sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Turbina eólica em formato de árvore transforma ventos fracos em energia

quinta-feira, 10 de novembro de 2016


O sistema possui capacidade instalada de 3,1 quilowatts.

 
 
A empresa francesa R&D New Wind desenvolveu uma turbina eólica ideal para ser usada em espaços urbanos e também rurais. Com o formato de uma árvore, no lugar das folhas tradicionais estão mini turbinas que se movimentam e geram energia a partir de uma quantidade muito pequena de vento.
 
 
 
De acordo com a fabricante, a L’éolien 2.0 pode operar em qualquer tipo de vento, vindo de qualquer direção. Além disso, toda a tecnologia envolvida no sistema, como cabos e geradores, está dentro da estrutura, mantendo totalmente a beleza do design exterior.
 
 
 
O sistema possui capacidade instalada de 3,1 quilowatts. A produção varia de acordo com a força do vento. Com ventos a três metros/segundo, a árvore é capaz de produzir 1.320 kWh. Com ventos a quatro metros/segundo, a produção sobe para 2.650 kWh e com cinco metros/segundo, vai para 3.160 kWh.
 
 
 
Uma das principais vantagens da tecnologia, segundo a fabricante, é o melhor aproveitamento do vento, em comparação aos modelos tradicionais. Por necessitar de menos força para que as turbinas girem, a L’éolien 2.o opera, em média, durante 280 dias ao ano, enquanto para outras máquinas o aproveitamento é de 180/200 dias.
 
 
 
O equipamento é totalmente silencioso e pode ser ligado diretamente nas redes de transmissão de energia elétrica.
 
 
Fonte: Ciclo Vivo

Emissões de CO2 deixam oceanos mais ácidos e podem levar espécies à extinção




sexta-feira, 11 de novembro de 2016




Espécies como corais, moluscos e equinodermos, como a estrela do mar e o ouriço, estão entre os mais afetados.





Quando se fala na mudança climática que a Terra vem sofrendo nas últimas décadas, é comum vir a mente questões como efeito estufa e aquecimento global. Mas estes não são os únicos problemas graves que temos enfrentado. A massiva emissão de dióxido de carbono, o CO², tem causado um processo de acidificação de todos os oceanos, e é extremamente perigoso, podendo resultar na extinção da vida marinha até o fim do século.





A Organização das Nações Unidas (ONU) liberou um relatório onde afirma que os oceanos estão ficando cada vez mais ácidos. Este foi o novo alerta divulgado pela Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) durante a 12ª reunião sobre a proteção da biodiversidade.





A acidificação teve início junto à primeira revolução industrial, no século XVIII, já que as fábricas liberavam enormes quantias de CO² na atmosfera. Como havia indústrias por toda a Europa, foi rápido o aumento dos níveis de acidez. Pesquisadores concluíram que o pH (índice que indica o nível de alcalinidade, neutralidade ou acidez de uma solução aquosa) dos oceanos aumentou 26% ao longo dos últimos 200 anos. Sendo a escala de pH logarítmica, uma leve diminuição representa grandes variações de acidez.




De acordo com o relatório, a acidificação dos oceanos tem ocorrido com enorme velocidade e seguirá crescendo pelas próximas décadas. O impacto na vida marinha, se os prognósticos se confirmarem, será trágico. Encontrar variações de acidez nos oceanos é normal, dependendo da hora, da estação, do local, da região e até da profundidade da água. Estas diferenciações comuns fazem parte do ecossistema que ali se estabelece e os animais já se adaptaram a elas, tendo diversos hábitos influenciados pelos níveis de acidez. Assim, a acidificação compromete diretamente toda a biodiversidade, trazendo consequências negativas, entre elas, a diminuição da fertilidade.


Espécies como corais, moluscos e equinodermos, como a estrela do mar e o ouriço, são particularmente afetados, já que a acidez elevada diminui seu ritmo de crescimento e sua sobrevivência. Outras pesquisas indicam ainda que a acidificação dos oceanos diminui o instinto de sobrevivência dos peixes, o que os deixa expostos aos predadores. Isso fragiliza toda a cadeia alimentar marinha e também afeta todo o panorama socioeconômico. Visto que muitas culturas vivem da produção de espécies marítimas, a acidificação representa risco a todo um setor do mercado mundial.



