quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Crescimento da floresta amazônica pós-desmate é bem mais lento do que se previa


Crescimento da floresta amazônica pós-desmate é bem mais lento do que se previa

Estudo revelou que, depois de 60 anos, partes da floresta que se renovaram após o desmatamento retinham apenas 40% do carbono em relação a florestas intocadas pelo homem

Floresta intacta no Acre: absorção de carbono substancialmente maior do que a floresta que cresce após um corte. Crédito: Gleilson Miranda/Governo do Acre/Wikimedia
O crescimento das árvores da floresta amazônica após o desmatamento tem acontecido muito mais lentamente do que se pensava, revela um novo estudo de pesquisadores brasileiros e britânicos publicado na revista “Ecology”. As descobertas podem ter impactos significativos nas previsões de mudanças climáticas, já que a capacidade das florestas secundárias de absorver carbono da atmosfera pode ter sido superestimada.
O estudo, que monitorou o crescimento da floresta ao longo de duas décadas, mostra que as mudanças climáticas e a perda maior de florestas podem estar prejudicando o crescimento das árvores na Amazônia.
Ao retirarem grandes quantidades de carbono da atmosfera, as florestas que cresceram após o desmatamento (comumente denominadas florestas secundárias) foram consideradas uma ferramenta importante no combate às mudanças climáticas causadas pelo homem. No entanto, o estudo mostra que, mesmo após 60 anos de crescimento renovado, as florestas secundárias estudadas retinham apenas 40% do carbono na comparação com florestas intocadas por seres humanos.
Se as tendências atuais continuarem, levará mais de um século para que as florestas se recuperem completamente. Isso significa que sua capacidade de ajudar a combater as mudanças climáticas pode ter sido superestimada.
Secas mais frequentes
O estudo também mostra que as florestas secundárias retiram menos carbono da atmosfera durante as secas. As mudanças climáticas, a propósito, estão aumentando o número de anos de seca na Amazônia.
O primeiro autor do trabalho, Fernando Elias, da Universidade Federal do Pará, explicou: “A região que estudamos na Amazônia registrou um aumento na temperatura de 0,1 °C por década, e o crescimento das árvores foi menor durante os períodos de seca. Com previsões de mais secas no futuro, devemos ser cautelosos com a capacidade das florestas secundárias de mitigar as mudanças climáticas. Nossos resultados sublinham a necessidade de acordos internacionais que minimizem os impactos das mudanças climáticas.”
Além de ajudarem a combater as mudanças climáticas, as florestas secundárias também podem fornecer um habitat importante para as espécies ameaçadas. No entanto, os pesquisadores descobriram que os níveis de biodiversidade nas florestas secundárias eram apenas 56% daqueles observados nas florestas locais não perturbadas, sem aumento na diversidade de espécies durante os 20 anos de monitoramento.
Muitos países fizeram grandes promessas de reflorestamento nos últimos anos, e o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de floresta sob o Acordo de Paris. Tomados em conjunto, esses resultados sugerem que essas grandes promessas de restauração florestal precisam ser acompanhadas por ações mais firmes contra o desmatamento de florestas primárias e uma consideração cuidadosa sobre onde e como reflorestar.
Apoio e investimento
A pesquisa foi realizada em Bragança, no Pará, a mais antiga região de fronteira de desmatamento da Amazônia que perdeu quase toda a sua cobertura florestal original.
“Nosso estudo mostra que, em áreas fortemente desmatadas, a recuperação florestal precisa de apoio e investimento adicionais para superar a falta de fontes de sementes e de dispersão de sementes”, afirmou a bióloga Joice Ferreira, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Isso é diferente de outros áreas que estudamos em que o desmatamento histórico é muito menor e as florestas secundárias se recuperam muito mais rapidamente sem nenhuma intervenção humana.”
Jos Barlow, professor da Universidade de Lancaster (Reino Unido), destacou a necessidade de mais estudos de longo prazo. “As florestas secundárias estão cada vez mais difundidas na Amazônia, e seu potencial de mitigação das mudanças climáticas as torna de importância global”, observou ele. “São necessários mais estudos de longo prazo como o nosso para entender melhor a resiliência das florestas secundárias e direcionar a restauração às áreas que irão funcionar melhor no sentido de combater as mudanças climáticas e preservar a biodiversidade.”

