sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Novas invasões dos Sem Terra.E o proprietario nem teve o direito de defender sua fazenda!

31/01/2014 12h53 - Atualizado em 31/01/2014 14h31

Polícia investiga confronto entre sem terra e seguranças de fazenda no PA

Há 9 meses, cerca de 60 famílias estão acampadas na propriedade.
Trabalhador sem terra teria sido atingido de raspão no braço no confronto.

Do G1 PA
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A Polícia Civil do Pará investiga um confronto entre um grupo de sem terra e seguranças de uma fazenda no município de Abel Figueiredo, no sudeste do estado, ocorrido na última quarta-feira (29). Um trabalhador que estava na fazenda conta que os seguranças chegaram no acampamento armados para expulsarem o grupo, e durante o conflito, ele foi atingido por tiro de raspão no braço.

"Eles foram tentar descer no nosso acampamento e nós não deixamos. Eles revidaram com balas sobre nós, aí nós não aceitamos e colocamos eles para correr de lá do nosso acampamento. Aí fomos reedificar nossa estrada porque eles tamparam a estrada para não deixar a gente carregar nosso alimento e se manter lá dentro", afirmou José de Jesus.

Imagens registradas pelos acampados mostram um homem caído no chão. Segundo os sem terra, Nelson dos Santos teria levado um tiro nas costas e está internado no Hospital de Marabá e não corre risco de morrer.

O confronto na fazenda Asturia é investigado pela Delegacia Especializada em Crimes Agrários (Deca). Há 9 meses, cerca de 60 famílias estão acampadas dentro da propriedade, que desde 2012 está sendo questionada na Justiça pela Fetagri em um processo que investiga se a fazenda pertence a união ou a pessoas físicas.

O advogado da Pastoral da Terra, José Batista, disse que já havia alertado para os riscos de um confronto na área. "Há cerca de 8 dias, nós chamamos a atenção da Deca e da Ouvidoria Agrária sobre a possibilidade de acontecer um conflito dessa área. Infelizmente, em razão da polícia não ter ido ao local nem a ouvidoria, não se evitou o conflito".

Os sem terra prestaram depoimento na Deca. Segundo o delegado que investiga o caso, Victor Leal, cerca de 50 pessoas vão ser ouvidas, entre acampados e seguranças da fazenda. Já foram apreendidas quatro armas, duas espingardas e dois revólveres.

"Nós vamos angariar, através de meios probatórios, oitivas e dados técnicos de perícia, [informações] a fim de relatar [dados sobre o caso]. E nesse relatório fazer um indiciamento das pessoas, individualizando a autoria", informou o delegado. Além disso, a Deca se compromete em realizar reuniões administrativas promover a pacificação naquele local.

Ministro do STF apresenta proposta a Cardozo para reduzir superlotação de presídios



Da Agência Brasil, em Brasília


  • Nelson Jr./SCO/STF
    O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, entregou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, proposta para tentar reduzir o número de presos provisórios

    O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, entregou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, proposta para tentar reduzir o número de presos provisórios

O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, entregou hoje (31) ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, proposta para tentar reduzir o número de presos provisórios em presídios. A proposta de alteração legislativa apresentada por Lewandowski prevê que os juízes tenham de se manifestar sobre a possibilidade de aplicação de medidas cautelares alternativas antes de decretar prisões preventivas ou em flagrante.

Para Lewandowski, as medidas sugeridas poderão contribuir para a redução da superlotação nos presídios brasileiros, que estão com número excessivo de presos provisórios. São presos ainda que não passaram por julgamento, mas acabam ficando detidos, mesmo sem condenação que justifique a privação de liberdade por mais tempo do que o previsto em lei.

De acordo com Lewandowski, a proposta de alteração legislativa deixará a lei em harmonia com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que determina que a prisão sem condenação deverá ser bem fundamentada e decretada somente em casos excepcionais de extrema necessidade.

O ministro José Eduardo Cardozo disse que apoia a proposta e trabalhou por sua formulação junto com Lewnadowski e membros do Poder Judiciário e do Ministério Público Federal.

O Congresso Nacional poderá receber a proposta a partir da próxima segunda-feira (3), quando se iniciam os trabalhos legislativos deste ano.


Criminosos lançam coquetéis-molotov em delegacia do Rio


Do Estadão Conteúdo
No Rio de Janeiro




Criminosos lançaram dois coquetéis-molotov no pátio da 45ª Delegacia de Polícia (DP), no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, nesta sexta-feira, 31.

Os artefatos explodiram e danificaram dois carros particulares, mas ninguém se feriu. Um suspeito de ter participado da ação criminosa foi detido. Os carros ficaram parcialmente queimados. 

Na terça-feira, 28, à noite, a mesma delegacia havia sido alvo de criminosos, que passaram atirando contra o prédio. 

Naquela mesma ocasião, também foram registrados ataques à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e a uma base de policiamento avançado.

Marinha confirma vazamento e acidente em caldeira no porta-aviões São Paulo

A Força minimizou as consequências dos dois casos
 
A Marinha do Brasil confirmou hoje (31), por meio de nota, que o porta-aviões São Paulo apresentou dois acidentes quando fazia testes em seu sistema de propulsão na Baía de Guanabara, esta semana. O primeiro problema ocorreu ontem, com derramamento de óleo para o mar. O outro foi quarta-feira (29), quando houve um vazamento de vapor que atingiu três tripulantes. A Força minimizou as consequências dos dois casos.
Desde que foi incorporado à Marinha brasileira, em 2000, o porta-aviões tem sofrido vários acidentes, com pelo menos quatro marinheiros mortos.

No mais recente, ocorrido em 22 de fevereiro de 2012, um militar morreu em incêndio e três ficaram feridos. 

Outro acidente, ainda mais grave, matou três marinheiros em 17 de maio de 2005, após o rompimento de uma tubulação de vapor.

Segundo a nota, o vazamento de óleo de ontem teve pequena proporção e foi logo contido após acionamento de plano de contingência, tendo a própria Marinha recolhido o resíduo despejado, evitando a poluição do mar. No outro caso, os marinheiros, de acordo com as informações divulgadas, não teriam sofrido maiores consequências pelo vazamento de vapor e já foram liberados, após atendimento médico, sem apresentarem ferimentos.

A informação dos acidentes desta semana foi divulgada hoje (31) em matéria do jornal O Dia, após denúncia de marinheiros que estavam a bordo.  De acordo com o site da Marinha, o porta-aviões, fabricado pela França entre 1957 e 1960, tem uma tripulação de 1.030 homens e capacidade de transportar até 37 aeronaves de asa fixa e 2 helicópteros. É o mais importante navio do país.
Fonte: Agência Brasil

Alckmin inaugura sistema que bloqueia celulares

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) inaugurou nesta sexta-feira, 31, o sistema de bloqueador de celulares na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista. 
 
Acompanhado por prefeitos e auxiliares, o governador pegou o seu celular e tentou fazer uma ligação de dentro do presídio. Ele só ouviu sons e ruídos emitidos pelo bloqueador, atrapalhando e impedindo a ligação. 
 
Após testar o equipamento, Alckmin disse que o bloqueador é eficiente e funciona, impedindo que presos recebam ligações ou falem ao celular em suas celas. "É tolerância zero", resumiu o governador. 

Conhecida por abrigar líderes de uma facção criminosa, como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, a Penitenciária 2 é a primeira a ter bloqueador. O governo de São Paulo investiu R$ 31 milhões na instalação de bloqueadores de celulares em 23 presídios. 

O governador anunciou também a inauguração de mais 11 presídios em março e confirmou a desativação das cadeias públicas no Estado de São Paulo. Com a desativação, a Polícia Civil deixa de cuidar de presos e terá mais tempo para investigar os crimes, segundo o governador.

Ônibus e UTI

Além de inaugurar o bloqueador de celulares, o governador Geraldo Alckmin também inaugurou a nova Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Santa Casa de Presidente Venceslau. 

