quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Cana-de-açúcar ameaça a floresta amazônica brasileira e o clima mundial – etanol brasileiro não é limpo



Por Lucas Ferrante e Philip Martin Fearnside

Em 06 de novembro de 2019, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro e seus ministros da Economia e Agricultura assinaram em conjunto um decreto que extingue o zoneamento ambiental da cana-de-açúcar, que havia restringido o avanço dessa cultura na Amazônia e no Pantanal. A mudança ameaça drasticamente esses biomas. Demonstrou-se que as plantações de cana-de-açúcar ameaçam a biodiversidade, seus efeitos se estendendo além das áreas cultivadas até as florestas adjacentes. Uma versão anterior em Inglês deste texto foi publicada pela Mongabay.


Em 2018, o Senado brasileiro considerou revogar o decreto de 2009 que estabeleceu o zoneamento para a cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal. Como apontamos em uma carta publicada na revista Science na época da proposta do Senado de 2018, permitir que a cana se expandisse para a Amazônia afetaria a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, com impactos que se estendem a outras áreas do País.


Por temer boicotes internacionais, a proposta de 2018 foi contestada pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), uma posição que agora mudou. Felizmente, em 2018, senadores suficientes nos comitês-chave estavam convencidos das consequências desastrosas da proposta e decidiram não liberar esta cultura. Agora sob o presidente Bolsonaro, o mesmo desastre está sendo desencadeado por um simples decreto presidencial.
Cana-de-açúcar teve o plantio liberado na Amazônia e Pantanal
(Foto: Wenderson Araújo/CNA)
Ignorando todas as pesquisas sobre o assunto, o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar, Evandro Gussi, publicou recentemente uma nota no site da UNICA alegando que o zoneamento ambiental não seria mais necessário para a cana nos biomas Amazônia e Pantanal, sob a justificativa que o Renovabio (a política de biocombustíveis aprovada em 2017) seria suficiente para mitigar esses impactos. Isso carece de apoio científico.


A cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal gerará impactos sem precedentes, e não podemos considerar que os biocombustíveis brasileiros sejam “limpos” e livres de associação ao desmatamento e degradação ambiental na Amazônia. Em 2018, os países da União Europeia importaram mais de 43 milhões de litros de etanol brasileiro derivado da cana, de acordo com dados oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo brasileiro. Como é o caso para todas as mercadorias, os países importadores precisam avaliar o impacto ambiental que a produção dessas mercadorias causa no clima global, por exemplo, através da destruição da floresta amazônica.


A expansão da cana-de-açúcar na Amazônia não afetaria apenas a maior floresta tropical do mundo, mas também prejudicaria a capacidade agrícola do Brasil. O desmatamento da Amazônia aumentou em 85% em 2019 comparado com o ano anterior, resultado da retórica antiambiental do governo Bolsonaro e do desmantelamento das agências ambientais do país. Esse clima político torna os danos prováveis ​​do decreto de 06 de novembro ainda maiores.
Desmatamento no Mato Grosso (Foto: Alberto César Araújo)

A fotografia acima mostra a colheita da cana-de-açúcar (Foto: Wenderson Araujo/CNA)

Lucas Ferrante possui formação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL) em Minas Gerais, Mestrado em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e atualmente é Doutorando em Biologia (Ecologia) também no INPA. É pesquisador associado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Serviços Ambientais da Amazônia (INCT-SERVAMB). Desenvolve pesquisas e popularização da ciência sobre a influência das ações humanas sobre a estrutura, dinâmicas, clima e biodiversidade de paisagens, em especifico florestas tropicais, bem como povos tradicionais que vivem na floresta, tendo como intuito minimizar os danos causados pela mudança da paisagem, expansão agropecuária e mudanças climáticas sobre pessoas, fauna e serviços ecossistêmicos. Neste contexto tem avaliado principalmente efeitos de diferentes matrizes agrícolas, mudanças da paisagem e mudanças climáticas sobre biodiversidade, biomas e serviços ecossistêmicos. Tem pesquisado agentes do desmatamento, buscando políticas públicas para mitigar conflitos de terra gerados pelo desmatamento, invasão de áreas protegidas e comunidades tradicionais, principalmente sobre Terras indígenas e Unidades de Conservação na Amazônia ( lucasferrante@hotmail.com).
Philip Martin Fearnside é doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Michigan (EUA) e pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM), onde vive desde 1978. É membro da Academia Brasileira de Ciências e também coordena o INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) dos Serviços Ambientais da Amazônia. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), em 2007. Tem mais de 500 publicações científicas e mais de 200 textos de divulgação de sua autoria que estão disponíveis aqui.

