A onça pintada foi um dos animais mortos para a obtenção de pele para a moda internacional nos anos 50, 60. Foto: Mário Dias/Flickr.
A onça pintada foi um dos animais mortos para a obtenção de pele para a moda internacional
 nos anos 50, 60. Foto: Mário Dias/Flickr.

Um estudo inédito e aprofundado realizado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista Science Advances concluiu que cerca de 23 milhões de animais foram mortos na Amazônia entre 1900 e 1970.




Tal mortandade tem como responsáveis a procura por animais para a obtenção de couro e pele. A busca pela obtenção do couro e de peles alcançou o seu protagonismo em função da queda do primeiro ciclo da borracha, a partir de 1912, em que foi preciso substituir a borracha por outro impulsionador da economia na Amazônia.



Nos anos 50, a moda internacional tinha como produto ostentação os casacos de pele, o que incentivou a caça de peles de felinos. O mais curioso nesse estudo é que as espécies que mais sofreram em sete décadas de caça comercial foram os animais aquáticos, como o jacaré-açu, a ariranha e o peixe-boi, por exemplo.




Pela facilidade de acesso a esses animais, eles ficaram mais vulneráveis para a captura e não houve recuperação no número da sua população. Para os pesquisadores, o estudo ajuda a repensar a caça de subsistência na Amazônia, que de certa forma flerta com a ilegalidade e sobre a Lei de Fauna no Brasil, que segundo eles, é totalmente obsoleta no que diz respeito às abordagens modernas de manejo de espécies caçadas.

Fonte: Folha de São Paulo.