Ele anunciou a liberação de R$ 1 milhão para concluir as obras no centro cirúrgico. Alckmin também entregou 28 ônibus para 13 municípios do oeste paulista durante cerimônia em Santo Anastácio. Os ônibus são adaptados para deficientes.
Fonte: Agencia Estado

O Brasil reduz o desemprego, mas não aumenta a produtividade


A menor taxa da história esconde empregos de má qualidade, a baixa qualificação e a falta de competitividade internacional


Obras em ruas de São Paulo. / BOSCO MARTIN

À medida que o Brasil criou postos de trabalho até atingir sua mais baixa taxa histórica de desemprego, como mostrou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a sua Pesquisa Mensal de Emprego que apontou em 2013 uma taxa média de desocupação de 5,4%, a produtividade do trabalhador praticamente ficou estagnada e emperra um verdadeiro salto na qualidade da economia.

Segundo um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a produtividade da indústria nacional aumentou 1,1% de 2001 a 2012, enquanto os salários aumentaram absurdos 169%. Em comparação com outros 13 países de condições semelhantes, como Espanha, Austrália, Canadá, México, Chile, Argentina, entre outros, o estudo da CNI mostra que os trabalhadores brasileiros são mais produtivos apenas que os da Índia, que é um péssimo país para se comparar sob qualquer aspecto. 

Entre as razões que mais influenciam o mau desempenho estão, como sempre, o peso dos impostos, a infraestrutura e logística e a educação, avalia a CNI. Outra pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostrou o mesmo na comparação com a economia mais eficiente do mundo, a dos Estados Unidos, chegando à conclusão de que um norte-americano era 82% mais produtivo que um brasileiro em 2012. 

O Brasil tem sido um sucesso em um tipo de criação de emprego: os de má qualidade, ocupados por trabalhadores de baixa qualificação e que recebem salários altos. Ou que custam caro demais para quem tem de arcar com eles. Empregos com esse perfil compuseram o grosso do 1,1 milhão de vagas que o Cadastro Geral de Empregos (Caged) apurou em 2013. 

Para 2014, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, diz esperar que sejam criados 6 milhões de postos de trabalho. E a perspectiva é que não sejam muito melhores do que os criados no ano passado.

Mas, além da baixa produtividade, a distribuição do emprego no país tem se dado de forma desigual na comparação entre as regiões. A região Sul, por exemplo, teve uma taxa de desemprego de 3,8% para sua população entre 25 e 39 anos, enquanto no Nordeste o índice chegou a 10,3%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) mais recente, feita pelo IBGE.

O Brasil tem sido um sucesso em um tipo de criação de emprego: os de má qualidade, ocupados por trabalhadores de baixa qualificação e que recebem salários altos. Ou que custam caro demais para quem tem de arcar com eles.

Para Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, a disparidade deve-se à diferença da estrutura econômica das regiões brasileiras, que é menos desenvolvida nas regiões Nordeste e Norte. 

Mas ele também avalia que os programas de assistência social, como o Bolsa Família, mais fortes nessas áreas, em vez de criar laços que deixam as famílias dependentes, ativam as engrenagens econômicas regionais, irrigando o comércio local com mais recursos. “O que se observa no Nordeste é que muitos trabalhadores chamados de desalentados, ou seja, que não procuravam mais emprego, agora buscam essas oportunidades, que existiam para poucos antes e isso tem impacto no resultado da pesquisa”, avalia.

Essa saudável existência de mais postos de trabalho, no entanto, acaba alimentando o motor da alta rotatividade. Para o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, hoje é comum um trabalhador trocar de emprego duas ou três vezes por ano. “Às vezes, fazem isso por aumentos salariais que não chegam nem mesmo a 100 reais. Se o Brasil não criar oportunidades mais estáveis, nunca vamos conseguir entrar no mesmo quadro de comparação das economias desenvolvidas”, diz Nobre.

No Brasil, após seis meses de trabalho com a carteira assinada, como é chamado o contrato formal, o cidadão passa a ter direito ao seguro desemprego, pago pelo Governo pelo prazo de três a cinco meses e que pode atingir o valor máximo de 1.268,49 reais (308 dólares). 

Como o pagamento de hora extra é bastante incomum devido aos altos custos ligados a isso, muitos trabalhadores usam o famoso jeitinho para conseguir “acordos” em que são demitidos, deixando, assim, de entrar com uma ação judicial. Desse modo, eles podem acessar o salário desemprego, desde que não sejam contratados na carteira novamente. A Justiça trabalhista brasileira é rigorosa e, em regra, decide rapidamente e a favor dos trabalhadores.

O economista Julio Gomes de Almeida, da Universidade de Campinas (Unicamp), chega a dizer que já existe uma cultura em que a troca de emprego virou uma norma. “Existem pessoas que saem de um emprego já contando com os recursos da demissão até uma futura contratação numa posição muito semelhante à que foi abandonada”, afirma. “Não faz muito sentido financeiro do ponto de vista de um economista, mas muita gente está nessa.”
Existem pessoas que saem de um emprego já contando com os recursos da demissão até uma futura contratação numa posição muito semelhante à que foi abandonada. Não faz muito sentido financeiro do ponto de vista de um economista, mas muita gente está nessa"
A educação poderia ser a resposta. Mas a reclamação de parte do empresariado é que o ensino básico da população que disputa as vagas de salários mais baixos é tão fraca que se torna difícil conseguir ensinar qualquer coisa mais elaborada para eles.

Além de afetar a produtividade, colocando o país em desvantagem na competição com os rivais internacionais, a baixa qualificação é um peso diário para quem precisa contratar. E pode ser sentida em negócios tão simples como a empresa de decoração de gesso que Adalberto Antão possui na cidade de Santo André, na Grande São Paulo. De acordo com ele, um instalador de gesso pode faturar cerca de 4.500 reais por mês. 

No entanto, ele sofre para encontrar profissionais e na maioria das vezes precisa arcar com os 400 reais do curso de capacitação inicial para formar seus funcionários.

Já Henrique Coronati, diretor-geral da loja Retrô Gol, que vende camisas de clubes esportivos antigas em quatro endereços em São Paulo, afirma que após quatro anos no ramo de franquias ainda não conseguiu fechar uma folha salarial anual de um funcionário, pois eles saem antes de completar um ano. “Para nós que lidamos com o comércio e não podemos pagar um salário alto, é praticamente impossível segurar um trabalhador. E cada vez mais parece que eles olham o emprego como algo descartável”, diz.

E enquanto os empregos que o Brasil cria continuarem sendo de má qualidade, caros para os empregadores, ruins para os empregados, e de baixa produtividade, eles devem ser medidos pelo peso que têm e vistos, de fato, como descartáveis.

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Dilma, Davos e 2015

Enviado por Ricardo Noblat -
31.01.2014
15h00m
Política


Rogério Furquim Werneck, O Globo

A presença da presidente no Fórum Econômico Mundial, em Davos, causou irritação em segmentos mais empedernidos do PT. Foi vista como evidência de suposta disposição do governo de “beijar a cruz” e convencer o mercado financeiro de que abandonou a “aventura desenvolvimentista”.

Quem dera. Seria muito bom se fosse verdade. Mas podem ficar descansados os zelosos guardiães do ideário petista. Nos pronunciamentos da presidente em Davos, não há nada que permita concluir que o governo tenha resolvido desembarcar da “aventura desenvolvimentista”.

Para dirimir dúvidas, nada melhor que a declaração peremptória do ministro da Fazenda sobre a “nova matriz econômica”, feita na entrevista concedida ao “Estado de S. Paulo”, lá mesmo, em Davos, na semana passada. “Não concordo de jeito nenhum com a ideia de que a nova matriz tenha fracassado.”

É bem verdade que, para atender a demanda quase desesperada por otimismo que viceja no setor privado, certos analistas, às custas de notável contorcionismo poliânico, têm dado alento à história de que nem Guido Mantega nem Arno Augustin serão mantidos em seus cargos, caso a presidente seja reeleita.

E de que o abandono da “aventura desenvolvimentista” será comandado por Nelson Barbosa, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, que, afastado do governo no ano passado, retornaria como ministro no segundo mandato.

Quem está tentado a acreditar nessa história deve ler com cuidado o artigo coautorado, de 42 páginas, que Nelson Barbosa publicou no ano de 2010, sob o título “A inflexão do governo Lula: política econômica, crescimento e distribuição de renda”, disponível na internet, por exemplo, em <http://migre.me/hEprG>.

