Ninguém precisa ser economista
para juntar lé com cré e ver que estamos à beira de um precipício, depois de 12
anos de PT no governo. O esforço para estabilizar
a economia feito com a implantação do Plano Real está sendo destruído pelo
populismo irresponsável e pela gestão do país conduzida apenas com o olho na
próxima eleição. O PT não tem projeto de país. Tem projeto de poder alicerçado num competente programa de marketing.
A grande bandeira petista é
aplicar R$ 25 bilhões anuais na Bolsa Família, para atender mais de 30 milhões
de brasileiros com uma renda mínima de R$ 70. No conceito petista, o cartão magnético
do programa imita a caderneta com a qual os cubanos têm direito a uma ração
mínima de alimentos, continuando dependentes do estado socialista. Para os
participantes, via de regra, não há porta de saída, não existe programa de
inserção no mercado de trabalho, não existe futuro, a não ser permanecer no
limiar da miséria. Os que conseguem sair o fazem por méritos próprios.
Assim, com investimento de 0,5%
do PIB, o governo petista mantém no cabresto um eleitorado cativo da
ordem de
mais de 20 milhões de eleitores, o que explica a vantagem de 13 milhões
de
votos de Dilma Rousseff no Norte e Nordeste, regiões mais pobres do
país, nas eleições de 2010. E que permanece até o momento inalterada em
todas as pesquisas eleitorais de 2014.
Outro programa populista caminha
para engolir mais 0,5% do PIB: o Minha Casa, Minha Vida, usado e abusado
como
arma de propaganda. Na última semana, ministros cruzaram o Brasil em
jatinhos
da FAB para entregar conjuntos habitacionais, enquanto, de Brasília,
Dilma
fazia intervenções pelo telão, a um custo
de R$ 2 milhões. Um flagrante crime eleitoral para o qual o TSE faz
vistas grossas, comandado por um ministro sem currículo, ex-secretário
do mensaleiro José Dirceu.
Para João Santana, o marqueteiro
de plantão, o Brasil é uma empresa que fatura R$ 4, 8 trilhões por ano e os
programas populistas que consomem 1% deste faturamento são parte da sua verba de
marketing. Para ele, promover o social, onde estão os votos, é muito mais
lucrativo do que cuidar da economia. Quando o marqueteiro tentou entrar na
seara econômica, quase quebrou o setor elétrico. Sugeriu que Dilma,
diante das ameaças de apagão, baixasse a conta de luz em 20% para mostrar força e preocupação com os pobres. Deu no que deu.
Em um ano, o setor perdeu R$ 32 bilhões. E as contas de luz voltaram a subir.
Com o preço da gasolina
praticamente congelado e a Petrobras com dívidas astronômicas – é a empresa
pública mais endividada do mundo! – o que Dilma acaba de fazer? Estendeu o
subsídio aos carros populares até dezembro próximo, em nítida
medida eleitoreira. Mesmo assim, a crise do setor é cada vez mais aguda e
apenas em junho houve uma queda de 17% nos emplacamentos de novos veículos.
A herança maldita destes 12 anos
do PT está se tornando impagável. Nem vamos falar da inflação que teima em
voltar ou dos juros estratosféricos. Vamos nos ater apenas a algumas matérias
de economia publicadas pelos jornais deste domingo.
A “contabilidade criativa” da
Dilma e do Mantega, que na verdade se trata de maquiagem e manipulação de
indicadores econômicos, foi a única responsável pelo Brasil conseguir cumprir
um dos pilares da estabilidade econômica: o superávit primário, aquela poupança
que é feita para pagar a dívida pública. Oficialmente, o governo anunciou um
superávit de R$ 91,3 bilhões, algo como 1,9% do PIB.
Se, no entanto, forem retirados os restos a
pagar, que é o rolar despesas de um ano para pagar no outro e se foram
retiradas as receitas eventuais, como a exportação de papel de sete plataformas
da Petrobras, o leilão do Campo de Libra e o Refis, que são descontos para
empresas devedoras do Fisco, o superávit chega próximo de zero! Um exemplo
ilustrativo e hipotético é a compra de livros didáticos. O governo comprou
livros escolares em 2013. Os livros chegaram às escolas e foram usados pelos
alunos. O pagamento, porém, foi adiado para 2014.
De lá para cá se estabeleceu um
descompasso entre elas. As despesas aumentam cerca de 6% ao ano, enquanto as
receitas não passam de 3%.Em alguns meses chegam a ser negativas. “Não podemos
continuar fugindo do cerne dessa discussão”, diz Velloso. “O problema é o
modelo: o crescimento está baixo, as receitas caem, mas o governo insiste em
não cortar gastos.”
Sem competitividade, com baixa produtividade, decorrentes do imenso custo Brasil, a economia patina. Estamos à
beira de uma crise econômica gravíssima e basta olhar a balança comercial do
país, que vem se deteriorando mês a mês.
Segundo O Globo de hoje, o
superávit de US$ 2,365 bilhões da balança comercial em junho mascara a
crise no
comércio exterior. A melhora só foi possível porque as importações estão
caindo
mais do que as exportações, reflexo da economia fraca. Estamos comprando
menos máquinas e menos matéria-prima para manufaturar e agregar valor. O
déficit acumulado no
primeiro semestre chega a US$ 2,5 bilhões, e o cenário para o segundo
semestre
é cada vez mais sombrio. Especialistas do setor privado estimam um
resultado
próximo de zero, que chegará, na melhor das hipóteses, a um pífio
superávit de
US$ 2 bilhões.
A fragilidade no comércio
exterior começou a ser sentida com mais força em 2013, quando a balança
apresentou um superávit de US$ 2,6 bilhões, ante US$ 19,4 bilhões no ano
anterior. Foi o pior saldo desde 2001, quando as exportações superaram as
importações em US$ 2,7 bilhões. A última vez em que houve déficit anual foi em
2000, no valor de US$ 732 milhões, ou seja, há 14 anos.
O rombo estimado pelo próprio
Banco Central nas contas externas brasileiras este ano é de US$ 80 bilhões.
Enquanto isso, o mundo assiste à recuperação da atividade industrial em países
importantes, como Estados Unidos, Reino Unido e Japão. A disputa pelo mercado
internacional de produtos manufaturados chega a ser cruel com os empresários
brasileiros. O preço de um produto fabricado no Brasil custa 30% a mais do que um
bem produzido pela concorrência, como os asiáticos.
Dependemos cada vez mais dos
chineses, da soja e do aço. Dependemos de apenas um grande mercado e de um
Mercosul que é uma âncora que nos afunda, haja visto os prejuízos de U$ 3
bilhões que teremos com a mais recente crise da Argentina. Nossas escolhas
comerciais são uma catástrofe, em função da ideologia bolivariana imposta pelo
PT. Mais quatro anos deste partido que corrompe não só as transações do
governo, mas também a nossa estabilidade econômica, criarão uma herança maldita
impagável. E será muito duro começar de novo. (Com informações e citações de O Globo, Estado de São Paulo e Folha de São Paulo)
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