 https://www.independent.co.uk/news/world/americas/amazon-rainforest-climate-change-deforestation-drought-study-a9257631.html

Agricultores participam de cursos sobre manejo ecológico de insetos em espécies florestais


Agricultores participam de cursos sobre manejo ecológico de insetos em espécies florestais

 insetos na agricultura

 

Dividido em 3 aulas, curso faz parte do projeto Fortalecimento da Cadeia Produtiva de Sementes e Mudas na Amazônia


Com o objetivo de compartilhar conhecimentos sobre o papel ecológico de insetos e o seu manejo em agroecossistemas, a Embrapa Amazônia Ocidental promoveu nos dias 9, 10 e 16 de dezembro três cursos abordando o Manejo Ecológicos de Insetos em Espécies Agroflorestais.

As capacitações, coordenadas pela pesquisadora Elisa Vieira Wandelli, são voltadas para técnicos, integrantes de etnias indígenas, agricultores, profissionais e estudantes das áreas agrícolas, biológicas e florestais interessados em manejo ecológico de insetos.

Os cursos são parte do projeto Fortalecimento da Cadeia Produtiva de Sementes e Mudas na Amazônia – Mais Sementes / Fundo Amazônia.

Três aulas complementares

Segundo Elisa Wandelli, os insetos são um grupo de invertebrado de extrema importância para os processos ecológicos de agroecossistemas e só se transformam em praga se os princípios da sustentabilidade agrícola forem desrespeitados. A importância ecológica dos insetos e distinção entre insetos amigos da agricultura e os prejudiciais foram tratados no primeiro curso “Manejo ecológico de insetos em espécies agroflorestais: papel dos insetos nos agroecossistemas”, realizado dia 9, no Auditório Caiuaé, da Embrapa Amazônia Ocidental.

O curso teve dinâmica de grupo, visita ao campo e ao laboratório de Entomologia, onde os participantes puderam trocar informações com os instrutores e conhecer mais a respeito do comportamento, dos benefícios e malefícios dos insetos em suas plantações.

No curso “Manejo ecológico de insetos em espécies agroflorestais: quem é quem e manejo?”, realizado no dia 10, foram discutidas as práticas agroecológicas de insetos desde o  manejo da paisagem até os bioinseticidas, visando apresentar alternativas ao uso de agrotóxicos e estimular a restauração florestal e a implantação de sistemas agroflorestais, além de fortalecer a cadeia de valores de sementes e mudas.

“Para manejar adequadamente os insetos nos agroecossistemas é necessário compreender suas diferentes funções benéficas ou prejudiciais e reconhecer sua morfologia e habitat”, explica Elisa Wandelli,.

No curso realizado no dia 16, “Manejo ecológico de insetos em espécies agroflorestais: Práticas de controle”, foi realizada a troca de experiências sobre as técnicas de produção de biopreparos para manejo de insetos.

Contexto

O projeto “Fortalecimento da cadeia produtiva de sementes e mudas na Amazônia” (+ Sementes)” faz parte do Projeto Integrado para a Produção e Manejo Sustentável do Bioma Amazônia (PIA), financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O PIA busca promover a produção e a disseminação de conhecimentos e tecnologias voltadas para a recuperação, conservação e uso sustentável da Amazônia, por meio de apoio a projetos e ações de pesquisa, desenvolvimento, transferência de tecnologia, intercâmbio de conhecimentos e comunicação rural.