Escrito em meio à euforia de 2010, com a economia crescendo a 7,5% ao ano, o artigo, em tom triunfalista, apresenta relato quase épico dos grandes feitos que vinham sendo logrados pela “opção desenvolvimentista”, desde o embate decisivo de 2005, entre Dilma Rousseff e Antonio Palocci, que teria marcado a derrota da “visão neoliberal” no governo Lula, com o abandono da proposta de ajuste fiscal de longo prazo.

Tal derrota teria permitido que prevalecesse a ideia de que “somente com a aceleração do crescimento, a economia poderia iniciar um círculo virtuoso no qual o aumento da demanda agregada geraria aumento nos lucros e na produtividade, o que por sua vez, produziria um aumento no investimento e, dessa forma, criaria a capacidade produtiva necessária para sustentar a expansão”.

Para dar início ao círculo virtuoso, “seria necessário adotar medidas monetárias e fiscais de estímulo ao crescimento”. Bem diferente da visão neoliberal, “que respeitava com temor quase religioso a suposta barreira estimada para o produto potencial, a visão desenvolvimentista procurou testar na prática a existência de tais limites, de forma a ultrapassá-los”.

A avaliação da experiência desenvolvimentista, em tom autocongratulatório, é particularmente impressionante. “A opção estratégica fundamental em apostar no crescimento, ao invés de radicalizar a incerta proposta de ajuste fiscal contracionista, baseada nos cânones neoliberais, terminou sendo validada com base em resultados imediatos”.

O artigo termina com uma louvação ao voluntarismo. “É também fundamental reconhecer o papel dos governos de ‘testar os limites’, ou seja, prospectar as maneiras pelas quais o avanço pode ocorrer, sem se fazer refém de axiomas e modelos que negam, de antemão, a possibilidade de políticas macroeconômicas que integrem inclusão e desenvolvimento.” E, afinal, conclui que o país teria revelado “grande capacidade de escapar das limitações autoimpostas”.

Passados quatro anos, e estando a economia como está, o artigo tornou-se imperdível. Especialmente para quem, agora, se vê diante do desafio de, sem se deixar levar pelo autoengano, vislumbrar cenários prováveis para 2015.

Rogério Furquim Werneck é economista e professor da PUC-Rio.

Mistérios (e Ministérios) Insondáveis.

Política


Não é à toa que dona Dilma está com olheiras profundas. Deve ser complicado montar e administrar um Governo com 39 ministros. E o que fazer quando essas 39 figuras pertencem a 10 partidos diferentes? 

Todos ambicionando a mesma coisa: mais poder?

A Redentora nos deixou com dois partidos, a ARENA e o MDB. Antipática medida, mas com um lado que facilitava as coisas para as pessoas comuns: sabíamos onde estavam os bandidos e os mocinhos. Quer dizer, achávamos que sabíamos...

Aos poucos, como se o Brasil tivesse sido colocado num imenso liquidificador, foram surgindo filhotes desses dois partidos e hoje são 32 as legendas a abrigar os nossos abnegados defensores.
E toca a criar ministérios para ter onde colocar os próceres da Nação. Os nomes dos ministérios são tão parecidos que não sei como os próprios filiados não se confundem. 

Tenho a impressão que às vezes um deputado mais velho, ou uma senadora mais distraída, ao serem entrevistados têm que perguntar ao assessor: “rápido, rápido, eu sou PpA, PpB ou PpC?”.

Mas nossa criatividade não se exibe apenas nas siglas partidárias. No nome dos ministérios é que nos mostramos em toda a nossa glória. Por exemplo: Pesca e Aquicultura. Acho o nome desse ministério um charme! Aquicultura, não é uma palavra bonita, sonora, com personalidade?

Ilustração: Cartoon Movement

Outros dão a impressão de servirem à mesma causa. Por exemplo: Secretaria dos Direitos Humanos, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Secretaria de Políticas para as Mulheres. E eu que pensava que a igualdade racial e nós mulheres estávamos sob o manto dos Direitos Humanos?

São mistérios insondáveis. Como a existência da Secretaria de Comunicação Social que aliada à opaca Transparência Brasil permitem que dona Dilma se ache no direito de ir aonde quer, quando quer e como quer sem dar satisfações ao Brasil. Sinto muito, mas isso não é bem assim. A presidente nos deve satisfações, sim.

Aliás, o Brasil caminha a passos largos para uma aventura perigosa... Muita gente na Esplanada dos Ministérios ainda não aprendeu para que serve a Imprensa. E que dela depende a nossa sanidade como país.

Outro que anda confundindo as estações é o ministro Joaquim Barbosa. Desde o Julgamento do Mensalão sabemos que o ministro tem estopim curto, forte característica de sua personalidade. Sua declaração que ao ostracismo devem ser relegados os condenados por corrupção – por fazer parte da pena, segundo ele – foi espantosa.

Pois eu quero sempre saber o que pensa, faz e onde está o condenado por corrupção. E isso só através da Imprensa. Eles, os condenados, têm o direito de dizer que foram condenados injustamente. 

Nós que assistimos ao julgamento e que sabemos que foi feita Justiça, devemos é dar graças a Deus de viver em um país onde os condenados têm voz.

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005.

Vem confusão no combate ao crack – Futuro ministro da Saúde é adversário ferrenho das comunidades terapêuticas, apoiadas por Dilma

31/01/2014
às 16:01

O famoso plano da presidente Dilma de combate ao crack nunca saiu do papel. E as coisas vão piorar um pouco. Podem apostar. Arthur Chioro, futuro ministro da Saúde, é um conhecido militante, digamos, “antimanicomial” e adversário ferrenho das comunidades terapêuticas, que a própria Dilma chegou a considerar aliadas preferenciais no combate ao crack. A militância antimanicomial, como se sabe, resultou, entre outros desastres, na quase ausência de leitos psiquiátricos no Brasil — que tem 0,15 leito por mil habitantes. Os ricos têm onde internar seus dependentes e seus doentes mentais. Os pobres que se danem.

Em vídeo  Chioro não só diz que não adotará as comunidades terapêuticas como se orgulha de ter fechado algumas. Ele gosta de uma coisa chamada “República Terapêutica”.

Aos 6min38s, ele anuncia o seu “compromisso com a reforma psiquiátrica”, emendando o discurso bem arranjadinho da militância antimanicomial: “Acreditando, antes de tudo, que a liberdade é terapêutica, é possível construir uma rede que prescinda das comunidades terapêuticas, prescinda dos hospitais psiquiátricos, do manicômio, e possa cuidar em liberdade, cuidar com dignidade, cuidar respeitando os direitos humanos, cuidar trazendo o problema do álcool e das drogas como um problema da comunidade, e não um problema que se resolve com exclusão, com repressão e sem perspectiva de vida”.

Foi assim, com esse raciocínio, que tem muita ideologia e pouca técnica, que os pobres ficaram sem ter onde colocar seus doentes e seus viciados.

O que disse Dilma

Esse é o ministro que Dilma nomeou por ordem de Lula e vontade de Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo. Agora vamos ver o que disse a própria presidente ao lançar o seu programa anticrack. Ela se refere às comunidades terapêuticas a partir dos 11min40s.

Transcrevo:

“Ao mesmo tempo, nós temos de reconhecer que, ao longo dos tempos, as comunidades, as chamadas comunidades terapêuticas, as outras instituições da sociedade, o chamado terceiro setor investiu dedicação, carinho, generosidade, tentativa e erro nesse processo de acolhimento. Acredito que nós vamos ter de tratar de forma diferenciada os diferentes processos de acolhimento. E isso é muito importante.”

Em outro vídeo, Dilma recebe os representantes das comunidades terapêuticas

Encerro
Vem coisa por aí. O tom de Chioro é o de alguém treinado no proselitismo político. A política de combate ao crack da presidente Dilma encontra, na verdade, a sua mais completa tradução na Cracolândia, que apelidei de Haddadolândia. E isso tendo um ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que não é um militante contrário às comunidades. Chioro é. Dá para imaginar para onde caminha a coisa.

 
Seguindo apenas a lógica, o que se pode antever é a multiplicação, Brasil afora, das “haddadolândias”…
Por Reinaldo Azevedo

Mas as preocupações da oposição e do país deveriam ir muito além da conta do bacalhau e do vinho.

