segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Árvores podem fazer as cidades pouparem 500 milhões de dólares por ano

quinta-feira, 24 de agosto de 2017


Absorvendo a poluição e resfriando os lugares, os espaços verdes são essenciais para a economia.





Quando se fala dos benefícios das árvores nas cidades sempre tem aqueles que pensam “lá vem o ecochato”. O que tais pessoas não imaginam é que os benefícios ambientais se estendem também para o bolso, o que garante mais economia em muitos setores cruciais para o funcionamento de uma cidade. Um estudo recente publicado no jornal online Ecológico Modelagem mostrou os resultados aproximados deste ganho em dólares.




Após estudar 10 megacidades em cinco continentes e levando em consideração a poluição do ar, as águas pluviais, energia e emissões de carbono, os pesquisadores descobriram que as árvores têm um benefício econômico de cerca de 505 milhões de dólares a cada ano. Estudiosos do SUNY College of Environmental Science and Forestry e Parthenope University of Naples descobriram que as árvores valem 1,2 milhão de dólares por quilômetro quadrado ou 35 dólares per capita.






Usando um aparelho de cobertura de árvores chamado i-Tree, os pesquisadores conseguiram estimaram os diversos benefícios. “As árvores têm benefícios diretos e indiretos para resfriar edifícios e reduzir o sofrimento humano durante as ondas de calor”, afirma o principal autor do estudo, Dr. Theodore Endreny, da Faculdade de Ciências Ambientais e Florestas (ESF) de Nova York. “O benefício direto é a sombra que mantém a área urbana mais fria, o benefício indireto é a transpiração de águas pluviais que transforma o ar quente em um ar mais frio”.




A cobertura de árvores em áreas metropolitanas varia de 8.1% para 36%, mas o potencial de tais cidades é muito maior, começando com 15,6%. Para Endreny, as megacidades podem aumentar esses benefícios em média em 85% apenas plantando mais árvores.




Confira alguns números levantados na pesquisa:




– Reduções da poluição do ar gera economia de 482 milhões de dólares por ano
– Redução da quantidade de águas pluviais processadas pelas usinas de águas residuais economiza 11 milhões de dólares
– Redução das emissões de carbono economiza 8 milhões de dólares por ano
– Redução no aquecimento e resfriamento de energia economiza 500 mil dólares por ano.




“Uma consciência mais profunda do valor econômico dos serviços gratuitos fornecidos pela natureza pode aumentar a nossa vontade de investir esforços e recursos na conservação, de modo que a riqueza social, a estabilidade econômica e o bem-estar também aumentariam. Com esta pesquisa conjunta, criamos na nossa universidade um Laboratório de Bem-estar Urbano, administrado conjuntamente por pesquisadores e stakeholders locais”, afirma um dos co-autores, o professor Sergio Ulgiati da Parthenope University of Naples, na Itália.




As cidades estudadas foram: Pequim, China; Buenos Aires, Argentina; Cairo, Egito; Istambul, Turquia; Londres, Grã-Bretanha; Los Angeles, Estados Unidos; Cidade do México, México; Moscou, Rússia; Mumbai, Índia; e Tóquio, Japão.




Falar que é preciso mais espaços verdes para tornar as cidades mais habitáveis ou humanas pode não ser o melhor argumento para os gestores públicos, apesar de serem muito válidos. Neste caso, quando a única conversa que se entende é do dinheiro, vale usar esta pesquisa.




Fonte: CicloVivo

Desperdício, falhas de planejamento e ausência de integração ameaçam os recursos hídricos do país




Dênio Simões/Agência Brasília
Meio Ambiente - água - estação tratamento esgotos Goiás DF
Em audiência pública da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA), pesquisadores e representantes de organizações não-governamentais apontaram falhas na elaboração, execução e acompanhamento das metas do Plano Nacional de Recursos Hídricos, um dos instrumentos que orienta a gestão e uso das águas no Brasil.

