quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Duas barragens da Vale têm operação suspensa

Por Agência Brasil


A Vale suspendeu, na última quarta-feira (6), as operações na barragem de Laranjeiras, na Mina de Brucutu (localizada a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte), e da Mina de Jangada, que fica na mesma área da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, após decisão da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) pela suspensão da Autorização Provisória para Operar (APO) da primeira e da Licença de Operação (LO) da segunda.


Segundo nota divulgada nesta quarta-feira pela Vale, o fato de existir uma ação pública movida pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais e pela Semad também contribuiu para a decisão. 


A Semad informou que a Barragem Laranjeiras está com seus atos autorizativos suspensos pelo órgão ambiental desde terça-feira (5) e que o processo corre em segredo de Justiça.


Já a Mina da Jangada  é contígua ao empreendimento Córrego do Feijão, em Brumadinho, onde houve o rompimento de uma barragem no dia 25 de janeiro  e que resultou na morte de 150 pessoas e 182 desaparecidos. Para a secretaria, as atividades das duas minas são correlatas e complementares e a suspensão da Mina da Jangada foi determinada pelo órgão ambiental no mesmo dia em que houve o rompimento da barragem.


“Cabe ao empreendedor o dever de manter as medidas de controle ambiental a fim de garantir a qualidade ambiental referente ao empreendimento. Quanto à questão da segurança e estabilidade das barragens, o empreendedor deverá observar as diretrizes determinadas pela Política Nacional de Segurança de Barragens, junto à Agência Nacional de Mineração”, diz nota da secretaria.


Vale

 

Em nota, a Vale ponderou que as duas minas têm atos autorizativos distintos e que a Mina da Jangada já não estava em funcionamento em consequência da paralisação da operação da Mina Córrego de Feijão.


A mineradora informou que, em Fato Relevante divulgado em 4 de fevereiro de 2019, foi publicado a paralisação de depósito de rejeitos em diversas barragens da empresa, dentre elas, a de Laranjeiras. 


“A barragem de Laranjeiras foi construída pelo método de construção convencional e possui atestado de estabilidade vigente. A Vale entende, assim, que não existe fundamento técnico e/ou jurídico ou avaliação de risco que justifique o cancelamento da APO”,  disse a Vale na nota.


Para a empresa, a retomada das operações de Brucutu está condicionada à revogação da decisão liminar da ação civil pública e à concessão de autorização ou licença para operação da barragem de Laranjeiras. “O cancelamento da APO tem um impacto estimado de aproximadamente 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, conforme informado no referido FR [fato relevante- comunicado ao mercado]”. A Vale informou que adotará as medidas administrativas e judiciais cabíveis quanto à decisão da secretaria.

Economia que cai do céu: Por que captar água da chuva é um ótimo investimento

 


Crise hídrica. Duas palavrinhas repetidas incansavelmente entre 2014 e 2015 nas manchetes dos jornais paulistanos. Pânico geral. O nível de água das represas caiu de forma assustadora e não teve jeito: a população teve que se virar! 

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E se tem uma coisa que o brasileiro está acostumado é se adaptar às mais adversas situações. Foi aí que entrou em ação, em várias residências, as cisternas domésticas. Poderosas, eficientes e de baixo custo, uma solução para a falta de abastecimento que se mostrou uma opção incrível para aliviar o bolso e, é claro, o meio ambiente.

Para explicar melhor sobre o quanto é possível economizar, vamos usar como exemplo uma família da capital paulista composta por três membros que adote uma minicisterna de 200 litros. Você não vai acreditar na economia mensal que esta família pode ter, mas os números não mentem:

(uma pessoa) gasta ? 154 litros de água por dia = 0,154m³ por dia.

(3 pessoas ) gastam ??? 462 litros de água por dia = 13,8m³ por mês.

