quarta-feira, 24 de maio de 2017

A nossa herança – a ação estrangeira no Brasil das próximas gerações

“Nossa geração abriu mão de desenvolver um parque industrial próprio, desnacionalizou nossas mais importantes empresas e está a consumir inebriadamente as maiores riquezas não-renováveis que a natureza nos ofereceu”

 
Dia desses meditava sobre um curioso aspecto da História, qual o de iludir as mentes mais desavisadas quanto a certos processos e períodos, apenas compreendidos pela posteridade.
Nos últimos anos, vimos 60% das empresas brasileiras negociadas indo parar nas mãos de estrangeiros. Foi assim que chegamos ao insólito país cujos habitantes compram o leite de suas próprias vacas, a água mineral de suas próprias nascentes e a maioria dos produtos de sua própria terra de empresas estrangeiras aqui instaladas.


Temos sido imprudentes com o uso de nossas riquezas: no ritmo atual de extrativismo, que só aumenta a cada dia, daqui a 82 anos não teremos mais minério de ferro para exportar. Nosso níquel só durará mais 116 anos, o chumbo 96, o nióbio apenas mais 35 anos, o estanho 80, os diamantes 123 e o ouro míseros 43. Sim, o Brasil da Serra Pelada será importador de ouro daqui a mínimos 43 anos!



Dizem alguns que o Brasil cresceu nas últimas décadas. Fico a me perguntar, e vai aí uma grande pergunta, quem tem crescido verdadeiramente – se o Brasil, exportador cada vez maior de riquezas em sua maioria não-renováveis, ou se empresas aqui instaladas, com alguns poucos e evidentes reflexos positivos no nosso dia-a-dia e nas contas nacionais. Confesso não ter encontrado ainda resposta a essa pergunta.

Léo Rodrigues/Agência Brasil
“Vergonhosamente empresas estrangeiras já são responsáveis por 70% de nossas exportações de soja”, reclama colunista


O fato é que nossa geração abriu mão de desenvolver um parque industrial próprio, desnacionalizou nossas mais importantes empresas e está a consumir inebriadamente as maiores riquezas não-renováveis que a natureza nos ofereceu. Temos assistido complacentemente o capital estrangeiro se apropriar de serviços e riquezas do Brasil de forma antes só concebível em alguns indefesos países africanos. Que a história nos seja misericordiosa, pois que nossa responsabilidade é imensa.


Parece incrível, mas vergonhosamente empresas estrangeiras já são responsáveis por 70% de nossas exportações de soja, 15% das de laranja, 13% de frango, 6,5% de açúcar e álcool e 30% das de café! Isto já sangra o Brasil em mais de US$ 12 bilhões a cada ano só a título de remessa de lucros.



Fico a temer pela cobrança das gerações seguintes, que estão por receber de nossas mãos um país loteado, retalhado, quase que vendido. Fruto desta Era da Alienação que, no futuro, os livros de História registrarão.

Senado aprova medida que altera área de parque nacional para construção de ferrovia


Parque Nacional do Jamanxim será adequado à passagem da estrada de ferro EF-170, paralela à BR-163, ligando o Centro-Oeste ao norte do Pará. Oposição aponta dano ambiental, enquanto governo diz buscar desenvolvimento regional. Texto vai à sanção
Jefferson Rudy/Agência Senado
Senadores da oposição se manifestam em plenário contra a medida provisória
  O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (23) Projeto de Lei de Conversão (PLV) 5/2017, decorrente da Medida Provisória 758/2016, que altera os limites do Parque Nacional do Jamanxim para adequá-lo à passagem da estrada de ferro EF-170, paralela à BR-163, ligando o Centro-Oeste ao norte do Pará.


Este site adiantou:


Câmara vota redução de parques nacionais em área equivalente ao dobro da cidade de São Paulo



Para a construção da ferrovia, serão excluídos 852 hectares do parque nacional para a faixa de domínio. A matéria, aprovada com voto contrário dos senadores de oposição, será enviada a sanção presidencial.


Aprovada em 17 de maio na Câmara, a MP também altera os limites da Floresta Nacional do Trairão, localizada nos municípios de Rurópolis, Trairão e Itaituba, no Pará; e da Floresta Nacional de Itaituba II, localizada nos municípios de Itaituba e Trairão, onde também serão criadas as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Rio Branco; Trairão e Carapuça.