Outras pesquisas ainda são necessárias para compreender melhor o fenômeno, mas o relatório da ONU conclui que uma redução das emissões de CO² permitiria eliminar o problema.


Como o processo de acidificação ocorre?
Quando a água (H²O) e o dióxido de carbono (CO²) se encontram, é formado o ácido carbônico (H²CO³) que se dissocia no mar, formando então íons de trióxido de carbono (CO³²-) e hidrogênio (H+).



O nível de acidez se dá através da quantidade de íons H+ presentes em uma solução, que neste caso, é a água do mar. Quanto maiores forem as emissões, maior será a quantidade de íons H+ e mais ácido serão os oceanos.



O Greenpeace produziu um pequeno vídeo que explica todo o processo de acidificação, a animação é bem curta, simples e educativa, assista abaixo:


https://youtu.be/d0kacyyLVB4



O que acontece com a vida marinha?


Independente do habitat, mudanças, por menores que sejam, têm poder para influenciar profundamente todo o ambiente. Mudanças de temperatura, do clima, do nível de chuva, do número de animais, não importa, causam desequilíbrio ambiental, quase sempre irreparável. É o que ocorre hoje nos oceanos, com a alteração do seu pH.




De acordo com estudos preliminares, a acidificação afeta diretamente organismos calcificadores, como alguns tipos de mariscos, algas, corais e moluscos, dificultando sua capacidade de formar canchas, levando assim ao seu desaparecimento. Nas condições normais, os oceanos devem conseguir absorver as quantidades ideais de CO², formando, após reações químicas, o carbonato de cálcio (CaCO3), que é o elemento usado para a calcificação por animais marinhos.





O aumento na acidez dos oceanos acarreta nos carbonos se ligando aos íons H+, o que faz a disponibilidade de CaCO3 diminuir, e os organismos não conseguem realizar seus processos de calcificação, ficando expostos a qualquer perigo externo, o que ocasionaquedas drásticas nas populações, podendo chegar a extinção.





Outra consequência advinda desta perda de biodiversidade de ecossistemas marinhos é a erosão de plataformas continentais, que não apresentarão mais corais, que ajudam a fixar os sedimentos. A estimativa encontrada pela equipe de planos da net é de que em até 2100, cerca de 70% dos corais de águas frias estarão expostos a águas corrosivas.
Algum benefício?




Outras pesquisas demonstram como alguns microrganismos poderiam se beneficiar da acidificação. A diminuição do pH (aumento da acidez) favorece a disponibilidade de nutrientes essenciais para o plâncton, resultando em um crescimento da produção primária, por exemplo. O fitoplâncton produz um componente chamado dimetilssulfeto, que ao chegar na atmosfera contribui para a formação de nuvens, que refletem os raios solares, controlando assim o aquecimento global.



Porém, ultrapassando esse ponto, isso resultaria na saturação de CO2 nos oceanos, e, somado ao aumento de temperatura das águas, além de prejudicar organismo, aumenta a concentração desse gás na atmosfera, o que contribui para intensificar os efeitos do aquecimento global. Temos assim um ciclo vicioso entre acidificação e o aquecimento global.




Como fica a economia?
Além dos impactos já descritos, comunidades que vivem à base de eco-turismo, como mergulhos, ou de atividades pesqueiras serão extremamente prejudicadas. Tendo em vista que mergulhos em barreiras de corais são populares nas cidades costeiras, com a morte deste organismo não sobraria algo a ser visto, apenas rocha.



Um mercado que deve ser afetado pela acidificação é o de créditos de carbono. Com o prejuízo nos depósitos naturais de CO2 nos oceanos, o gás se concentra na atmosfera, fazendo com que os países arquem financeiramente com as consequências. Vale dizer que organismos calcários armazenam carbono em suas conchas, e ficam depositados no leito dos oceanos por longos períodos, mesmo após a morte do animal.


Tem solução?
Um grupo internacional de cientistas anunciou que uma mistura de soda cáustica e corante sobre um recife de coral pode ajudar na restauração de uma região. Nos testes, eles usaram lagoas naturais que se formam quando a maré está baixa. Medindo a proporção entre corante e soda cáustica na mistura entre uma lagoa e outra, no começo e no final do experimento, durante 22 dias, eles conseguiram estimar um crescimento dos corais em 7%. Porém isso apenas serviu para provar cientificamente a ligação entre acidificação e formação dos corais.