Brasil é o país com maior potencial de recuperação de floresta tropical, diz estudo

Brasil é o país com maior potencial de recuperação de floresta tropical, diz estudo

Pesquisa internacional liderada por professor da USP mostra que 11% das áreas tropicais destruídas no mundo têm boas condições para serem restauradas

Mata Atlântica é o bioma que mais apresenta oportunidade para restauração no Brasil –
 Foto: Kel Bis via Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0


RIO — Um dos compromissos assinados pelo Brasil no Acordo de Paris, firmado em 2016, era recuperar até 2030 pelo menos 12 milhões de hectares das nossas florestas tropicais que já haviam sido destruídas, já que esse tipo de vegetação é fundamental, entre outras coisas, para reduzir o nível de carbono do ar. Mas onde? Quais áreas exatamente devem ser priorizadas?

Essa é apenas uma das muitas respostas que um estudo inédito publicado hoje na revista especializada "Science Advances" busca trazer.

Liderado pela americana Robin L. Chazdon, da Universidade de Connecticut, e pelo pesquisador Pedro Brancalion, da USP, o projeto foi financiado pela National Science Foundation, uma das maiores agências de fomento americanas, e tinha como objetivo elaborar um mapa global com as regiões mais atraentes para restauração das florestas tropicais degradadas, tanto sob o ponto de vista ambienal quanto econômico e social.

A conclusão é que 11% ou 100 milhões de hectares ao redor do mundo (uma área equivalente à Espanha e à Suíça juntas) possuem boas condições para o reflorestamento, com altas relações de custo-benefício em termos de redução de emissões de carbono, preservação da água e da biodiversidade das espécies, além de vantagens econômicas.

O Brasil lidera esse ranking de áreas, seguido de Indonésia, Madagascar, Índia e Colômbia.
— Nos últimos cinco anos, surgiram várias metas globais com propostas de recuperação de florestas para enfrentar os principais problemas ambientais atuais, mas muitas delas estão num nível muito superficial. O que queremos propor com esse estudo é como operacionalizar essas metas. É uma etapa importante para atrair países, empresas e governos para essa agenda de restauração — acredita Brancalion.

Encontro com governo e criação de um app

Durante quatro anos, Brancalion e outros 11 pesquisadores avaliaram 66 países que possuem florestas tropicais em seus territórios, cruzando imagens de satélite de alta resolução e informações de bancos de dados.


 O mapa mostra as regiões com oportunidades de restauração de florestas tropicais no Brasil. A escala de pontuação vai de 0 a 1. Quanto mais próximo do 1, maior é a oportunidade – Mapa: cedido pelo pesquisador


A partir daí, definiram quatro prioridades a serem buscadas pelos benefícios da restauração: a conservação da  biodiversidade (quanto maior o número de espécies potenciais, maior a importância); o potencial de estoque de biomassa de carbono; a adaptação às mudanças climáticas (quanto maior a velocidade da mudança de clima, maior a relevância); e a capacidade de garantir a segurança hídrica.
Paralelamente, avaliaram a viabilidade do reflorestamento, como, por exemplo, os ganhos dos agricultores em determinada área (quanto mais altos, menores as chances de restauração) e as chances de persistência da floresta no longo prazo.

Num momento posterior, atribuíram "notas" às terras tropicais, chegando num índice de "oportunidade".

Os pontos mais promissores estão entre os 10% com melhor avaliação, ou seja, são aqueles que trariam mais benefícios com o menor custo e risco.

— Para efeitos de comparação, na fronteira de desmatamento da Amazônia, as pressões sociais e econômicas são na direção da perda de floresta. É muito arriscado e difícil investir dinheiro nessa região. Ao passo que, no interior de São Paulo, por exemplo, onde já existe uma governança ambiental mais bem consolidada e pressões no sentido inverso, tenho uma chance maior de que uma floresta com investimentos em recuperação persista no tempo — explica o pesquisador.
Além de um encontro no Ministério do Meio Ambiente para apresentar o estudo, no próximo dia 17, o próximo passo é o lançamento de um aplicativo, o GoFor, em fase final de desenvolvimento, para sistematizar o uso da base de dados.

