terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Brasil leva prêmio Fóssil do Ano durante a COP-25

Graças a Bolsonaro, Brasil leva prêmio Fóssil do Ano durante a COP-25 

Reinaldo Azevedo 13/12/2019 18h52 

O Brasil ganhou nesta sexta-feira (13) o prêmio Fóssil do Ano, como "país que mais atrapalhou o clima em 2019". A premiação aconteceu no final da COP-25, conferência da ONU sobre mudanças climáticas. É a primeira vez que o país leva o prêmio em referência às suas ações ao longo de todo o ano. 

O prêmio acusa o governo Bolsonaro de ter desmontado as políticas ambientais que levaram às reduções de emissões do país, enquanto criminaliza ambientalista. Também aponta o aumento nas taxas de desmatamento, nas invasões de terras o assassinato de três lideranças indígenas apenas nesta ... - 

Veja mais em 

https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/13/gracas-a-bolsonaro-brasil-leva-premio-fossil-do-ano-durante-a-cop-25/?cmpid=copiaecola

As noticias veiculadas aqui não representam muitas vezes a opinião do BLOG.

Quase 2 mil espécies são incluídas na lista vermelha de espécies ameaçadas Sabrina Rodrigues

Quase 2 mil espécies são incluídas na lista vermelha de espécies ameaçadas

Sabrina Rodrigues
quarta-feira, 11 dezembro 2019 18:28
O tubarão-enfermeiro de cauda curta (Pseudoginglymostoma brevicaudatum
diminuiu cerca de 80% em 30 anos. Foto: UICN/Divulgação.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) acaba de atualizar a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. A informação foi divulgada durante a Conferência do Clima da ONU (COP 25), realizada em Madri, na Espanha. A organização informa que 1.840 novas espécies foram incluídas no catálogo e que agora, existem 112.432 espécies na listagem.

As mudanças climáticas estão entre os fatores que contribuíram para o declínio de espécies. Uma das vítimas é um peixe de água doce da Austrália. A UICN informa que 58% dessa espécie são diretamente afetadas pelas mudanças do clima. Esses animais são altamente suscetíveis a secas extremas causadas pela diminuição das chuvas e o aumento da temperatura.

Nativo do Oceano Índico Ocidental, a população do tubarão-enfermeiro de cauda curta (Pseudoginglymostoma brevicaudatum) diminuiu cerca de 80% em 30 anos. O Pseudoginglymostoma brevicaudatum passou da categoria Vulnerável (VU) na Lista da UICN para Criticamente em Perigo (CR). Habitante das águas rasas, o tubarão- enfermeiro de cauda curta está perdendo o seu habitat devido à degradação dos recifes de coral causada em parte pelo aquecimento das águas do oceano.

A atenção também ficou voltada para o Papagaio Imperial (Amazona imperialis) – endêmico de florestas da Dominica, localizada no arquipélago das Pequenas Antilhas, no mar do Caribe. A frequência e a intensidade dos furacões promoveram o aumento da mortalidade dessas aves e a destruição dos seus habitats. Depois do furacão Maria, ocorrido em 2017, o mais forte registrado na região, estima-se que agora existam menos de 50 desses indivíduos na natureza.

Novos desafios para a preservação da biodiversidade
Para a diretora global do Grupo de Conservação da Biodiversidade da UICN, Jane Smart, esta atualização revela os impactos cada vez maiores das atividades humanas na vida selvagem e levará questões importantes para os próximos encontros sobre conservação e biodiversidade.

“O próximo ano será crítico para o futuro do planeta, com o Congresso Mundial de Conservação da UICN, em junho de 2020, um marco importante para definir a agenda de conservação necessária para lidar com a emergência das espécies antes das decisões tomadas pelos governos na Convenção da Biodiversidade, que acontecerá em Kunming, China, em outubro de 2020”, declara Jane Smart.

