quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Girafa entra para a Lista Vermelha de animais ameaçados de extinção. E não está sozinha

Girafa entra para a Lista Vermelha de animais ameaçados de extinção. E não está sozinha


Depois de passar anos como uma espécie de “menor preocupação”, a girafa acaba de ser incluída na lista vermelha de animais ameaçados de extinção da IUCN – International Union for Conservation of Nature (União Internacional para a Conservação da Natureza).

A categoria? Vulnerável. A razão: de 1985 a 2015, sua população foi reduzida em cerca de 40%, passando de 163.452 mil indivíduos para 97.562 mil.

O relatório da ONG – divulgado ontem, 8/12, durante a 13a. Conferência da Biodiversidade (COP13), em Cancún, no México – revela que, das nove subespécies de girafa existentes na Terra, cinco estão em risco e, agora, figuram nessa lista tão temida. Três subespécies, ao contrário, registraram aumento na quantidade de indivíduos e uma está estável.

Entre as causas desse cenário estão o aumento da população em vários países africanos, a expansão da agricultura, a caça ilegal, o desmatamento e as guerras civis. E a direção da instituição salientou que até os conservacionistas desconhecem a real situação das girafas em seus habitats naturais.

Aves e plantas também podem desaparecer

Mas não é só a girafa que entrou para a lista vermelha que, hoje, reúne 24.307 espécies entre as 85.604 analisadas. A girafa é o único mamífero – o mais alto do mundo – incluído agora. As demais espécies são aves e plantas.
Aves
Esta atualização da Lista Vermelha inclui a reavaliação de todas as espécies de aves. Graças a uma extensa revisão taxonômica realizada pela  BirdLife International em parceria com o Manual de Aves do Mundo, o número total de espécies de aves avaliadas atingiu 11.121. A IUCN analisou mais de 742 novas espécies de aves e chegou à conclusão de que 11% está sob ameaça de extinção. Treze aves recém descobertas e endêmicas em ilhas e, certamente, foram “varridas” por espécies invasoras.  Várias foram perdidas nos últimos 50 anos como a toutinegra pagã (Acrocephalus yamashinae), O’ahu akepa (Loxops wolstenholmei) e Laysan honeycreeper (Himatione fraithii).

A carriça de Antioquia recentemente descrita (Thryophilus sernai) foi listada como ameaçada de extinção, já que mais de metade do seu habitat no Peru poderia ser aniquilado por causa da construção de uma barragem. A perda de habitat para a agricultura, a exploração madeireira e a degradação por espécies invasoras e o comércio ilegal são as principais ameaças e também empurraram o vanga azul de Comoro marcante (Cyanolanius comorensis) para a categoria “vulnerável”, que é considerada ameaçada (ver critérios no final deste post).

O estudo ainda revelou que algumas das aves mais populares do mundo também podem desaparecer na natureza, em breve. É o caso do papagaio-cinzento africano (Psittacus erithacus) – um animal de estimação que tem a capacidade de imitar a fala humana – que é capturado com frequência para tráfico e também tem perdido seu habitat. Ele passou da categoria “vulnerável” para “ameaçada de extinção”. Estudo da BirdLife International identificou que, em algumas partes do continente africano, resta apenas 1% da espécie.

A situação é ainda pior na Ásia, com espécies como rufor de rufos (Garrulax rufifrons), o lorikeet (Trichoglossus forsteni) e o bulbul (Pycnonotus zeylanicus) entre outras incluídas na categorias de “mais ameaçadas”. Aqui também são os níveis insustentáveis ​​das capturas para o tráfico, em grande parte centradas em Java, que impulsionam a deterioração de muitas espécies.

Mas o estudo da IUCN também traz boas notícias: algumas das aves mais raras e mais vulneráveis ​​do planeta – as que existem apenas em pequenas ilhas isoladas, como o bullfinch dos Açores (Pyrrhula murina), a tarambola de Santa Helena (Charadrius sanctaehelenae) e o olho branco das Seychelles (Zosterops modestus) estão entre as espécies que, graças aos esforços incansáveis de conservação, puderam ser rebaixadas na Lista Vermelha.