— A ideia é que uma ONG possa mandar para seus investidores um relatório com nosso mapa, mostrando que atua em área com as melhores oportunidades. Para poder dizer: "Em vez de investir na Indonésia, invista aqui". Governos de outros países também podem acessar os dados, as aplicações são múltiplas — detalha Brancalion — Está provado que a restauração das florestas é a estratégia mais barata, uma das mais eficientes e com múltiplos benefícios associados para reverter a deterioração do meio ambiente. Não há outro caminho. Em algum momento, a gente vai ter que fazer um melhor uso das áreas que já foram degradadas.

 https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-ambientais/mapas-identificam-melhores-regioes-para-restaurar-florestas-tropicais-brasil-lidera-hotspots-para-recuperacao/?fbclid=IwAR0r64Zr_t7IHah65LZaAOOboOw7eJDStdGPbCMJQor8vCb33HC5AkfEL0s

Lençóis Maranhenses, Jericoacoara e Parque do Iguaçu privatizados pelo governo Bolsonaro

Lençóis Maranhenses, Jericoacoara e Parque do Iguaçu privatizados pelo governo Bolsonaro

Lençóis Maranhenses
A maior parte das áreas ainda preservadas no Brasil estão em Terras Indígenas (TI) ou em parques nacionais. É a garantia de que, nessas terras pertencentes à União, o interesse público prevaleça sobre o privado.

Entretanto, o atual governo federal inverteu essa lógica dando ao capital privado a oportunidade de intervir em terras públicas onde funcionam os parques nacionais mais importantes do Brasil: Lençóis Maranhenses (Maranhão), Jericoacoara (Ceará) e Parque do Iguaçu (Paraná).

O Decreto de Privatização e o Programa Nacional de Desestatização

Esses três parques, que são os mais visitados do país, acabam de ser incluídos em um decreto de privatização de parques nacionais, publicado no Diário Oficial semana passada.
O Decreto nº 10.147, de 2 de dezembro de 2019, é breve e, portanto, não explicita como se dará a concessão.
O programa de privatização de parques nacionais está na lista de privatizações do Programa Nacional de Desestatização (PND), para fins de concessão da prestação de serviços públicos de apoio à visitação, com previsão do custeio de ações de apoio à conservação, à proteção e à gestão, algo similar ao que ocorreu com as empresas de telefonia e com as concessionárias que administram rodovias.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) criticou a privatização dos três parques nacionais justificando que a razão não é falta de recursos, já que são os mais visitados do Brasil. Ele alega que o decreto revela um “entreguismo puro” dos bens brasileiros à exploração da iniciativa privada.
Os deputados federais Camilo Capiberibe (PSB-AP) e Bira do Pindaré (PSB-MA) também criticaram a medida:
“A proposta do governo muito nos preocupa, pois pretende dar uma destinação econômica para as unidades de conservação do meio ambiente, atualmente controlados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), sem se preocupar com os impactos ambientais e sociais da região”.

Riquezas naturais em risco

Os três parques nacionais abrigam uma grande biodiversidade. Nos Lençóis Maranhenses há diversos ecossistemas fragilizados, como a restinga e o manguezal. Já o Parque Nacional do Iguaçu, considerado Patrimônio Natural da Humanidade e uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza, é uma das unidades de conservação com a maior biodiversidade do país. O parque de Jericoacoara tem uma praia tida como uma das 10 mais bonitas do mundo.
Particularmente no caso do Parque Nacional do Iguaçu, onde estão as Cataratas do Iguaçu, a visitação atualmente já é administrada por uma empresa privada, cuja atuação é subordinada ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão que tem o controle da gestão do parque, de acordo com o Correio Braziliense.