A avaliação levou em conta a atual crise no abastecimento e a perspectiva de aumentar a necessidade de água para consumo humano, agricultura e geração de energia nos próximos anos.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos faz parte da Política Nacional de Recursos Hídricos, criada há 20 anos pela chamada Lei das Águas (Lei 9.433/1997). Existem ainda planos regionais, por bacias, a cargo da Agência Nacional de Águas (ANA), e planos estaduais.

Entre outras medidas, a lei estabelece que a gestão dos recursos hídricos no país tem que ser realizada por meio de planos nacionais periódicos, de forma descentralizada e participativa. Ou seja, tem que envolver o governo federal, estados, municípios, usuários e representantes da sociedade.

Só que isso não tem acontecido, de acordo com o pesquisador Lineu Neiva Rodrigues, do Núcleo de Articulação Internacional da Embrapa Cerrados. “Os diversos planos de recursos hídricos, em níveis nacional, estadual, local e de bacia, são mal coordenados e não chegam a ser colocados em prática.

Existe um isolamento setorial dos ministérios e de órgãos públicos, o que dificulta ainda mais a coerência política dos setores de recursos hídricos, agricultura e energia. As políticas têm que conversar mais, (é preciso) ter uma maior integração”, disse.

Representantes da sociedade nas discussões sobre definição de prioridades e implementação das metas de uso e proteção das águas reclamam ainda que não são ouvidos.

João Clímaco de Mendonça Filho, representante das organizações não-governamentais no Conselho Nacional de Recursos Hídricos, o órgão encarregado de aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos, aponta que as sugestões da sociedade não são levadas em conta, principalmente nos estados.

Mudanças climáticas
Segundo ele, os planos deixam de ter eficiência, ainda, por não levarem em conta fenômenos como as mudanças climáticas, responsáveis pela crise de abastecimento de água na região Sudeste e pela seca no Nordeste. “Nós não estamos conseguindo fazer com que os planos sejam instrumentos eficientes de uma política pública. A questão das mudanças climáticas é um componente novo que não está sendo bem absorvido e respeitado nos planos”, disse.

João Clímaco dá como exemplo o que acontece na bacia do rio Tocantins, especialmente no Maranhão, onde o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, fundamental para a implantação do plano de uso da água, não funciona. Segundo ele, o plano de uso de águas do rio Tocantins apresenta falhas e dados incorretos e não representa a realidade da bacia.

Representante do Maranhão na Câmara, o deputado Deoclides Macedo (PDT), descreve como grave a vazão do rio Tocantins no trecho localizado entre as hidrelétricas de Serra da Mesa, em Goiás, e de Estreito, no Maranhão.

A situação, segundo ele, é crítica na segunda maior cidade maranhense, Imperatriz, que corre o risco de ficar sem água. “A cidade de Imperatriz deve sofrer a maior crise de abastecimento de água da sua história. Eu nunca vi uma situação como aquela, de notícias de pessoas estarem atravessando o rio Tocantins a pé e a nado”, disse.

A deputada Raquel Muniz (PSD-MG) apontou riscos de desabastecimento também no norte de Minas Gerais. “Falam muito da seca do Nordeste, mas o norte de Minas também sofre com isso e precisa de uma atenção especial”, disse.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos é renovado de quatro em quatro anos. O que está em vigor foi atualizado no ano passado e tem 16 prioridades. Entre elas estão a integração da política de recursos hídricos com as demais políticas, como a ambiental, saneamento, irrigação, energia e turismo. Também estabelece critérios para o reuso e o uso sustentável da água.

Desperdício
Além da crise de abastecimento e da redução dos cursos de água, a qualidade da água das bacias e o desperdício da água tratada nas redes estaduais de abastecimento também foram abordados na audiência pública.


Wilson de Azevedo Filho, representante dos praticantes de pesca esportiva e usuários de águas para lazer e turismo na Câmara Técnica do Plano Nacional de Recursos Hídricos – o órgão técnico que ajuda a elaborar a política nacional, com representantes de vários órgãos e segmentos envolvidos –, considera a qualidade da água fundamental. “É muito importante para nosso setor e, para isso, é fundamental uma maior interlocução com os municípios”, disse.

