quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Turismo em parques nacionais e outras Unidades de Conservação

Do forno do Governo Federal, sai nos próximos dias um conjunto de medidas pretenso a reforçar a gestão e o turismo em parques nacionais e outras Unidades de Conservação (UCs) que aceitam “uso público”. As novas regras ampliam as possibilidades de concessões de serviços nas áreas protegidas, abrem caminho para ampliar valores e facilitar a aplicação de recursos de compensação ambiental por obras que impactem o meio ambiente e, ainda, permitem a contratação de brigadistas por até dois anos consecutivos. Hoje, os contratos são firmados a cada ano. Esses servidores temporários também poderão ter atribuições para além do combate a incêndios, como apoiar a consolidação de limites e combater o uso inadequado de recursos naturais em UCs. A legislação também definirá cotas para a visitação por público de baixa renda e autorizará parcerias com populações tradicionais para reforçar atividades ligadas ao turismo. A visitação em Unidades de Conservação federais cresce a cada ano. Em 2016, 8,3 milhões de pessoas visitaram essas áreas, movimentando R$ 4 bilhões e ajudando a manter mais de 7,2 mil empregos no país.

@ A Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso tem até dois anos para cumprir recomendações do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT) e melhorar a implantação e a gestão de suas 14 Unidades de Conservação do bioma Amazônia. As sugestões para tirar essas áreas da pindaíba são fruto de auditoria realizada em 2013 e também demandam ações do Governo Estadual e da Assembleia Legislativa. Segundo o conselheiro substituto do TCE/MT, Luiz Henrique Lima, desde então há avanços na elaboração de planos de manejo, na compra de equipamentos para as Unidades e na divulgação pública de informações. As recomendações, todavia, também envolvem beneficiar aquelas áreas protegidas com mais recursos orçamentários, de compensação ambiental e do ICMS Ecológico, regularização fundiária e melhorias em infraestrutura, implantação de conselhos gestores, demarcação e sinalização, contratação e capacitação de pessoal, controle de queimadas, de desmatamentos e de outros crimes. "Uma das suas maiores diferenças em relação à auditoria tradicional está no fato de não apenas apurar os efeitos, mas também as causas que originaram as perdas e prejuízos, e ainda oferecer informações ou sugestões, no formato de recomendações, com vistas ao aperfeiçoamento da administração pública", salientou Lima, do TCE/MT.
 
@ Na onda de retrocessos socioambientais protagonizada pelo Governo Temer com apoio do Congresso Nacional, a Medida Provisória da Grilagem foi convertida em lei para viabilizar a legalização massiva de áreas públicas invadidas, em todo o país. Os impactos serão especialmente fortes na Amazônia, onde desmatamento e conflitos violentos pela posse de terras ganham força. Mas a legislação também alterou pontos do Novo Código Florestal para facilitar a ocupação de margens de rios e de córregos, do entorno de nascentes e de outras Áreas de Preservação Permanente (APPs) em regiões urbanas. Essa medida já era alvo de projetos de lei em tramitação no Congresso. Conforme o texto aprovado, a delimitação dessas faixas se torna uma atribuição municipal. Isso facilitará a manutenção de construções e de atividades econômicas em APPs, avaliam técnicos da área florestal federal. De acordo com a legislação em vigor, Áreas de Preservação Permanente devem ser protegidas para preservar fontes e cursos d'água, manter paisagens, evitar desastres como enchentes e deslizamentos e, ainda, para assegurar a vida de animais e de plantas nativos.