O senador Cidinho Santos (PR-MT) destacou a importância da medida provisória para o desenvolvimento comercial das Regiões Norte e Centro-Oeste.


- A aprovação desta MP vai permitir que o Mato Grosso possa, nos próximos dias, com autorização do governo federal, fazer a licitação para concessão da ferrovia do Ferrogrão, resolvendo um grande problema de escoamento da produção do estado – afirmou.


O Ferrogrão terá 1.142 quilômeros, paralelos à BR-163, no trecho entre Sinop, na região produtora de grãos do Mato Grosso, e o porto fluvial de Miritituba (PA).


Remanejamento
Na Câmara, os deputados fizeram duas modificações no texto. Uma delas retirou o acréscimo de 51 mil hectares para o Parque Nacional do Jamanxim vindos da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós. O outro destaque aprovado reintroduziu no texto dispositivo que cria a APA do Rio Branco, com 101.270 hectares retirados do Parque Nacional do Jamanxim.


Em todos os casos de desafetação da faixa de domínio, o texto determina que, uma vez instalada a ferrovia, as frações das áreas que não forem efetivamente utilizadas deverão ser reintegradas às respectivas unidades de conservação originais.

Mutirão para a limpeza de praias acontece em cinco estados

terça-feira, 23 de maio de 2017


Mais de 300 pessoas se reunirão pela costa brasileira para promover a consciência ambiental em praias do Paraná, Santa Catarina,  Espírito Santo, Bahia e Ceará.





Uma onda de amor pela vida que rompeu barreiras e agora chegou a grande parte da costa brasileira. A ONG Parceiros do Mar, fundada em Curitiba após uma fatalidade ter levado a vida da surfista Renata Turra Grechinski, surgiu em 2012 com o objetivo de levar mais segurança ao mar. Com ações sociais, ambientais e educacionais, um dos principais projetos dos Parceiros são os Mutirões de Limpeza das Praias que acontecem há cinco anos. Neste ano, porém, a ação tomou proporções muito maiores e voluntários de cinco estados brasileiros irão promover mutirões simultâneos pela costa, no sábado, dia 27 de maio.





“É muito emocionante, depois de muito trabalho, ver tanta gente engajada por uma causa. Porém, é importante ressaltar que os mutirões de limpeza não possuem apenas o objetivo de limpeza, mas também de minimizar os riscos dentro da água, evitando que redes de pesca, e artefatos ilegais sejam arrastados para o mar e prejudiquem quem está na água”, explica Silvia Turra Grechinski, diretora da ONG Parceiros do Mar – movimento Surf Seguro.





A Praia do Coral, na Barra do Jucu – ES, local que recebe muitos atletas que procuram pela pratica de surf, realizará a instalação de placas informativas, a coleta de resíduos, plantio de mudas nativas e cercamento da restinga. “É nossa ideia para chamar a atenção sobre a necessidade de cuidar mais das nossas cidades, e principalmente das nossas áreas verdes e praias.”, diz Petrus Lopes, Diretor do Instituo Jacarenema, Parceiros na ação.




Em Santa Catarina, a ASPI – Associação de Surf Praias de Itajaí, que desenvolve e profissionaliza o surfe no município e região através de competições, incentivando assim o surgimento de novos talentos, campeonatos diferenciados e circuitos que movimentam o Sul do Brasil, também está preocupada com a conscientização ambiental, e convocou a população, unindo-se nesta onda de amor pela vida.





Outro Parceiro, de cunho nacional, envolvido na ação, é o Projeto Limpando o Mundo que, no Ceará, estará ajudando nessa missão de promover a educação ambiental no combate ao lixo marinho para a proteção dos oceanos e espécies ameaçadas de extinção.





