A explosão de roubos na capital e região metropolitana levou o Estado de São Paulo a bater, em maio, o recorde desse tipo de crime.
Nunca se roubou tanto em um único mês desde 2001, ano em que o crime começou a ser contabilizado com a atual metodologia.
Foram mais de 28 mil assaltos registrados em maio no Estado, 9.000 a mais do que a média mensal de todos os anos anteriores -a estatística exclui roubos de veículos e a bancos, contabilizados à parte pelo governo. O número de casos por dia passou de 637, entre 2001 e 2013, para 914.
Especialistas dizem que o crescimento está ligado a falhas no policiamento.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O número de roubos cresceu em 11 das 12 macrorregiões do Estado entre janeiro e maio em comparação com o mesmo período de 2013.
A alta na capital paulista foi a maior, de 42%. Dos 93 distritos policiais da cidade, 89 tiveram piora.
EPIDEMIA
A "epidemia" de roubos vivida por São Paulo vem se agravando desde o início do ano, quando o Estado passou a bater recordes seguidos.
Antes de 2014, o pico histórico do crime havia sido no mês de março de 2009, com 23.477 casos. Em nenhum mês de 2014 o número ficou abaixo dos 25 mil.
No início de 2009, o governo paulista explicou o crescimento dos crimes até então como resultado do aumento de armas em circulação e do desempenho fraco da economia no país, reflexo da crise internacional de 2008.
Atualmente, a Secretaria da Segurança Pública afirma que parte da explosão de roubos pode ser explicada pela implantação da delegacia eletrônica. Desde dezembro de 2013, é possível registrar roubos pela internet.
Com isso, caiu o número de vítimas que desistem de prestar queixa.
A alta de roubos no Estado foi de 33% na comparação entre janeiro e maio de 2013 e de 2014. Segundo projeção do governo, sem a delegacia eletrônica, teria sido de 12%.
Mesmo assim, o número de casos ficaria em 23.717 e continuaria sendo um recorde.
Em maio deste ano, completaram-se 12 meses de altas consecutivas nos roubos. Não é a primeira vez que isso acontece no Estado. De outubro de 2008 a novembro de 2009, houve aumentos seguidos por 13 meses, mas os percentuais eram menos vultosos.
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