@ A indispensável tarefa de se conservar animais, plantas e ecossistemas pode ganhar força com o aumento de limites e com a conexão entre áreas protegidas existentes. Nesse caminho, há poucos anos a Colômbia ampliou o Parque Nacional da Serra de Chiribiquete de 1,2 milhão para 2,8 milhões de hectares. Em Julho passado, o mesmo país dobrou a área somada das terras indígenas Puerto Sabalo-Los Monos e Monochoa. As reservas e o Parque Nacional formam um imenso corredor verde para manutenção da biodiversidade. No Brasil, por exemplo, a área ampliada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros está conectada a grandes porções preservadas de Cerrado, inclusive sob proteção do Governo de Goiás. Por outro lado, análises de especialistas em conservação da natureza revelam que a maioria das áreas protegidas do mundo são pequenas demais para manter a vida selvagem em boa forma, inclusive diante dos desafios impostos pela crise climática global, aponta o jornalista ambiental Jeremy Hance em
artigo para a Alliance of Leading Environmental Researchers and Thinkers. Sendo assim, à medida em que se tornam cada vez mais raros os espaços passíveis de proteção oficial e crescem as pressões para uso econômico intensivo da terra, ampliar e conectar reservas ambientais já estabelecidas pode dar novo fôlego à conservação da biodiversidade.

@ Há gatos, cachorros, javalis e outros animais exóticos em metade das Unidades de Conservação federais. No levantamento conduzido por analista do Instituto Chico Mendes (ICMBio), 104 espécies exóticas foram encontradas em Unidades de Conservação (UCs) e 59 colocam em risco a sobrevivência de animais típicos de cada região. Ao todo, foram invadidos seis em cada dez parques nacionais e outras unidades de Proteção Integral, aquelas que mais deveriam conservar a biodiversidade nativa. Há mais de 300 animais ameaçados de extinção em UCs federais. Espécies exóticas são aquelas estranhas aos ambientes naturais. São geralmente introduzidas por práticas humanas, como agricultura, transporte e criação de animais domésticos. Com reprodução rápida e capazes de se alimentar de praticamente tudo que encontram, as espécies invasoras ocupam facilmente o espaço de animais nativos e até alteram as condições dos ambientes. Na Reserva Biológica do Lago Piratuba (AP), o pisoteio de búfalos foi tão intenso que criou um igarapé. Eliminar espécies invasoras exige medidas como castração, abate ou até a introdução de predadores naturais.

Este boletim é um oferecimento de
© Aldem Bourscheit // Jornalista DRT/RS 9781 // conectacomm@gmail.com
- Ativista em Políticas Públicas Socioambientais
- Membro da Comissão sobre Educação e Comunicação da UICN
- Mestrando em Desenvolvimento Sustentável pelo Fórum Latino-americano de Ciências Ambientais
- Especialista em Meio Ambiente, Economia e Sociedade pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais

Empresa de saneamento se une ao WWF-Brasil na conservação das águas do Pantanal




15 Agosto 2017   |   0 Comments
 
 
Responsável pela gestão de 24 concessões de água e esgoto no estado de Mato Grosso, a empresa Nascentes do Xingu acaba de aderir ao ‘Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal’, iniciativa criada pelo WWF-Brasil para conservarar a região onde nascem as águas responsáveis pelo ciclo das cheias e pela sobrevivência de milhares de animais e plantas.

A empresa se compromete a incentivar empreendimentos de saneamento básico e de gestão de resíduos sólidos, carências hoje na maioria dos municípios mato-grossenses. Também vai contribuir para o fortalecimento dos comitês de bacias e na ampliação da participação da população em ações ligadas ao acesso ao saneamento básico.

"O Pacto, criado pelo WWF-Brasil, é um movimento pioneiro para a conservação dos nossos mananciais, que são responsáveis pelo abastecimento de milhões de pessoas. Viemos para somar forças a esse projeto sério e vamos colaborar para que ele siga avançando com sucesso”, diz o diretor-presidente da holding, Julio de Oliveira Moreira.

O Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal

O Pacto tem por objetivo recuperar nascentes degradas e conservar os rios Paraguai, Sepotuba, Jauru e Cabaçal, que fornecem cerca de 30% das águas que mantêm o pulso de inundação da planície pantaneira e afetam diariamente a vida de mais de 400 mil pessoas.

O projeto conta atualmente com 49 entidades parceiras, dentre elas o governo do estado de Mato Grosso, o WWF-Brasil e a indústria de água Lebrinha. Atualmente, 82 nascentes já estão em processo de recuperação, mais de 40 famílias de baixa renda já foram beneficiadas com a instalação de biofossas em suas propriedades e mais de 100 km de estradas rurais já foram ambientalmente adequadas.

