quinta-feira, 1 de março de 2018

Concurso de projetos para revitalização da orla do Paranoá mantém inscrições abertas

Concurso de projetos para revitalização da orla do Paranoá mantém inscrições abertas

O prazo para inscrições no concurso de revitalização da orla do Lago Paranoá foi estendido. A data limite passa a ser 8 de março, e não mais 23 de fevereiro. Com isso, o governo de Brasília objetiva estimular a concorrência.
A ideia é receber projetos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos que indiquem usos, atividades e a configuração do espaço à margem do lago. O valor do contrato está estimado em R$ 2,5 milhões. Toda a documentação necessária está descrita no edital.
“O concurso serve para recebermos um projeto integrado, coerente, coeso, de vanguarda, com ações de curto, médio e longo prazos e que faça jus a Brasília, cidade moderna e tombada”, define o secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade.
O certame foi lançado em dezembro de 2017. O contrato deve ser firmado até 15 de junho.

Prazos e julgamento do concurso para revitalizar a orla do Lago Paranoá
O resultado do concurso será divulgado em 21 de abril, no aniversário de Brasília. A comissão, formada por profissionais com alto grau de conhecimento nas áreas exigidas pela competição, fará o julgamento das propostas de 17 a 20 de abril.

Os cinco melhores trabalhos serão escolhidos e classificados por ordem de mérito. Esses passarão pela fase de habilitação. A equipe mais bem colocada entre as habilitadas sairá vencedora.

As sugestões dos brasilienses, por meio de enquete e consulta pública do Plano Orla Livre, foram consideradas na elaboração do concurso.

De acordo com a Secretaria de Gestão do Território e Habitação, a modalidade de concurso público foi adotada por ser a mais democrática, de grande acesso e publicidade, além de permitir à população conhecer de antemão o que o governo está comprando.

A pasta quer atrair para o certame equipes multidisciplinares que atuam com a elaboração de projetos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos.

O concurso é um desdobramento do Plano Orla Livre, que tem o objetivo de tornar o Lago Paranoá um ponto de encontro mais acessível, organizado e com diversas opções de lazer, além de pensar em oportunidades de negócios pontuais que fomentem a economia.
A proposta reúne uma série de ações para revitalizar 38 quilômetros de margem do espelho d’água e busca soluções de mobilidade para quem quiser chegar à região.

Fonte: Agência Brasília
1 de Março de 2018

Revisão de estudos revela que árvores de florestas tropicais úmidas estão morrendo mais rápido

Revisão de estudos revela que árvores de florestas tropicais úmidas estão morrendo mais rápido


pesquisa

Por Cristina Amorim, do IPAM

Como se o desmatamento já não fosse suficientemente ruim, uma série de outras ameaças mata num ritmo cada vez mais intenso as árvores da Amazônia e de outras florestas tropicais úmidas da Terra.