Plantas e frutas
Espécies silvestres como mangas, girassóis e aspargos também entraram para a lista vermelha da IUCN por causa da urbanização, da agricultura intensiva, da fragmentação de habitats e também das mudanças climáticas.

Pela primeira vez, a organização avaliou 233 plantas que nascem sem a intervenção do ser humano e que são similares às cultivadas pelo mundo. O resultado revelou que há 4 espécies de mangas “em perigo” e que a manga indonésia Kalimantan já não existe mais.

O desaparecimento dessas espécies silvestres impacta na diversidade genética – fertilidade, valor nutricional e resistência a doenças e à seca – que, por sua vez, influencia a agricultura, um de seus algozes.

Critérios para classificar as espécies 

Entenda como funciona a classificação da IUCN para incluir ou não uma espécie em sua Lista Vermelha:

EM EXTINÇÃO
– extinta
– extinta na natureza

AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO
– criticamente em perigo
– em perigo
– vulnerável

FORA DO RISCO
– quase ameaçada
– pouco preocupante

Leia também:
 
Lista vermelha da IUCN
Foto: Alexas/Pixabay

Le Figaro (França) – La Chine, locomotive du nucléaire mondial

Le Figaro (França) – La Chine, locomotive du nucléaire mondial


En 2017, l’électricité atomique a augmenté de 18 % dans l’empire du Milieu mais a reculé dans le reste du monde.
ARMELLE BOHINEUST

ÉNERGIE C’est avec un dossier délicat entre tous, le nucléaire, que le nouveau ministre de la Transition écologique entame son parcours. François de Rugy doit présenter fin octobre le projet de « programmation pluriannuelle de l’énergie (PPE) » favorisant la transition énergétique . Pour cela, il faut « sortir de la guerre de religion », a proposé le ministre écologiste dans Le Monde tout en affirmant que le nucléaire n’était plus une énergie d’avenir.

Les derniers rapports sur ce sujet sont loin de le contredire. Selon l’édition 2018 du World Nuclear Industry Status Report, depuis trois ans, si la production électrique nucléaire continue de croître dans le monde (+ 1% en 2017), c’est uniquement grâce à Pékin. En Chine, elle a ainsi progressé de 18 % l’an dernier.

Avec 41 réacteurs en service, c’est le troisième pays au monde en termes de centrales, derrière les États-Unis et la France. L’empire du Milieu est également le pays le plus actif pour les installations. En 2017, quatre réacteurs ont été mis en service dans le monde, trois en Chine et un au Pakistan, installé par les ingénieurs chinois, détaille Mycle Schneider, principal auteur du rapport. En 2018, sur les sept centrales déjà mises en service, cinq l’ont été en Chine et deux en Russie. « La Chine continue à dominer les développements du secteur nucléaire grâce à des décisions prises il y a des années », résume le consultant réputé antinucléaire mais dont l’expertise est reconnue. Et malgré un creux depuis 2016, les lancements de chantiers devraient reprendre, prévoit Mycle Schneider. La Chine est le seul pays à avoir investi depuis quinze ans dans tous les composants d’industrie nucléaire. À l’inverse, les États-Unis, qui ne savent pas construire de cuve, par exemple, n’ont pas cette capacité, note l’expert.

«La capacité de production électrique nucléaire risque de se réduire dans les prochaines décennies », a confirmé lundi le rapport annuel de l’Agence internationale de l’énergie atomique (AIEA).

Baisse de compétitivité
Cette industrie, qui comporte beaucoup de réacteurs vieillissants et promis à l’arrêt, fait face à une baisse de compétitivité qui pourrait se traduire par « une chute de plus de 10 % » du parc mondial de réacteurs d’ici à 2030, précise l’agence onusienne basée à Vienne.

Plusieurs pays, comme l’Allemagne et la Suisse, se désengagent peu à peu de l’atome, relève l’AIEA, qui pointe les difficultés de « déploiement » des nouvelles technologies de type EPR. Le secteur est aussi confronté au bas prix du gaz naturel et à « l’impact des énergies renouvelables sur les prix de l’électricité ».