Ubiratan Pereira da Silva, secretário-executivo da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento Básico (AESBE), considera o reuso uma das medidas mais importantes a serem disseminadas. “Reutilizar a água é importante para as pessoas, para as empresas e para o governo.


Numa empresa, a água usada para processos industriais pode ser tratada na própria empresa e ser reutilizada. Numa residência, a água de banho pode ser usada para dar descarga. E a água da rede de esgoto pode ser tratada e usada para irrigar jardins”, disse.

Silva admitiu que as empresas de saneamento, responsáveis pelo tratamento e distribuição da água, apresentam uma média de desperdício de 36% de todo o volume, o que compreende vazamentos e captações irregulares. “Mas existem lugares, principalmente na região Norte, em que o desperdício chega a 70%”, disse.

A representante do Ministério do Meio Ambiente na audiência, Adriana Lustosa, da Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, admitiu que houve falhas na implementação dos planos entre 2006 e 2015. As falhas foram identificadas por uma consultoria independente contratada especialmente para fazer essa avaliação.


Um dos resultados da análise foi a identificação de baixos índices de cumprimento das ações e programas previstos no plano. “A análise realizada apontou como um dos grandes motivos a ausência de um planejamento e estratégia para o cumprimento das ações e dificuldades para o estabelecimento e respectivo acompanhamento de responsabilidades”, disse.

São Francisco
O presidente da Comissão de Integração Nacional, deputado Valadares Filho (PSB-SE), anunciou que vai promover um debate sobre a crise hídrica na cidade sergipana de Propriá. A cidade fica à margem do rio São Francisco, ameaçado pela falta de água e assoreamento. “Se falou muito da transposição e se esqueceu da revitalização do rio”, disse.

João Clímaco de Mendonça Filho, representante das organizações não-governamentais, aponta como um dos fatores para a crise no rio a falta de integração entre os diversos segmentos que usam a água, como a agricultura e a geração de energia. “O setor elétrico manda no rio e os demais segmentos ficam prejudicados”, disse.
Reportagem – Antonio Vital
Edição – Roberto Seabra
Da Agência Câmara de Notícias, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/08/2017

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Pecuária, a máquina que move o desmatamento da Amazônia



IHU

Pecuária avança por áreas protegidas e está por trás de 65% do desflorestamento. No Amazonas, moradores de unidades de uso sustentável tentam conter destruição da mata.

A reportagem é de Nádia Pontes e publicada por Deutsche Welle, 24-08-2017.

Na lógica que move a destruição da Floresta Amazônica, ainda é raro encontrar histórias de transformação como a de Roberto Brito de Mendonça, de 43 anos. Foram necessários 100 anos para que se rompesse – por suas mãos – uma vocação que parecia natural na família: o desmatamento ilegal.


Aos 12 anos, iniciado pelo pai e o avô, derrubou sua primeira árvore, às margens do rio Negro, no Amazonas. Trinta anos depois, abandonou a motosserra – e a ilegalidade. “Eu era revoltado com o governo que nos pedia para preservar. Na minha ignorância, eu falava: ‘Não estou nem aí, quero aproveitar a floresta da forma que eu conheço'”, conta Roberto, que dependia da madeira para sustentar a família.


A comunidade onde ele vive está dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Negro, no Amazonas, criada em 2008 para preservar a mata e o modo de vida das populações tradicionais. Com 103 mil hectares e 693 famílias espalhadas por 19 vilarejos, a unidade de conservação, no entanto, não está livre do risco.


“Hoje já temos a pressão de grandes fazendeiros migrando dos estados do Pará e Rondônia para o Amazonas, com grandes empresários fazendo investimentos”, afirma Renê Luis de Oliveira, coordenador-geral de fiscalização ambiental do Ibama.