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É oficial o homem é uma praga e coloca o planeta em risco




É oficial o homem é uma praga e coloca o planeta em risco

A vida selvagem no planeta corre sérios riscos de total extermínio devido à presença humana, com quase (8) bilhões de seres humanos consumindo diariamente os recursos naturais, a espécie é declarada oficialmente como sendo uma (praga humana).



O avanço em áreas selvagens é rápido de mais para os animais se adaptarem as novas regras, seu alimento é a cada dia mais escasso, poluição, desmatamento, envenenamento e doenças são uma das principais “qualidades humanas”.
O aquecimento global causado pela ação do homem esta chegando ao seu limite, o planeta se tornará tão quente sem florestas que a vida será exterminada. O Brasil é um dos países que mais água potável possuía no mundo, com o desmatamento e a substituição das florestas pela cana-de-açúcar, soja, gado e eucaliptos, perde-se (1) trilhão de litros de água/minuto.

Alguns estados como o (MS) (SP) (MG) entre todos menos ainda a Amazônia, serão estados desérticos, em (2015) foi uma pequena amostra da grande seca que acontecerá em um futuro muito breve, só que desta vez para sempre.

As únicas soluções drásticas e necessárias para salvar as espécies inclusive a humana, será caçar e matar todos os caçadores e desmatadores, assim como também os receptadores, o controle populacional principalmente na Índia, China e países emergentes onde existem ainda florestas como no Brasil e África, o controle da natalidade deve ser drástico.


Sem controle, teremos uma população de (11) bilhões de humanos e, (8) bilhões de mendigos espalhando doenças, se esta sociedade chegar a este estágio de superpopulação, já não existirá mais rios, animais ou florestas, os aquíferos serão seus últimos recursos de agua potável, mas infelizmente esta agua já se encontra extremamente contaminada pelos agrotóxicos sendo improprio seu uso para beber e até se banhar, envenenada por agrotóxicos principalmente no cultivo da exótica cana-de-açúcar, a espécie humana não terá futuro sem o controle de nascimento e sem preservação ambiental.





Não solte fogos, eles causam câncer e atacam o sistema neurológico e psicológico das crianças, matam, maltratam e adoece animais e humanos. Não frequente zoológico, não compre animais adote (1).



Não estamos sozinhos, é vital dividirmos espaço com outras criaturas ou seremos também eliminados do planeta. Proteger as árvores, os animais, rios e mares são dever cívico de cada cidadão. Seremos todos responsabilizados, pelo mal que estamos fazendo a natureza.
Conheça o Ache Tudo e Região  o portal de todos Brasileiros. 

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Copyright © 1999 Todos os direitos reservado. (Declaração de Privacidade). Revisado em: 30 abril, 2019

Gazeta do Povo – Brasil é país agrícola: aceita que dói menos (Diga isso para os milhões de aves e de animais que vão morrer graças ao desmatamento e ao agrotóxico no Pantanal e na Amazônia)


 Resultado de imagem para Ave envenenada


Será que para eles vai doer menos? 

[17/02/2020] [16:42]

Meu primeiro prêmio no jornalismo foi resultado da cobertura do escoamento da safra de soja para o porto de Rio Grande, na boleia de um Fenemê. Foi em 1972. De lá até hoje, a área plantada não chegou sequer a dobrar, mas a colheita quintuplicou, numa invejável produtividade, que compete com o meio-oeste americano. Um bilhão e meio de habitantes do planeta podem ser alimentados pelo trabalho e tecnologia de 5 milhões de produtores rurais brasileiro. Produzem quase uma quarta parte do PIB e respondem por metade das exportações. Somos campeões mundiais em açúcar, café, suco de laranja, soja, carnes. A produção da terra passa de 1 bilhão de toneladas. O agro, com toda sua cadeia econômica, gera 40% dos empregos no Brasil. Um sucesso absoluto.

