O episódio das queimadas repõe uma pergunta e um desafio: Onde ter informação confiável quando mídia tradicional e redes sociais se equiparam na tentativa de inventar cada qual a sua própria verdade?
O que verdadeiramente está em jogo nessa história das queimadas na Amazônia – fator que sempre existiu, basta observar os muitos links que repontam para tais incidências ao longo de muitos e muitos anos? Por que, de repente, acontece toda essa celeuma? O que está em jogo?
Em primeiro lugar, nenhum de nós, em sã consciência, consegue acreditar nas chamadas fontes básicas de informação dos dias atuais: imprensa e redes sociais. A primeira é um bunker de oposição a tudo que se vincule ao presidente Bolsonaro, enquanto que nas redes sociais é preciso tempo e ânimo para filtrar informação.
A verdade é que existe sim uma cruzada contra o Brasil, de grupos que não aceitam, não toleram e não compreendem que o país, de repente, resolveu retomar para suas mãos o destino de seu povo. Não acredito em teorias da conspiração, mas é óbvio que nenhuma ONG que atua na Amazônia está preocupada com os índios e com a preservação das florestas. O que está em jogo é um modelo de negócios – ONGs – que começaram a ocupar partes da Amazônia ainda nos dois mandatos de FHC.
Era um tempo de ingenuidade, pode-se dizer até mesmo de puritanismo. E foi nos tempos de FHC que políticos brasileiros de TODOS os matizes ideológicos do centro para a esquerda, descobriram que era possível unir um discurso social e ecologicamente comprometido com a defesa da Amazônia e dos povos da floresta, com extração, venda e contrabando de muitos minérios que estão disponíveis no rico subsolo da região.
Era o tempo nos quais as ONGs tinham uma estrutura romântica, mas já interessadas nas riquezas facilmente encontradas em áreas conhecidas pelos indígenas.
Esse quadro passou a mudar já no fim do segundo mandato de FHC quando as ONGs passaram a se estruturar profissionalmente – com investidores estrangeiros, com fundos que traziam divisas para o Brasil quase que a margem do sistema financeiro nacional. Esse processo foi aprofundado nos governos do PT e dos partidos que faziam parte do grande consórcio de grupos de saqueadores.
Os desvios não foram coibidos, pelo contrário. Tornou-se prática cotidiana aquilo que era praticado por segmentos. As ONGs se transformaram em verdadeiros conglomerados empresariais, com estruturas que envolvem advogados, administradores, empresas de assessoria de comunicação, captação de recursos e divisão dos lucros entre os “donos” das empresas que se escondiam por trás de iniciativas do chamado 4º setor.
Ao conversar com militares, muitos deles com muitos anos de vida dentro da realidade da Amazônia, colhi a informação de que boa parte das ONGs atuam como braços de grupos econômicos mundiais e mesmo de governos de outros países. É aos seus verdadeiros “patrões” que reportam e prestam conta dos resultados financeiros.
Com a chegada de Bolsonaro ao poder, o novo governo impôs uma asfixia financeira e um maior controle sobre as atividades das ONGs – cientes e consciente de que se tem algo que o mundo não quer um país com as dimensões do Brasil sendo dono do seu próprio destino. Essa “asfixia financeira” está levando muitos dos grupos que se moviam de modo quase que imperceptível na imensidão da selva ao limite da sobrevivência. Muitas ONGs estão deixando o “trabalho”, desmontando estruturas, desligando pessoas que trabalhavam para elas. Sem o dinheiro do governo brasileiro e dos aliados estrangeiros, as organizações tentam redimensionar seu tamanho e sua estrutura para uma realidade com a qual não estavam acostumados a “trabalhar”.
Ainda hoje, lideranças indígenas e chefetes políticos dos confins do Amazonas contam da dinheirama que circulou por ocasião das eleições presidenciais de 2018. Alguns, mais exagerados, falam em malas de dinheiro, enquanto que outros chegam a rememorar cifras. Com a vitória de Bolsonaro chegava ao fim um tempo de muito dinheiro.
Estima-se que cerca de 60% das ONGs correm sérios riscos de paralisar suas atividades até o fim do ano, mantendo-se ativas apenas aquelas que possuem reserva financeira e parceiros que continuam investindo, ainda que temam pela diminuição das taxas de retorno sobre o montante investido. Há relatos que apontam sedes abandonadas em cidades do Amazonas, “trabalhos” interrompidos e comunidades indígenas que apenas trocaram de tutor: antes, trabalhavam para ONGs e agora passaram a atuar para o narcotráfico.
A cruzada europeia aparentemente em defesa das florestas e da biodiversidade da Amazônia reflete apenas e tão somente a visão colonialista de quem ainda se sente responsável pelas ações de outros países, sem ter a capacidade de cuidar de seus próprios problemas.
Claro que tudo é potencializado por redes de comunicação que atuam, de forma ideológica, comprometidas em reinventar a realidade – cenário no qual figuras públicas valem-se de fake-news para mostrarem um comprometimento que não passa de jogo de cena, caso de jogadores de futebol (Cristiano Ronaldo usou como sendo de queimada na Amazônia uma foto de um incêndio no RS), políticos (Macron usou uma foto de 2002, insinuando ser uma situação atual), artistas e oportunistas em geral.
Português cara de pau usa foto de uma queimada no RS como sendo queimada na Amazônia
Há problemas, sim – com certeza. Como houve problemas em tantos anos anteriores.
Macron, o amestrado, usa foto de queimada de 2002 para atacar o Brasil
A diferença é que agora há um governo que não aceita que paspalhos como Merkel e seu bonequinho de estimação que comanda a França seguindo ordens de Berlim, digam o que deve ser feito. O cenário é complexo, mas se tem alguém que não possui autoridade para falar em defesa da Amazônia são os “porta vozes” escolhidos pela mídia – que na realidade se transformou em câmara de eco de grupos políticos derrotados nas urnas.
O que dizer, então, de países colonialistas se arvorarem no direito de discutir a nossa realidade em uma reunião do G7, sem a presença de representantes do governo brasileiro.
Mas o que me tapa de nojo não é ler o que os boquirrotos europeus falam, mas a postura de brasileiros, devidamente amestrados na cartilha da submissão que a pedagogia de Paulo Freire inculca nos indivíduos, considerando criminosa qualquer manifestação de opinião divergente. A mídia brasileira sente falta da docilidade que os outros governantes tinham diante do jugo europeu e, em lugar de saudar a decisão brasileira de tomar o destino de pátria-povo e país em suas mãos, critica o enforcado que se nega a curvar a cabeça para receber a corda no pescoço.
Para esses, educado era o Lula bêbado se mijando nas calças e com cara de borracho em eventos públicos…