O WWF-Brasil atua no Pantanal desde a década de 1990. Em 2012, um estudo organizado pela ONG e parceiros revelou que a região das cabeceiras está em alto risco devido ao desmatamento, a falta de saneamento básico e as más práticas agropecuárias. Um estudo lançado em junho de 2017 pelo WWF-Brasil revelou que apenas 45% das cabeceiras do Pantanal estão preservadas.

“A região das cabeceiras está em risco e se elas estão em risco, o Pantanal também está em risco, porque a planície depende do planalto para sobreviver”, afirma o coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil Júlio César Sampaio. “A adesão de uma empresa do porte da Nascentes do Xingú é extremamente importante porque certamente ela vai ajudar o Pacto a conseguir mais resultados positivos para os rios e nascentes do Pantanal”. 

Greenpeace realiza ação em frente ao Ibama do Rio


Por Sabrina Rodrigues
Manifestantes em frente ao prédio do Ibama no Rio de Janeiro. Foto: ©Greenpeace
Manifestantes em frente ao prédio do Ibama no Rio de Janeiro. Foto: ©Greenpeace


Com banners e placas estrategicamente posicionados, ativistas do Greenpeace realizaram uma manifestação, na manhã desta segunda-feira (14), em frente ao prédio do Ibama do Rio de Janeiro. A ação foi em prol dos Corais da Amazônia, um bioma marinho descoberto no ano passado. Os ativistas querem que o Ibama resista à pressão de empresas que almejam explorar petróleo próximo ao recife da foz do Amazonas.


Na manifestação, o professor Carlos Eduardo Leite Ferreira, doutor em Biologia Marinha da Universidade Federal Fluminense (UFF), entregou ao representante da área de Óleo e Gás do Ibama, Ivan Werneck, a Carta Aberta em Defesa dos Corais da Amazônia, assinada por renomados cientistas do mundo todo, como a oceanógrafa americana Sylvia Earle, o economista indiano da biodiversidade Pavan Sukhdev, além dos climatologistas brasileiros Carlos Nobre e Paulo Artaxo.


O Ibama é o órgão responsável pela concessão ou não de licença ambiental que autorizará as petrolíferas Total e BP a perfurar a região.“Os Estudos de Impacto Ambiental das empresas são repletos de falhas e inconsistências e admitem a probabilidade de 30% de um derramamento de óleo atingir o recife. É um risco muito alto. Queremos que o Ibama ouça a Ciência no seu parecer técnico e negue a licença ambiental”, afirma Helena Spiritus, bióloga do Greenpeace.


Carlos Eduardo ressalta a importância da preservação do Corais. “O recife de Corais da Amazônia, além de ser um corredor de biodiversidade entre a costa norte do Brasil e o Caribe, é um refúgio para os corais que se encontram ameaçados pelo aquecimento global por estarem em uma região mais profunda. Ainda conhecemos muito pouco esse ecossistema”, afirma o cientista.
Foto: ©Greenpeace.
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China lança primeira rede de comunicações quântica

China lança primeira rede de comunicações quântica
A agência espacial canadense também está testando um satélite de comunicações quânticas.[Imagem: Thomas Jennewein et al./SPIE]
Tecnologia quântica
A China está prestes a colocar em produção seu Projeto Jinan, a primeira rede informática à prova de ataques de hackers e bisbilhoteiros oficiais e um marco importante no desenvolvimento da tecnologia quântica.


Batizada em homenagem à cidade do leste da China onde a tecnologia foi desenvolvida, a rede deverá estar totalmente operacional até o final de agosto de 2017. Jinan será o centro da rede quântica Beijing-Shanghai devido à sua localização estratégica entre as duas principais metrópoles chinesas.
"Nós planejamos usar a rede para defesa nacional, finanças e outros campos, e esperamos disseminá-la como um piloto que, se for bem-sucedido, poderá ser usado em toda a China e em todo o mundo," comentou o professor Zhou Fei, do Instituto Jinan de Tecnologia Quântica em entrevista ao jornal britânico Financial Times.


