sábado, 16 de julho de 2016

Perda de biodiversidade ameaça ecossistemas do planeta, diz estudo

France Presse14/07/2016 21h21 - Atualizado em 14/07/2016 21h52


Em 58% da superfície terrestre há perda substancial dos ecossistemas.
Estudo foi publicado na revista "Science" nesta quinta.

Da AFP
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O rinoceronte-indiano tem como habitat natural as florestas e pradarias do Nepal e da Índia. Estimativa da organização ambiental WWF é que existam aproximadamente 2.575 exemplares pelo mundo (Foto: Markus Schreiber/AP)Pradarias, savanas e tundras são ecossistemas mais afetados (Foto: Markus Schreiber/AP)
 
 
A dimensão da perda de biodiversidade no mundo todo ameaça o funcionamento dos ecossistemas da Terra e inclusive a sobrevivência dos seres humanos, segundo um estudo publicado na quinta-feira (14) na revista científica americana "Science".


Em 58% da superfície terrestre, onde vive 71% da população mundial, "o nível de perda de biodiversidade é substancial o suficiente para questionar a capacidade dos ecossistemas de suportar as sociedades humanas", alerta o estudo.


"É a primeira vez que quantificamos os efeitos da perda de biodiversidade a nível planetário de forma tão detalhada que agora podemos dizer que esta perda ultrapassou os limites considerados seguros pelos ecologistas", explica o líder da pesquisa, Tim Newbold, da University College London.


Segundo os pesquisadores, as pradarias, savanas e a tundra são os ecossistemas mais afetados, seguidos por diferentes tipos de florestas e outras regiões selváticas.


Nestas zonas, é cada vez mais incerta a possibilidade de assegurar funções essenciais dos ecossistemas como a reprodução e crescimento de seres vivos e a manutenção de ciclos de produção de nutrientes.

"Sabemos que as perdas de biodiversidade afetam o funcionamento dos ecossistemas, mas o processo ainda não está totalmente claro", acrescentam os pesquisadores.


"O que sim sabemos é que em várias partes do mundo nos aproximamos de uma situação na qual uma intervenção humana poderia ser necessária para manter as funções do ecossistema", afirmam.


"A utilização dos solos já levou a biodiversidade até os limites do que poderia ser considerado não arriscado", ressaltou o professor Andy Purvis, do Museu de História Natural de Londres, um dos coautores do estudo.


Para o estudo, foram analisados 2,38 milhões de relatórios sobre 39.123 espécies e 18.659 lugares, dados fornecidos por centenas de pesquisadores de várias partes do mundo.

50% do agrotóxico de pulverização aérea contamina o solo e a água diretamente


By Carta Campinas / in Cidades, Manchete, Meio ambiente / on sábado, 16 jul 2016 10:19 
Pulverização aérea
Em 2006, uma nuvem tóxica oriunda da pulverização aérea em plantações de soja chegou à área urbana e provocou intoxicação aguda em crianças e idosos de Lucas do Rio Verde (MT). Já em 2013, quase 100 pessoas, entre professores e alunos, tiveram intoxicação depois que um avião jogou defensivos agrícolas sobre uma escola de Rio Verde (GO).



O professor do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Wanderley Pignati, que participou da perícia dos dois casos, acredita que a poluição causada por agrotóxicos pode ser considerada intencional, uma vez que, para atingir o alvo, afeta também o solo e a água.


“Não é acidente. O avião passa ao lado e, de qualquer jeito, o vento vai levar para um lado ou para outro. Essa história de que o vento não leva o veneno para outro lugar fere os princípios da aviação, inclusive, pois se o vento estiver parado, o avião nem levanta voo”, disse o especialista durante uma palestra na Assembleia Legislativa do Ceará, em Fortaleza, em maio deste ano.


Um dos principais argumentos contra a pulverização aérea é a chamada deriva, quando a aplicação de defensivo agrícola não atinge o local desejado e se espalha para outras áreas.


O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Aldemir Chaim, no artigo Tecnologia de aplicação de agrotóxicos, de 2004, declara que a aplicação de agrotóxicos no século atual não é muito diferente da forma como era praticada no século passado.