O 1º Mutirão Nacional de Limpeza de Praias Parceiros do Mar irá acontecer em 5 estados de forma simultânea. Os organizadores esperam a participação total de cerca de 300 pessoas e a expectativa é de coletar mais de 5 toneladas de lixo no total. O lixo coletado será destinado à entidades de coleta organizadas.
2ª Limpeza Subaquática irá sinalizar artefatos de pesca ilegal





Renata perdeu a vida quando o leash de sua prancha de surf engatou num artefato ilegal de pesca, utilizado em pesca de espera, proibida por lei. “Por ser proibido, pescadores deixam esses petrechos de pesca sem sinalização, o que causa acidentes como o da minha irmã. Temos muitas histórias de surfistas presos em redes de pesca. Mortes desta forma são dadas como afogamento, mas é crime, não é acidente”, comenta.





A 2º Limpeza Subaquática irá acontecer em Guaratuba, no Paraná, saindo do Rio da Barra, no bairro de Barra do Saí, finalizando próximo ao Morro do Cristo, totalizando um trajeto de 9 km. Esta ação é em parceria com a ASG – Associação dos Surfistas de Guaratuba, Polícia Militar Ambiental do Paraná, Corpo de Bombeiros do Paraná e ajuda de pescadores da Associação dos Pescadores de Matinhos. “Vamos estar bem na época da pesca da Tainha, quando os pescadores clandestinos armam seus petrechos de pesca ilegal. Queremos minimizar essas ações. Na primeira edição da limpeza subaquática identificamos quatro pontos de ilegalidade”, afirma Silvia.





Para esta ação a ONG contratou um barco de pesca para fazer o arrasto e ainda pagou o conserto da embarcação da Polícia Ambiental para que pudesse acompanhar e fazer as autuações.




Veja abaixo em quais cidades o mutirão irá acontecer e faça a diferença também. Seja um voluntário!
Informações: https://www.facebook.com/events/1735660843398533/ ou www.parceirosdomar.com.br






SANTA CATARINA:

Local: Itajaí

Horário: 8h30

Ponto de Encontro: Brava Norte, na passarela em frente aos bares.

Organizador: Ivan T. Filho

Co-Realização: ASPI – Associação de Surf Praias de Itajaí



PARANÁ:

Local 1: Guaratuba

Horário: 9h

Ponto de Encontro: Rio da Barra

Organizador: Bruno Soares Possebon

Co-Realização: ASG – Ass. dos Surfistas de Guaratuba



Local 2: Matinhos

Horário: 9h

Ponto de Encontro: Bar do Pepe

Organizador: Rafaella Lins



Local 3: Pontal do Sul

Horário: 9h

Ponto de Encontro: Praça Principal de Shangri-Lá

Organizador: Silvia Turra Grechinski

Co-Realização: Associação MarBrasil



Local 4: Ilha do Mel

Saída A: Trapiche das Encantadas – Horário: 8h.

Co-Realização: Filhos da Ilha

Saída B: Trapiche de Brasília – Horário 11h.

Co-Realização: Global Vita/ Amazing Runs

Organizador: Klaus Marx Matias



ESPÍRITO SANTO:

Local: Praia do Coral do Meio – Barra do Jucu

Horário: 9h

Ponto de Encontro: a definir

Organizador: Petrus Lopes

Co-Realização: Instituto Jacarenema



BAHIA:

Local: Porto Seguro

Horário: 9h

Ponto de Encontro: a definir

Organizador: Ana Tereza Campos

Co-Realização: Ana Tereza Campos Fisioterapia



CEARÁ:

Fortaleza

Horário: 9h

Ponto de Encontro: Praia da Sabiaguaba.

Organizador: Juaci Araujo Oliveira



Local 2: Icapuí

Horário: 9h

Ponto de Encontro: Quitérias

Organizador: Juaci Araujo Oliveira



Local 3: Caucaia

Horário: 9h

Ponto de Encontro: Iparaná

Organizador: Juaci Araujo Oliveira

Co-Realização: IPOM/ Limpando o Mundo e Asupce – Associação de Stand Up Paddle do Ceará.




INSTRUÇÕES:




– Ir com roupas e calçados adequadas para caminhada na praia, além de boné, viseira, óculos escuros.
– Levar próprio protetor solar, água, repelente.
– Não haverá a distribuição de camisetas nem material de suporte
– A participação é voluntária e sem fins lucrativos
– A organização fornecerá água e frutas aos participantes, porém a distribuição é limitada á quantidade doada para cada ação.
– A organização não fornecerá transporte até o ponto de encontro. Os voluntários se encontrarão no ponto de encontro de cada cidade listada acima.
– Dúvidas, entrar em contato com os organizadores de cada local listados acima.
**Se chover o evento será adiado.





