A anta é um animal vulnerável à extinção. Foto: Leonardo Merçon /ANDA/Site de Linhares
A anta é um animal vulnerável à extinção. Foto: Leonardo Merçon /ANDA/Site de Linhares




Um estudo da pesquisadora Patrícia Medici, realizado desde 2013 em oito rodovias do Mato Grosso do Sul, contabilizou 165 carcaças de anta, um animal considerado vulnerável à extinção, e estima que o número pode chegar a 250 carcaças. Medici é coordenadora da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, do IPÊ.




Em paralelo, através do levantamento de matérias na imprensa, os pesquisadores encontraram num período maior, de seis anos, 18 pessoas mortas e 20 feridas em acidentes que envolveram atropelamentos de antas e capivaras. "A anta é o maior mamífero terrestre da fauna brasileira e pode chegar a 300 kg", diz Medici.



Neste estudo, ela e sua equipe monitoraram três rodovias federais (BR-267, BR-262 e BR-163) que cortam o Mato Grosso do Sul e cinco rodovias estaduais (MS-040, MS-080, MS-134, MS-145 e MS-395).




Deste grupo as campeãs foram a BR-267, com ênfase no trecho entre os municípios de Nova Alvorada e Nova Casa Verde, e a MS-040, que liga a capital Campo Grande ao município de Santa Rita do Pardo.




Os resultados da pesquisa foram apresentados em uma reunião promovida pelo Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul para discutir especialmente os atropelamentos de animais na rodovia MS-040 e possíveis medidas de mitigação. A proposta do encontro foi do Promotor Alexandre Lima Raslan, que preside um inquérito sobre a MS-040.




Presente no encontro,  Fernanda Abra, especialista em ecologia de estradas e colaboradora da pesquisa de Medici no Mato Grosso do Sul, afirmou que se houvesse uma ênfase em prevenção aumentariam tanto a segurança da fauna quanto a dos passageiros dos veículos envolvidos. "O atropelamento da fauna é um impacto visível e mensurável que deve ser mitigado e compensado com urgência. Para isso, existem profissionais capacitados, técnicas e equipamentos acessíveis", disse .



Durante o debate, o promotor Raslan ressaltou que o estágio "mais adequado para essas questões é no âmbito do licenciamento ambiental".




Problema nacional
No país inteiro, especialistas do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas calcularam que morrem, todos os anos, cerca de 475 milhões de animais vertebrados nas estradas brasileiras. O número é 11 mil vezes maior do que as mortes humanas nas estradas, que é de 43 mil pessoas por ano.




Encontro discutiu atropelamento de fauna nas estradas do Mato Grosso do Sul. Foto: Divulgação.
Encontro discutiu atropelamento de fauna nas estradas do Mato Grosso do Sul. 
Foto: Divulgação.


*Com informações do MPE-MS


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