A principal característica dessa aplicação é o desperdício de produto químico.
Em 1999, Chaim e outros pesquisadores desenvolveram uma forma de quantificar esse desperdício em diferentes formas de aplicação de agrotóxicos. Dependendo da altura das plantas, apenas metade do produto aplicado atinge o alvo. O restante cai no solo ou se perde pela deriva. Em 2013, a Embrapa desenvolveu o Programa Gotas, um software que ajuda na calibração das pulverizações.


Segundo Pignati, no caso da pulverização aérea, a deriva pode atingir áreas mais distantes devido ao espaço entre o alvo e o avião: quanto mais alto a aeronave estiver da lavoura que receberá os defensivos, maior será a deriva por conta da ação do vento.


A professora do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) Raquel Rigotto participou de um estudo que identificou princípios ativos de agrotóxicos no solo da região da Chapada do Apodi – uma das áreas mais ocupadas pelo agronegócio no Ceará. Segundo a especialista, as substâncias encontradas – difenoconazol e epoxiconazol – são muito tóxicas: o difenoconazol, por exemplo, pode comprometer seriamente o fígado e é tido como possível causador de câncer, segundo classificação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês).


A especialista acredita que as substâncias podem chegar até mesmo às cisternas que abastecem as casas durante a seca.Também foram encontrados princípios ativos de agrotóxicos no aquífero Jandaíra, localizado entre o Ceará e o Rio Grande do Norte. As águas subterrâneas são usadas tanto pelo setor produtivo como pelas populações dos oito municípios cearenses, incluindo Limoeiro do Norte, e potiguares que abrangem o aquífero.


“Esses contaminantes são transportados pelo vento, podem se depositar no telhado das casas e, quando vem a chuva, ela lava os telhados e é essa a água que as calhas recolhe e se dirige para as cisternas. Temos uma preocupação muito grande se essas águas, que muitas vezes garantem o abastecimento hídrico das famílias nos períodos de seca, podem também estar contaminadas com esses produtos”, indaga Raquel. (Edwirges Nogueira – Agência Brasil)

Menino, o cãozinho que perdeu o dono em um acidente automobilístico,dorme ao lado do carro há 10 meses

meninodetran

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Um cão que estava com seu dono no momento de um acidente de trânsito permanece no Detran de Campo Grande (MS) junto ao veículo

Há 10 meses, o cãozinho permanece nas dependências do Detran e dorme todos os dias no veículo do seu ex-dono

Ele agora foi apelidado de Menino.

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Em setembro do último ano, uma colisão entre uma caminhonete Chevrolet e um Ford Belina levou a óbito o condutor do carro de passeio de 52 anos.
O dono do Ford Belina ficou preso às ferragens a não resistiu.

Os Bombeiros foram acionados e não perceberam a presença do cachorro no momento do resgate. O cãozinho permaneceu no veículo, que foi encaminhado para o pátio do Detran.
O cão, todo machucado, foi encontrado pelos servidores do órgão público. Eles o levaram a um veterinário para cuidar dos ferimentos.

O animalzinho era muito arisco e fugia de todo mundo. Provavelmente estava com medo e sentia falta de seu dono.

UMA NOVA AMIZADE

“Ele veio pequeno para cá e como eu o alimentei e dei carinho, ele acabou se afeiçoando a mim. Quando estou arrumando minhas coisas para ir embora, ele fica olhando com uma tristeza.”

Eia que surge o senhor David Guimarães dos Santos (56 anos), prestador de serviço. Ele não desistiu e, todos os dias quando chegava trabalhar, alimentava e colocava água para o cãozinho.

Após um mês, David ganhou a amizade e a confiança do cachorro, conquistando um companheiro para todas as horas. O cãozinho foi apelidado de “Menino”.

Desde então, é possível ver os dois amigos andando pelo pátio. Eles estão sempre juntos.
O sr. David relata que Menino o acompanha em todos os lugares e não atende o chamado de mais ninguém.

Na hora de encerrar o expediente, David conta com orgulho: “Falo para ele: Menino, fica aí cuidando’” e ele fica.