O 1º Mutirão Nacional de Limpeza de Praias Parceiros do Mar é uma realização da ONG Parceiros do Mar com apoio da ASG – Associação dos Surfistas de Guaratuba, Associação MarBrasil, Insight Social, Global Vita, Coletivo do Bem, NoAR Comunicação, Possebon Engenharia e Serviços, Sea Shepherd – Núcleo Paraná, Polícia Militar Ambiental do Paraná, Corpo de Bombeiros do Paraná, ASPI – Associação de Surf Praias de Itajaí, Instituto Jacarenema de Pesquisa Ambiental, Projeto Limpando o Mundo Ceará, Instituto EcoFaxina, Ana Tereza Campos Fisioterapia, Studio P3, Curitiba Lixo Zero, One Drop Produções, Instituto Legado, UFPR Litoral e Ocram Comunicação.






Sobre a ONG: O Instituto Renata Turra Grechinski – ONG Parceiros do Mar foi fundado em razão da fatalidade que levou a vida da jovem Renata em fevereiro de 2012, quando surfava com amigos na praia de Coroados/ Barra do Saí, no litoral do Paraná. Enroscada em artefato ilegal de pesca (porque colocado sem sinalização a menor distância do que a mínima permitida por Portaria do Instituto Ambiental do Paraná), Renata não resistiu ao afogamento. A partir daí, familiares e amigos de Renata fundaram a ONG para lutar por um litoral mais seguro para todos, congregando três pilares de atuação: segurança no mar, conservação e preservação ambiental, e temáticas relativas à pesca.






Fonte: Envolverde

Senado aprova Medidas Provisórias que recortam UCs na Amazônia


Por Daniele Bragança
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado.
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado.


O Senado aprovou, na tarde desta terça-feira (23), as Medidas Provisórias 756 e 758, que reduzem ou flexibilizam a proteção de mais de 600 mil hectares na Amazônia. Enviadas pelo presidente Temer em dezembro, as propostas foram modificadas durante a tramitação nas comissões mistas e atingem as Florestas Nacionais de Jamanxim (PA) e Itaituba II (PA) e os Parques Nacionais do Jamanxim (PA) e São Joaquim (SC), além de criar duas novas Áreas de Proteção Ambiental (APA de Jamanxim e APA Rio Branco), categoria mais branda de Unidades de Conservação, que permite propriedades privadas e exploração produtiva dentro de seus domínios. As Medidas Provisórias seguem agora para sanção presidencial.


Aprovadas por ampla maioria noite de terça-feira (16) da semana passada, as MPs 756 e 758 foram aprovadas, apesar da obstrução da oposição contrária às reduções das áreas protegidas
MP 756: desmembramento da Flona de Jamanxim


Por 50 votos a favor e 12 contra, a MP 756, que recortou a Floresta Nacional de Jamanxim para resolver o caos fundiário que domina a região, foi aprovada. A votação foi nominal após pedido de quórum feito pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP). “É um acinte”, acusou o senador.


A APA de Jamanxim, de 542 mil hectares, foi formada pela parte mais desmatada da Floresta Nacional de Jamanxim (304 mil hectares) e mais 238 mil hectares de uma área onde não havia nenhuma unidade de conservação. Arte: Paulo André Vieira.
A APA de Jamanxim, de 542 mil hectares, foi formada pela parte mais desmatada da Floresta Nacional de Jamanxim (304 mil hectares) e mais 238 mil hectares de uma área onde não havia nenhuma unidade de conservação. Arte: Paulo André Vieira.


Em dezembro, o governo desmembrou a área protegida na parte mais invadida e criou ali a Área de Proteção Ambiental de Jamanxim. Estudo publicado pelo Imazon em fevereiro dava conta que a redução da Floresta beneficiava grileiros que ocuparam Jamanxim após a criação da Unidade, em 2006. Como recompensa pela diminuição, o governo aumentou o tamanho do vizinho Parque Nacional do Rio Novo, que herdou 438 mil hectares oriundos da Floresta Nacional de Jamanxim,  e criou parte da APA de Jamanxim onde não havia nenhuma unidade de conservação. Mas não foi esse o texto aprovado hoje no Senado.


