terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Parque norte-americano estuda espécie que mais gera problemas na natureza: humanos

Meio Ambiente


A lista que ações inapropriadas inclui selfies com animais selvagens e até pessoas que levam filhotes embora.
27 de junho de 2016 • Atualizado às 16 : 30
Parque norte-americano estuda espécie que mais gera problemas na natureza: humanos
Muitas infrações são estimuladas pelas redes sociais, com as pessoas buscando a foto ou vídeo perfeito. | Foto: Pedro Sala/iStock by Getty Images

Yellowstone é um dos parques nacionais mais famosos dos Estados Unidos. São quase nove mil quilômetros quadrados de área preservada, que abriga uma imensidão de espécies selvagens. Nos últimos anos, no entanto, o parque tem sofrido com os estragos feitos por uma espécie específica: os humanos.
 
 
O rastro de destruição e comportamentos inadequados fizeram as autoridades do parque contratarem um sociólogo que trabalha em tempo integral para analisar o comportamento dos turistas que visitam Yellowstone. A lista que ações inapropriadas inclui selfies com animais selvagens, afogamentos de adultos em áreas cuja entrada é proibida e até mesmo pessoas que levaram filhotes de animais embora por acharem que eles estavam perdidos.
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images


Para tentar minimizar a incidência de comportamentos que afetam a biodiversidade, a administração do parque aumentou a qualidade de placas e informativos espalhados pela reserva e os agentes de segurança também passaram a aplicar multas para quem for pego desobedecendo as regras locais. Mas, isso não é suficiente para acabar com as condutas inadequadas.


“A espécie menos estudada entre os animais do Parque Yellowstone é a experiência do visitante humano”, explicou superintendente do parque, Dan Wenk, ao site Mother Nature Network. Ele ainda completou dizendo que muitas infrações são estimuladas pelas redes sociais, com as pessoas buscando a foto ou vídeo perfeito, mesmo que isso inclua colocar em riso a vida selvagem ou a própria segurança.


O estudo do comportamento social de humanos no parque deve ajudar a administração a desenvolver novas maneiras de apresentar regras e informações, na esperança de que os turistas realmente as respeitem.



Redação CicloVivo

Veja as melhores fotografias de natureza de 2016

O concurso fotográfico recebeu mais de 50 mil inscrições de fotógrafos de 95 países.
25 de outubro de 2016 • Atualizado às 11 : 55
Veja as melhores fotografias de natureza de 2016
O fotógrafo norte-americano Tim Laman registrou a busca por alimentos de um orangotango ameaçado de extinção na Indonésia. | Foto: Tim Laman (EUA)
O concurso fotográfico de vida selvagem do Museu de História Natural de Londres é um dos mais famosos e prestigiados do mundo. Na edição deste ano, a competição recebeu mais de 50 mil inscrições de fotógrafos de 95 países.

Os vencedores foram divulgados na última semana e as cem melhores fotografias serão expostas no museu. Veja abaixo quais foram as imagens vencedoras em cada categoria.
  1. Vencedor Geral – “Vidas entrelaçadas”, Tim Laman (EUA)
    Foto: Tim Laman
    Foto: Tim Laman
  2. Jovem fotógrafo (até 17 anos) – “A Lua e o Corvo”, Gideon Knight (Reino Unido)
    Foto: Gideon Knight
    Foto: Gideon Knight
  3. Fotojornalismo – Imagem Única – “Cova dos Pangolins”, Paul Hilton (Reino Unido/Australia)
A imagem mostra quatro mil tatus pangolins enviados a China e Vietnã para abastecer o mercado de carnes não-convencionais e para a medicina tradicional local.
Foto: Paul Hilton
Foto: Paul Hilton
  1. Sob as águas – “Festa de pargos”, Tony Wu (EUA)
    Foto: Tony Wu
    Foto: Tony Wu 
  2. Urbano – “O gato do beco”, Nayan Khanolkar (Índia)
    Foto: Nayan Khanolkar
    Foto: Nayan Khanolkar
  3. Detalhes – “Tela de areia”, Tudi Sebastaian (Alemanha)
    Foto: Tudi Sebastaian
    Foto: Tudi Sebastaian
  4. Preto e Branco – “Sossego para uma coruja”, Mats Andersson (Suécia)
    Foto: Mats Andersson
    Foto: Mats Andersson
  5. Plantas e Fungos – “Composição dos ventos”, Valter Binotto (Itália)
    Foto: Valter Binotto
    Foto: Valter Binotto
  6. Impressões – “Astro”, Luis Javier Sandoval (México)concurso_fotografia_10
  7. Aves – “Tentativa de despejo”, Ganesh H Shankar (Índia)concurso_fotografia_11
Redação CicloVivo

