quarta-feira, 11 de julho de 2018

O lucro ou as pessoas? O progresso ou a preservação do meio ambiente?

O custo de fazer negócio e os mitos do progresso

 

Por Amelia Gonzalez
 


“As pessoas vão morrer protestando contra o oleoduto da Trans Mountain”. A expressão contundente de David Dodge, ex-diretor do Banco do Canadá David Dodge, dita semana passada durante uma das muitas manifestações da sociedade civil contra a expansão da tubulação que servirá para transportar gás natural para a costa do Pacífico e conseguir novos mercados no exterior, põe o dedo na ferida de uma das questões mais sensíveis de nossa era, da qual não me canso de mencionar. O lucro ou as pessoas? O progresso ou a preservação do meio ambiente?

O governo do Canadá, mesmo sob pressão intensa dos cidadãos que levam a sério os alertas dos cientistas que mostram os impactos causados no meio ambiente pelo uso abusivo dos combustíveis fósseis, decidiu enfrentar. Comprou o gasoduto já existente e o projeto de expansão da Kinder Morgan por US $ 4,5 bilhões depois que a empresa suspendeu os trabalhos diante da incerteza da sustentabilidade de seu negócio. E Dodge, num evento realizado quarta-feira passada num escritório de advocacia, justificou a atitude do primeiro-ministro Justin Trudeau.

Para Dodge, a expansão do gasoduto vai ajudar a economia do país, já que o “impacto dos gargalos de transporte nos preços do petróleo canadense custa cerca de US $ 10 bilhões por ano”. Portanto, diz o executivo, não se justificam os atos da sociedade civil, também por que o empreendimento estaria atendendo aos padrões mundiais do ambiente. Dodge considera as manifestações como “o equivalente ao zelo religioso que leva ao desrespeito à lei de uma forma radical, que poderia levar à morte ... ”

“Somos, coletivamente, uma sociedade disposta a permitir que os fanáticos obstruam a vontade geral da população? Isso acaba sendo um teste real para saber se realmente acreditamos no estado de direito”, disse ele.

Sem considerar todo o drama vivido pelos indígenas que estão no caminho desse progresso que chegará para outros por um cano que atravessará seu território, há, no cerne desse discurso, uma negação de diversos estudos. Dodge não menciona os riscos ambientais que já existem e já estão transtornando a vida de 18 milhões de pessoas no mundo todo, deslocadas por terem que enfrentar os efeitos das mudanças climáticas causadas pelo uso dos combustíveis fósseis. E deixa, também, de lado, o impacto à saúde humana, já registrado em diversos relatórios. Apenas para citar um, e bem aqui perto: o Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo fez um estudo em 2005 onde concluiu que o paulistano perde, em média, dois anos de vida em função da poluição ambiental.

“Diferentemente do cigarro, a poluição do ar não pode ser evitada”, concluíram os pesquisadores do estudo.

Menosprezando tudo isso, o executivo do banco priorizou a economia do país. É parte de sua natureza, no fim das contas. E é esta reflexão que pode nos levar a tentar encontrar um caminho que não está na polarização, na dialética. Neste sentido, gosto da leitura de “O mito do progresso”, livro escrito por Gilberto Dupas dois anos antes de sua morte em 2008, e lançado pela Editora Unesp. 

Dupas lutou contra a ditadura militar nos anos 60, ocupou o cargo de presidente de uma empresa de papel e celulose, e quando o governo civil assumiu o poder, esteve como executivo na Caixa Econômica, no Banespa, além de ter sido Secretário de Agricultura e Abastecimento. É, portanto, um defensor do diálogo, cuja vida foi interrompida cedo demais por causa de um câncer.

No capítulo em que se dedica a escrever sobre o meio ambiente e o futuro da humanidade, Dupas estuda o modelo de desenvolvimento implantado pela civilização global que “conduz à prioridade do conforto aparente sobre a saúde e a preservação da vida e da natureza”. E esmiuça, à luz de uma vontade clara que leva à disposição para se obter algum consenso nessa dinâmica, o papel do empreendedor:

“A regra básica do empreeendedor dentro da lógica capitalista é a maximização do lucro. Regulação e restrições só são assimiladas quando definidas e punidas pelo setor público, ou quando a auto-regulação mostra vantagens mercadológicas significativas por melhorar a imagem do produto ou da empresa diante do mercado conumidor ou investidor. ... essa afirmação não inclui nenhum julgamento moral sobre as empresas, já que faz parte da natureza delas buscar continuamente estratégias para a maximização dos seus resultados. 