Celles-ci, en particulier l’éolien (+ 17%) et le solaire (+ 35%), enregistrent une croissance très forte de leur production de courant, en 2017. « Dans 9 des 31 pays exploitants des centrales nucléaires (Allemagne, Brésil, Chine, Espagne, Inde, Japon, Mexique, Pays-Bas et Royaume-Uni), la production renouvelable, hors électricité hydraulique, dépasse le nucléaire », affirme le rapport World Nuclear Industry.

Pékin, qui mise à fond sur les énergies vertes, y a investi 126 milliards de dollars en 2017, soit trois fois plus que les États-Unis, deuxième investisseur dans les renouvelables. La France en revanche ne figure pas dans le top dix des pays investissant dans le renouvelable. Mais la part du nucléaire y est en baisse pour la quatrième année consécutive. Les centrales nucléaires de l’Hexagone ont produit 72 % de l’électricité en 2017, leur niveau le plus faible depuis trente ans.

The New York Times (EUA) – Trump Administration Wants to Make It Easier to Release Methane Into Air / Capa

The New York Times (EUA) – Trump Administration Wants to Make It Easier to Release Methane Into Air / Capa


By Coral Davenport

WASHINGTON — The Trump administration, taking its third major step this year to roll back federal efforts to fight climate change, is preparing to make it significantly easier for energy companies to release methane into the atmosphere.

Methane, which is among the most powerful greenhouse gases, routinely leaks from oil and gas wells, and energy companies have long said that the rules requiring them to test for emissions were costly and burdensome.

The Environmental Protection Agency, perhaps as soon as this week, plans to make public a proposal to weaken an Obama-era requirement that companies monitor and repair methane leaks, according to documents reviewed by The New York Times. In a related move, the Interior Department is also expected in coming days to release its final version of a draft rule, proposed in February, that essentially repeals a restriction on the intentional venting and “flaring,” or burning, of methane from drilling operations.

The new rules follow two regulatory rollbacks this year that, taken together, represent the foundation of the United States’ effort to rein in global warming. In July, the E.P.A. proposed weakening a rule on carbon dioxide pollution from vehicle tailpipes. And in August, the agency proposed replacing the rule on carbon dioxide pollution from coal-fired power plants with a weaker one that would allow far more global-warming emissions to flow unchecked from the nation’s smokestacks.

“They’re taking them down, one by one,” said Janet McCabe, the E.P.A.’s top climate and clean-air regulator in the Obama administration.

Officials from the E.P.A., the Interior Department and the White House did not respond to emails and telephone calls seeking comment.

Industry groups praised the expected changes. “It’s a neat pair” of proposals on methane, said Kathleen Sgamma, president of the Western Energy Alliance, an association of independent oil and gas companies that is based in Denver. The Obama-era E.P.A. methane rule, she said, “was the definition of red tape. It was a record-keeping nightmare that was technically impossible to execute in the field.”

Ms. Sgamma praised the Trump administration for turning the oil companies’ requests into policy, noting that the Obama administration frequently turned proposals from environmental groups into policy. “It all depends on who you trust,” she said. “That administration trusted environmentalists. This one trusts industry.”

The regulation of methane, while not as widely discussed as emissions from cars and coal plants, was nonetheless a major component of Mr. Obama’s efforts to combat climate change. Methane makes up only about nine percent of greenhouse gases, but it is around 25 times more effective than carbon dioxide in trapping heat in the atmosphere. About one-third of methane pollution is estimated to come from oil and gas operations.

The forthcoming proposals from the E.P.A. and Interior Department would allow far more methane to leak from oil and gas drilling operations, environmentalists say. “These leaks can pop up any time, anywhere, up and down the oil and gas supply chain,” said Matt Watson, a specialist in methane pollution with the Environmental Defense Fund, an advocacy group. “The longer you go in between inspections, the longer leaks will go undetected and unrepaired.”

The proposals exemplify President Trump’s policy quest to roll back regulations on businesses, particularly oil, gas and coal companies. While significant aspects of the president’s broader agenda — including immigration and trade policy, and the proposed border wall with Mexico — remain mired in confusion, and as the administration struggles under the investigation into the presidential campaign’s ties with Russia, the E.P.A. and Interior Department have steadily pressed forward with rollbacks of environmental regulations.