Uma revisão de artigos científicos feita por especialistas no tema, incluindo o pesquisador brasileiro Paulo Brando, do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), indica que a taxa de mortalidade dessas árvores mostra sinais de aceleração nos últimos anos. Os motivos são o aumento da temperatura, secas longas e piores, ventos mais fortes, incêndios mais extensos, mais cipós e até a abundância de gás carbônico na atmosfera – uma das causas do efeito estufa e elemento fundamental da fotossíntese.
As mudanças climáticas estão relacionadas a todos os problemas apontados. “O trabalho mostra que há indícios fortes que relacionam a mortalidade das árvores de florestas tropicais úmidas às alterações esperadas para essas regiões, em escalas global e regional”, afirma Brando.
O foco do estudo foram as florestas intactas, primárias ou antigas, na América do Sul, África e Sudeste Asiático. Porém, ele tende a focar na Amazônia brasileira, pois é o local mais estudado de todos, com mais volume de dados.
“Na Amazônia, todas essas causas de mortalidade de árvores estão presentes”, diz Brando. “Mas é difícil dizer que uma é mais relevante do que outra, porque todas têm um papel. Secas causam picos de mortalidade, enquanto o aumento de CO2 provoca mudanças de fundo. Já eventos de tempestades de vento impactam mais áreas fragmentadas, e o fogo causa muitos danos no sudeste da Amazônia.”
A equação da morte
É impossível estabelecer qual desses ataques é pior. As secas, por exemplo. Elas têm se tornado cada vez mais longas e severas – na Amazônia, episódios anômalos ocorreram em 1997, 2005, 2010 e 2015. Como defesa imediata, as árvores tomam atitudes extremas, como fechar os estômatos (células por onde ocorre a respiração das plantas) e perder mais folhas.
Essas folhas, por sua vez, se acumulam em abundância no solo e servem de combustível para incêndios florestais, que se alastram facilmente e por mais tempo.
Secas e temperaturas mais altas ainda podem levar as árvores a definharem de fome, também num mecanismo de defesa que acaba se tornando um algoz. Ao fechar os estômatos para salvar água em seu interior, ela deixa de capturar o gás carbônico do ar, sua fonte de alimentação, enquanto consome o que tem dentro.
O regime forçado as deixa mais suscetíveis a ataques de pestes, como insetos, ou à competição por comida com os cipós – que por sua vez têm se proliferado ainda nesses ambientes. E, mesmo que a dieta não aconteça, excesso de gás carbônico no ar também não significa que elas crescerão abundantemente.
“Quando há muito gás carbônico, algumas árvores podem dominar o pedaço e roubar os recursos dos vizinhos. Assim, há um aumento esperado na mortalidade de árvores mas não necessariamente mudanças drásticas nos estoques de carbono”, explica o pesquisador do IPAM. “Outra explicação é que a floresta se torna mais dinâmica com mais CO2; cresce mais rapidamente e morre mais rapidamente, tanto pelo metabolismo quanto por mudanças na estrutura da floresta.”
Tampouco o fato de estarem próximas à linha do Equador traz vantagem para as florestas tropicais úmidas num planeta mais quente: um novo regime de temperatura, esperado para os próximos anos devido às mudanças climáticas, pode mudar o metabolismo das árvores.
Os autores do estudo abrem uma discussão sobre cenários que possam reverter o quadro, como um aumento da precipitação anual, mas não entram na discussão sobre como a ação humana pode reverter o quadro.
Segundo Brando, reduzir a taxa de mudança no clima e estabilizar o processo o quanto antes, que envolve derrubar os níveis de emissão de CO2 mas também do desmatamento, são fatores essenciais para manter as florestas tropicais do mundo. “Quanto menor a área de borda de floresta, comum em paisagens fragmentadas, menor o impacto da seca, fogo e ventos.”
Ele também destaca a importância de se aprofundar as análises. “As redes de observação são extremamente importantes para entendermos se as nossas florestas estão saudáveis, e o Brasil tem feitos avanços importantes”, diz. “Precisamos saber o que realmente está acontecendo, para fechar buracos nas observações que ainda existem e nos preparar para os efeitos das mudanças climáticas.”
A revisão foi liderada por Nate McDowell, do Laboratório Nacional do Noroeste Pacífico (EUA), e publicada na revista científica especializada “New Phytologist” (www.newphytologist.org) neste mês.

Do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/02/2018

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Crises hídricas: A corda arrebenta para todos, artigo de Maurício Dziedzic

Crises hídricas: A corda arrebenta para todos, artigo de Maurício Dziedzic


Reservatório quase esgotado na Cidade do Cabo. Foto: AP/The Times

[EcoDebate] Ao pensar na África, geralmente formamos imagens com exuberância de recursos naturais. Falta de água nos remeteria aos desertos daquele continente, especialmente o Saara, no Norte. No Sul, ficam os desertos do Kalahari e da Namíbia. De resto, não se imaginaria escassez hídrica. Todavia, no extremo sul, a Cidade do Cabo, capital legislativa da África do Sul, está vivendo uma das piores crises hídricas urbanas que se tem notícia nos tempos modernos. A cidade de cerca de meio milhão de habitantes foi apontada pelo New York Times em 2014 o melhor lugar do mundo para visitar. Hoje, sua população vive em contagem regressiva para o “Dia Zero”: o dia em que a água da cidade vai acabar. Esta data já foi estimada em abril, passou para maio, e atualmente é 04 de junho de 2018! Em Curitiba, se parasse de chover, considerando cheios os quatro principais reservatórios de abastecimento, teríamos água suficiente para abastecer a população por cerca de dois anos. Isso sem considerar outros usos da água.


Na região da Cidade do Cabo, choveu muito pouco nos últimos três anos e seus habitantes vivem a realidade do racionamento: 50 litros por dia por pessoa, desde o início de fevereiro, e volumes pouco maiores há alguns meses. Esse valor é muito próximo ao considerado mínimo necessário para não aumentar riscos de doenças de veiculação hídrica. Inclui 3 litros para beber, 20 litros para descarga sanitária, 15 litros para banho e 10 litros para cozinhar. Seria possível diminuir esse volume implementando, por exemplo, tecnologias que economizam água na descarga. Entretanto, não estão instaladas na cidade toda, não sendo alternativa viável no presente.