Ao lançar a rede segura de telecomunicações, a China se tornará o primeiro país a implementar a tecnologia de comunicações quânticas em aplicações reais e em escala comercial.

Rede de comunicações quântica
A rede de comunicações quântica - conhecida como rede de Distribuição de Chaves Quânticas, ou QKD, na sigla em inglês - é mais segura do que qualquer sistema atual de comunicação eletrônica.
China lança primeira rede de comunicações quântica
Apesar da extrema sensibilidade das propriedades dos fótons, a comunicação quântica já foi demonstrada à luz do dia. [Imagem: Cortesia Boris Hage/Albert Einstein Institut]


Ao contrário de um cabo ou fibra óptica convencionais de telefone ou internet, que podem ser rastreados sem que o remetente ou o destinatário sejam afetados, uma rede QKD alerta os dois usuários para qualquer tentativa de leitura ou adulteração no sistema assim que o evento ocorre. Isso porque a espionagem altera imediatamente as informações sendo retransmitidas, sendo o distúrbio instantaneamente reconhecível.


Na rede Jinan, cerca de 200 usuários dos setores militar, governamental, financeiro e elétrico da China poderão enviar mensagens seguras sabendo que só eles as leem. E a primeira rede de comunicações quânticas terrestre do mundo já nasce enorme, estendendo-se por mais de 2.000 km. Quando totalmente implementada, ela tornará virtualmente impossível que outros governos bisbilhotem as comunicações chinesas.


Com outro feito recente da China, quando seu satélite quântico - o primeiro do mundo - enviou uma mensagem à Terra em um canal de comunicação quântico, parece que a corrida pela superioridade quântica está verdadeiramente em andamento - e com um líder disparado.

Gasolina sem petróleo: Primeiros 200 litros feitos de CO2 e energia solar


Gasolina sem petróleo: Primeiros 200 l feitos de CO2 e energia solar
Sol + CO2 = gasolina, diesel ou querosene. [Imagem: VTT]
 
 
Combustível limpo
Um projeto tocado por engenheiros e pesquisadores da Alemanha e da Finlândia produziu os primeiros 200 litros de combustível sintético extraído do dióxido de carbono (CO2) atmosférico e usando energia solar.


O combustível limpo foi produzido em uma planta-piloto móvel, que pode ser usada de forma descentralizada para produzir gasolina, diesel ou querosene. Para facilitar sua mobilidade, a planta química supercompacta foi acondicionada em um contêiner.


"O sucesso da transição energética exige inovações geradas por pesquisas se estendendo dos fundamentos até as aplicações," disse o professor Thomas Hirth, do Instituto de Tecnologia Karlsruhe. "O sucesso do [projeto] Soletair reflete a importância das redes de pesquisa internacionais que lidam com os desafios globais e desenvolvem soluções aplicáveis."


Do CO2 à gasolina
A usina de combustível é formada por três componentes principais.
A unidade de "captura direta do ar" captura o dióxido de carbono do ar em volta. A seguir, uma unidade de eletrólise usa a energia solar para produzir hidrogênio. No terceiro componente, o dióxido de carbono e o hidrogênio são primeiro convertidos em gás de síntese reativo a alta temperatura e depois em combustíveis líquidos em um reator químico microestruturado.
Gasolina sem petróleo: Primeiros 200 l feitos de CO2 e energia solar
Este é o reator microestruturado responsável pela última etapa do processo, convertendo gás de síntese em combustíveis líquidos. [Imagem: INERATEC/KIT]



A equipe afirma que esta é a primeira vez que o processo completo, da energia fotovoltaica e da captura de dióxido de carbono do ar, até a síntese de combustível líquido, mostrou sua viabilidade técnica.


A planta-piloto tem uma capacidade de produção de 80 litros de gasolina por dia. Na primeira campanha, agora concluída, foram produzidos cerca de 200 litros de combustível em várias fases, para estudar o processo de síntese ideal, as possibilidades de reaproveitar o calor produzido e as propriedades do produto final.


