio. Parque Estadual do Rio Doce. Foto: IEF
Lagoa Dom Helvécio. Parque Estadual do Rio Doce. Foto: IEF


O Parque Estadual do Rio Doce (MG) comemora hoje, dia 14 de julho, 72 anos de existência. A unidade de conservação criada em 1944 é primeira do estado de Minas Gerais e abriga a sua maior área contínua de Mata Atlântica com seus 36.970 hectares, e um sistema lacustre composto por quarenta lagoas.


Em função deste enorme sistema de lagoas, o Parque é reconhecido como Reserva da Biosfera pela Unesco e faz parte da Lista Ramsar de Zonas Úmidas de Importância Internacional, a Lista Ramsar. A a unidade também abriga cerca de mil espécies vegetais típicas do bioma e espécies animais ameaçadas de extinção como a onça-pintada e o mono-carvoeiro.


As celebrações tiveram início no dia 09 e se estenderão até o dia 16, quando serão realizadas Romarias Ecológicas que partem dos municípios abrangidos pela unidade de conservação.


Estas romarias homenageiam o esforço do Bispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, para a criação do Parque e o fortalecimento da participação das comunidades na proteção da unidade de conservação. Na década de 1930, preocupado com a grande exploração da Mata Atlântica na região, o religioso registrou no livro de tombos da arquidiocese de Mariana a área do Parque, com o objetivo de preservá-la.

Agência Nacional do Petróleo permite descarregamento de diesel em pleno rio Amazonas


Por: Mauricio Lima
Rio Amazonas
Rio Amazonas


Sem se importar com o risco ambiental da operação, a Agência Nacional do Petróleo tem dado licenças para que empresas descarreguem gasolina e diesel importados em pleno Rio Amazonas.


Cada vez mais distribuidoras nacionais recorrem à importação de combustível porque a diferença de preço entre o produto comprado lá fora e o brasileiro chega a 40%. Quando são grandes, elas seguem rígidos padrões de segurança.


Mas não são as gigantes que estão fazendo isso no Norte do Brasil. A autorização para tal desatino é dada pela Superintendência de Abastecimento da ANP que, desde o primeiro governo Lula, é controlada pelo PCdoB.

‘Água potável pode se tornar uma miragem’, diz o pesquisador José Tundisi em artigo


Publicado em julho 15, 2016 por



água

A água é fundamental para a dinâmica da natureza. Impulsiona todos os ciclos, sustenta a vida e é o solvente universal. Sem água, a vida na Terra seria impossível. Além de usá-la para suas funções vitais, como todos os outros seres vivos, os humanos utilizam os recursos hídricos para a produção de energia, de alimentos, para navegação, desenvolvimento industrial, agrícola e econômico.
 
 
Entretanto, 97% da água do planeta Terra está nos oceanos e não pode ser utilizada para irrigação, uso doméstico ou para beber. Os 3% restantes têm cerca de 35 milhões de quilômetros cúbicos de volume, sendo que, em grande parte, está congelada na Antártida ou na Groenlândia. Então, na verdade somente 100 mil km 3 , ou seja, 0,3% do total de recursos de água doce no planeta está disponível nos lagos, rios, embaixo da terra, e pode ser utilizado pelas pessoas.
 
 
 
À medida em que a economia foi se tornando mais complexa e diversificada, o uso dos recursos hídricos aumentou. E aumentou de tal forma que, hoje, o ciclo da água é profundamente alterado pela atividade humana, ao ponto de podermos dizer que o ciclo hidrológico foi alterado para um ciclo hidrossocial. As pressões sobre os usos dos recursos hídricos provêm de três grandes ocorrências globais, que continuam sendo tendências para as próximas décadas: o crescimento da populacional, da urbanização e da produção de alimentos.
 
 
A dependência dos recursos hídricos aumentou em todo o mundo, afetando especialmente as regiões onde a disponibilidade de água varia muito durante o ano e nas regiões áridas. 
 