Conta de água sem cisterna =  R$ 108 (R$ 7,82/m³)

Conta de água com cisterna = R$ 50 ( valor fixo de R$ 50 até 10m³)

Você não está acreditando que isso é possível, né?
Mas acredite: não só é real como pode ser aplicada na sua residência, ainda que sua família seja menor ou, pelo contrário, inclua primos e o “tio do pavê”. A redução brusca no valor acontece porque, com um reservatório, o consumo de água potável pode cair muito – até pela metade se adotar outros hábitos de consumo consciente. Reutilizar água da máquina de lavar roupas, tomar banhos rápidos, fechar a torneira enquanto escova os dentes e etc etc etc (todas aquelas dicas que você está cansado de saber, mas a gente sabe que nem sempre aplica). 


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Outra coisa essencial para calcular a sua economia é entender como funciona a tarifa na sua cidade. No caso da capital paulista, abastecida pela Sabesp, gastando de 0 a 10m³ por mês o cliente entra na tarifa mínima de R$50*. E vamos combinar que reduzir de 13m³ (no caso do nosso exemplo acima) para menos de 10m³ é completamente possível. Ainda mais tendo um reservatório para fins não potáveis. Ah, e na próxima vez que ver uma torneira pingando visualize seu dinheiro descendo pelo ralo, isso com certeza vai te ajudar a colocar a mão na consciência.

O gasto para construir é ínfimo diante da economia. Podemos estimar que um sistema básico de armazenamento e captação de água da chuva custe até R$ 300,00. Em um cenário mais otimista (em 2015) foram gastos R$ 
239,90. O que mais pode alterar este valor é o preço do reservatório em si, que pode variar bastante. Uma dica neste caso é procurar sucateiros, mercados municipais ou supermercados atacadistas para adquirir tambores reutilizados.


Depois de aplicar essas dicas podemos garantir que vai sobrar dinheiro no fim do mês para usar da melhor maneira possível. E você ainda dormirá com a consciência tranquila de estar contribuindo para um mundo com menos desperdícios.


Quer saber mais como seu dinheiro pode virar mais dinheiro? Por muito tempo, investimentos financeiros eram um assunto de outro mundo. A Easynvest acabou com isso, eles acreditam em um mundo financeiro mais aberto e acessível, para despertar o investidor que há dentro de você!
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*Valor vigente em Setembro de 2018.

Turkish Airlines é acusada de colaborar com tráfico de animais



Turkish Airlines é acusada de colaborar com tráfico de animais

Os traficantes usam a companhia aérea para transportar ilegalmente papagaios-do-congo africanos em voos .


Investigação mundial da Proteção Animal Mundial revela que a companhia aérea Turkish Airlines e sua transportadora (Turkish Cargo) permitem o transporte de animais silvestres, apesar de terem se comprometido com o combate ao tráfico. Os traficantes usam a companhia aérea para transportar ilegalmente papagaios-do-congo africanos em voos que saem da República Democrática do Congo, Nigéria e Mali com destino a países do Oriente Médio e Ásia.


Após a denúncia, a Proteção Animal Mundial lança a campanha “Animal silvestre não é pet” tendo como foco o comércio ilegal de animais silvestres e o sofrimento animal causado pelo tráfico. “A capilaridade da Turkish Airlines e Cargo é muito ampla, a companhia voa para 120 países, incluindo o Brasil. Por isso, o resultado da investigação é tão alarmante. Pedimos que a empresa pare de transportar aves silvestres até que seja comprovado que espécies ameaçadas de extinção, como o papagaio-do-congo, não estejam sendo transportadas em seus aviões”, explica Roberto Vieto, gerente de vida silvestre da ONG.

Estudo da organização aponta que quase um terço dos animais silvestres capturados pelo comércio ilegal morre durante o transporte. Recentemente, mais de 60 papagaios-do-congo transportados pela Turkish Airlines ao Kuwait chegaram mortos ao destino. Ao não verificar com cuidado as cargas que transporta, a companhia aérea contribui para o sofrimento e morte desses animais.