Portanto, a questão ambiental nunca será a prioridade maior de suas gestões, mas sim um problema a contornar ou utilizar para gerar melhores resultados econômicos a médio prazo. Resta à sociedade, por instrumentos que puder estruturar, fazer valer sua opinião sobre que riscos se dispõe a correr; e com que objetivos”, escreve Dupas.


O caminho, portanto, indicado pelo cientista social, é justamente aquele que Dodge enfrentou na quarta-feira passada. No site da organização 350.org (o nome da ONG corresponde ao número de partículas por milhão de dióxido de carbono que o planeta teria condições de absorver – já estamos em 470), esta resistência que está sendo levada à frente por pessoas a favor de manter os combustíveis fósseis no solo está bem explicada. No mundo todo, são sete frentes de luta que estão dando certo, fazendo barulho, embargando obras.

O Salve Lamu está contra a instalação da primeira usina a carvão do continente africano, fora a África do Sul e tem apoios nacionais e internacionais. Há um movimento também contra a instalação de outro oleoduto, da Ponte Bayou, ao sul da Louisiana: combinado com os efeitos das mudanças climáticas que já são sentidos, os pântanos da Louisiana – e as comunidades que prosperaram em seu entorno por gerações – estão ameaçados. 


Linha 3 é outra proposta de oleoduto que traria petróleo bruto das areias betuminosas de Alberta, no Canadá, até Superior, em Wisconsin, nos Estados Unidos, e há também uma organização maciça da sociedade civil contra ela. Aqui no Brasil, o movimento “No Fracking” vem resistindo, desde 2012, à prática de tirar gás de xisto com técnicas perigosas não só ao ambiente como à saúde humana.

Por fim, o Gasoduto Trans Adriático – ou TAP, na abreviação do inglês – faz parte do Corredor Sul de Gás, um mega gasoduto de mais de três mil quilômetros que permitiria que o gás, um combustível fóssil poluente composto principalmente de metano, fluísse do Azerbaijão para a Europa, também tem resistência forte. E o Pare Adani mobilizou dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo contra a instalação da usina de carvão Carmichael, proposta em Queensland, no extremo Nordeste da Austrália, pronta para ser a maior daquele país e uma das maiores do mundo.


Como se vê, há muita luta, pouco diálogo. As empresas ainda podem, dia a dia, se surpreender com as atividades organizadas que fogem do atual senso comum do “cada um por si”, impondo uma agenda de iniciativas coletivas bem potente. Pode ser o caminho para uma civilização menos egoísta e mais aberta a considerar o progresso dominante como um mito que, segundo Dupas, que deve ser desvelado, já que é sempre “renovado por um aparato ideológico interessado em nos convencer que a história tem um destino certo – e glorioso – que dependeria mais da omissão embevecida das multidões do que da sua vigorosa ação e da crítica de seus intelectuais”.

‘Sob a pata do boi’ radiografa a pecuária na Amazônia e expõe a crueza da relação do homem com os bichos


Por Amelia Gonzalez, G1

02/06/2018 13h39  Atualizado 02/06/2018 13h39


 Documentário “Sob a Pata do Boi” (Foto: Divulgação)

“Precisávamos de uns 200 homens. Aí, alugamos um galpão em São Felix (do Xingu), colocamos uma cozinheira fazendo farofa, muita cachaça para esse povo. E a gente ia em todo bordel, hotel, canto de rua, a gente ia pegando esse povo, pagando a conta desses peões e colocando todo mundo lá dentro (do galpão). Ficava (sic) dois na porta da frente, dois no fundo para não deixar ninguém fugir. (Os homens) Ficaram lá dentro meio que presos, né? – até arrumar os 200. Porque não podiam sair lá de dentro. 