Em toda a Amazônia Legal, a sistemática do desmatamento segue um roteiro conhecido pelos fiscais: o invasor derruba a floresta em terra pública, vende madeira para se capitalizar, planta capim e coloca o gado. Mais tarde, as terras de interesse da agricultura dão lugar ao cultivo de soja, arroz e milho.

O método “boivigia”

Em sobrevoos de fiscalização, é possível avistar áreas desmatadas sem qualquer construção –apenas os bois vigiam o terreno. “Os grileiros invadem esperando, um dia, a regularização fundiária de uma terra que é pública”, afirma Oliveira.


O rebanho bovino na Amazônia Legal saltou de 37 milhões de cabeças em 1995, o que era equivalente a 23% do total nacional, para 85 milhões em 2016 – cerca de 40%. “A pecuária para a criação de gado é a atividade que mais contribui para o desmatamento na Amazônia, ocupando 65% da área desmatada”, afirma o estudo recente do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).


Marlene Alves da Costa, uma das lideranças comunitárias na RDS Rio Negro, já precisou barrar invasores que queriam trazer gado para as terras. “Gado aqui é proibido. O que ainda acontece é o roubo de madeira. Cortam de dia, escondido, e levam embora à noite. Mas nós denunciamos”, conta.
Os moradores tradicionais de Reserva Extrativista Jaci-Paraná, em Rondônia, não conseguiram o mesmo. Segundo o Ibama, trata-se de uma unidade de conservação mais desmatada do estado. “Fazendeiros tomaram conta. São mais de 50 mil cabeças de gado na reserva”, relata Oliveira.


As áreas ocupadas por populações tradicionais, extrativistas, não barram os invasores. “É comum a gente verificar aliciamento desses povos dentro das reservas extrativistas e de uso sustentável. Eles acabam vendendo sua terra e, muitas vezes, são até afugentados pelos grandes proprietários”, relata Oliveira. “É muito complexo”.

Alvo fácil para grileiros

As florestas públicas sem destinação são o alvo mais fácil para os grileiros e seus bois. “São 60 milhões de hectares de florestas não destinadas na Amazônia. São terras públicas que estão à mercê da grilagem”, afirma Cristiane Mazzetti, especialista em Desmatamento Zero do Greenpeace. O tamanho da área em questão equivale a quase o dobro do território da Alemanha.


“Os povos da floresta são fundamentais para a conservação. Qualquer planejamento tem que levar em consideração as populações tradicionais, os indígenas, garantir o direito à terra e atividades econômicas que mantenham a floresta em pé”, diz Mazzetti a favor do aumento das unidades de conservação.


A pecuária não entraria nesta lista. O controle dessa atividade, inclusive, virou prioridade para coibir a destruição do ecossistema. Em mais de um ano de investigação, o Ibama multou 14 frigoríficos que compraram produtos vindos de áreas desmatadas ilegalmente ou embargadas.


Mazzetti destaca ainda o peso da política: “É fundamental que o governo não aprove medidas que sigam na direção contrária. E o que a gente vê é o contrário: propostas discutidas no Congresso que dão a expectativa de redução de unidades de conservação, ou desafetação, o que acaba contribuindo com a invasão dessas áreas.”
Após a aprovação da chamada MP da Grilagem (MP 759/16), tramita no Congresso o projeto que reduz a proteção na Floresta Nacional do Jamanxim, Pará. Na última quarta-feira, o governo federal publicou um decreto que extingue a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), na Amazônia. A reserva, criada em 1984, possui cerca de 47 mil quilômetros quadrados.

Desmatamento e vocação

Embora o balanço divulgado pelo Imazon tenha apontado queda de 21% do desmatamento entre agosto de 2016 e julho de 2017, a situação não é de alívio. “A gente ainda está em 2017 muito aquém de onde deveríamos estar para dizer: ‘Estamos no rumo da eliminação do desmatamento e de cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris‘”, comenta Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.