Após tramitar na Comissão Mista e receber 12 emendas, o projeto foi modificado mais um pouquinho durante a votação no plenário da Câmara, o que foi aprovado no plenário nesta terça-feira foi uma medida convertida em lei que modificou o tamanho da Floresta Nacional de Jamanxim, que passou a ter 814.682,00 hectares, e diminuiu o tamanho da recém criada Área de Proteção Ambiental de Jamanxim, que passou de 542.309 para 486.438,00 hectares. O Parque Nacional de São Joaquim, de Santa Catarina, também entrou no balaio das alterações e teve 20% de seu tamanho reduzido, além do nome modificado para Parque Nacional da Serra Catarinense.


A bancada paraense comemorou o que chamou de medidas que visam regularizar a posse de terra na região.
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Polícias do PA e AM prendem acusados de tráfico internacional de peixes ornamentais


Por Vandré Fonseca
Bagres e arraias foram apreendidas em Manaus (AM) e interior do Pará. Na capital do Amazonas, cinco pessoas foram presas durante a Operação Poseidon. Crédito: Dema, Polícia Civil Amazonas.
Bagres e arraias foram apreendidas em Manaus (AM) e interior do Pará. Na capital do Amazonas, 
cinco pessoas foram presas durante a Operação Poseidon. Crédito: Dema, Polícia Civil Amazonas.


Manaus, AM -- Pelo menos onze pessoas foram presas no Amazonas e no Pará, nesta terça-feira (23), acusadas de envolvimento com o tráfico internacional de animais silvestres e lavagem de dinheiro. De acordo com informações da Secretaria Estadual de Meio Ambiente Sustentabilidade do Pará (Semas-PA), peixes ornamentais, entre eles arraias, eram capturados na Bacia do Rio Tapajós, no Pará, e seguiam por três rotas, Belém, Santarém e Manaus.


“Manaus era um ponto intermediário, onde as arraias e peixes recebiam oxigênio e depois eram despachadas para o exterior”, afirma o delegado Samir Freira, da Polícia Civil do Amazonas. Em Manaus, cinco pessoas foram presas, em cumprimento de mandados de prisão temporária e preventiva. Foram apreendidas ainda arraias e bagres, além de balões de oxigênio, caixas e outros produtos usados no transporte dos animais.


Foram feitas prisões e apreensões também nas cidades de Itaituba e Altamira, interior do Pará, onde foram apreendidas também armas. A operação denominada Poseidon, deus grego dos mares, tem a participação também do Ministério Público, Receita Federal e Secretaria da Fazenda do Pará. A polícia paraense suspeita que o esquema incluía a lavagem de dinheiro.


As acusações incluem maus tratos, pois os animais eram transportados em sacos plásticos, com quantidade limitada de água e oxigênio, o que causava grande mortandade. A operação foi montada a partir de denúncias recebidas pela Semas-PA, que monitorou o esquema de captura e tráfico de animais entre o Pará e o Amazonas.


Em junho do ano passado, cinco pessoas foram presas no Aeroporto de Santarém (PA), quando tentavam embarcar para Manaus (AM), com peixes ornamentais na bagagem. Durante a operação denominada Safe River, que mobilizou as polícias Civil e Militar do Pará, Semas-PA e o Ministério Público Federal, foram apreendidos 400 peixes acaris e 58 arraias jabota, que têm a venda proibida.

Sarney Filho avisa que continua no Ministério do Meio Ambiente


Por Daniele Bragança
Sarney Filho afirma que por enquanto fica. Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados.
Sarney Filho afirma que, por enquanto, fica. Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados.


Em meio a debandadas de partidos da base aliada após a gravação da JBS atingir em cheio o centro do Executivo, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV) enviou uma carta ao Partido Verde avisando que não deixará o governo. A carta foi enviada no sábado (20).


O ministro afirma que, em um ano na pasta, conseguiu reagir contra “retrocessos que vinham ocorrendo há alguns anos nessa área e conseguir avanços concretos para o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável do Brasil.”