No outro dia, quando chego para trabalhar, “ele fica numa alegria sem fim”, disse David.
Ele ainda conta que não pode levar Menino para casa: 

“Já tenho dois cachorros e acho que eles não aceitariam mais um”
Apesar da triste história de superação, Menino aparenta ser um cão saudável, feliz e acima de tudo, leal.

fonte: Detran/MS

PC faz em 15 minutos o que supercomputador leva 3 dias


PC faz em 15 minutos o que supercomputador leva 3 dias
O supercomputador usado pela equipe foi substituído por um PC comum com uma GPU comprada no comércio.[Imagem: Vladimir Kukulin]
 
 
Super-PC
Um grupo de físicos da Universidade Estadual de Moscou, na Rússia, descobriu como usar um computador pessoal comum, como o que você tem em casa, para resolver algumas das mais complexas equações da mecânica quântica, que até agora só eram resolvidas em supercomputadores.


E não se trata de uma mera substituição: de acordo com Vladimir Pomerantcev e seus colegas, o PC faz o trabalho muito mais rápido, resolvendo em 15 minutos o que um dos maiores computadores do mundo, instalado na Universidade de Julich, na Alemanha, tem levado de 2 a 3 dias para calcular.


As equações, formuladas na década de 60 pelo matemático Ludwig Faddeev, descrevem a dispersão de partículas quânticas, isto é, representa um análogo na mecânica quântica da teoria newtoniana dos sistemas de três corpos - usado para calcular a interação entre Sol, Lua e Terra, por exemplo. Com as equações de Faddeev abriu-se um campo totalmente novo da mecânica quântica, hoje conhecido como "física de sistemas de poucos corpos".


No entanto, devido à incrível complexidade dos cálculos no caso de interações entre partículas realísticas, o sistema ficou fora do alcance dos físicos por um longo período, até que os supercomputadores apareceram.


Quem precisa de supercomputador?
Agora, a equipe descobriu que basta um computador de mesa comum equipado com uma placa gráfica (GPU: Graphics Processing Unit) que custa por volta de R$1.000 para resolver todas as simulações quânticas realísticas de poucos corpos em poucos minutos.


Ocorre que a principal dificuldade para resolver as equações de Faddeev é a integração do espalhamento das múltiplas partículas quânticas, o que gera uma enorme tabela bidimensional, com dezenas ou centenas de milhares de linhas e colunas, com cada elemento da matriz sendo o resultado de cálculos para lá de complexos.


O que Pomerantcev percebeu é que essa tabela enorme pode ser encarada como uma tela com dezenas de bilhões de píxeis. Dessa forma, com uma boa GPU, pode-se calculá-la de forma muito rápida e otimizada.


O que nem a equipe esperava é que o desempenho fosse tão grande.
PC faz em 15 minutos o que supercomputador leva 3 dias
O primeiro simulador quântico prático, apresentado há poucos dias, mostra a viabilidade de simular também a "física de muitos corpos". [Imagem: IQOQI/Harald Ritsch]
 
 
"Chegamos a uma velocidade que sequer sonhávamos," disse o professor Vladimir Kukulin, coordenador do trabalho. "O programa calcula 260 milhões de integrais duplas complexas em um computador desktop em apenas três segundos. Sem comparação com os supercomputadores!"


A simulação completa, que atualmente usa de dois a três dias do supercomputador, é solucionada em 15 minutos no PC.


Curso para todos
O mais surpreendente é que os processadores gráficos com a capacidade adequada, bem como uma enorme quantidade de software disponibilizada para eles pelos próprios fabricantes das GPUs, como a NVidia, existem há quase dez anos - mas ninguém havia tido a ideia de usá-los para resolver as simulações quânticas.


"Este trabalho, em nossa opinião, abre rotas completamente novas para analisar reações químicas nucleares e de ressonância," disse Kukulin. "Ele também pode ser muito útil para resolver um grande número de tarefas de computação em física de plasma, eletrodinâmica, geofísica, medicina e muitas outras áreas da ciência."


A equipe está agora organizando um curso para mostrar a outros pesquisadores interessados de todo o mundo como usar seus PCs para substituir seus supercomputadores nesses cálculos.