Restauração de propriedades rurais é alternativa para conservar a Baía de Guanabara

Restauração de propriedades rurais é alternativa para conservar a Baía de Guanabara


Iniciativa considera a importância da cobertura vegetal e da agricultura sustentável para a regulação da vazão da água, redução de custos de tratamento e melhoria da qualidade hídrica

Baía da Guanabara
Baía da Guanabara. Fofo: Pixabay

Entre os meses de novembro e dezembro, produtores rurais serão capacitados para adotarem práticas agropecuárias sustentáveis em propriedades na Bacia Guapi-Macacu, no recôncavo da Baía de Guanabara. A região concentra o principal manancial de abastecimento público da porção leste da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que atende cerca de 2 milhões de habitantes. O objetivo da proposta é garantir a segurança hídrica a partir de Soluções baseadas na Natureza, levando em conta a vocação agropecuária da bacia, a demanda crescente pela água e a relevância da área para a conservação da biodiversidade e para a prevenção de inundações.

Ao menos 13 instituições estão envolvidas no projeto, como o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Embrapa. A iniciativa prevê a estruturação de unidades executoras locais para a realização de atividades de mobilização, assistência técnica e capacitação de proprietários rurais para adoção de cadeias produtivas agropecuárias sustentáveis, como sistemas agroflorestais, silvipastoris e sistemas em transição agroecológica, de produção orgânica e de base agroecológica. A proposta faz parte do laboratório de inovação Oásis Lab Baía de Guanabara, iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

“A cobertura florestal é extremamente importante para a regularização da água, principalmente nesta bacia, que tem sido muito impactada por eventos extremos, como a estiagem. A floresta é importante porque ela contribui para aumentar a infiltração de água no solo e, com isso, garantir que tenha maior vazão nesses períodos. Ela é fundamental para assegurar a provisão de água e amenizar os impactos das épocas com precipitação reduzida, além de diminuir processos de erosão e assoreamento dos rios, garantindo melhor qualidade da água”, destaca Marie Ikemoto, gerente de Gestão de Território e Informações Geoespaciais do Inea.

Associada à falta de cobertura vegetal, há baixa disseminação de boas práticas e sistemas produtivos sustentáveis na região, resultando em baixa produtividade e renda nas propriedades rurais.

Laboratório de inovação

A proposta faz parte de um conjunto de projetos desenvolvidos ao longo deste ano no laboratório de inovação Oásis Lab, que reúne cerca de 100 participantes de 50 instituições, empresas, indústrias, ONGs e órgãos públicos, com o objetivo de fortalecer a segurança hídrica e a resiliência costeiro-marinha na região hidrográfica da Baía de Guanabara. Os participantes foram mapeados, engajados, capacitados e cocriaram soluções e agendas integradas com o objetivo de viabilizarem projetos inovadores desenvolvidos em conjunto.

“Mapeamos atores, iniciativas e instituições relevantes que atuam no território para identificarmos o que vem gerando resultados positivos para o meio ambiente e como potencializar isso por meio de uma aliança estratégica para a conservação e recuperação da região e de sua biodiversidade. Sabemos que muitas pessoas e empresas dependem diretamente da Baía de Guanabara para a provisão de água, regulação climática, cadeia da pesca, produção agrícola e turismo. Diante disso, reunimos atores públicos e privados com experiência e conhecimento em um laboratório de inovação para criar novas ferramentas para restaurá-la e torná-la uma região que aproveita o seu potencial econômico, social e de bem-estar”, afirma Thiago Valente, analista de Soluções baseadas na Natureza da Fundação Grupo Boticário.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/11/2019
Restauração de propriedades rurais é alternativa para conservar a Baía de Guanabara, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/11/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/11/29/restauracao-de-propriedades-rurais-e-alternativa-para-conservar-a-baia-de-guanabara/.

Emergência Climática: Mais da metade dos pontos críticos do clima agora estão ‘ativos’, alertam cientistas

Emergência Climática: Mais da metade dos pontos críticos do clima agora estão ‘ativos’, alertam cientistas


pontos críticos do clima
University of Exeter*

Mais da metade dos pontos críticos do clima identificados há uma década estão agora “ativos”, alertaram um grupo de cientistas de ponta .

Isso ameaça a perda da floresta amazônica e das grandes camadas de gelo da Antártica e da Groenlândia, que atualmente estão passando por mudanças mensuráveis e sem precedentes muito antes do esperado.

