quinta-feira, 9 de setembro de 2021

China declara que os pandas não estão mais ameaçados de extinção, mas os perigos persistem

 


China declara que os pandas não estão mais ameaçados de extinção, mas os perigos persistem

O panda gigante, o animal nacional da China, é um símbolo global de fofura. Mas os ursos preto e branco há muito sofrem por suas qualidades irresistíveis – caçados por suas peles, contrabandeados para fora do país como filhotes para os EUA e Japão, e especulado como um estoque negociável por colecionadores de zoológicos.

Na década de 1980, seu número na natureza havia caído para pouco mais de mil. A extinção se aproximava.

Mas neste verão, os pandas também se tornaram um símbolo global de sucesso na conservação. As autoridades chinesas anunciaram que os animais – cuja população selvagem quase dobrou após 30 anos de esforços de recuperação liderados pelo governo – não estão mais ameaçados.

Em 2016, a União Internacional para a Conservação da Natureza já havia rebaixado o panda gigante de ameaçado para vulnerável, citando um aumento constante da população e expansão do habitat. Mas alguns cientistas e funcionários chineses rejeitaram essa avaliação, dizendo que era prematuro e que poderia prejudicar os esforços de proteção dos pandas.

Foram eliminados muitos dos grandes predadores das florestas da China, o que permitiu a proliferação de espécies de presas, como o takin tibetano e o javali do norte da China.

Muito foi alcançado desde 2016. A China designou um novo Parque Nacional do Panda Gigante, que cobre 70% do habitat existente dos animais, principalmente na província de Sichuan. E o número de pandas em programas de reprodução em cativeiro em todo o mundo quase dobrou, para 633. Isso é mais do que o dobro de pandas que os cientistas dizem ser necessários para preservar a diversidade genética, essencial para a sobrevivência da espécie.

Conflitos naturais

O fato da China destinar mais terras em reservas naturais para ajudar os pandas a se recuperar também beneficiou os takins tibetanos, desgrenhados, ungulados marrom-claros que lembram um cruzamento entre uma vaca e uma cabra montesa que pode pesar até cerca de 360 kg. O número deles na Reserva Natural Nacional Tangjiahe, um importante refúgio de pandas, quase triplicou de 500 em 1986 para mais de 1.300 em 2015. (Os machos takins podem ser perigosos, principalmente durante a época do cio. Em um período de nove anos nas montanhas Qinling, eles mataram 22 pessoas e feriram 184.)

“Observamos como a atividade do takin influencia claramente o crescimento da vegetação”, disse Diao Kunpeng, fundador da Qingye Ecology, uma organização sem fins lucrativos sediada em Sichuan, que trabalha para ajudar a gerenciar e realizar pesquisas em reservas naturais.

Os takins tiram a casca das árvores para se alimentar, expondo-as a infecções mortais por fungos e insetos. Como resultado, a composição da floresta muda – menos árvores grandes, mais vegetação rasteira. “Mas os pandas gostam de florestas de bambu com árvores grandes”, que servem como covis de maternidade para a criação de seus filhotes, diz Diao.

Os pandas gigantes só existem em 1% de sua área de distribuição anterior, grande parte da qual é protegida em reservas.

Os pandas marcam as árvores com uma substância cerosa secretada por glândulas abaixo de suas caudas como forma de se comunicar e encontrar parceiros. Mas quando os takins se esfregam contra as árvores para aliviar a coceira, eles podem eliminar ou diminuir as marcas de cheiro.

Os cientistas ainda não têm dados conclusivos para mostrar como as mudanças na floresta afetam os pandas selvagens, mas um estudo de longo prazo em Tangjiahe deve fornecer mais respostas, diz Diao.

De acordo com Wang, os javalis do norte da China podem ser ainda mais problemáticos para os pandas. Ambos são protegidos na China. Não existe uma estimativa oficial do número de machos, mas, anedoticamente, parece que eles superam os takins, seu alcance é maior e seu impacto no meio ambiente é muito mais pronunciado, diz ele.

A cada primavera, os jovens brotos de bambu fornecem uma valiosa fonte de proteína e nutrientes para os pandas, especialmente para mães grávidas ou lactantes. Mas os javalis também gostam de comer brotos jovens de bambu, e pesquisas mostram que os pandas evitam forragear em áreas habitadas por javalis. Enquanto isso, o número de pandas aumentou nas áreas vizinhas com poucos javalis.

Além disso, os javalis transmitem doenças como cinomose e peste suína, que podem atingir outras espécies. “É certo que esses vírus infectarão os pandas”, diz Wang.