 
Também tem gerado grandes alterações nos ciclos hidrológicos regionais: por exemplo, a construção de barragens aumenta a taxa de evaporação, já a construção de canais para distribuição produz desequilíbrios no balanço hídrico, enquanto a retirada de água para irrigação em excesso diminui o volume dos rios e lagos. Igualmente importante, o grau de urbanização interfere na drenagem e aumenta o escoamento superficial, diminuindo a capacidade de reserva de água na superfície e nos aquíferos.
 
 
Tantas alterações têm conseqüências ecológicas, econômicas, sociais e na saúde humana. Por exemplo, o lançamento de esgoto não tratado e de fertilizantes nos rios, lagos e represas produz o fenômeno de eutrofização, cujos efeitos ecológicos, na saúde humana e nos custos do tratamento de água são relevantes, principalmente em grandes e megacidades, como, por exemplo, São Paulo.
 
 
O aumento extraordinário do consumo de água em todos os continentes também tem levado à escassez, ao aumento da vulnerabilidade das populações e à falta de recursos hídricos. Assim como a escassez, o excesso de precipitação com grandes extremos hidrológicos também éprejudicial, atingindo populações urbanas e rurais com a disseminação de doenças de veiculação hídrica, que afetam um grande número de pessoas em todo planeta. 
 
 
 
Para controlar o excesso de uso da água, é necessário estimular os usuários de todos os níveis: industriais, agricultores, população em geral. Todos devem ser instruídos a reduzir amplamente os gastos de água. Reúso de água tratada também é uma importante medida de redução do consumo. 
 
 
O tratamento de esgotos é outra medida importante na gestão das águas e no aumento da reciclagem. No Brasil, apenas 40% do esgoto é tratado e isto provoca perda de recursos hídricos, por impossibilidade do uso, além de disseminar doenças, causando prejuízos econômicos e sociais. A redução desta contaminação recompõe o ciclo hidrossocial, eliminando ou reduzindo o risco à saúde e estimulando a economia.
 
 
As pressões crescentes sobre os recursos hídricos têm provocado inúmeros problemas de segurança hídrica, ou seja, o acesso a água de boa qualidade e o suprimento adequado a cada habitante do planeta: 20 litros por pessoa por dia, segundo as Nações Unidas. Como já foi dito, a água é um recurso vital para as pessoas e os ecossistemas. 
 
 
Além disso, é fundamental para o enfrentamento dos desafios globais. Segurança alimentar, redução da pobreza, crescimento econômico, saúde humana, todos estes processos dependem da quantidade e qualidade da água. 
 
 
O gerenciamento das águas superficiais, subterrâneas e do ciclo hidrológico pressupõe a atenção à segurança hídrica, a diminuição à vulnerabilidade das populações e o suprimento adequado dos recursos hídricos à população, sendo que o controle da poluição, monitoramento e a gestão de bacias hidrográficas são algumas das ações mais importantes.
 
 
 
É necessário investir em saneamento básico, o que implica o recolhimento e tratamento de esgotos, de resíduos sólidos, além de melhores condições de vida nas regiões periurbanas das grandes cidades, porque estas são as mais afetadas pelos fatores de degradação que influenciam as águas superficiais e subterrâneas. Além de todas as consequências da oferta de água de má qualidade mencionadas, atualmente 800 milhões de pessoas não tem acesso à água em todo o planeta.
 
 
(José Galizia Tundisi para Museu do Amanhã – Foto: Cristian Dimitrius / Acervo Museu do Amanhã)


Artigo socializado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e reproduzido in EcoDebate, 15/07/2016

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Fundo socioambiental vai financiar projetos de sustentabilidade para o Rio


Publicado em julho 15, 2016 por



interesse público

A organização não governamental Cariocas em Ação, gestora do Pacto do Rio, firmou acordo, durante o 1º Fórum de Sustentabilidade do Rio, encerrado ontem (14), para criação do Fundo de Resiliência Metropolitana, um fundo social que vai financiar carteira de projetos sociais e ambientais para aumentar a sustentabilidade do Rio de Janeiro. O fundo conta com parceria da organização social de interesse público (Oscip) Sitawi Finanças do Bem, que hospeda fundos filantrópicos temporários e mobiliza capital para impacto socioambiental positivo.