Naqueles anos em que eu iniciava o jornalismo nas páginas de economia do Jornal do Brasil, a ênfase era para o sonho de o Brasil tornar-se um país industrializado. O mundo desenvolvido tinha por sinônimo a industrialização. A agricultura e pecuária pareciam atividades do passado. Hoje a indústria patina nos números, na renovação, na atualização. Vai bem a indústria voltada para o campo e lavoura – moderna, digitalizada.

Mas o setor industrial foi ultrapassado pela agropecuária na participação do PIB. Enquanto os produtores rurais pensam para o futuro e vivem o futuro, com todas as dificuldades de escoamento e embargos tributários e trabalhistas, a indústria parece presa a um ritmo discreto e lento.

O mundo urbano parece não se dar conta da riqueza do agro. Há quem pense que o alimento aparece na prateleira do supermercado vindo de alguma indústria. Já ouvi uma repórter falar em “fábrica de leite”. Esclareci a ela que fábrica de leite se chama vaca. Já fui visitado por um menino carioca que nunca havia visto uma galinha com penas e cacarejando no galinheiro; só o frango depenado e limpo no balcão frigorífico. E há os que combatem os que produzem no campo, sem saber que seu prato farto e acessível a cada refeição é produto do entusiasmo dos produtores rurais. O agro foi o que nos fez respirar, equilibrando nossas contas externas, quando os anos Dilma nos afogavam em recessão.

Hoje no campo, insumos essenciais já são o computador e a conectividade. O campo está digitalizado. Há milhares de produtores trabalhando com defensivos naturais e buscando fertilizantes que diminuam a dependência dos importados. E tudo isso ocupando apenas uns 8% do território nacional. Os ruralistas do brasilzão real estão dando exemplo de desenvolvimento e progresso, mesmo com o emaranhando de normas, que parecem ser de um país masoquista, que quer ser pobre mas tem um tremendo potencial para ser riquíssimo. O potencial de produzir cada vez mais o mais essencial dos produtos, que é o alimento.

 http://centralsul.org/2019/agrotoxicos-causam-morte-em-massa-de-abelhas/

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2018/10/29/antas-contaminadas-alertam-uso-de-agrotoxicos-proibidos-no-brasil.ghtml

 https://www.omane.com.br/coluna/alimentos-com-agrotoxicos-causam-doencas-e-mortes.html

https://www.acritica.com/channels/governo/news/sapo-raro-da-amazonia-pode-ser-extinto-apos-liberacao-de-agrotoxico-pelo-governo-federal

https://www.achetudoeregiao.com.br/noticias2/praga_humana.htm

O Estado de S. Paulo – ‘O agronegócio se preocupa, sim, com questão ambiental’ .Será????

O Estado de S. Paulo – ‘O agronegócio se preocupa, sim, com questão ambiental’ / Entrevista / Teresa Vendramini

Pecuarista assume o comando de entidade centenária para construir ponte para discutir questões ambientais.

Mônica Scaramuzzo

Primeira mulher a assumir a presidência da centenária entidade Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teresa Vendramini, a Teka, quer promover um amplo diálogo com os produtores agrícolas sobre as questões ambientais, tema considerado sensível para o agronegócio.

Pecuarista e socióloga, Teka teve o apoio de três diretores da SRB para presidir a entidade a partir deste ano até 2022. “Chego aqui carregando 100 anos de história nas costas”, diz. Teka também promoveu a renovação na entidade, que completa 101 anos em 2020, trazendo três jovens líderes com menos de 30 anos. A seguir, os principais trechos da entrevista.

• Qual o peso de ser a primeira mulher a assumir a Sociedade Rural Brasileira, um setor predominantemente masculino? Chego carregando 100 anos de história nas costas. A Rural tem um passado tão glorioso, com um celeiro de líderes nesses últimos anos, que é uma honra estar com eles aprendendo e também ajudando a construir novos caminhos. Tenho de honrar o que foi feito até agora e trazer os agricultores para novas discussões.