Além das alterações climáticas, responsáveis pela falta de chuva, outros fatores contribuíram para a crise atual. Os técnicos responsáveis pelo planejamento da cidade vêm advertindo os governantes há quase três décadas que a infraestrutura existente não seria suficiente para manter o abastecimento de água da Cidade do Cabo em caso de secas prolongadas. O principal reservatório de abastecimento da cidade fica em uma área em processo crescente de desertificação, claro indicador de mudanças no clima da região. Os governantes optaram por ignorar o aviso, não promover melhorias na infraestrutura, e continuar fomentando o desenvolvimento econômico não sustentável. Em meados de 2017, a crise teve que ser admitida, e em janeiro de 2018 foi determinado que residências que utilizassem mais que 350 litros de água por dia seriam multadas. Além disso, a água para abastecimento da cidade não será compartilhada com os agricultores da região, o que provavelmente vai causar um grande aumento nos preços de alimentos nos próximos meses. Ou seja, a crise hídrica vai desencadear outras crises, como a de abastecimento, a econômica e a sanitária.


Ironicamente, a Cidade do Cabo vai sediar, em maio próximo, a Conferência Internacional sobre Perdas de Água. Essas perdas, principalmente devido a vazamentos nas tubulações de redes de abastecimento, se constituem em um grande vilão hídrico. O percentual de perdas varia bastante entre as cidades e países. Na África do Sul, são da ordem de 30%. Em Curitiba, da ordem de 40%. A crise hídrica de São Paulo, por exemplo, seria resolvida, ou bastante aliviada, com a diminuição das perdas de mais de 30%. No Brasil, a variação é grande, chegando a cerca de 70% em algumas cidades, e com uma média de cerca de 37%. É muito desperdício que, se evitado, pode descartar a necessidade de exploração de outros mananciais.


Tanto aqui, quanto na África do Sul, uma gestão pública séria e preocupada com o bem-estar da população, o que inclui a sustentabilidade, é fundamental para evitar vários tipos de crise. Infelizmente, o que se vê é pouca ou nenhuma preocupação com a questão pública. Os governantes e seus burocratas associados se colocam em luta constante pelo poder e vantagens pessoais – e desdém pela situação alheia. Esquecem que estão forçosamente inseridos na realidade coletiva, e que um dia a corda arrebenta para todos. Aqui, ainda há tempo para agir. Na Cidade do Cabo, vão ter que colar os cacos.


E por onde começar? Pela educação de qualidade e acessível a todos. Além disso, é fundamental mudar o paradigma educacional do Brasil. Precisamos educar visando ao desenvolvimento de capacidade de análise crítica, ao contrário do que se pratica hoje, que é a cultura da memorização e da resposta a perguntas prontas. Os egressos de nossas escolas precisam ser capazes de questionar a pergunta, de investigar os motivos para que ela seja feita. Dessa forma, teremos cidadãos mais conscientes e menos fáceis de manipular. Ao mesmo tempo, é essencial desenvolver no aluno/cidadão os princípios éticos, principalmente pelo exemplo, na escola, em casa e na sociedade.


*Maurício Dziedzic, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental (Mestrado e Doutorado) da Universidade Positivo (UP). É Engenheiro Civil, Mestre em Recursos Hídricos e Doutor em Engenharia Hidráulica.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/02/2018
"Crises hídricas: A corda arrebenta para todos, artigo de Maurício Dziedzic," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/02/2018, https://www.ecodebate.com.br/2018/02/28/crises-hidricas-corda-arrebenta-para-todos-artigo-de-mauricio-dziedzic/.