Desenvolvido pelo Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), o Pacto do Rio foi lançado em dezembro de 2014 e se baseia no conceito de redes entrelaçadas. Segundo informou a economista Eduarda La Rocque, fundadora do Pacto do Rio e presidente da Cariocas, os recursos captados para o fundo serão geridos por um comitê e aplicados, de forma prioritária, em projetos que resultem em ações nas comunidades carentes. “Nosso foco é em áreas vulneráveis. A gente está pensando a resiliência da metrópole a partir da redução de desigualdades sociais”.


A limpeza da Baía de Guanabara, por exemplo, que poderá receber recursos do fundo, deverá constituir o projeto de maior impacto social, econômico e ambiental da metrópole. Para que se alcance o objetivo final de limpar a baía, Eduarda observou que a comunidade de Manguinhos terá de ser acionada para evitar o despejo de lixo na região, por meio de prevenção e conscientização da população, a serem feitas pelos agentes locais.


Nesse sentido, salientou o início, no dia 1º de agosto, do projeto-piloto do Pacto do Rio que prevê a capacitação de 15 jovens moradores de Manguinhos como Agentes da Cidadania. Os jovens têm idades entre 16 e 24 anos. Eles terão formação em cidadania, inovação e empreendedorismo e receberão bolsa mensal para estudar e atuar como mobilizadores na região.


“O que a gente quer com esse fundo é criar um arcabouço jurídico institucional adequado para que pessoas físicas que quiserem doar para os projetos possam ter transparência e controle social sobre a alocação dos recursos”, explicou Eduarda. O fundo deverá ser lançado no dia 1º de agosto e terá prazo máximo de dois anos. “É uma coisa temporária para a gente ter um instrumento chamado ‘Endowment Fund’, que são fundos de doação de mais longo prazo”.


Os recursos de filantropia permitirão a criação, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, do Centro de Resiliência Metropolitano, que se encarregará da gestão de riscos urbanos da metrópole, de forma profissionalizada. O Centro de Resiliência tem previsão de inauguração pelo Pacto até dezembro do ano que vem. Eduarda La Rocque destacou que o Pacto é um conjunto de ações com formas diferentes de financiamento. O fundo filantrópico de doação é um dos instrumentos financeiros que vão ser acionados para estimular doações de pessoas físicas.


Regularização
Há cerca de quatro anos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a regularização dessa nova categoria de Fundo de Investimento Socioambiental (FISA), instrumento financeiro que busca retornos sociais e ambientais. Eduarda La Rocque esclareceu que de acordo com a legislação existente hoje no Brasil, é possível fazer doações, mas sem o arcabouço jurídico institucional adequado, como existe nos ‘Endowment Fund’ de universidades norte-americanas, por exemplo. Por isso, a opção pela criação do fundo filantrópico de curto prazo, “para depois estruturar um instrumento definitivo, que depende de regulamentação da CVM”.


Segundo Eduarda, uma vez regularizado pela CVM, o ‘Endowment Fund’ dará mais segurança ao doador com relação aos instrumentos existentes no mercado brasileiro, além de garantir perenidade para esse Centro de Resiliência Metropolitano, que seria a institucionalização do Pacto do Rio, com a meta de reduzir a desigualdade territorial e social da metrópole do Rio de Janeiro “e assim conseguir uma cidade mais segura e, portanto, mais favorável ao ambiente de negócios”. O pacto é baseado no conceito de economia circular, que destaca a sustentabilidade e propõe o reaproveitamento de tudo que é produzido.


Eduarda La Rocque acredita que a criação de fundos de investimento sociais tem potencial para alavancar as políticas sociais públicas das áreas de saúde, educação e preservação do meio ambiente com recursos privados.