A mais-valia econômica de Ricardo Salles

Ainda segundo o jornal, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, confirmou que as concessões visam dar destinação econômica às unidades de conservação, razão pela qual a bandeira sobre a preocupação com o meio ambiente está levantada.
“Você pode fazer o discurso mais bonito do mundo sobre o meio ambiente, mas, se não dermos uma mais-valia econômica para as unidades de conservação, estaremos sempre a reboque do orçamento federal”, disse Salles, em maio deste ano.
O ministro também confirmou que o objetivo do governo é repassar o máximo de controle para as empresas privadas.
Mais uma concessão deve ainda vir no pacote: a do Parque Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul, que será organizada como “oferta em bloco”, junto com as unidades de Serra Geral, São Francisco de Paula e Canela.
É preocupante escutar do ministro do Meio Ambiente expressões como “mais-valia econômica”, quando a pasta que representa deveria defender a preservação e a conservação de unidades ambientais.
Os parques abrangidos pelo decreto precisam ser geridos não visando ao lucro obtido pela quantidade de visitantes, mas sim considerando a qualidade da experiência que estes podem ter de forma que a preservação dos ecossistemas seja garantida.

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Doutora em Estudos de Linguagem, Mestra em Linguística e Especialista em Ensino de Língua Portuguesa, escreve para GreenMe desde 2015.

Camapu: a planta que ajuda na recuperação de Alzheimer e Parkinson

Camapu: a planta que ajuda na recuperação de Alzheimer e Parkinson

Camapu
Camapu, fisalis ou juá-de-capote é muito comum aqui no nosso país, em diversas regiões. Na verdade, são duas as espécies: o Camapu (Physalis pubescens) e o Juá de capote (Physalis angulata), com diferentes características que podem ser facilmente cultivadas aqui.


Mas, o interessante é que a ciência está estudando esta planta pois, ela ajuda na recuperação dos neurônios e, portanto, das doenças neuro-degenerativas como o Alzheimer, o Parkinson e diversas outras.

Pesquisadores do Pará descobriram que uma das substâncias que o camapu (Physalis pubescens) contém no talo da planta tem a potencialidade de estimular a produção de novos neurônios no hipocampo – o hipocampo é a área do nosso cérebro que está ligada à memória – e buscam desenvolver medicamentos fitoterápicos que possam ser aplicados aos seres humanos pois, por enquanto a pesquisa se limita a outros animais. Esta pesquisa também aponta a possibilidade de que estes medicamentos possam ser usados para os que sofrem de depressão grave, onde há perda neuronal.
physalis angulata
Foto – Physalis angulata
physalis pulbescens
Foto – Physalis pulbescens
“A notícia é muito boa, principalmente pelo fato de esta substância estimular o crescimento neuronal na área do hipocampo. A gente está falando da criação de novos neurônios, algo que algum tempo atrás não se falava”, diz Milton Nascimento dos Santos, do Grupo de Pesquisas Bioprospecção de Moléculas Ativas da Flora Amazônica da da Universidade Federal do Pará.

Essas propriedades neurogênicas do camapu foram testadas em laboratório e em ratos e agora iniciam-se os testes clínicos e de produção a larga escala, para subsidiar a indústria farmacêutica nacional.

Mas, pelo visto, essa substância do talo do camapu é muito complexa e há dificuldades na sua sintetização, mas a planta é de fácil reprodução, com ciclo bianual. “A substância pode ser uma maravilha, mas se só é produzida pela planta uma vez por ano, a produção de fitoterápicos ficaria inviável”, diz Silva.

PROPRIEDADES MEDICINAIS DO CAMAPU

O camapu tem outras propriedades medicinais reconhecidas – é anti-inflamatório e anti-protozoário (inclusive há dados de que seu uso pode ajudar a tratar aqueles que sofrem de Mal de Chagas).
A descoberta da substância que faz com que os neurônios se regenerem foi uma casualidade da pesquisa, que apontava seus estudos para estes outros aspectos curativos do camapu.

Há mais estudos sobre as propriedades medicinais da Physalis angulata, que é conhecida como purificadora do sangue, fortalecedora do sistema imunológico e redutora das taxas de colesterol, dentre vários outros usos.