Essa correção de pH até foi cogitada como um esquema de engenharia planetária para reverter a situação em áreas-chave dos oceanos, mas não é prático em escala global, pois exige muita energia, dinheiro e recursos.



Ken Caldeira, um dos cientistas que promoveu o experimento com a soda cáustica, afirma que “a única maneira real e duradoura de proteger os recifes é fazer cortes profundos nas nossas emissões de dióxido de carbono”. Este deve ser o foco das discussões, as emissões de carbono.



O problema de acidificação vai muito além dos mares. Povoados, cidades e até mesmo países são totalmente dependentes da pesca e do turismo marítimo. É necessário que autoridades tomem atitudes incisivas sobre o tema, que criem leis e fiscalização rigorosos sobre a emissão de carbono. Quanto sociedade, utilizar mais transporte público, veículos movidos a fontes de energia renováveis e optar por alimentos provenientes da agricultura orgânica, são escolhas que podemos fazer para ajudar.


Mas tudo isso só mostrará resultado se as industrias priorizarem a produção de bens que utilizem matérias-primas sustentáveis, que suas formas de produção diminuam drasticamente a emissão de dióxido de carbono. Essas medidas devem estar em pauta agora, pois em poucos anos os resultados já terão se tornado irreversíveis.



Fonte: Ciclo Vivo

Um novo Parque Nacional para o Pará


Área que deverá ser incorporada ao novo parque. Foto: Divulgação/ICMBio
Área que deverá ser incorporada ao novo parque. Foto: Divulgação/ICMBio


Nos dias 23 e 24 deste mês, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promoverá consultas públicas para discutir a proposta de criação do Parque Nacional Campos Ferruginosos de Carajás, nos municípios de Canaã dos Carajás e Parauapebas, região sudeste do Pará.


De acordo com a proposta, o parque terá área de cerca de 80 mil hectares formados por dois platôs que hoje fazem parte da Floresta Nacional de Carajás (PA): o platô “Serra da Bocaina” (também conhecido por “Serra do Rabo”) e o platô “Serra do Tarzan”. O objetivo principal da unidade será a proteção dos campos ferruginosos nestes platôs, um tipo raro de ecossistema associado à vegetação de canga, localmente conhecida como “savana metalófila”. Um ecossistema único, possui importantes atributos para conservação como espécies da flora e da fauna raras, ameaçadas e endêmicas; ecossistemas aquáticos e cavernas.


Se aprovado, o Parque Nacional será o maior parque de cavernas em rochas ferríferas do país, concentrando uma das maiores densidades de cavernas no Brasil. A região possui,  aproximadamente, 350 cavernas de formatos únicos que abrigam espécies raras, além de registros arqueológicos das primeiras ocupações humanas na Amazônia.



Para participar das audiências, estão sendo convidados integrantes de órgãos ambientais, entidades públicas federais, estaduais e municipais, organizações não governamentais, proprietários de terras e representantes dos setores produtivos, além da comunidade em geral.



Os interessados podem saber mais através do e-mail para consultapublica@icmbio.gov.br ou por correspondência para o endereço:



Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação (Diman)
Coordenação de Criação de Unidades de Conservação (Ccuc)
EQSW 103/104, Bloco D, Complexo Administrativo
Setor Sudoeste
Brasília/ DF
CEP 70.670-350


Leia a cartilha e os estudos sobre a proposta de criação do Parque Nacional Campos Ferruginosos de Carajás
Serviço:
Audiências públicas para a criação do Parque Nacional Campos Ferruginosos de Carajás
Quando: Dia 23/11, às 18hoo
Onde:
 Câmara Municipal de Parauapebas — Avenida F, Quadra 33, Lote Especial, Beira Rio II
Quando: Dia 24/11, às 18hoo
Onde: Câmara Municipal de Canaã de Carajás — Rua Tancredo Neves nº 4, Centro


*Com informações da Comunicação ICMBio

Terremoto Trump sacode Marrakesh


Por Claudio Angelo, do Observatório do Clima
Placa do Fundo Verde do Clima tomba na vila da COP22 no dia da vitória de Donald Trump. Foto: Claudio Angelo/OC.
Placa do Fundo Verde do Clima tomba na vila da COP22 no dia da vitória de Donald Trump. 
Foto: Claudio Angelo/OC.