“Animal silvestre não é pet” 

 

 

Milhões de animais silvestres, incluindo papagaios, são capturados de seus habitats ou criados em cativeiro para serem vendidos no mercado de animais de estimação exóticos. Anualmente, esse segmento movimenta cerca de US$ 42,8 bilhões e causa um impacto devastador nas populações de animais silvestres de todo o mundo, afinal três em cada quatro bichos morrem no transporte ou em um ano de cativeiro.

Para combater esse problema, a Proteção Animal Mundial lançou a campanha “Animal silvestre não é pet”, que além da denúncia contra a Turkish Airlines traz investigação que aponta que pelo menos três de cada quatro cobras, lagartos e tartarugas morrem dentro de um ano em casa; três de cada quatro papagaios-do-congo capturados para serem vendidos como animais de estimação morrem antes de chegar a um comprador; e quase um terço de todos os animais silvestres morrem durante o transporte.

“Além disso, descobrimos que 45% dos donos de animais exóticos não sabem que sua espécie é considerada silvestre, a compra é feita por amor aos animais. As pessoas desconhecem o sofrimento extremo causado a eles”, completa Vieto.

Mesmo quando os trâmites de compra são feitos de maneira legal, manter tartarugas, papagaios, cobras e outros animais silvestres em cativeiro é cruel. Uma vida em cativeiro limita o comportamento natural e ameaça o bem-estar físico e psicológico de muitos animais, que morrem por asfixia ou inanição. Para se juntar à campanha “Animal silvestre não é pet” e solicitar o fim do transporte pela Turkish Airlines e Cargo acesse aqui.

Vínculos entre acidentes em engenharia e o ambiente de obra, artigo de Álvaro Rodrigues dos Santos



Vínculos entre acidentes em engenharia e o ambiente de obra, artigo de Álvaro Rodrigues dos Santos





Brumadinho, MG
Foto: Corpo de Bombeiros/MG – EBC
 
 
[EcoDebate] As recentes tragédias de Mariana, Brumadinho, os problemas ocorridos e anunciados com viadutos em São Paulo, e tantos eventos da mesma natureza já ocorridos no país, em que são contabilizados um enorme número de mortos e prejuízos sociais incalculáveis, têm suscitado diversas avaliações focadas nos mais diversos aspectos técnicos e gerenciais envolvidos. 

Neste artigo abordo um desses aspectos, que me parece um dos fundamentais, o qual não tem sido objeto dessas avaliações, qual seja o ambiente de obra, ou o ambiente empresarial, que sabidamente fortemente influi no tipo e na qualidade das relações entre os empregados, em nosso caso, profissionais de engenharia (engenheiros, geólogos, etc.), e a Diretoria da empresa. E, dentro do mesmo cenário, nas relações entre empresas especializadas contratadas e a contratante proprietária da obra.

É natural e compreensível o fato do profissional técnico do quadro da empresa cultivar a expectativa de sua ascensão hierárquica/salarial no âmbito do organograma empresarial. Alguns valores exigidos para essa ascensão lhe são óbvios e/ou lhe são instilados pela cultura interna da empresa: dedicação, competência, disponibilidade, sociabilidade, responsabilidade, capacidade de liderança, e outros do gênero. Além desses há alguns mais sutis: caracterizar-se por trazer soluções e não problemas e, com destaque, considerar-se e ser considerado parte “do time”, ou seja, um profissional que se destaque por, em qualquer circunstância, “fazer o jogo da empresa”. 

No caso de empresas contratadas pela empresa proprietária da obra dá-se algo semelhante. À contratada interessa a melhor relação possível com seu cliente, situação em que lhe serão garantidos novos e importantes contratos. Nesse contexto busca naturalmente cumprir valores essenciais para suas expectativas: competência, confiabilidade, presença, confidencialidade. Da mesma forma, poder ser considerada “parte do time” e, em qualquer condição, “fazer o jogo da empresa contratante”.

