quarta-feira, 27 de julho de 2016

Você sabia que muitos insetos têm mais proteínas do que carne de gado?


11 ago 2013 08h32
Imagine comer uma porção de larvas. Nojento? Insetos como esse, considerados repugnantes no Ocidente, fazem parte da alimentação diária em muitos países. Ricos em proteínas, vitaminas, minerais e gorduras, os insetos ganharam uma distinção especial da Organizações das Nações Unidas (ONU), que lançou um programa que incentiva a sua criação para o combate à fome.
Para o biólogo Eraldo Medeiros Costa Neto, doutor em Ecologia e Recursos Naturais e professor de Etnobiologia da Universidade Estadual de Feira de Santana/BA, desde que selecionadas as espécies certas, os insetos podem melhorar o estado nutricional de populações carentes de proteína animal e aumentar a renda familiar. É exatamente o que defende a ONU . No entanto, o pesquisador adverte que a sua criação racional requer a mesma atenção zootécnica que qualquer outro sistema. 


Há cerca de três mil grupos étnicos em mais de 120 países que comem insetos como suplemento alimentar, substituto de alimentos escassos ou como ator principal da dieta. Entre milhões de espécies de insetos conhecidas, quase 1,7 mil são consumidas por humanos. Geralmente, a preferência recai sobre o sabor. No México, Eraldo experimentou uma lagarta que tinha gosto de toucinho, além de percevejos, gafanhotos e ovos de formiga. No Brasil, provou larvas e pupas de moscas e formigas tanajuras, as quais são servidas fritas e com farinha em cidades do Nordeste. 


Na Ásia, é possível comprar pacotes de grilos em mercados. O mesmo ocorre no México com os chapulines (gafanhotos), que também são vendidos como petiscos em eventos. Já no Brasil, encontra-se em análise, no Ministério da Agricultura, um pedido de licença de venda de insetos para consumo humano. A proposta é da Nutrinsecta, empresa que cria e comercializa insetos para alimentação animal. 


De acordo com seu diretor, Luiz Otávio Pôssas, há a aposta de que eles serão a alimentação do futuro. O executivo não dá mais detalhes sobre como eles seriam vendidos aos humanos - se prontos para o consumo ou necessitando de algum tipo de preparo - e diz que aguarda pela liberação com interesse, mas sem preocupação. 


Os preferidos
Estudo comparativo, desenvolvido por Eraldo Neto, Ramos-Elorduy e outros pesquisadores, elencou aspectos nutricionais de insetos comestíveis do México e do Brasil. Destaque para o ditiscídeo Rhantus sp, escaravelho que possui, em 100 gramas de base seca, 71,10 gramas de proteína, 12,26 gramas de fibra bruta, 6,37 gramas de gorduras, 4,60 gramas de sais minerais e 5,64 gramas de glicídios. Em comparação, 100 gramas de alcatra têm 30,4 gramas de proteínas - valor inferior a pelo menos 14 espécies referidas no estudo. 


Besouros são os mais consumidos por humanos, mas outros insetos não deixam por menos no quesito proteína, como o gafanhoto-de-perna-vermelha (75,30 gramas de proteína a cada 100 gramas), ovos de percevejo d’água (63,80 gramas), pupas de moscas domésticas (61,54 gramas) e formigas cortadeiras (58,30 gramas). 


Os números candidatam os insetos a futuros substitutos da carne vermelha. Para quem pensou em compensar na salada, vai faltar proteína: apesar do “esforço” da ervilha (8 gramas/100 gramas), da couve (4 gramas) e do brócolis (3,3 gramas), cenouras, alfaces e cebolas têm apenas um grama de proteína, aproximadamente. 


Os vitaminados
Que tal se prevenir da gripe comendo insetos? O verme vermelho do maguey (ou gusano rojo, para os mexicanos) possui 17,58 miligramas de vitamina C a cada 100 gramas - valor próximo ao do mamão. Estima-se que, diariamente, uma pessoa adulta precise de 60 miligramas da vitamina - pouco mais de 300 gramas de vermes. Já como fonte de vitamina D, destaque para o gafanhoto S. histrio, com 164,9 U.I. por 100g - semelhante ao peixe arenque, ao fígado de galinha cozido ou à gema do ovo. 