E com seu enraizamento, os javalis também prejudicam as plantações dos moradores, o que Wang teme que possa reduzir o apoio aos esforços de conservação da vida selvagem em áreas onde vivem os pandas.

Os pandas gigantes têm poucos predadores naturais e, no passado, animais como os leopardos das neves, um tipo de cachorro selvagem chamado dhole, e os lobos controlavam o número de animais de caça e javalis. Mas esses predadores quase desapareceram, de acordo com um estudo de 2020 coautorizado por William McShea, um ecologista da vida selvagem no Instituto Smithsonian de Biologia da Conservação, em Front Royal, Virginia. A maioria morreu devido à caça ilegal e perda de habitat, diz McShea, que trabalhou na China por mais de 20 anos e defende “colocar esses carnívoros de volta”.

Funcionários da vida selvagem não têm dados suficientes sobre takins ou javalis para desenvolver planos de manejo que equilibrem seus números e necessidades com as dos pandas, de acordo com Wang.

A agência de Administração Florestal e de Pastagem de Sichuan, responsável por supervisionar a conservação da vida selvagem e do habitat, não respondeu ao pedido da National Geographic para comentários.

‘O futuro positivo do panda’

Durante grande parte do século 20, as peles de panda vendidas no mercado negro internacional renderam enormes somas – até cerca de R$ 518.000,00. Em seu livro de 1994, O Último Panda, o naturalista George Schaller descreveu o panda como uma espécie atormentada pela caça ilegal, perda de habitat e mau manejo. Na época, ele previu que “os caçadores ilegais eliminariam o panda muito antes que a consanguinidade se tornasse um problema”.

Hoje, a caça ilegal é rara e a extração de madeira foi praticamente eliminada dentro e fora das reservas. Schaller, agora com quase 80 anos, diz que está muito mais otimista. Se ele fosse escrever um novo livro, diz ele, “teria que ser algo sobre o futuro positivo do panda”.

Uma rede dedicada de guardas-florestais ajudou a conter o declínio dos pandas – na província de Sichuan, lar da maioria dos pandas selvagens, pelo menos 4.000 guardas-florestais patrulham as 166 reservas naturais. “Os guardas-florestais agem como uma barreira entre a lei e as práticas tradicionais”, diz Wang.

Eles também auxiliam conservacionistas e biólogos coletando informações vitais sobre os animais. Os guardas florestais geralmente vivem dentro das reservas, viajando semanas a fio por florestas montanhosas de bambu para manter as armadilhas fotográficas e registrar o comportamento da vida selvagem. Os dados coletados são usados ​​para determinar a contagem oficial do panda selvagem da China – a próxima pesquisa oficial será feita em 2022 – e informar pesquisas e estratégias de conservação.

Uma medida que os conservacionistas chineses adotaram é reproduzir e criar pandas em cativeiro com o objetivo de soltá-los em reservas para fortalecer as populações selvagens.

A reintrodução do panda é controversa porque é caro e demorado criar pandas em cativeiro.

O esforço teve um sucesso misto. Até o momento, 14 pandas foram soltos, 12 deles criados em cativeiro. Destes, nove sobreviveram. Os outros dois eram pandas selvagens que foram resgatados e mantidos em cativeiro. O único panda solto já confirmado a se reproduzir com sucesso na natureza foi um dos resgates selvagens.

No final de 2019, o Centro de Conservação e Pesquisa de Pandas Gigantes da China anunciou um plano para soltar três pandas na província de Jiangxi, onde os animais estão extintos há pelo menos 10.000 anos.

Esta teria sido a primeira libertação de pandas em cativeiro fora da província de Sichuan, se o plano não tivesse fracassado em meados de 2020 em meio a um intenso debate entre pesquisadores e autoridades chinesas sobre a eficácia da reintrodução de pandas.

“Dentro das comunidades de especialistas chineses e até mesmo dentro da equipe do programa de melhoramento, há opiniões divergentes muito fortes”, diz Wang. “Portanto, em relação à libertação dos pandas, não há um plano completo.”

Wang espera que seja tomada a decisão de soltar mais pandas de forma metódica e direcionada, para aumentar as pequenas populações regionais e conectar corredores de vida selvagem para que os animais possam se mover livremente em áreas com bom habitat.

“Não importa o que aconteça, não precisamos de 600 pandas em cativeiro”, diz Wang. “Talvez só depois de um certo fracasso seremos capazes de libertar melhor os pandas e melhorar a vida dos pandas selvagens.”

O programa de reprodução “não vai mudar o mundo”, diz McShea. “Eles estariam muito melhor se criassem reservas que produzissem pandas abundantes e translocassem esses pandas.”