Seda conserva frutas frescas sem refrigeração


Seda mantém frutas frescas sem refrigeração
O revestimento de seda altera apenas ligeiramente a cor dos frutos. [Imagem: B. Marelli et al. - 10.1038/srep25263]
Frutas frescas, não geladas
Metade das frutas e hortaliças do mundo são perdidas na cadeia de abastecimento alimentar sem chegar aos consumidores, devido principalmente à deterioração prematura desses alimentos perecíveis, de acordo com a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).


Engenheiros da Universidade Tufts, nos EUA, apresentaram uma tecnologia que poderá ajudar a diminuir esse desperdício, permitindo que as frutas fiquem frescas por mais de uma semana mesmo na ausência total de refrigeração.


A solução está em um composto inodoro, biocompatível e comestível, feito a partir da seda, que pode ser aplicado sobre as frutas, ficando praticamente invisível.


Fibroína de seda
Sua estrutura cristalina única torna a seda um dos materiais mais resistentes da natureza. Também já se sabia que a fibroína, uma proteína insolúvel encontrada na seda, tem uma notável capacidade de estabilizar e proteger outros materiais, sendo ainda biocompatível e biodegradável - ela está sendo testada, por exemplo, em implantes cerebrais.


Benedetto Marelli e seus colegas mergulharam morangos e bananas recém-colhidos em uma solução de 1% de fibroína de seda, repetindo esse processo de revestimento até quatro vezes.


Em seguida, os frutos revestidos foram tratados com quantidades variáveis de tempo com vapor de água sob vácuo (recozimento a água) para criar diferentes porcentagens de folhas cristalinas no revestimento. Quanto maior o tempo de exposição, maior foi a porcentagem das chamadas folhas-beta que se formaram, e mais robusto o revestimento de fibroína - o revestimento variou de 27 a 35 micrômetros de espessura.


Seda mantém frutas frescas sem refrigeração
Comparação de deterioração visual e de consistência. [Imagem: B. Marelli et al. - 10.1038/srep25263]
 
 
Frutas conservadas sem refrigeração
As frutas - os pesquisadores testaram bananas e morangos - foram então armazenadas a temperatura ambiente. Sete dias depois, as revestidas com a camada mais espessa de fibroína ainda estavam suculentas e firmes, enquanto as frutas não revestidas já estavam desidratadas e descoloridas.


Os testes mostraram que o revestimento de seda prolonga o frescor retardando a respiração dos frutos, mantendo a firmeza dos frutos e evitando seu apodrecimento.
 
 
 
Bibliografia:
 

Silk Fibroin as Edible Coating for Perishable Food Preservation
B. Marelli, M. A. Brenckle, D. L. Kaplan, F. G. Omenetto
Nature Scientific Reports
Vol.: 6: 25263
DOI: 10.1038/srep25263


MP pede 'atenção ao meio ambiente' em praia artificial montada no DF


terça-feira, 12 de julho de 2016


MP pede 'atenção ao meio ambiente' em praia artificial montada no DF



Espaço à beira do Lago Paranoá, em Brasília, que reproduz 'clima de praia' (Foto: Paulo Cavera/Divulgação)



"Organizadores de evento se comprometeram a coletar lixo no lago, diz MP. Em 2015, vizinhos do 'Na Praia' denunciaram irregularidades ao órgão."


O Ministério Público do Distrito Federal informou nesta terça-feira (12) que se reuniu com produtores do evento "Na Praia", realizado desde o início do mês às margens do Lago Paranoá, para cobrar que as festas sejam realizadas "dentro das normas de proteção ambiental e urbanística". Segundo o MP, os organizadores se comprometeram a instalar barreiras sonoras e a contratar mergulhadores para retirar lixo do fundo do lago.


O G1 não teve retorno da produção do evento. No ano passado, o órgão instaurou procedimento administrativo para apurar denúncias de irregularidades no "Na Praia". A estrutura tinha 6 mil metros quadrados e 400 toneladas de areia. 


O MP disse ter identificado poluição sonora, excesso de produção de lixo e problemas de tráfego e no carregamento de areia para o local.