Esse gafanhoto possui também grande quantidade de vitamina B2: 0,67 miligramas /100 gramas). Ele é acompanhado pelo verme vermelho (0,48 miligramas), percevejo Euschistus sp (0,41 miligramas) e vespa Polybia sp (0,40 miligramas). Considerados alimentos ricos em B2, os queijos não superam a marca. O roquefort e o brie, com 0,57 miligramas e 0,52 miligramas, até se aproximam do gafanhoto, enquanto o suíço tem 0,30 miligramas. 


Os intragáveis
Mas não dá para sair comendo qualquer inseto. Há determinadas mariposas, borboletas, besouros e formigas que podem provocar bolhas na pele e mucosas e até envenenamento por substâncias tóxicas. “Muitas espécies sequestram toxinas de plantas hospedeiras ou podem produzir suas próprias toxinas, tornando-se não comestíveis”, explica o biólogo Eraldo Neto. Ele também recomenda que, se a pessoa for alérgica ao consumo de camarão ou lagosta, deve ter atenção ao ingerir insetos, pois parece existir alérgenos comuns. Ou seja, você pode ser alérgico à ingestão de escorpiões e não saber disso. 


Vantagens
Os insetos são extremamente eficientes na conversão de ração em carne comestível. Na média, podem converter 2 quilos de ração em 1 quilo de massa, enquanto o gado precisa de 8 quilos de ração para produzir 1 quilo de carne. Também criações de gado, aves e porcos liberam mais amônia e até 300 vezes mais óxido nitroso, agravando o efeito estufa. 


Segundo Eraldo, essa nocividade, aliada ao desmatamento exigido para o plantio de pasto e todos os implementos agrícolas, faz da criação de insetos uma alternativa ecológica e econômica mais interessante. 


Larvas, escorpiões, gafanhotos: ONU estimula inserção de insetos na dieta

Micro-ondas do futuro poderá contar calorias dos alimentos


Protótipo desenvolvido por pesquisador da GE mapeia prato de comida e envia resultado para smartphone


Já existem relógios e pulseiras inteligentes que estimam o gasto calórico de seus usuários com base nas atividades físicas realizadas ao longo do dia. Agora, pesquisadores da GE desenvolveram uma tecnologia que estima as calorias presentes no prato de comida – e que poderá ser incorporada aos novos modelos de fornos de micro-ondas no futuro.

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Por enquanto, a tecnologia só funciona quando a comida é apresentada como uma mistura homogênea. Uma nova versão do dispositivo, que ainda está em fase de desenvolvimento, poderá determinar as calorias de um prato de comida tradicional, com feijão, arroz, carne e legumes apresentados separadamente. Ao final da medição, o dispositivo envia os dados para um aplicativo de smartphone.

A nova tecnologia foi criada por Matt Webster, cientista especializado em diagnóstico de imagem e tecnologias biomédicas da GE. Em entrevista ao site da revista Technology Review, ele explica que o dispositivo poderá ser incorporado aos fornos de micro-ondas do futuro, mas também a novas versões de diversos eletrodomésticos utilizados na cozinha.

As medições são baseadas em dados nutricionais de 6.500 alimentos oferecidos pelo departamento de agricultura dos Estados Unidos. A tecnologia funciona a partir da emissão de micro-ondas de baixa intensidade que atravessam a porção de comida. O sistema identifica como essas ondas são afetadas pela quantidade de gordura e água presente nos alimentos. O sistema leva até dois segundos para exibir a quantidade de calorias na tela do celular do usuário.

Leite de barata: o suplemento alimentar do futuro?



Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu que um tipo de barata pode ser uma incrível fonte de nutrientes no futuro: a Diploptera punctata, espécie de barata, é capaz de produzir uma substância riquíssima em proteínas. De acordo com pesquisa publicada em junho na revista especializada International Union of Crystallography, o conteúdo calórico dos “cristais” com os quais esse animal alimenta seus filhotes é três vezes maior que o de leite de búfala, hoje considerado o alimento com as proteínas mais nutritivas.


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Segundo os pesquisadores, a maioria dos insetos que recebe o nome de baratas põe ovos e, portanto, não sustenta seus filhotes com um alimento especial. Mas a Diploptera punctata tem um modo diferente de gerar sua prole, em um processo semelhante ao humano. Para alimentar as crias, ela produz um cristal proteico, como se fosse um “leite”, no meio de seu intestino. O fato de um inseto ser capaz de produzir esse nutriente impressionou os pesquisadores, mas a informação mais preciosa obtida pelas análises foi de que apenas um desses cristais proteicos é capaz de fornecer quatro vezes mais energia que o leite de vaca.

O problema é que os cientistas, liderados por especialistas do Instituto de Biologia de Células Tronco e Medicina Regenerativa (InStem, na sigla em inglês), na Índia, não conseguiriam extrair esse “leite” das baratas. Assim, eles sequenciaram os genes responsáveis pela produção desses cristais proteicos para tentar reproduzi-los em laboratório.


“Os cristais encontrados na Diploptera são como comidas completas, possuem proteínas, gorduras e açúcares. Se olharmos dentro das sequências das proteínas, elas possuem todos os aminoácidos essenciais”, afirmou o especialista Sanchari Banerjee, coautor do estudo, em comunicado.


Por isso, os cientistas alertam que esse não seria o tipo de alimento ideal para quem deseja perder peso – ou para a cultura ocidental, que já consome alimentos com muitas calorias. Esse tipo peculiar de proteína seria recomendado para pessoas que não conseguem consumir a quantidade necessária de nutrientes e calorias diárias, e poderia, no futuro, funcionar melhor como um suplemento alimentar.

 

Comida do futuro

 

Além disso, por ser altamente proteico e nutritivo, esse poderia ser um alimento ideal para as próximas gerações, que devem enfrentar uma “crise alimentar”: estudos recentes mostraram que nos próximos anos o planeta receberá uma quantidade de humanos cada vez maior e a produção de alimentos – principalmente de carne, fonte de proteínas – não acompanhará o crescimento populacional. Alternativas proteicas, portanto, serão fundamentais para garantir o sustento dos humanos.


Em estudos futuros, os cientistas devem tentar produzir esses cristais sintéticos em larga escala no laboratório, para verificar se seriam tóxicos aos humanos. Confira abaixo o vídeo feito pelos pesquisadores que mostra os “cristais” produzidos pela Diploptera punctata (em resolução atômica):


 

Justiça bloqueia bens de super quadrilha de desmatadores

Por ((o))eco
Área devastada pelo esquema comandado por AJ Vilela. Foto: Ibama
Área devastada pelo esquema comandado por AJ Vilela. Foto: Ibama


A quadrilha acusada de controlar o maior esquema de desmatamento já detectado na Amazônia ficará sem parte do capital acumulado com o crime. A Justiça Federal ordenou o bloqueio de R$ 420 milhões de Antônio José Junqueira Vilela Filho, pecuarista conhecido como AJ Vilela ou Jotinha, e de mais 12 pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema.


O valor corresponde aos danos ambientais ocasionados pela destruição de 300 quilômetros quadrados de florestas em Altamira, no Pará, entre 2012 e 2015. Essa área é equivalente ao território do município Belo Horizonte (MG). Segundo o Ministério Público, a quadrilha movimentou cerca de R$ 1,9 bilhão nesse período.


Uma das empresas que tiveram seus bens sequestrados é a Guatambu Agricultura e Pecuária S.A, apontada pelos investigadores do MPF e da Receita Federal como uma empresa de fachada.


O negócio resguardava o patrimônio da família Junqueira Vilela, que lidera o esquema criminoso. A quadrilha foi desmantelada no final de junho pela operação Rios Voadores, realizada pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal, a Receita Federal e o próprio IBAMA.