Para ele, Brasília erra ao mandar o seguinte recado: “Com a anistia do Código Florestal, da grilagem, de invasão de áreas protegidas, retirada de direitos de povos indígenas, flexibilização de leis ambientais, eles mostram que o crime florestal compensa.”

Rittl dirige a crítica ao governo Temer e às concessões à bancada ruralista. “O chefe da bancada, inclusive, se esquece que a agricultura, que ele em tese defende, depende de água, que depende de floresta. Então preservar floresta nada mais é que assegurar um serviço ambiental para a produção agrícola nacional”, comenta, sobre a entrevista concedida pelo deputado e chefe da bancada ruralista Nilson Leitão à DW Brasil. “Ele demonstrou ter uma visão muito míope sobre o papel das florestas.”



Das margens do rio Negro, Roberto acompanha preocupado esses embates. O ex-desmatador, agora empreendedor, espera que nada atrapalhe sua nova vocação. Para ele, é a falta de conhecimento que atiça o instinto de destruição. “Passamos 100 anos para descobrir que a floresta tem valor”, menciona, lembrando a história de sua família. “O meu sonho é que as pessoas locais tenham a mesma oportunidade. Porque é através das pessoas locais que a preservação vai começar.”

(EcoDebate, 28/08/2017) publicado pela IHU On-line, parceira editorial da revista eletrônica EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Governo publica decreto que coloca em risco nove áreas protegidas na Amazônia


Decreto atinge o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque. Foto: Charly Sanches/Wikiparques.
23 Agosto 2017   |


 
O governo federal publicou nesta quarta-feira (23) o decreto que extingue a Reserva Nacional de Cobre e Associadas (Renca), uma área de 47 mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá – o equivalente ao tamanho do estado do Espírito Santo.

A região, que é rica em ouro e outros minérios, engloba também nove áreas protegidas, entre florestas estaduais, reservas ecológicas e terras indígenas.

O WWF-Brasil já havia feito o alerta. Em maio deste ano, a organização avisou que o governo pretendia liberar essa área para iniciativa privada – que estava proibida para a mineração desde 1984. É mais uma das medidas previstas pelo governo Temer para estimular o desenvolvimento econômico e engordar o PIB brasileiro (saiba mais).

Mas não é só isso. Segundo relatório divulgado no mês passado pelo WWF-Brasil, produzido em parceria com a empresa Jazida.com, especializada em geoprocessamento, a extinção da Renca deverá gerar uma série de conflitos entre a atividade minerária, a conservação da biodiversidade e os povos indígenas.


Comentarios




pergunto: com qual autoridade esses ¨políticos¨ dispõe do nosso patrimônio e das vidas de outros seres? políticos esses que já mostraram e comprovaram que não amam o nosso pais(amam somente a eles mesmos) e não tem competência para decidir, administrar e cuidar de um patrimônio único e imenso que nós brasileiros temos mas que pertence à humanidade e às futuras gerações. Essas pessoas não são dignas de serem brasileiras. Penso que se deveria fazer uma campanha nacional e internacional de informação e muita pressão para reverter essa situação e barrar o projeto de lei da bancada ruralista que libera a caça também para espécies silvestres que hoje são protegidas(projeto de lei 6.268/2016 de autoria do deputado Valdir Colatto (PMDB/SC).. O wwf e outras associações ambientalistas deveriam se unir para combater juntos essas injustiças.




Seu corrupto Michel Temer o senhor vai ter que mudar sua visão de destruição, de qualquer jeito, que nós brasileiros vamos transformar sua vida de politico um fardo , para o resto da sua vida, vamos proteger a nossa natureza, nossa Amazônia, único patrimônio, que se pode orgulhar de ser brasileiro, WWF BRASIL, conte comigo para proibir essa desgraça ambiental, só não coloco outras palavras grosseiras, porque não posso.

Contêineres caem no mar e lixo se espalha pela costa de São Paulo


Por Daniele Bragança
Contênier resgatado. Foto: autor desconhecido.
Contênier resgatado. Foto: autor desconhecido.