Aqui há uma tabela, com referências bibliográficas, que aponta o uso detalhado dessa espécie de fisalis, onde se mencionam qualidades calmantes, depurativas, desobstruintes, diurética, antioxidante, antibacteriana, antitumoral e outras.

CAMAPU NO JARDIM

Mas, caso você queira ter um pé de camapu, ou de juá-de-capote, a recomendação é de que não jogue as sementes na sua horta. Essa planta é bastante agressiva em seu crescimento e vai ocupar todo o espaço, passando por cima das outras plantas, com certeza. Então, faça um canteiro só para a sua fisalis, essa é a dica. Você pode comprar as frutinhas no mercado e separar as sementes, deixá-las secar e semear em terra fértil.

Outra fisalis que se encontra nos mercados é uma conhecida como Golden Berry a Physalis peruviana, cujo crescimento é tão agressivo quanto das outras espécies.

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Emergência hídrica global: 1,9 bilhão de pessoas em risco de escassez de água

Emergência hídrica global: 1,9 bilhão de pessoas em risco de escassez de água

geleiras derretendo
A Natureza é abundante, mas o ser humano com seu excesso de mercantilismo e consumismo, tem provocado a devastação do meio ambiente.


A exemplo disso, é que as geleiras no mundo inteiro não conseguem mais armazenar água por causa das mudanças climáticas, e em alguns anos isso tende a levar a uma verdadeira emergência hídrica planetária, com quase dois bilhões de pessoas literalmente vivendo a escassez de água.
O alarme foi dado por um estudo publicado na revista Nature, segundo o qual, um quarto da população mundial será afetada por problemas de abastecimento de água, uma vez que as geleiras e os lagos alpinos estão ameaçados pelo aquecimento global progressivo e pelo aumento da demanda de consumo de água devido ao crescimento populacional.

Essa catástrofe natural que vem sendo provocada gradativamente e abusivamente pelo ser humano, está ocorrendo em várias partes do mundo, como no Himalaia e até na Europa e nos Estados Unidos, lugares que geralmente não são considerados dependentes das montanhas no que diz respeito às atividades sociais e econômicas.

Segundo este estudo, 1,9 bilhão de pessoas e metade das áreas em risco de biodiversidade espalhadas pelo mundo, podem sofrer o declínio das reservas naturais de água das montanhas, que armazenam água no inverno e a liberam lentamente durante o verão.
De acordo com os cientistas:
“Devido ao aumento da pressão da população, mudanças no comportamento do consumo de água e mudanças climáticas, projeta-se que o desafio de manter o consumo de água em níveis sustentáveis se torne ainda mais difícil no futuro próximo”.
Mediante esse quadro, as mudanças climáticas ameaçam todo o ecossistema das montanhas e são necessárias ações emergenciais para salvaguardar o futuro dos recursos hídricos mais importantes e vulneráveis do mundo.

A ação internacional para reduzir as emissões de dióxido de carbono pode ser a melhor maneira de proteger as fontes hídricas das montanhas. De fato, se o Acordo de Paris fosse respeitado e bem aplicado o plano de ação global para conter as mudanças climáticas e limitar o aquecimento global a 1,5 ° C,  75% da neve e do gelo em grandes altitudes não seriam danificados como vem ocorrendo.

Se continuar nesse ritmo, e sem haver a efetiva aplicação dos acordos climáticos, 80% dessa indispensável e enorme riqueza hídrica será perdida em 2100.

Os graves danos não se limitam somente aos recursos hídricos dos ecossistemas das montanhas, mas também tem a ver com a exploração excessiva dos recursos de água doce que, por consequência, é capaz de colocar em risco a segurança alimentar.

Com todo esse contexto, se medidas necessárias não forem tomadas o mais rápido possível, manter o abastecimento e o consumo de água em níveis sustentáveis para um futuro próximo, pode se tornar cada vez mais difícil, senão impossível.

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Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos fala e escreve para GreenMe desde 2017.