A planta compacta foi projetada para fabricação descentralizada, além de poder se encaixar em um contêiner para facilidade de transporte. Com isto, uma usina completa poderá ser ampliada de forma modular. A equipe já está constituindo uma empresa para comercializar esses módulos.

escrito.

Igreja da Eutanásia”: no fundo inconfessável do ambientalismo radical



Posted: 15 Aug 2017 01:30 AM PDT
Exibicionista, inumana, blasfema a 'Igreja da Eutanásia' não vai obter o que quer.  Mas agita uma bandeira para a qual tendem os "moderados" do ambientalismo
Exibicionista, inumana, blasfema a 'Igreja da Eutanásia' não vai obter o que quer.
Mas agita uma bandeira para a qual tendem os "moderados" do ambientalismo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Andando pelas ruas, é frequente bater os olhos em novas igrejas das mais inesperadas denominações, em sua maioria de inspiração evangélica ou de cultos e práticas orientais,

Mas nos arraiais ambientalistas radicais surge de vez em quando alguma seita ainda mais inesperada. É o caso da Igreja da Eutanásia, fundada no ano de 1992 em Boston, EUA, por Chris Korda.

Antinatalista, transgênero e vegana, Chris, nascida em 1962, é sobrinha-neta do magnata húngaro Sir Alexander Korda, muito conhecido na indústria cinematográfica britânica, e filha única do renomado escritor e romancista Michael Korda, antigo editor-chefe da rede de livrarias Simon & Schuster.

O dogma fundamental de sua igreja é único, muito simples e de acordo com as crenças verdes radicais: “Salva o planeta, suicida-te”!

Essa igreja verde se autodefine como “associação sem fins lucrativos cujos esforços se encaminham para restabelecer o equilíbrio entre os seres humanos e as demais espécies da Terra”, noticiou o jornal “El Mundo”, de Madri.

Dito equilíbrio planetário só seria possível com uma redução voluntária e massiva da população humana.

Parece uma singularidade de alguns exaltados, mas temos recolhido neste blog abundantes testemunhos de arautos do antinatalismo verde que ocupam altas posições no establishment político-midiático, possuem fortunas enormes e são recebidos com sorrisos nos ambientes vaticanos impregnados pela encíclica Laudato Si’.

A nova religião – não é tão nova assim – tem quatro pilares. O Islã tem cinco, mas nenhum é tão extremista quanto os desta:

Ei-los: 1) suicídio; 2) aborto; 3) canibalismo e, por fim, 4) a sodomia, entendida como qualquer ato sexual não reprodutivo.

Essas normas estão resumidas num só mandamento, exibido no alto de sua página web: “Não procriarás”. Não incluímos o link em virtude do conteúdo altamente pornográfico de algumas de suas páginas.

A homepage do site da “Church of Euthanasia” inclui um demagógico contador do crescimento da humanidade: seus dígitos progridem a quase quatro novas unidades por segundo.

Adeptos fazem passeata. Nenhum deles pensa em suicidar, mas se acham bem sucedidos convencendo que os homens estão 'matando o planeta'
Adeptos fazem passeata. Nenhum deles quer se suicidar,
mas se acham bem sucedidos convencendo que os homens estão 'matando o planeta'
A demagogia é fácil e, comenta “El Mundo”, poderiam ser acrescentados contadores das espécies que desaparecem, das árvores que caem, do desmatamento no Brasil, do aquecimento global, do aumento do nível dos mares, etc., etc.

O culpado por todos esses males apavorantes é um só: o ser humano e seu desejo de ter filhos!

“Estamos presenciando a extinção massiva das espécies. A cada hora desaparece uma. Se formos falar das florestas tropicais úmidas, o ritmo de desaparecimento se multiplica por quatro”, sentencia a “pastora verde” Korda.

Nessa base, a Igreja da Eutanásia prega uma cruzada de cruz invertida em nível global contra todas as formas de crescimento além do humano: o econômico e o tecnológico, por exemplo.