Procurada pela Agência Brasil, a CVM respondeu que “está permanentemente e, sempre que necessário, modernizando a regulamentação do mercado de capitais, em função de fatores diversos, tais como estruturas inovadoras, experiência da supervisão, demandas de agentes de mercado, entre outros”. Em relação à regularização do Fundo de Investimento Socioambiental, a autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda informou que “vem mantendo tratativas com alguns participantes do segmento, a fim de analisar, debater e alinhar prioridades relativas à temática”.


Por Alana Gandra, da Agência Brasil, in EcoDebate, 15/07/2016

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Desmate zero é viável, dizem economistas

Publicado em julho 15, 2016 por

Pagar fazendeiros para não desmatar no país inteiro exigiria R$ 5,2 bilhões por ano em 15 anos, sugerem cálculos feitos por equipe da UFRJ sob encomenda do Ministério do Meio Ambiente


Floresta no rio Cristalino, norte de Mato Grosso (Foto: Claudio Angelo/OC)

Por Claudio Angelo, do Observatório do Clima.


Uma equipe de economistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro acaba de pôr uma etiqueta de preço em algo que até pouco tempo atrás pareceria utopia de ambientalista: eles calcularam quanto custaria zerar o desmatamento no Brasil. O valor aproximado é de R$ 5,2 bilhões por ano, a serem pagos ao longo de 15 anos para que produtores rurais conservassem a vegetação nativa em suas terras.


O investimento pouparia da motosserra 205 mil quilômetros quadrados de floresta, ou quase duas Inglaterras. Evitaria lançar na atmosfera 5,6 bilhões de toneladas de gás carbônico, ou o equivalente a quatro anos de emissões do Brasil – ajudando o mundo a cumprir a meta do Acordo de Paris de estabilizar o aquecimento global. E traria benefícios adicionais para a biodiversidade, a agricultura e o uso da água no país.


Olhando assim, parece muito dinheiro. Mas essa conta, e várias outras feitas pelo Grupo de Economia Ambiental da UFRJ sob encomenda do Ministério do Meio Ambiente, visam justamente mostrar que conservar florestas no Brasil é o jeito mais barato de promover serviços ambientais essenciais, como fixação de carbono, proteção de solo e água. E que há diversas maneiras de fazer isso a baixo custo – dependendo do que se quer proteger, de quais municípios focar e, claro, do quanto se tem para gastar.



“Você me diz quanto dinheiro você tem e eu te digo o que dá para fazer”, afirma Carlos Eduardo Frickmann Young, professor do Departamento de Economia da URFJ. Juntamente com Biancca Scarpeline de Castro, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ele coordenou o trabalho, que envolveu uma equipe de 13 pesquisadores durante um ano e meio.


Young explica que não fez exatamente um estudo, mas sim uma ferramenta. Por meio dela, o governo federal poderá criar uma política de pagamento por serviços ambientais sob medida para qualquer objetivo de conservação e qualquer orçamento possível.


Se R$ 5,2 bilhões não estão sobrando na conta do governo em tempos de déficit de R$ 170 bilhões, pense por exemplo no que dá para fazer com 1 UBR, ou “Unidade Barusco de Referência”. Esta unidade monetária fictícia corresponde a R$ 300 milhões, cifra que um dos condenados do esquema da Petrobras, Pedro Barusco, prometeu que iria devolver aos cofres públicos como parte de seu acordo com a Justiça.


Com 1 UBR, dividida em pagamentos anuais de R$ 29,1 milhões por 15 anos (à vista é mais barato, mas o pagamento feito em parcelas exige um ajuste), seria possível conservar o equivalente a 6,2 mil quilômetros quadrados, ou 620 mil hectares (o equivalente a quatro vezes a área da cidade de São Paulo), evitando a emissão de 104 milhões de toneladas de gás carbônico para a atmosfera – o impacto climático seria o mesmo de tirar todos os carros de passeio de circulação no país.