Esse ambiente empresarial e de obra, ainda que não explicitado e muito estudado, é conhecido por todos que, de alguma forma, lidam com obras de engenharia. Pode-se dizer até que, respeitados certos limites (aqui mora o “X” do problema) componha um elenco de condutas compreensíveis e até aceitáveis. Decisão dificílima, tanto por parte do profissional empregado da empresa proprietária da obra, como por parte de uma empresa por essa contratada, é estabelecer e atender os limites de ordem ética e de ordem técnica, aqui em especial aqueles que se colocam na esfera da segurança e da assunção de riscos de acidentes.

Vamos a um exemplo prático para melhor entendimento dessa equação. Um geotécnico da empresa proprietária da obra alerta em uma reunião com sua chefia sobre a urgente necessidade de ser tomada determinada providência técnica para que não sejam surpreendidos por um grave acidente. Como a providência envolve custos a diretoria pede estudos complementares. 

A variável tempo corre inexoravelmente. Feitos esses estudos, o profissional repete seu alerta. Sua chefia lhe recomenda que não faça nada por escrito, ou documentadamente, as comunicações verbais bastariam. Inicia-se um processo interno interminável de aprovação de verbas e serviços e o profissional tem plena consciência de que a probabilidade de um acidente aumenta
consideravelmente. 

Ele tem ganas de emitir por escrito um alerta à sua chefia e à Diretoria da empresa, mas ao mesmo tempo avalia que se assim agir deixará de imediato de ser considerado como “parte do time”, e iriam por terra seus sonhos de progressão hierárquica e salarial dentro da empresa, e quem sabe teria até que contar com a possibilidade de uma demissão, obviamente debitada a um exercício de “remanejamento interno de equipes”. 

Como, no caso da empresa contratada, dadas as mesmas circunstâncias, iriam para o espaço suas expectativas de novos e vitais contratos. No campo da ética profissional poderíamos elencar vários outros exemplos de incompatibilidade entre o que seria técnica e legalmente correto e os interesses mais imediatos da empresa proprietária da obra, situação que também exigiria do profissional ou da empresa contratada, em obediência aos códigos de conduta informais prevalecentes no ambiente empresarial, uma decisão de anuência e compartilhamento com uma ilegalidade ou com uma agressão a princípios éticos que deveriam ser devidamente assumidos e praticados.


Exemplo que se tem tornado muito frequente decorre de decisões empresariais de redução de despesas, o que acaba contaminando o ambiente de uma obra de uma quase disputa entre profissionais e equipes na busca de resultados financeiros de grande agrado para a direção da empresa proprietária da obra. É fácil deduzir os enormes riscos para a segurança que naturalmente decorrem de um ambiente de obra assim contaminado.


Fato real é que em grande parte dos acidentes e tragédias ocorridos em obras de engenharia no Brasil são explicados, ao menos em boa parte, por circunstâncias próximas às descritas, ou seja, pela prevalência de ambientes de obra constrangedores de uma atitude mais ousada, firme e insistente de profissionais do quadro ou de empresas contratadas no apontamento de disfunções técnicas que possam levar a situações de risco e na persistência por exigências de sua pronta correção e eliminação.

Como enfrentar esse problema? Aqueles que tem uma maior intimidade com os ambientes empresariais sabem perfeitamente da ingenuidade em se esperar que algo de muito substancial seja alcançado via uma alteração comportamental unilateral dos profissionais empregados e de empresas contratadas. Empregos, carreiras, contratos, situações familiares estão em jogo, o que, particularmente em um país com fraco desenvolvimento econômico, conta muito.


Por diversas razões um caminho culturalmente também dificultoso, a alternativa de uma profunda e corajosa decisão das direções empresariais no sentido de dotar seus ambientes de obra e seus códigos de conduta de atributos incentivadores de atitudes mais ousadas e firmes de profissionais e empresas contratadas no apontamento de riscos técnicos e da necessidade de prontas medidas de segurança, promete ser mais promissora para resultados mais rápidos e virtuosos.


