terça-feira, 25 de julho de 2023

Fotógrafo registra raríssimo peixe que anda sobre barbatanas, espécie em risco crítico de extinção

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Fotógrafo registra raríssimo peixe que anda sobre barbatanas, espécie em risco crítico de extinção

Fotógrafo registra o raríssimo peixe que "anda" sobre barbatanas, espécie em risco crítico de extinção

Foram necessários três dias para que o fotógrafo francês Nicolas Remy conseguisse finalmente registrar o raríssimo peixe-mão-pintado (Brachionichthys hirsutus), no fundo de um rio na Tasmânia. O feito foi muito celebrado porque esse não era qualquer peixe. Usando suas barbatanas peitorais e ventrais para se locomover, ele consegue “andar” sobre o solo arenoso. Além disso, essa é uma espécie criticamente ameaçada de extinção, estima-se que sejam apenas 3 mil dessas criaturas na natureza.

Com o flagrante incrível, Remy conquistou o primeiro lugar na categoria Água Doce do concurso Ocean Art Underwater Photo Competition, uma das mais prestigiadas competições de fotografia subaquática do mundo, da qual falamos em janeiro nesta outra reportagem.

Não foi nada fácil fazer a foto do peixe-mão-pintado. A temperatura da água no rio Derwent beirava os 10oC e a visibilidade não é boa. Suas cores, um bege pincelado com pintas marrons ou alaranjadas se misturam na escuridão, o que o ajuda na hora de capturar suas presas.

Na primeira aparição do peixe-mão-pintado o máximo que o fotógrafo obteve foi um borrão. Todavia, determinado, passou mais de nove horas embaixo da água até que chegasse à imagem perfeita, ganhadora do prêmio.

Foi preciso aperfeiçoar sua técnica para evitar o mínimo de movimentação de suas nadadeiras e assim o lodo não fosse remexido, afetando a qualidade da foto.

Com o belíssimo registro, o profissional tem esperança que a espécie tão pouco conhecida pela grande maioria das pessoas possa ser protegida.

Também chamado de peixe-mão-manchado ou peixe-mão-malhado, esse tipo de tamboril só é encontrado em algumas áreas do estuário de Derwent, na Tasmânia, ao sul da Austrália, e em nenhum outro lugar do mundo. Antes abundante naquela região, seu desaparecimento foi provocado pela poluição marinha e também, pela chegada de um peixe de uma espécie invasora, que se alimenta de seus ovos.

Uma das curiosidades desse peixe australiano tão raro é possuir algo que se assemelha a uma antena sobre o nariz. Biólogos não sabem exatamente qual sua função, mas suspeitam que ela possa atrair suas presas.

Medindo aproximadamente 12 centímetros de comprimento quando adulto, ao nascer ele não mede mais do que 7 milímetros.

Vale ressaltar que o peixe-mão-pintado não é o único ser marinho a ter essa habilidade. Já mostramos aqui no Conexão Planeta também quatro outras espécies de ‘tubarões tropicais caminhantes’, que usam as barbatanas para andar.

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Foto de abertura: divulgação Ocean Art 2022 / Nicolas Remy

Ilha do Bananal tem redução de 30% na área alagada e pode deixar de ser uma ilha, diz pesquisador

 

Por Ana Paula Rehbein e Patrício Reis, TV Anhanguera e g1 Tocantins

 





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Ilha do Bananal no TO pode deixar de ser a maior de água doce do mundo; entenda

As chuvas na Ilha do Bananal eliminaram os focos de incêndios que atingiam áreas de preservação permanente desde julho. Só que o volume ainda não é suficiente para recuperar os rios da região. Especialistas alertam para o risco da região perder o título de maior ilha fluvial devido ao avanço da estiagem nos últimos anos e a perda da área alagada.


Desde domingo (26) as pancadas são recorrentes na Mata do Mamão, que concentra a maior área de floresta nativa e onde tinham sido destruídos mais de 37 mil hectares neste ano. Com isso a força-tarefa que contava com homens do Ibama, ICMBio e Funai começou a ser desmontada. Em alguns locais chegou a ser registrado 51 milímetros de chuva nos últimos dias.


Só que os rios Javaé e Formoso, ainda estão em estado crítico com o nível de profundidade em torno de 25 e 30 centímetros em muitos pontos, de acordo com o sistema de monitoramento da Universidade Federal do Tocantins.


Segundo pesquisadores da UFT, desde 2004 não há registro de transbordamento nos rios que formam a Ilha do Bananal. As chuvas não são suficientes para encharcar o solo, durante o ano todo.


"É um processo cumulativo, ou seja, você pode ter uma sequência de anos que chove abaixo da média, mas não muito abaixo, provocando uma crise hídrica. A gente vê que como a seca é mais severa a gente precisa que no período chuvoso tenha chuva acima da média de forma mais uniforme, mais bem distribuída, para que a gente tenha uma situação um pouco mais confortável para o próximo período de estiagem, que é certo", comentou o doutor em recursos hídricos Fernan Vergara.

Seca tem reduzido a área alagada da Ilha do Bananal nos últimos anos — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Seca tem reduzido a área alagada da Ilha do Bananal nos últimos anos — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A Ilha do Bananal é cercada pelos rios Araguaia e Javaés. Um gráfico desenvolvido pela organização Mapbiomas mostra a tendência de redução de superfície de água, desde 1985. No início do período analisado, eram cerca de 170 mil hectares de água.



Em 2020, a área está em torno de 115 mil hectares. Especialistas calculam uma estimativa de perda de 30%. "Aumento da agricultura aceleradamente, que leva a uma retirada de água do rio de forma rápida, o desmatamento que não permite infiltrar água na planície, provocando mais seca e favorecendo o fogo. É uma bola de neve gigantesca", disse o pesquisador da UNB, Ludgero Vieira.


A Ilha do bananal é uma reserva ambiental brasileira desde 1959, com cerca de 20 mil quilômetros quadrados de área. O território é considerado reserva da biosfera pela Unesco, mas para o pesquisador o título de maior ilha fluvial do mundo esta prestes a acabar.



"O avanço da perda de água na região é muito acelerada, começa um processo lento, mas se intensifica conforme a gente intensifica a ocupação humana. Então a ilha corre risco de deixar de ser a maior ilha do mundo. Em alguns momentos ela já deixa de ser, perdemos já esse título em alguns momentos como hoje deixa de ser ilha, o riu deixa de correr", explicou.



Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.