E aí a gente teve o apoio da polícia na época, a polícia ajudou a gente a tirar esses homens de dentro do barracão para levar até a balsa, se não também ninguém ficava, todo mundo corria (risos). Conseguimos fazer uma fila de homem e colocamos na balsa. No outro dia, todo mundo andando 15 quilômetros até chegar lá na fazenda. Quem veio para cá (Amazônia), naquela época (década de 70, 80), sempre tem uma história dessas.. Já escravizou gente? Se for, eu também (mais risos). Não tinha outra alternativa, aquilo ali que era o mundo de todo mundo”.


O relato é de um produtor rural da Amazônia no excelente documentário “Sob a Pata do Boi”, dirigido por Marcio Isensee e Sá, que conta a história da cadeia agropecuária na Amazônia desde a década de 70, quando o governo começou a fazer convites para que ela fosse habitada. O filme faz parte de um projeto de jornalismo investigativo, crava denúncias seriíssimas, como o envolvimento do ex-ministro do meio ambiente José Sarney Filho com os produtores do Pará, mostrando como o político sabe muito bem falsear as informações que decide compartilhar com os cidadãos comuns.


Numa entrevista direta à equipe do documentário, Sarney Filho decide antecipar uma megaoperação que iria acontecer, fechando, multando, responsabilizando frigoríficos que foram flagrados comprando carne de bois criados em fazendas responsáveis por desmatamento. Mas num vídeo obtido pela equipe, três dias depois de a megaoperação de fato acontecer, atingindo 15 frigoríficos, Sarney Filho fala o seguinte aos produtores do Pará:

“Minhas amigas e amigos, quero dizer a vocês que eu, como ministro do Meio Ambiente, não fui avisado pelo Ibama dessa operação”.

Desde o pano, nada a comentar. O problema está além das picuinhas políticas, pode afetar seriamente a exportação de carne porque não há mais lugar, internacionalmente, para gado criado de maneira devastadora para o meio ambiente, como ainda acontece na Amazônia. Desde que começou a integração da região com o resto do país, foco dos militares na década de 60, até 2004, muita terra foi devastada para caber bois.

Hoje, 110 frigoríficos são responsáveis pelo abate de 93% de todo o gado da Amazônia. São 85 milhões de cabeças de gado, três para cada habitante. O representante da JBS fala no documentário, e se orgulha:

“Temos 70 mil fornecedores de gado, sendo 40 mil na região da Amazônia. E temos comprado 35 a 40 mil cabeças por dia.”

Carne de boi é o que não falta no Pará, que exporta prioritariamente para a Arábia Saudita e vários países da Ásia. Mas no último IDHM (Atlas do Desenvolvimento Humano) do país, o Pará não estava nas melhores posições, ou seja: o bem estar social não é atingido pela abundância de dinheiro conseguido pela exportação. Isso também não é novidade, mas é sempre bom lembrar. Em São Félix do Xingu, um dos locais visitados pela equipe, são 24 bois por habitante. O pecuarista José Aureo Aureliano dos Santos dá o tom da conversa:

“Ninguém vive em torno de prejuízo, e sim em torno de lucro. Jamais vou desistir de criar boi ou vaca. Porque agricultura, aqui, não dá lucro”.

E toma de boi, e toma de desmatamento. Na década de 70, 1% das terras estavam desmatadas, e hoje são 20%.

A Amazônia foi colonizada pela pata do boi. Para Paulo Adário, do Greenpeace, “o boi é hoje o principal problema ambiental da Amazônia e do mundo”. E para entender melhor esta relação, é imprescindível perceber a naturalidade com que os produtores falam sobre a maneira como o boi vira lucro:

“O gado exige uma estrutura muito menor. Quando a gente forma uma fazenda, derruba a mata, queima e joga semente de avião. Não entra nenhum trator”, diz Mauricio Fraga Filho, da Associação do Pará.

O Prefeito de Redenção, Carlos Iavé, chega a defender a degradação de maneira quase infantil: “Se nunca ninguém derrubasse nada no mundo, íamos viver como?”. Sugiro perguntar a índios, quilombolas e ribeirinhos, talvez eles possam dar ideias sobre como viver, e se alimentar, sem precisar degradar o ambiente entorno.