Comparativo mostra quanto vale a natureza e quanto valem os negócios

Negócios


Esses números nos fazem refletir se realmente estamos valorizando aquilo que mais nos importa.
28 de novembro de 2016 • Atualizado às 17 : 53
Comparativo mostra quanto vale a natureza e quanto valem os negócios
Investir em conservação ambiental também pode ser um negócio muito rentável. | Foto: iStock by Getty Images

 O recrsos naturais podem ser mensurados de diferentes maneiras e existem características impossíveis de serem quantificadas, como a beleza, por exemplo. No entanto, como quase tudo no mundo gira em torno de dinheiro, o Dr. Tony Juniper, em parceria com a ONU, monetizou parte da natureza para que ficasse mais fácil para nós entendermos quanto vale aquilo que estamos destruindo, preservando ou priorizando.
 
 
Os números mostram que investir em conservação ambiental pode ser um negócio muito rentável. No entanto, essas informações também nos fazem refletir se estamos realmente valorizando o que mais nos importa.


Veja abaixo algumas comparações divulgadas pela BBC:


Recursos Naturais:
Água Potável
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images
Árvores
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images
Recifes de Corais
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images
Plânctons
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images
Abelhas e outros polinizadores
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images
Tubarões
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images
Grand Canyon
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images

Recursos artificiais:
EUA
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images
Walt Disney
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images
Starbucks
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images
Cristiano Ronaldo
Foto: iStock by Getty Images
Foto: iStock by Getty Images



Redação CicloVivo 

 

Mercados financeiros estão perdendo rapidamente a confiança nos combustíveis fósseis

Negócios


A indústria de petróleo e gás está atualmente experimentando um nível sem precedentes de fatores negativos.
26 de dezembro de 2016 • Atualizado às 12 : 50
Mercados financeiros estão perdendo rapidamente a confiança nos combustíveis fósseis
O desinvestimento nos combustíveis fósseis ultrapassa US$ 5 trilhões. | Foto: iStock by Getty Images

 O investimento global dos combustíveis fósseis dobrou nos últimos 15 meses, com o comprometimento assumido por instituições e indivíduos que controlam US$ 5.197 trilhões em ativos. De acordo com uma nova análise divulgada no início de dezembro por Arabella Advisors, 688 instituições e 58.399 pessoas em 76 países já se comprometeram a alienar seus investimentos em combustíveis fósseis.
 
 
Os setores que historicamente impulsionaram o movimento – incluindo universidades, fundações e organizações religiosas – respondem por 75% dos novos compromissos. Representantes de finanças, filantropia, fé, entretenimento, educação e outros anunciaram esses números e mostraram seu apoio ao movimento em uma conferência de imprensa internacional simultânea em Nova York e Londres – incluindo o ex-executivo da Mobil Oil, Lou Allstadt, que ajudou a implementar a fusão da Exxon-Mobil.

“Um ano após a adoção do histórico Acordo Climático de Paris, está claro que a transição para um futuro de energia limpa é inevitável, benéfico e em andamento, e que os investidores têm um papel fundamental a desempenhar”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
“Eu elogio o anúncio de que um número crescente dos investidores está apoiando o afastamento das fontes de energia mais intensivas em carbono em favor de fontes energia seguras e sustentáveis. Investir em energia limpa é a coisa certa a fazer – e a maneira esperta de construir a prosperidade para todos, protegendo o nosso planeta e garantindo que ninguém seja deixado para trás. ”



“No momento em que o ano mais quente na história chega ao fim, torna-se inegável o sucesso do movimento mundial de desinvestimento dos combustíveis fósseis. O que começou em alguns campus universitários nos Estados Unidos se espalhou para todos os cantos do mundo e diretamente para o mainstream financeiro. O desinvestimento tem permeado todos os setores da sociedade: desde universidades e fundos de pensão, até instituições filantrópicas e culturais, cidades, grupos religiosos, companhias de seguros e muito mais. Agora, ao atingir US$ 5 trilhões, o movimento não poderá ser detido. As instituições e os investidores devem escolher se estão do lado certo da história”, disse May Boeve, diretora executiva da 350.org, a organização cujos membros lideraram a campanha de desinvestimento.