A ação do MP partiu de um abaixo-assinado de 300 moradores da região, relatando irregularidades. Segundo o Ministério Público, o espaço está contido na Área de Preservação Permanente do Lago Paranoá.



No ano passado, os produtores declararam que todos os cuidados com a orla "foram – e estão sendo – tomados para que o lago não seja afetado". Segundo eles, uma barragem foi montada para evitar o assoreamento pela areia, a água utilizada tem sistema de reuso e as madeiras utilizadas também são de reaproveitamento.

 


A reunião entre os organizadores e o MP ocorreu na última quinta-feira (7). Moradores e representantes do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Polícia Militar, administração regional de Brasília, Ibram, Agefis e Novacap também participaram do encontro.


O "Na Praia" acontece entre 8 de julho e 28 de agosto. O espaço oferece colônia de férias para crianças e festas para pessoas com mais de 16 anos.

Do G1 DF

Luva sensorial para mamografias e exames médicos


Luva sensorial para mamografias e exames médicos
O protótipo consegue fazer 144 leituras simultâneas e sem perder a precisão por conta da rugosidade natural de seu uso na forma de luvas. [Imagem: Someya Lab/Universidade de Tóquio]
 
 
Medir pressão sem compressão
As mulheres que já passaram por uma mamografia sabem o quanto a "medicina moderna" pode se mostrar "medieval" no sentido mais negativo do termo: dificilmente alguém chamaria esse exame de agradável ou não-intrusivo.


Felizmente já há soluções a caminho: a própria mulher logo poderá detectar qualquer nódulo usando luvas de borracha sensíveis à pressão, graças a uma nova família de sensores transparentes, flexíveis e muito sensíveis.


Já existem muitos sensores de pressão, inclusive para colar sobre a pele, mas nenhum até agora conseguia medir a pressão com a precisão suficiente para aplicações médicas quando é dobrado ou fica enrugado - algo que é necessário para incorporá-los em luvas.


"Eu me dei conta de que muitos grupos estão desenvolvendo sensores flexíveis que podem medir pressão, mas nenhum deles é adequado para medir objetos reais, uma vez que são sensíveis à distorção. Essa foi a minha principal motivação e eu acho que nós propusemos uma solução eficaz para este problema," disse Sungwon Lee, idealizador do sensor.


Sensor orgânico de nanofibras
Lee e seus colegas desenvolveram um sensor de pressão de nanofibras que pode medir a distribuição da pressão sobre superfícies arredondadas mesmo quando dobrado em um raio de 80 micrômetros, equivalente a apenas duas vezes a espessura de um fio de cabelo humano.


O sensor tem apenas 8 micrômetros de espessura e consegue medir a pressão em 144 pontos de uma só vez, o que o tornou capaz de monitorar até mesmo a variação da pressão ao longo de um vaso sanguíneo. Isso permitirá, no caso dos exames preventivos de câncer de mama, detectar nódulos que poderiam passar despercebidos com o autoexame manual ou mesmo com os exames por equipamentos.


Além da estrutura de nanofibras sensível à pressão, o dispositivo contém transistores orgânicos - componentes eletrônicos feitos com materiais à base de carbono e oxigênio - para capturar e permitir a leitura dos dados.


Os transistores de nanotubos de carbono e grafeno foram depositados sobre um polímero elástico para criar nanofibras com um diâmetro de 300 a 700 nanômetros, que foram então conectadas umas às outras para formar uma estrutura porosa, transparente, fina e leve.
Lee fez o trabalho sob a coordenação do professor Takao Someya, na Universidade de Tóquio, no Japão, cuja equipe vem desenvolvendo há algum tempo peles artificiais eletrônicas para uso em robótica e na área de saúde - há até uma tentativa de prover um sexto sentido magnético para os humanos.