Além do orçamento, também é possível escolher que tipo de serviço ambiental se quer promover: conservação de solos para evitar erosão, recuperação de florestas para manter recursos hídricos, conservação de biodiversidade ou manutenção de estoques de carbono.



“FLANELINHA DE FLORESTA”
O pagamento por serviços ambientais, ou PSA, é uma ideia relativamente antiga, que ainda encontra dificuldades para vingar no Brasil. O princípio é simples: consiste em atribuir valor a serviços que a natureza nos presta de graça, e fazer a sociedade pagar por eles.
O exemplo clássico é a conservação de recursos hídricos.


As matas ciliares têm o papel conhecido de proteger mananciais. Como a cidade de São Paulo descobriu de forma dramática em 2014, a ausência dessas florestas ao longo de rios e reservatórios pode comprometer o abastecimento humano. Então um jeito de manter a água das cidades é pagar os fazendeiros que têm terras ao longo desses rios ou reservatórios para não desmatar suas florestas.



O pagamento precisa ser igual ou maior ao chamado custo de oportunidade da terra, ou a expectativa de ganho do proprietário caso ele convertesse um hectare de floresta em lavoura ou pasto, por exemplo.



Várias experiências de PSA bem-sucedidas vêm acontecendo mundo afora. O principal caso é o da cidade de Nova York, que descobriu que saía mais barato pagar os fazendeiros para manter florestas nas montanhas onde estão os principais mananciais da cidade do que gastar bilhões de dólares em engenharia de captação e tratamento, por exemplo.


O Brasil não tem uma legislação nacional de PSA, embora haja projetos de lei em análise no Congresso. Em 2012, o Código Florestal previu a criação de um sistema de PSA nacional, o que ainda não ocorreu. Há iniciativas em curso em alguns municípios: um programa conduzido pela Fundação Grupo Boticário em seis Estados paga proprietários para manter biodiversidade. A ANA (Agência Nacional de Águas) também mantém um programa para conservação de mananciais por meio de PSA em 38 municípios.


A metodologia desenvolvida por Young e seu grupo visa criar a base para um sistema nacional, quando – e se – ele for desenvolvido. Há resistências diversas: algumas autoridades do próprio governo argumentam, por exemplo, que proteger florestas para evitar emissões de carbono e cobrar por isso seria o equivalente ao que faz um flanelinha num estacionamento público. Há, ainda, um dilema moral: por que compensar um proprietário rural para fazer o que ele já é obrigado a fazer pelo Código Florestal, como restaurar passivos de reserva legal, por exemplo?


“Este argumento faz sentido no âmbito nacional, mas não no internacional, pois, se válido, prejudica os países com legislação mais favorável à conservação florestal”, diz Young, recorrendo à parábola bíblica do filho pródigo: “Na prática, o que é preciso fazer é criar um mecanismo para manter o filho mais velho no trabalho – pagando pela conservação – ao mesmo tempo em que se cria incentivos para corrigir o comportamento do pródigo – os que desmatam e precisam parar de desmatar.”


Sobre a questão do “flanelinha”, o economista afirma que esse pensamento fez o Brasil “perder o trem da história” do chamado REDD+, o pagamento por redução de emissões por desmatamento. Como o governo do Brasil sempre foi contra pagar por desmate evitado, “o maior esforço de mitigação do planeta na primeira década do milênio, o de reduzir o desmatamento na Amazônia, teve custos integralmente pagos pelo Brasil, enquanto o Protocolo de Kyoto garantiu uma boa quantidade de dinheiro para os países que mais aumentaram suas emissões, a China e a Índia”.


A RESPOSTA É 402
Para elaborar a ferramenta, Young e seu grupo começaram calculando o custo de oportunidade da terra no país inteiro. Para isso, usaram dados disponíveis dos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina e extrapolaram a informação para todos os 5.570 municípios do Brasil.