31/01/2014 às 14:25 \ Opinião

‘Além de bacalhau & vinho’, por Sandro Vaia

Publicado no Blog do Noblat

SANDRO VAIA

Então ficamos assim: a presidente come o que quiser, no restaurante que quiser, porque ela paga a conta. E pronto.

A comitiva dela pode sair da Suíça e ir para Cuba com uma ligeira paradinha em Lisboa porque o avião não tem autonomia de voo e precisava abastecer.

Enquanto o avião abastece e a comitiva presidencial tem todo direito de alugar as suítes que quiser, no hotel que quiser, pagar as diárias que quiser.

Enfim, a comitiva presidencial tem o direito de fazer o que quiser, inclusive o de mentir e de dizer que a escala foi improvisada, embora o governo português jure que tinha sido informado dois dias antes.

A oposição, como não podia deixar de ser, fez praça de mais essa vistosa aventura governamental, e encaminhou um pedido à Procuradoria Geral da República para que a escala fosse investigada.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República não se sente habilitada a investigar essa tal de escala secreta ─ tão secreta que até as fotos do chef do restaurante lisboeta com a presidente foram publicadas em todos os jornais ─ e daqui a alguns dias ninguém lembra mais de nada.

No Brasil há uma extraordinária vocação para magnificar a banalidade ao mesmo tempo em que se banaliza aquilo que talvez devesse se magnificar.

Enquanto se discute se a escala foi secreta ou não, se a presidente pagou ou não pagou a conta do restaurante, se as diárias do hotel foram ou não abusivas, a presidente chegou tranquilamente a Cuba, entregou o porto novo financiado com dinheiro brasileiro, e posou para fotos carinhosas com o vovô ditador aposentado mais longevo do planeta.

Já que se trata, aparentemente, de exigir um pouco mais de transparência, talvez fosse mais útil, em vez de pedir à PGR que investigue a escala do avião, o menu do restaurante, as diárias do hotel e quem pagou a conta, que a oposição conseguisse explicações claras sobre as condições de financiamento do porto de Mariel, sobre o projeto da Zona Especial de Comércio que o governo cubano pretende implantar lá, e quais vantagens o Brasil pretende tirar disso.

O governo poderia aproveitar também para deixar claro porque o dinheiro que está sendo gasto lá não é o mesmo que faz falta na melhoria da nossa infraestrutura portuária, rodoviária e aeroviária. Se não é falta de dinheiro, é falta do que? De vontade? De competência?

E já que se trata de deixar as coisas claras, porque não aproveitar para pedir explicações também sobre os detalhes do contrato de prestação de serviços que o Brasil assinou com Cuba para a importação da mão de obra de médicos, e se as leis trabalhistas do país estão ou não sendo desrespeitadas por ele.

Enfim, saber que Dilma paga as suas próprias contas no restaurante pode ser muito tranquilizador, mas as preocupações da oposição e do país deveriam ir muito além da conta do bacalhau e do vinho.

Máquinas de produzir cadáveres

31/01/2014
às 17:01

O Distrito Federal entregue ao crime. Ou: Os reiterados desastres dos governos petistas na segurança pública. Ou: Máquinas de produzir cadáveres

Agnelo Queiroz: incompetência comprovada também na segurança pública

Agnelo Queiroz: incompetência comprovada também na segurança pública

Os governos petistas são notavelmente incompetentes em várias áreas, mas em nenhuma eles conseguem ser tão ruins como na segurança pública. Atenção! O Distrito Federal tem a renda per capita mais alta do país. 

O Distrito Federal tem a Polícia Militar mais bem paga do país — salário médio de R$ 4.300. O Distrito Federal tem o maior número de policiais militares por habitante: 1 para cada 168. Não obstante, a região vive um impressionante surto de violência. 

Os roubos cresceram 22% nos últimos dois anos. Os homicídios, em janeiro, tiveram um aumento de 41% em relação a igual mês de 2013. Desde o fim do ano passado, a PM realiza o que se chama “Operação Tartaruga” — que é, assim, trabalhar com vagar, com moleza. Pedem aumento de salário e mudança no plano e carreira. Os crimes explodiram.

Debaixo do nariz de José Eduardo Cardozo, aquele que gosta de vir dar pitaco na polícia de São Paulo.

Debaixo do nariz de Maria do Rosário, aquela que gosta de emitir notas marotas quando chama de homicídio um suicídio acontecido em São Paulo.

Debaixo do nariz de Dilma Rousseff, aquela que disse esperar explicações sobre suposta ação injustificada da PM de São Paulo — que, na verdade, era a vítima.

Vamos botar números nessa história. Segundo o Anuário de Segurança Pública, o Distrito Federal teve, em 2012, uma taxa de 32,1 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) por 100 mil habitantes, quase três vezes a de São Paulo, que tem menos policiais por habitantes, cuja polícia ganha bem menos e com renda per capita inferior. 

Os CVLI incluem homicídios dolosos e latrocínios. Sem dúvida, uma polícia bem paga é importante para garantir a segurança pública — mas, sem competência, é inútil. Sem dúvida, uma renda per capita elevada pode contribuir para diminuir certos crimes. Mas, sem competência, é inútil. Sem dúvida, um número maior de policiais é importante para garantir a segurança pública, mas, sem competência, é inútil.

E, está demonstrado, competência, nessa área, o PT não tem. E a prova não está só no Distrito Federal, não. De 2008 a 2012, segundo o mesmo anuário — que é do Ministério da Justiça! —, a taxa de CVLI da Bahia cresceu 30% — de 31,3 por 100 mil habitantes para 40,7. O caso desse estado é mesmo espantoso. Segundo um outro levantamento, o Mapa da Violência, no ano 2000, a Bahia tinha 9,4 homicídios por 100 mil habitantes. Dez anos depois, já havia chegado a 37,7.

Sergipe
O PT governa o Sergipe desde 2007. A taxa de Crimes Violentos Letais Intencionais saltou de 27 por 100 mil habitantes em 2008 para 40 em 2012. É outro escândalo.
 
Acre
O PT está no poder no Acre há 15 anos. Os Irmãos Viana e Marina Silva são os donos do pedaço. De 2008 para 2012, conseguiu-se reduzir um pouco a taxa dos CVLI: de 26 para 24,2 — ainda assim, mais do que o dobro da de São Paulo.
 
“Pô, Reinaldo, que história é essa de ficar o tempo todo comparando com São Paulo? Ora, meus caros, a esmagadora maioria dos “especialistas” ouvidos pela imprensa paulistana quando há questões relativas a segurança pública é do PT ou pertence a aparelhos do PT. O partido tem a ambição de conhecer a área. Por que, então, quando lhe é dado governar, consegue implementar uma política que produz o dobro, o triplo e até o quádruplo de cadáveres?

Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, Tarso Genro assumiu o poder com uma taxa de CVLI de 17 por 100 mil. Em 2011, ela passou para 17,5 e saltou para 19,8 em 2012. Não tenho os dados de 2013.
 
Piauí
PT e PSB dividem o governo do Piauí desde 2003. A taxa de CVLI saltou de 9,9 por 100 mil em 2008 para 16,4 em 2012 — e, ainda assim, o anuário inclui o estado entre aqueles cujos dados são de confiabilidade apenas média. Deve ser mais do que isso.
 
Encerro
A taxa de homicídios dolosos do Estado de São Paulo em 2010 foi de 10,5 por 100 mil. Deve ser a mais baixa do país. Não obstante, a polícia do estado é a que mais apanha do PT — claro! —, das ONGs, dos “advogados ativistas”, do governo federal e também da imprensa.

Se a taxa de homicídios do Brasil fosse igual à de São Paulo, salvar-se-iam por ano perto de 30 mil vidas. Em breve, virá a campanha eleitoral, e o petista Alexandre Padilha tentará dar aula aos paulistas de segurança pública. Vai ver pretende pôr em prática as lições que aprendeu com Agnelo Queiroz, no Distrito Federal, e Jaques Wagner, na Bahia, entre outros especialistas… 

Dá para tremer só de pensar.
Por Reinaldo Azevedo

Comandante-geral da PM e Agnelo garantem segurança a população

Cidades.
Publicação: Sexta-feira, 31/01/2014 às 17:03:00



Em reunião com a cúpula da Segurança Pública, o governador afirmou que a população não pode ser colocada em risco
Todas as negociações que envolvem a valorização da Polícia Militar estão e continuarão sendo feitas pelo Comando da PM. 