“In other areas of policymaking, like immigration and health care, they appear to have brought into the administration ideologues who don’t know a lot about policymaking,” said Cecilia Muñoz, who directed the White House Domestic Policy Council in the Obama administration. “But in climate change and energy, they appear to have brought in people who know exactly what they’re doing, and know exactly where the levers are.”

The pace of the proposals has not been slowed by the resignation in July of Scott Pruitt, who left the top job at the E.P.A. under a cloud of ethics scandals. Andrew Wheeler, a former coal lobbyist who worked in the E.P.A. under the first President George Bush, is now the agency’s acting chief.

The E.P.A.’s new methane proposal, according to the draft seen by The Times, would loosen a 2016 rule that required oil and gas drillers to perform leak inspections as frequently as every six months on their drilling equipment, and to repair leaks within 30 days. The proposed amendment would lengthen that to once a year in most cases, and to as infrequently as once every two years for low-producing wells. It would also double the amount of time a company could wait before repairing a methane leak from 30 to 60 days.

It would also double the amount of time required between inspections of the equipment that traps and compresses the natural gas, from once every three months to once every six months. On the Alaskan North Slope, where oil and gas companies contend that harsh weather makes it difficult to conduct inspections, such equipment would only have to be monitored annually.

In addition, the E.P.A. proposal would let energy companies operating in states that have their own state-level methane standards follow those standards instead of the federal ones. That would include states such as Texas, where the pollution standards have been more lax than federal standards.

If implemented, the proposal would recoup nearly all the costs to the oil and gas industry that would have been imposed by the Obama-era regulation. The E.P.A. estimated that rule would have cost companies about $530 million by 2025. The E.P.A. estimates that the proposed changes would save the oil and gas industry $484 million by the same year.

DW (Alemanha) – Indígenas das Américas se unem contra mudanças climáticas

DW (Alemanha) – Indígenas das Américas se unem contra mudanças climáticas


Recuperação de rio e manejo sustentável de florestas são prioridades para povo yurok, maior etnia da Califórnia. Em parceria com líderes da América Latina, eles buscam protagonismo no combate às mudanças climáticas.

Indígenas latinoamericanos em encontro organizado pela tribo yurok na Califórnia

Em plena temporada de pesca de salmão no rio Klamath, quase não se vê barco do povo yurok em busca do peixe. Nativos dos Estados Unidos, eles são a maior etnia indígena da Califórnia, com 6 mil membros, e que, por séculos, habitam as margens do rio e pescam salmão.

"Vivemos uma crise. Pelo terceiro ano, a pesca comercial está suspensa. Só é permitida a de subsistência", explica Amy Cordalis, advogada.

Para os cerca de mil yurok que vivem na reserva indígena, a expectativa de melhora está na remoção de quatro barragens rio acima, inauguradas a partir de 1918 para gerar eletricidade.

"A retirada das barragens é vital, é tão importante que mal dá pra expressar em palavras. É a solução-chave para a sobrevivência do salmão", afirma Michael Belchik, pesquisador no Departamento de Pesca da Tribo Yurok.

"Impossível", diz Dinamam Tuxá, liderança indígena da Bahia, sobre a possibilidade de retirada de uma barragem no Brasil para a restauração de um rio.

Na década de 1980, os tuxás foram removidos de suas terras para a construção da hidrelétrica de Itaparica, no rio São Francisco. As ilhas férteis onde plantavam e coletavam foram alagadas. Levados para uma vila, nunca mais tiveram o território demarcado.

"Nosso modo de vida morreu junto com o barramento do São Francisco", diz os impactos da remoção das aldeias tuxá do território tradicional.

Às vésperas da Global Climate Action, conferência organizada pelo governo da Califórnia para impulsionar medidas contra mudanças climáticas, entre os dias 12 e 14 de setembro, indígenas de todo o mundo se reuniram no território independente yurok para unificar suas demandas.

"Não importa que falemos línguas diferentes. Nós monitoramos os recursos naturais e vemos como a Terra está reagindo às mudanças climáticas. Acreditamos que o conhecimento tradicional dos povos indígenas é parte da solução", afirma Javier Kinney, diretor do governo yurok.

A retirada das barragens no Klamath está marcada para janeiro de 2021. Yurok, fazendeiros e empresa iniciaram a negociação há mais de dez anos, depois da morte de mais de 34 mil peixes, em 2002.