Bibliografia:

A Transparent, Bending Insensitive Pressure Sensor
Sungwon Lee, Amir Reuveny, Jonathan Reeder, Sunghoon Lee, Hanbit Jin, Qihan Liu, Tomoyuki Yokota, Tsuyoshi Sekitani, Takashi Isoyama, Yusuke Abe, Zhigang Suo, Takao Someya
Nature Nanotechnology
Vol.: 11, 472-478
DOI: 10.1038/nnano.2015.324




Você não acredita em ETs? Então está contra as probabilidades


Você não acredita em ETs? Então está contra as probabilidades
A equação de Drake invertida fica: A = Nast * fbt, onde Nast é o número de planetas habitáveis em um determinado volume do Universo e fbt é a probabilidade de uma espécie tecnológica evoluir em um desses planetas.[Imagem: University of Rochester]
 
 
Equação de Drake
Poucos apostam que estamos sozinhos no Universo. Contudo, enquanto não haja uma demonstração cabal de um ser de outro planeta pousando por aqui - e eventualmente dizendo "Queremos falar com seu líder" - a questão continua entregue às conjecturas.


A maneira cientificamente mais elaborada de abordar esse problema é a famosa equação de Drake, elaborada em 1961 pelo astrônomo Frank Drake. O problema é que os termos da equação vinham sendo considerados incertos demais para que se chegasse a um cálculo razoável sobre a quantidade de civilizações inteligentes que possam existir pelo Universo.



Mas esta não é a opinião de Adam Frank (Universidade de Rochester) e Woodruff Sullivan (Universidade de Washington), que defendem que basta usar uma abordagem mais razoável para mostrar que já temos conhecimento suficiente para atribuir valores à maioria dos termos da equação, o que permite chegar a uma probabilidade bem razoável sobre a existência de alienígenas inteligentes.


A dupla conclui que, a menos que as probabilidades de evolução da vida em um planeta habitável sejam surpreendentemente baixas, então a espécie humana definitivamente não é a primeira civilização tecnológica, ou avançada, do Universo.


O trabalho também, e pela primeira vez, estabelece limites quantitativos para o que se pode considerar "pessimismo" ou "otimismo" quando se trata de estimar a probabilidade de vida extraterrestre avançada.


Arqueologia cósmica
Com o avanço nas pesquisas dos exoplanetas, a maioria das questões contidas na equação de Drake já pode ser respondida com razoável probabilidade de acerto. No entanto, três questões ainda estão em aberto: a frequência com que a vida surge e evolui em diferentes planetas, quantas vezes essa vida evolui para seres inteligentes e quanto tempo uma civilização pode durar antes de ser extinta.
Você não acredita em ETs? Então está contra as probabilidades
 
 
[Imagem: PHL@UPR Arecibo/NASA/Richard Wheeler]
 
 
"Em vez de perguntar quantas civilizações podem existir agora, nós perguntamos: 'Será que somos a única espécie tecnológica que já surgiu?'," explica Sullivan. "Esta mudança de foco elimina a incerteza da questão do tempo de vida de uma civilização e nos permite abordar o que chamamos de 'questão arqueológica cósmica' - com que frequência na história do Universo a vida evoluiu para um estado avançado?"


Em vez de calcular as chances do desenvolvimento de seres avançados, a dupla calculou as probabilidades contrárias à sua ocorrência, a fim de verificar as chances de a humanidade ser a única civilização avançada em toda a história do universo observável.


"Claro, não temos ideia do quão provável é que uma espécie tecnológica inteligente irá evoluir em um determinado planeta habitável. Mas, usando o nosso método, podemos dizer exatamente quão baixa a probabilidade teria de ser para sermos a única civilização que o universo produziu. Chamamos que de 'linha do pessimismo', disse Frank.


ETs: Vocês existem. Ou já existiram
O resultado é uma chance em 10 bilhões de trilhões (1 x 10-22, ou 0,0000000000000000000001) de que nunca tenha existido outra civilização tecnologicamente comparável à nossa em algum outro planeta.


"Um em cada 10 bilhões de trilhões é incrivelmente pouco," avalia Frank. "Para mim, isso implica que outras espécies inteligentes e produtoras de tecnologia muito provavelmente evoluíram antes de nós. Pense nisso desta maneira: antes do nosso resultado, você seria considerado um pessimista se imaginasse que a probabilidade de evolução de uma civilização em um planeta habitável fossem, digamos, de uma em um trilhão.


