quinta-feira, 8 de junho de 2017

Paraná recategoriza e amplia parques na Semana do Meio Ambiente


O governador Beto Richa assinou nesta segunda-feira, 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, dois decretos que ampliam em 4,65 mil hectares a área de proteção ambiental da Mata Atlântica em Paranaguá, no Litoral do Estado. Um decreto criou o Parque Estadual do Palmito e o outro aumentou a área da Estação Ecológica Guaraguaçu. As unidades são integradas, formam um corredor ambiental e são, ambas gerenciadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).  Paranaguá, 05/06/2017. Foto: Jaelson Lucas/ANPr
No Dia Mundial do Ambiente (05/06), dois decretos ampliaram em 4,65 mil hectares a área
 de proteção ambiental da Mata Atlântica em Paranaguá, no Litoral do Estado. 

Um decreto criou o Parque Estadual do Palmito e o outro aumentou a área da Estação Ecológica Guaraguaçu. Foto: Jaelson Lucas/ANPr


Na segunda-feira (05/06), o governador do Paraná, Beto Richa, assinou dois decretos que ampliam a área de proteção ambiental da Mata Atlântica no litoral estado. Um decreto criou o Parque Estadual do Palmito (PR) e o outro aumentou a área da Estação Ecológica Guaraguaçu (PR). As unidades também são integradas, formando um extenso corredor ambiental.

O novo Parque Estadual foi resultado de uma recategorização da antiga Floresta Estadual do Palmito. Antes da categoria de uso sustentável – na qual é possível conciliar a conservação do meio ambiente com o uso de recursos naturais existentes -, a mudança torna a unidade uma área de proteção integral, sendo permitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, como em pesquisas científicas e no turismo ecológico.

A Floresta, agora transformada em Parque Estadual, foi criada em junho de 1998 para diminuir a exploração ilegal e predatória do palmito juçara, garantir a sustentabilidade local da espécie e proporcionar uma opção de lazer à população. Além de garantir a proteção integral, o decreto ampliou em 1,26 mil hectares a área de conservação do parque, que passa agora para um total de 1,78 mil hectares.

A Estação Ecológica de Guaraguaçu teve sua área de conservação ampliada de 1,34 mil para 4,73 mil hectares. O ganho é de 3,39 mil hectares. A unidade foi criada em 1992 e protege florestas de terras baixas, de restingas, manguezais e áreas com a árvore caxeta – espécie típica da faixa litorânea. O principal objetivo das estações ecológicas é a preservação da natureza, aliada à realização de pesquisas científicas. Por isso, o local não é aberto para visitação ao público, apenas para pesquisas e projetos educacionais previamente autorizados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

O governador ressaltou que, com os dois decretos, a área protegida estadual é mais que triplicada. Ela passa de 1,86 mil para 6,51 mil hectares. “Aqui temos biodiversidade, florestas, riachos, restingas e mangues. Essa ação é uma prova concreta de que é possível conciliar o desenvolvimento econômico do Estado com a proteção do meio ambiente”, afirmou. Segundo o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto, o Paraná foi o Estado que mais ampliou a área de proteção da Mata Atlântica. “Aumentamos em 11% a área protegida, desde 2011”, explicou. “É muito gratificante. Demonstra que o governo estadual tem um compromisso com a conservação ambiental, para o bem da sociedade”.


O governador Beto Richa assinou nesta segunda-feira, 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, dois decretos que ampliam em 4,65 mil hectares a área de proteção ambiental da Mata Atlântica em Paranaguá, no Litoral do Estado. Um decreto criou o Parque Estadual do Palmito e o outro aumentou a área da Estação Ecológica Guaraguaçu. As unidades são integradas, formam um corredor ambiental e são, ambas gerenciadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).  Paranaguá, 05/06/2017. Foto: Jaelson Lucas/ANPr
O governador Beto Richa assinou nesta segunda-feira, 05/06, dois decretos que ampliam 
em 4,65 mil hectares a área de proteção ambiental da Mata Atlântica em Paranaguá, no
 Litoral do Estado. Foto: Jaelson Lucas/ANPr

Onça viva vale muito mais do que gado morto


Por Vandré Fonseca
Foto: Bart van Dorp/Flickr.
Foto: Bart van Dorp/Flickr.


Manaus, AM – Eventuais prejuízos provocados por onças a fazendas de gado no Pantanal podem ser facilmente cobertos por um programa de compensações financeiras, com recurso obtidos justamente pelo turismo de observação de grandes mamíferos. A proposta está em um artigo publicado esta semana no jornal científico Global Ecology and Conservation, por pesquisadores da organização não-governamental Panthera, engajada na preservação de grandes felinos, Universidade de Mato Grosso e Universidade de East Anglia.


“Este estudo é o primeiro a documentar o valor monetário de manter uma população saudável de onças no Pantanal”, afirmou o autor principal do artigo, Fernando Tortato, estudante de doutorado na UFMT e pesquisador da ong Panthera. “A maioria dos estudos envolvendo o relacionamento entre grandes carnívoros e humanos consideram apenas os danos causados por essas espécies "


O estudo foi realizado em Porto Jofre, onde acampamentos de ecoturismo convivem lado a lado com fazendas de gado. Fazendeiros se ressentem de ataques de grandes felinos ao gado e, segundo os responsáveis pelo estudo, chegam a contratar caçadores para abater as onças consideradas “problemáticas”. Mas para os pesquisadores, o resultado do estudo demonstra que existe um grande potencial para a conservação do felino nessa região.


O ecoturismo poderia gerar recursos necessários para reduzir esse conflito, segundo os pesquisadores. Os eventuais prejuízos causados por ataques dos felinos ao gado não chega a 2% do rendimento obtido pelo ecoturismo. Enquanto o rendimento com venda de pacotes turísticos para a observação de onças podem chegar a U$ 6,8 milhões de dólares (mais de R$ 22 milhões) ao longo de um ano, os prejuízos eventuais provocados pelo ataque dos felinos ao gado ficam em torno de US $ 121,5 mil (pouco menos de R$ 400 mil).


Os pesquisadores ouviram também turistas que visitaram o Pantanal, para saber se eles aceitariam pagar um pouco mais para reduzir os prejuízos provocados por ataques de onça-pintada. Quase a totalidade deles (98%) disseram dispostos a pagar uma taxa adicional para compensar financeiramente fazendas afetadas pela predação das onças. Os turistas (80% dos entrevistados) concordariam em pagar um adicional de 6% do valor gasto em pacotes turísticos para reduzir prejuízos de fazendeiros e proteger a onça-pintada no Pantanal.

Os pesquisadores destacam que existem práticas que podem ajudar a reduzir essa predação e que devem ser incluídas em um programa de compensações. Para o professor Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, o avanço das atividades de subsistência sobre áreas selvagens tropicais torna cada vez mais necessárias compensações financeiras, que podem tornar proprietários de terras mais tolerantes à proximidade de predadores ferozes.