Não só os humanos precisam ser dizimados em proporções que nem Hitler, Stalin ou Mao sonharam, mas os que ficarem devem adotar um nível de vida análogo ao pré-histórico.

A verborragia anti-humana tem muito eco no jet-set planetário, especialmente quando se volta contra a fonte desses “males”: o Deus da Bíblia e os ensinamentos cristãos.

Esses põem o homem no centro da Criação e o definem como feito à imagem e semelhança de Deus, medida, por isso mesmo, de todas as coisas e que governa todo o criado.

A “pastora verde”, ou vermelha, pelo sangue derramado, reconhece que de imediato sua guerra está perdida. Com tais absurdos não poderia ser diferente.

Mas ela tem um segundo objetivo por baixo de suas espalhafatosas e inverossímeis pregações. Korda explica:

“Não podemos impedir que os humanos matem a Terra, mas podemos fazer que se sintam culpados por isso. E podemos convidá-los a se inculparem não tendo filhos, consumindo o mínimo possível e, finalmente, se suicidando”.

Desanimar ter filhos é o objetivo imediato. Cientistas "verdes" e clérigos progressistas vêm atrás mas com ares moderados. A meta é idêntica, mas a Igreja da Eutanásia está mais na frente.
Desanimar ter filhos é o objetivo imediato. Cientistas "verdes"
e clérigos progressistas vêm atrás mas com ares moderados.
A meta é idêntica, mas a Igreja da Eutanásia está mais na frente.
Leis que aprovam a eutanásia até quando solicitada por crianças já vigoram em países como a Holanda, onde é uma causa de morte em contínua ascensão.

Os membros dessa congregação se sentem bem interpretados quando são qualificados de a primeira religião “anti-humana”, como já o fizeram pertinentemente vários polemistas cristãos ou simplesmente humanistas.

A reverenda Korda esclarece que sua congregação não exige de seus membros o suicídio, mas sim que acalentem pensamentos suicidas.

E se o membro vier a praticar esse crime e pecado “que brada ao Céu e clama a Deus por vingança”, converte-se automaticamente em santo.

Após os atentados de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gémeas, essa igreja espalhou um vídeo combinando imagens pornográficas com outras em que mostrava impactos assassinos de massa com fundo de música eletrônica composta pela pastora.

Até 2003, o site distribuía um manual de instruções especificando passo a passo como se suicidar asfixiando-se com o gás hélio. Ele foi tirado do ar após um homem de 52 anos fazer uso da fórmula e o grupo verde religioso sofrer uma tempestade legal.

A pergunta mais óbvia faz rir a reverenda: por que ela não se suicidou?

Ela acredita que tem uma missão evangelizadora que é mais importante: difundir a palavra de sua religião e conscientizar os homens.

Alguns os qualificam de seita suicida, outros de meros provocadores que querem chamar a atenção.

Mas, o certo, diz “El Mundo”, é que eles funcionam como um “ministério da propaganda” de um movimento que vai muito além de suas estreitas paredes e está bem instalado nas cúpulas da “cultura da morte”.

A “solução final” está passando gradual e dissimuladamente em leis nacionais, recomendações da ONU ou do Parlamento Europeu, bem como em declarações internacionais tipo Acordo de Paris sobre o clima.

A máxima autoridade da Igreja da Eutanásia resume sua tarefa:

“Minha meta é passar ideias profundamente subversivas e antissociais. Isso só se faz usando os recursos da sociedade de massas.

“Em certa maneira, minha tarefa é convencer-te de que a causa é boa. E convencer-te até o ponto de fazer meu jogo e passar estas ideias para uma porcentagem crescente de público.

“Se eu conseguir te persuadir, terei êxito. Mas, pelo contrário, se achares que isto é uma charada ou uma brincadeira, eu terei fracassado na minha causa”.

Quantos que seguem as ideias da moda, com formulações vagas ou sentimentais, estão caindo no jogo, quiçá sem sabê-lo, dos apóstolos do suicídio de massa?