Milhares de bolinhas de árvore de natal, mochilas, eletrônicos e escovas de dente poluem o litoral norte de São Paulo após 46 contêineres caírem no mar há 12 dias. Os resíduos já aparecem em praias e no mar em Peruíbe, Paranapuã, Santos, Bertioga, São Sebastião e Ilha Bela e, embora a empresa afirme que nenhum material poluente tenha sumido no mar, o lixo pode trazer consequências para a fauna marinha.


Isopor, bolinhas natalinas e plástico são confundidos com alimentos por peixes, tartarugas, golfinhos, aves e até baleias. A Log-in, empresa dona do navio que perdeu parte da carga, afirma que já contratou uma empresa especializada para realizar a limpeza das praias e encontrar a carga perdida. Dos 46 contêineres, apenas 18 foram achados. Até o momento, 4 foram retirados do mar.


“Como foram 46 contêineres que caíram é óbvio que houve um impacto, um impacto ambiental, mas não com produtos químicos, nada disso. [...] Eram brinquedos, produtos de natal, calças, eletrodomésticos, ar-condicionado, impressoras, produtos diversos [...]. Mas há o impacto da própria ocorrência e todo esse material que caiu no mar e esses contêineres”, explica Ana Angélica Alabarce, analista ambiental do Ibama, que está monitorando o acidente.


O navio segue atracado no Terminal da Libra, em Santos, e a operação de retirada dos contêineres que não caíram no mar vem sendo realizada com cuidado.


“A operação em curso para localização dos contêineres, desde seu início, já envolveu quatro embarcações, um helicóptero e mapeamento do fundo do mar. A equipe, que trabalha em diversas frentes, soma mais de 50 pessoas dedicadas à operação”, afirma, em nota, a assessoria de imprensa da Log-in.

Lixo que vai e volta
Limpeza na praia de Itaquitanduva. Foto: Log-in/Reprodução.
Limpeza na praia de Itaquitanduva. Foto: Log-in/Reprodução.

A ressaca do último final de semana espalhou o resíduo pelas praias e sujou outras que já haviam sido limpas pela empresa Hidroclean, contratada para realizar o serviço de recolhimento do material.
O Ibama está monitorando o acidente. A empresa foi notificada e já apresentou o plano de ação para localização e retirada dos contêineres da região. A empresa envia um relatório detalhado da operação diariamente para o órgão ambiental.

"Estamos insistindo na parte de resíduo e eles [a empresa] estão atendendo tudo o que a gente fala. Ontem, na hora do almoço, fiquei sabendo que em São Sebastião eles tinham investigado algumas cargas, que seriam enfeites de natal, de roupas, tábuas, algumas coisas assim. Então, de imediato, liguei e eles já tinham estado lá, já iam recuperar tudo para limpar as praias. Só que são muitas praias, são muitas equipes, mas estão fazendo, até porque se não atenderem, a gente [o Ibama] vai sair com os autos de infração”, disse Ana Angélica.

Por enquanto, não se têm notícias se a carga espalhada atingiu santuários da vida marinha, como a Estação Ecológica de Tupinambás, o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos e o Refúgio de Alcatrazes, mas a extensão do acidente é grande. Nas redes sociais, fotos reunidas por pescadores, ambientalistas e membros do setor de turismo mostram resíduos que vão de Peruíbe a São Sebastião. Separamos algumas.

Rastro de lixo na praia. Foto: Divulgação.
Rastro de lixo na praia. Foto: Divulgação.
Bolinhas de natal, escovas de dente e tampas de privada fazem parte do resíduo que caiu no mar. Foto: Divulgação.
Bolinhas de natal, escovas de dente e tampas de privada fazem parte do resíduo que caiu no mar. Foto: Divulgação.
Mais artefatos natalinos. Foto: Divulgação.
Mais artefatos natalinos. Foto: Divulgação.
À deriva. Foto: Divulgação.
À deriva. Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.