O estímulo para ocupar a Amazônia e transformar essa ocupação numa fonte inesgotável e abundante de renda veio, como lembro no início do texto, do governo na época da ditadura militar. E, hoje, a maioria dos produtores reclama, dizendo que as leis são “fracas”, o que justificaria o estado geral das coisas.

“O sentimento de impunidade é que faz a gente querer ser ilegal”, dizem, como justificativa de tanta ilegalidade.

Grileiros se apossam de terras, ocupam apostando que a regra vai ser mudada e que eles vão dar um jeito de obter algum lucro, o que acaba acontecendo mesmo.

Paulo Barreto, pesquisador do Imazon, conta de onde vem a palavra grileiro:

“Eles arrumam um documento novo, “título de propriedade de terra” (falso) mas aquele documento tem que parecer velho. Abrem uma gaveta, jogavam vários grilos dentro, botavam o papel lá. Depois de alguns dias ele parece um documento velho, com as fezes e comido por grilos”, diz ele.
A lógica é a desenvolvimentista, do lucro a qualquer custo. A denúncia não vem fora de hora, não é inédita, mas é imprescindível. E escolho debater uma questão que transcende o lucro, o capitalismo, o desenvolvimentismo.

Quero botar na mesa uma reflexão séria sobre a relação do homem com o homem e do homem com os animais, o que me parece estar presente o tempo todo no documentário. Peço ajuda, aqui, de Yuval Noah Harari, historiador que escreveu “Homo Sapiens – uma breve história da Humanidade”, em que, entre outras coisas, acusa a forma como o homem trata os animais só por sentirem que eles são inferiores. E afirma que, como já se sabe e já foi demonstrado cientificamente, os animais, todos, são seres sensíveis à dor e a outras emoções.

Uma das visitas da equipe de “Sob a pata do boi” foi a um rodeio, que considero das festas mais absurdas e sem sentido. Lá, uma câmera sensível consegue captar o olhar do boi quando é cruelmente impedido de se mexer, pouco antes de entrar na arena pré-histórica onde adultos histriônicos aguardam a peleja covarde. Para quem consegue perceber um pouco mais do que o lucro rápido que vai ganhar com tanta “euforia”, é visível a expressão de medo, é claro que o animal sabe que o sofrimento está apenas começando, e que já está sem a mínima condição de reagir a nada. Vai morrer. 

Pior do que isso: vai ser sacrificado antes. Para puro deleite e gáudio dos seres humanos.

Perdoem-me a irritação, mas não consigo evitar adjetivos fortes ao descrever esse tipo de “festa” (assim mesmo, entre aspas, por favor). E, para quem já ensaia um argumento pueril, de que se os bois não fossem mortos não teríamos o que fazer com eles, eu argumento que muitos desses bichos estão sendo acasalados com o único objetivo de alimentar seres humanos. É possível, com uma produção e criação consciente, diminuir a produção e fazer como se faz com as árvores quando se tem consciência ambiental: as mais velhas são derrubadas, pouco antes de, elas próprias, já se sentirem abatidas.

Feito o comentário, quero acrescentar que não vejo muita diferença entre o aprisionamento do boi e o aprisionamento de homens como o descrito no início do texto. Tenho, por isso, de novo o aval de Yuval Harari para concluir que a humanidade, de fato, só conseguirá ter uma relação menos egoísta com a natureza quando respeitar todos os seres que convivem no espaço planeta. Inclusive os da própria raça.

O documentário é imprescindível e poderá ser visto, no Rio, dia 7 de junho (Museu do Meio Ambiente) e, em Belém, no dia 4. Depois disso, haverá possibilidade de assistir on demand.


