6/7/2014 às 00h15
Shoppings, fábricas e até venda de TV estão abaixo do esperado para o período do Mundial
Por causa do estoque acumulado nas lojas, o consumidor poderá encontrar descontos maiores após a Copa do Mundo
Daia Oliver/R7
É o caso da indústria, do comércio, até mesmo da venda de televisões — que costuma ser alta em época de Copa do Mundo.
Segundo o diretor de relações institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Luís Augusto Ildefonso da Silva, a sondagem com os empresários nos primeiros sete dias de Mundial aponta para uma redução nas vendas.
— Não é nada alarmante, mas os lojistas sentiram uma queda. Pode ser que se torne uma demanda reprimida e que, depois, volte a vender com volume maior. É o que se espera.
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Silva afirma que, por causa do estoque acumulado nas lojas, o consumidor poderá encontrar descontos maiores. As lojas começaram a liquidação de inverno praticamente com a abertura da estação, em 21 de junho.
O superintendente do Mais Shopping, Marco Antônio Ferreira, afirma que nos primeiro jogos a queda no movimento chegou a 50%, porque as empresas liberaram os funcionários mais cedo.
— Mesmo após os jogos, os consumidores não retornam. Tentamos atrair os clientes com telão no horário dos jogos, mas não adiantou. Agora vamos focar no Dia dos Pais e nas próximas datas até o fim do ano para tentar recuperar.
Mesmo fora das cidades-sedes, alguns shoppings sentiram a redução na venda em dia de jogos da seleção brasileira, porque muitos decidiram fechar durante as partidas. A superintendente do Shopping Hortolândia, Andrea Bacalão, diz que fecha uma hora antes dos jogos do Brasil e reabre 30 minutos depois do fim da partida.
— O movimento pós-jogo é igual. Tem até uma fila esperando abrir o shopping, mas como tivemos algumas horas fechados, devemos ter uma queda nas vendas.
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Venda de TV
Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de abril — os mais recentes —, as vendas de aparelhos de televisão sob o apelo da Copa do Mundo não se refletiram visivelmente nos resultados do varejo, já que o volume vendido pelo comércio varejista teve queda de 0,4% em abril em relação a março. Na atividade de móveis e eletrodomésticos, o recuo foi de 0,1%.
O gerente sênior de TVs da Samsung para o Brasil, William Peter Lima, já espera uma ressaca em julho e agosto nas vendas da indústria para o comércio depois da Copa. Com isso, ele acredita que o segundo semestre será equivalente ao de 2013 ou até menor.
Na indústria, o problema foram os feriados, cada dia útil parado representa em média R$ 7,27 bilhões a menos no valor bruto da produção, calcula a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Só no parque fabril paulista, o maior do País, a perda pode chegar a R$ 2,854 bilhões por dia útil a menos.
Lado positivo
O impacto positivo da Copa ficará concentrado em segmentos ligados a lazer e alimentação. Nos supermercados, as vendas de carnes e bebidas frias devem puxar os resultados. O economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) Fábio Bentes afirma, que apesar dessa alta, "para o comércio como um todo, o impacto não será positivo”.
— Geralmente não é, e o fato de ser aqui agrava isso. As vendas são menores, já que a circulação cai dramaticamente em dias de jogo.
Na lista dos itens mais citados quanto à intenção de compras, na pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), o primeiro lugar é ocupado pelos refrigerantes (84%). Na segunda posição ficaram os salgadinhos e tira-gostos (50%) e, em seguida, churrasco (40%) e cervejas (39%).
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