• Quais serão os grandes temas para debate no seu mandato? Um dos meus temas é trazer o produtor rural para discutir a questão ambiental. Nós passamos por um turbilhão no ano passado (por causa dos incêndios na Amazônia). Quero criar um comitê da Amazônia aqui na Rural para debater essas questões.

• Como será esse comitê? Tenho conversado com um produtor rural do Pará, associado à SRB, que conhece todos os problemas da Amazônia e que está disposto a fazer a ponte com agricultores locais da região. Isso é uma coisa nova dessa diretoria. Eu vou para Marabá, entre março e abril, para efetivar esse comitê e conhecer os outros produtores que estão lá. Minha preocupação é ter também um produtor que olhe para os dois lados.

• Quais lados?

Às vezes, acho que o agricultor fica só do lado da produção, mas hoje em dia a coisa está tão mais aberta. Temos de debater, é um tema sensível. Quem estiver comigo, teria de ter mais maleabilidade.

• Como está a interlocução da SRB com o governo?

A Rural pega todas as demandas e indagações dos agricultores e leva para governo, Congresso e Judiciário. Faz essa ponte. Então é óbvio que essa diretoria e essa nova presidente em construção vão continuar sendo essa ponte.

• A sociedade civil colocou o agricultor como um vilão nesta história. Como provar que o agricultor não é vilão?

Acho que qualquer historinha tem os bandidos e os vilões. Então, isso está em construção também. Quem sabe trazendo história real. Não dá para dizer que o agricultor é péssimo, que degrada. Não é isso. A maior parte preserva, cuida. Tenho feito viagens e vejo como eles se ressentem do que falam dele do outro lado do País. Eu quero trazer essas histórias para que se conheçam as práticas ambientais deles.

• Como vai ser essa conversa da SRB com os ministérios da Agricultura e Meio Ambiente. No ano passado, esses dois ministérios não estavam tão alinhados. Espero conseguir levar umas pautas adiante. Sou uma pessoa de ouvir muito, pondero. A maturidade me deu isso. Quero ser a ponte bem grande para construir esses diálogos.

• Construir essa ponte em Brasília ou no exterior, que tem essa • Pecuarista do interior de São Paulo e socióloga, Teresa Vendramini, a Teka, foi eleita este ano para mandato de três anos. Era associada à SRB e tornou-se diretora de pecuária da entidade em 2017 imagem do País que só desmata? O nosso maior desafio é reverter essa imagem fora. Não tenho dúvida. A gente (vai conseguir) se organizando com comitê da Amazônia, com pessoas sérias que querem contar suas verdadeiras histórias. Podemos debater e mostrar que o agronegócio está preocupado, sim, com questões ambientais.

• Qual foi a motivação para trazer para diretoria pessoas da nova geração?

Foi uma preocupação muito grande minha no ano passado, quando estava na diretoria. Comecei a pensar em quais são os ativos da Rural. Tem uma moçada aqui dentro jovem que é o grande ativo e só está esperando uma oportunidade para trabalhar. Estou tentando identificar outros. Preciso de gente para trabalhar comigo e ajudar a carregar este piano.

• Qual o desafio da SRB sobre a vigilância sanitária?

Quando ainda era diretora de pecuária, fui acompanhar o plano nacional de erradicação da vacinação da febre aftosa. Acompanhei muito esse assunto no Brasil. Aprendi muito com Pedro de Camargo Neto (vice-presidente da SRB) a importância da vigilância sanitária para o País. Faz dois anos que o Ministério da Agricultura fez uma avaliação dos Estados. São Paulo é o segundo pior Estado em vigilância sanitária do Brasil, e é o Estado mais rico. O que aconteceu? Fiquei preocupada, com medo de surtos. A SRB tem de debater com o governo.

• E a educação no campo não ajudaria?

Uma produtora da região de Bauru (SP) um dia me ligou para falar sobre o avanço da indústria da árvore no Estado, que arrendou fazendas grandes e médias, e deixou os pequenos fora do jogo. Fui lá dar palestra.

• Então, a SRB vai passar a olhar não somente as questões dos latifundiários para representar os pequenos produtores?

Olha só a oportunidade que estou tendo! Não representar só os grandes. Eu quero ser esse meio. O Brasil é esse chão.