El Gobierno quiere vetar todas las prospecciones de petróleo y gas en el mar

El Gobierno quiere vetar todas las prospecciones de petróleo y gas en el mar

La ministra para la Transición Ecológica plantea una reforma fiscal para luchar contra el cambio climático




La ministra Teresa Ribera este miércoles en el Congreso.
El Gobierno ha puesto sobre la mesa el veto completo a las prospecciones de hidrocarburos (petróleo y gas) en el mar. La ministra para la Transición Ecológica, Teresa Ribera, ha señalado este miércoles en el Congreso que se debe caminar en esa dirección, es decir, hacia la prohibición total como una medida de protección de mares y océanos.

 
Fuentes ministeriales han recordado que el grupo socialista presentó en el Congreso a finales de 2017 una proposición de ley en la que se proponía ya el veto total a esas prospecciones en busca de combustibles fósiles en las aguas bajo jurisdicción españolas. Otros Gobiernos europeos, como el francés, también han planteado medidas similares.


La proposición de ley de los socialistas argumentaba que lo que se buscaba era proteger el ecosistema marino del posible deterioro que pueden producir las actividades de exploración, investigación y explotación de hidrocarburos. También incluía el veto a la minería en fondos marinos. Hacia ese mismo lugar ha apuntado este miércoles la ministra Ribera en el Congreso cuando ha apostado por "prohibir" las prospecciones de combustibles fósiles en el mar y esa minería marina.


Desde que el PP volvió a La Moncloa en 2011, las prospecciones en busca de petróleo y gas han sido un foco constante de enfrentamientos entre el Gobierno central y algunas comunidades. El caso más sonado fue el de Canarias y Repsol. Mientras el Gobierno canario intentaba frenar aquellas exploraciones, el Ejecutivo central del PP se esforzaba por incentivarlas. Finalmente, en 2015, Repsol dejó el proyecto argumentando que las reservas posibles de esa zona del Atlántico no eran suficientes para invertir en su extracción.

 

Choque de competencias


Las competencias en materia de planificación energética están en manos del Estado. Varias comunidades (Canarias y Baleares, por ejemplo) han intentado legislar en contra de las prospecciones. Pero el anterior Ejecutivo conseguía anular esas medidas ante el Constitucional.
El cambio de Gobierno apunta también a un cambio en este asunto. Una de las primeras medidas del Ministerio para la Transición Energética fue aprobar la creación de un enorme corredor en el Mediterráneo para cetáceos en el que están prohibidas las prospecciones. Pero este espacio protegido era una herencia del anterior Ministerio de Medio Ambiente. El equipo de Ribera da ahora un paso más allá e intentará vetar todas las prospecciones en las aguas territoriales españolas.

 

Ley de cambio climático


El anuncio lo ha realizado la ministra durante su comparecencia en el Congreso para explicar las líneas maestras de su departamento para lo que queda de legislatura. Ribera ha recordado que antes de fin de año llevará al Parlamento el proyecto de ley de cambio climático. "España no puede terminar esta legislatura sin una ley de cambio climático", ha señalado Ribera, quien ha recordado que ya en 2011 esa norma fue solicitada por el Congreso al Gobierno.


Entre las medidas que contendrá esa norma estará una reforma fiscal para reducir las emisiones de gases de efecto invernadero. También se incluirá la necesidad de que las empresas cotizadas presenten anualmente un informe sobre el impacto en sus cuentas de los riesgos asociados al cambio climático.  Además, el Banco de España deberá evaluar periódicamente los riesgos e impactos económicos del calentamiento global para el país. Todas estas medidas están ya incluidas en algunas leyes de países de la UE, como la del Reino Unido, que ha logrado desengancharse del carbón en un tiempo récord.


Ribera se ha referido también a los malos datos de emisiones de gases de efecto invernadero de españa en 2017. Y ha apuntado a la dificultad de España para "desacoplar economía y emisiones". "Esto es un lastre para la competitividad", ha indicado. Por eso, ha señalado, se necesita esa ley de cambio climático, que debe ir acompañada de un plan de energía y clima que el Gobierno tiene que presentar este año ante Bruselas.

Los objetivos que debe incluir la ley de cambio climático, como ya señaló la ministra a EL PAÍS, deben pasar por una reducción del 20% de las emisiones de gases de efecto invernadero en 2030 respecto a 1990. Para 2050 esa reducción deberá rondar el 90%, ha añadido Ribera.