Não se falou de outra coisa hoje na COP22. A conferência do clima de Marrakesh acordou nesta quarta-feira (9) com a notícia de vitória de Donald Trump, e diplomatas, funcionários de governos, ambientalistas e cientistas passaram o dia tentando entender o que aconteceu.


Nos corredores do Bab Ighli, o conjunto de tendas gigantes montado para receber a COP, expressões de desânimo, resignação e uma ou outra lágrima se sucederam, em meio a questionamentos sobre o futuro das negociações e da implementação do Acordo de Paris. Organizações de juventude cantaram uma cantiga de luto em protesto.Trump, afinal, elegeu-se chamando o aquecimento global de “fraude inventada pelos chineses” e jurando que cancelaria a participação americana no acordo do clima.


O medo de que ele viesse a ser eleito fez Barack Obama acelerar a ratificação americana e a ONU correr para pôr Paris em vigor antes da eleição. Marrakesh começou com o pleito nos EUA como seu principal subtexto – e terminará sob influência de seu resultado, para o bem ou para o mal.Para o público externo, porém, os negociadores faziam cara de paisagem hoje. Nenhum comentário sobre o significado da eleição por parte dos principais países poluidores.


As pequenas nações insulares, potencialmente as maiores vítimas de qualquer atraso na implementação de medidas ambiciosas de corte de emissão, adotaram durante o dia a atitude de esperar para ver.



“O presidente eleito Donald Trump tem sido fonte de muita confusão sobre a mudança climática ao longo do último ano, mas, agora que a eleição acabou, espero que ele se dê conta de que a mudança climática é uma ameaça a seu povo e a outros países que compartilham o mar com os Estados Unidos, incluindo o meu”, disse Hilda Heine, presidente das Ilhas Marshall.Negociadores brasileiros também mantiveram o silêncio, aguardando a manifestação de Brasília. Ela veio, protocolar, à tarde, na forma de uma nota de três linhas do presidente Michel Temer felicitando Trump pela vitória. O Itamaraty não comentou.




Ambientalistas evitaram o discurso de fim do mundo. Lembraram que a ação climática hoje não depende apenas dos EUA e que Paris foi ratificado por 102 outras nações – inclusive a China, maior parceiro e competidor dos Estados Unidos na arena global. Um ambientalista peruano comparou a reação à vitória de Trump à das vítimas de um terremoto: a única reação possível é reconstruir.



Até o antiprêmio Fóssil do Dia, concedido pela sociedade civil para o país que mais atrapalha as negociações, passou ao largo de Washington e foi para a Alemanha.



“A eleição de Trump é um desastre, mas não pode ser o fim do processo climático internacional. Nós não vamos desistir da luta, e a comunidade internacional também não deveria desistir. Trump vai tentar meter o pé no freio da ação climática, o que significa que nós precisamos jogar todo o peso no acelerador”, disse May Boeve, diretora-executiva da 350.org.



Se o presidente Trump cumprir o que prometeu o candidato Trump, os EUA sairão do Acordo de Paris.
Se o presidente Trump cumprir o que prometeu o candidato Trump, os EUA sairão do Acordo de Paris. Só que não vai ser fácil. Pelas regras do tratado em vigor, partes que o ratifiquem só podem sair após três anos, e o processo de saída, uma vez iniciado, pode levar um ano – ou seja, o trâmite inteiro duraria o tempo de mandato do republicano.



Mas Trump pode ser mais radical ainda – de fato, mais radical que o último cético do clima a assumir a presidência dos EUA, George W. Bush – e pular fora da própria Convenção do Clima, assinada em 1992, vejam só, por um republicano. Neste caso, o processo poderia levar menos tempo, um ano. Mas haveria sanções diversas de diversos países aos EUA, como lembrou Aldem Meyer, da União dos Cientistas Responsáveis.