"Foi um chamado que nos mostrou que, se não fizéssemos nada, o salmão desapareceria para sempre", narra Cordalis, que decidiu estudar Direito e defender os yurok depois do episódio.

Em menor vazão e mais quente, o Klamath deixou de ser um refúgio para o salmão, que precisa de águas frias para se reproduzir. "Com o derretimento das geleiras, a temperatura da água subiu e o peixe está sumindo", diz Belchik.

As milhares de páginas de estudos produzidas pelos yurok deram base o acordo. "A ciência mostrou que, se removêssemos as represas e limitássemos a quantidade de água para as fazendas rio acima, a qualidade da água melhoraria, e o peixe ganharia passagem para se reproduzir", resume Belchik.

O argumento econômico ajudou a convencer a empresa PacifiCorp. "Os custos de modernizar as represas e providenciar passagens de peixes seriam mais altos que tirar as barragens", diz o pesquisador.

Para Tuntiak Katan, da Coica (Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica), o exemplo é surpreendente. "Somos massacrados e mortos por aqueles que roubam nossa madeira e poluem nossos rios", comenta, sobre a violência contra lideranças na América Latina. "Os yurok são um modelo de que é possível construir uma relação de respeito, como fez o governo da Califórnia".

A Reserva Yurok foi criada em 1855 ao longo do rio Klamath, área habitada tradicionalmente pelos indígenas. A região é formada por montanhas cobertas por florestas, onde a árvore símbolo da etnia, a gigante sequoia sempervirens, ocupa atualmente pequenas porções.

Pressionada pela corrida do ouro na bacia do Klamath, no fim do século 19, parte da reserva foi ocupada e, décadas depois, madeireiras se instalaram no local. Brigas na Justiça garantiram aos yurok o direito de manter a reserva - o foco dos líderes é readquirir territórios perdidos e frear a degradação ambiental.

"Há pelos menos 20 anos, nós assistimos aos impactos das mudanças nos padrões do clima: nas águas no Klamath, no aumento da temperatura da água, nos riachos secos, nos incêndios florestais", pontua Javier Kinney.

Em 2011, os yurok se tornaram os primeiros indígenas a fazer parte de um programa do governo da Califórnia criado para diminuir as emissões de CO2, principal causador das mudanças climáticas.

O programa estabeleceu um mercado de venda e compra de carbono: as indústrias que emitem mais CO2 que o permitido poderiam "abater" o excesso comprando de quem tem carbono guardado. Um desses estoques está nas florestas dos yurok, que se transformaram em crédito.

Jim Woods, deputado estadual e membro da Associação de Cientistas Profissionais (CAPS), destaca ainda o ganho ambiental. "As sequoias em algumas das áreas dos yurok capturam mais carbono do que qualquer outra árvores no planeta", comenta resultados de estudos científicos. Desde então, as florestas conservadas dos yurok renderam, em créditos de carbono, dinheiro suficiente para comprar 200 km2 das antigas terras.

Os dias com os yurok mostraram a Valéria Paye, da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), as dificuldades comuns. "Tantos eles como nós temos a preocupação de manter nossas florestas, demarcar nossos territórios. Estamos unidos para mostrar para o mundo que, ao fazer isso, ajudamos a combater as mudanças climáticas".

La Tribune (França) – Climat : les grands élus locaux montent au front

La Tribune (França) – Climat : les grands élus locaux montent au front


Après un été catastrophique sur le front du climat, dans le monde entier la société civile se mobilise pour le climat. Entre des citoyens motivés, mais parfois dispersés et des États plus ou moins allants sur le sujet, les élus locaux sont de plus en plus nombreux à afficher leurs ambitions et assumer leurs responsabilités.

Séquence mobilisation. Alors qu'en France la démission de Nicolas Hulot est encore dans toutes les têtes, la planète entre dans une phase de mobilisation inédite sur le climat. Près d'un millier d'événements ont ainsi été organisés samedi 8 septembre dans une centaine de pays, dans le cadre de l'appel baptisé «Rise for climate» («Debout pour le climat») lancé par l'ONG 350.org, qui milite de longue date pour l'abandon des énergies fossiles.