Fonte: National Geographic / Kyle Obermann
Tradução: Redação Ambientebrasil / Maria Beatriz Ayello Leite
Para ler a reportagem original em inglês acesse: 
https://www.nationalgeographic.com/animals/article/pandas-are-off-chinas-endangered-list-but-threats-persist

Um terço dos tubarões, raias e quimeras estão ameaçados de extinção

 


Um terço dos tubarões, raias e quimeras estão ameaçados de extinção

ESTUDO COM MAIS DE 1,1 MIL ESPÉCIES DE PEIXES CARTILAGINOSOS INDICA QUE 32% CORREM RISCO DE DESAPARECER, SEGUNDO CRITÉRIOS DA UNIÃO INTERNACIONAL PARA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

O peixe-guitarra gigante (Rhynchobatus djiddensis), classificado como criticamente ameaçado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) (Foto: Matthew D. Potenski/IUCN SSC)

A biodiversidade do planeta está cada vez mais em risco. Um dos mais recentes sinais de alerta é que um terço dos peixes cartilaginosos (chondrichthyans), como tubarões, raias e quimeras, estão ameaçados de extinção, segundo critérios da Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

O fato vem de um estudo publicado na revista científica Current Biology na última segunda-feira (6). A avaliação constatou que o número de chondrichthyans ameaçados duplicou desde a última análise, realizada em 2014.

A nova pesquisa considerou mais de 1,1 mil espécies, das quais 391 (32%) entram para três tipos de classificação da IUCN de animais sujeitos à extinção. E o cenário pode ser ainda pior: se consideradas espécies menos estudadas, o índice poderia ser de 37,5%.

Um total de 90 espécies de chondrichthyans (7,5%) estão criticamente ameaçadas, outras 121 (10,1%) correm o risco de desaparecer e 180 (15%) estão vulneráveis, segundo a lista. Além do mais, menos da metade de todos os tipos de peixes cartilaginosos (44,1%) apresenta baixa preocupação de conservação.

Gráfico mostra variedade da classe de peixes chondrichthyan segundo a quantidade de espécies restantes (Foto: Nicholas K. Dulvy et.al)

O levantamento indicou ainda que 41% das 611 espécies de raias avaliadas estão ameaçadas. Também correm perigo de extinção 35,9% dos 536 tipos de tubarões e 9,3% dos 52 grupos de quimeras.

A ameaça é mais alta em águas tropicais e subtropicais, onde mais de três quartos das espécies estão sob risco de extinção. “Os trópicos hospedam uma incrível diversidade de tubarões e raias, mas muitas dessas espécies vulneráveis ​​foram pesadamente pescadas por mais de um século por uma ampla gama de zonas de pesca que permanecem mal administradas, apesar de incontáveis ​​compromissos para melhorar”, afirma Colin Simpfendorfer, professor que liderou o estudo, em comunicado.

Tubarão Carcharhinus obsoletus, que está praticamente extinto (Foto: Wikimedia Commons )

Praticamente todos os chondrichthyans (99,6%) estão ameaçados pela pesca, mas outros fatores também afetam esses animais. Entre eles: destruição de seu habitat para fins de desenvolvimento, que atinge 25,8% das espécies; agricultura e aquicultura (9,5%); poluição (6,9%) e mudanças climáticas (10,2%), que degradam recifes de coral e aquecem águas oceânicas.

Segundo Nicholas Dulvy, especialista que colaborou com a pesquisa, os resultados revelam uma realidade cada vez mais sombria, com as ameaças aos peixes cartilaginosos sendo só menos piores do que as que prejudicam os anfíbios. “O esgotamento generalizado desses peixes, particularmente tubarões e raias, põe em risco a saúde de ecossistemas oceânicos inteiros e a segurança alimentar de muitas nações ao redor do globo”, comenta Dulvy.

Fonte: Galileu

https://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2021/09/08/173450-um-terco-dos-tubaroes-raias-e-quimeras-estao-ameacados-de-extincao.html?utm_source=ambientebrasil&utm_medium=jornal_diario

ONGs internacionais e nacionais pedem realocação de complexo eólico na Bahia, longe de único refúgio da arara-azul-de-lear

 

ONGs internacionais e nacionais pedem realocação de complexo eólico na Bahia, longe de único refúgio da arara-azul-de-lear

ONGs internacionais e nacionais pedem realocação de complexo eólico na Bahia, longe de único refúgio da arara-azul-de-lear

Desde junho o Conexão Planeta vem acompanhando a polêmica sobre a construção de um complexo eólico, na região de Canudos, na Bahia, próximo ao único refúgio da arara-azul-de-lear do Brasil. A multinacional francesa Voltalia, que já iniciou a obra, pretende instalar na área 80 turbinas eólicas perto do principal habitat dessa espécie, considerada em perigo de extinção. Pelo último censo, realizado em 2019, estima-se que sejam apenas 1.500 indivíduos (leia reportagem completa aqui).