Como era esperado, os valores diferem imensamente. Há áreas de aptidão agrícola baixíssima, principalmente na Amazônia, na caatinga e em partes do cerrado, onde o custo de oportunidade por hectare é menor do que R$ 10 ou até negativo – isso mesmo:
 desmatar nesses lugares dá prejuízo. E há outras áreas, em regiões agrícolas nobres do Sul e do Sudeste onde o custo de oportunidade é de milhares de reais por hectare.



O número “mágico” da média nacional é R$ 402 por hectare/ano – claro, o valor a ser pago individualmente aos produtores depende do custo de oportunidade em cada município. Mas, mais do que isso, a ferramenta permite criar mapas que mostrem quais são os municípios do Brasil onde custa menos conservar.



Nos mapas abaixo é possível ver quais são os municípios onde é mais barato manter estoques de carbono (ou seja, os que aliam florestas densas a um baixo custo de oportunidade da terra) e quais são os municípios que deveriam ser priorizados num programa de PSA hipotético caso o juiz Sérgio Moro decidisse aplicar toda a bufunfa a ser devolvida por Pedro Barusco em conservação.



1º quartil Carbono
Municípios onde é mais barato manter estoques de carbono florestal
Conservação_1UBR
Municípios onde dá para zerar o desmatamento com R$ 300 milhões
“Para gerar 1 UBR de lucro nas áreas de pior rentabilidade agrícola, desmata-se uma área quatro vezes maior que a da cidade de São Paulo, e gera-se a emissão equivalente de toda a frota de carros de passeio do país”, diz Young. “Estamos trocando ouro por espelhos quebrados.”


INDC
Os pesquisadores do Gema também calcularam os custos de recuperar com espécies nativas os 18 milhões de hectares de passivo de reserva legal que o Código Florestal diz ser preciso recuperar, ou os 12 milhões de hectares previstos na INDC (a meta do Brasil no Acordo de Paris).



A conta foi feita sob duas premissas: ou pagando apenas os custos de oportunidade da terra e de cercar as áreas ou pagando também pelo replantio. A primeira abordagem é adequada sobretudo à Amazônia; a segunda, à Mata Atlântica.


Pagando apenas o custo de cerca e o custo de oportunidade da terra, o valor total para recuperar 12 milhões de hectares em 15 anos seria de R$ 57,6 bilhões.


Pagando o custo total de replantio, a conta sobe para R$ 173,6 bilhões – mais do que o valor do déficit brasileiro em 2016.


“De longe a coisa mais barata a fazer é evitar o desmatamento”, diz Young.
A verba para as ações de PSA poderia sair da cobrança pelo uso da água, no molde das ações que a ANA já tem em curso hoje. Com uma taxa de 2,1% pela água, o Gema identificou um potencial de arrecadação anual de R$ 1 bilhão. É um bom começo, mas ainda longe dos R$ 5,7 bilhões anuais para zerar o desmatamento.


Uma outra fonte foi aventada, e esta é uma discussão que deverá se colocar no país nos próximos anos: uma taxa sobre a emissão de carbono. Com R$ 50 por tonelada, seria possível zerar o desmatamento, argumentam Young e colegas.


O governo, porém, não anda muito disposto a discutir taxação de carbono neste momento. Embora seja inevitável que o carbono seja precificado a entrada em vigor do Acordo de Paris, em 2017, isso implica em que setores mais emissores, como o de petróleo, precisariam se adequar.


Num momento em que a Petrobras luta para sair do buraco no qual lhe meteram Pedro Barusco e vários outros, o Palácio do Planalto não quer nem ouvir falar dessa história.



in EcoDebate, 13/07/2016


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Praias de SP registram mais de mil animais mortos nos últimos 10 meses


Animais foram achados em Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Maioria dos animais encontrados mortos são aves e tartarugas.

SP monitor recolhe tartarugaAnimais são encontrados durante Projeto de Monitoramento de Praias (Foto: Divulgação /Biopesca)Nos últimos dez meses, 1.147 animais marinhos mortos foram encontrados em praias dos municípios de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, no litoral de São Paulo.