En France même, plusieurs dizaines de milliers de personnes ont défilé à Paris et dans plusieurs villes de province à l'appel d'un inconnu de 27 ans, Maxime Lelong. Cette mobilisation a largement dépassé le cercle habituel des militants écologistes. À Paris, ils étaient 18500 selon la police, 50.000 selon les organisateurs...

700 scientifiques français tirent la sonnette d'alarme
Après l'appel lancé la semaine dernière par 200 « people », et d'ailleurs moqué pour cette raison même, au motif que le mode de vie des signataires n'était guère compatible avec la société bas carbone qu'ils appelaient de leurs vœux, 700 scientifique français en appellent samedi dans Libération aux politiques pour qu'enfin ils passent «de l'incantation aux actes pour enfin se diriger vers une société sans carbone».

Alors que San Francisco, particulièrement à la pointe de l'innovation bas carbone, s'apprête à accueillir du 12 au 14 septembre prochain un Sommet du climat rassemblant la société civile, plusieurs élus locaux prennent la parole dans la presse. En France, c'est Anne Hidalgo qui rappelle dans un entretien au JDD que les États ne peuvent pas tout et souligne le rôle incontournable des villes. Elle évoque une étude intitulée "L'Opportunité climatique" que doit présenter à San Francisco la fondation Bloomberg Philanthropies et qui démontre les bénéfices sur l'environnement, la santé publique et l'activité économique de l'action des grandes villes contre le changement climatique.

La capitale française est l'une des villes qui visent le zéro carbone et le 100% énergies vertes à l'horizon 2050. À San Francisco, le gouverneur de Californie Jerry Brown devrait entériner cet objectif pour 2035.

Désinvestir des énergies fossiles
Au même moment, les maires de Londres (Sadiq Khan) et de New York (Bill de Blasio) appellent dans le Guardian les villes du monde entier à désinvestir du charbon. Ils annoncent la création d'une nouvelle initiative menée sous l'égide du C40, baptisée Cities Divest/Invest forum. Reconnaissant que la bascule vers une économie bas carbone exige de leur part 'agir aussi bien sur leurs transports que leur énergie ou leurs bâtiments, ils affichent aussi leur volonté d'exploiter leur pouvoir économique pour accélérer cette transition. Ce qui passe, notamment, par le désinvestissement institutionnel dans les énergies fossiles et l'investissement dans les technologies bas carbone telles que les énergies renouvelables.

Après des désinvestissements opérés dans l'année pour un montant de 800.000 £, notamment dans Shell et BP, seulement 2% des montants investis par le fonds de pension londonien (5,5 milliards de livres sous gestion) le sont encore dans des énergies fossiles.

À New York également le désinvestissement est en marche, et devrait être total dans les cinq ans, pour un montant de 5 milliards de dollars.

Sadi Kahn et Bill de Blasio reconnaissent que les choses ne sont pas évidentes pour les municipalités, dans la mesure où la plupart des portefeuilles détenus par les autorités publiques sont des fonds de pension sur lesquels les maires n'ont pas prise. Mais ils insistent sur l'efficacité d'une action à plusieurs, regroupant les autorités locales, les maires, les activistes et le secteur privé. Pour commencer, ils entendent montrer que les villes peuvent adresser un message fort à l'industrie fossile.

Agir sans attendre la COP24 de décembre en Pologne
Côté investissement, les deux villes ne sont pas en reste : Londres vient de lancer son « Fonds du maire pour l'efficacité énergétique », doté de 500 millions de livres, destiné à travailler avec le fonds européen de développement régional et le secteur privé pour accompagner les projets d'efficacité énergétique des hôpitaux, musées, bureaux, bibliothèques, logements sociaux et universités.

New York a multiplié par six sa capacité solaire installée depuis 2013, investi 2,7 milliards de dollars dans des projets d'efficacité énergétique et gère une flotte de 1.200 véhicules électriques.

Avant la COP24 qui regroupera de 2 au 14 décembre à Katovice (Pologne) les Etats signataires de l'accord de Paris, cette séquence de mobilisation de la société civile se poursuivra par la Climate Week qui aura lieu du 24 au 30 septembre à New York.
Dominique Pialot