Essa “cascata” de mudanças provocadas pelo aquecimento global pode ameaçar a existência de civilizações humanas.

Há evidências crescentes de que esses eventos são mais prováveis ??e mais interconectados do que se pensava anteriormente, levando a um possível efeito dominó.

Em um artigo da revista Nature, os cientistas pedem ações urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa para evitar os principais pontos de inflexão, alertando para o pior cenário possível de um planeta menos habitável de uma “estufa”.

“Uma década atrás, identificamos um conjunto de possíveis pontos de inflexão no sistema Terra, agora vemos evidências de que mais da metade deles foram ativados”, disse o principal autor, professor Tim Lenton , diretor do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exeter.

“A crescente ameaça de mudanças rápidas e irreversíveis significa que não é mais responsável esperar e ver. A situação é urgente e precisamos de uma resposta de emergência. ”
O co-autor Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático, disse:

“Não são apenas as pressões humanas na Terra que continuam subindo a níveis sem precedentes.

“É também que, à medida que a ciência avança, devemos admitir que subestimamos os riscos de provocar mudanças irreversíveis, onde o planeta auto-amplifica o aquecimento global.

“É isso que agora começamos a ver, já a 1 ° C do aquecimento global.

“Cientificamente, isso fornece fortes evidências para declarar um estado de emergência planetária, para desencadear ações mundiais que aceleram o caminho em direção a um mundo que pode continuar evoluindo em um planeta estável”.

No comentário, os autores propõem uma maneira formal de calcular uma emergência planetária como risco multiplicado pela urgência.

Os riscos do ponto de inflexão agora são muito mais altos do que as estimativas anteriores, enquanto a urgência está relacionada à rapidez com que é preciso agir para reduzir o risco.

Sair da economia de combustível fóssil é improvável antes de 2050, mas com a temperatura já a 1,1 ° C acima da temperatura pré-industrial, é provável que a Terra cruze a barreira de proteção de 1,5 ° C até 2040. Os autores concluem que apenas isso define uma emergência.
Nove pontos de inflexão ativos:
  • Gelo marinho do Ártico
  • Manta de gelo da Gronelândia
  • Florestas boreais
  • Permafrost
  • Circulação Meridional do Atlântico
  • Floresta amazônica
  • Corais de água quente
  • Manta de gelo da Antártica Ocidental
  • Partes da Antártica Oriental
O colapso das principais camadas de gelo na Groenlândia, Antártica Ocidental e parte da Antártica Oriental comprometeria o mundo a cerca de 10 metros de elevação irreversível do nível do mar.
A redução de emissões pode retardar esse processo, permitindo mais tempo para as populações baixas se moverem.

As florestas tropicais, o permafrost e as florestas boreais são exemplos de pontos de inflexão da biosfera que, se cruzados, resultam na liberação de gases de efeito estufa adicionais, amplificando o aquecimento.
Apesar da maioria dos países ter assinado o Acordo de Paris, comprometendo-se a manter o aquecimento global bem abaixo de 2 ° C, as atuais promessas de emissões nacionais – mesmo que sejam cumpridas – levariam a 3 ° C de aquecimento.

Embora os pontos de inflexão futuros e a interação entre eles sejam difíceis de prever, os cientistas argumentam: “Se podem ocorrer cascatas prejudiciais de inflexão e uma inflexão global não pode ser descartada, essa é uma ameaça existencial para a civilização.

“Nenhuma análise econômica de custo-benefício vai nos ajudar. Precisamos mudar nossa abordagem para o problema climático. ”

O professor Lenton acrescentou: “Talvez já tenhamos ultrapassado o limiar de uma cascata de pontos de inflexão inter-relacionados.

“No entanto, a taxa em que progridem e, portanto, o risco que representam, pode ser reduzida cortando nossas emissões.”