As informações são do Instituto Biopesca, que faz um Projeto de Monitoramento de Praias – Bacia de Santos (PMP-BS). De acordo com o projeto, a maioria dos animais encontrados são aves e tartarugas.

Ainda de acordo com informações do Biopesca, os animais geralmente estão em avançado estado de decomposição, o que dificulta a identificação da causa da morte. Contudo, o lixo no trato digestório (estômago, esôfago e intestinos grosso e delgado) é um problema que atinge muitos animais.

As amostras recolhidas das carcaças que apresentam condições são encaminhadas para análises laboratoriais, para identificar o motivo do óbito. Os resultados das análises são analisados e compilados por pesquisadores do PMP-SP.
Fonte: G1

EUA: Homem cozinha gato vivo no forno



Homem de 42 anos acusado de maus-tratos a animais. 


Por Pedro Zagacho Gonçalves
EUA batavia gato fornoVizinhos estranharam fumo e chamaram os bombeiros.
Um homem residente em Batavia, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, foi detido por maus-tratos a animais, depois de os bombeiros terem encontrado um gato a cozinhar no forno deste.

Os bombeiros foram chamados por vizinhos do homem, que viram fumo a sair da porta de casa. Ao chegarem, encontraram a habitação cheia de fumo com um cheiro forte.

Questionaram o homem sobre a origem do fogo e este não respondeu. Acabaram por descobrir a origem macabra do fumo, quando abriram o forno e viram um gato cozinhado.

As autoridades foram chamadas ao local e o homem prontamente detido. De acordo com a investigação, o gato ainda estaria vivo quando foi fechado no forno.

O homem está detido sem hipótese de sair sob fiança e será presente a tribunal ainda esta semana.


Fonte: Correio da Manhã / mantida a grafia lustiana original

Ela levou 40 tiros na cabeça e foi enterrada VIVA. Mas se recusou a partir antes de deixar seu legado



 "Compara-se muitas vezes a crueldade do homem à das feras, mas isso é injuriar estas últimas."
MALTA star tiros 02
A cachorrinha Star levou 40 tiros de pequeno calibre na cabeça e foi enterrada viva na cidade de Birzebbuga, em Malta.


Para surpresa de todos - um verdadeiro milagre-, ela sobreviveu em um primeiro momento.


A descoberta foi feita por um morador da região que ouviu gemidos próximos a um terreno. Ao chegar no local, ele se deparou com uma cena lamentável. Star estava totalmente coberta por terra, somente com o focinho descoberto.


MALTA star tiros 01
Star foi levada para o veterinário e passou por uma cirurgia de emergência. Rapidamente, sua história se espalhou por todo o mundo e as pessoas se dispuseram a adotá-la para dar a ela tudo o que merecia: amor e atenção.


Star foi se recuperando gradualmente, mas, dias após o resgate, teve uma inflamação aguda no pâncreas e morreu.



O renascimento de Star e sua morte, dias depois, não foi mero acaso. Ela deixou um legado importante na vida dos habitantes de Malta e, sobretudo, uma lição de apelo universal para onde sua história ecoar.


Mas qual o legado de Star?


Após o renascimento de Star, milhares de nativos da ilha organizaram passeatas e manifestações contra os maus tratos a animais. Foi a maior manifestação no local até hoje. Mudanças nas leis foram aprovadas e as punições contra agressores nunca foram tão severas.


Mas, fora isso, Star virou símbolo de esperança num lugar em que os animais são sempre ignorados. Nos poucos momentos em que ela permaneceu viva após ser encontrada, Star não demonstrou ódio pelo homem muito menos rancor. Não buscou vingança e não recuou aos carinhos.
MALTA star tiros 03
Ela simplesmente deu carinho e doou-se completamente aos humanos que a trataram. Ela deu amor a todos eles, mesmo debilitada. E, assim, os animais seguem nos ensinando... Afinal, "quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes."

Fonte: Best of Web