Os enormes desgastes financeiros e de imagem institucional derivados de acidentes como os que temos testemunhado, assim como a eventualidade de penalizações criminais envolvendo proprietários da empresa, jogam, a favor dessa possibilidade.


Muito colaboraria também para um melhor equacionamento da variável abordada nesse artigo uma atenção maior das associações técnicas do campo geotécnico, como a ABMS e a ABGE, na discussão e trato do tema aqui focado, qual seja o ambiente de trabalho imperante nas frentes de obra e sua influência na menor ou maior atenção com a excelência técnica e com a segurança.


Geól. Álvaro Rodrigues dos Santos (santosalvaro@uol.com.br)

  • Ex-Diretor de Planejamento e Gestão do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas
  • Autor dos livros “Geologia de Engenharia: Conceitos, Método e Prática”, “A Grande Barreira da Serra do Mar”, “Diálogos Geológicos”, “Cubatão”, “Enchentes e Deslizamentos: Causas e Soluções”, “Manual Básico para elaboração e uso da Carta Geotécnica”, “Cidades e Geologia”
  • Consultor em Geologia de Engenharia e Geotecnia
  • Colaborador e Articulista do EcoDebate
Artigo enviado pelo Autor e originalmente publicado no CGN.



in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 14/02/2019


"Vínculos entre acidentes em engenharia e o ambiente de obra, artigo de Álvaro Rodrigues dos Santos," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 14/02/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/02/14/vinculos-entre-acidentes-em-engenharia-e-o-ambiente-de-obra-artigo-de-alvaro-rodrigues-dos-santos/.

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3 Formas de Gerar Energia Através do Sol Que Você Deveria Conhecer

3 Formas de Gerar Energia Através do Sol Que Você Deveria Conhecer

3 Formas de Gerar Energia Através do Sol Que Você Deveria Conhecer
Se você acha que não tem como aproveitar as vantagens da energia solar, então precisa conhecer as três possibilidades de produzir sua própria energia através da luz do sol.


Há 7 anos, em 2012, um novo cenário para o consumo de energia elétrica foi apresentado aos brasileiros: o segmento de geração distribuída e a possibilidade de produzir a própria energia elétrica através de sistemas geradores.

O marco que criou esse segmento foi a Resolução Normativa 482 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), na qual foi criado o sistema de compensação de energia elétrica e os chamados créditos energéticos.

A partir dessa legislação, os brasileiros passaram a realizar “a troca” da energia gerada pela energia consumida da rede elétrica, sendo que cada unidade de energia injetada na rede retorna a ele na mesma proporção.

Para isso, basta que qualquer interessado (seja ele pessoa física ou jurídica) instale um micro ou minigerador, que deve ser alimentado por fontes de energia renováveis incentivadas pelo segmento de geração distribuída.

Segundo as regras vigentes deste segmento, caracteriza a micro e minigeração de energia solar como:
  • Microgeração: sistema fotovoltaico de potência instalada inferior ou igual a 75 quilowatts;
  • Minigeração: sistema fotovoltaico de potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 5 Megawatt.
De acordo com a RN 482 da Aneel, todas as distribuidoras são obrigadas a conectar os geradores à sua rede, que no caso da energia solar fotovoltaica, são os sistemas fotovoltaicos do tipo On-grid, que representam 99% dos geradores conectados no país hoje. Esse tipo de sistema é aquele que não utiliza de baterias para armazenar a energia gerada.

Este foi um grande avanço para o setor elétrico do Brasil e uma forma de empoderamento para a população, que passou a buscar saber tudo sobre energia solar.

No entanto, um problema persistia: as regras RN 482 limitavam a geração e uso dos créditos energéticos a uma única pessoa, que deveria instalar o sistema solar em seu imóvel próprio.