Os procuradores sustentam que o bloqueio é necessário para assegurar a recuperação dos danos ambientais. “Os R$ 420 milhões seriam suficientes para pagar pelo Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD), que deve ser apresentado por qualquer um que cause danos ambientais e seja condenado à reparação”, afirma, em nota, o MPF.


Além do desmatamento ilegal, os acusados podem ainda ser condenados a demolir qualquer obra ou edificação que tenham erguido nas fazendas constituídas através de grilagem de terras públicas.

*Com informações do MPF-PA.

Hospital de Apoio quer implantar terapia assistida por animais

 
Quarta, 20 Julho 2016


  Ailane Silva, Agência Saúde
Hospital de Apoio quer implantar terapia assistida por animaisFoto: Brito/Saúde-DF
Ideia de uma servidora da unidade conta com o apoio de voluntários
BRASÍLIA (20/7/16) – Na tarde desta quarta-feira (21), a visita de dois cães mudou a rotina do Hospital de Apoio. Os bichos - que brincaram com alguns pacientes que passavam pelo corredor para ir ao jardim – foram trazidos em razão de um encontro sobre Terapia Assistida por Animais. O encontro contou com palestras e demonstrou aos profissionais de saúde como os cães podem ajudar na recuperação de quem está internado.
"A ideia é mostrar como funciona esse trabalho para tentarmos, posteriormente, implantar a metodologia na unidade. O Hospital de Apoio é especializado em cuidados paliativos oncológicos, geriátricos e reabilitação. Temos pessoas aqui que seriam beneficiadas com a interação com os animais", explicou a assistente social que trabalha no hospital há sete anos e teve a ideia, Marta Paiva.
Segundo ela, os animais podem trazer benefícios como aumento da autoestima e redução da dor, ansiedade e depressão. Para isso, o recomendado é que a visita com o animal dure até 15 minutos. O contato também deve ser semanal.
O adestrador especialista em comportamento canino, Marcelo Pereira, que aderiu ao projeto como volunário,  explicou que os cães escolhidos precisam ter educação básica para atender comandos e, ainda, apresentar características natas.
"O primeiro item que o cão deve ter é gostar muito de gente. Seria um tipo de cão que prefere ficar em um ambiente pequeno com a companhia de alguém, do que estar em um local espaçoso sozinho", explicou o adestrador.
Segundo ele, o animal precisa estar acostumado com a presenta de pessoas diferentes, cães de todos os tipos, ruídos e aceitar carinhos sem apresentar reatividade agressiva. Também é necessário que o cachorro participe de alguns treinamentos e faça testes simulando o ambiente hospitalar e o ambiente.
Marcelo explicou que, para que o projeto seja realizado, a pretensão é reunir donos de cães voluntários que se comprometessem a levar o animal semanalmente à unidade. Para isso, seria lançado um cadastro para interessados participarem da seleção, já que os bichos precisam atender aos requisitos.
A veterinária presente no evento, que já é voluntária do Hospital de Apoio, Nayara Brea, informou que os bichos passam por uma desinfecção e podem entrar no ambiente hospitalar. Além disso, passam por avaliações clínicas e tratamentos contra parasitas, pulgas e outras possíveis contaminações.
"Eu achei maravilhosa a visita dos cães. Gosto muito de cachorros e os cães mostram sua beleza e nos fazem dar risadas. Nós vemos vida. Eles são muito benvindos", garantiu a paciente oncológica, Maria de Lourdes Barbosa, 69 anos, que brincou com a cadela da raça bernese, a Aisha.
De porte grande, Aisha ainda tem seis meses de idade, mas já está quase na estatura adulta. A dona, Catherine Fonseca, 21 anos, está disposta a participar. "O projeto é maravilhoso e espero que dê certo. Eu realmente quero que a Aisha e eu participe. Seria uma experiência muito rica", disse.
O grupo de voluntário que pretende implantar a terapia também é composto por psicólogo, fisioterapeuta e veterinário.