As tristes imagens de urso-polares brincando com lixo plástico no Alasca

As tristes imagens de urso-polares brincando com lixo plástico no Alasca

ursos-plástico
Grande parte do plástico que produzimos e usamos se transforma em lixo que acaba se acumulando no meio ambiente, causando poluição em nosso planeta!

Todos os dias, temos imagens de oceanos e praias invadidos por plástico, animais que morreram porque se enroscaram no excesso de plástico lançados em seus habitats, peixes e mamíferos marinhos com o estômago cheio de redes de pesca, garrafas e sacolas plásticas.

Uma dessas imagens deprimentes são de dois ursos-polares brincando inocentemente com uma embalagem de plástico, no Alasca.

Esta cena triste é mais uma das milhares já testemunhadas e flagradas por fotógrafos profissionais ou não. Cenas que mostram como nosso o modo de vida está sujando o meio ambiente com resíduos de lixos sólidos, comprometendo gravemente toda a vida na Terra.

A recente foto dos dois ursos-polares foi tirada pelo fotógrafo Danny Sullivan e mostra eles disputando uma embalagem de plástico, com um deles segurando-a com a boca e mordendo-a. Com isso o jovem urso-polar provavelmente tenha ingerido partículas de plástico.

Além da presença de poluentes plásticos em uma região que não deveria ter, a fotografia tirada no início de outubro desse ano mostra um outro aspecto alarmante: o nível de neve deveria ser de cerca de um metro e meio e em condições normais, o plástico teria sido coberto pela neve, porém, devido ao aquecimento global e ao degelo polar não há vestígio de neve.

Com a temperatura acima do normal, que foi 5 °C, nesse período, os ursos-polares têm dificuldades de encontrar alimentos, modificando seus hábitos e saindo em busca do que possam encontrar para saciarem a fome.
Toda esta situação revela o impacto destrutivo causado pelo ser humano aos animais e a Natureza, pois, até no Alasca o lixo plástico foi parar!

Fica a pergunta que não quer calar: como uma embalagem plástica foi parar em uma região polar!?
Algumas das possibilidades em resposta à esta pergunta são que pode ter ido parar no mar, vindo de qualquer lugar ou até de exploradores que estão nessa região. Seja como for,  isso mostra como os hábitos humanos estão produzindo efeitos negativos em todas as partes do planeta.

A conclusão de tudo isso é que a sociedade humana precisa reavaliar e mudar seu estilo “destrutivo” de vida, com a finalidade de eliminar o máximo possível o impacto prejudicial que vem causando aos seres vivos e seus habitats.

Cada um de nós pode fazer sua parte diminuindo o lixo plástico como, por exemplo, evitando comprar água ou outras bebidas em garrafas plásticas, eliminando o uso de canudos de plástico, preferindo produtos feitos com outros materiais, como vidro, papel ou plástico ecológico (feito com matéria-prima vegetal, biodegradável).

Pequenas atitudes de nossa parte podem fazer uma grande diferença para melhor qualidade de vida em nosso planeta!

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Gambá tenta remover carrapato de um cervo: a foto que captura a profunda simbiose entre diferentes espécies

Gambá tenta remover carrapato de um cervo: a foto que captura a profunda simbiose entre diferentes espécies


Uma câmera capturou uma imagem maravilhosa, que mostra a interação especial entre espécies selvagens.

Na fotografia, você pode ver um pequeno espécime de gambá envolvido na remoção de carrapatos do focinho de um cervo.

Estima-se que um gambá possa comer até 5.000 carrapatos durante dois ou três meses. Esses animais, graças à baixa temperatura corporal, não correm o risco de contrair doenças transmitidas por carrapatos, mas protegem outros animais da doença de Lyme, transmitidas por pequenos parasitas.

A imagem, publicada pela Vermont Wildlife Coalition, mostra a simbiose entre diferentes espécies que permite alcançar um equilíbrio natural, possível somente através da colaboração, do trabalho em equipe.

Os caçadores não gostam dos gambás porque eles acionam armadilhas para coiotes e outros bichos, mas o trabalho desses animais é muito útil para a natureza.

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