A Resolução 687 e as Novas Modalidades de Geração


Essa limitação deixava muitos dos brasileiros de fora do segmento de geração distribuída, como aqueles que residem em apartamentos, por exemplo, pois não tinham espaço para a instalação de um sistema próprio.


Isso, felizmente, mudou no ano de 2015, quando a Aneel revisou as regras do segmento através da Resolução Normativa 687.


Essa atualização possibilitou 3 novas modalidades de geração no segmento de geração distribuída, que são:


#1 Geração Em Condomínios
Nesta modalidade, moradores de um condomínio residencial ou predial podem se unir para a instalação de um sistema central, que irá gerar energia para cada um dos participantes, como também para alimentar áreas de uso comum.
Neste caso, o sistema, que fica sob a responsabilidade do condomínio, da administração ou do proprietário do empreendimento, irá injetar toda a energia gerada diretamente na rede elétrica para a criação dos créditos energéticos.


Ao final do mês, estes então serão computados pela distribuidora e utilizados para abater a energia elétrica consumida por cada um dos participantes do rateio em seu respectivo apartamento/casa.


Segundo as regras, ainda é preciso que todas as casas ou apartamentos estejam localizadas em uma mesma propriedade ou em propriedades contíguas.


#2 União de pessoas ou empresas para gerar energia
Essa modalidade de geração compartilhada também permite a união de dois ou mais interessados para a instalação de um sistema gerador.

Neste caso, os consumidores podem ser tanto pessoa física (CPF) como jurídica (CNPJ), unindo-se através de cooperativa ou consórcio e não precisam residir dentro de uma mesma área.

A única ressalva é que a mesma concessionária de energia precisa atender todos os participantes que se unirem para essa geração conjunta.


#3 Gerar a energia em um lugar e aproveitar em outro
Por último, essa modalidade permite que você (CPF ou CNPJ gere a sua energia de forma remota, fora do local onde irá utilizá-la.

Na prática, isso significa que você pode ter uma casa localizada no bairro X e compartilhar os créditos energéticos gerados com outra casa que você possui no bairro Y, por exemplo. 

Vale ressaltar que esta é uma regra onde as áreas X e Y precisam ser atendidas pela mesma distribuidora, não importando se estão no mesmo bairro, cidade ou estado. 

Essa é a forma de geração que trouxe mais vantagem para a população, pois permite unir o consumo de duas ou mais propriedades e aumentar a economia com energia solar.

No caso de empresas, como aquelas situadas no campo, o uso da energia solar rural dentro deste modelo de geração, se torna altamente vantajoso, pois permite abater o consumo de matriz e filiais.

Juntas, essas três novas modalidades criadas pela Aneel ajudaram a ampliar o segmento de geração distribuída e tornaram a luz do sol a fonte de energia de mais consumidores no Brasil. 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 13/02/2019
"3 Formas de Gerar Energia Através do Sol Que Você Deveria Conhecer," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 13/02/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/02/13/3-formas-de-gerar-energia-atraves-do-sol-que-voce-deveria-conhecer/.

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Impactos ambientais da agricultura, artigo de Roberto Naime

Impactos ambientais da agricultura, artigo de Roberto Naime


Brasnorte, MT, Brasil: Árvore em meio a plantação de soja. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

[EcoDebate] Impactos ambientais da agricultura assustam numa primeira aproximação, mas podem ser listados e discutidos sem sobressaltos.

A produção de alimentos é um dos maiores desafios do mundo moderno. A agricultura hoje produz alimentos para uma população estimada em 7 bilhões de pessoas em todo o planeta.

O crescimento populacional excessivo tem feito com que o ser humano consuma quase tudo aquilo que o planeta tem para oferecer. Com uma população tão grande, é quase utópico imaginarmos uma produção de alimentos suficiente e sem impacto algum.