Em julho, o Ministério Público da Bahia recomendou a suspensão da obra. Segundo o MP, “a instalação do empreendimento pode causar impactos irreversíveis para a fauna da região e para as comunidades tradicionais”. O órgão recomendou ainda que o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) suspendesse ou mesmo, anulasse, a atual licença ambiental do parque. Acontece que a Voltalia não precisou apresentar um licenciamento ambiental completo para obter a permissão. Todavia, uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece a exigência de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), além de audiências públicas, para plantas eólicas que estejam situadas em “em áreas de ocorrência de espécies ameaçadas de extinção e endemismo restrito”.

Apesar disso, o Inema aprovou o projeto somente com a apresentação do licenciamento simplificado. 

No último dia 31 de agosto, 71 organizações, associações comunitárias, grupos e coletivos divulgaram uma carta manifestando preocupação diante do descumprimento pela Voltalia e pelo Inema à recomendação expedida pelo Ministério Público da Bahia.

“A continuidade das obras, mesmo após a recomendação do MP, e o descaso do Inema diante da situação implica em grave violação de direitos às populações direta e indiretamente afetadas e ao bioma caatinga. Já é possível verificar impactos como: o desmatamento, incluindo espécies protegidas como o licuri (alimento das araras), o aumento do preço da terra, a grilagem, a violação do direito de ir e vir das comunidades e o afugentamento de animais silvestres. A Voltalia S/A vem tentado justificar estas e outras graves violações socioambientais com o argumento de geração de empregos, porém os documentos apresentados pela própria empresa informam que, após a conclusão das obras, serão mantidos apenas 15 empregos para a operação do complexo eólico”, diz o texto da carta (veja o documento na íntegra e os signatários aqui).

E há poucos dias organizações internacionais se uniram a mais entidades nacionais na luta pela paralisação da obra. Numa carta conjunta enviada ao CEO da Voltalia, Sébastien Clerc, a American Bird Conservancy (ABC), a BirdLife International, a Ligue pour la Protection des Oiseaux (LPO) e as brasileiras Fundação Biodiversitas, SAVE Brasil e WWF-Brasil, pedem a realocação da obra e a recuperação da área já desmatada.

“É devastador. É surpreendente o suficiente que qualquer pessoa considere a instalação de um complexo eólico ali, quanto mais prosseguir com o projeto até aqui. Destruir o habitat de uma espécie em extinção sem avaliar os impactos ambientais é chocante. Este projeto deve ser cancelado e o habitat da espécie restaurado imediatamente”, diz Mike Parr, presidente da American Bird Conservancy.

“Reconhecemos totalmente a imensa importância de mudar de fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis para renováveis, bem como a importância do desenvolvimento sustentável e fornecimento de energia no Brasil. “Não assumimos essa postura contra o projeto levianamente. No entanto, dada a ameaça real de impactar irreversivelmente uma espécie altamente ameaçada, é imperativo que o projeto seja mudado e o habitat das aves restaurado”, ressalta Joel Merriman, diretor da Campanha Bird-Smart Wind Energy da ABC.

Graças a projetos de conservação na Caatinga baiana, a população de araras-azuis-de-lear passou de 228 para 1.500 indivíduos em 20 anos

Desde que o caso veio a público há quase três meses, tanto o Inema, como o Cemave – centro nacional voltado para a conservação das aves silvestres ligado ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) – não responderam aos e-mails enviados para suas assessorias de imprensa ou fizeram qualquer tipo de declaração sobre o assunto.

Existe uma petição online contra o Complexo Eólico de Canudos, que já conta com quase 80 mil assinaturas. Se você também quer a suspensão da obra e gostaria que as autoridades locais se pronunciassem a respeito, assine e compartilhe este link.

O Conexão Planeta aguarda um pronunciamento da Voltalia sobre a divulgação das cartas das entidades nacionais e internacionais.

ONGs internacionais e nacionais pedem realocação de complexo eólico na Bahia, longe de único refúgio da arara-azul-de-lear

A localização do Complexo Eólico de Canudos está indicada com a seta vermelha, onde aparecem as linhas finas laranjas. A mancha clara, em verde, apresenta a área de uso da arara-azul-de-lear na região do Raso da Catarina

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Fotos: arara-azul-de-lear (João Marcos Rosa/Fundação Biodiversitas)


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