O aviso foi dado pelo governador Agnelo Queiroz em reunião com o Secretário de Segurança Pública e os comandantes da corporação.

"A Polícia Militar não tem sindicato, tem comando, tem hierarquia", ressaltou. 

O governador reafirmou que respeita o direito democrático da categoria de reivindicar, mas não vai admitir que se coloque a população em risco. Segundo ele, sem limites qualquer movimento perde a legitimidade e entra no campo da anarquia. 

Agnelo Queiroz disse que a vida está acima da política e enfatizou aos comandantes "A PM é uma instituição com mais de 200 anos, muitos de vocês estão na vida militar há mais de 20 anos. Não permitam que esse movimento manche a história da corporação."

O comandante-geral da Polícia Militar do DF, Anderson Moura, afirmou na manhã de hoje (31) que os responsáveis pela Operação Tartaruga já foram identificados e que a manifestação tem caráter político. 

Segundo ele, todos os policiais que participaram da Operação Tartaruga poderão ser punidos com advertências e até mesmo demissão do cargo em que ocupam. Anderson Moura também garantiu que todos os policiais estarão nas ruas do DF para garantir a tranquilidade.  

Agnelo reafirmou que não permitirá o uso político da polícia. "Não vou admitir, em hipótese alguma, que meia dúzia de pessoas com atitudes covardes possam desmoralizar a Polícia Militar e colocar em risco a vida de um cidadão de bem", enfatizou. 

O governador lembrou que das 50 cidades mais violentas do mundo 16 são brasileiras. E destacou: "Brasília não está entre elas. Isso é fruto do programa "Ação Pela Vida", política coordenada pelo secretário [de Segurança Pública] Sandro Avelar, e que não pode ser interrompida por conta de uns poucos com interesses nitidamente políticos".
Fonte: Agência Brasília

MPF propõe ações contra ex-senador e 50 funcionários fantasmas


Ações cobram a devolução de mais de R$ 6 milhões pagos a servidores fantasmas nomeados por Efraim Moraes durante sua gestão na Primeira Secretaria do Senado, entre 2005 e 2009.
 
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou, nesta quinta-feira, 30 de janeiro, 14 ações de improbidade administrativa contra o ex-senador Efraim Morais e outras 50 pessoas nomeadas para exercer cargos comissionados na Primeira Secretaria do Senado, entre 2005 e 2009, sem jamais ter trabalhado na casa legislativa. As ações cobram a devolução de mais de R$ 6 milhões pagos aos funcionários fantasmas que, na prática, eram parentes, apadrinhados políticos e cabos eleitorais do então senador.

A investigação do MPF começou em 2009, após denúncia das irregularidades pela mídia. Ao ser questionada, a Advocacia do Senado alegou que normas internas autorizam o exercício das atividades de assessor e secretário parlamentar nos escritórios de representação nos estados de origem do parlamentar. Para o MPF, no entanto, a permissão vale apenas para cargos vinculados aos gabinetes dos senadores, e não para a área administrativa, como é o caso da Primeira Secretaria.

Entretanto, dos 86 servidores nomeados para o órgão na gestão de Efraim, apenas 22 tinham endereço no DF e entorno. Os demais, mesmo lotados em área administrativa do Senado, residiam fora de Brasília, a maioria na Paraíba, estado que elegeu o então senador. Todas essas pessoas – mais de 60 – foram ouvidas pelo MPF no curso do inquérito civil. O resultado, segundo os procuradores, é “estarrecedor”.

Desvio comprovado - Grande parte confirmou que fazia atividades típicas de cabo eleitoral, como acompanhar o ex-senador em visitas à região, organizar sua agenda, marcar reuniões com lideranças locais e anotar reivindicações da população. Muitos admitiram, ainda, terem sido contratados por força de contatos políticos e amizade.

Parte dos depoentes confessou não exercer nenhum tipo de serviço de caráter público, fazendo apenas atividades esporádicas em favor de Efraim. Outros sequer sabiam que figuravam como servidores do Senado. Houve caso até em que a pessoa nomeada, moradora do interior de Sergipe, alegou que os vencimentos correspondiam, na verdade, ao pagamento da pensão alimentícia do ex-companheiro, que era assessor de Efraim.

A apuração do MPF comprovou, ainda, que muitos dos nomeados eram empregados de empresas privadas ou servidores de outros órgãos públicos, o que inviabilizava na prática qualquer prestação de serviço ao Senado Federal, além de configurar, em alguns casos, acumulação ilegal de cargos públicos.

Todos os envolvidos tiveram a movimentação financeira analisada, mas não foi comprovada a divisão de recursos entre eles, nem mesmo a apropriação de parte dos vencimentos pelo ex-senador. Ainda assim, o MPF sustenta que Efraim valeu-se da posição que ocupava para desviar recursos públicos em favor de parentes, apadrinhados políticos e cabos eleitorais, satisfazendo interesses próprios e de terceiros.

Estratégia

Com o objetivo de facilitar a instrução processual, o MPF separou os 50 funcionários fantasmas identificados em 14 grupos, reunidos em ações distintas de acordo com a relação que mantinham com o ex-senador ou com as atividades que desempenhavam.
Fonte: MPF/DF

"Matador de aluguel" é suspeito de 9 homicídios



A polícia prendeu um homem de 28 anos suspeito de cometer nove homicídios no Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. 

O acusado, conhecido como “Galeguinho de Deus”, foi encontrado na casa da namorada, em São Sebastião.  

Ele teria afirmado que possui um “pacto com o diabo”. A polícia recebeu  a informação de que o homem seria um matador de aluguel.

Galeguinho foi condenado a 26 anos de prisão, mas estava foragido. Havia quatro mandados de prisão contra ele por homicídio: dois no DF, um em Goiás e outro em Minas Gerais.  Ele também é acusado de cometer   um assassinato em Uruana (GO).

Além destes casos, a polícia suspeita que Galeguinho tenha matado outras cinco pessoas em São Sebastião entre dezembro e janeiro, crimes relacionados à rixa entre gangues da região. 

Apreensões

Durante a prisão, feita na Quadra 304 do Residencial Oeste, a polícia encontrou com o suspeito  um revólver calibre 38, com cinco munições. Depois, na casa do homem, foi apreendida uma espingarda calibre 12  com oito cartuchos e   16 munições de igual calibre, além de projéteis de calibres 38 e 40.

Uma balança de precisão e o documento de uma moto, supostamente proveniente de roubo, também foram apreendidas pela Polícia Civil.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Comerciantes e empresários repudiam violência no DF

Só este mês foram registrados mais de 100 incidentes criminosos nos setores de bares e restaurantes, 92 em farmácias, 60 em supermercados e cerca de 130 em postos de combustíveis.
 
O setor produtivo do Distrito Federal, representado neste documento por diversos segmentos dos setores do comércio de bens, serviços e turismo, manifesta o seu repúdio à falta de segurança pública no DF. 

O agravamento da situação requer a adoção de medidas imediatas para preservar a vida dos cidadãos.

Somente neste mês de janeiro foram registrados mais de 100 incidentes criminosos nos setores de bares e restaurantes, 92 em farmácias, 60 em supermercados e cerca de 130 em postos de combustíveis.

 É preciso dar um basta na violência. A população não pode continuar refém do crime, da irresponsabilidade de alguns policiais e da falta de planejamento do governo. 

Diante dessa situação, os empresários da capital do País sugerem ao governador Agnelo Queiroz a implementação das seguintes propostas: 

1- Convocação da Forca Nacional de Segurança Pública para dar apoio ao Distrito Federal caso persista a operação tartaruga da Polícia Militar. 

2- Policiamento ostensivo nas ruas e alocação dos policiais em suas atividades fins. Hoje, muitos PMs estão deslocados de suas funções ou cedidos a outros órgãos do governo. 