O apoio ao movimento pelos early adopters está sendo cada vez mais equiparado pelo apoio de instituições voltadas para o lucro, como grandes fundos de pensão, seguradoras privadas e bancos, que representam US$ 4,5 trilhões em ativos, citando riscos climáticos para suas carteiras de investimento.



À medida que mais instituições financeiras se comprometem a desinvestir, a indústria enfrenta um escrutínio maior. “A indústria de petróleo e gás está atualmente experimentando um nível sem precedentes de fatores negativos – de lucros reduzidos a um aumento de empréstimos para pagar dividendos – enquanto os custos de energia solar, eólica e baterias continuam a cair.”, declarou Lou Allstadt, ex-vice-presidente executivo da Mobil Oil.


“Os mercados financeiros estão rapidamente perdendo a confiança nos combustíveis fósseis. Uma revolução tecnológica está em andamento nos setores de energia e transporte, com a energia solar e os carros elétricos mais baratos cortando a demanda por carvão e petróleo.”, disse Mark Campanale, fundador e diretor executivo da Carbon Tracker Initiative.
Esses compromissos globais e sem precedentes dos setores público e privado estão cimentando ainda mais o apelo para uma transição de energia limpa – e desafiam a política energética norte-americana do governo Trump, que está ganhando contornos que favorecem a expansão dos financeiramente arriscados e ambientalmente destrutivos combustíveis fósseis.



Para obter mais informações sobre o anúncio e para baixar o relatório de Arabella Advisors, visite www.divestinvest.org

Ameaças e impactos ambientais persistem com garimpo no Rio Madeira


Por Vandré Fonseca
*Texto originalmente publicado no Blog do Infoamazonia, por Vandré Fonseca
Desova de quelônios, como as tartarugas, ocorre em diversos pontos da bacia do Rio Madeira. Nesta imagem, elas estão no Rio Guaporé. Foto: Rosinaldo Machado/Secom-RO
Desova de quelônios, como as tartarugas, ocorre em diversos pontos da bacia do Rio Madeira. 
Nesta imagem, elas estão no Rio Guaporé. Foto: Rosinaldo Machado/Secom-RO


O garimpo continua a causar danos no Rio Madeira, no Amazonas, enquanto autoridades ainda definem o que fazer. Em um sobrevoo realizado novembro, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente confirmou presença de um grande número de balsas de extração de ouro na área, mas aguarda a definição de órgãos federais para agir, pois se trata de um rio de jurisdição federal. Além dos resíduos da atividade, como óleo e mercúrio, o garimpo causa danos às praias de desova de quelônios.


A atividade já é antiga e conhecida na região de Novo Aripuanã, onde balsas estacionadas sobre a água retiram o cascalho do leito do rio, em busca do metal. Mas o estrago neste ano tem sido muito maior. A fofoca, notícia que corre entre garimpeiros sobre a descoberta de outro, atraiu também dragas, com uma capacidade maior de processamento de cascalho e estragos ao meio ambiente. E pior: o ouro está no limite da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Madeira.

"Este ano vamos ter menos filhotes nascendo nas praias"
 
 
“Encontraram um local com grande concentração de ouro na unidade de conservação e, nessa seca, vieram garimpeiros de vários locais, que entraram nos limites da reserva”, conta Miquéias Santos, gestor da reserva. As dragas estavam trabalhando nas praias usadas por tartarugas-da-amazônia e tracajás para a postura, o que, segundo Miquéias Santos afastou muitas fêmeas que aguardavam o momento de subir à praia para deixar os ovos enterrados. “Este ano vamos ter menos filhotes nascendo nas praias”, lamenta. Depois que o gestor recebeu a notícia, em outubro, foi montada uma operação com apoio de policiais de Novo Aripuanã.

