domingo, 29 de janeiro de 2017

Viver próximo a ruas movimentadas é fator de risco para desenvolver demência

Divulgação Científica



Sex, 06 de Janeiro de 2017
Poluição e ruídos poderiam contribuir para a perda de memória e capacidade mental, dizem cientistas (BBC News / EPA)Viver perto de estradas e ruas movimentadas pode afetar negativamente a cognição, aumentando as chances de o indivíduo desenvolver doenças como demência, mal de Parkinson e esclerose múltipla. É o que sugere um recente estudo publicado pela revista científica The Lancet – disponível no acervo do Portal de Periódicos da Capes. 

O estudo “Living near major roads and the incidence of dementia, Parkinson's disease, and multiple sclerosis: a population-based cohort study”, desenvolvido por cientistas dos Estados Unidos e do Canadá, indica que até 11% dos casos de doenças mentais em pessoas que moram a 50 metros ou menos de uma grande via podem ser consequência da proximidade com o trânsito intenso.

Quase 50 milhões de pessoas no mundo têm demência. No entanto, as causas desse mal, que afeta a memória e a capacidade mental do indivíduo, ainda não são bem compreendidas. Os pesquisadores, que monitoraram dois milhões de pessoas no Canadá ao longo de 11 anos, afirmam que a poluição e o ruído podem contribuir para esse tipo de degeneração.

Hong Chen, um dos autores do estudo, afirmou em entrevista à BBC que "o crescimento da população e a urbanização levaram muitas pessoas a morarem próximas de locais com trânsito intenso". Assim, segundo ele, “junto com o aumento dos índices de demência, isso aponta para que mesmo um efeito modesto da exposição a vias próximas pode representar um risco à saúde pública". Todavia, Hong Chen reconhece que são necessárias mais pesquisas para estabelecer a ligação e os impactos de diferentes aspectos do trânsito.

Tom Dening, diretor do Centro para Demência da Universidade de Nottingham (Reino Unido), disse que os resultados são "interessantes e instigantes": “é plausível que a poluição no ar gerada pela fumaça de motores possa contribuir para uma patologia cerebral e, com o tempo, elevar o risco do desenvolvimento de demência. Essas evidências contribuem para deixar em alerta quem mora perto de um local com tráfego intenso".

Os especialistas apontam que o melhor a fazer para reduzir o risco é cultivar hábitos saudáveis para o corpo, como não fumar, fazer exercícios e ter uma boa alimentação.

Capa janeiro 2017 (Foto: The Lancet)Os resultados da pesquisa estão disponíveis na íntegra para os usuários do Portal de Periódicos. Para acessá-los, basta entrar na opção Buscar periódico e inserir o nome da publicação The Lancet. O título é uma das principais revistas médicas independentes do mundo. Com cobertura internacional, o periódico se estende a todos os aspectos da saúde humana. A publicação tem fator de impacto de 44.002 (2015, Journal Citation Reports, Thomson Reuters) e está atualmente em segundo lugar entre 155 revistas científicas na categoria “Medicine, General & Internal” (2015, Journal Citation Reports, Thomson Reuters)*.


Com informações da BBC Brasil

*Dados extraídos do JCR 2015 em 06/01/2017


Alice Oliveira dos Santos

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