Os impactos causados pelo ser humano são muitos, mas é possível reduzi-los. O ideal é que daqui a algum tempo, os nossos estudos e pesquisas consigam descobrir uma forma de produzir alimentos de forma eficiente e sem impactos no meio ambiente

Para que se possam buscar soluções aos problemas do mundo moderno, é preciso conhecer ao menos os maiores impactos causados pela atividade de maior alteração no meio ambiente que é a agricultura.

A atividade agropecuária exige desmatamento, que é a derrubada de matas originais. Não se planta e não se cria em áreas florestadas. Este fato vem sendo a causa dos maiores impactos ambientais.
Erosão que é a perda de solo causada pela associação do uso incorreto do solo associado com as chuvas e ventos. Essa perda é relevante e está retirando todas as camadas superiores do solo, chegando até as rochas, tornando o solo não-agricultável.

A terra que escorre com as chuvas, causa colmatação em rios e lagos, comprometendo sua vazão e qualidade da água.

A perda de biodiversidade é o desaparecimento por qualquer motivo de qualquer espécie animal ou vegetal devido a sua carga genética específica.

As espécies formadas durante muitos milhares de anos estão simplesmente desaparecendo com o desmatamento. Essas espécies podem ter carga genética muito peculiar e serem necessárias para a produção de medicamentos no futuro. É o fato mais relevante dentre outros incrementos para a evolução da civilização humana.

Muito se enganam os que pensam que o consumo doméstico gera os maiores gastos de água. Mais de 60% da água doce é utilizada na irrigação de campos agrícolas. O esgotamento da água doce, é outro relevante impacto ambiental.

Por mais que a produção de material vegetal capture carbono da atmosfera, o carbono liberado por atividades relacionadas supera a quantidade capturada. Esse carbono é liberado pela queima de diesel dos tratores, produção de fertilizantes e defensivos agrícolas, além da decomposição de restos de cultura. Tudo isto configura outro impacto ambiental que é a poluição atmosférica.

O uso descontrolado de adubos e defensivos agrícolas vem causando sérios problemas de contaminação de águas por resíduos e materiais lixiviados no solo, que podem causar problemas inclusive como a eutrofização e a contaminação de águas potáveis. Logo, poluição de mananciais hídricos configura relevante impacto ambiental.

O uso inadequado do solo, hoje liderado pela produção de gado e outros animais, vem desgastando os solos de forma espantosa, tornando-os quase totalmente inférteis. A utilização de mecanização rural em solos inapropriados vem causando mortandade vegetal em muitas destas áreas, que se tornam desertas. Esse é um processo muitas vezes irreversível e se denomina “desertificação”.

O avanço da agricultura sobre as matas nativas causa destruição das nascentes, por soterramento, colmatação e impermeabilização, entre outros fatores. A este fenômeno se denomina “destruição de mananciais hídricos”.

Por derradeiro, a geração de resíduos na produção animal é uma das maiores causas de impactos ambientais, principalmente devido às fezes animais geradas em animais criados em confinamento.
As fezes dos porcos, chamadas de chorume de porco e as fezes de frango, chamadas de cama de frango, entre outras, estão dentre as principais poluidoras de ambientes rurais.

Existem muitos outros impactos ambientais que a agricultura, assim como toda permanência do homem, causa. Conhecendo esses problemas, é possível buscar novas soluções para o futuro.
A civilização humana determinará nova autopoiese sistêmica, na acepção de Niklas Luhmann e Ulrich Beck, que contemple a solução dos maiores problemas e contradições exibidas pelo atual arranjo de equilíbrio. Que é um sistema instável, muito frágil e vulnerável. Para sua própria sobrevivência, o “sistema” vai acabar impondo uma nova metamorfose efetiva.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

Referência:
http://agriculturanaturaleorganica.weebly.com/impactos-ambientais.html

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 14/02/2019
"Impactos ambientais da agricultura, artigo de Roberto Naime," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 14/02/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/02/14/impactos-ambientais-da-agricultura-artigo-de-roberto-naime/.

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