Confira mapa da região
Ameaçado de morte
As dragas saíram dos tabuleiros, mas Miquéias passou a ser ameaçado e teve de deixar a região por questões de segurança. Ele já conhecia a pressão sofrida por quem atua em favor do meio ambiente no interior da Amazônia. Mas, desta vez, a situação ficou bem mais séria.


Miquéias conta que foram passados “recados” de terceiros e ele chegou até a receber uma visita no escritório da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, em Novo Aripuanã. Porém, o gestor da reserva prefere não dar muitos detalhes sobre as ameaças, que afirma estarem sendo investigadas tanto pela secretaria quanto pela polícia.


Difícil regulação
Tanto as cooperativas de balsas quanto as dragas possuem áreas no espelho d´água para operar no Rio Madeira concedidas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), mas nem sempre elas respeitam esses limites. Além disso, o garimpo no Rio Madeira foi regulamentado pelo Amazonas em 2012 por uma resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEMAAM).


A resolução prevê, entre outras coisas, licenciamento das balsas e uso do cadinho, uma ferramenta que impede a emissão de vapores de mercúrio e o despejo do metal no rio. Além de reduzir os impactos no meio ambiente, o equipamento é economicamente atrativo por evitar o desperdício do mercúrio, usado para separar o ouro do material retirado do fundo do rio. Porém, mesmo garimpeiros que estão há anos na região ainda trabalham irregularmente, sem o licenciamento exigido.


A Marinha também acompanha a situação, por se tratar de de uma hidrovia federal. De acordo com informações do Nono Distrito Naval, responsável pela Amazônia Ocidental, são realizadas operações mensais ao longo do Madeira. Em novembro, segundo informações do comando do Distrito Naval, 20 balsas foram notificadas e 12 apreendidas por oferecerem risco ao tráfego de embarcações, já que estavam bloqueando a passagem de barcos.
Balsa apreendida em operação policial no Rio Madeira. Foto: Cecoms/PMRO
Balsa apreendida em operação policial no Rio Madeira. Foto: Cecoms/PMRO


Mais de duas mil balsas trabalham este ano no Rio Madeira, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amazonas. A situação se agravou recentemente com a chegada das dragas de garimpeiros de Rondônia e Pará, que têm capacidade de provocar um impacto muito maior do que as balsas. É que as dragas, além de serem muito mais potentes, podem trabalhar o ano inteiro, já que alcançam uma profundidade maior e, assim, não dependem do nível do rio. Por conta da profundidade, as balsas em geral só trabalham metade do ano.


As balsas costumam ser equipadas com motores de caminhões adaptados. O garimpo geralmente é feito por duas pessoas, que se revezando no mergulho para fazer a sucção de sedimentos a profundidade de poucos metros. As dragas não necessitam de mergulhadores e têm uma potência muito superior, mas significam também um investimento bem maior, de cerca de R$ 2 milhões.
O secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Antonio Stroski, comenta que as cooperativas de garimpeiros reclamam de dificuldades para a regularização e acreditam que o decreto que regulamenta a atividade deveria ser atualizado. A legislação está em discussão e já foi tema de audiência pública na Assembleia Legislativa do estado. Mudanças devem ocorrer no primeiro semestre de 2017.
Antonio Stroski: “Queremos que as balsinhas se regularizem porque existe um componente social”. Foto: SEMA
Antonio Stroski: “Queremos que as balsinhas se regularizem porque existe um componente social”. Foto: SEMA

Um dos pontos em discussão é o comércio de mercúrio, obtido pelo garimpeiro a um alto custo, de cerca R$ 1.000/kg em um mercado informal, segundo o secretário. Mas, segundo ele, não adianta impor regras que deixam de ser respeitadas, mas buscar uma solução que reduza os impactos. No caso do mercúrio, é importante que seja gradativamente retirado da atividade, de acordo com Stroski.


“Queremos que as balsinhas se regularizem porque existe um componente social: eles conseguem uma renda maior com ouro do que com agricultura ou extrativismo”, defende o secretário. “Mas tem também uma questão e um desafio ambiental, a preocupação com os resíduos acompanhada com a qualidade da água e os impactos sociais”, completa o secretário.