Embora as temperaturas globais tenham flutuado ao longo de milhões de anos, os autores dizem que os humanos agora estão “forçando o sistema”, com a concentração de dióxido de carbono na atmosfera e a temperatura global aumentando a taxas que são uma ordem de magnitude superior ao do final da última era glacial.
Referência:
Climate tipping points — too risky to bet against
Nature 575, 592-595 (2019)
doi: 10.1038/d41586-019-03595-0
http://dx.doi.org/10.1038/d41586-019-03595-0

* Tradução e edição de Henrique Cortez, EcoDebate.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/11/2019

Emergência Climática: Mais da metade dos pontos críticos do clima agora estão ‘ativos’, alertam cientistas, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/11/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/11/28/emergencia-climatica-mais-da-metade-dos-pontos-criticos-do-clima-agora-estao-ativos-alertam-cientistas/.

Conturbada até o fim, COP25 falha em aumentar ambição

Conturbada até o fim, COP25 falha em aumentar ambição

COP25
Encerrada na manhã de domingo (15 de dezembro), um dia e meio após o prazo, a COP25, a conferência do clima do Chile, em Madri, falhou em seu objetivo de trazer a urgência da crise climática para dentro da implementação do Acordo de Paris.

Por Solange A. Barreira e Claudio Angelo, Observatório do Clima

A COP latino-americana, que precisou ser transportada para a Europa após a recusa do Brasil e a convulsão social no Chile, fez pouco mais do que reafirmar o Acordo de Paris. A própria presidente da COP25, a ministra de meio ambiente do Chile, Carolina Schmidt, reconheceu estar insatisfeita com o resultado obtido, em seu discurso de encerramento da conferência.

A decisão sobre mercados de carbono, tema central da Conferência, foi adiada para a COP26, em Glasgow, na Escócia, entre outros motivos pela posição brasileira em defesa de regras fracas que poderiam gerar a chamada dupla contagem de redução de emissões para cumprimento de metas de dois países devido à redução realizada por uma empresa em um deles e comercializada com o segundo.

A COP se realizou sob o peso dos movimentos de jovens e cidadãos que explodiram em 2019, exigindo ação dos governos e elevaram a emergência climática — a expressão do ano em língua inglesa. Também teve alertas redobrados da comunidade científica, com dois novos relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e um do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), que avisou aos negociadores que as emissões precisam cair 7,6% ao ano até 2030 se quisermos nos manter na meta de 1,5oC.

Dentro das salas de reunião na Feira de Madrid, local que abrigou a COP, a desconexão entre a negociação, o clamor das ruas e as evidências científicas era imensa. Uma condução fraca do processo pela presidência chilena produziu um conjunto de documentos, o Chile Madrid Time for Action, que faz um apelo vago aos países para “refletir” em 2020 sobre como aumentar a ambição ”o máximo que puderem’ em suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) e em financiamento climático, o que é fundamental para países em desenvolvimento, em especial, os mais pobres e mais vulneráveis.

O espírito construtivo visto em 2015 na COP21, que produziu o Acordo de Paris, mostrou-se enfraquecido. Antigos vilões climáticos, como Estados Unidos e Austrália, voltaram a atrapalhar as negociações. Os EUA entregando a carta de saída de Paris e a Austrália, com um governo que nega as mudanças do clima enquanto o país literalmente pega fogo, bloqueando decisões importantes. Juntou-se a eles um novo vilão: o Brasil de Jair Bolsonaro, chefiado por um ministro do Meio Ambiente que constrangeu a diplomacia brasileira na Espanha, dizendo que cobraria recursos pelo desempenho ambiental do Brasil, apesar da explosão do desmatamento e da violência contra povos indígenas.

“Na COP25, o processo foi colocado acima das pessoas e do planeta. Com os efeitos da crise climática piorando em todo o mundo, alguns governos em Madri chegaram a apoiar a retirada da expressão “emergência climática” das decisões da COP”, afirmou Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima. Em contexto completamente diferente do espírito cooperativo que nos deu o Acordo de Paris, em Madri os suspeitos de costume se juntaram a novos bloqueadores, como o Brasil. “A política ecocida do governo do presidente Jair Bolsonaro manchou o trabalho da delegação brasileira na COP25 e transformou um ex-campeão do meio ambiente em um pária climático, cujo envolvimento na luta contra a catástrofe climática corre o risco de se limitar a uma assinatura em um acordo global”, concluiu Rittl.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/12/2019

Conturbada até o fim, COP25 falha em aumentar ambição, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/12/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/12/16/conturbada-ate-o-fim-cop25-falha-em-aumentar-ambicao/.