O mais provável é que Trump simplesmente deixe de priorizar o combate à mudança climática: pare de se esforçar para cumprir a NDC americana e recuse dinheiro público americano para o Fundo Verde do Clima. Neste caso, sim, poderá haver atraso na implementação de Paris e, sobretudo, no corte de emissões pelos EUA. “A ciência não pode esperar nada de positivo dele sobre a ação climática. O mundo agora precisa ir adiante sem os Estados Unidos”, disse o diretor do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, Hans-Joachin Schelnnhuber.



Possivelmente isso levará embora para sempre a perspectiva de estabilizar o aquecimento global em 1,5oC, já que a ONU disse na semana passada que a janela para isso deve ser fechar em 2020.



Por outro lado, muita coisa mudou desde a época em que Bush rejeitou o protocolo de Kyoto. Os EUA agora não são mais donos de 25% das emissões globais; sua fatia caiu para 17%, ultrapassados pela China, não dá sinais de que vai recuar. Em Paris, as metas não são apenas americanas, mas de todos os países. O peso dos EUA diminuiu, bem como a dependência dos EUA para um acordo efetivo.



Segundo um negociador-sênior do G77, o bloco das nações em desenvolvimento, o ímpeto negacionista de Trump também pode ser arrefecido por pressões de setores do empresariado ligados às energias limpas – que hoje geram mais empregos do que o carvão e respondem por uma parcela crescente do PIB americano.



Outro cenário possível é que a COP22 ganhe um impulso renovado após o “Trumpocalipse”. Países como o Brasil já vinham insistindo para que o calendário de regulamentação do acordo seja adiantado para 2018 em vez de 2020. Essa ideia pode ganhar tração nos próximos dias.



Nesta quarta-feira, as nações insulares propuseram que a COP inclua em sua agenda definições sobre como será o processo de “diálogo facilitado”, a primeira conversa formal sobre aumento de ambição, marcada para 2018. E a Ailac, a associação de países da América Latina e do Caribe, quer adiantar definições sobre o chamado “stocktake”, que impulsionaria a ambição da segunda fase das NDCs a partir de 2020.

Republicado do Observatório do Clima através de parceria de conteúdo. logo-observatorio-clima

Compromisso climático brasileiro precisa ser ampliado


IPAM

O Brasil ainda precisa dar grandes passos para adensar seu compromisso internacional de redução de gases estufa, entre eles ser mais ambicioso no controle do desmatamento e ampliar o diálogo entre diferentes políticas públicas nacionais. A análise foi apresentada pela pesquisadora do IPAM Fernanda Bortolotto na primeira semana da COP22 (22ª Conferência do Clima), que acontece em Marrakesh (Marrocos) até o dia 18.


Para o país atingir sua meta proposta para 2030, ou seja, reduzir suas emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030, em relação aos índices calculados de 2005, é preciso ir além da promessa de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia. “Podemos zerar o desmatamento, tanto o ilegal quanto o ilegal, nesse bioma e levar essa discussão para os demais biomas brasileiros”, afirmou Bortolotto.


“Há outros desafios, por exemplo, de ordem política. O Plano ABC, pensado em promover práticas agrícolas de baixo carbono, recebe o equivalente a apenas 2% do que é repassado pelo governo ao  Plano Safra, outro sistema de crédito rural que não apresenta nenhum critério ambiental para concessão de financiamento. Contudo, só a agricultura representou 22% das emissões em 2015”, segundo dados do SEEG, disse a pesquisadora.


A análise faz parte da Plataforma Climática Latino-americana, que neste projeto analisou  os desafios da implantação das metas nacionais em dez países da América Latina. “Apesar das particularidades de cada país, há similares de desafios, como a necessidade de mais transparência de informações e alinhamento de políticas”, disse o pesquisador Daniel Ryan, do Instituto Tecnológico de Buenos Aires, que fez uma análise das políticas da região. “Precisamos abrir essa caixa de Pandora que são as NDCs para saber exatamente como elas são construídas e para onde vão.”

Mais informações para a imprensa:
Em Marrakesh: Cristina Amorim, cristina.amorim@ipam.org.br, (61) 9 9127-6994 (Whatsapp)
No Brasil: Marcela Bandeira, marcela.marques@ipam.org.br, (61) 2109-4150