Sarney lista o que chama de avanços de sua gestão frente ao Ministério como o arquivamento do licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no Pará; a conclusão da fase de povoamento do Cadastro Ambiental Rural; a criação do Refúgio da Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo e a reestruturação do orçamento de 2016 dos órgãos de comando e controle, ICMBio e Ibama. Porém, o ministro não citou o contingenciamento de 43% do orçamento para este ano nem a tentativa do Congresso em aprovar, com alterações, as Medidas Provisórias enviadas por Temer que recortam Unidades de Conservação na Amazônia (e uma em Santa Catarina).


Sarney Filho termina a carta afirmando que, “apesar do contexto político conturbado, dos riscos de retrocesso ambiental e institucional, enquanto tiver a convicção de poder contribuir para a nossa causa, a causa da sustentabilidade e da economia verde, garantindo ganhos socioambientais, estarei disposto a ocupar este espaço que, nesta crise, adquiriu importância ainda maior”.


Leia a carta na íntegra.

Temer balança, e licenciamento ‘flex’ avança


Por Luciana Vicária, do Observatório do Clima*
Prestígio: Nílson Leitão (dir.) com Michel Temer após sua posse na FPA. Foto: Beto Barata/PR.
Prestígio: Nílson Leitão (dir.) com Michel Temer após sua posse na FPA. Foto: Beto Barata/PR.


A crise que atingiu em cheio o Palácio do Planalto e ameaça o mandato de Michel Temer pode ter como vítima colateral a Lei Geral de Licenciamento. A bancada ruralista aproveitou o momento de enfraquecimento do presidente para tentar votar nesta semana, numa comissão da Câmara, o projeto de lei que flexibiliza as regras do licenciamento.


O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Nilson Leitão (PSDB-MT), disse que protocolaria nesta terça-feira aquilo que chamou de “texto de convergência”. Segundo ele, técnicos de vários ministérios, incluindo Meio Ambiente e Transportes, estão debatendo “exaustivamente” alguns pontos. Sua votação está marcada para as 10h de quarta-feira (24).


Uma reunião foi marcada para esta terça-feira (23) à noite entre representantes do governo e da bancada ruralista. A esperança no Executivo é que haja um acordo para encaminhar para votação uma versão ajustada do projeto de lei de licenciamento construído pelo Ministério do Meio Ambiente, que evita grande parte dos retrocessos.


O projeto relatado pelo deputado ruralista Mauro Pereira (PMDB-RS) foi inserido na pauta da comissão na noite da última sexta-feira (19), contrariando a intervenção recente do presidente Temer em favor do texto liderado pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV-MA).


No começo do mês, Temer havia decidido que o governo mandaria votar diretamente no plenário da Câmara o texto do Meio Ambiente, construído após um ano de debates com outros ministérios e com o setor produtivo. A decisão presidencial foi tomada numa reunião no Palácio do Planalto, na qual estavam presentes, além de Sarney, os ministros da Agricultura, Blairo Maggi (PR-MT), da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), e o próprio Nílson Leitão.

O projeto de Pereira, apelidado de “licenciamento flex”, seria preterido, mas os ruralistas ganharam direito a apresentar dois destaques no plenário que poderiam restituir algo de sua proposta – e enfraquecer a proteção ambiental no país.

O texto do relator prevê um grande número de situações em que não será preciso o licenciamento ambiental: agropecuária extensiva, mineração em áreas protegidas, obras de captação de água e até mesmo asfaltamento de estradas na Amazônia, um dos principais fatores causadores de desmatamento.

Ele também deixa na mão de Estados e municípios a definição de quais atividades terão licenciamento mais rigoroso, com estudo de impacto, e quais terão licenciamento simplificado. Especialistas dizem que a proposta é inconstitucional e causará uma “guerra fiscal ambiental” entre os Estados, na qual cada um tentará afrouxar mais as regras de licenciamento que o outro de forma a atrair empreendimentos.

Procurado pelo OC, Pereira negou que o momento político tenha influenciado o retorno do tema à pauta. Em relação às mudanças, antecipou pouco, mas manteve seu ponto principal. “Nossa ideia é fortalecer Estados e municípios para que eles possam arbitrar sobre o licenciamento”, disse.


*Com Claudio Angelo

Republicado do Observatório do Clima através de parceria de conteúdo.