3- Implementação de uma ação integrada entre as polícias militar e civil e as demais forças de segurança pública, além de uma cooperação com as forças de segurança dos Estados vizinhos. 

4- Ampliação do número de câmeras de vigilância do sistema do próprio do GDF e sua utilização em locais considerados de risco e com maior frequência de assaltos. 

5- Assegurar que os conselhos de segurança funcionem de forma efetiva a fim de permitir a adoção de medidas práticas que possam dar segurança à população. 

6- Ampliação do investimento em iluminação pública. 

7- Realização de uma ação social ampla para retirar das ruas os viciados em drogas e menores em condições degradantes e oferecer tratamento a esses indivíduos. 

8- Convocação imediata dos policiais militares e civis que foram aprovados em concursos. 

Os empresários do DF acreditam que essas são questões fundamentais para o enfrentamento da criminalidade na capital do País. 

Fecomercio

Papa diz que 'crianças devem ser protegidas' na Igreja



CIDADE DO VATICANO, 31 JAN (ANSA) - O papa Francisco afirmou nesta sexta-feira (31) que as "crianças devem sempre ser protegidas", em declaração vista por vaticanistas com referência às denúncias de pedofilia dentro da Igreja Católica. 

"Pensem no bem das crianças e dos jovens que, na comunidade cristã, devem ser sempre protegidos", afirmou Francisco em uma sessão plenária no Vaticano. 

O Papa também informou que o Vaticano está "estudando a possibilidade de ligar os dicastérios à comissão proteção das crianças" instituída pelo próprio Pontífice. "Gostaria que isso servisse de exemplo", ressaltou. 

Em dezembro, Francisco pediu apoio dos bispos para combater casos de abusos sexuais. Ele recomendou que os religiosos "continuem apoiando" as vítimas de pedofilia em seus "dolorosos caminhos de superação". 

Há cerca de duas semanas, o Vaticano também teve que prestar esclarecimentos ao Comitê das Nações Unidas sobre o Direito das Crianças. 

O Vaticano já recebeu dezenas de denúncias de pedofilia em todo o mundo. Uma das punições aplicadas pela Santa Sé é afastar os sacerdotes envolvidos nos casos e realizar uma investigação interna. (ANSA)

Bolsa “inteligente” bloqueia zíper e impede compras por impulso



Por Charles Nisz

Você é daquelas pessoas incapazes de deter o impulso consumista? Uma criação do site australiano creditcardfinder.com.au pode ser a solução dos seus problemas. A equipe do site trabalha para alertar sobre as dívidas feitas com cartão de crédito sem planejamento. Os australianos inventaram uma bolsa "inteligente", capaz de impedir os gastos e compras feitos por impulso.


Batizada com o nome de "iBag", o dispositivo alerta quando você se aproxima de "áreas de perigo", como as lojas das suas marcas preferidas ou aquele restaurante cuja conta já apareceu na fatura do cartão de crédito. A bolsa é equipada com um GPS e acende uma luz de LED vermelha quando você se aproxima de locais onde já efetuou compras com o seu cartão de crédito, conforme noticia o Estadão.

Caso você ignore o sinal luminoso, o sistema dispara um SMS para seu marido/esposa, pais ou familiares ou outra pessoa cadastrada por você. Assim, essa pessoa tem tempo de ligar para você e perguntar se você está certo sobre a compra. Tem mais: se você ignora os dois primeiros avisos, a bolsa consegue trancar o zíper e impedir que você efetue a transação até que você se afaste da "zona de perigo".

Por enquanto, a bolsa é só um protótipo criado pelos organizadores do site para conscientizar as pessoas sobre os riscos do mau uso do cartão de crédito, mas o projeto pode virar realidade. Os criadores estão pedindo aos potenciais clientes para se cadastrarem no site e, se houver demanda, vão iniciar a produção. O custo estimado da bolsa é de US$ 173 (R$ 400). O que você acha da ideia?

Manifestantes protestam no Rio contra aumento das passagens e remoções da Copa

30 de janeiro de 2014
Copa do Mundo | JB Online | Rio | BR


Manifestantes iniciaram, às 18h30 desta quinta-feira (30), protesto contra o aumento das tarifas de ônibus e as remoções de moradores de algumas áreas da cidade para dar lugar às obras da Copa do Mundo deste ano.  
Eles se concentraram na Praça Saens Peña, na Tijuca, e iniciaram uma caminhada pelas ruas do bairro, gritando palavras de ordem contra a Fifa e o aumento do preço das passagens.
Os manifestantes pretendem chegar até o Estádio do Maracanã, que será palco da final da Copa. O policiamento foi reforçado por homens do Batalhão de Choque, que apenas acompanham a caminhada dos manifestantes, sem intervir. 

Por razões de segurança, o trânsito foi bloqueado nas principais avenidas da Tijuca, mas o comércio permanece aberto.O aumento das passagens de ônibus foi anunciado ontem (29) pelo prefeito Eduardo Paes. A tarifa passou de R$ 2,75 para R$ 3.

MPF-RS vai fiscalizar atuação das polícias em manifestações na Copa

31 de janeiro de 2014
Copa do Mundo | Terra - Notícias | Brasil | BR


O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF-RS) instaurou um procedimento para acompanhar ações preventivas e fiscalizar a atuação das polícias no período que antecede e também durante a Copa do Mundo no Brasil, estabelecendo um regime de plantão para possíveis atuações no período da competição.

 "Caso os movimentos e as manifestações se intensifiquem, o regime de plantão poderá ser ampliado, ou seja, antecipado", esclarece o procurador da República Alexandre Schneider, do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP). O objetivo da iniciativa é atender ocorrências relacionadas ao abuso na utilização da força por parte de agentes responsáveis pela segurança pública - Polícia Federal e militares, por exemplo.

"Queremos garantir que as manifestações pacíficas ocorram, até porque estão previstas na Constituição, e que os excessos não aconteçam", destacou o procurador, lembrando que, caso o uso da força seja indevido, o grupo de controle externo irá atuar.

Uma das primeiras ações previstas a partir do procedimento instaurado é a realização de uma audiência pública em Porto Alegre, prevista para abril, reunindo representantes dos movimentos sociais, órgãos públicos de segurança e MPF. "Queremos fazer esta interlocução, que é muito importante", afirmou Schneider.

Neurônio em pane.

31 de janeiro de 2014
Copa do Mundo | Veja.com | Augusto Nunes | BR
Direto ao Ponto
 

Neurônio em pane "Aí eu fui lá no Blatter, e disse para o Blatter que além de querer a Copa, queríamos um tema pra Copa, temas pra Copa. O Brasil é um país pacífico. Então a nossa Copa vai ter que falar sobre paz. O Brasil é um país que mais de 50% da sua população se declarou, com honra, nesse último censo de 2010: somos negros. Então vai ter que ser uma Copa antirracista. E o Brasil, além do futebol, se apaixonou... as mulheres hoje jogam futebol. A Marta é o nosso símbolo, ou seja, é a nossa variante de Pelé. É a Marta. A Marta é a nossa variante do lado do futebol feminino. Então, são três coisas: é paz, antirracismo e afirmação no futebol feminino e da questão de gênero".  

Dilma Rousseff, na delirante entrevista em Havana, confirmando que não sabe qual é a diferença entre um centroavante e um bandeirinha, nem entre uma Copa do Mundo e um discurso na ONU.

Copa do Mundo.Patrocínio em jogo.

31 de janeiro de 2014
Copa do Mundo | O Globo Online | Opinião | BR
 
Patrocínio em jogo

Clubes têm um longo aprendizado para fazer de marcas negócio rentável 
 
Às vésperas da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, não dá mais para ignorar o peso do esporte no orçamento de grandes empresas. Patrocínios na área movimentam em média R$ 3 bilhões anuais e são responsáveis por fatia considerável para a sobrevivência de clubes e federações. Ainda assim, a dúvida persiste dos dois lados: fazemos um bom negócio?

A falta de planejamento é realidade na maioria das companhias brasileiras. Patrocinar um esporte, um atleta ou um clube é decisão tomada, muitas vezes, de forma emocional ou pragmática e, por isso, tende a não atingir seu objetivo. No fim, provoca uma grande frustração. E o torcedor, que motivou tamanho esforço de tempo e dinheiro, pode acabar negativamente impactado.