Diversidade e produtividade das plantas não se recuperam significativamente após uso agrícola



Diversidade e produtividade das plantas não se recuperam significativamente após uso agrícola

agricultura

Décadas após o abandono das terras agrícolas, a diversidade de plantas e a produtividade lutam para se recuperar. Isso foi demonstrado por uma nova pesquisa, publicada na revista Nature Ecology & Evolution .

Pesquisadores do Centro Alemão de Pesquisa Integrativa em Biodiversidade (iDiv), do Centro Helmholtz de Pesquisa Ambiental (UFZ) e da Universidade de Minnesota examinaram a diversidade e a produtividade das plantas em campos que foram arados e abandonados para uso agrícola. Embora a diversidade de plantas das pastagens locais tenha aumentado ao longo do tempo, a produtividade das plantas não se recuperou significativamente.

A equipe internacional de pesquisadores examinou 37 anos de dados vinculados à diversidade de plantas (riqueza de espécies, ou seja, número de espécies) e à produtividade das plantas (ou seja, biomassa ou quantidade de plantas) relacionadas a 21 pradarias e savanas em Minnesota. A maioria desses campos havia sido arada e abandonada para uso agrícola entre um e 91 anos antes. Os pesquisadores compararam as parcelas com as terras próximas que não foram significativamente afetadas pela atividade humana.

Eles descobriram que um ano após o abandono, os campos tinham, em média, 38% da diversidade de plantas e 34% da produtividade das plantas para a terra que nunca foi arada. 91 anos após o abandono, os campos possuíam 73% da diversidade de plantas e 53% da produtividade das plantas. Isso mostra que a diversidade de plantas de pastagem local aumentou significativamente ao longo do tempo, mas se recuperou incompletamente. A produtividade da planta não se recuperou significativamente.

Os pesquisadores sugerem que a recuperação lenta e incompleta de espécies em terras agrícolas abandonadas em Minnesota provavelmente está ocorrendo em ecossistemas ao redor do mundo, onde a terra foi limpa para agricultura, exploração madeireira ou outras atividades humanas.

“A quantidade de terra usada para fins agrícolas tem diminuído lentamente, deixando cerca de 18 milhões de quilômetros quadrados de campos antigos e recuperando florestas em todo o planeta”, disse o co-autor Dr. Adam Clark, atualmente pesquisador de pós-doutorado no Helmholtz Center para Pesquisa Ambiental (UFZ) e o Centro Alemão para Pesquisa Integrativa em Biodiversidade (iDiv). “Nesses espaços, esforços de restauração ativos muitas vezes podem ser necessários para restaurar a biodiversidade e impedir a extinção de espécies.”

As táticas de restauração podem incluir o uso de queimaduras prescritas, a dispersão de sementes, o uso do feno para remover os nutrientes adicionados pela fertilização e a reintrodução de outros na cadeia alimentar (por exemplo, herbívoros, predadores) empurrados para fora da área.

“Quando coletados em escala global, registros fósseis indicam que espécies de plantas estão extintas a taxas centenas de vezes mais rápidas que a taxa de extinção natural”, disse o primeiro autor, professor Forest Isbell, professor assistente da Faculdade de Ciências Biológicas (CBS). “Nesse nível localizado, estamos vendo como a atividade humana pode impactar a perda de espécies.”
Referência:
Forest Isbell, David Tilman, Peter Reich, and Adam T. Clark. “Deficits of biodiversity and productivity linger a century after agricultural abandonment“. Nature Ecology and Evolution 3:1533–1538, 2019. DOI: 10.1038/s41559-019-1012-1

* Tradução e edição de Henrique Cortez, EcoDebate.
Informe do German Centre for Integrative Biodiversity Research (iDiv), in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 10/12/2019

Diversidade e produtividade das plantas não se recuperam significativamente após uso agrícola, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 13/12/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/12/13/diversidade-e-produtividade-das-plantas-nao-se-recuperam-significativamente-apos-uso-agricola/.