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Supremo Tribunal Federal (STF) mantém validade da maioria dos artigos do Código Florestal

Supremo Tribunal Federal (STF) mantém validade da maioria dos artigos do Código Florestal


PGR
STF acolheu parte dos pedidos da Procuradoria-Geral da República e do Psol em ações contra a Lei 12.651/2012
Foto: Antônio Augusto/Secom/PGR
STF – Foto: Antônio Augusto/Secom/PGR
O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, nesta quarta-feira (28), a análise sobre a constitucionalidade de dispositivos do Código Florestal (Lei 12.651/2012). O tema entrou em debate em julgamento conjunto, iniciado em setembro do ano passado, de ações propostas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelos Partidos Socialismo e Liberdade (Psol) e Progressista (PP). Em novembro, o julgamento foi retomado com o voto do relator, ministro Luiz Fux, mas foi suspenso após pedido de vista, retornando ao plenário nas sessões da semana passada, quando a conclusão foi adiada para a sessão de hoje.
Após análise dos diversos dispositivos questionados, a Corte acolheu parte dos pedidos da PGR e do Psol, em ações contra a norma, e julgou parcialmente procedente a ação ajuizada pelo PP, para declarar a constitucionalidade da Lei 12.651/2012.


Ao longo das cinco sessões de julgamento, os ministros destacaram a importância do julgamento para a preservação do meio ambiente. O ministro Marco Aurélio afirmou, por exemplo, que a Corte está decidindo “um quadro que não diz respeito à geração atual, mas que se projeta às gerações futuras”. Em seu voto, o ministro Luís Roberto Barroso chamou a atenção para o desmatamento da Amazônia. Segundo ele, “o Brasil, e talvez o mundo, deveria pensar em formas de recompensar a Amazônia pela manutenção da floresta. É preciso transformar a manutenção da floresta em algo mais valioso do que a sua derrubada”.


Já na sessão desta quarta-feira, o ministro Celso de Mello, último a votar, defendeu que, se houver dúvida se uma determinada ação prejudicará ou não o meio ambiente e os cidadãos, deve prevaler o princípio “in dubio pro natura”.


Áreas de Proteção Permanente – Um dos principais pontos debatidos no Plenário foi sobre as áreas de preservação permanente (APP). Acolhendo pedido da PGR, os ministros declararam inconstitucionais as expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais”, contidas em dispositivo da norma que trata das intervenções em APPs, na hipótese de utilidade pública . (Artigo 3º, inciso VII, alínea b).


Também seguindo o entendimento da Procuradoria-Geral da República, o STF condiciou a intervenção excepcional em APP por interesse social ou utilidade pública à inexistência de alternativa técnica ou locacional à atividade proposta. (Artigo 3º, incisos VIII e IX)
Sobre os dispositivos que tratam do entorno das nascentes e olhos d’água intermitentes, o STF deu interpretação conforme a Constituição Federal, para que sejam consideradas áreas de preservação permanente e de preservação ambiental. (Artigo 3º, inciso XVII e Artigo 4º, inciso IV).


Reserva Legal – Em relação aos dispositivos que tratam da compensação de área de reserva legal desmatada, prevaleceu o entendimento de que ela está condicionada à existência de identidade ecológica com o espaço correspondente, localizado no mesmo bioma. (Artigo 48, parágrafo 2º)


Ações da PGR – Em 2013, a PGR apresentou as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4901, 4902 e 4903 contra diversos dispositivos do Código Florestal. Um dos principais pontos questionados foi a anistia aos responsáveis por degradação de áreas de preservação, até 22 de julho de 2008, e que aderiram ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). Mas os ministros deram interpretação conforme neste quesito, por entenderem que não se trata de anistia, já que os proprietários rurais ainda podem ser punidos, caso descumpram o acordo firmado ao aderirem ao PRA.


Para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em memorial enviado aos ministros do STF, em novembro do ano passado, o novo Código Florestal “caminha na contramão da ordem constitucional brasileira, em especial, da necessidade de manutenção e promoção de espaços territorialmente protegidos, em virtude da irreversibilidade dos danos e da indisponibilidade dos recursos naturais”.


No documento, Raquel Dodge argumentou que a Lei 12.651/2012 contraria deveres fundamentais impostos ao poder público: a vedação de que espaços territoriais especialmente protegidos sejam utilizados de forma a comprometer os atributos que lhes justificam a proteção; o dever de preservar e restaurar processos ecológicos essenciais; o dever de proteger a diversidade e a integridade do patrimônio genético; e o dever de proteger a fauna e a flora, com proibição de práticas que coloquem em risco sua função ecológica.


Ações do Psol e PP – Na ação proposta pelo Psol (ADI 4937), o partido questionou diversos dispositivos da norma, em especial, a previsão legal da cota de reserva ambiental (CRA). Já o PP, pediu a declaração de constitucionalidade de artigos do Código Florestal por meio da Ação de Declaratória de Constitucionalidade (ADC 42).


Da Procuradoria-Geral da República, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 01/03/2018

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