Da mesma forma, os clubes ainda têm um longo aprendizado pela frente para transformar suas marcas em um negócio rentável. Por falta de recursos e por não ser prioridade, quase todos tratam o departamento de marketing como comercial, limitando-se a funções tais como negociar contratos de patrocínio. O investimento no setor não costuma passar de 0,5% do orçamento, longe dos 3% a 5% que são padrão no mercado.

Com recursos tão escassos, não há posicionamento de marca nem relacionamento direto com o consumidor que resista. A fidelidade do torcedor não se contesta, mas a escolha de compra sempre pode ir por outro caminho. Por isso, o investimento em esporte deve deixar de ser uma pílula de solução a curto prazo e se tornar coerente e contínuo. Só assim patrocinador e patrocinado colherão os benefícios.

O que se verá a partir destes primeiros meses de 2014 no Brasil, por exemplo, é animador. Teremos frente a frente dois grandes grupos de patrocinadores, da seleção brasileira e da Copa do Mundo, ávidos pela exposição mundial e repletos de estratégias para não só exibir sua marca como explorar, em outros níveis, conceitos ligados aos serviços que prestam ou produtos que vendem.

Os embates entre Vivo e Oi, Nike e Adidas, Coca-Cola e Ambev e Visa e Mastercard serão mais emocionantes e decisivos que muitas das partidas jogadas dentro das quatro linhas.

Estas empresas estão estruturadas para colher os frutos dos altos investimentos feitos no país por pelo menos quatro anos, até a Copa do Mundo na Rússia. Pela experiência da CSM Brasil com diversos projetos e clientes, entre eles a Fifa, no mercado local, muitos desistem diante da primeira dificuldade, mesmo cientes de que o tempo de retorno é de pelo menos cinco anos.

Para aqueles que decidem investir em atletas, a decepção pode ser maior, já que contusões e baixo rendimento afetam diretamente a maneira como estes são usados nas ações comerciais ou de marketing. É preciso analisar os riscos para avaliar qual o melhor canal do patrocínio: um atleta, um clube, uma modalidade, uma federação.

Essa partida não termina em 90 minutos ou três sets, mas merece atenção até o fim.


Vai ter Copa? Pode até ter. Mas os Black Blocs prometem atrapalhar

1 de janeiro de 2014

Copa do Mundo | BOL - Notícias | Esportes | BR


Tiago Dantas Do UOL, em São Paulo
 

Após os protestos de junho de 2013, o povo voltou às ruas de 14 cidades do País no último sábado, 25, para fazer passeatas contra a Copa do Mundo. A segunda leva de manifestações não atraiu tantas pessoas quanto as marchas do ano passado, mas tem um foco bem específico, promete ter fôlego até julho e mostra uma participação mais efetiva dos Black Blocs.

O lema escolhido pelo movimento, "Não vai ter Copa", pode soar como uma demanda irreal. Quem participa dos protestos, porém, acredita que pode ao menos tentar atingir o objetivo. Se não for possível impedir a realização de um jogo, é provável que se crie tumulto suficiente para preocupar as autoridades e chamar a atenção da imprensa internacional.

Os Black Blocs assumiram, na manifestação de sábado, em São Paulo, parte do espaço que era ocupado pelo MPL (Movimento Passe Livre), principal motor das manifestações de junho. Pessoas que se identificam como sendo parte do grupo revelaram ao UOL Esporte que atuaram na divulgação do evento por meio do Facebook desde o fim de dezembro e ajudaram a colar cartazes e fazer pichações pela cidade com o objetivo de chamar as pessoas.

Já na passeata, jovens que cobriam o rosto com máscaras ou camisetas pretas formavam a linha de frente do protesto, indicando o roteiro que deveria ser seguido. Os Black Blocs costumam ficar à frente das manifestações e afirmam que só atacam se forem agredidos pelos policiais. No meio do caminho, lixeiras foram quebradas e vidros de agências bancárias, apedrejados. Um Fusca que tentou passar por um colchão pegando fogo no meio da rua foi incendiado.

"A gente não ataca a pessoa, o trabalhador, o manifestante. Se é para quebrar alguma coisa, é a propriedade do Estado que não nos representa, ou só representa uma parcela pequena da população e oprime a maior parte. A gente quebra um banco, que não nos representa também", disse um ativista do grupo, de 20 anos, que pediu para não ser identificado.

"Mas o BB abreviação de Black Bloc não é uma organização. É um movimento aberto. Tem gente que acredita em todo tipo de coisa", concluiu. Ao ser questionado sobre como definia sua atuação, outro jovem citou o lema do seu grupo, a Facção Central: "Não aceno bandeira, não colo adesivo, não tenho partido, odeio político. A única campanha que eu faço é pelo ensino e pro meu povo se manter vivo."

Em geral, os manifestantes evitam dar entrevistas, pois não acreditam nos grupos que controlam a "grande mídia" e temem que suas declarações sejam distorcidas. Quando falam, mantém o anonimato e evitam dar declarações pessoais, que possam ajudar a identificá-los.

Até seus perfis nas redes sociais são anônimos, mostrando fotos de mascarados, como a imagem de Guy Fawkes, utilizada pelo personagem de "V, de Vingança", e nomes que fazem alusão a revolucionários ou a seus apelidos.

"Defino o Black Bloc como uma forma de protesto", afirma a pesquisadora Esther Solano, professora de relações internacionais da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo), que tem se dedicado a estudar o assunto.

"O denominador comum é o uso da violência como forma de expressão. Eles notaram que o governo não os escuta. E que a única forma de se fazer ouvir é partindo para uma ação mais dura."

O que os Black Blocs defendem?

O grupo é formado, em sua maioria, por estudantes do Ensino Médio ou de faculdades públicas. Integrantes dos Black Blocs ouvidos pela reportagem se definem como anarquistas e se dizem contra qualquer tipo de controle do Estado.

Embora defendam a violência para chamar a atenção do poder público e aprovem a depredação de agências bancárias e outros prédios privados, os Black Blocs não admitem violência contra pessoas. Por isso, segundo o grupo, só atacam se forem agredidos antes.

Em alguns fóruns frequentados por Black Blocs são discutidas táticas para atrapalhar a realização da Copa do Mundo. A ideia do grupo é continuar convocando atos como o de sábado, mas diminuir o intervalo entre um protesto e outro conforme a Copa se aproxima.

Uma enquete, por exemplo, questiona se devem ser realizadas ocupações nos principais aeroportos do País para dificultar o embarque e desembarque de turistas e delegações. Há sugestões para bloquear as vias que dão acesso aos estádios e até ataques a ônibus de times que estiverem na cidade.

"Vai ter atentado a delegações, ônibus incendiados, ocupações", disse um jovem de 18 anos, que não quis se identificar, ao UOL Esporte. Ao ser questionado sobre quais suas principais reivindicações, o manifestante foi econômico: "Não vai ter Copa!"

Classe média é mais presente

Isso não significa, entretanto, que todas as pessoas que foram para as ruas são Black Blocs ou defendem abordagens violentas. Um grupo que se intitula Unidade Negra, por exemplo, montou uma página no Facebook na qual oferece apoio ao próximo protesto, marcado para 22 de fevereiro, em São Paulo, mas recomendou aos Black Blocs que evitem começar confrontos.

Movimentos sociais também apoiam o protesto. "Vi muitas caras novas nesse protesto, pessoas que não estavam na rua em junho do ano passado. Mas os grupos sociais e políticos mais estruturados e tradicionais ainda estão longe do movimento", diz Esther. "Em geral, não são pessoas das periferias mais distantes, mas são uma classe média que tem contato com os problemas do Brasil: as escolas públicas, filas em hospitais."

A cobrança por educação e saúde "padrão Fifa" já haviam surgido em meio às manifestações de junho, em meio a pedidos para reduzir tarifas de transporte. Agora, ao menos por enquanto, o foco é o investimento público na organização da Copa.

"As pessoas querem serviços públicos de qualidade, e nisso vejo muitas semelhanças com os protestos de junho de 2013. São pessoas reivindicando gastos públicos mais responsáveis", afirma o pesquisador Wagner Iglecias, doutor em Sociologia e professor do Curso de Graduação em Gestão de Políticas Públicas e do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da USP.