Mas mesmo esse palpite, uma chance em um trilhão, implica que o que aconteceu aqui na Terra com a humanidade de fato teria acontecido cerca de outras 10 bilhões de vezes ao longo da história cósmica!"


Para partes mais restritas do Universo os resultados são menos extremos, mas igualmente impressionantes. Por exemplo, quando o cálculo é feito com base no número de estrelas e planetas habitáveis que se calcula existirem apenas na Via Láctea, as probabilidades de estarmos sozinhos são de uma chance em 60 bilhões.

Bibliografia:

A New Empirical Constraint on the Prevalence of Technological Species in the Universe
Adam Frank, Woodruff T. Sullivan III
Astrobiology
Vol.: 16, Number 5, 2016
DOI: 10.1089/ast.2015.1418



Como encontrar ETs que sejam muito diferentes de nós?


Instituto SETI que procurar vida como não a conhecemos
"Esses dados nos dizem que cada mundo é uma experiência planetária única."   [Imagem: SETI]
 
Vidas diferentes
O Instituto SETI, que procura sinais de vida alienígena inteligente, está propondo a adoção de uma abordagem mais ampla e multidisciplinar para sua busca.


A ideia, que envolve ir além das técnicas de rádio e óptica usadas até agora, é que a busca possa ser capaz de encontrar vidas que não sejam exatamente como a nossa.


Nathalie Cabrol, diretora do Centro Sagan Carl de Pesquisas, do Instituto SETI, afirma, para procurar por vida de uma forma mais ampla, que inclua formas de vida como nós não conhecemos, é necessária uma mudança radical na busca pela inteligência extraterrestre, que passe a contar com um esforço multidisciplinar envolvendo física, biologia, informática e ciências sociais.


"Para encontrar ETs, devemos abrir nossas mentes para além da perspectiva geocêntrica profundamente enraizada em nós, expandir nossos métodos de investigação e implantar novas ferramentas. Nunca antes tantos dados estiveram disponíveis em tantas disciplinas científicas para nos ajudar a compreender o papel de eventos probabilísticos no desenvolvimento de inteligência extraterrestre.


"Esses dados nos dizem que cada mundo é uma experiência planetária única. É provável que a vida inteligente avançada seja abundante no Universo, mas pode ser muito diferentes de nós, com base no que sabemos agora da coevolução da vida e do meio ambiente," disse Cabrol.
Instituto SETI que procurar vida como não a conhecemos
A ideia é integrar especialistas de todas as disciplinas para discutir as possíveis formas de vida existentes no Universo e como detectá-las. [Imagem: SETI]
 
 
Instituto Virtual
As buscas do Instituto SETI - sigla em inglês para Busca por Inteligência Extraterrestre - começaram na década de 1960 usando radioastronomia para tentar detectar sinais transmitidos por civilizações alienígenas - hoje são usados também telescópios tradicionais, na faixa da luz visível.


Há fortes razões para continuar com estes esforços, mas há igualmente razões convincentes para alargar os critérios de pesquisa e expandir as metodologias existentes.
Para um esforço dirigido e eficaz, Cabrol propõe a criação de um Instituto Virtual, com a participação da comunidade científica global. O novo Instituto Virtual SETI ficaria responsável por integrar o novo conhecimento para entender quem, o que e onde os ETs podem estar, não esquecendo de ir além da perspectiva antropocêntrica.


A bola agora está com cientistas de todo o mundo, que precisam manifestar o interesse em participar do esforço.


"Nos próximos meses, vamos convidar a comunidade internacional de pesquisa para contribuir para um novo roteiro científico para o SETI. Vamos explorar recursos para o desenvolvimento de um Instituto Virtual e de um arcabouço intelectual para projetos voltados para o avanço do conhecimento sobre inteligência extraterrestre," disse Bill Diamond, presidente do Instituto.

Bibliografia:

Alien Mindscapes - A Perspective on the Search for Extraterrestrial Intelligence
Nathalie A. Cabrol
Astrobiology
Vol.: 16, Number 9, 2016
DOI: 10.1089/ast.2016.1536