Segundo Iglecias é natural que as reivindicações tenham voltado às vésperas do Mundial. "As pessoas se sentem enganadas com a promessa do legado. Tirando algumas coisas em aeroportos, quase nada ficou pronto. Enquanto as cidades estão entrando em colapso, o governo investe alto em estádios", opina Iglecias.

MANIFESTANTES FORAM ÁS RUAS EM 14 CIDADES

Os protestos contra a Copa do de 25 de janeiro contra a Copa do Mundo levaram manifestantes para as ruas em 14 cidades. São Paulo teve a passeata mais movimentada. Um manifestante foi baleado pela PM e está internado em estado grave. Outras 135 pessoas foram detidas. Em Natal, 17 manifestantes foram detidos. Os jovens jogaram grades de ferro no alambrado da Arena das Dunas (foto), estádio recém-inaugurado.

Inércia do governo e repressão policial aumentam apoio

A falta de resposta do poder público às demandas populares e a repressão da Polícia Militar a manifestantes devem servir como combustível para os próximos protestos, na opinião do pesquisador Rafael Alcadipani, PHD em Ciência da Administração e professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

"O governo não está encontrando uma saída política para esse problema, apenas uma saída policial, que se mostrou ineficiente. E essa inércia só aumenta a quentura", diz Alcadipani. "Todos estavam esperando os protestos de sábado, pois sabemos que seria um termômetro de como será o ano. E, pelo jeito, será muito quente."

Iglecias acredita que a forma como os candidatos vão se posicionar com relação aos protestos também é um ponto importante. "Em um ano eleitoral, é impossível que os atores do jogo político não se posicionem em relação ao que está acontecendo nas ruas. Por mais que alguns grupos rejeitem partidos políticos, algumas pessoas podem se beneficiar."


Em 3 anos, Infraero pagou só 5% das multas aplicadas pela Anac

31 de janeiro de 2014
Copa do Mundo | O Globo Online | Economia | BR




Em manutenção. Um dos elevadores do Terminal 02 do Galeão está parado e só deve voltar a funcionar para a Copa, diz Infraero Fabio Rossi
Dos R$ 8,6 milhões em punições referentes a 1.317 autos de infração, apenas R$ 416 mil foram pagos. Já companhias aéreas desembolsaram 71% 
 
RIO, SÃO PAULO E BRASÍLIA - A Infraero, estatal que administra quase todos os aeroportos do Brasil, pagou apenas 5% das multas que recebeu da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) entre 2010 e 2012. 

De acordo com o órgão que regula o setor no país, dos R$ 8,6 milhões em punições referentes a 1.317 autos de infração, apenas R$ 416 mil foram pagos pela autoridade aeroportuária. Os problemas na fiscalização de aeroportos e agências de viagem fazem parte da série "No país do faz de conta", iniciada domingo pelo GLOBO. Para especialistas, a complexidade em punir um órgão do governo e a morosidade do processo administrativo contribuem para a infraestrutura precária dos aeroportos.

Às companhias aéreas, a Anac aplicou R$ 53,690 milhões em penas entre 2010 e 2012, só que conseguiu arrecadar 71% desse total: R$ 38,161 milhões. Para a Anac, a diferença na arrecadação ocorre pois "as companhias aéreas preferem pagar muitas vezes sem recorrer para ter desconto na multa, ou, quando recorrem, não passam das instâncias de dentro da Anac".

Isso porque as aéreas não querem perder o direito de voar, segundo especialistas. Por outro lado, de acordo com o órgão regulador, "os operadores aeroportuários preferem recorrer sempre, e quando não ganham o processo dentro da Anac, levam à Justiça". A Infraero, que não corre o risco de perder a administração aeroportuária por má gestão, disse que recorrer das multas é um procedimento normal.

Anac: 571 inspetores em 129 terminais

Segundo dados da Anac, a maior parte das multas aplicadas à Infraero se refere a deficiências no controle de acesso às áreas de segurança dos aeroportos. Além disso, há problemas diversos, como a falta no atendimento adequado a portadores de necessidades especiais e o não cumprimento, por parte dos funcionários, de procedimentos de segurança operacional com as bagagens e o trânsito de aeronaves no pátio, por exemplo. A Anac destacou que uma falha comum é a falta de qualificação obrigatória nas atividades de segurança e combate à incêndio.

O órgão tem 571 inspetores, entre especialistas e técnicos em regulação, para fiscalizar os 129 aeroportos do país, que tiveram fluxo superior a 87 milhões de passageiros nos 11 primeiros meses de 2013 - 27% acima do número de 2010. São, em média, quatro inspetores para cada aeroporto. A Anac espera reforço de 170 inspetores através de um concurso público.

- É assustador a Infraero ter pago só 5% das multas. A Infraero tem um histórico de gestão muito ruim, e ainda é do governo. Em tese, não pode haver nenhum problema na fiscalização nos aeroportos, mas a diferença com as companhias aéreas (que pagam a maioria das multas) é gritante.

Agora, a Anac tem de aumentar o rigor com a Infraero, como fez com as empresas - disse Jorge Eduardo Leal Medeiros, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) na área de transporte aéreo e aeroportos.

Renaud Barbosa, coordenador dos cursos de pós-graduação em logística da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getulio Vargas (FGV), lembrou que há diferenças entre aplicar multas a empresas privadas e a um ente do governo:

- O ambiente público já é mal gerido e, quando há aplicação de multas, tudo acaba se enrolando. Quando uma empresa aérea privada recebe uma multa, a Anac pode ameaçar com o corte de slots (o direito a espaços e horários nos pátios dos aeroportos) ou até impedi-la de voar. Mas no caso da Infraero, vai ameaçar de que forma? Há um conflito de interesse.

Defensor do modelo de privatização no setor, Barbosa disse que só com operadores privados a punição será mais eficaz. Galeão, no Rio, e Confins, em Minas, foram privatizados no ano passado. Em 2012, Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e Brasília passaram à iniciativa privada.

Em ano de Copa do Mundo, multiplicam-se os problemas nos aeroportos. No Galeão, na última sexta-feira, o ar-condicionado do terminal 1 não dava vazão. Sobram buracos no asfalto do estacionamento, que tem material de obra entre os veículos e tubulação de água aberta. O acesso também é precário: parte das portas automáticas não funciona, e o guichê de pagamento não tem refrigeração para os funcionários, que temem incêndios na fiação elétrica. No terminal 2, um dos quatro elevadores, que está em manutenção, só deve voltar a funcionar na Copa, bem como três das esteiras que ligam os terminais, segundo a Infraero.

- Aqui nunca vi fiscalização - disse um funcionário, sem se identificar.

Infraero: ar funciona normalmente

A Infraero informou que o ar-condicionado está funcionando normalmente. Em relação ao estacionamento, afirmou que o local está sofrendo "impactos temporários" devido às obras dos acessos do BRT Transcarioca. A autoridade portuária ressaltou que os materiais das obras são recolhidos diariamente. E que serão feitos ajustes na fiação das cabines de pagamento do estacionamento.

- A gente sabe que obras causam transtornos. Mas o calor é muito forte e isso está uma zona. Na Copa vai ser uma vergonha - disse o comerciante Ronaldo Carreiro.

Segundo a usuária Luciana Lima, é preciso dobrar o número de funcionários para que o aeroporto fique mais confortável e limpo. O consórcio Odebrecht e Changi, de Cingapura, só deve assumir a gestão do Galeão em agosto deste ano.

Em São Paulo, o consórcio privado já assumiu Guarulhos. Quem passa por lá percebe que os terminais 1 e 2 estão em constante manutenção. Metade dos elevadores está fechada, pois as máquinas estão sendo substituídas por novas, diz a GRU Airport, que administra o aeroporto.

- Fiquei muito tempo na fila para pegar o elevador. Estou sozinha e com muita mala, não dava para subir de escada rolante - contou a estudante Bárbara Finco.

Já o médico urologista Alberto Kobbaz, que se locomovia com muletas, reclamou do tempo que estava de pé:

- Estamos prontos para passar vergonha durante a Copa do Mundo.